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Holy Bible

Portuguese Translation

Old Testament

Genesis

Chapter 1

1No princípio criou Deus os céus e a terra.    2A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.    3Disse Deus: haja luz. E houve luz.    4Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.    5E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.    6E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.    7Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi.    8Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.    9E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.    10Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom.    11E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi.    12A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.    13E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.    14E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;    15e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.    16Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.    17E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,    18para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.    19E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.    20E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.    21Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.    22Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra.    23E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.    24E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.    25Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.    26E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.    27Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.    28Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.    29Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.    30E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.    31E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.   

Chapter 2

1Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.    2Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera.    3Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.    4Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus    5não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra.    6Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra.    7E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.    8Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.    9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.    10E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.    11O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;    12e o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo.    13O nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche.    14O nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.    15Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar.    16Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;    17mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.    18Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.    19Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome.    20Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.    21Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;    22e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.    23Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.    24Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.    25E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam.   

Chapter 3

1Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?    2Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,    3mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.    4Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis.    5Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.    6Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.    7Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.    8E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.    9Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?    10Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.    11Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?    12Ao que respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi.    13Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi.    14Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.    15Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.    16E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.    17E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.    18Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo.    19Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.    20Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes.    21E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.    22Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.    23O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.    24E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.   

Chapter 4

1Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão.    2Tornou a dar à luz a um filho - a seu irmão Abel. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.    3Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor.    4Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta,    5mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.    6Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante?    7Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar.    8Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou.    9Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?    10E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra.    11Agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para da tua mão receber o sangue de teu irmão.    12Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra.    13Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha punição do que a que eu possa suportar.    14Eis que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido; serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar matar-me-á.    15O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.    16Então saiu Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.    17Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.    18A Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meüjael, e Meüjael gerou a Metusael, e Metusael gerou a Lameque.    19Lameque tomou para si duas mulheres: o nome duma era Ada, e o nome da outra Zila.    20E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado.    21O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.    22A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim, fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caim foi Naama.    23Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz; escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por me ferir, e um mancebo por me pisar.    24Se Caim há de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes.    25Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.    26A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor.   

Chapter 5

1Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.    2Homem e mulher os criou; e os abençoou, e os chamou pelo nome de homem, no dia em que foram criados.    3Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete.    4E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.    5Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu.    6Sete viveu cento e cinco anos, e gerou a Enos.    7Viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.    8Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos; e morreu.    9Enos viveu noventa anos, e gerou a Quenã.    10viveu Enos, depois que gerou a Quenã, oitocentos e quinze anos; e gerou filhos e filhas.    11Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos; e morreu.    12Quenã viveu setenta anos, e gerou a Maalalel.    13Viveu Quenã, depois que gerou a Maalalel, oitocentos e quarenta anos, e gerou filhos e filhas.    14Todos os dias de Quenã foram novecentos e dez anos; e morreu.    15Maalalel viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Jarede.    16Viveu Maalalel, depois que gerou a Jarede, oitocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.    17Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e cinco anos; e morreu.    18Jarede viveu cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque.    19Viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.    20Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu.    21Enoque viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém.    22Andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos; e gerou filhos e filhas.    23Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos;    24Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou.    25Matusalém viveu cento e oitenta e sete anos, e gerou a Lameque.    26Viveu Matusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos; e gerou filhos e filhas.    27Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e morreu.    28Lameque viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho,    29a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, os quais provêm da terra que o Senhor amaldiçoou.    30Viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos; e gerou filhos e filhas.    31Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e morreu.    32E era Noé da idade de quinhentos anos; e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.   

Chapter 6

1Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas,    2viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.    3Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos.    4Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade.    5Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.    6Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração    7E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.    8Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.    9Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.    10Gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.    11A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência.    12Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.    13Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.    14Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora.    15Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados, a sua largura de cinqüenta e a sua altura de trinta.    16Farás na arca uma janela e lhe darás um côvado de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com andares, baixo, segundo e terceiro.    17Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará.    18Mas contigo estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos.    19De tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão.    20Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.    21Leva contigo de tudo o que se come, e ajunta-o para ti; e te será para alimento, a ti e a eles.    22Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.   

Chapter 7

1Depois disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.    2De todos os animais limpos levarás contigo sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea;    3também das aves do céu sete e sete, macho e fêmea, para se conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra.    4Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da face da terra todas as criaturas que fiz.    5E Noé fez segundo tudo o que o Senhor lhe ordenara.    6Tinha Noé seiscentos anos de idade, quando o dilúvio veio sobre a terra.    7Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio.    8Dos animais limpos e dos que não são limpos, das aves, e de todo réptil sobre a terra,    9entraram dois a dois para junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.    10Passados os sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.    11No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram,    12e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.    13Nesse mesmo dia entrou Noé na arca, e juntamente com ele seus filhos Sem, Cão e Jafé, como também sua mulher e as três mulheres de seus filhos,    14e com eles todo animal segundo a sua espécie, todo o gado segundo a sua espécie, todo réptil que se arrasta sobre a terra segundo a sua espécie e toda ave segundo a sua espécie, pássaros de toda qualidade.    15Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito de vida.    16E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro.    17Veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias; e as águas cresceram e levantaram a arca, e ela se elevou por cima da terra.    18Prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca vagava sobre as águas.    19As águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo do céu foram cobertos.    20Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e assim foram cobertos.    21Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem.    22Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu.    23Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.    24E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.   

Chapter 8

1Deus lembrou-se de Noé, de todos os animais e de todo o gado, que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e as águas começaram a diminuir.    2Cerraram-se as fontes do abismo e as janelas do céu, e a chuva do céu se deteve;    3as águas se foram retirando de sobre a terra; no fim de cento e cinqüenta dias começaram a minguar.    4No sétimo mês, no dia dezessete do mês, repousou a arca sobre os montes de Arará.    5E as águas foram minguando até o décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes.    6Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na arca;    7soltou um corvo que, saindo, ia e voltava até que as águas se secaram de sobre a terra.    8Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra;    9mas a pomba não achou onde pousar a planta do pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas ainda estavam sobre a face de toda a terra; e Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca.    10Esperou ainda outros sete dias, e tornou a soltar a pomba fora da arca.    11Â tardinha a pomba voltou para ele, e eis no seu bico uma folha verde de oliveira; assim soube Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra.    12Então esperou ainda outros sete dias, e soltou a pomba; e esta não tornou mais a ele.    13No ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, secaram-se as águas de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca: e olhou, e eis que a face a terra estava enxuta.    14No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.    15Então falou Deus a Noé, dizendo:    16Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.    17Todos os animais que estão contigo, de toda a carne, tanto aves como gado e todo réptil que se arrasta sobre a terra, traze-os para fora contigo; para que se reproduzam abundantemente na terra, frutifiquem e se multipliquem sobre a terra.    18Então saiu Noé, e com ele seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos;    19todo animal, todo réptil e toda ave, tudo o que se move sobre a terra, segundo as suas famílias, saiu da arca.    20Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar.    21Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer.    22Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.   

Chapter 9

1Abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra.    2Terão medo e pavor de vós todo animal da terra, toda ave do céu, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar; nas vossas mãos são entregues.    3Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho dado.    4A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.    5Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; de todo animal o requererei; como também do homem, sim, da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.    6Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá o seu sangue derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem.    7Mas vós frutificai, e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela.    8Disse também Deus a Noé, e a seus filhos com ele:    9Eis que eu estabeleço o meu pacto convosco e com a vossa descendência depois de vós,    10e com todo ser vivente que convosco está: com as aves, com o gado e com todo animal da terra; com todos os que saíram da arca, sim, com todo animal da terra.    11Sim, estabeleço o meu pacto convosco; não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio; e não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.    12E disse Deus: Este é o sinal do pacto que firmo entre mim e vós e todo ser vivente que está convosco, por gerações perpétuas:    13O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim e a terra.    14E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens,    15então me lembrarei do meu pacto, que está entre mim e vós e todo ser vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.    16O arco estará nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra.    17Disse Deus a Noé ainda: Esse é o sinal do pacto que tenho estabelecido entre mim e toda a carne que está sobre a terra.    18Ora, os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.    19Estes três foram os filhos de Noé; e destes foi povoada toda a terra.    20E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha.    21Bebeu do vinho, e embriagou-se; e achava-se nu dentro da sua tenda.    22E Cão, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, e o contou a seus dois irmãos que estavam fora.    23Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre os seus ombros, e andando virados para trás, cobriram a nudez de seu pai, tendo os rostos virados, de maneira que não viram a nudez de seu pai.    24Despertado que foi Noé do seu vinho, soube o que seu filho mais moço lhe fizera;    25e disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos.    26Disse mais: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.    27Alargue Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.    28Viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos.    29E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos; e morreu.   

Chapter 10

1Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé, aos quais nasceram filhos depois do dilúvio.    2Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.    3Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma.    4Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.    5Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.    6Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e Canaã.    7Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá são Sebá e Dedã.    8Cuche também gerou a Ninrode, o qual foi o primeiro a ser poderoso na terra.    9Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor.    10O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.    11Desta mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá,    12e Résem entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).    13Mizraim gerou a Ludim, Anamim, Leabim, Naftuim,    14Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus) e Caftorim.    15Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e Hete,    16e ao jebuseu, o amorreu, o girgaseu,    17o heveu, o arqueu, o sineu,    18o arvadeu, o zemareu e o hamateu. Depois se espalharam as famílias dos cananeus.    19Foi o termo dos cananeus desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; e daí em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.    20São esses os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.    21A Sem, que foi o pai de todos os filhos de Eber e irmão mais velho de Jafé, a ele também nasceram filhos.    22Os filhos de Sem foram: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arão.    23Os filhos de Arão: Uz, Hul, Geter e Más.    24Arfaxade gerou a Selá; e Selá gerou a Eber.    25A Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porque nos seus dias foi dividida a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã.    26Joctã gerou a Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá,    27Hadorão, Usal, Dicla,    28Obal, Abimael, Sebá,    29Ofir, Havilá e Jobabe: todos esses foram filhos de Joctã.    30E foi a sua habitação desde Messa até Sefar, montanha do oriente.    31Esses são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, segundo as suas nações.    32Essas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, em suas nações; e delas foram disseminadas as nações na terra depois do dilúvio.   

Chapter 11

1Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma.    2E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram.    3Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa.    4Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.    5Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;    6e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.    7Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro.    8Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.    9Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra.    10Estas são as gerações de Sem. Tinha ele cem anos, quando gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio.    11E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos; e gerou filhos e filhas.    12Arfaxade viveu trinta e cinco anos, e gerou a Selá.    13Viveu Arfaxade, depois que gerou a Selá, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.    14Selá viveu trinta anos, e gerou a Eber.    15Viveu Selá, depois que gerou a Eber, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.    16Eber viveu trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue.    17Viveu Eber, depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.    18Pelegue viveu trinta anos, e gerou a Reú.    19Viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos; e gerou filhos e filhas.    20Reú viveu trinta e dois anos, e gerou a Serugue.    21Viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.    22Serugue viveu trinta anos, e gerou a Naor.    23Viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos; e gerou filhos e filhas.    24Naor viveu vinte e nove anos, e gerou a Tera.    25Viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos; e gerou filhos e filhas.    26Tera viveu setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a Harã.    27Estas são as gerações de Tera: Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló.    28Harã morreu antes de seu pai Tera, na terra do seu nascimento, em Ur dos Caldeus.    29Abrão e Naor tomaram mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher do Naor era Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá.    30Sarai era estéril; não tinha filhos.    31Tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, a fim de ir para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e ali habitaram.    32Foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e morreu Tera em Harã.   

Chapter 12

1Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.    2Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.    3Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.    4Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.    5Abrão levou consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhes acresceram em Harã; e saíram a fim de irem à terra de Canaã; e à terra de Canaã chegaram.    6Passou Abrão pela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de Moré. Nesse tempo estavam os cananeus na terra.    7Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: ë tua semente darei esta terra. Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera.    8Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou a sua tenda, ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.    9Depois continuou Abrão o seu caminho, seguindo ainda para o sul.    10Ora, havia fome naquela terra; Abrão, pois, desceu ao Egito, para peregrinar ali, porquanto era grande a fome na terra.    11Quando ele estava prestes a entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista;    12e acontecerá que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é mulher dele. E me matarão a mim, mas a ti te guardarão em vida.    13Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma em atenção a ti.    14E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios que a mulher era mui formosa.    15Até os príncipes de Faraó a viram e gabaram-na diante dele; e foi levada a mulher para a casa de Faraó.    16E ele tratou bem a Abrão por causa dela; e este veio a ter ovelhas, bois e jumentos, servos e servas, jumentas e camelos.    17Feriu, porém, o Senhor a Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão.    18Então chamou Faraó a Abrão, e disse: Que é isto que me fizeste? por que não me disseste que ela era tua mulher?    19Por que disseste: E minha irmã? de maneira que a tomei para ser minha mulher. Agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te.    20E Faraó deu ordens aos seus guardas a respeito dele, os quais o despediram a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha.   

Chapter 13

1Subiu, pois, Abrão do Egito para o Negebe, levando sua mulher e tudo o que tinha, e Ló o acompanhava.    2Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro.    3Nas suas jornadas subiu do Negebe para Betel, até o lugar onde outrora estivera a sua tenda, entre Betel e Ai,    4até o lugar do altar, que dantes ali fizera; e ali invocou Abrão o nome do Senhor.    5E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas.    6Ora, a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos.    7Pelo que houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam na terra.    8Disse, pois, Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos.    9Porventura não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se tu escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, irei eu para a esquerda.    10Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar.    11E Ló escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro.    12Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma.    13Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o Senhor.    14E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente;    15porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.    16E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser contado o pó da terra, então também poderá ser contada a tua descendência.    17Levanta-te, percorre esta terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a darei a ti.    18Então mudou Abrão as suas tendas, e foi habitar junto dos carvalhos de Manre, em Hebrom; e ali edificou um altar ao Senhor.   

Chapter 14

1Aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goiim,    2que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar).    3Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado).    4Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao décimo terceiro ano rebelaram-se.    5Por isso, ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, aos zuzins em Hão, aos emins em Savé-Quiriataim,    6e aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã, que está junto ao deserto.    7Depois voltaram e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas, e também dos amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar.    8Então saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim,    9contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goiim, Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco.    10Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para o monte.    11Tomaram, então, todos os bens de Sodoma e de Gomorra com todo o seu mantimento, e se foram.    12Tomaram também a Ló, filho do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens dele, e partiram.    13Então veio um que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu. Ora, este habitava junto dos carvalhos de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner; estes eram aliados de Abrão.    14Ouvindo, pois, Abrão que seu irmão estava preso, levou os seus homens treinados, nascidos em sua casa, em número de trezentos e dezoito, e perseguiu os reis até Dã.    15Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.    16Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os bens dele, e também as mulheres e o povo.    17Depois que Abrão voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma, no vale de Savé (que é o vale do rei).    18Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo;    19e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!    20E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.    21Então o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas; e os bens toma-os para ti.    22Abrão, porém, respondeu ao rei de Sodoma: Levanto minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra,    23jurando que não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;    24salvo tão somente o que os mancebos comeram, e a parte que toca aos homens Aner, Escol e Manre, que foram comigo; que estes tomem a sua parte.   

Chapter 15

1Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo.    2Então disse Abrão: Ó Senhor Deus, que me darás, visto que morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno Eliézer?    3Disse mais Abrão: A mim não me tens dado filhos; eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.    4Ao que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que sair das tuas entranhas, esse será o teu herdeiro.    5Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.    6E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça.    7Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para te dar esta terra em herança.    8Ao que lhe perguntou Abrão: Ó Senhor Deus, como saberei que hei de herdá-la?    9Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.    10Ele, pois, lhe trouxe todos estes animais, partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.    11E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.    12Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas.    13Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos;    14sabe também que eu julgarei a nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens.    15Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado.    16Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.    17Quando o sol já estava posto, e era escuro, eis um fogo fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre aquelas metades.    18Naquele mesmo dia fez o Senhor um pacto com Abrão, dizendo: Â tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates;    19e o queneu, o quenizeu, o cadmoneu,    20o heteu, o perizeu, os refains,    21o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu.   

Chapter 16

1Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos. Tinha ela uma serva egípcia, que se chamava Agar.    2Disse Sarai a Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de ter filhos; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos por meio dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.    3Assim Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar a egípcia, sua serva, e a deu por mulher a Abrão seu marido, depois de Abrão ter habitado dez anos na terra de Canaã.    4E ele conheceu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.    5Então disse Sarai a Abrão: Sobre ti seja a afronta que me é dirigida a mim; pus a minha serva em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou desprezada aos seus olhos; o Senhor julgue entre mim e ti.    6Ao que disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está nas tuas mãos; faze-lhe como bem te parecer. E Sarai maltratou-a, e ela fugiu de sua face.    7Então o anjo do Senhor, achando-a junto a uma fonte no deserto, a fonte que está no caminho de Sur,    8perguntou-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vieste, e para onde vais? Respondeu ela: Da presença de Sarai, minha senhora, vou fugindo.    9Disse-lhe o anjo do Senhor: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo das suas mãos.    10Disse-lhe mais o anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, de modo que não será contada, por numerosa que será.    11Disse-lhe ainda o anjo do Senhor: Eis que concebeste, e terás um filho, a quem chamarás Ismael; porquanto o Senhor ouviu a tua aflição.    12Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.    13E ela chamou, o nome do Senhor, que com ela falava, El-Rói; pois disse: Não tenho eu também olhado neste lugar para aquele que me vê?    14Pelo que se chamou aquele poço Beer-Laai-Rói; ele está entre Cades e Berede.    15E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão pôs o nome de Ismael no seu filho que tivera de Agar.    16Ora, tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu Ismael.   

Chapter 17

1Quando Abrão tinha noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê perfeito;    2e firmarei o meu pacto contigo, e sobremaneira te multiplicarei.    3Ao que Abrão se prostrou com o rosto em terra, e Deus falou-lhe, dizendo:    4Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de muitas nações;    5não mais serás chamado Abrão, mas Abraão será o teu nome; pois por pai de muitas nações te hei posto;    6far-te-ei frutificar sobremaneira, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;    7estabelecerei o meu pacto contigo e com a tua descendência depois de ti em suas gerações, como pacto perpétuo, para te ser por Deus a ti e à tua descendência depois de ti.    8Dar-te-ei a ti e à tua descendência depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu Deus.    9Disse mais Deus a Abraão: Ora, quanto a ti, guardarás o meu pacto, tu e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.    10Este é o meu pacto, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: todo varão dentre vugar para aquele que me    11Circuncidar-vos-eis na carne do prepúcio; e isto será por sinal de pacto entre mim e vós.    12Â idade de oito dias, todo varão dentre vós será circuncidado, por todas as vossas gerações, tanto o nascido em casa como o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua linhagem.    13Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; assim estará o meu pacto na vossa carne como pacto perpétuo.    14Mas o incircunciso, que não se circuncidar na carne do prepúcio, essa alma será extirpada do seu povo; violou o meu pacto.    15Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua, mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porem Sara será o seu nome.    16Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela.    17Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará à luz Sara, que tem noventa anos?    18Depois disse Abraão a Deus: Oxalá que viva Ismael diante de ti!    19E Deus lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe chamarás Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele.    20E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis que o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e multiplicá-lo-ei grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação.    21O meu pacto, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro.    22Ao acabar de falar com Abraão, subiu Deus diante dele.    23Logo tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa e a todos os comprados por seu dinheiro, todo varão entre os da casa de Abraão, e lhes circuncidou a carne do prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus lhe ordenara.    24Abraão tinha noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do prepúcio;    25E Ismael, seu filho, tinha treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do prepúcio.    26No mesmo dia foram circuncidados Abraão e seu filho Ismael.    27E todos os homens da sua casa, assim os nascidos em casa, como os comprados por dinheiro ao estrangeiro, foram circuncidados com ele.   

Chapter 18

1Depois apareceu o Senhor a Abraão junto aos carvalhos de Manre, estando ele sentado à porta da tenda, no maior calor do dia.    2Levantando Abraão os olhos, olhou e eis três homens de pé em frente dele. Quando os viu, correu da porta da tenda ao seu encontro, e prostrou-se em terra,    3e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.    4Eia, traga-se um pouco d'água, e lavai os pés e recostai-vos debaixo da árvore;    5e trarei um bocado de pão; refazei as vossas forças, e depois passareis adiante; porquanto por isso chegastes ate o vosso servo. Responderam-lhe: Faze assim como disseste.    6Abraão, pois, apressou-se em ir ter com Sara na tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze bolos.    7Em seguida correu ao gado, apanhou um bezerro tenro e bom e deu-o ao criado, que se apressou em prepará-lo.    8Então tomou queijo fresco, e leite, e o bezerro que mandara preparar, e pôs tudo diante deles, ficando em pé ao lado deles debaixo da árvore, enquanto comiam.    9Perguntaram-lhe eles: Onde está Sara, tua mulher? Ele respondeu: Está ali na tenda.    10E um deles lhe disse: certamente tornarei a ti no ano vindouro; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara estava escutando à porta da tenda, que estava atrás dele.    11Ora, Abraão e Sara eram já velhos, e avançados em idade; e a Sara havia cessado o incômodo das mulheres.    12Sara então riu-se consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor ja velho?    13Perguntou o Senhor a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: É verdade que eu, que sou velha, darei à luz um filho?    14Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor? Ao tempo determinado, no ano vindouro, tornarei a ti, e Sara terá um filho.    15Então Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto ela teve medo. Ao que ele respondeu: Não é assim; porque te riste.    16E levantaram-se aqueles homens dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, para os encaminhar.    17E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço,    18visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra?    19Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.    20Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito,    21descerei agora, e verei se em tudo têm praticado segundo o seu clamor, que a mim tem chegado; e se não, sabê-lo-ei.    22Então os homens, virando os seus rostos dali, foram-se em direção a Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante do Senhor.    23E chegando-se Abraão, disse: Destruirás também o justo com o ímpio?    24Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que ali estão?    25Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio, de modo que o justo seja como o ímpio; esteja isto longe de ti. Não fará justiça o juiz de toda a terra?    26Então disse o Senhor: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei o lugar todo por causa deles.    27Tornou-lhe Abraão, dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.    28Se porventura de cinqüenta justos faltarem cinco, destruirás toda a cidade por causa dos cinco? Respondeu ele: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.    29Continuou Abraão ainda a falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? Mais uma vez assentiu: Por causa dos quarenta não o farei.    30Disse Abraão: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar. Se porventura se acharem ali trinta? De novo assentiu: Não o farei, se achar ali trinta.    31Tornou Abraão: Eis que outra vez me a atrevi a falar ao Senhor. Se porventura se acharem ali vinte? Respondeu-lhe: Por causa dos vinte não a destruirei.    32Disse ainda Abraão: Ora, não se ire o Senhor, pois só mais esta vez falarei. Se porventura se acharem ali dez? Ainda assentiu o Senhor: Por causa dos dez não a destruirei.    33E foi-se o Senhor, logo que acabou de falar com Abraão; e Abraão voltou para o seu lugar.   

Chapter 19

1Â tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra,    2e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os pés; de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. Responderam eles: Não; antes na praça passaremos a noite.    3Entretanto, Ló insistiu muito com eles, pelo que foram com ele e entraram em sua casa; e ele lhes deu um banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram.    4Mas antes que se deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;    5e, chamando a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que entraram esta noite em tua casa? Traze-os cá fora a nós, para que os conheçamos.    6Então Ló saiu-lhes à porta, fechando-a atrás de si,    7e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais tão perversamente;    8eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram varão; eu vo-las trarei para fora, e lhes fareis como bem vos parecer: somente nada façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu telhado.    9Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é, sobre Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta.    10Aqueles homens, porém, estendendo as mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa, e fecharam a porta;    11e feriram de cegueira os que estavam do lado de fora, tanto pequenos como grandes, de maneira que cansaram de procurar a porta.    12Então disseram os homens a Ló: Tens mais alguém aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens na cidade, tira-os para fora deste lugar;    13porque nós vamos destruir este lugar, porquanto o seu clamor se tem avolumado diante do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo.    14Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava zombando.    15E ao amanhecer os anjos apertavam com Ló, dizendo: levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo da cidade.    16Ele, porém, se demorava; pelo que os homens pegaram-lhe pela mão a ele, à sua mulher, e às suas filhas, sendo-lhe misericordioso o Senhor. Assim o tiraram e o puseram fora da cidade.    17Quando os tinham tirado para fora, disse um deles: Escapa-te, salva tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças.    18Respondeu-lhe Ló: Ah, assim não, meu Senhor!    19Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e tens engrandecido a tua misericórdia que a mim me fizeste, salvando-me a vida; mas eu não posso escapar-me para o monte; não seja caso me apanhe antes este mal, e eu morra.    20Eis ali perto aquela cidade, para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu me escape para lá (porventura não é pequena?), e viverá a minha alma.    21Disse-lhe: Quanto a isso também te hei atendido, para não subverter a cidade de que acabas de falar.    22Apressa-te, escapa-te para lá; porque nada poderei fazer enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar.    23Tinha saído o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.    24Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra.    25E subverteu aquelas cidades e toda a planície, e todos os moradores das cidades, e o que nascia da terra.    26Mas a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida em uma estátua de sal.    27E Abraão levantou-se de madrugada, e foi ao lugar onde estivera em pé diante do Senhor;    28e, contemplando Sodoma e Gomorra e toda a terra da planície, viu que subia da terra fumaça como a de uma fornalha.    29Ora, aconteceu que, destruindo Deus as cidades da planície, lembrou-se de Abraão, e tirou Ló do meio da destruição, ao subverter aquelas cidades em que Ló habitara.    30E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas.    31Então a primogênita disse à menor: Nosso pai é já velho, e não há varão na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra;    32vem, demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.    33Deram, pois, a seu pai vinho a beber naquela noite; e, entrando a primogênita, deitou-se com seu pai; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.    34No dia seguinte disse a primogênita à menor: Eis que eu ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe vinho a beber também esta noite; e então, entrando tu, deita-te com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.    35Tornaram, pois, a dar a seu pai vinho a beber também naquela noite; e, levantando-se a menor, deitou-se com ele; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.    36Assim as duas filhas de Ló conceberam de seu pai.    37A primogênita deu a luz a um filho, e chamou-lhe Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje.    38A menor também deu à luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.   

Chapter 20

1Partiu Abraão dali para a terra do Negebe, e habitou entre Cades e Sur; e peregrinou em Gerar.    2E havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã; enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara.    3Deus, porém, veio a Abimeleque, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Eis que estás para morrer por causa da mulher que tomaste; porque ela tem marido.    4Ora, Abimeleque ainda não se havia chegado a ela: perguntou, pois: Senhor matarás porventura tambem uma nação justa?    5Não me disse ele mesmo: É minha irmã? e ela mesma me disse: Ele é meu irmão; na sinceridade do meu coração e na inocência das minhas mãos fiz isto.    6Ao que Deus lhe respondeu em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la;    7agora, pois, restitui a mulher a seu marido, porque ele é profeta, e intercederá por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.    8Levantou-se Abimeleque de manhã cedo e, chamando a todos os seus servos, falou-lhes aos ouvidos todas estas palavras; e os homens temeram muito.    9Então chamou Abimeleque a Abraão e lhe perguntou: Que é que nos fizeste? e em que pequei contra ti, para trazeres sobre mim o sobre o meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste o que não se deve fazer.    10Perguntou mais Abimeleque a Abraão: Com que intenção fizeste isto?    11Respondeu Abraão: Porque pensei: Certamente não há temor de Deus neste lugar; matar-me-ão por causa da minha mulher.    12Além disso ela é realmente minha irmã, filha de meu pai, ainda que não de minha mãe; e veio a ser minha mulher.    13Quando Deus me fez sair errante da casa de meu pai, eu lhe disse a ela: Esta é a graça que me farás: em todo lugar aonde formos, dize de mim: Ele é meu irmão.    14Então tomou Abimeleque ovelhas e bois, e servos e servas, e os deu a Abraão; e lhe restituiu Sara, sua mulher;    15e disse-lhe Abimeleque: Eis que a minha terra está diante de ti; habita onde bem te parecer.    16E a Sara disse: Eis que tenho dado a teu irmão mil moedas de prata; isso te seja por véu dos olhos a todos os que estão contigo; e perante todos estás reabilitada.    17Orou Abraão a Deus, e Deus sarou Abimeleque, e a sua mulher e as suas servas; de maneira que tiveram filhos;    18porque o Senhor havia fechado totalmente todas as madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão.   

Chapter 21

1O Senhor visitou a Sara, como tinha dito, e lhe fez como havia prometido.    2Sara concebeu, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, de que Deus lhe falara;    3e, Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque.    4E Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando tinha oito dias, conforme Deus lhe ordenara.    5Ora, Abraão tinha cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.    6Pelo que disse Sara: Deus preparou riso para mim; todo aquele que o ouvir, se rirá comigo.    7E acrescentou: Quem diria a Abraão que Sara havia de amamentar filhos? no entanto lhe dei um filho na sua velhice.    8cresceu o menino, e foi desmamado; e Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.    9Ora, Sara viu brincando o filho de Agar a egípcia, que esta dera à luz a Abraão.    10Pelo que disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não será herdeiro com meu filho, com Isaque.    11Pareceu isto bem duro aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.    12Deus, porém, disse a Abraão: Não pareça isso duro aos teus olhos por causa do moço e por causa da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.    13Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto ele é da tua linhagem.    14Então se levantou Abraão de manhã cedo e, tomando pão e um odre de àgua, os deu a Agar, pondo-os sobre o ombro dela; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu e foi andando errante pelo deserto de Beer-Seba.    15E consumida a água do odre, Agar deitou o menino debaixo de um dos arbustos,    16e foi assentar-se em frente dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e chorou.    17Mas Deus ouviu a voz do menino; e o anjo de Deus, bradando a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens, Agar? não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está.    18Ergue-te, levanta o menino e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.    19E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino.    20Deus estava com o menino, que cresceu e, morando no deserto, tornou-se flecheiro.    21Ele habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe uma mulher da terra do Egito.    22Naquele mesmo tempo Abimeleque, com Ficol, o chefe do seu exército, falou a Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;    23agora pois, jura-me aqui por Deus que não te haverás falsamente comigo, nem com meu filho, nem com o filho do meu filho; mas segundo a beneficência que te fiz, me farás a mim, e à terra onde peregrinaste.    24Respondeu Abraão: Eu jurarei.    25Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque, por causa de um poço de água, que os servos de Abimeleque haviam tomado à força.    26Respondeu-lhe Abimeleque: Não sei quem fez isso; nem tu mo fizeste saber, nem tampouco ouvi eu falar nisso, senão hoje.    27Tomou, pois, Abraão ovelhas e bois, e os deu a Abimeleque; assim fizeram entre, si um pacto.    28Pôs Abraão, porém, à parte sete cordeiras do rebanho.    29E perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam estas sete cordeiras que puseste à parte?    30Respondeu Abraão: Estas sete cordeiras receberás da minha mão para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço.    31Pelo que chamou aquele lugar Beer-Seba, porque ali os dois juraram.    32Assim fizeram uma pacto em Beer-Seba. Depois se levantaram Abimeleque e Ficol, o chefe do seu exército, e tornaram para a terra dos filisteus.    33Abraão plantou uma tamargueira em Beer-Seba, e invocou ali o nome do Senhor, o Deus eterno.    34E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias.   

Chapter 22

1Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este respondeu: Eis-me aqui.    2Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.    3Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera.    4Ao terceiro dia levantou Abraão os olhos, e viu o lugar de longe.    5E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o mancebo iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a vós.    6Tomou, pois, Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o cutelo, e foram caminhando juntos.    7Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?    8Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos.    9Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha.    10E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho.    11Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui.    12Então disse o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho.    13Nisso levantou Abraão os olhos e olhou, e eis atrás de si um carneiro embaraçado pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho.    14Pelo que chamou Abraão àquele lugar Jeová-Jiré; donde se diz até o dia de hoje: No monte do Senhor se proverá.    15Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde o céu,    16e disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu filho, o teu único filho,    17que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;    18e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.    19Então voltou Abraão aos seus moços e, levantando-se, foram juntos a Beer-Seba; e Abraão habitou em Beer-Seba.    20Depois destas coisas anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também Milca tem dado à luz filhos a Naor, teu irmão:    21Uz o seu primogênito, e Buz seu irmão, e Quemuel, pai de Arão,    22e Quesede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.    23E Betuel gerou a Rebeca. Esses oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.    24E a sua concubina, que se chamava Reumá, também deu à luz a Teba, Gaão, Taás e Maacá.   

Chapter 23

1Ora, os anos da vida de Sara foram cento e vinte e sete.    2E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio Abraão lamentá-la e chorar por ela:    3Depois se levantou Abraão de diante do seu morto, e falou aos filhos de Hete, dizendo:    4Estrangeiro e peregrino sou eu entre vós; dai-me o direito de um lugar de sepultura entre vós, para que eu sepulte o meu morto, removendo-o de diante da minha face.    5Responderam-lhe os filhos de Hete:    6Ouve-nos, senhor; príncipe de Deus és tu entre nós; enterra o teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrares o teu morto.    7Então se levantou Abraão e, inclinando-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete,    8falou-lhes, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e intercedei por mim junto a Efrom, filho de Zoar,    9para que ele me dê a cova de Macpela, que possui no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de vós.    10Ora, Efrom estava sentado no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, o heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, isto é, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo:    11Não, meu senhor; ouve-me. O campo te dou, também te dou a cova que nele está; na presença dos filhos do meu povo ta dou; sepulta o teu morto.    12Então Abraão se inclinou diante do povo da terra,    13e falou a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Se te agrada, peço-te que me ouças. Darei o preço do campo; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto.    14Respondeu Efrom a Abraão:    15Meu senhor, ouve-me. Um terreno do valor de quatrocentos siclos de prata! que é isto entre mim e ti? Sepulta, pois, o teu morto.    16E Abraão ouviu a Efrom, e pesou-lhe a prata de que este tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda corrente entre os mercadores.    17Assim o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava, e todo o arvoredo que havia nele, por todos os seus limites ao redor, se confirmaram    18a Abraão em possessão na presença dos filhos de Hete, isto é, de todos os que entravam pela porta da sua cidade.    19Depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.    20Assim o campo e a cova que nele estava foram confirmados a Abraão pelos filhos de Hete em possessão de sepultura.   

Chapter 24

1Ora, Abraão era já velho e de idade avançada; e em tudo o Senhor o havia abençoado.    2E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão debaixo da minha coxa,    3para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito;    4mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque.    5Perguntou-lhe o servo: Se porventura a mulher não quiser seguir-me a esta terra, farei, então, tornar teu filho à terra donde saíste?    6Respondeu-lhe Abraão: Guarda-te de fazeres tornar para lá meu filho.    7O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: Â tua o semente darei esta terra; ele enviará o seu anjo diante de si, para que tomes de lá mulher para meu filho.    8Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não farás meu filho tornar para lá.    9Então pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio.    10Tomou, pois, o servo dez dos camelos do seu senhor, porquanto todos os bens de seu senhor estavam em sua mão; e, partindo, foi para a Mesopotâmia, à cidade de Naor.    11Fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto ao poço de água, pela tarde, à hora em que as mulheres saíam a tirar água.    12E disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência para com o meu senhor Abraão.    13Eis que eu estou em pé junto à fonte, e as filhas dos homens desta cidade vêm saindo para tirar água;    14faze, pois, que a donzela a quem eu disser: Abaixa o teu cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela responder: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; seja aquela que designaste para o teu servo Isaque. Assim conhecerei que usaste de benevolência para com o meu senhor.    15Antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o ombro.    16A donzela era muito formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu.    17Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Deixa-me beber, peço-te, um pouco de água do teu cântaro.    18Respondeu ela: Bebe, meu senhor. Então com presteza abaixou o seu cântaro sobre a mão e deu-lhe de beber.    19E quando acabou de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber.    20Também com presteza despejou o seu cântaro no bebedouro e, correndo outra vez ao poço, tirou água para todos os camelos dele.    21E o homem a contemplava atentamente, em silêncio, para saber se o Senhor havia tornado próspera a sua jornada, ou não.    22Depois que os camelos acabaram de beber, tomou o homem um pendente de ouro, de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro;    23e perguntou: De quem és filha? dize-mo, peço-te. Há lugar em casa de teu pai para nós pousarmos?    24Ela lhe respondeu: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.    25Disse-lhe mais: Temos palha e forragem bastante, e lugar para pousar.    26Então inclinou-se o homem e adorou ao Senhor;    27e disse: Bendito seja o Senhor Deus de meu senhor Abraão, que não retirou do meu senhor a sua benevolência e a sua verdade; quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor.    28A donzela correu, e relatou estas coisas aos da casa de sua mãe.    29Ora, Rebeca tinha um irmão, cujo nome era Labão, o qual saiu correndo ao encontro daquele homem até a fonte;    30porquanto tinha visto o pendente, e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, e ouvido as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele homem; e foi ter com o homem, que estava em pé junto aos camelos ao lado da fonte.    31E disse: Entra, bendito do Senhor; por que estás aqui fora? pois eu já preparei a casa, e lugar para os camelos.    32Então veio o homem à casa, e desarreou os camelos; deram palha e forragem para os camelos e água para lavar os pés dele e dos homens que estavam com ele.    33Depois puseram comida diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha exposto a minha incumbência. Respondeu-lhe Labão: Fala.    34Então disse: Eu sou o servo de Abraão.    35O Senhor tem abençoado muito ao meu senhor, o qual se tem engrandecido; deu-lhe rebanhos e gado, prata e ouro, escravos e escravas, camelos e jumentos.    36E Sara, a mulher do meu senhor, mesmo depois, de velha deu um filho a meu senhor; e o pai lhe deu todos os seus bens.    37Ora, o meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito;    38irás, porém, à casa de meu pai, e à minha parentela, e tomarás mulher para meu filho.    39Então respondi ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher.    40Ao que ele me disse: O Senhor, em cuja presença tenho andado, enviará o seu anjo contigo, e prosperará o teu caminho; e da minha parentela e da casa de meu pai tomarás mulher para meu filho;    41então serás livre do meu juramento, quando chegares à minha parentela; e se não ta derem, livre serás do meu juramento.    42E hoje cheguei à fonte, e disse: Senhor, Deus de meu senhor Abraão, se é que agora prosperas o meu caminho, o qual venho seguindo,    43eis que estou junto à fonte; faze, pois, que a donzela que sair para tirar água, a quem eu disser: Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água do teu cântaro,    44e ela me responder: Bebe tu, e também tirarei água para os teus camelos; seja a mulher que o Senhor designou para o filho de meu senhor.    45Ora, antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o ombro, desceu à fonte e tirou água; e eu lhe disse: Dá-me de beber, peço-te.    46E ela, com presteza, abaixou o seu cântaro do ombro, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; assim bebi, e ela deu também de beber aos camelos.    47Então lhe perguntei: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que Milca lhe deu. Então eu lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras sobre as mãos;    48e, inclinando-me, adorei e bendisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me havia conduzido pelo caminho direito para tomar para seu filho a filha do irmão do meu senhor.    49Agora, pois, se vós haveis de usar de benevolência e de verdade para com o meu senhor, declarai-mo; e se não, também mo declarai, para que eu vá ou para a direita ou para a esquerda.    50Então responderam Labão e Betuel: Do Senhor procede este negócio; nós não podemos falar-te mal ou bem.    51Eis que Rebeca está diante de ti, toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o Senhor.    52Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles, prostrou-se em terra diante do Senhor:    53e tirou o servo jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe.    54Então comeram e beberam, ele e os homens que com ele estavam, e passaram a noite. Quando se levantaram de manhã, disse o servo: Deixai-me ir a meu senhor.    55Disseram o irmão e a mãe da donzela: Fique ela conosco alguns dias, pelo menos dez dias; e depois irá.    56Ele, porém, lhes respondeu: Não me detenhas, visto que o Senhor me tem prosperado o caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.    57Disseram-lhe: chamaremos a donzela, e perguntaremos a ela mesma.    58Chamaram, pois, a Rebeca, e lhe perguntaram: Irás tu com este homem; Respondeu ela: Irei.    59Então despediram a Rebeca, sua irmã, e à sua ama e ao servo de Abraão e a seus homens;    60e abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irmã nossa, sê tu a mãe de milhares de miríades, e possua a tua descendência a porta de seus aborrecedores!    61Assim Rebeca se levantou com as suas moças e, montando nos camelos, seguiram o homem; e o servo, tomando a Rebeca, partiu.    62Ora, Isaque tinha vindo do caminho de Beer-Laai-Rói; pois habitava na terra do Negebe.    63Saíra Isaque ao campo à tarde, para meditar; e levantando os olhos, viu, e eis que vinham camelos.    64Rebeca também levantou os olhos e, vendo a Isaque, saltou do camelo    65e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? respondeu o servo: É meu senhor. Então ela tomou o véu e se cobriu.    66Depois o servo contou a Isaque tudo o que fizera.    67Isaque, pois, trouxe Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe; tomou-a e ela lhe foi por mulher; e ele a amou. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.   

Chapter 25

1Ora, Abraão tomou outra mulher, que se chamava Quetura.    2Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá.    3Jocsã gerou a Seba e Dedã. Os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim e Leumim.    4Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Hanoque, Abidá e Eldá; todos estes foram filhos de Quetura.    5Abraão, porém, deu tudo quanto possuía a Isaque;    6no entanto aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra oriental.    7Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que ele viveu: cento e setenta e, cinco anos.    8E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo.    9Então Isaque e Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, que estava em frente de Manre,    10o campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado Abraão, e Sara, sua mulher.    11Depois da morte de Abraão, Deus abençoou a Isaque, seu filho; e habitava Isaque junto a Beer-Laai-Rói.    12Estas são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Agar, a egípcia, serva de Sara, lhe deu;    13e estes são os nomes dos filhos de Ismael pela sua ordem, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar, Abdeel, Mibsão,    14Misma, Dumá, Massá,    15Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.    16Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus acampamentos: doze príncipes segundo as suas tribos.    17E estes são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e sete anos; e ele expirou e, morrendo, foi cogregado ao seu povo.    18Eles então habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, como quem vai em direção da Assíria; assim Ismael se estabeleceu diante da face de todos os seus irmãos.    19E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;    20e Isaque tinha quarenta anos quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, arameu.    21Ora, Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.    22E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor.    23Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.    24Cumpridos que foram os dias para ela dar à luz, eis que havia gêmeos no seu ventre.    25Saiu o primeiro, ruivo, todo ele como um vestido de pelo; e chamaram-lhe Esaú.    26Depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; pelo que foi chamado Jacó. E Isaque tinha sessenta anos quando Rebeca os deu à luz.    27Cresceram os meninos; e Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; mas Jacó, homem sossegado, que habitava em tendas.    28Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó.    29Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado;    30e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou Edom.    31Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura.    32Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?    33Ao que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.    34Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.   

Chapter 26

1Sobreveio à terra uma fome, além da primeira, que ocorreu nos dias de Abraão. Por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.    2E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser;    3peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que descenderem de ti, darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai;    4e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e lhe darei todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as naçoes da terra;    5porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.    6Assim habitou Isaque em Gerar.    7Então os homens do lugar perguntaram-lhe acerca de sua mulher, e ele respondeu: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura, dizia ele, não me matassem os homens daquele lugar por amor de Rebeca; porque era ela formosa à vista.    8Ora, depois que ele se demorara ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca, sua mulher.    9Então chamou Abimeleque a Isaque, e disse: Eis que na verdade é tua mulher; como pois disseste: E minha irmã? Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por sua causa.    10Replicou Abimeleque: Que é isso que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com tua mulher, e tu terias trazido culpa sobre nós.    11E Abimeleque ordenou a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar neste homem ou em sua mulher, certamente morrerá.    12Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o abençoou.    13E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se tornou mui poderoso;    14e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de serviço; de modo que os filisteus o invejavam.    15Ora, todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai Abraão, os filisteus entulharam e encheram de terra.    16E Abimeleque disse a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.    17Então Isaque partiu dali e, acampando no vale de Gerar, lá habitou.    18E Isaque tornou a cavar os poços que se haviam cavado nos dias de Abraão seu pai, pois os filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão; e deu-lhes os nomes que seu pai lhes dera.    19Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas.    20E os pastores de Gerar contenderam com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. E ele chamou ao poço Eseque, porque contenderam com ele.    21Então cavaram outro poço, pelo qual também contenderam; por isso chamou-lhe Sitna.    22E partiu dali, e cavou ainda outro poço; por este não contenderam; pelo que chamou-lhe Reobote, dizendo: Pois agora o Senhor nos deu largueza, e havemos de crescer na terra.    23Depois subiu dali a Beer-Seba.    24E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por amor do meu servo Abraão.    25Isaque, pois, edificou ali um altar e invocou o nome do Senhor; então armou ali a sua tenda, e os seus servos cavaram um poço.    26Então Abimeleque veio a ele de Gerar, com Aüzate, seu amigo, e Ficol, o chefe do seu exército.    27E perguntou-lhes Isaque: Por que viestes ter comigo, visto que me odiais, e me repelistes de vós?    28Responderam eles: Temos visto claramente que o Senhor é contigo, pelo que dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos um pacto contigo,    29que não nos farás mal, assim como nós não te havemos tocado, e te fizemos somente o bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do Senhor.    30Então Isaque lhes deu um banquete, e comeram e beberam.    31E levantaram-se de manhã cedo e juraram de parte a parte; depois Isaque os despediu, e eles se despediram dele em paz.    32Nesse mesmo dia vieram os servos de Isaque e deram-lhe notícias acerca do poço que haviam cavado, dizendo-lhe: Temos achado água.    33E ele chamou o poço Seba; por isso é o nome da cidade Beer-Seba até o dia de hoje.    34Ora, quando Esaú tinha quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, o heteu e a Basemate, filha de Elom, o heteu.    35E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.   

Chapter 27

1Quando Isaque já estava velho, e se lhe enfraqueciam os olhos, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! Ele lhe respondeu: Eis-me aqui!    2Disse-lhe o pai: Eis que agora estou velho, e não sei o dia da minha morte;    3toma, pois, as tuas armas, a tua aljava e o teu arco; e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça;    4e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; a fim de que a minha alma te abençoe, antes que morra.    5Ora, Rebeca estava escutando quando Isaque falou a Esaú, seu filho. Saiu, pois, Esaú ao campo para apanhar caça e trazê-la.    6Disse então Rebeca a Jacó, seu filho: Eis que ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, dizendo:    7Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante do Senhor, antes da minha morte.    8Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te ordeno:    9Vai ao rebanho, e traze-me de lá das cabras dois bons cabritos; e eu farei um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;    10e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma, a fim de te abençoar antes da sua morte.    11Respondeu, porém, Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é peludo, e eu sou liso.    12Porventura meu pai me apalpará e serei a seus olhos como enganador; assim trarei sobre mim uma maldição, e não uma bênção.    13Respondeu-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim caia essa maldição; somente obedece à minha voz, e vai trazer-mos.    14Então ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez um guisado saboroso como seu pai gostava.    15Depois Rebeca tomou as melhores vestes de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho mais moço;    16com as peles dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço;    17e pôs o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó, seu filho.    18E veio Jacó a seu pai, e chamou: Meu pai! E ele disse:  Eis-me aqui; quem és tu, meu filho?   19Respondeu Jacó a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te, pois, senta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.    20Perguntou Isaque a seu filho: Como é que tão depressa a achaste, filho meu? Respondeu ele: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro.    21Então disse Isaque a Jacó: Chega-te, pois, para que eu te apalpe e veja se és meu filho Esaú mesmo, ou não.    22chegou-se Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.    23E não o reconheceu, porquanto as suas mãos estavam peludas, como as de Esaú seu irmão; e abençoou-o.    24No entanto perguntou: Tu és mesmo meu filho Esaú? E ele declarou: Eu o sou.    25Disse-lhe então seu pai: Traze-mo, e comerei da caça de meu filho, para que a minha alma te abençoe: E Jacó lho trouxe, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu.    26Disse-lhe mais Isaque, seu pai: Aproxima-te agora, e beija-me, meu filho.    27E ele se aproximou e o beijou; e seu pai, sentindo-lhe o cheiro das vestes o abençoou, e disse: Eis que o cheiro de meu filho é como o cheiro de um campo que o Senhor abençoou.    28Que Deus te dê do orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e abundância de trigo e de mosto;    29sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; sejam malditos os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.    30Tão logo Isaque acabara de abençoar a Jacó, e este saíra da presença de seu pai, chegou da caça Esaú, seu irmão;    31e fez também ele um guisado saboroso e, trazendo-o a seu pai, disse-lhe: Levantate, meu pai, e come da caça de teu filho, para que a tua alma me abençoe.    32Perguntou-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? Respondeu ele: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú.    33Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.    34Esaú, ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai!    35Respondeu Isaque: Veio teu irmão e com sutileza tomou a tua bênção.    36Disse Esaú: Não se chama ele com razão Jacó, visto que já por duas vezes me enganou? tirou-me o direito de primogenitura, e eis que agora me tirou a bênção. E perguntou: Não reservaste uma bênção para mim?    37Respondeu Isaque a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido. Que, pois, poderei eu fazer por ti, meu filho?    38Disse Esaú a seu pai: Porventura tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a voz, e chorou.    39Respondeu-lhe Isaque, seu pai: Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, longe do orvalho do alto céu;    40pela tua espada viverás, e a teu irmão, serviras; mas quando te tornares impaciente, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço.    41Esaú, pois, odiava a Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu irmão.    42Ora, foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; pelo que ela mandou chamar Jacó, seu filho mais moço, e lhe disse: Eis que Esaú teu irmão se consola a teu respeito, propondo matar-te.    43Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz; levanta-te, refugia-te na casa de Labão, meu irmão, em Harã,    44e demora-te com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão;    45até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e ele se esqueça do que lhe fizeste; então mandarei trazer-te de lá; por que seria eu desfilhada de vós ambos num só dia?    46E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher dentre as filhas de Hete, tais como estas, dentre as filhas desta terra, para que viverei?   

Chapter 28

1Isaque, pois, chamou Jacó, e o abençoou, e ordenou-lhe, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de Canaã.    2Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher dentre as filhas de Labão, irmão de tua mãe.    3Deus Todo-Poderoso te abençoe, te faça frutificar e te multiplique, para que venhas a ser uma multidão de povos; seu    4e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que herdes a terra de tuas peregrinaçoes, que Deus deu a Abraão.    5Assim despediu Isaque a Jacó, o qual foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.    6Ora, viu Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar de lá mulher para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de Canaã,    7e que Jacó, obedecendo a seu pai e a sua mãe, fora a Padã- Arã;    8vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai,    9foi-se Esaú a Ismael e, além das mulheres que já tinha, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote.    10Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a Harã;    11e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e, tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitou-se ali para dormir.    12Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;    13por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência;    14e a tua descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.    15Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado.    16Ao acordar Jacó do seu sono, disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia.    17E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.    18Jacó levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que pusera debaixo da cabeça, e a pôs como coluna; e derramou-lhe azeite em cima.    19E chamou aquele lugar Betel; porém o nome da cidade antes era Luz.    20Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir,    21de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus,    22então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.   

Chapter 29

1Então pôs-se Jacó a caminho e chegou à terra dos filhos do Oriente.    2E olhando, viu ali um poço no campo, e três rebanhos de ovelhas deitadas junto dele; pois desse poço se dava de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.    3Ajuntavam-se ali todos os rebanhos; os pastores removiam a pedra da boca do poço, davam de beber às ovelhas e tornavam a pôr a pedra no seu lugar sobre a boca do poço.    4Perguntou-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? Responderam eles: Somos de Harã.    5Perguntou-lhes mais: Conheceis a Labão, filho de Naor; Responderam: Conhecemos.    6Perguntou-lhes ainda: vai ele bem? Responderam: Vai bem; e eis ali Raquel, sua filha, que vem chegando com as ovelhas.    7Disse ele: Eis que ainda vai alto o dia; não é hora de se ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.    8Responderam: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e seja removida a pedra da boca do poço; assim é que damos de beber às ovelhas.    9Enquanto Jacó ainda lhes falava, chegou Raquel com as ovelhas de seu pai; porquanto era ela quem as apascentava.    10Quando Jacó viu a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou-se, revolveu a pedra da boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.    11Então Jacó beijou a Raquel e, levantando a voz, chorou.    12E Jacó anunciou a Raquel que ele era irmão de seu pai, e que era filho de Rebeca. Raquel, pois foi correndo para anunciá-lo a, seu pai.    13Quando Labão ouviu essas novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, abraçou-o, beijou-o e o levou à sua casa. E Jacó relatou a Labão todas essas, coisas.    14Disse-lhe Labão: Verdadeiramente tu és meu osso e minha carne. E Jacó ficou com ele um mês inteiro.    15Depois perguntou Labão a Jacó: Por seres meu irmão hás de servir-me de graça? Declara-me, qual será o teu salário?    16Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o da mais moça Raquel.    17Léia tinha os olhos enfermos, enquanto que Raquel era formosa de porte e de semblante.    18Jacó, porquanto amava a Raquel, disse: Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais moça.    19Respondeu Labão: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro; fica comigo.    20Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava.    21Então Jacó disse a Labão: Dá-me minha mulher, porque o tempo já está cumprido; para que eu a tome por mulher.    22Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar, e fez um banquete.    23Â tarde tomou a Léia, sua filha e a trouxe a Jacó, que esteve com ela.    24E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha.    25Quando amanheceu, eis que era Léia; pelo que perguntou Jacó a Labão: Que é isto que me fizeste? Porventura não te servi em troca de Raquel? Por que, então, me enganaste?    26Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da primogênita.    27Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo trabalho de outros sete anos que ainda me servirás.    28Assim fez Jacó, e cumpriu a semana de Léia; depois Labão lhe deu por mulher sua filha Raquel.    29E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.    30Então Jacó esteve também com Raquel; e amou a Raquel muito mais do que a Léia; e serviu com Labão ainda outros sete anos.    31Viu, pois, o Senhor que Léia era desprezada e tornou-lhe fecunda a madre; Raquel, porém, era estéril.    32E Léia concebeu e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição; agora me amará meu marido.    33Concebeu outra vez, e deu à luz um filho; e disse: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, deu-me também este. E lhe chamou Simeão.    34Concebeu ainda outra vez e deu à luz um filho e disse: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Portanto lhe chamou Levi.    35De novo concebeu e deu à luz um filho; e disse: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso lhe chamou Judá. E cessou de ter filhos.   

Chapter 30

1Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão eu morro.    2Então se acendeu a ira de Jacó contra Raquel; e disse: Porventura estou eu no lugar de Deus que te impediu o fruto do ventre?    3Respondeu ela: Eis aqui minha serva Bila; recebe-a por mulher, para que ela dê à luz sobre os meus joelhos, e eu deste modo tenha filhos por ela.    4Assim lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a conheceu.    5Bila concebeu e deu à luz um filho a Jacó.    6Então disse Raquel: Julgou-me Deus; ouviu a minha voz e me deu um filho; pelo que lhe chamou Dã.    7E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez e deu à luz um segundo filho a Jacó.    8Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã, e tenho vencido; e chamou-lhe Naftali.    9Também Léia, vendo que cessara de ter filhos, tomou a Zilpa, sua serva, e a deu a Jacó por mulher.    10E Zilpa, serva de Léia, deu à luz um filho a Jacó.    11Então disse Léia: Afortunada! e chamou-lhe Gade.    12Depois Zilpa, serva de Léia, deu à luz um segundo filho a Jacó.    13Então disse Léia: Feliz sou eu! porque as filhas me chamarão feliz; e chamou-lhe Aser.    14Ora, saiu Rúben nos dias da ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia: Dá-me, peço, das mandrágoras de teu filho.    15Ao que lhe respondeu Léia: É já pouco que me hajas tirado meu marido? queres tirar também as mandrágoras de meu filho? Prosseguiu Raquel: Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.    16Quando, pois, Jacó veio à tarde do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: Hás de estar comigo, porque certamente te aluguei pelas mandrágoras de meu filho. E com ela deitou-se Jacó aquela noite.    17E ouviu Deus a Léia, e ela concebeu e deu a Jacó um quinto filho.    18Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, porquanto dei minha serva a meu marido. E chamou ao filho Issacar.    19Concebendo Léia outra vez, deu a Jacó um sexto filho;    20e disse: Deus me deu um excelente dote; agora morará comigo meu marido, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom.    21Depois. disto deu à luz uma filha, e chamou-lhe Diná.    22Também lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a tornou fecunda.    23De modo que ela concebeu e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus o opróbrio.    24E chamou-lhe José, dizendo: Acrescente-me o Senhor ainda outro filho.    25Depois que Raquel deu à luz a José, disse Jacó a Labão: Despede-me a fim de que eu vá para meu lugar e para minha terra.    26Dá-me as minhas mulheres, e os meus filhos, pelas quais te tenho servido, e deixame ir; pois tu sabes o serviço que te prestei.    27Labão lhe respondeu: Se tenho achado graça aos teus olhos, fica comigo; pois tenho percebido que o Senhor me abençoou por amor de ti.    28E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei.    29Ao que lhe respondeu Jacó: Tu sabes como te hei servido, e como tem passado o teu gado comigo.    30Porque o pouco que tinhas antes da minha vinda tem se multiplicado abundantemente; e o Senhor te tem abençoado por onde quer que eu fui. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa?    31Insistiu Labão: Que te darei? Então respondeu Jacó: Não me darás nada; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho se me fizeres isto:    32Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os escuros entre as ovelhas, e os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário.    33De modo que responderá por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres ver o meu salário assim exposto diante de ti: tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e escuro entre as ovelhas, esse, se for achado comigo, será tido por furtado.    34Concordou Labão, dizendo: Seja conforme a tua palavra.    35E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia algum branco, e todos os escuros entre os cordeiros e os deu nas mãos de seus filhos;    36e pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.    37Então tomou Jacó varas verdes de estoraque, de amendoeira e de plátano e, descascando nelas riscas brancas, descobriu o branco que nelas havia;    38e as varas que descascara pôs em frente dos rebanhos, nos cochos, isto é, nos bebedouros, onde os rebanhos bebiam; e conceberam quando vinham beber.    39Os rebanhos concebiam diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.    40Então separou Jacó os cordeiros, e fez os rebanhos olhar para os listrados e para todos os escuros no rebanho de Labão; e pôs seu rebanho à parte, e não pôs com o rebanho de Labão.    41e todas as vezes que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas nos bebedouros, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas;    42mas quando era fraco o rebanho, ele não as punha. Assim as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacó.    43E o homem se enriqueceu sobremaneira, e teve grandes rebanhos, servas e servos, camelos e jumentos.   

Chapter 31

1Jacó, entretanto, ouviu as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem levado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai adquiriu ele todas estas, riquezas.    2Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como dantes.    3Disse o Senhor, então, a Jacó: Volta para a terra de teus pais e para a tua parentela; e eu serei contigo.    4Pelo que Jacó mandou chamar a Raquel e a Léia ao campo, onde estava o seu rebanho,    5e lhes disse: vejo que o rosto de vosso pai para comigo não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo.    6Ora, vós mesmas sabeis que com todas as minhas forças tenho servido a vosso pai.    7Mas vosso pai me tem enganado, e dez vezes mudou o meu salário; Deus, porém, não lhe permitiu que me fizesse mal.    8Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então todo o rebanho dava salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então todo o rebanho dava listrados.    9De modo que Deus tem tirado o gado de vosso pai, e mo tem dado a mim.    10Pois sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, levantei os olhos e num sonho vi que os bodes que cobriam o rebanho eram listrados, salpicados e malhados.    11Disse-me o anjo de Deus no sonho: Jacó! Eu respondi: Eis-me aqui.    12Prosseguiu o anjo: Levanta os teus olhos e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te vem fazendo.    13Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te, pois, sai-te desta terra e volta para a terra da tua parentela.    14Então lhe responderam Raquel e Léia: Temos nós ainda parte ou herança na casa de nosso pai?    15Não somos tidas por ele como estrangeiras? pois nos vendeu, e consumiu todo o nosso preço.    16Toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; portanto, faze tudo o que Deus te mandou.    17Levantou-se, pois, Jacó e fez montar seus filhos e suas mulheres sobre os camelos;    18e levou todo o seu gado, e toda a sua fazenda, que havia adquirido, o gado que possuía, que havia adquirido em Padã-Arã, a fim de ir ter com Isaque, seu pai, à terra de Canaã.    19Ora, tendo Labão ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel furtou os ídolos que pertenciam a seu pai.    20Jacó iludiu a Labão, o arameu, não lhe fazendo saber que fugia;    21e fugiu com tudo o que era seu; e, levantando-se, passou o Rio, e foi em direção à montanha de Gileade.    22Ao terceiro dia foi Labão avisado de que Jacó havia fugido.    23Então, tomando consigo seus irmãos, seguiu atrás de Jacó jornada de sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade.    24Mas Deus apareceu de noite em sonho a Labão, o arameu, e disse-lhe: Guardate, que não fales a Jacó nem bem nem mal.    25Alcançou, pois, Labão a Jacó. Ora, Jacó tinha armado a sua tenda na montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua tenda na montanha de Gileade.    26Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me iludiste e levaste minhas filhas como cativas da espada?    27Por que fuizeste ocultamente, e me iludiste e não mo fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria e com cânticos, ao som de tambores e de harpas;    28Por que não me permitiste beijar meus filhos e minhas filhas? Ora, assim procedeste nesciamente.    29Está no poder da minha mão fazer-vos o mal, mas o Deus de vosso pai falou-me ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.    30Mas ainda que quiseste ir embora, porquanto tinhas saudades da casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?    31Respondeu-lhe Jacó: Porque tive medo; pois dizia comigo que tu me arrebatarias as tuas filhas.    32Com quem achares os teus deuses, porém, esse não viverá; diante de nossos irmãos descobre o que é teu do que está comigo, e leva-o contigo. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.    33Entrou, pois, Labão na tenda de Jacó, na tenda de Léia e na tenda das duas servas, e não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de Raquel.    34Ora, Raquel havia tomado os ídolos e os havia metido na albarda do camelo, e se assentara em cima deles. Labão apalpou toda a tenda, mas não os achou.    35E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, por eu não me poder levantar na tua presença, pois estou com o incômodo das mulheres. Assim ele procurou, mas não achou os ídolos.    36Então irou-se Jacó e contendeu com Labão, dizendo: Qual é a minha transgressão? qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?    37Depois de teres apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis da tua casar. Põe-no aqui diante de meus irmãos e de teus irmãos, para que eles julguem entre nós ambos.    38Estes vinte anos estive eu contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho.    39Não te trouxe eu o despedaçado; eu sofri o dano; da minha mão requerias tanto o furtado de dia como o furtado de noite.    40Assim andava eu; de dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o sono me fugia dos olhos.    41Estive vinte anos em tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; dez vezes mudaste o meu salário.    42Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque não fora por mim, certamente hoje me mandarias embora vazio. Mas Deus tem visto a minha aflição e o trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.    43Respondeu-lhe Labão: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é meu rebanho, e tudo o que vês é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou aos filhos que elas tiveram?    44Agora pois vem, e façamos um pacto, eu e tu; e sirva ele de testemunha entre mim e ti.    45Então tomou Jacó uma pedra, e a erigiu como coluna.    46E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras. Tomaram, pois, pedras e fizeram um montão, e ali junto ao montão comeram.    47Labão lhe chamou Jegar-Saaduta, e Jacó chamou-lhe Galeede.    48Disse, pois, Labão: Este montão é hoje testemunha entre mim e ti. Por isso foi chamado Galeede;    49e também Mizpá, porquanto disse: Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do outro.    50Se afligires as minhas filhas, e se tomares outras mulheres além das minhas filhas, embora ninguém esteja conosco, lembra-te de que Deus é testemunha entre mim e ti.    51Disse ainda Labão a Jacó: Eis aqui este montão, e eis aqui a coluna que levantei entre mim e ti.    52Seja este montão testemunha, e seja esta coluna testemunha de que, para mal, nem passarei eu deste montão a ti, nem passarás tu deste montão e desta coluna a mim.    53O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai deles, julgue entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de seu pai Isaque.    54Então Jacó ofereceu um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos para comerem pão; e, tendo comido, passaram a noite na montanha.    55Levantou-se Labão de manhã cedo, beijou seus filhos e suas filhas e os abençoou; e, partindo, voltou para o seu lugar.   

Chapter 32

1Jacó também seguiu o seu caminho; e encontraram-no os anjos de Deus.    2Quando Jacó os viu, disse: Este é o exército de Deus. E chamou àquele lugar Maanaim.    3Então enviou Jacó mensageiros diante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, o território de Edom,    4tendo-lhes ordenado: Deste modo falareis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e com ele fiquei até agora;    5e tenho bois e jumentos, rebanhos, servos e servas; e mando comunicar isso a meu senhor, para achar graça aos teus olhos.    6Depois os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: Fomos ter com teu irmão Esaú; e, em verdade, vem ele para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.    7Jacó teve muito medo e ficou aflito; dividiu em dois bandos o povo que estava com ele, bem como os rebanhos, os bois e os camelos;    8pois dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro bando escapará.    9Disse mais Jacó: o Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Volta para a tua terra, e para a tua parentela, e eu te farei bem!    10Não sou digno da menor de todas as tuas beneficências e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; porque com o meu cajado passei este Jordão, e agora volto em dois bandos.    11Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque eu o temo; acaso não venha ele matar-me, e a mãe com os filhos.    12Pois tu mesmo disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua descendência como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar.    13Passou ali aquela noite; e do que tinha tomou um presente para seu irmão Esaú:    14duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros,    15trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos.    16Então os entregou nas mãos dos seus servos, cada manada em separado; e disse a seus servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre manada e manada.    17E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar e te perguntar: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes diante de ti?    18Então responderás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú, e eis que ele vem também atrás dé nos.    19Ordenou igualmente ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás das manadas, dizendo: Desta maneira falareis a Esaú quando o achardes.    20E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Aplacá-lo-ei com o presente, que vai adiante de mim, e depois verei a sua face; porventura ele me aceitará.    21Foi, pois, o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no arraial.    22Naquela mesma noite levantou-se e, tomando suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos, passou o vau de Jaboque.    23Tomou-os, e fê-los passar o ribeiro, e fez passar tudo o que tinha.    24Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia.    25Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele.    26Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares.    27Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Jacó.    28Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido.    29Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou.    30Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada.    31E nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna.    32Por isso os filhos de Israel não comem até o dia de hoje o nervo do quadril, que está sobre a juntura da coxa, porquanto o homem tocou a juntura da coxa de Jacó no nervo do quadril.   

Chapter 33

1Levantou Jacó os olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então repartiu os filhos entre Léia, e Raquel, e as duas servas.    2Pôs as servas e seus filhos na frente, Léia e seus filhos atrás destes, e Raquel e José por últimos.    3Mas ele mesmo passou adiante deles, e inclinou-se em terra sete vezes, até chegar perto de seu irmão.    4Então Esaú correu-lhe ao encontro, abraçou-o, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou; e eles choraram.    5E levantando Esaú os olhos, viu as mulheres e os meninos, e perguntou: Quem são estes contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos que Deus bondosamente tem dado a teu servo.    6Então chegaram-se as servas, elas e seus filhos, e inclinaram-se.    7Chegaram-se também Léia e seus filhos, e inclinaram-se; depois chegaram-se José e Raquel e se inclinaram.    8Perguntou Esaú: Que queres dizer com todo este bando que tenho encontrado? Respondeu Jacó: Para achar graça aos olhos de meu senhor.    9Mas Esaú disse: Tenho bastante, meu irmão; seja teu o que tens.    10Replicou-lhe Jacó: Não, mas se agora tenho achado graça aos teus olhos, aceita o presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tu te agradaste de mim.    11Aceita, peço-te, o meu presente, que eu te trouxe; porque Deus tem sido bondoso para comigo, e porque tenho de tudo. E insistiu com ele, e ele o aceitou.    12Então Esaú disse: Ponhamo-nos a caminho e vamos; eu irei adiante de ti.    13Respondeu-lhe Jacó: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forem obrigadas a caminhar demais por um só dia, todo o rebanho morrerá.    14Passe o meu senhor adiante de seu servo; e eu seguirei, conduzindo-os calmamente, conforme o passo do gado que está diante de mim, e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir.    15Ao que disse Esaú: Permite ao menos que eu deixe contigo alguns da minha gente. Replicou Jacó: Para que? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor.    16Assim tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho em direção a Seir.    17Jacó, porém, partiu para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez barracas para o seu gado; por isso o lugar se chama Sucote.    18Depois chegou Jacó em paz à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando veio de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade.    19E comprou a parte do campo, em que estendera a sua tenda, dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro.    20Então levantou ali um altar, e chamou-lhe o El-Eloé-Israel.   

Chapter 34

1Diná, filha de Léia, que esta tivera de Jacó, saiu para ver as filhas da terra.    2Viu-a Siquém, filho de Hamor o heveu, príncipe da terra; e, tomando-a, deitou-se com ela e humilhou-a.    3Assim se apegou a sua alma a Diná, filha de Jacó, e, amando a donzela, falou-lhe afetuosamente.    4Então disse Siquém a Hamor seu pai: Consegue-me esta donzela por mulher.    5Ora, Jacó ouviu que Siquém havia contaminado a Diná sua filha. Entretanto, estando seus filhos no campo com o gado, calou-se Jacó até que viessem.    6Hamor, pai de Siquém, saiu a fim de falar com Jacó.    7Os filhos de Jacó, pois, vieram do campo logo que souberam do caso; e entristeceram-se e iraram-se muito, porque Siquém havia cometido uma insensatez em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, coisa que não se devia fazer.    8Então falou Hamor com eles, dizendo: A alma de meu filho Siquém afeiçoou-se fortemente a vossa filha; dai-lha, peço-vos, por mulher.    9Também aparentai-vos conosco; dai-nos as vossas filhas e recebei as nossas.    10Assim habitareis conosco; a terra estará diante de vós; habitai e negociai nela, e nela adquiri propriedades.    11Depois disse Siquém ao pai e aos irmãos dela: Ache eu graça aos vossos olhos, e darei o que me disserdes;    12exigi de mim o que quiserdes em dote e presentes, e darei o que me pedirdes; somente dai-me a donzela por mulher.    13Então os filhos de Jacó, respondendo, falaram enganosamente a Siquém e a Hamor, seu pai, porque Siquém havia contaminado a Diná, sua irmã,    14e lhes disseram: Não podemos fazer p isto, dar a nossa irmã a um homem incircunciso; porque isso seria uma vergonha para nós.    15Sob esta única condição consentiremos; se vos tornardes como nós, circuncidando-se todo varão entre vós;    16então vos daremos nossas filhas a vós, e receberemos vossas filhas para nós; assim habitaremos convosco e nos tornaremos um só povo.    17Mas se não nos ouvirdes, e não vos circuncidardes, levaremos nossa filha e nos iremos embora.    18E suas palavras agradaram a Hamor e a Siquém, seu filho.    19Não tardou, pois, o mancebo em fazer isso, porque se agradava da filha de Jacó. Era ele o mais honrado de toda a casa de seu pai.    20Vieram, pois, Hamor e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade, e falaram aos homens da cidade, dizendo:    21Estes homens são pacíficos para conosco; portanto habitem na terra e negociem nela, pois é bastante espaçosa para eles. Recebamos por mulheres as suas filhas, e lhes demos as nossas.    22Mas sob uma única condição é que consentirão aqueles homens em habitar conosco para nos tornarmos um só povo: se todo varão entre nós se circuncidar, como eles são circuncidados.    23O seu gado, as suas aquisições, e todos os seus animais, não serão nossos? consintamos somente com eles, e habitarão conosco.    24E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo varão, todos os que saíam pela porta da sua cidade.    25Ao terceiro dia, quando os homens estavam doridos, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, entraram na cidade com toda a segurança e mataram todo varão.    26Mataram também ao fio da espada a Hamor e a Siquém, seu filho; e, tirando Diná da casa de Siquém, saíram.    27Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto haviam contaminado a sua irmã.    28Tomaram-lhes os rebanhos, os bois, os jumentos, e o que havia tanto na cidade como no campo;    29e todos os seus bens, e todos os seus pequeninos, e as suas mulheres, levaram por presa; e despojando as casas, levaram tudo o que havia nelas.    30Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me perturbado, fazendo-me odioso aos habitantes da terra, aos cananeus e perizeus. Tendo eu pouca gente, eles se ajuntarão e me ferirão; e serei destruído, eu com minha casa.    31Ao que responderam: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?   

Chapter 35

1Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da face de Esaú, teu irmão.    2Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos e mudai as vossas vestes.    3Levantemo-nos, e subamos a Betel; ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho por onde andei.    4Entregaram, pois, a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham nas mãos, e as arrecadas que pendiam das suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém.    5Então partiram; e o terror de Deus sobreveio às cidades que lhes estavam ao redor, de modo que não perseguiram os filhos de Jacó.    6Assim chegou Jacó à Luz, que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que estava com ele.    7Edificou ali um altar, e chamou ao lugar El-Betel; porque ali Deus se lhe tinha manifestado quando fugia da face de seu irmão.    8Morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho, ao qual se chamou Alom-Bacute.    9Apareceu Deus outra vez a Jacó, quando ele voltou de Padã-Arã, e o abençoou.    10E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. Chamou-lhe Israel.    11Disse-lhe mais: Eu sou Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos;    12a terra que dei a Abraão e a Isaque, a ti a darei; também à tua descendência depois de ti a darei.    13E Deus subiu dele, do lugar onde lhe falara.    14Então Jacó erigiu uma coluna no lugar onde Deus lhe falara, uma coluna de pedra; e sobre ela derramou uma libação e deitou-lhe também azeite;    15e Jacó chamou Betel ao lugar onde Deus lhe falara.    16Depois partiram de Betel; e, faltando ainda um trecho pequeno para chegar a Efrata, Raquel começou a sentir dores de parto, e custou-lhe o dar à luz.    17Quando ela estava nas dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho.    18Então Raquel, ao sair-lhe a alma (porque morreu), chamou ao filho Benôni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.    19Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata (esta é Bete-Leém).    20E Jacó erigiu uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje.    21Então partiu Israel, e armou a sua tenda além de Migdal-Eder.    22Quando Israel habitava naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. Eram doze os filhos de Jacó:    23Os filhos de Léia: Rúben o primogênito de Jacó, depois Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom;    24os filhos de Raquel: José e Benjamim;    25os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;    26os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.    27Jacó veio a seu pai Isaque, a Manre, a Quiriate-Arba (esta é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque.    28Foram os dias de Isaque cento e oitenta anos;    29e, exalando o espírito, morreu e foi congregado ao seu povo, velho e cheio de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.   

Chapter 36

1Estas são as gerações de Esaú (este é Edom):    2Esaú tomou dentre as filhas de Canaã suas mulheres: Ada, filha de Elom o heteu, e Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão o heveu,    3e Basemate, filha de Ismael, irmã de Nebaiote.    4Ada teve de Esaú a Elifaz, e Basemate teve a Reuel; e Aolíbama teve a Jeús, Jalão e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã.    6Depois Esaú tomou suas mulheres, seus filhos, suas filhas e todas as almas de sua casa, seu gado, todos os seus animais e todos os seus bens, que havia adquirido na terra de Canaã, e foi-se para outra terra, apartando-se de seu irmão Jacó.    7Porque os seus bens eram abundantes demais para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa do seu gado.    8Portanto Esaú habitou no monte de Seir; Esaú é Edom.    9Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, no monte de Seir:    10Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú.    11E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gatã e Quenaz.    12Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque. São esses os filhos de Ada, mulher de Esaú.    13Foram estes os filhos de Reuel: Naate e Zerá, Sama e Mizá. Foram esses os filhos de Basemate, mulher de Esaú.    14Estes foram os filhos de Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão, mulher de Esaú: ela teve de Esaú Jeús, Jalão e Corá.    15São estes os chefes dos filhos de Esaú: dos filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, os chefes Temã, Omar, Zefô, Quenaz,    16Corá, Gatã e Amaleque. São esses os chefes que nasceram a Elifaz na terra de Edom; esses são os filhos de Ada.    17Estes são os filhos de Reuel, filho de Esaú: os chefes Naate, Zerá, Sama e Mizá; esses são os chefes que nasceram a Reuel na terra de Edom; esses são os filhos de Basemate, mulher de Esaú.    18Estes são os filhos de Aolíbama, mulher de Esaú: os chefes Jeús, Jalão e Corá; esses são os chefes que nasceram a líbama, filha de Ana, mulher de Esaú.    19Esses são os filhos de Esaú, e esses seus príncipes: ele é Edom.    20São estes os filhos de Seir, o horeu, moradores da terra: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,    21Disom, Eser e Disã; esses são os chefes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom.    22Os filhos de Lotã foram: Hori e Hemã; e a irmã de Lotã era Timna.    23Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onão.    24Estes são os filhos de Zibeão: Aías e Anás; este é o Anás que achou as fontes termais no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai.    25São estes os filhos de Ana: Disom e Aolíbama, filha de Ana.    26São estes os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.    27Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.    28Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.    29Estes são os chefes dos horeus: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,    30Disom, Eser e Disã; esses são os chefes dos horeus que governaram na terra de Seir.    31São estes os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei algum sobre os filhos de Israel.    32Reinou, pois, em Edom Belá, filho de Beor; e o nome da sua cidade era Dinabá.    33Morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá de Bozra, reinou em seu lugar.    34Morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar.    35Morreu Husão; e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, que feriu a Midiã no campo de Moabe; e o nome da sua cidade era Avite.    36Morreu Hadade; e Sâmela de Masreca reinou em seu lugar.    37Morreu Sâmela; e Saul de Reobote junto ao rio reinou em seu lugar.    38Morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar.    39Morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar; e o nome da sua cidade era Paú; e o nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.    40Estes são os nomes dos chefes dos filhos de Esaú, segundo as suas famílias, segundo os seus lugares, pelos seus nomes: os chefes Timna, Alva, Jetete,    41Aolíbama, Elá, Pinom,    42Quenaz, Temã, Mibzar,    43Magdiel e Irão; esses são os chefes de Edom, segundo as suas habitações, na terra ,da sua possessão. Este é Esaú, pai dos edomeus.   

Chapter 37

1Jacó habitava na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.    2Estas são as gerações de Jacó. José, aos dezessete anos de idade, estava com seus irmãos apascentando os rebanhos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia a seu pai más notícias a respeito deles.    3Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.    4Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiavam-no, e não lhe podiam falar pacificamente.    5José teve um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.    6Pois ele lhes disse: Ouvi, peço-vos, este sonho que tive:    7Estávamos nós atando molhos no campo, e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.    8Responderam-lhe seus irmãos: Tu pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por causa dos seus sonhos e das suas palavras.    9Teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo: Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam perante mim.    10Quando o contou a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é esse que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos com o rosto em terra diante de ti?    11Seus irmãos, pois, o invejavam; mas seu pai guardava o caso no seu coração.    12Ora, foram seus irmãos apascentar o rebanho de seu pai, em Siquém.    13Disse, pois, Israel a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui.    14Disse-lhe Israel: Vai, vê se vão bem teus irmãos, e o rebanho; e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom; e José foi a Siquém.    15E um homem encontrou a José, que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe: Que procuras?    16Respondeu ele: Estou procurando meus irmãos; dize-me, peço-te, onde apascentam eles o rebanho.    17Disse o homem: Foram-se daqui; pois ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos, e os achou em Dotã.    18Eles o viram de longe e, antes que chegasse aonde estavam, conspiraram contra ele, para o matarem,    19dizendo uns aos outros: Eis que lá vem o sonhador!    20Vinde pois agora, fmatemo-lo e lancemo-lo numa das covas; e diremos: uma besta-fera o devorou. Veremos, então, o que será dos seus sonhos.    21Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles, dizendo: Não lhe tiremos a vida.    22Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mão nele. Disse isto para livrá-lo das mãos deles, a fim de restituí-lo a seu pai.    23Logo que José chegou a seus irmãos, estes o despiram da sua túnica, a túnica de várias cores, que ele trazia;    24e tomando-o, lançaram-no na cova; mas a cova estava vazia, não havia água nela.    25Depois sentaram-se para comer; e, levantando os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade; nos seus camelos traziam tragacanto, bálsamo e mirra, que iam levar ao Egito.    26Disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar nosso irmão e encobrir o seu sangue?    27Vinde, vendamo-lo a esses ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque é nosso irmao, nossa carne. E escutaram-no seus irmãos.    28Ao passarem os negociantes midianitas, tiraram José, alçando-o da cova, e venderam-no por vinte siclos de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito.    29Ora, Rúben voltou à cova, e eis que José não estava na cova; pelo que rasgou as suas vestes    30e, tornando a seus irmãos, disse: O menino não aparece; e eu, aonde irei?    31Tomaram, então, a túnica de José, mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.    32Enviaram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai e dizer-lhe: Achamos esta túnica; vê se é a túnica de teu filho, ou não.    33Ele a reconheceu e exclamou: A túnica de meu filho! uma besta-fera o devorou; certamente José foi despedaçado.    34Então Jacó rasgou as suas vestes, e pôs saco sobre os seus lombos e lamentou seu filho por muitos dias.    35E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado, e disse: Na verdade, com choro hei de descer para meu filho até o Seol. Assim o chorou seu pai.    36Os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.   

Chapter 38

1Nesse tempo Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa dum adulamita, que se chamava Hira,    2e viu Judá ali a filha de um cananeu, que se chamava Suá; tomou-a por mulher, e esteve com ela.    3Ela concebeu e teve um filho, e o pai chamou-lhe Er.    4Tornou ela a conceber e teve um filho, a quem ela chamou Onã.    5Teve ainda mais um filho, e chamou-lhe Selá. Estava Judá em Quezibe, quando ela o teve.    6Depois Judá tomou para Er, o seu primogênito, uma mulher, por nome Tamar.    7Ora, Er, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o matou.    8Então disse Judá a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão.    9Onã, porém, sabia que tal descendência não havia de ser para ele; de modo que, toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não dar descendência a seu irmão.    10E o que ele fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que o matou também a ele.    11Então disse Judá a Tamar sua nora: Conserva-te viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser homem; porquanto disse ele: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e morou em casa de seu pai.    12Com o correr do tempo, morreu a filha de Suá, mulher de Judá. Depois de consolado, Judá subiu a Timnate para ir ter com os tosquiadores das suas ovelhas, ele e Hira seu amigo, o adulamita.    13E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timnate para tosquiar as suas ovelhas.    14Então ela se despiu dos vestidos da sua viuvez e se cobriu com o véu, e assim envolvida, assentou-se à porta de Enaim que está no caminho de Timnate; porque via que Selá já era homem, e ela lhe não fora dada por mulher.    15Ao vê-la, Judá julgou que era uma prostituta, porque ela havia coberto o rosto.    16E dirigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me estar contigo; porquanto não sabia que era sua nora. Perguntou-lhe ela: Que me darás, para estares comigo?    17Respondeu ele: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. Perguntou ela ainda: Dar-me-ás um penhor até que o envies?    18Então ele respondeu: Que penhor é o que te darei? Disse ela: O teu selo com a corda, e o cajado que está em tua mão. Ele, pois, lhos deu, e esteve com ela, e ela concebeu dele.    19E ela se levantou e se foi; tirou de si o véu e vestiu os vestidos da sua viuvez.    20Depois Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo o adulamita, para receber o penhor da mão da mulher; porém ele não a encontrou.    21Pelo que perguntou aos homens daquele lugar: Onde está a prostituta que estava em Enaim junto ao caminho? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.    22Voltou, pois, a Judá e disse: Não a achei; e também os homens daquele lugar disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.    23Então disse Judá: Deixa-a ficar com o penhor, para que não caiamos em desprezo; eis que enviei este cabrito, mas tu não a achaste.    24Passados quase três meses, disseram a Judá: Tamar, tua nora, se prostituiu e eis que está grávida da sua prostituição. Então disse Judá: Tirai-a para fora, e seja ela queimada.    25Quando ela estava sendo tirada para fora, mandou dizer a seu sogro: Do homem a quem pertencem estas coisas eu concebi. Disse mais: Reconhece, peço-te, de quem são estes, o selo com o cordão, e o cajado.    26Reconheceu-os, pois, Judá, e disse: Ela é mais justa do que eu, porquanto não a dei a meu filho Selá. E nunca mais a conheceu.    27Sucedeu que, ao tempo de ela dar à luz, havia gêmeos em seu ventre;    28e dando ela à luz, um pôs fora a mão, e a parteira tomou um fio encarnado e o atou em sua mão, dizendo: Este saiu primeiro.    29Mas recolheu ele a mão, e eis que seu irmão saiu; pelo que ela disse: Como tens tu rompido! Portanto foi chamado Pérez.    30Depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio encamado; e foi chamado Zerá.   

Chapter 39

1José foi levado ao Egito; e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o haviam levado para lá.    2Mas o Senhor era com José, e ele tornou-se próspero; e estava na casa do seu senhor, o egípcio.    3E viu o seu senhor que Deus era com ele, e que fazia prosperar em sua mão tudo quanto ele empreendia.    4Assim José achou graça aos olhos dele, e o servia; de modo que o fez mordomo da sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.    5Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo.    6Potifar deixou tudo na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. Ora, José era formoso de porte e de semblante.    7E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os olhos em José, e lhe disse: Deita-te comigo.    8Mas ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe o que está comigo na sua casa, e entregou em minha mão tudo o que tem;    9ele não é maior do que eu nesta casa; e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto és sua mulher. Como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?    10Entretanto, ela instava com José dia após dia; ele, porém, não lhe dava ouvidos, para se deitar com ela, ou estar com ela.    11Mas sucedeu, certo dia, que entrou na casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos homens da casa estava lá dentro.    12Então ela, pegando-o pela capa, lhe disse: Deita-te comigo! Mas ele, deixando a capa na mão dela, fugiu, escapando para fora.    13Quando ela viu que ele deixara a capa na mão dela e fugira para fora,    14chamou pelos homens de sua casa, e disse-lhes: Vede! meu marido trouxe-nos um hebreu para nos insultar; veio a mim para se deitar comigo, e eu gritei em alta voz;    15e ouvigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me deixou, aqui a sua capa e fugiu, escapando para fora.    16Ela guardou a capa consigo, até que o senhor dele voltou a casa.    17Então falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu, que nos trouxeste, veio a mim para me insultar;    18mas, levantando eu a voz e gritando, ele deixou comigo a capa e fugiu para fora.    19Tendo o seu senhor ouvido as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Desta maneira me fez teu servo, a sua ira se acendeu.    20Então o senhor de José o tomou, e o lançou no cárcere, no lugar em que os presos do rei estavam encarcerados; e ele ficou ali no cárcere.    21O Senhor, porém, era com José, estendendo sobre ele a sua benignidade e dando-lhe graça aos olhos do carcereiro,    22o qual entregou na mão de José todos os presos que estavam no cárcere; e era José quem ordenava tudo o que se fazia ali.    23E o carcereiro não tinha cuidado de coisa alguma que estava na mão de José, porquanto o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto ele empreendia.   

Chapter 40

1Depois destas coisas o copeiro do rei do Egito e o seu padeiro ofenderam o seu senhor, o rei do Egito.    2Pelo que se indignou Faraó contra os seus dois oficiais, contra o copeiro-mor e contra o padeiro-mor;    3e mandou detê-los na casa do capitão da guarda, no cárcere onde José estava preso;    4e o capitão da guarda pô-los a cargo de José, que os servia. Assim estiveram por algum tempo em detenção.    5Ora, tiveram ambos um sonho, cada um seu sonho na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam presos no cárcere:    6Quando José veio a eles pela manhã, viu que estavam perturbados:    7Perguntou, pois, a esses oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão os vossos semblantes tão tristes hoje?    8Responderam-lhe: Tivemos um sonho e ninguém há que o interprete. Pelo que lhes disse José: Porventura não pertencem a Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos.    9Então contou o copeiro-mor o seu sonho a José, dizendo-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante de mim,    10e na vide três sarmentos; e, tendo a vide brotado, saíam as suas flores, e os seus cachos produziam uvas maduras.    11O copo de Faraó estava na minha mão; e, tomando as uvas, eu as espremia no copo de Faraó e entregava o copo na mão de Faraó.    12Então disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: Os três sarmentos são três dias;    13dentro de três dias Faraó levantará a tua cabeça, e te restaurará ao teu cargo; e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.    14Mas lembra-te de mim, quando te for bem; usa, peço-te, de compaixão para comigo e faze menção de mim a Faraó e tira-me desta casa;    15porque, na verdade, fui roubado da terra dos hebreus; e aqui também nada tenho feito para que me pusessem na masmorra.    16Quando o padeiro-mor viu que a interpretação era boa, disse a José: Eu também sonhei, e eis que três cestos de pão branco estavam sobre a minha cabeça.    17E no cesto mais alto havia para Faraó manjares de todas as qualidades que fazem os padeiros; e as aves os comiam do cesto que estava sobre a minha cabeça.    18Então respondeu José: Esta é a interpretação do sonho: Os três cestos são três dias;    19dentro de três dias tirará Faraó a tua cabeça, e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti.    20E aconteceu ao terceiro dia, o dia natalício de Faraó, que este deu um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor, e a cabeça do padeiro-mor no meio dos seus servos;    21e restaurou o copeiro-mor ao seu cargo de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó;    22mas ao padeiro-mor enforcou, como José lhes havia interpretado.    23O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.   

Chapter 41

1Passados dois anos inteiros, Faraó sonhou que estava em pé junto ao rio Nilo;    2e eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no carriçal.    3Após elas subiam do rio outras sete vacas, feias à vista e magras de carne; e paravam junto às outras vacas à beira do Nilo.    4E as vacas feias à vista e magras de carne devoravam as sete formosas à vista e gordas. Então Faraó acordou.    5Depois dormiu e tornou a sonhar; e eis que brotavam dum mesmo pé sete espigas cheias e boas.    6Após elas brotavam sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental;    7e as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então Faraó acordou, e eis que era um sonho.    8Pela manhã o seu espírito estava perturbado; pelo que mandou chamar todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas não havia quem lhos interpretasse.    9Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje:    10Estando faraó mui indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do captão da guarda, a mim e ao padeiro-mor.    11Então sonhamos um sonho na mesma noite, eu e ele, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhamos.    12Ora, estava ali conosco um mancebo hbreu, servo do capitão da guarda, ao qual contamos os nossos sonhos, e ele no-los interpretou, a cada um conforme o seu sonho.    13E como ele nos interpretou, assim mesmo foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a ele fez enforcar.    14Então enviou Faraó, e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se e mudou os seus vestidos, e veio a Faraó.    15E Faraó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ri ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas.    16E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó.    17Então disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava em pé na praia do rio,    18E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista, e pastavam no prado.    19E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista, e magras de carne; não tenho visto outras taus, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito    20E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas;    21E entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas; porque o seu parecer era feio como no principio. Então acordei.    22Depois vi em meu sonho, e eis que dum mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas;    23E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas.    24E as sete espigas miudas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.    25Então disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.    26As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só.    27E as sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome.    28Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó.    29E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito    30E depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra:    31e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que seguirá; porquanto será gravíssima.    32Ora, se o sonho foi duplicado a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e ele brevemente a fará.    33Portanto, proveja-se agora Faraó de um homem entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito.    34Faça isto Faraó: nomeie administradores sobre a terra, que tomem a quinta parte dos produtos da terra do Egito nos sete anos de fartura;    35e ajuntem eles todo o mantimento destes bons anos que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades e o guardem;    36assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome.    37Esse parecer foi bom aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus servos.    38Perguntou, pois, Faraó a seus servos: Poderíamos achar um homem como este, em quem haja o espírito de Deus?    39Depois disse Faraó a José: Porquanto Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.    40Tu estarás sobre a minha casa, e por tua voz se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu.    41Disse mais Faraó a José: Vê, eu te hei posto sobre toda a terra do Egito.    42E Faraó tirou da mão o seu anel-sinete e pô-lo na mão de José, vestiu-o de traje de linho fino, e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro.    43Ademais, fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Ajoelhai-vos. Assim Faraó o constituiu sobre toda a terra do Egito.    44Ainda disse Faraó a José: Eu sou Faraó; sem ti, pois, ninguém levantará a mão ou o pé em toda a terra do Egito.    45Faraó chamou a José Zafnate-Paneã, e deu-lhe por mulher Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois saiu José por toda a terra do Egito.    46Ora, José era da idade de trinta anos, quando se apresentou a Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a terra do Egito.    47Durante os sete anos de fartura a terra produziu a mancheias;    48e José ajuntou todo o mantimento dos sete anos, que houve na terra do Egito, e o guardou nas cidades; o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade, guardou-o dentro da mesma.    49Assim José ajuntou muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar; porque não se podia mais contá-lo.    50Antes que viesse o ano da fome, nasceram a José dois filhos, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.    51E chamou José ao primogênito Manassés; porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.    52Ao segundo chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição.    53Acabaram-se, então, os sete anos de fartura que houve na terra do Egito;    54e começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras; porém, em toda a terra do Egito havia pão.    55Depois toda a terra do Egito teve fome, e o povo clamou a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser, fazei.    56De modo que, havendo fome sobre toda a terra, abriu José todos os depósitos, e vendia aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.    57Também de todas as terras vinham ao Egito, para comprarem de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as terras.   

Chapter 42

1Ora, Jacó soube que havia trigo no Egito, e disse a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros?    2Disse mais: Tenho ouvido que há trigo no Egito; descei até lá, e de lá comprai-o para nós, a fim de que vivamos e não morramos.    3Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito.    4Mas a Benjamim, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, pois disse: Para que, porventura, não lhe suceda algum desastre.    5Assim entre os que iam lá, foram os filhos de Israel para comprar, porque havia fome na terra de Canaã.    6José era o governador da terra; era ele quem vendia a todo o povo da terra; e vindo os irmãos de José, prostraram-se diante dele com o rosto em terra.    7José, vendo seus irmãos, reconheceu-os; mas portou-se como estranho para com eles, falou-lhes asperamente e perguntou-lhes: Donde vindes? Responderam eles: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.    8José, pois, reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram.    9Lembrou-se então José dos sonhos que tivera a respeito deles, e disse-lhes: Vós sois espias, e viestes para ver a nudez da terra.    10Responderam-lhe eles: Não, senhor meu; mas teus servos vieram comprar mantimento.    11Nós somos todos filhos de um mesmo homem; somos homens de retidão; os teus servos não são espias.    12Replicou-lhes: Não; antes viestes para ver a nudez da terra.    13Mas eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem da terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, e outro já não existe.    14Respondeu-lhe José: É assim como vos disse; sois espias.    15Nisto sereis provados: Pela vida de Faraó, não saireis daqui, a menos que venha para cá vosso irmão mais novo.    16Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, a fim de serem provadas as vossas palavras, se há verdade convosco; e se não, pela vida de Faraó, vós sois espias.    17E meteu-os juntos na prisão por três dias.    18Ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; porque eu temo a Deus.    19Se sois homens de retidão, que fique um dos irmãos preso na casa da vossa prisão; mas ide vós, levai trigo para a fome de vossas casas,    20e trazei-me o vosso irmão mais novo; assim serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram.    21Então disseram uns aos outros: Nós, na verdade, somos culpados no tocante a nosso irmão, porquanto vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava, e não o quisemos atender; é por isso que vem sobre nós esta angústia.    22Respondeu-lhes Rúben: Não vos dizia eu: Não pequeis contra o menino; Mas não quisestes ouvir; por isso agora é requerido de nós o seu sangue.    23E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles.    24Nisto José se retirou deles e chorou. Depois tornou a eles, falou-lhes, e tomou a Simeão dentre eles, e o amarrou perante os seus olhos.    25Então ordenou José que lhes enchessem de trigo os sacos, que lhes restituíssem o dinheiro a cada um no seu saco, e lhes dessem provisões para o caminho. E assim lhes foi feito.    26Eles, pois, carregaram o trigo sobre os seus jumentos, e partiram dali.    27Quando um deles abriu o saco, para dar forragem ao seu jumento na estalagem, viu o seu dinheiro, pois estava na boca do saco.    28E disse a seus irmãos: Meu dinheiro foi-me devolvido; ei-lo aqui no saco. Então lhes desfaleceu o coração e, tremendo, viravam-se uns para os outros, dizendo: Que é isto que Deus nos tem feito?    29Depois vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã, e contaram-lhe tudo o que lhes acontecera, dizendo:    30O homem, o senhor da terra, falou-nos asperamente, e tratou-nos como espias da terra;    31mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias;    32somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um já não existe e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.    33Respondeu-nos o homem, o senhor da terra: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão: Deixai comigo um de vossos irmãos, levai trigo para a fome de vossas casas, e parti,    34e trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então vos entregarei o vosso irmão e negociareis na terra.    35E aconteceu que, despejando eles os sacos, eis que o pacote de dinheiro de cada um estava no seu saco; quando eles e seu pai viram os seus pacotes de dinheiro, tiveram medo.    36Então Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já não existe, e não existe Simeão, e haveis de levar Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim.    37Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se eu to não tornar a trazer; entrega-o em minha mão, e to tornarei a trazer.    38Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre pelo caminho em que fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza ao Seol.   

Chapter 43

1Ora, a fome era gravíssima na terra.    2Tendo eles acabado de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: voltai, comprai-nos um pouco de alimento.    3Mas respondeu-lhe Judá: Expressamente nos advertiu o homem, dizendo: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco.    4Se queres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento; mas se não queres enviá-lo, não desceremos, porquanto o homem nos disse: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco.    6Perguntou Israel: Por que me fizeste este mal, fazendo saber ao homem que tínheis ainda outro irmão?    7Responderam eles: O homem perguntou particularmente por nós, e pela nossa parentela, dizendo: vive ainda vosso pai? tendes mais um irmão? e respondemos-lhe segundo o teor destas palavras. Podíamos acaso saber que ele diria: Trazei vosso irmão?    8Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o mancebo comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem nossos filhinhos.    9Eu serei fiador por ele; da minha mão o requererás. Se eu to não trouxer, e o não puser diante de ti, serei réu de crime para contigo para sempre.    10E se não nos tivéssemos demorado, certamente já segunda vez estaríamos de volta.    11Então disse-lhes Israel seu pai: Se é sim, fazei isto: tomai os melhores produtos da terra nas vossas vasilhas, e levai ao homem um presente: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, tragacanto e mirra, nozes de fístico e amêndoas;    12levai em vossas mãos dinheiro em dobro; e o dinheiro que foi devolvido na boca dos vossos sacos, tornai a levá-lo em vossas mãos; bem pode ser que fosse engano.    13Levai também vosso irmão; levantai-vos e voltai ao homem;    14e Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que ele deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.    15Tomaram, pois, os homens aquele presente, e dinheiro em dobro nas mãos, e a Benjamim; e, levantando-se desceram ao Egito e apresentaram-se diante de José.    16Quando José viu Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva os homens à casa, mata reses, e apronta tudo; pois eles comerão comigo ao meio-dia.    17E o homem fez como José ordenara, e levou-os à casa de José.    18Então os homens tiveram medo, por terem sido levados à casa de José; e diziam: por causa do dinheiro que da outra vez foi devolvido nos nossos sacos que somos trazidos aqui, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos, tanto a nós como a nossos jumentos.    19Por isso eles se chegaram ao despenseiro da casa de José, e falaram com ele à porta da casa,    20e disseram: Ai! senhor meu, na verdade descemos dantes a comprar mantimento;    21e quando chegamos à estalagem, abrimos os nossos sacos, e eis que o dinheiro de cada um estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos;    22também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o dinheiro em nossos sacos.    23Respondeu ele: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, deu-vos um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro chegou-me às mãos. E trouxe-lhes fora Simeão.    24Depois levou os homens à casa de José, e deu-lhes ãgua, e eles lavaram os pés; também deu forragem aos seus jumentos.    25Então eles prepararam o presente para quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer.    26Quando José chegou em casa, trouxeram-lhe ali o presente que guardavam junto de si; e inclinaram-se a ele até a terra.    27Então ele lhes perguntou como estavam; e prosseguiu: vosso pai, o ancião de quem falastes, está bem? ainda vive?    28Responderam eles: O teu servo, nosso pai, estã bem; ele ainda vive. E abaixaram a cabeça, e inclinaram-se.    29Levantando os olhos, José viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e perguntou: É este o vosso irmão mais novo de quem me falastes? E disse: Deus seja benévolo para contigo, meu filho.    30E José apressou-se, porque se lhe comoveram as entranhas por causa de seu irmão, e procurou onde chorar; e, entrando na sua câmara, chorou ali.    31Depois lavou o rosto, e saiu; e se conteve e disse: Servi a comida.    32Serviram-lhe, pois, a ele à parte, e a eles também à parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque os egípcios não podiam comer com os hebreus, porquanto é isso abominação aos egípcios.    33Sentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura, e o menor segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre si.    34Então ele lhes apresentou as porções que estavam diante dele; mas a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E eles beberam, e se regalaram com ele.   

Chapter 44

1Depois José deu ordem ao despenseiro de sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos dos homens, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do seu saco.    2E a minha taça de prata porãs na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. Assim fez ele conforme a palavra que José havia dito.    3Logo que veio a luz da manhã, foram despedidos os homens, eles com os seus jumentos.    4Havendo eles saído da cidade, mas não se tendo distanciado muito, disse José ao seu despenseiro: Levanta-te e segue os homens; e, alcançando-os, dize-lhes: Por que tornastes o mal pelo bem?    5Não é esta a taça por que bebe meu senhor, e de que se serve para adivinhar? Fizestes mal no que fizestes.    6Então ele, tendo-os alcançado, lhes falou essas mesmas palavras.    7Responderam-lhe eles: Por que falo meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa.    8Eis que o dinheiro, que achamos nas bocas dos nossos sacos, to tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?    9Aquele dos teus servos com quem a taça for encontrada, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor.    10Ao que disse ele: Seja conforme as vossas palavras; aquele com quem a taça for encontrada será meu escravo; mas vós sereis inocentes.    11Então eles se apressaram cada um a pôr em terra o seu saco, e cada um a abri-lo.    12E o despenseiro buscou, começando pelo maior, e acabando pelo mais novo; e achou-se a taça no saco de Benjamim.    13Então rasgaram os seus vestidos e, tendo cada um carregado o seu jumento, voltaram à cidade.    14E veio Judá com seus irmãos à casa de José, pois ele ainda estava ali; e prostraram-se em terra diante dele.    15Logo lhes perguntou José: Que ação é esta que praticastes? não sabeis vós que um homem como eu pode, muito bem, adivinhar?    16Respondeu Judá: Que diremos a meu senhor? que falaremos? e como nos justificaremos? Descobriu Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achada a taça.    17Disse José: Longe esteja eu de fazer isto; o homem em cuja mão a taça foi achada, aquele será meu servo; porém, quanto a vós, subi em paz para vosso pai.    18Então Judà se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor; e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó.    19Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai, ou irmão?    20E respondemos a meu senhor: Temos pai, já velho, e há um filho da sua velhice, um menino pequeno; o irmão deste é morto, e ele ficou o único de sua mãe; e seu pai o ama.    21Então tu disseste a teus servos: Trazei-mo, para que eu ponha os olhos sobre ele.    22E quando respondemos a meu senhor: O menino não pode deixar o seu pai; pois se ele deixasse o seu pai, este morreria;    23replicaste a teus servos: A menos que desça convosco vosso irmão mais novo, nunca mais vereis a minha face.    24Então subimos a teu servo, meu pai, e lhe contamos as palavras de meu senhor.    25Depois disse nosso pai: Tornai, comprai-nos um pouco de mantimento;    26e lhe respondemos: Não podemos descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não podemos ver a face do homem, se nosso irmão menor não estiver conosco.    27Então nos disse teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois filhos;    28um saiu de minha casa e eu disse: certamente foi despedaçado, e não o tenho visto mais;    29se também me tirardes a este, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com tristeza ao Seol.    30Agora, pois, se eu for ter com o teu servo, meu pai, e o menino não estiver conosco, como a sua alma está ligada com a alma dele,    31acontecerá que, vendo ele que o menino ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai com tristeza ao Seol.    32Porque teu servo se deu como fiador pelo menino para com meu pai, dizendo: Se eu to não trouxer de volta, serei culpado, para com meu pai para sempre.    33Agora, pois, fique teu servo em lugar do menino como escravo de meu senhor, e que suba o menino com seus irmãos.    34Porque, como subirei eu a meu pai, se o menino não for comigo? para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.   

Chapter 45

1Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei a todos sair da minha presença; e ninguém ficou com ele, quando se deu a conhecer a seus irmãos.    2E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviram, bem como a casa de Faraó.    3Disse, então, José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, pois estavam pasmados diante dele.    4José disse mais a seus irmãos: Chegai-vos a mim, peço-vos. E eles se chegaram. Então ele prosseguiu: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.    5Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós.    6Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega.    7Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.    8Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito.    9Apressai-vos, subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim disse teu filho José: Deus me tem posto por senhor de toda a terra do Egito; desce a mim, e não te demores;    10habitarás na terra de Gósem e estarás perto de mim, tu e os teus filhos e os filhos de teus filhos, e os teus rebanhos, o teu gado e tudo quanto tens;    11ali te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não sejas reduzido à pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens.    12Eis que os vossos olhos, e os de meu irmão Benjamim, vêem que é minha boca que vos fala.    13Fareis, pois, saber a meu pai toda a minha glória no Egito; e tudo o que tendes visto; e apressar-vos-eis a fazer descer meu pai para cá.    14Então se lançou ao pescoço de Benjamim seu irmão, e chorou; e Benjamim chorou também ao pescoço dele.    15E José beijou a todos os seus irmãos, chorando sobre eles; depois seus irmãos falaram com ele.    16Esta nova se fez ouvir na casa de Faraó: São vindos os irmãos de José; o que agradou a Faraó e a seus servos.    17Ordenou Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais e parti, tornai à terra de Canaã;    18tomai o vosso pai e as vossas familias e vinde a mim; e eu vos darei o melhor da terra do Egito, e comereis da fartura da terra.    19A ti, pois, é ordenado dizer-lhes: Fazei isto: levai vós da terra do Egito carros para vossos meninos e para vossas mulheres; trazei vosso pai, e vinde.    20E não vos pese coisa alguma das vossas alfaias; porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso.    21Assim fizeram os filhos de Israel. José lhes deu carros, conforme o mandado de Faraó, e deu-lhes também provisão para o caminho.    22A todos eles deu, a cada um, mudas de roupa; mas a Benjamim deu trezentas peças de prata, e cinco mudas de roupa.    23E a seu pai enviou o seguinte: dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentas carregadas de trigo, pão e provisão para seu pai, para o caminho.    24Assim despediu seus irmãos e, ao partirem eles, disse-lhes: Não contendais pelo caminho.    25Então subiram do Egito, vieram à terra de Canaã, a Jacó seu pai,    26e lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive, e é governador de toda a terra do Egito. E o seu coração desmaiou, porque não os acreditava.    27Quando, porém, eles lhe contaram todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os carros que José enviara para levá-lo, reanimou-se-lhe o espírito;    28e disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que morra.   

Chapter 46

1Partiu, pois, Israel com tudo quanto tinha e veio a Beer-Seba, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaque.    2Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó: Eis-me aqui.    3E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação.    4Eu descerei contigo para o Egito, e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos.    5Então Jacó se levantou de Beer-Seba; e os filhos de Israel levaram seu pai Jacó, e seus meninos, e as suas mulheres, nos carros que Faraó enviara para o levar.    6Também tomaram o seu gado e os seus bens que tinham adquirido na terra de Canaã, e vieram para o Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele.    7Os seus filhos e os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas e as filhas de seus filhos, e toda a sua descendência, levou-os consigo para o Egito.    8São estes os nomes dos filhos de Israel, que vieram para o Egito, Jacó e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó.    9E os filhos de Rúben: Hanoque, Palu, Hezrom e Carmi.    10E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar, e Saul, filho de uma mulher cananéia.    11E os filhos de Levi: Gérsom, Coate e Merári.    12E os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Pérez e Zerá. Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã. E os filhos de Pérez foram Hezrom e Hamul,    13E os filhos de Issacar: Tola, Puva, Iobe e Sinrom.    14E os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.    15Estes são os filhos de Léia, que ela deu a Jacó em Padã-Arã, além de Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas filhas eram trinta e três.    16E os filhos de Gade: Zifiom, Hagui, Suni, Ezbom, Eri, Arodi e Areli.    17E os filhos de Aser: Imná, Isvá, Isvi e Beria, e Sera, a irmã deles; e os filhos de Beria: Heber e Malquiel.    18Estes são os filhos de Zilpa, a qual Labão deu à sua filha Léia; e estes ela deu a Jacó, ao todo dezesseis almas.    19Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.    20E nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.    21E os filhos de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gêra, Naamã, Eí, Ros, Mupim, Hupim e Arde.    22Estes são os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas.    23E os filhos de Dã: Husim.    24E os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.    25Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu à sua filha Raquel; e estes deu ela a Jacó, ao todo sete almas.    26Todas as almas que vieram com Jacó para o Egito e que saíram da sua coxa, fora as mulheres dos filhos de Jacó, eram todas sessenta e seis almas;    27e os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que vieram para o Egito eram setenta.    28Ora, Jacó enviou Judá adiante de si a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram à terra de Gósen.    29Então José aprontou o seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen; e tendo-se-lhe apresentado, lançou-se ao seu pescoço, e chorou sobre o seu pescoço longo tempo.    30E Israel disse a José: Morra eu agora, já que tenho visto o teu rosto, pois que ainda vives.    31Depois disse José a seus irmãos, e à casa de seu pai: Eu subirei e informarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram para mim.    32Os homens são pastores, que se ocupam em apascentar gado; e trouxeram os seus rebanhos, o seu gado e tudo o que têm.    33Quando, pois, Faraó vos chamar e vos perguntar: Que ocupação é a vossa?    34respondereis: Nós, teus servos, temos sido pastores de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como nossos pais. Isso direis para que habiteis na terra de Gósen; porque todo pastor de ovelhas é abominação para os egípcios.   

Chapter 47

1Então veio José, e informou a Faraó, dizendo: Meu pai e meus irmãos, com seus rebanhos e seu gado, e tudo o que têm, chegaram da terra de Canaã e estão na terra de Gósen.    2E tomou dentre seus irmãos cinco homens e os apresentou a Faraó.    3Então perguntou Faraó a esses irmãos de José: Que ocupação é a vossa; Responderam-lhe: Nós, teus servos, somos pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.    4Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque não há pasto para os rebanhos de teus servos, porquanto a fome é grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te permitas que teus servos habitem na terra de Gósen.    5Então falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmãos vieram a ti;    6a terra do Egito está diante de ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen. E se sabes que entre eles hà homens capazes, põe-nos sobre os pastores do meu gado.    7Também José introduziu a Jacó, seu pai, e o apresentou a Faraó; e Jacó abençoou a Faraó.    8Então perguntou Faraó a Jacó: Quantos são os dias dos anos da tua vida?    9Respondeu-lhe Jacó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus têm sido os dias dos anos da minha vida, e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais nos dias das suas peregrinações.    10E Jacó abençoou a Faraó, e saiu da sua presença.    11José, pois, estabeleceu a seu pai e seus irmãos, dando-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara.    12E José sustentou de pão seu pai, seus irmãos e toda a casa de seu pai, segundo o número de seus filhos.    13Ora, não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui grave; de modo que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da fome.    14Então José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito, e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro à casa de Faraó.    15Quando se acabou o dinheiro na terra do Egito, e na terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: Dà-nos pão; por que morreremos na tua presença? porquanto o dinheiro nos falta.    16Respondeu José: Trazei o vosso gado, e vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.    17Então trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão em troca dos cavalos, e das ovelhas, e dos bois, e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano em troca de todo o seu gado.    18Findo aquele ano, vieram a José no ano seguinte e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que o nosso dinheiro está todo gasto; as manadas de gado jà pertencem a meu senhor; e nada resta diante de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra;    19por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e a nossa terra em troca de pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó; dá-nos também semente, para que vivamos e não morramos, e para que a terra não fique desolada.    20Assim José comprou toda a terra do Egito para Faraó; porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome lhes era grave em extremo; e a terra ficou sendo de Faraó.    21Quanto ao povo, José fê-lo passar às cidades, desde uma até a outra extremidade dos confins do Egito.    22Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham rações de Faraó, e eles comiam as suas rações que Faraó lhes havia dado; por isso não venderam a sua terra.    23Então disse José ao povo: Hoje vos tenho comprado a vós e a vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a terra.    24Há de ser, porém, que no tempo as colheitas dareis a quinta parte a Faraó, e quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento e dos que estão nas vossas casas, e para o mantimento de vossos filhinho.    25Responderam eles: Tu nos tens conservado a vida! achemos graça aos olhos de meu senhor, e seremos servos de Faraó.    26José, pois, estabeleceu isto por estatuto quanto ao solo do Egito, até o dia de hoje, que a Faraó coubesse o quinto a produção; somente a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó.    27Assim habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen; e nela adquiriram propriedades, e frutificaram e multiplicaram-se muito.    28E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de modo que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.    29Quando se aproximava o tempo da morte de Israel, chamou ele a José, seu filho, e disse-lhe: Se tenho achado graça aos teus olhos, põe a mão debaixo da minha coxa, e usa para comigo de benevolência e de verdade: rogo-te que não me enterres no Egito;    30mas quando eu dormir com os meus pais, levar-me-ás do Egito e enterrar-me-ás junto à sepultura deles. Respondeu José: Farei conforme a tua palavra.    31E Jacó disse: Jura-me; e ele lhe jurou. Então Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama.   

Chapter 48

1Depois destas coisas disseram a José: Eis que teu pai está enfermo. Então José tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim.    2Disse alguém a Jacó: Eis que José, teu olho, vem ter contigo. E esforçando-se Israel, sentou-se sobre a cama.    3E disse Jacó a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,    4e me disse: Eis que te farei frutificar e te multiplicarei; tornar-te-ei uma multidão de povos e darei esta terra à tua descendência depois de ti, em possessão perpétua.    5Agora, pois, os teus dois filhos, que nasceram na terra do Egito antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão;    6mas a prole que tiveres depois deles será tua; segundo o nome de seus irmãos serão eles chamados na sua herança.    7Quando eu vinha de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaã, quando ainda faltava alguma distância para chegar a Efrata; sepultei-a ali no caminho que vai dar a Efrata, isto é, Belém.    8Quando Israel viu os filhos de José, perguntou: Quem são estes?    9Respondeu José a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. Continuou Israel: Traze-mos aqui, e eu os abençoarei.    10Os olhos de Israel, porém, se tinham escurecido por causa da velhice, de modo que não podia ver. José, pois, fê-los chegar a ele; e ele os beijou e os abraçou.    11E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver também a tua descendência.    12Então José os tirou dos joelhos de seu pai; e inclinou-se à terra diante da sua face.    13E José tomou os dois, a Efraim com a sua mão direita, à esquerda de Israel, e a Manassés com a sua mão esquerda, à direita de Israel, e assim os fez chegar a ele.    14Mas Israel, estendendo a mão direita, colocou-a sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as mãos assim propositadamente, sendo embora este o primogênito.    15E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor durante toda a minha vida até este dia,    16o anjo que me tem livrado de todo o mal, abençoe estes mancebos, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pois Abraão e Isaque; e multipliquem-se abundantemente no meio da terra.    17Vendo José que seu pai colocava a mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi-lhe isso desagradável; levantou, pois, a mão de seu pai, para a transpor da cabeça de Efraim para a cabeça de Manassés.    18E José disse a seu pai: Nãa assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a mão direita sobre a sua cabeça.    19Mas seu pai, recusando, disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; ele também se tornará um povo, ele também será grande; contudo o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência se tornará uma multidão de nações.    20Assim os abençoou naquele dia, dizendo: Por ti Israel abençoará e dirá: Deus te faça como Efraim e como Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés.    21Depois disse Israel a José: Eis que eu morro; mas Deus será convosco, e vos fará tornar para a terra de vossos pais.    22E eu te dou um pedaço de terra a mais do que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus.   

Chapter 49

1Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos para que eu vos anuncie o que vos há de acontecer nos dias vindouros.    2Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; ouvi a Israel vosso pai:    3Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as primícias do meu vigor, preeminente em dignidade e preeminente em poder.    4Descomedido como a àgua, não reterás a preeminência; porquanto subiste ao leito de teu pai; então o contaminaste. Sim, ele subiu à minha cama.    5Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência.    6No seu concílio não entres, ó minha alma! com a sua assembléia não te ajuntes, ó minha glória! porque no seu furor mataram homens, e na sua teima jarretaram bois.    7Maldito o seu furor, porque era forte! maldita a sua ira, porque era cruel! Dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel.    8Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos: diante de ti se prostrarão os filhos de teu pai.    9Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu filho. Ele se encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará?    10O cetro não se arredará de Judà, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos.    11Atando ele o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à videira seleta, lava as suas roupas em vinho e a sua vestidura em sangue de uvas.    12Os olhos serão escurecidos pelo vinho, e os dentes brancos de leite.    13Zebulom habitarà no litoral; será ele ancoradouro de navios; e o seu termo estender-se-á até Sidom.    14Issacar é jumento forte, deitado entre dois fardos.    15Viu ele que o descanso era bom, e que a terra era agradável. Sujeitou os seus ombros à carga e entregou-se ao serviço forçado de um escravo.    16Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.    17Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo que caia o seu cavaleiro para trás.    18A tua salvação tenho esperado, ó Senhor!    19Quanto a Gade, guerrilheiros o acometerão; mas ele, por sua vez, os acometerá.    20De Aser, o seu pão será gordo; ele produzirá delícias reais.    21Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras formosas.    22José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto a uma fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro.    23Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e perseguiram,    24mas o seu arco permaneceu firme, e os seus braços foram fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel,    25pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoara, com bênçãos dos céus em cima, com bênçãos do abismo que jaz embaixo, com bênçãos dos seios e da madre.    26As bênçãos de teu pai excedem as bênçãos dos montes eternos, as coisas desejadas dos eternos outeiros; sejam elas sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça daquele que foi separado de seus irmãos.    27Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devorará a presa, e à tarde repartirã o despojo.    28Todas estas são as doze tribos de Israel: e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção.    29Depois lhes deu ordem, dizendo-lhes: Eu estou para ser congregado ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,    30na cova que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, cova esta que Abraão comprou de Efrom, o heteu, juntamente com o respectivo campo, como propriedade de sepultura.    31Ali sepultaram a Abraão e a Sara, sua mulher; ali sepultaram a Isaque e a Rebeca, sua mulher; e ali eu sepultei a Léia.    32O campo e a cova que está nele foram comprados aos filhos de Hete.    33Acabando Jacó de dar estas instruçães a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, expirou e foi congregado ao seu povo.   

Chapter 50

1Então José se lançou sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele e o beijou.    2E José ordenou a seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel.    3Cumpriram-se-lhe quarenta dias, porque assim se cumprem os dias de embalsamação; e os egípcios o choraram setenta dias.    4Passados, pois, os dias de seu choro, disse José à casa de Faraó: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:    5Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, deixa-me subir, peço-te, e sepultar meu pai; então voltarei.    6Respondeu Faraó: Sobe, e sepulta teu pai, como ele te fez jurar.    7Subiu, pois, José para sepultar a seu pai; e com ele subiram todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito,    8como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus pequeninos, os seus rebanhos e o seu gado.    9E subiram com ele tanto carros como gente a cavalo; de modo que o concurso foi mui grande.    10Chegando eles à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali um grande e forte pranto; assim fez José por seu pai um grande pranto por sete dias.    11Os moradores da terra, os cananeus, vendo o pranto na eira de Atade, disseram: Grande pranto é este dos egípcios; pelo que o lugar foi chamado Abel-Mizraim, o qual está além do Jordão.    12Assim os filhos de Jacó lhe fizeram como ele lhes ordenara;    13pois o levaram para a terra de Canaã, e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, como propriedade de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre.    14Depois de haver sepultado seu pai, José voltou para o Egito, ele, seus irmãos, e todos os que com ele haviam subido para sepultar seu pai.    15Vendo os irmãos de José que seu pai estava morto, disseram: Porventura José nos odiará e nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.    16Então mandaram dizer a José: Teu pai, antes da sua morte, nos ordenou:    17Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.    18Depois vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis que nós somos teus servos.    19Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em lugar de Deus?    20Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida.    21Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei, a vós e a vossos filhinhos. Assim ele os consolou, e lhes falou ao coração.    22José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu cento e dez anos.    23E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.    24Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.    25E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos.    26Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.   

Exodus

Chapter 1

1Ora, estes são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito; entraram com Jacó, cada um com a sua família:    2Rúben, Simeão, Levi, e Judá;    3Issacar, Zebulom e Benjamim;    4Dã e Naftali, Gade e Aser.    5Todas as almas, pois, que procederam da coxa de Jacó, foram setenta; José, porém, já estava no Egito.    6Morreu, pois, José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração.    7Depois os filhos de Israel frutificaram e aumentaram muito, multiplicaram-se e tornaram-se sobremaneira fortes, de modo que a terra se encheu deles.    8Entrementes se levantou sobre o Egito um novo rei, que não conhecera a José.    9Disse ele ao seu povo: Eis que o povo de Israel é mais numeroso e mais forte do que nos.    10Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós e se retire da terra.    11Portanto puseram sobre eles feitores, para os afligirem com suas cargas. Assim os israelitas edificaram para Faraó cidades armazéns, Pitom e Ramessés.    12Mas quanto mais os egípcios afligiam o povo de Israel, tanto mais este se multiplicava e se espalhava; de maneira que os egípcios se enfadavam por causa dos filhos de Israel.    13Por isso os egípcios faziam os filhos de Israel servir com dureza;    14assim lhes amarguravam a vida com pesados serviços em barro e em tijolos, e com toda sorte de trabalho no campo, enfim com todo o seu serviço, em que os faziam servir com dureza.    15Falou o rei do Egito às parteiras das hebréias, das quais uma se chamava Sifrá e a outra Puá,    16dizendo: Quando ajudardes no parto as hebréias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matá-lo-eis; mas se for filha, viverá.    17As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes ordenara, antes conservavam os meninos com vida.    18Pelo que o rei do Egito mandou chamar as parteiras e as interrogou: Por que tendes feito isto e guardado os meninos com vida?    19Responderam as parteiras a Faraó: É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; pois são vigorosas, e já têm dado à luz antes que a parteira chegue a elas.    20Portanto Deus fez bem às parteiras. E o povo se aumentou, e se fortaleceu muito.    21Também aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, ele lhes estabeleceu as casas.    22Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.   

Chapter 2

1Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi.    2A mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.    3Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou para ele uma arca de juncos, e a revestiu de betume e pez; e, pondo nela o menino, colocou-a entre os juncos a margem do rio.    4E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe aconteceria.    5A filha de Faraó desceu para banhar-se no rio, e as suas criadas passeavam à beira do rio. Vendo ela a arca no meio os juncos, mandou a sua criada buscá-la.    6E abrindo-a, viu a criança, e eis que o menino chorava; então ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus.    7Então a irmã do menino perguntou à filha de Faraó: Queres que eu te vá chamar uma ama dentre as hebréias, para que crie este menino para ti?    8Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e chamou a mãe do menino.    9Disse-lhe a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei o teu salário. E a mulher tomou o menino e o criou.    10Quando, pois, o menino era já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o tirei.    11Ora, aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a ter com seus irmãos e atentou para as suas cargas; e viu um egípcio que feria a um hebreu dentre, seus irmãos.    12Olhou para um lado e para outro, e vendo que não havia ninguém ali, matou o egipcio e escondeu-o na areia.    13Tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois hebreus contendiam; e perguntou ao que fazia a injustiça: Por que feres a teu próximo?    14Respondeu ele: Quem te constituiu a ti príncipe e juiz sobre nós? Pensas tu matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Certamente o negócio já foi descoberto.    15E quando Faraó soube disso, procurou matar a Moisés. Este, porém, fugiu da presença de Faraó, e foi habitar na terra de Midiã; e sentou-se junto a um poço.    16O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os tanques para dar de beber ao rebanho de seu pai.    17Então vieram os pastores, e as expulsaram dali; Moisés, porém, levantou-se e as defendeu, e deu de beber ao rebanho delas.    18Quando elas voltaram a Reuel, seu pai, este lhes perguntou: como é que hoje voltastes tão cedo?    19Responderam elas: um egípcio nos livrou da mão dos pastores; e ainda tirou água para nós e deu de beber ao rebanho.    20E ele perguntou a suas filhas: Onde está ele; por que deixastes lá o homem? chamai-o para que coma pão.    21Então Moisés concordou em marar com aquele homem, o qual lhe deu sua filha Zípora.    22E ela deu à luz um filho, a quem ele chamou Gérson, porque disse: Peregrino sou em terra estrangeira.    23No decorrer de muitos dias, morreu o rei do Egito; e os filhos de Israel gemiam debaixo da servidão; pelo que clamaram, e subiu a Deus o seu clamor por causa dessa servidão.    24Então Deus, ouvindo-lhes os gemidos, lembrou-se do seu pacto com Abraão, com Isaque e com Jacó.    25E atentou Deus para os filhos de Israel; e Deus os conheceu.   

Chapter 3

1Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e levou o rebanho para trás do deserto, e chegou a Horebe, o monte de Deus.    2E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia;    3pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se queima.    4E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui.    5Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.    6Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus.    7Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos;    8e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu.    9E agora, ei s que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.    10Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel.    11Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?    12Respondeu-lhe Deus: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte.    13Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?    14Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.    15E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração.    16Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu-me, dizendo: certamente vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito;    17e tenho dito: Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu, para uma terra que mana leite e mel.    18E ouvirão a tua voz; e ireis, tu e os anciãos de Israel, ao rei do Egito, e dir-lhe-eis: O Senhor, o Deus dos hebreus, encontrou-nos. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus.    19Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma forte mão.    20Portanto estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele. Depois vos deixará ir.    21E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios.    22Porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata e jóias de ouro, bem como vestidos, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; assim despojareis os egípcios.   

Chapter 4

1Então respondeu Moisés: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu.    2Ao que lhe perguntou o Senhor: Que é isso na tua mão. Disse Moisés: uma vara.    3Ordenou-lhe o Senhor: Lança-a no chão. Ele a lançou no chão, e ela se tornou em cobra; e Moisés fugiu dela.    4Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda (estendeu ele a mão e lhe pegou, e ela se tornou em vara na sua mão);    5para que eles creiam que te apareceu o Senhor, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.    6Disse-lhe mais o Senhor: Mete agora a mão no seio. E meteu a mão no seio. E quando a tirou, eis que a mão estava leprosa, branca como a neve.    7Disse-lhe ainda: Torna a meter a mão no seio. (E tornou a meter a mão no seio; depois tirou-a do seio, e eis que se tornara como o restante da sua carne.)    8E sucederá que, se eles não te crerem, nem atentarem para o primeiro sinal, crerão ao segundo sinal.    9E se ainda não crerem a estes dois sinais, nem ouvirem a tua voz, então tomarás da água do rio, e a derramarás sobre a terra seca; e a água que tomares do rio tornar-se-á em sangue sobre a terra seca.    10Então disse Moisés ao Senhor: Ah, Senhor! eu não sou eloqüente, nem o fui dantes, nem ainda depois que falaste ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua.    11Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o Senhor?    12Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.    13Ele, porém, respondeu: Ah, Senhor! envia, peço-te, por mão daquele a quem tu hás de enviar.    14Então se acendeu contra Moisés a ira do Senhor, e disse ele: Não é Arão, o levita, teu irmão? eu sei que ele pode falar bem. Eis que ele também te sai ao encontro, e vendo-te, se alegrará em seu coração.    15Tu, pois, lhe falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca e com a dele, e vos ensinarei o que haveis de fazer.    16E ele falará por ti ao povo; assim ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus.    17Tomarás, pois, na tua mão esta vara, com que hás de fazer os sinais.    18Então partiu Moisés, e voltando para Jetro, seu sogro, disse-lhe: Deixa-me, peço-te, voltar a meus irmãos, que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai-te em paz.    19Disse também o Senhor a Moisés em Midiã: Vai, volta para o Egito; porque morreram todos os que procuravam tirar-te a vida.    20Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os fez montar num jumento e tornou à terra do Egito; e Moisés levou a vara de Deus na sua mão.    21Disse ainda o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, e ele não deixará ir o povo.    22Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito;    23e eu te tenho dito: Deixa ir: meu filho, para que me sirva. mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei o teu filho, o teu primogênito.    24Ora, sucedeu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e quis matá-lo.    25Então Zípora tomou uma faca de pedra, circuncidou o prepúcio de seu filho e, lançando-o aos pés de Moisés, disse: Com efeito, és para mim um esposo sanguinário.    26O Senhor, pois, o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.    27Disse o Senhor a Arão: Vai ao deserto, ao encontro de Moisés. E ele foi e, encontrando-o no monte de Deus, o beijou:    28E relatou Moisés a Arão todas as palavras com que o Senhor o enviara e todos os sinais que lhe mandara.    29Então foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel;    30e Arão falou todas as palavras que o Senhor havia dito a Moisés e fez os sinais perante os olhos do povo.    31E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram.   

Chapter 5

1Depois foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.    2Mas Faraó respondeu: Quem é o Senhor, para que eu ouça a sua voz para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel.    3Então eles ainda falaram: O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto deixa-nos, pedimos-te, ir caminho de três dias ao deserto, e oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus, para que ele não venha sobre nós com pestilência ou com espada.    4Respondeu-lhes de novo o rei do Egito: Moisés e Arão, por que fazeis o povo cessar das suas obras? Ide às vossas cargas.    5Disse mais Faraó: Eis que o povo da terra já é muito, e vós os fazeis abandonar as suas cargas.    6Naquele mesmo dia Faraó deu ordem aos exatores do povo e aos seus oficiais, dizendo:    7Não tornareis a dar, como dantes, palha ao povo, para fazer tijolos; vão eles mesmos, e colham palha para si.    8Também lhes imporeis a conta dos tijolos que dantes faziam; nada diminuireis dela; porque eles estão ociosos; por isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus.    9Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que se ocupem nele e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.    10Então saíram os exatores do povo e seus oficiais, e disseram ao povo: Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha;    11ide vós mesmos, e tomai palha de onde puderdes achá-la; porque nada se diminuirá de vosso serviço.    12Então o povo se espalhou por toda parte do Egito a colher restolho em lugar de palha.    13E os exatores os apertavam, dizendo: Acabai a vossa obra, a tarefa do dia no seu dia, como quando havia palha.    14E foram açoitados os oficiais dos filhos de Israel, postos sobre eles pelos exatores de Faraó, que reclamavam: Por que não acabastes nem ontem nem hoje a vossa tarefa, fazendo tijolos como dantes?    15Pelo que os oficiais dos filhos de Israel foram e clamaram a Faraó, dizendo: Porque tratas assim a teus servos?    16Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos; e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo é que tem a culpa.    17Mas ele respondeu: Estais ociosos, estais ociosos; por isso dizeis: vamos, sacrifiquemos ao Senhor.    18Portanto, ide, trabalhai; palha, porém, não se vos dará; todavia, dareis a conta dos tijolos.    19Então os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da tarefa do dia no seu dia.    20Ao saírem da presença de Faraó depararam com Moisés e Arão que vinham ao encontro deles,    21e disseram-lhes: Olhe o Senhor para vós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso caso repelente diante de Faraó e diante de seus servos, metendo-lhes nas mãos uma espada para nos matar.    22Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! por que trataste mal a este povo? por que me enviaste?    23Pois desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele tem maltratado a este povo; e de nenhum modo tens livrado o teu povo.   

Chapter 6

1Então disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que hei de fazer a Faraó; pois por uma poderosa mão os deixará ir, sim, por uma poderosa mão os lançará de sua terra.    2Falou mais Deus a Moisés, e disse-lhe: Eu sou Jeová.    3Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome Jeová, não lhes fui conhecido.    4Estabeleci o meu pacto com eles para lhes dar a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos.    5Ademais, tenho ouvido o gemer dos filhos de Israel, aos quais os egípcios vêm escravizando; e lembrei-me do meu pacto.    6Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou Jeová; eu vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, livrar-vos-ei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos.    7Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus; e vós sabereis que eu sou Jeová vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios.    8Eu vos introduzirei na terra que jurei dar a Abraão, a Isaque e a Jacó; e vo-la darei por herança. Eu sou Jeová.    9Assim falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não lhe deram ouvidos, por causa da angústia de espírito e da dura servidão.    10Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:    11Vai, fala a Faraó, rei do Egito, que deixe sair os filhos de Israel da sua terra.    12Moisés, porém, respondeu perante o Senhor, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido: como, pois, me ouvirá Faraó a mim, que sou incircunciso de lábios?    13Todavia o Senhor falou a Moisés e a Arão, e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel, e para Faraó, rei do Egito, a fim de tirarem os filhos de Israel da terra do Egito..    14Estes são os cabeças das casas de seus pais: Os filhos de Rúben o primogênito de Israel: Hanoque e Palu, Hezrom e Carmi; estas são as famílias de Rúben.    15E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma cananéia; estas são as famílias de Simeão.    16E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gérson, Coate e Merári; e os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete anos.    17Os filhos de Gérson: Líbni e Simei, segundo as suas famílias.    18Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel; e os anos da vida de Coate foram cento e trinta e três anos.    19Os filhos de Merári: Mali e Musi; estas são as famílias de Levi, segundo as suas gerações.    20Ora, Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia; e ela lhe deu Arão e Moisés; e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos.    21Os filhos de Izar: Corá, Nofegue e Zicri.    22Os filhos de Uziel: Misael, Elzafã e Sitri.    23Arão tomou por mulher a Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Nasom; e ela lhe deu Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.    24Os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe; estas são as famílias dos coraítas.    25Eleazar, filho de Arão, tomou por mulher uma das filhas de Putiel; e ela lhe deu Finéias; estes são os chefes das casa, paternas dos levitas, segundo as suas famílias.    26Estes são Arão e Moisés, aos quais o Senhor disse: Tirai os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos.    27Foram eles os que falaram a Faraó, rei do Egito, a fim de tirarem do Egito os filhos de Israel; este Moisés e este Arão.    28No dia em que o Senhor falou a Moisés na terra do Egito,    29disse o Senhor a Moisés: Eu sou Jeová; dize a Faraó, rei do Egito, tudo quanto eu te digo.    30Respondeu Moisés perante o Senhor: Eis que eu sou incircunciso de lábios; como, pois, me ouvirá Faraó;   

Chapter 7

1Então disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto como Deus a Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta.    2Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra.    3Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.    4Mas Faraó não vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei os meus exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes juízos.    5E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles.    6Assim fizeram Moisés e Arão; como o Senhor lhes ordenara, assim fizeram.    7Tinha Moisés oitenta anos, e Arão oitenta e três, quando falaram a Faraó.    8Falou, pois, o Senhor a Moisés e Arão:    9Quando Faraó vos disser: Apresentai da vossa parte algum milagre; diras a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó, para que se torne em serpente.    10Então Moisés e Arão foram ter com Faraó, e fizeram assim como o Senhor ordenara. Arão lançou a sua vara diante de Faraó e diante dos seus servos, e ela se tornou em serpente.    11Faraó também mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os magos do Egito, também fizeram o mesmo com os seus encantamentos.    12Pois cada um deles lançou a sua vara, e elas se tornaram em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles.    13Endureceu-se, porém, o coração de Faraó, e ele não os ouviu, como o Senhor tinha dito.    14Então disse o Senhor a Moisés: Obstinou-se o coração de Faraó; ele recusa deixar ir o povo.    15Vai ter com Faraó pela manhã; eis que ele sairá às águas; pôr-te-ás à beira do rio para o encontrar, e tomarás na mão a vara que se tomou em serpente.    16E lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus, enviou-me a ti para dizer-te: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não o tens ouvido.    17Assim diz o Senhor: Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu, com esta vara que tenho na mão, ferirei as águas que estão no rio, e elas se tornarão em sangue.    18E os peixes que estão no rio morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios terão nojo de beber da água do rio.    19Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Toma a tua vara, e estende a mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, e sobre as suas lagoas e sobre todas as suas águas empoçadas, para que se tornem em sangue; e haverá sangue por toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.    20Fizeram Moisés e Arão como lhes ordenara o Senhor; Arão, levantando a vara, feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue.    21De modo que os peixes que estavam no rio morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber da água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.    22Mas o mesmo fizeram também os magos do Egito com os seus encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.    23Virou-se Faraó e entrou em sua casa, e nem ainda a isto tomou a sério.    24Todos os egípcios, pois, cavaram junto ao rio, para achar água que beber; porquanto não podiam beber da água do rio.    25Assim se passaram sete dias, depois que o Senhor ferira o rio.   

Chapter 8

1Então disse o Senhor a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.    2Mas se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos.    3O rio produzirá rãs em abundância, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua cama, e às casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às tuas amassadeiras.    4Sim, as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos.    5Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua mão com a vara sobre as correntes, e sobre os rios, e sobre as lagoas, e faze subir rãs sobre a terra do Egito.    6Arão, pois, estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs, que cobriram a terra do Egito.    7Então os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos, e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito.    8Chamou, pois, Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que ofereça sacrifícios ao Senhor.    9Respondeu Moisés a Faraó: Digna-te dizer-me quando é que hei de rogar por ti, e pelos teus servos, e por teu povo, para tirar as rãs de ti, e das tuas casas, de sorte que fiquem somente no rio?.    10Disse Faraó: Amanhã. E Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que ninguém há como o Senhor nosso Deus.    11As rãs, pois, se apartarão de ti, e das tuas casas, e dos teus servos, e do teu povo; ficarão somente no rio.    12Então saíram Moisés e Arão da presença de Faraó; e Moisés clamou ao Senhor por causa das rãs que tinha trazido sobre Faraó.    13O Senhor, pois, fez conforme a palavra de Moisés; e as rãs morreram nas casas, nos pátios, e nos campos.    14E ajuntaram-nas em montes, e a terra, cheirou mal.    15Mas vendo Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.    16Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito.    17E assim fizeram. Arão estendeu a sua mão com a vara, e feriu o pó da terra, e houve piolhos nos homens e nos animais; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito.    18Também os magos fizeram assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam. E havia piolhos, nos homens e nos animais.    19Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. No entanto o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha dito:.    20Disse mais o Senhor a Moisés: levanta-te pela manhã cedo e põe-te diante de Faraó:; eis que ele sairá às águas; e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.    21Porque se não deixares ir o meu povo., eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, bem como a terra em que eles estiverem.    22Mas naquele dia separarei a terra de Gósem em que o meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra.    23Assim farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este milagre.    24O Senhor, pois, assim fez. Entraram grandes enxames de moscas na casa de Faraó e nas casas dos seus servos; e em toda parte do Egito a terra foi assolada pelos enxames de moscas.    25Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra.    26Respondeu Moisés: Não convém que assim se faça, porque é abominação aos egípcios o que havemos de oferecer ao Senhor nosso Deus. Sacrificando nós a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejarão eles?    27Havemos de ir caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus, como ele nos ordenar.    28Então disse Faraó: Eu vos deixarei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Senhor vosso Deus no deserto; somente não ireis muito longe; e orai por mim.    29Respondeu Moisés: Eis que saio da tua presença e orarei ao Senhor, que estes enxames de moscas se apartem amanhã de Faraó, dos seus servos, e do seu povo; somente não torne mais Faraó a proceder dolosamente, não deixando ir o povo para oferecer sacrifícios ao Senhor.    30Então saiu Moisés da presença de Faraó, e orou ao Senhor.    31E fez o Senhor conforme a palavra de Moisés, e apartou os enxames de moscas de Faraó, dos seus servos, e do seu povo; não ficou uma sequer.    32Mas endureceu Faraó ainda esta vez o seu coração, e não deixou ir o povo.   

Chapter 9

1Depois o Senhor disse a Moisés: Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.    2Porque, se recusares deixá-los ir, e ainda os retiveres,    3eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo: sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas; haverá uma pestilência muito grave.    4Mas o Senhor fará distinção entre o gado de Israel e o gado do Egito; e não morrerá nada de tudo o que pertence aos filhos de Israel.    5E o Senhor assinalou certo tempo, dizendo: Amanhã fará o Senhor isto na terra.    6Fez, pois, o Senhor isso no dia seguinte; e todo gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.    7E Faraó mandou ver, e eis que do gado dos israelitas não morrera sequer um. Mas o coração de Faraó se obstinou, e não deixou ir o povo.    8Então disse o Senhor a Moisés e a Arão: Tomai mancheias de cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de Faraó;    9e ela se tornará em pó fino sobre toda a terra do Egito, e haverá tumores que arrebentarão em úlceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egito.    10E eles tomaram cinza do forno, e apresentaram-se diante de Faraó; e Moisés a espalhou para o céu, e ela se tomou em tumores que arrebentavam em úlceras nos homens e no gado.    11Os magos não podiam manter-se diante de Moisés, por causa dos tumores; porque havia tumores nos magos, e em todos os egípcios.    12Mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, e este não os ouviu, como o Senhor tinha dito a Moisés.    13Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva;    14porque desta vez enviarei todas as a minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra.    15Agora, por pouco, teria eu estendido a mão e ferido a ti e ao teu povo com pestilência, e tu terias sido destruído da terra;    16mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.    17Tu ainda te exaltas contra o meu povo, não o deixando ir?    18Eis que amanhã, por este tempo, s farei chover saraiva tão grave qual nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até agora.    19Agora, pois, manda recolher o teu gado e tudo o que tens no campo; porque sobre todo homem e animal que se acharem no campo, e não se recolherem à casa, cairá a saraiva, e morrerão.    20Quem dos servos de Faraó temia a o palavra do Senhor, fez Fugir os seus servos e o seu gado para as casas;    21mas aquele que não se importava com a palavra do Senhor, deixou os seus servos e o seu gado no campo.    22Então disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, para que caia saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens e sobre os animais, e sobre toda a erva do campo na terra do Egito.    23E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor enviou trovões e saraiva, e fogo desceu à terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito.    24Havia, pois, saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave qual nunca houvera em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação.    25E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, tanto homens como animais; feriu também toda erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo.    26Somente na terra de Gósem onde se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva.    27Então Faraó mandou chamar Moisés e e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.    28Orai ao Senhor; pois já bastam estes trovões da parte de Deus e esta saraiva; eu vos deixarei ir, e não permanecereis mais, aqui.    29Respondeu-lhe Moisés: Logo que eu tiver saído da cidade estenderei minhas mãos ao Senhor; os trovões cessarão, e não haverá, mais saraiva, para que saibas que a terra é do Senhor.    30Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que ainda não temereis diante do Senhor Deus.    31Ora, o linho e a cevada foram danificados, porque a cevada já estava na espiga, e o linho em flor;    32mas não foram danificados o trigo e a espelta, porque não estavam crescidos.    33Saiu, pois, Moisés da cidade, da presença de Faraó, e estendeu as mãos ao Senhor; e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu mais sobre a terra.    34Vendo Faraó que a chuva, a saraiva e os trovões tinham cessado, continuou a pecar, e endureceu o seu coração, ele e os seus servos.    35Assim, o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moisés.   

Chapter 10

1Depois disse o Senhor a Moisés: vai a Faraó; porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para manifestar estes meus sinais no meio deles,    2e para que contes aos teus filhos, e aos filhos de teus filhos, as coisas que fiz no Egito, e os meus sinais que operei entre eles; para que vós saibais que eu sou o Senhor.    3Foram, pois, Moisés e Arão a Faraó, e disseram-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva;    4mas se tu recusares deixar ir o meu povo, eis que amanhã trarei gafanhotos aos teus termos;    5e eles cobrirão a face da terra, de sorte que não se poderá ver a terra e comerão o resto do que escapou, o que vos ficou da saraiva; também comerão toda árvore que vos cresce no campo;    6e encherão as tuas casas, as casas de todos os teus servos e as casas de todos os egípcios, como nunca viram teus pais nem os pais de teus pais, desde o dia em que apareceram na terra até o dia de hoje. E virou-se, e saiu da presença de Faraó.    7Então os servos de Faraó lhe disseram: Até quando este homem nos há de ser por laço? deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor seu Deus; porventura não sabes ainda que o Egito está destruído?    8Pelo que Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele lhes disse: Ide, servi ao Senhor vosso Deus. Mas quais são os que hão de ir?    9Respondeu-lhe Moisés: Havemos de ir com os nossos jovens e com os nossos velhos; com os nossos filhos e com as nossas filhas, com os nossos rebanhos e com o nosso gado havemos de ir; porque temos de celebrar uma festa ao Senhor.    10Replicou-lhes Faraó: Seja o Senhor convosco, se eu vos deixar ir a vós e a vossos pequeninos! Olhai, porque há mal diante de vós.    11Não será assim; agora, ide vós, os homens, e servi ao Senhor, pois isso é o que pedistes: E foram expulsos da presença de Faraó.    12Então disse o Senhor a Moisés: Quanto aos gafanhotos, estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que venham eles sobre a terra do Egito e comam toda erva da terra, tudo o que deixou a saraiva.    13Então estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e, quando amanheceu, o vento oriental trouxe os gafanhotos.    14Subiram, pois, os gafanhotos sobre toda a terra do Egito e pousaram sobre todos os seus termos; tão numerosos foram, que antes destes nunca houve tantos, nem depois deles haverá.    15Pois cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu; e comeram toda a erva da terra e todo o fruto das árvores, que deixara a saraiva; nada verde ficou, nem de árvore nem de erva do campo, por toda a terra do Egito.    16Então Faraó mandou apressadamente chamar Moisés e Arão, e lhes disse: Pequei contra o Senhor vosso Deus, e contra vós.    17Agora: pois, perdoai-me peço-vos somente esta vez o meu pecado, e orai ao Senhor vosso Deus que tire de mim mais esta morte.    18Saiu, pois, Moisés da presença de Faraó, e orou ao Senhor.    19Então o Senhor trouxe um vento ocidental fortíssimo, o qual levantou os gafanhotos e os lançou no Mar Vermelho; não ficou um só gafanhoto em todos os termos do Egito.    20O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não deixou ir os filhos de Israel.    21Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão para o céu, para que haja trevas sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar.    22Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias.    23Não se viram uns aos outros, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas para todos os filhos de Israel havia luz nas suas habitações.    24Então mandou Faraó chamar Moisés, e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem os vossos rebanhos e o vosso gado; mas vão juntamente convosco os vossos pequeninos.    25Moisés, porém, disse: Tu também nos tens de dar nas mãos sacrifícios e holocaustos, para que possamos oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus.    26E também o nosso gado há de ir conosco; nem uma unha ficará; porque dele havemos de tomar para servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.    27O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir:    28Disse, pois, Faraó a Moisés: Retira-te de mim, guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque no dia em que me vires o rosto morrerás.    29Respondeu Moisés: Disseste bem; eu nunca mais verei o teu rosto.   

Chapter 11

1Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais uma praga trarei sobre Faraó, e sobre o Egito; depois ele vos deixará ir daqui; e, deixando vos ir a todos, com efeito vos expulsará daqui.    2Fala agora aos ouvidos do povo, que cada homem peça ao seu vizinho, e cada mulher à sua vizinha, jóias de prata e jóias de ouro.    3E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios. Além disso o varão Moisés era mui grande na terra do Egito, aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo.    4Depois disse Moisés a Faraó: Assim diz o Senhor: ë meia-noite eu sairei pelo meio do Egito;    5e todos os primogênitos na terra do Egito morrerão, desde o primogênito de Faraó, que se assenta sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todos os primogênitos dos animais.    6Pelo que haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve nem haverá jamais.    7Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel.    8Então todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: Sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas. Depois disso eu sairei. E Moisés saiu da presença de Faraó ardendo em ira.    9Pois o Senhor dissera a Moisés: Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito.    10E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir da sua terra os filhos de Israel.   

Chapter 12

1Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:    2Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.    3Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.    4Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro.    5O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras,    6e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembléia da congregação de Israel o matará à tardinha:    7Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem.    8E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerao.    9Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura.    10Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo.    11Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.    12Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor.    13Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. :    14E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.    15Por sete dias comereis pães ázimos; logo ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de Israel.    16E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito por vós.    17Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia através das vossas gerações por estatuto perpétuo.    18No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde.    19Por sete dias não se ache fermento algum nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse será cortado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.    20Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.    21Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Ide e tomai-vos cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a páscoa.    22Então tomareis um molho de hissopo, embebê-lo-eis no sangue que estiver na bacia e marcareis com ele a verga da porta e os dois umbrais; mas nenhum de vós sairá da porta da sua casa até pela manhã.    23Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios; e, ao ver o sangue na verga da porta e em ambos os umbrais, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.    24Portanto guardareis isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para sempre.    25Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto.    26E quando vossos filhos vos perguntarem: Que quereis dizer com este culto?    27Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se e adorou.    28E foram os filhos de Israel, e fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.    29E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.    30E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto.    31Então Faraó chamou Moisés e Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide servir ao Senhor, como tendes dito.    32Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim.    33E os egípcios apertavam ao povo, e apressando-se por lançá-los da terra; porque diziam: Estamos todos mortos.    34Ao que o povo tomou a massa, antes que ela levedasse, e as amassadeiras atadas e em seus vestidos, sobre os ombros.    35Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos.    36E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egipcios.    37Assim viajaram os filhos de Israel de a Ramessés a Sucote, cerca de seiscentos mil homens de pé, sem contar as crianças.    38Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado.    39E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque ela não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não puderam deter-se, nem haviam preparado comida.    40Ora, o tempo que os filhos de Israel moraram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.    41E aconteceu que, ao fim de quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.    42Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito; esta é a noite do Senhor, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas gerações.    43Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa; nenhum, estrangeiro comerá dela;    44mas todo escravo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, comerá dela.    45O forasteiro e o assalariado não comerão dela.    46Numa só casa se comerá o cordeiro; não levareis daquela carne fora da casa nem lhe quebrareis osso algum.    47Toda a congregação de Israel a observará.    48Quando, porém, algum estrangeiro peregrinar entre vós e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, circuncidem-se todos os seus varões; então se chegará e a celebrará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela.    49Haverá uma mesma lei para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós.    50Assim, pois, fizeram todos os filhos de Israel; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.    51E naquele mesmo dia o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos.   

Chapter 13

1Então falou o Senhor a Moisés, dizendo:    2Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é.    3E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não se comerá pão levedado.    4Hoje, no mês de abibe, vós saís.    5Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus, que ele jurou a teus pais que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto nestê mes.    6Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá uma festa ao Senhor.    7Sete dias se comerão pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos.    8Naquele dia contarás a teu filho, dizendo: Isto é por causa do que o Senhor me fez, quando eu saí do Egito;    9e te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.    10Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano.    11Também quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado,    12separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre, até mesmo todo primogênito dos teus animais; os machos serão do Senhor.    13Mas todo primogênito de jumenta resgatarás com um cordeiro; e, se o não quiseres resgatar, quebrar-lhe-ás a cerviz:; e todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás.    14E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? responder-lhe-ás: O Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito, da casa da servidão.    15Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, tanto os primogênitos dos homens como os primogênitos dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; mas a todo primogênito de meus filhos eu resgato.    16E isto será por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos, porque o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito.    17Ora, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não o conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, se bem que fosse mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte para o Egito;    18mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e os filhos de Israel subiram armados da terra do Egito.    19Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; e vós haveis de levar daqui convosco os meus ossos.    20Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto.    21E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluta e os dois para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.    22Não desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite.   

Chapter 14

1Disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel que se voltem e se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o acampamento junto ao mar.    3Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Eles estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou.    4Eu endurecerei o coração de Faraó, e ele os perseguirá; glorificar-me-ei em Faraó, e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.    5Quando, pois, foi anunciado ao rei do Egito que o povo havia fugido, mudou-se o coração de Faraó, e dos seus servos, contra o povo, e disseram: Que é isso que fizemos, permitindo que Israel saísse e deixasse de nos servir?    6E Faraó aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo;    7tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito, e capitães sobre todos eles.    8Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, e este perseguiu os filhos de Israel; pois os filhos de Israel saíam afoitamente.    9Os egípcios, com todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército, os perseguiram e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.    10Quando Faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor:    11e disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?    12Não é isto o que te dissemos no Egito: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.    13Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver;    14o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis.    15Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem.    16E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.    17Eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e glorificar-me-ei em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros.    18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando me tiver glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.    19Então o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e se pos atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás,    20colocando-se entre o campo dos egípcios e o campo dos israelitas; assim havia nuvem e trevas; contudo aquela clareava a noite para Israel; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.    21Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca, e as águas foram divididas.    22E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda.    23E os egípcios os perseguiram, e entraram atrás deles até o meio do mar, com todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros.    24Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos egípcios;    25embaraçou-lhes as rodas dos carros, e fê-los andar dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de diante de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.    26Nisso o Senhor disse a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.    27Então Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram de encontro a ele; assim o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.    28As águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não ficou nem sequer um deles.    29Mas os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar; as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda.    30Assim o Senhor, naquele dia, salvou Israel da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar.    31E viu Israel a grande obra que o Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo temeu ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.   

Chapter 15

1Então cantaram Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.    2O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.    3O Senhor é homem de guerra; Jeová é o seu nome.    4Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; os seus escolhidos capitães foram submersos no Mar Vermelho.    5Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra.    6A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder; a tua destra, ó Senhor, destroça o inimigo.    7Na grandeza da tua excelência derrubas os que se levantam contra ti; envias o teu furor, que os devora como restolho.    8Ao sopro dos teus narizes amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar.    9O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; deles se satisfará o meu desejo; arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá.    10Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em grandes aguas.    11Quem entre os deuses é como tu, ó Senhor? a quem é como tu poderoso em santidade, admirável em louvores, operando maravilhas?    12Estendeste a mão direita, e a terra os tragou.    13Na tua beneficência guiaste o povo que remiste; na tua força o conduziste à tua santa habitação.    14Os povos ouviram e estremeceram; dores apoderaram-se dos a habitantes da Filístia.    15Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos de Moabe apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã.    16Sobre eles caiu medo, e pavor; pela grandeza do teu braço emudeceram como uma pedra, até que o teu povo passasse, ó Senhor, até que passasse este povo que adquiriste.    17Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.    18O Senhor reinará eterna e perpetuamente.    19Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o Senhor fez tornar as águas do mar sobre eles, mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar.    20Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou na mão um tamboril, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris, e com danças.    21E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.    22Depois Moisés fez partir a Israel do Mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur; caminharam três dias no deserto, e não acharam água.    23E chegaram a Mara, mas não podiam beber das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.    24E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?    25Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou,    26dizendo: Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.    27Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam.   

Chapter 16

1Depois partiram de Elim; e veio toda a congregação dos filhos de Israel ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês depois que saíram da terra do Egito.    2E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.    3Pois os filhos de Israel lhes disseram: Quem nos dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.    4Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão do céu; e sairá o povo e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não.    5Mas ao sexto dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.    6Disseram, pois, Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: tarde sabereis que o Senhor é quem vos tirou da terra do Egito,    7e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ele ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; e quem somos nós, para que murmureis contra nós?    8Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouve as vossas murmurações, com que murmurais contra ele; e quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor.    9Depois disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do Senhor, porque ele ouviu as vossas murmurações.    10E quando Arão falou a toda a congregação dos filhos de Israel, estes olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor, apareceu na nuvem.    11Então o Senhor falou a Moisés, dizendo:    12Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel; dize-lhes: ë tardinha comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus.    13E aconteceu que à tarde subiram codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do arraial.    14Quando desapareceu a camada de orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, semelhante a escamas, coisa miúda como a geada sobre a terra.    15E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? porque não sabiam o que era. Então lhes disse Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.    16Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um conforme o que pode comer; um gômer para cada cabeça, segundo o número de pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda.    17Assim o fizeram os filhos de Israel; e colheram uns mais e outros menos.    18Quando, porém, o mediam com o gômer, nada sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; colhia cada um tanto quanto podia comer.    19Também disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã.    20Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns dentre eles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles.    21Colhiam-no, pois, pela manhã, cada um conforme o que podia comer; porque, vindo o calor do sol, se derretia.    22Mas ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; pelo que todos os principais da congregação vieram, e contaram-no a Moisés.    23E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós, guardando-o para amanhã.    24Guardaram-no, pois, até o dia seguinte, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem houve nele bicho algum.    25Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo.    26Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá.    27Mas aconteceu ao sétimo dia que saíram alguns do povo para o colher, e não o acharam.    28Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?    29Vede, visto que o Senhor vos deu o sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; fique cada um no seu lugar, não saia ninguém do seu lugar no sétimo dia.    30Assim repousou o povo no sétimo dia.    31A casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro; era branco, e tinha o sabor de bolos de mel.    32E disse Moisés: Isto é o que o Senhor ordenou: Dele enchereis um gômer, o qual se guardará para as vossas gerações, para que elas vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito.    33Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e põe-no diante do Senhor, a fim de que seja guardado para as vossas gerações.    34Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do testemunho, para ser guardado.    35Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.    36Um gômer é a décima parte de uma efa.   

Chapter 17

1Partiu toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber.    2Então o povo contendeu com Moisés, dizendo: Dá-nos água para beber. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? por que tentais ao Senhor?    3Mas o povo, tendo sede ali, murmurou contra Moisés, dizendo: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado?    4Pelo que Moisés, clamando ao Senhor, disse: Que hei de fazer a este povo? daqui a pouco me apedrejará.    5Então disse o Senhor a Moisés: Passa adiante do povo, e leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai-te.    6Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá agua para que o povo possa beber. Assim, pois fez Moisés à vista dos anciãos de Israel.    7E deu ao lugar o nome de Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não?    8Então veio Amaleque, e pelejou contra e Israel em Refidim.    9Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; e amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, tendo na mão a vara de Deus.    10Fez, pois, Josué como Moisés lhe dissera, e pelejou contra Amaleque; e Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro.    11E acontecia que quando Moisés levantava a mão, prevalecia Israel; mas quando ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque.    12As mãos de Moisés, porém, ficaram cansadas; por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, e ele sentou-se nela; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até o pôr do sol.    13Assim Josué prostrou a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.    14Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memorial num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.    15Pelo que Moisés edificou um altar, ao qual chamou Jeová-Níssi.    16E disse: Porquanto jurou o Senhor que ele fará guerra contra Amaleque de geração em geração.   

Chapter 18

1Ora Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel, seu povo, como o Senhor tinha tirado a Israel do Egito.    2E Jetro, sogro de Moisés, tomou a Zípora, a mulher de Moisés, depois que este lha enviara,    3e aos seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson; porque disse Moisés: Fui peregrino em terra estrangeira;    4e o outro se chamava Eliézer; porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda, e me livrou da espada de Faraó.    5Veio, pois, Jetro, o sogro de Moisés, com os filhos e a mulher deste, a Moisés, no deserto onde se tinha acampado, junto ao monte de Deus;    6e disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti, com tua mulher e seus dois filhos com ela.    7Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, inclinou-se diante dele e o beijou; perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda.    8Depois Moisés contou a seu sogro tudo o que o Senhor tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, todo o trabalho que lhes sobreviera no caminho, e como o Senhor os livrara.    9E alegrou-se Jetro por todo o bem que o Senhor tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egipcios,    10e disse: Bendito seja o Senhor, que vos livrou da mão dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou o povo de debaixo da mão dos egípcios.    11Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses; até naquilo em que se houveram arrogantemente contra o povo.    12Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus.    13No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a tarde.    14Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isto que tu fazes ao povo? por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até a tarde?    15Respondeu Moisés a seu sogro: É por que o povo vem a mim para consultar a Deus.    16Quando eles têm alguma questão, vêm a mim; e eu julgo entre um e outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as suas leis.    17O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.    18certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.    19Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;    20ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.    21Além disto procurarás dentre todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez;    22e julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.    23Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo irá em paz para o seu lugar.    24E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera;    25e escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez.    26Estes, pois, julgaram o povo em todo o tempo; as causas graves eles as trouxeram a Moisés; mas toda causa pequena, julgaram-na eles mesmos.    27Então despediu Moisés a seu sogro, o qual se foi para a sua terra.   

Chapter 19

1No terceiro mês depois que os filhos de Israel haviam saído da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai.    2Tendo partido de Refidim, entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam; Israel, pois, ali acampou-se em frente do monte.    3Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel:    4Vós tendes visto o que fiz: aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.    5Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra;    6e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.    7Veio, pois, Moisés e, tendo convocado os anciãos do povo, expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado.    8Ao que todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo.    9Então disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti em uma nuvem espessa, para que o povo ouça, quando eu falar contigo, e também para que sempre te creia. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.    10Disse mais o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus vestidos,    11e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia descerá o Senhor diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai.    12Também marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte será morto.    13Mão alguma tocará naquele que o fizer, mas ele será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá. Quando soar a buzina longamente, subirão eles até o pé do monte.    14Então Moisés desceu do monte ao povo, e santificou o povo; e lavaram os seus vestidos.    15E disse ele ao povo: Estai prontos para o terceiro dia; e não vos chegueis a mulher.    16Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu.    17E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.    18Nisso todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente.    19E, crescendo o sonido da buzina cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz.    20E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.    21Então disse o Senhor a Moisés: Desce, adverte ao povo, para não suceder que traspasse os limites até o Senhor, a fim de ver, e muitos deles pereçam.    22Ora, santifiquem-se também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, para que o Senhor não se lance sobre eles.    23Respondeu Moisés ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte Sinai, porque tu nos tens advertido, dizendo: Marca limites ao redor do monte, e santifica-o.    24Ao que lhe disse o Senhor: Vai, desce; depois subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem os limites para subir ao Senhor, para que ele não se lance sobre eles.    25Então Moisés desceu ao povo, e disse-lhes isso.   

Chapter 20

1Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:    2Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.    3Não terás outros deuses diante de mim.    4Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.    5Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.    6e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.    7Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.    8Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.    9Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;    10mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.    11Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.    12Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.    13Não matarás.    14Não adulterarás.    15Não furtarás.    16Não dirás falso testemunho contra o teu proximo.    17Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.    18Ora, todo o povo presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte a fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de longe.    19E disseram a Moisés: Fala-nos tu mesmo, e ouviremos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.    20Respondeu Moisés ao povo: Não temais, porque Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.    21Assim o povo estava em pé de longe; Moisés, porém, se chegou às trevas espessas onde Deus estava.    22Então disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que do céu eu vos falei.    23Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata, ou deuses de ouro, não os fareis para vós.    24um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todo lugar em que eu fizer recordar o meu nome, virei a ti e te abençoarei.    25E se me fizeres um altar de pedras, não o construirás de pedras lavradas; pois se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás.    26Também não subirás ao meu altar por degraus, para que não seja ali exposta a tua nudez.   

Chapter 21

1Estes são os estatutos que lhes proporás:    2Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça.    3Se entrar sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, então com ele sairá sua mulher.    4Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos dela serão de seu senhor e ele sairá sozinho.    5Mas se esse servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a meus filhos, não quero sair forro;    6então seu senhor o levará perante os juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.    7Se um homem vender sua filha para ser serva, ela não saira como saem os servos.    8Se ela não agradar ao seu senhor, de modo que não se despose com ela, então ele permitirá que seja resgatada; vendê-la a um povo estrangeiro, não o poderá fazer, visto ter usado de dolo para com ela.    9Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito de filhas.    10Se lhe tomar outra, não diminuirá e o mantimento daquela, nem o seu vestido, nem o seu direito conjugal.    11E se não lhe cumprir estas três obrigações, ela sairá de graça, sem dar dinheiro.    12Quem ferir a um homem, de modo que este morra, certamente será morto.    13Se, porém, lhe não armar ciladas, mas Deus lho entregar nas mãos, então te designarei um lugar, para onde ele fugirá.    14No entanto, se alguém se levantar deliberadamente contra seu próximo para o matar à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra.    15Quem ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto.    16Quem furtar algum homem, e o vender, ou mesmo se este for achado na sua mão, certamente será morto.    17Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto.    18Se dois homens brigarem e um ferir ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama,    19se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre o seu bordão, então aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo perdido e fará que ele seja completamente curado.    20Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado;    21mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado; porque é dinheiro seu.    22Se alguns homens brigarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano, este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e pagará segundo o arbítrio dos juízes;    23mas se resultar dano, então darás vida por vida,    24olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,    25queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.    26Se alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva e o cegar, deixá-lo-á ir forro por causa do olho.    27Da mesma sorte se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, deixá-lo-á ir forro por causa do dente.    28Se um boi escornear um homem ou uma mulher e este morrer, certamente será apedrejado o boi e a sua carne não se comerá; mas o dono do boi será absolvido.    29Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono, tendo sido disso advertido, não o guardou, o boi, matando homem ou mulher, será apedrejado, e também o seu dono será morto.    30Se lhe for imposto resgate, então dará como redenção da sua vida tudo quanto lhe for imposto;    31quer tenha o boi escorneado a um filho, quer a uma filha, segundo este julgamento lhe será feito.    32Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado.    33Se alguém descobrir uma cova, ou se alguém cavar uma cova e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento,    34o dono da cova dará indenização; pagá-la-á em dinheiro ao dono do animal morto, mas este será seu.    35Se o boi de alguém ferir de morte o boi do seu próximo, então eles venderão o boi vivo e repartirão entre si o dinheiro da venda, e o morto também dividirão entre si.    36Ou se for notório que aquele boi dantes era escorneador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi, porém o morto será seu.   

Chapter 22

1Se alguém furtar um boi (ou uma ovelha), e o matar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e por uma ovelha quatro ovelhas.    2Se o ladrão for achado a minar uma casa, e for ferido de modo que morra, o que o feriu não será réu de sangue;    3mas se o sol houver saído sobre o ladrão, o que o feriu será réu de sangue. O ladrão certamente dará indenização; se nada possuir, será então vendido por seu furto.    4Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará ele o dobro.    5Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha, e se soltar o seu animal e este pastar no campo de outrem, do melhor do seu próprio campo e do melhor da sua própria vinha fará restituição.    6Se alastrar um fogo e pegar nos espinhos, de modo que sejam destruídas as medas de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo certamente dará, indenização.    7Se alguém entregar ao seu próximo dinheiro, ou objetos, para guardar, e isso for furtado da casa desse homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.    8Se o ladrão não for achado, então o dono da casa irá à presença dos juizes para se verificar se não meteu a mão nos bens do seu próximo.    9Em todo caso de transgressão, seja a respeito de boi, ou de jumento, ou de ovelhas, ou de vestidos, ou de qualquer coisa perdida de que alguém disser que é sua, a causa de ambas as partes será levada perante os juízes; aquele a quem os juízes condenarem pagará o dobro ao seu próximo.    10Se alguém entregar a seu próximo para guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro qualquer animal, e este morrer, ou for aleijado, ou arrebatado, ninguém o vendo,    11então haverá o juramento do Senhor entre ambos, para ver se o guardador não meteu a mão nos bens do seu próximo; e o dono aceitará o juramento, e o outro não fará restituição.    12Se, porém, o animal lhe tiver sido furtado, fará restituirão ao seu dono.    13Se tiver sido dilacerado, trá-lo-á em testemunho disso; não dará indenização pelo dilacerado.    14Se alguém pedir emprestado a seu próximo algum animal, e este for danificado ou morrer, não estando presente o seu dono, certamente dará indenização;    15se o dono estiver presente, o outro não dará indenização; se tiver sido alugado, o aluguel responderá por qualquer dano.    16Se alguém seduzir uma virgem que não for desposada, e se deitar com ela, certamente pagará por ela o dote e a terá por mulher.    17Se o pai dela inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro o que for o dote das virgens.    18Não permitirás que viva uma feiticeira.    19Todo aquele que se deitar com animal, certamente será morto.    20Quem sacrificar a qualquer deus, a não ser tão-somente ao Senhor, será morto.    21Ao estrangeiro não maltratarás, nem o oprimirás; pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito.    22A nenhuma viúva nem órfão afligireis.    23Se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor;    24e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.    25Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor; não lhe imporás juros.    26Ainda que chegues a tomar em penhor o vestido do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol;    27porque é a única cobertura que tem; é o vestido da sua pele; em que se deitaria ele? Quando pois clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso.    28Aos juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao governador do teu povo.    29Não tardarás em trazer ofertas da tua ceifa e dos teus lagares. O primogênito de teus filhos me darás.    30Assim farás com os teus bois e com as tuas ovelhas; sete dias ficará a cria com a mãe; ao oitavo dia ma darás.    31Ser-me-eis homens santos; portanto não comereis carne que por feras tenha sido despedaçada no campo; aos cães a lançareis.   

Chapter 23

1Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta.    2Nao seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça;    3nem mesmo ao pobre favorecerás na sua demanda.    4Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, sem falta lho reconduzirás.    5Se vires deitado debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante; certamente o ajudarás a levantá-lo.    6Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda.    7Guarda-te de acusares falsamente, e não matarás o inocente e justo; porque não justificarei o ímpio.    8Também não aceitarás peita, porque a peita cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.    9Outrossim, não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.    10Seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus frutos;    11mas no sétimo ano a deixarás descansar e ficar em pousio, para que os pobres do teu povo possam comer, e do que estes deixarem comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.    12Seis dias farás os teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento, e para que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro.    13Em tudo o que vos tenho dito, andai apercebidos. Do nome de outros deuses nem fareis menção; nunca se ouça da vossa boca o nome deles.    14Três vezes no ano me celebrarás festa:    15A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe, porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias;    16também guardarás a festa da sega, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho.    17Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor Deus.    18Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem ficará da noite para a manhã a gordura da minha festa.    19As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.    20Eis que eu envio um anjo adiante de ti, para guardar-te pelo caminho, e conduzir-te ao lugar que te tenho preparado.    21Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o meu nome.    22Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários.    23Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te introduzirá na terra dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuseus; e eu os aniquilarei.    24Não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; Antes os derrubarás totalmente, e quebrarás de todo as suas colunas.    25Servireis, pois, ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.    26Na tua terra não haverá mulher que aborte, nem estéril; o número dos teus dias completarei.    27Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas.    28Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os heveus, os cananeus e os heteus.    29Não os expulsarei num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti.    30Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança.    31E fixarei os teus limites desde o Mar Vermelho até o mar dos filisteus, e desde o deserto até o o rio; porque hei de entregar nas tuas mãos os moradores da terra, e tu os expulsarás de diante de ti.    32Não farás pacto algum com eles, nem com os seus deuses.    33Não habitarão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim; pois se servires os seus deuses, certamente isso te será um laço.   

Chapter 24

1Depois disse Deus a Moisés: Subi ao Senhor, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e adorai de longe.    2Só Moisés se chegará ao Senhor; os, outros não se chegarão; nem o povo subirá com ele.    3Veio, pois, Moisés e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado faremos.    4Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor e, tendo-se levantado de manhã cedo, edificou um altar ao pé do monte, e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel,    5e enviou certos mancebos dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrifícios pacíficos, de bois.    6E Moisés tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.    7Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.    8Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a todas estas coisas.    9Então subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,    10e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma calçada de pedra de safira, que parecia com o próprio céu na sua pureza.    11Deus, porém, não estendeu a sua mão contra os nobres dos filhos de Israel; eles viram a Deus, e comeram e beberam.    12Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares.    13E levantando-se Moisés com Josué, seu servidor, subiu ao monte de Deus,    14tendo dito aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver alguma questão, se chegará a eles.    15E tendo Moisés subido ao monte, a nuvem cobriu o monte.    16Também a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia, do meio da nuvem, Deus chamou a Moisés.    17Ora, a aparência da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.    18Moisés, porém, entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.   

Chapter 25

1Então disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.    3E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, prata, bronze,    4estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos de cabras,    5peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,    6azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromàtico,    7pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.    8E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles.    9Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.    10Também farão uma arca de madeira ,de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.    11E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor;    12e fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do outro.    13Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de ouro.    14Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca.    15Os varais permanecerão nas argolas da arca; não serão tirados dela.    16E porás na arca o testemunho, que eu te darei.    17Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu comprimento será de dois covados e meio, e a sua largura de um côvado e meio.    18Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.    19Farás um querubim numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele.    20Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório.    21E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei.    22E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel.    23Também farás uma mesa de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um côvado e a sua altura de um côvado e meio;    24cobri-la-ás de ouro puro, e lhe farás uma moldura de ouro ao redor.    25Também lhe farás ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor na guarnição farás uma moldura de ouro.    26Também lhe farás quatro argolas de ouro, e porás as argolas nos quatro cantos, que estarão sobre os quatro pés.    27Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa.    28Farás, pois, estes varais de madeira de acácia, e os cobrirás de ouro; e levar-se-á por eles a mesa.    29Também farás os seus pratos, as suas colheres, os seus cântaros e as suas tigelas com que serão oferecidas as libações; de ouro puro os farás.    30E sobre a mesa porás os pães da o proposição perante mim para sempre.    31Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus copos, os seus cálices e as suas corolas formarão com ele uma só peça.    32E de seus lados sairão seis braços: três de um lado, e três do outro.    33Em um braço haverá três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; também no outro braço três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; assim se farão os seis braços que saem do candelabro.    34Mas na haste central haverá quatro copos a modo de flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas,    35e um cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça; outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e ainda outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; assim será para os seis braços que saem do candelabro.    36Os seus cálices e os seus braços formarão uma só peça com a haste; o todo será de obra batida de ouro puro.    37Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele.    38Os seus espevitadores e os seus cinzeiros serão de ouro puro.    39De um talento de ouro puro se fará o candelabro, com todos estes utensílios.    40Atenta, pois, que os faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte.   

Chapter 26

1O tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e de estofo azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás, obra de artífice.    2O comprimento de cada cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas serão da mesma medida.    3Cinco cortinas serão enlaçadas, cada uma à outra; e as outras cinco serão enlaçadas da mesma maneira.    4Farás laçadas de estofo azul na orla da última cortina do primeiro grupo; assim também farás na orla da primeira cortina do segundo grupo;    5a saber, cinqüenta laçadas na orla de uma cortina, e cinqüenta laçadas na orla da outra; as laçadas serão contrapostas uma à outra.    6Farás cinqüenta colchetes de ouro, e prenderás com eles as cortinas, uma à outra; assim o tabernáculo virá a ser um todo.    7Farás também cortinas de pêlos de cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze destas cortinas farás.    8O comprimento de cada cortina será de trinta côvados, e a largura de cada cortina de quatro côvados; as onze cortinas serão da mesma medida.    9E ajuntarás cinco cortinas em um grupo, e as outras seis cortinas em outro grupo; e dobrarás a sexta cortina na frente da tenda.    10E farás cinqüenta laçadas na orla da última cortina do primeiro grupo, e outras cinqüenta laçadas na orla da primeira cortina do segundo grupo.    11Farás também cinqüenta colchetes de bronze, e meterás os colchetes nas laçadas, e assim ajuntarás a tenda, para que venha a ser um todo.    12E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a saber, a meia cortina que sobejar, penderá aos fundos do tabernáculo.    13E o côvado que sobejar de um lado e de outro no comprimento das cortinas da tenda, penderá de um e de outro lado do tabernáculo, para cobri-lo.    14Farás também para a tenda uma coberta de peles de carneiros, tintas de vermelho, e por cima desta uma coberta de peles de golfinhos.    15Farás também as tábuas para o tabernáculo de madeira de acácia, as quais serão colocadas verticalmente.    16O comprimento de cada tábua será de dez côvados, e a sua largura de um côvado e meio.    17Duas couceiras terá cada tábua, unidas uma à outra por travessas; assim farás com todas as tábuas do tabernáculo.    18Ao fazeres as tábuas para o tabernáculo, farás vinte delas para o lado meridional.    19Farás também quarenta bases de prata debaixo das vinte tábuas; duas bases debaixo de uma tábua, para as suas duas couceiras, e duas bases debaixo de outra, para as duas couceiras dela.    20Também para o outro lado do tabernáculo, o que dá para o norte, farás vinte tábuas,    21com as suas quarenta bases de prata; duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de outra.    22E para o lado posterior do tabernáculo, o que dá para o ocidente, farás seis tábuas.    23Farás também duas tábuas para os cantos do tabernáculo no lado posterior.    24Por baixo serão duplas, do mesmo modo se estendendo inteiras até a primeira argola em cima; assim se fará com as duas tábuas; elas serão para os dois cantos.    25Haverá oito tábuas com as suas dezesseis bases de prata: duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de outra.    26Farás também travessões de madeira de acácia; cinco para as tábuas de um lado do tabernáculo,    27e cinco para as tábuas do outro lado do tabernáculo, bem como c6 azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o para o ocidente.    28O travessão central passará ao meio das tábuas, de uma extremidade à outra.    29E cobrirás de ouro as tábuas, e de ouro farás as suas argolas, como lugares para os travessões; também os travessões cobrirás de ouro.    30Então levantarás o tabernáculo conforme o modelo que te foi mostrado no monte.    31Farás também um véu de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido; com querubins, obra de artífice, se fará;    32e o suspenderás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.    33Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e levarás para dentro do véu a arca do testemunho; este véu vos fará separação entre o lugar santo e o santo dos santos.    34Porás o propiciatório sobre a arca do testemunho no santo dos santos;    35colocarás a mesa fora do véu, e o candelabro defronte da mesa, para o lado sul do tabernáculo; e porás a mesa para o lado norte.    36Farás também para a porta da tenda um reposteiro de azul, púrpura, carmesim: e linho fino torcido, obra de bordador.    37E para o reposteiro farás cinco colunas de madeira de acácia, cobrindo-as de ouro (os seus colchetes também serão de ouro), e para elas fundirás cinco bases de bronze.   

Chapter 27

1Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o comprimento, de cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e de três côvados a altura.    2E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze.    3Far-lhe-ás também os cinzeiros, para recolher a sua cinza, e as pás, e as bacias, e os garfos e os braseiros; todos os seus utensílios farás de bronze.    4Far-lhe-ás também um crivo de bronze em forma de rede, e farás para esta rede quatro argolas de bronze nos seus quatro cantos,    5e a porás em baixo da borda em volta do altar, de maneira que a rede chegue até o meio do altar.    6Farás também varais para o altar, varais de madeira de acácia, e os cobrirás de bronze.    7Os varais serão metidos nas argolas, e estarão de um e de outro lado do altar, quando for levado.    8èco, de tábuas, o farás; como se te mostrou no monte, assim o farão.    9Farás também o átrio do tabernáculo. No lado que dá para o sul o átrio terá cortinas de linho fino torcido, de cem côvados de comprimento.    10As suas colunas serão vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.    11Assim também ao longo do lado do norte haverá cortinas de cem côvados de comprimento, e serão vinte as suas colunas e vinte as bases destas, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.    12E na largura do átrio do lado do ocidente haverá cortinas de cinqüenta côvados; serão dez as suas colunas, e dez as bases destas.    13Semelhantemente a largura do átrio do lado que dá para o nascente será de cinqüenta côvados.    14As cortinas para um lado da porta serão de quinze côvados; três serão as suas colunas, e três as bases destas.    15E de quinze côvados serão as cortinas para o outro lado; as suas colunas serão três, e três as bases destas.    16Também à porta do átrio haverá um reposteiro de vinte côvados, de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e quatro as bases destas.    17Todas as colunas do átrio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus colchetes serão de prata, porém as suas bases de bronze.    18O comprimento do átrio será de cem côvados, e a largura, por toda a extensão, de cinqüenta, e a altura de cinco côvados; as cortinas serão de linho fino torcido; e as bases das colunas de bronze.    19Todos os utensílios do tabernáculo em todo o seu serviço, e todas as suas estacas, e todas as estacas do átrio, serão de bronze.    20Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para manter uma lâmpada acesa continuamente.    21Na tenda da revelação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos a conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o Senhor; este será um estatuto perpétuo para os filhos de Israel pelas suas gerações.   

Chapter 28

1Depois farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão.    2Farás vestes sagradas para Arão, teu irmão, para glória e ornamento.    3Falarás a todos os homens hábeis, a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam as vestes de Arão para santificá-lo, a fim de que me administre o ofício sacerdotal.    4Estas pois são as vestes que farão: um peitoral, um éfode, um manto, uma túnica bordada, uma mitra e um cinto; farão, pois, as vestes sagradas para Arão, teu irmão, e para seus filhos, a fim de me administrarem o ofício sacerdotal.    5E receberão o ouro, o azul, a púrpura, o carmesim e o linho fino,    6e farão o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de desenhista.    7Terá duas ombreiras, que se unam às suas duas pontas, para que seja unido.    8E o cinto de obra esmerada do éfode, que estará sobre ele, formando com ele uma só peça, será de obra semelhante de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido.    9E tomarás duas pedras de berilo, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel.    10Seis dos seus nomes numa pedra, e os seis nomes restantes na outra pedra, segundo a ordem do seu nascimento.    11Conforme a obra de lapidário, como a gravura de um selo, gravarás as duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; guarnecidas de engastes de ouro as farás.    12E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel; assim sobre um e outro ombro levará Arão diante do Senhor os seus nomes como memorial.    13Farás também engastes de ouro,    14e duas cadeiazinhas de ouro puro; como cordas as farás, de obra trançada; e aos engastes fixarás as cadeiazinhas de obra trançada.    15Farás também o peitoral do juízo, obra de artífice; conforme a obra do éfode o farás; de ouro, de azul, de púrpura, de carmesim, e de linho fino torcido o farás.    16Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura.    17E o encherás de pedras de engaste, em quatro fileiras: a primeira será de uma cornalina, um topázio e uma esmeralda;    18a segunda fileira será de uma granada, uma safira e um ônix;    19a terceira fileira será de um jacinto, uma ágata e uma ametista;    20e a quarta fileira será de uma crisólita, um berilo e um jaspe; elas serão guarnecidas de ouro nos seus engastes.    21Serão, pois, as pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão como a gravura de um selo, cada uma com o seu nome, para as doze tribos.    22Também farás sobre o peitoral cadeiazinhas como cordas, obra de trança, de ouro puro.    23Igualmente sobre o peitoral farás duas argolas de ouro, e porás as duas argolas nas duas extremidades do peitoral.    24Então meterás as duas cadeiazinhas de ouro, de obra trançada, nas duas argolas nas extremidades do peitoral;    25e as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de obra trançada meterás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na parte dianteira dele.    26Farás outras duas argolas de ouro, e as porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao lado interior do éfode.    27Farás mais duas argolas de ouro, e as porás nas duas ombreiras do éfode, para baixo, na parte dianteira, junto à costura, e acima do cinto de obra esmerada do éfode.    28E ligarão o peitoral, pelas suas argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, de modo que fique sobre o cinto de obra esmerada do éfode e não se separe o peitoral do éfode.    29Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no lugar santo, para memorial diante do Senhor continuamente.    30Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente.    31Também farás o manto do éfode todo de azul.    32No meio dele haverá uma abertura para a cabeça; esta abertura terá um debrum de obra tecida ao redor, como a abertura de cota de malha, para que não se rompa.    33E nas suas abas, em todo o seu redor, farás romãs de azul, púrpura e carmesim, e campainhas de ouro, entremeadas com elas ao redor.    34uma campainha de ouro, e uma romã, outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas abas do manto ao redor.    35E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o sonido ao entrar ele no lugar santo diante do Senhor e ao sair, para que ele não morra.    36Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como a gravura de um selo: SANTO AO SENHOR.    37Pô-la-ás em um cordão azul, de maneira que esteja na mitra; bem na frente da mitra estará.    38E estará sobre a testa de Arão, e Arão levará a iniqüidade das coisas santas, que os filhos de Israel consagrarem em todas as suas santas ofertas; e estará continuamente na sua testa, para que eles sejam aceitos diante do Senhor.    39Também tecerás a túnica enxadrezada de linho fino; bem como de linho fino farás a mitra; e farás o cinto, obra de bordador.    40Também para os filhos de Arão farás túnicas; e far-lhes-ás cintos; também lhes farás tiaras, para glória e ornamento.    41E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos, e os ungirás e consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio.    42Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas.    43E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da revelação, ou quando chegarem ao altar para ministrar no lugar santo, para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua descendência depois dele.   

Chapter 29

1Isto é o que lhes farás para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho e dois carneiros sem defeito,    2e pão ázimo, e bolos ázimos, amassados com azeite, e coscorões ázimos, untados com azeite; de flor de farinha de trigo os farás;    3e os porás num cesto, e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.    4Então farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da revelação e os lavarás, com água.    5Depois tomarás as vestes, e vestirás a Arão da túnica e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral, e lhe cingirás o éfode com o seu cinto de obra esmerada;    6e pôr-lhe-ás a mitra na cabeça; e sobre a mitra porás a coroa de santidade;    7então tomarás o óleo da unção e, derramando-lho sobre a cabeça, o ungirás.    8Depois farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,    9e os cingirás com cintos, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras. Por estatuto perpétuo eles terão o sacerdócio; consagrarás, pois, a Arão e a seus filhos.    10Farás chegar o novilho diante da tenda da revelação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho;    11e imolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.    12Depois tomarás do sangue do novilho, e com o dedo o porás sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar.    13Também tomarás toda a gordura que cobre as entranhas, o redenho do fígado, os dois rins e a gordura que houver neles, e queimá-los-ás sobre o altar;    14mas a carne do novilho, o seu couro e o seu excremento queimarás fora do arraial; é sacrifício pelo pecado.    15Depois tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça dele,    16e imolarás o carneiro e, tomando o seu sangue, o espargirás sobre o altar ao redor;    17e partirás o carneiro em suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e as porás sobre as suas partes e sobre a sua cabeça.    18Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor; é cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.    19Depois tomarás o outro carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça dele;    20e imolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão e sobre a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da sua mão direita e sobre o dedo polegar do seu pé direito; e espargirás o sangue sobre o altar ao redor.    21Então tomarás do sangue que estará sobre o altar, e do óleo da unção, e os espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes, e sobre seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; assim ele será santificado e as suas vestes, também seus filhos e as vestes de seus filhos com ele.    22Depois tomarás do carneiro a gordura e a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas e o redenho do fígado, os dois rins com a gordura que houver neles e a coxa direita (porque é carneiro de consagração),    23e uma fogaça de pão, um bolo de pão azeitado e um coscorão do cesto dos pães ázimos que estará diante do Senhor,    24e tudo porás nas mãos de Arão, e nas mãos de seus filhos; e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor.    25Depois o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto, por cheiro suave perante o Senhor; é oferta queimada ao Senhor.    26Também tomarás o peito do carneiro de consagração, que é de Arão, e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor; e isto será a tua porção.    27E santificarás o peito da oferta de movimento e a coxa da oferta alçada, depois de movida e alçada, isto é, aquilo do carneiro de consagração que for de Arão e de seus filhos;    28e isto será para Arão e para seus fihos a porção de direito, para sempre, da parte dos filhos de Israel, porque é oferta alçada; e oferta alçada será dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas pacíficas, oferta alçada ao Senhor.    29As vestes sagradas de Arão ficarão para seus filhos depois dele, para nelas serem ungidos e sagrados.    30Sete dias os vestirá aquele que de seus filhos for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da revelação para ministrar no lugar santo.    31Também tomarás o carneiro de consagração e cozerás a sua carne em lugar santo.    32E Arão e seus filhos comerão a carne do carneiro, e o pão que está no cesto, à porta da tenda da revelação;    33e comerão as coisas com que for feita expiação, para consagrá-los, e para santificá-los; mas delas o estranho nào comerá, porque são santas.    34E se sobejar alguma coisa da carne da consagração, ou do pão, até pela manhã, o que sobejar queimarás no fogo; não se comerá, porque é santo.    35Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos conforme tudo o que te hei ordenado; por sete dias os sagrarás.    36Também cada dia oferecerás para expiação o novilho de sacrifício pelo pecado; e purificarás o altar, fazendo expiação por ele; e o ungirás para santificá-lo.    37Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo.    38Isto, pois, é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia continuamente.    39Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tardinha;    40com um cordeiro a décima parte de uma efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho.    41E o outro cordeiro oferecerás à tardinha, e com ele farás oferta de cereais como com a oferta da manhã, e conforme a sua oferta de libação, por cheiro suave; oferta queimada é ao Senhor.    42Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali.    43E ali virei aos filhos de Israel; e a tenda será santificada pela minha glória;    44santificarei a tenda da revelação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio.    45Habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei o seu Deus;    46e eles saberão que eu sou o Senhor seu Deus, que os tirei da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu sou o Senhor seu Deus.   

Chapter 30

1Farás um altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o farás.    2O seu comprimento será de um côvado, e a sua largura de um côvado; será quadrado; e de dois côvados será a sua altura; as suas pontas formarão uma só peça com ele.    3De ouro puro o cobrirás, tanto a face superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e lhe farás uma moldura de ouro ao redor.    4Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da sua moldura; nos dois cantos de ambos os lados as farás; e elas servirão de lugares para os varais com que o altar será levado.    5Farás também os varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro.    6E porás o altar diante do véu que está junto à arca do testemunho, diante do propiciatório, que se acha sobre o testemunho, onde eu virei a ti.    7E Arão queimará sobre ele o incenso das especiarias; cada manhã, quando puser em ordem as lâmpadas, o queimará.    8Também quando acender as lâmpadas à tardinha, o queimará; este será incenso perpétuo perante o Senhor pelas vossas gerações.    9Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem oferta de cereais; nem tampouco derramareis sobre ele ofertas de libação.    10E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do altar; com o sangue do sacrifício de expiação de pecado, fará expiação sobre ele uma vez no ano pelas vossas gerações; santíssimo é ao Senhor.    11Disse mais o Senhor a Moisés:    12Quando fizeres o alistamento dos filhos de Israel para sua enumeração, cada um deles dará ao Senhor o resgate da sua alma, quando os alistares; para que não haja entre eles praga alguma por ocasião do alistamento.    13Dará cada um, ao ser alistado, meio siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte jeiras); meio siclo é a oferta ao Senhor.    14Todo aquele que for alistado, de vinte anos para cima, dará a oferta do Senhor.    15O rico não dará mais, nem o pobre dará menos do que o meio siclo, quando derem a oferta do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas.    16E tomarás o dinheiro da expiação dos filhos de Israel, e o designarás para o serviço da tenda da revelação, para que sirva de memorial a favor dos filhos de Israel diante do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas.    17Disse mais o Senhor a Moisés:    18Farás também uma pia de bronze com a sua base de bronze, para lavatório; e a porás entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitarás água,    19com a qual Arão e seus filhos lavarão as mãos e os pés;    20quando entrarem na tenda da revelação lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para fazer oferta queimada ao Senhor.    21Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua descendência pelas suas gerações.    22Disse mais o Senhor a Moisés:    23Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos,    24de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him.    25Disto farás um óleo sagrado para as unções, um perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado para as unções.    26Com ele ungirás a tenda da revelação, a arca do testemunho,    27a mesa com todos os seus utensílios, o candelabro com os seus utensílios, o altar de incenso,    28a altar do holocausto com todos os seus utensílios, o altar de incenso,    29Assim santificarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que as tocar será santo.    30Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para me administrarem o sacerdócio.    31E falarás aos filhos de Israel, dizendo: Este me será o óleo sagrado para as unções por todas as vossas gerações.    32Não se ungirá com ele carne de homem; nem fareis outro de semelhante composição; sagrado é, e para vós será sagrado.    33O homem que compuser um perfume como este, ou que com ele ungir a um estranho, será extirpado do seu povo.    34Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual;    35e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo;    36e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssimá vos será.    37Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo vos será para o Senhor.    38O homem que fizer tal como este para o cheirar, será extirpado do seu povo.   

Chapter 31

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2Eis que eu tenho chamado por nome a Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá,    3e o enchi do espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,    4para inventar obras artísticas, e trabalhar em ouro, em prata e em bronze,    5e em lavramento de pedras para engastar, e em entalhadura de madeira, enfim para trabalhar em todo ofício.    6E eis que eu tenho designado com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos os homens hábeis, para fazerem tudo o que te hei ordenado,    7a saber: a tenda da revelação, a arca do testemunho, o propiciatório que estará sobre ela, e todos os móveis da tenda;    8a mesa com os seus utensílios, o candelabro de ouro puro com todos os seus utensílios, o altar do incenso,    9o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base;    10as vestes finamente tecidas, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as de seus filhos, para administrarem o sacerdócio;    11o óleo da unção, e o incenso aromático para o lugar santo; eles farão conforme tudo o que te hei mandado.    12Disse mais o Senhor a Moisés:    13Falarás também aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós pelas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.    14Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente será morto; porque qualquer que nele fizer algum trabalho, aquela alma será exterminada do meio do seu povo.    15Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente será morto.    16Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo. ,    17Entre mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério.    18E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no monte Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.   

Chapter 32

1Mas o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.    2E Arão lhes disse: Tirai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-mos.    3Então todo o povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, os trouxe a Arão;    4ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito.    5E Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, fazendo uma proclamação, disse: Amanhã haverá festa ao Senhor.    6No dia seguinte levantaram-se cedo, ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo sentou-se a comer e a beber; depois levantou-se para folgar.    7Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir da terra do Egito, se corrompeu;    8depressa se desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e adoraram-no, e lhe ofereceram sacrifícios, e disseram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito.    9Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho observado este povo, e eis que é povo de dura cerviz.    10Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação.    11Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: ç Senhor, por que se acende a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?    12Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra?. Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo.    13Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo juraste, e lhes disseste: Multiplicarei os vossos descendentes como as estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho falado, e eles a possuirão por herança para sempre.    14Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.    15E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas.    16E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.    17Ora, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial.    18Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas é a voz dos que cantam que eu ouço.    19Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte.    20Então tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel.    21E perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado?.    22Ao que respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu conheces o povo, como ele é inclinado ao mal.    23Pois eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.    24Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o. Assim mo deram; e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro.    25Quando, pois, Moisés viu que o povo estava desenfreado (porque Arão o havia desenfreado, para escárnio entre os seus inimigos),    26pôs-se em pé à entrada do arraial, e disse: Quem está ao lado do Senhor, venha a mim. Ao que se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi.    27Então ele lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho.    28E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens.    29Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai-vos hoje ao Senhor; porque cada um será contra o seu filho, e contra o seu irmão; para que o Senhor vos conceda hoje uma bênção.    30No dia seguinte disse Moisés ao povo Vós tendes cometido grande pecado; agora porém subirei ao Senhor; porventura farei expiação por vosso pecado.    31Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro.    32Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito.    33Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro.    34Vai pois agora, conduze este povo para o lugar de que te hei dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu pecado.    35Feriu, pois, o Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que Arão formara.   

Chapter 33

1Disse mais o Senhor a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, para a terra a respeito da qual jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: ë tua descendência a darei.    2E enviarei um anjo adiante de ti (e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus),    3para uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de cerviz dura; para que não te consuma eu no caminho.    4E quando o povo ouviu esta má notícia, pôs-se a prantear, e nenhum deles vestiu os seus atavios.    5Pois o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És um povo de dura cerviz; se por um só momento eu subir no meio de ti, te consumirei; portanto agora despe os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer.    6Então os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, desde o monte Horebe em diante.    7Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la fora do arraial, bem longe do arraial; e chamou-lhe a tenda da revelação. E todo aquele que buscava ao Senhor saía à tenda da revelação, que estava fora do arraial.    8Quando Moisés saía à tenda, levantava-se todo o povo e ficava em pé cada um à porta da sua tenda, e olhava a Moisés pelas costas, até entrar ele na tenda.    9E quando Moisés entrava na tenda, a coluna de nuvem descia e ficava à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés.    10Assim via todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, e todo o povo, levantando-se, adorava, cada um à porta da sua tenda.    11E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo. Depois tornava Moisés ao arraial; mas o seu servidor, o mancebo Josué, filho de Num, não se apartava da tenda.    12E Moisés disse ao Senhor: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo; porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo. Disseste também: Conheço-te por teu nome, e achaste graça aos meus olhos.    13Se eu, pois, tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me mostres os teus caminhos, para que eu te conheça, a fim de que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo.    14Respondeu-lhe o Senhor: Eu mesmo irei contigo, e eu te darei descanso.    15Então Moisés lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.    16Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra;    17Ao que disse o Senhor a Moisés: Farei também isto que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço pelo teu nome.    18Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres a tua glória.    19Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.    20E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum pode ver a minha face e viver.    21Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui, sobre a penha, te poras.    22E quando a minha glória passar, eu te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado.    23Depois, quando eu tirar a mão, me verás pelas costas; porém a minha face não se verá.   

Chapter 34

1Então disse o Senhor a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.    2Prepara-te para amanhã, e pela manhã sobe ao monte Sinai, e apresenta-te a mim ali no cume do monte.    3Mas ninguém suba contigo, nem apareça homem algum em todo o monte; nem mesmo se apascentem defronte dele ovelhas ou bois.    4Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e, levantando-se de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado, levando na mão as duas tábuas de pedra.    5O Senhor desceu numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome Jeová.    6Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeovã, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;    7que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.    8Então Moisés se apressou a inclinar-se à terra, e adorou,    9dizendo: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz:; e perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança.    10Então disse o Senhor: Eis que eu faço um pacto; farei diante de todo o teu povo maravilhas quais nunca foram feitas em toda a terra, nem dentro de nação alguma; e todo este povo, no meio do qual estás, verá a obra do Senhor; porque coisa terrível é o que faço contigo.    11Guarda o que eu te ordeno hoje: eis que eu lançarei fora de diante de ti os amorreus, os cananeus, os heteus, os perizeus, os heveus e os jebuseus.    12Guarda-te de fazeres pacto com os habitantes da terra em que hás de entrar, para que isso não seja por laço no meio de ti.    13Mas os seus altares derrubareis, e as suas colunas quebrareis, e os seus aserins cortareis    14(porque não adorarãs a nenhum outro deus; pois o Senhor, cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso),    15para que não faças pacto com os habitantes da terra, a fim de que quando se prostituirem após os seus deuses, e sacrificarem aos seus deuses, tu não sejas convidado por eles, e não comas do seu sacrifício;    16e não tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, para que quando suas filhas se prostituírem após os seus deuses, não façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses.    17Não farás para ti deuses de fundição.    18A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe; porque foi no mês de abibe que saíste do Egito.    19Tudo o que abre a madre é meu; até todo o teu gado, que seja macho, que abre a madre de vacas ou de ovelhas;    20o jumento, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas se não quiseres resgatá-lo, quebrar-lhe-ás a cerviz. Resgatarás todos os primogênitos de teus filhos. E ninguém aparecerá diante de mim com as mãos vazias.    21Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás; na aradura e na sega descansarás.    22Também guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da ceifa do trigo, e a festa da colheita no fim do ano.    23Três vezes no ano todos os teus varões aparecerão perante o Senhor Jeová, Deus do Israel;    24porque eu lançarei fora as nações de diante de ti, e alargarei as tuas fronteiras; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor teu Deus.    25Não sacrificarás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem o sacrifício da festa da páscoa ficará da noite para a manhã.    26As primeiras das primícias da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.    27Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel.    28E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez mandamentos.    29Quando Moisés desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas tsbuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado com ele.    30Quando, pois, Arão e todos os filhos de Israel olharam para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia, pelo que tiveram medo de aproximar-se dele.    31Então Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou.    32Depois chegaram também todos os filhos de Israel, e ele lhes ordenou tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai.    33Assim que Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto.    34Mas, entrando Moisés perante o Senhor, para falar com ele, tirava o véu até sair; e saindo, dizia aos filhos de Israel o que lhe era ordenado.    35Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que a pele do seu rosto resplandecia; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com Deus.   

Chapter 35

1Então Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: Estas são as palavras que o Senhor ordenou que cumprísseis.    2Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, sábado de descanso solene ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto.    3Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.    4Disse mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel: Esta é a palavra que o Senhor ordenou dizendo:    5Tomai de entre vós uma oferta para o Senhor; cada um cujo coração é voluntariamente disposto a trará por oferta alçada ao Senhor: ouro, prata e bronze,    6como também azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de cabras,    7peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,    8azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático,    9pedras de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.    10E venham todos os homens hábeis entre vós, e façam tudo o que o Senhor tem ordenado:    11o tabernáculo, a sua tenda e a sua coberta, os seus colchetes e as suas tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas bases;    12a arca e os seus varais, o propiciatório, e o véu e reposteiro;    13a mesa e os seus varais, todos os seus utensílios, e os pães da proposição;    14o candelabro para a luz, os seus utensílios, as suas lâmpadas, e o azeite para a luz;    15o altar do incenso e os seus varais, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro da porta para a entrada do tabernáculo;    16o altar do holocausto com o seu crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua base;    17as cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, o reposteiro para a porta do átrio;    18as estacas do tabernáculo, as estacas do atrio, e as suas cordas;    19as vestes finamente tecidas, para o uso no ministério no lugar santo, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio.    20Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu da presença de Moisés.    21E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo espírito o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra da tenda da revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes sagradas.    22Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram bem dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo todos estes jóias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de ouro ao Senhor.    23E todo homem que possuía azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de cabras, peles de carneiros tintas de vermelho, ou peles de golfinhos, os trazia.    24Todo aquele que tinha prata ou metal para oferecer, o trazia por oferta alçada ao Senhor; e todo aquele que possuía madeira de acácia, a trazia para qualquer obra do serviço.    25E todas as mulheres hábeis fiavam com as mãos, e traziam o que tinham fiado, o azul e a púrpura, o carmesim e o linho fino.    26E todas as mulheres hàbeis que quisessem fiavam os pelos das cabras.    27Os príncipes traziam pedras de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral,    28e as especiarias e o azeite para a luz, para o óleo da unção e para o incenso aromático.    29Trouxe uma oferta todo homem e mulher cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o senhor ordenara se fizesse por intermédio de Moisés; assim trouxeram os filhos de Israel uma oferta voluntária ao Senhor.    30Depois disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor chamou por nome a Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá,    31e o encheu do espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,    32para inventar obras artísticas, para trabalhar em ouro, em prata e em bronze,    33em lavramento de pedras para engastar, em entalhadura de madeira, enfim, para trabalhar em toda obra fina.    34Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã,    35a estes encheu de sabedoria do coração para exercerem todo ofício, seja de gravador, de desenhista, de bordador em azul, púrpura, carmesim e linho fino, de tecelão, enfim, dos que exercem qualquer ofício e dos que inventam obras artísticas.   

Chapter 36

1Assim trabalharão Bezaleel e Aoliabe, e todo homem hábil, a quem o Senhor deu sabedoria e entendimento, para saberem exercer todo ofício para o serviço do santuário, conforme tudo o que o Senhor tem ordenado.    2Então Moisés chamou a Bezaleel e a Aoliabe, e a todo homem hábil, em cujo coração Deus tinha posto sabedoria, isto é, a todo aquele cujo coração o moveu a se chegar à obra para fazê-la;    3e receberam de Moisés toda a oferta alçada, que os filhos de Israel tinham do para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e ainda eles lhe traziam cada manhã ofertas voluntárias.    4Então todos os sábios que faziam toda a obra do santuário vieram, cada um da obra que fazia,    5e disseram a Moisés: O povo traz muito mais do que é necessário para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.    6Pelo que Moisés deu ordem, a qual fizeram proclamar por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais.    7Porque o material que tinham era bastante para toda a obra, e ainda sobejava.    8Assim todos os homens hábeis, dentre os que trabalhavam na obra, fizeram o tabernáculo de dez cortinas de linho fino torcido, de azul, de púrpura e de carmesim, com querubins, obra de artífice.    9O comprimento de cada cortina era de vinte e oito côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas eram da mesma medida.    10Ligaram cinco cortinas uma com outra; e as outras cinco da mesma maneira.    11Fizeram laçadas de azul na orla da última cortina do primeiro grupo; assim, também fizeram na orla da primeira cortina do segundo grupo.    12Cinqüenta laçadas fizeram na orla de uma cortina, e cinquenta laçadas na orla da outra, do segundo grupo; as laçadas eram contrapostas uma à outra.    13Também fizeram cinqüenta colchetes de ouro, e com estes colchetes uniram as cortinas, uma com outra; e o tabernáculo veio a ser um todo.    14Fizeram também cortinas de pelos de cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas fizeram.    15O comprimento de cada cortina era de trinta côvados, e a largura de quatro côvados; as onze cortinas eram da mesma medida.    16uniram cinco destas cortinas à parte, e as outras seis à parte.    17Fizeram cinqüenta laçadas na orla da última cortina do primeiro grupo, e cinqüenta laçadas na orla da primeira cortina do segundo grupo.    18Fizeram também cinqüenta colchetes de bronze, para ajuntar a tenda, para que viesse a ser um todo.    19Fizeram para a tenda uma cobertura de peles de carneiros tintas de vermelho, e por cima desta uma cobertura de peles de golfinhos.    20Também fizeram, de madeira de acácia, as tábuas para o tabernáculo, as quais foram colocadas verticalmente.    21O comprimento de cada tábua era de dez côvados, e a largura de um côvado e meio.    22Cada tábua tinha duas couceiras, unidas uma à outra; assim fizeram com todas as tábuas do tabernáculo.    23Assim, pois, fizeram as tábuas para o tabernáculo; vinte tábuas para o lado que dá para o sul;    24e fizeram quarenta bases de prata para se pôr debaixo das vinte tábuas: duas bases debaixo de uma tábua para as suas duas couceiras, e duas debaixo de outra, para as duas couceiras dela.    25Também para o segundo lado do tabernáculo, o que dá para o norte, fizeram vinte tábuas,    26com as suas quarenta bases de prata, duas bases debaixo de uma tábua, e duas bases debaixo de outra.    27Para o lado posterior do tabernáculo, o que dá para o ocidente, fizeram seis tábuas.    28E para os dois cantos do tabernáculo no lado posterior, fizeram mais duas tábuas.    29Por baixo eram duplas, do mesmo modo se estendendo até a primeira argola, em cima; assim fizeram com as duas tábuas nos dois cantos.    30Assim havia oito tábuas com as suas bases de prata, a saber, dezesseis bases, duas debaixo de cada tábua.    31Fizeram também travessões de madeira de acácia: cinco travessões para as tábuas de um lado do tabernáculo,    32e cinco para as tábuas do outro lado do tabernáculo, e outros cinco para as tábuas do tabernáculo no lado posterior, o que dá para o ocidente.    33Fizeram que o travessão do meio passasse ao meio das tábuas duma extremidade até a outra.    34E cobriram as tábuas de ouro, e de ouro fizeram as suas argolas como lugares para os travessoes; também os travessões cobriu de ouro.    35Fizeram então o véu de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido; com querubins, obra de artífice, o fizeram.    36E fizeram-lhe quatro colunas de madeira de acácia e as cobriram de ouro; e seus colchetes fizeram de ouro; e fundiram-lhes quatro bases de prata.    37Fizeram também para a porta da tenda um reposteiro de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador,    38com as suas cinco colunas e os seus colchetes; e de ouro cobriu os seus capitéis e as suas faixas; e as suas cinco bases eram de bronze.   

Chapter 37

1Fez também Bezaleel a arca de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados e meio, a sua largura de um côvado e meio, e a sua altura de um côvado e meio.    2Cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora, fez-lhe uma moldura de ouro ao redor,    3e fundiu-lhe quatro argolas de ouro nos seus quatro cantos, duas argolas num lado e duas no outro.    4Também fez varais de madeira de acácia, e os cobriu de ouro;    5e meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para se levar a arca.    6Fez também um propiciatório de ouro puro; o seu comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio.    7Fez também dois querubins de ouro; de ouro batido os fez nas duas extremidades do propiciatório,    8um querubim numa extremidade, e o outro querubim na outra; de uma só peça com o propiciatório fez os querubins nas duas extremidades dele.    9E os querubins estendiam as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; para o propiciatório estavam voltadas as faces dos querubins.    10Fez também a mesa de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados, a sua largura de um côvado, e a sua altura de um côvado e meio.    11cobriu-a de ouro puro, e fez-lhe uma moldura de ouro ao redor.    12Fez-lhe também ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor na guarnição fez uma moldura de ouro.    13Fundiu-lhe também nos quatro cantos que estavam sobre os seus quatro pés.    14Junto da guarnição estavam as argolas para os lugares dos varais, para se levar a mesa.    15Fez também estes varais de madeira de acácia, e os cobriu de ouro, para se levar a mesa.    16E de ouro puro fez os utensílios que haviam de estar sobre a mesa, os seus pratos e as suas colheres, as suas tigelas e os seus cântaros, com que se haviam de oferecer as libações.    17Fez também o candelabro de ouro puro; de ouro batido fez o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus copos, os seus cálices e as suas corolas formavam com ele uma só peça.    18Dos seus lados saíam seis braços: três de um lado do candelabro e três do outro lado.    19Em um braço havia três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; igualmente no outro braço três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; assim se fez com os seis braços que saíam do candelabro.    20Mas na haste central havia quatro copos a modo de flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas;    21também havia um cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça, e outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste, e ainda outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e assim se fez para os seis braços que saíam da haste.    22Os seus cálices e os seus braços formavam uma só peça com a haste; o todo era uma obra batida de ouro puro.    23Também de ouro puro lhe fez as lâmpadas, em número de sete, com os seus espevitadores e os seus cinzeiros.    24De um talento de ouro puro fez o candelabro e todos os seus utensilios.    25De madeira de acácia fez o altar do incenso; de um côvado era o seu comprimento, e de um côvado a sua largura, quadrado, e de dois côvados a sua altura; as suas pontas formavam uma só peça com ele.    26Cobriu-o de ouro puro, tanto a face superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas, e fez-lhe uma moldura de ouro ao redor.    27Fez-lhe também duas argolas de ouro debaixo da sua moldura, nos dois cantos de ambos os lados, como lugares dos varais, para com eles se levar o altar.    28E os varais fez de madeira de acácia, e os cobriu de ouro.    29Também fez o óleo sagrado da unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista.   

Chapter 38

1Fez também o altar do holocausto de madeira de acácia; de cinco côvados era o seu comprimento e de cinco côvados a sua largura, quadrado, e de três côvados a sua altura.    2E fez-lhe pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas formavam uma só peça com ele; e cobriu-o de bronze.    3Fez também todos os utensílios do altar: os cinzeiros, as pás, as bacias, os garfos e os braseiros; todos os seus utensílios fez de bronze.    4Fez também para o altar um crivo de bronze em forma de rede, em baixo da borda ao redor, chegando ele até o meio do altar.    5E fundiu quatro argolas para as quatro extremidades do crivo de bronze, como lugares dos varais.    6E fez os varais de madeira de acácia, e os cobriu de bronze.    7E meteu os varais pelas argolas aos lados do altar, para com eles se levar o altar; fê-lo oco, de tábuas.    8Fez também a pia de bronze com a sua base de bronze, dos espelhos das mulheres que se reuniam e ministravam à porta da tenda da revelação.    9Fez também o átrio. Para o lado meridional as cortinas eram de linho fino torcido, de cem côvados de comprimento.    10As suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.    11Para o lado setentrional as cortinas eram de cem côvados; as suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.    12Para o lado ocidental as cortinas eram de cinquenta covados; as suas colunas eram dez, e as suas bases dez; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.    13E para o lado oriental eram as cortinas de cinqüenta côvados.    14As cortinas para um lado da porta eram de quinze côvados; as suas colunas eram três e as suas bases três.    15Do mesmo modo para o outro lado; de um e de outro lado da porta do átrio havia cortinas de quinze côvados; as suas colunas eram três e as suas bases três.    16Todas as cortinas do átrio ao redor eram de linho fino torcido.    17As bases das colunas eram de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata; o revestimento dos seus capitéis era de prata; e todas as colunas do átrio eram cingidas de faixas de prata.    18O reposteiro da porta do átrio era de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador; o comprimento era de vinte côvados, e a altura, na largura, de cinco côvados, conforme a altura das cortinas do átrio.    19As suas colunas eram quatro, e quatro as suas bases, todas de bronze; os seus colchetes eram de prata, como também o revestimento dos capitéis, e as suas faixas.    20E todas as estacas do tabernáculo e do átrio ao redor eram de bronze.    21Esta é a enumeração das coisas para o tabernáculo, a saber, o tabernáculo do testemunho, que por ordem de Moisés foram contadas para o ministério dos levitas, por intermédio de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.    22Fez, pois, Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o Senhor tinha ordenado a Moisés;    23e com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, gravador, desenhista, e bordador em azul, púrpura, carmesim e linho fino.    24Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber, o ouro da oferta, foi vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos, conforme o siclo do santuário.    25A prata dos arrolados da congregação montou em cem talentos e mil setecentos setenta e cinco siclos, conforme o siclo do santuário;    26um beca para cada cabeça, isto é, meio siclo, conforme o siclo do santuário, de todo aquele que passava para os arrolados, da idade de vinte anos e acima, que foram seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta.    27E houve cem talentos de prata para fundir as bases do santuário e as bases do véu; para cem bases eram cem talentos, um talento para cada base.    28Mas dos mil setecentos e setenta e cinco siclos, fez colchetes para as colunas, e cobriu os seus capitéis e fez-lhes as faixas.    29E o bronze da oferta foi setenta talentos e dois mil e quatrocentos siclos.    30Dele fez as bases da porta da tenda da revelação, o altar de bronze, e o crivo de bronze para ele, todos os utensílios do altar,    31as bases do átrio ao redor e as bases da porta do átrio, todas as estacas do tabernáculo e todas as estacas do átrio ao redor.   

Chapter 39

1Fizeram também de azul, púrpura e carmesim as vestes, finamente tecidas, para ministrar no lugar santo, e fizeram as vestes sagradas para Arão, como o Senhor ordenara a Moisés.    2Assim se fez o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido;    3bateram o ouro em lâminas delgadas, as quais cortaram em fios, para entretecê-lo no azul, na púrpura, no carmesim e no linho fino, em obra de desenhista;    4fizeram-lhe ombreiras que se uniam; assim pelos seus dois cantos superiores foi ele unido.    5E o cinto da obra esmerada do éfode, que estava sobre ele, formava com ele uma só peça e era de obra semelhante, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, como o Senhor ordenara a Moisés.    6Também prepararam as pedras de berilo, engastadas em ouro, lavradas como a gravura de um selo, com os nomes dos filhos de Israel;    7as quais puseram sobre as ombreiras do éfode para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moisés.    8Fez-se também o peitoral de obra de desenhista, semelhante à obra do éfode, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido.    9Quadrado e duplo fizeram o peitoral; o seu comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo, sendo ele dobrado. f    10E engastaram nele quatro fileiras de pedras: a primeira delas era de um sárdio, um topázio e uma esmeralda;    11a segunda fileira era de uma granada, uma safira e um ônix;    12a terceira fileira era de um jacinto, uma ágata e uma ametista;    13e a quarta fileira era de uma crisólita, um berilo e um jaspe; eram elas engastadas nos seus engastes de ouro.    14Estas pedras, pois, eram doze, segundo os nomes dos filhos de Israel; eram semelhantes a gravuras de selo, cada uma com o nome de uma das doze tribos.    15Também fizeram sobre o peitoral cadeiazinhas, semelhantes a cordas, obra de trança, de ouro puro.    16Fizeram também dois engastes de ouro e duas argolas de ouro, e fixaram as duas argolas nas duas extremidades do peitoral.    17E meteram as duas cadeiazinhas de trança de ouro nas duas argolas, nas extremidades do peitoral.    18E as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de trança meteram nos dois engastes, e as puseram sobre as ombreiras do éfode, na parte dianteira dele.    19Fizeram outras duas argolas de ouro, que puseram nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estava junto ao éfode por dentro.    20Fizeram mais duas argolas de ouro, que puseram nas duas ombreiras do éfode, debaixo, na parte dianteira dele, junto à sua costura, acima do cinto de obra esmerada do éfode.    21E ligaram o peitoral, pelas suas argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, para que estivesse sobre o cinto de obra esmerada do éfode, e o peitoral não se separasse do éfode, como o Senhor ordenara a Moisés.    22Fez-se também o manto do éfode de obra tecida, todo de azul,    23e a abertura do manto no meio dele, como a abertura de cota de malha; esta abertura tinha um debrum em volta, para que não se rompesse.    24Nas abas do manto fizeram romãs de azul, púrpura e carmesim, de fio torcido.    25Fizeram também campainhas de ouro puro, pondo as campainhas nas abas do manto ao redor, entremeadas com as romãs;    26uma campainha e uma romã, outra campainha e outra romã, nas abas do manto ao redor, para uso no ministério, como o Senhor ordenara a Moisés.    27Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos,    28e a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido,    29e o cinto de linho fino torcido, e de azul, púrpura e carmesim, obra de bordador, como o Senhor ordenara a Moisés.    30Fizeram também, de ouro puro, a lâmina da coroa sagrada, e nela gravaram uma inscrição como a gravura de um selo: SANTO AO SENHOR.    31E a ela ataram um cordão azul, para prendê-la à parte superior da mitra, como o Senhor ordenara a Moisés.    32Assim se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da revelação; e os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; assim o fizeram.    33Depois trouxeram a Moisés o tabernáculo, a tenda e todos os seus utensílios, os seus colchetes, as suas tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas bases;    34e a cobertura de peles de carneiros tintas de vermelho, e a cobertura de peles de golfinhos, e o véu do reposteiro;    35a arca do testemunho com os seus varais, e o propiciatório;    36a mesa com todos os seus utensílios, e os pães da proposição;    37o candelabro puro com suas lâmpadas todas em ordem, com todos os seus utensílios, e o azeite para a luz;    38também o altar de ouro, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro para a porta da tenda;    39o altar de bronze e o seu crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua base;    40as cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, e o reposteiro para a porta do átrio, as suas cordas e as suas estacas, e todos os utensílios do serviço do tabernáculo, para a tenda da revelação;    41as vestes finamente tecidas para uso no ministério no lugar santo, e as vestes sagradas para Arão, o sacerdote, e as vestes para seus filhos, para administrarem o sacerdócio.    42Conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra.    43Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram; então Moisés os abençoou.   

Chapter 40

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da revelação,    3e porás nele a arca do testemunho, e resguardaras a arca com o véu.    4Depois colocarás nele a mesa, e porás em ordem o que se deve pôr em ordem nela; também colocarás nele o candelabro, e acenderás as suas lâmpadas.    5E porás o altar de ouro para o incenso diante da arca do testemunho; então pendurarás o reposteiro da porta do tabernáculo.    6E porás o altar do holocausto diante da porta do tabernáculo da tenda da revelação.    7E porás a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitarás água.    8Depois levantarás as cortinas do átrio ao redor, e pendurarás o reposteiro da porta do átrio.    9Então tomarás o óleo da unção e ungirás o tabernáculo, e tudo o que há nele; e o santificarás, a ele e a todos os seus móveis; e será santo.    10Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios, e santificarás o altar; e o altar será santíssimo.    11Então ungirás a pia e a sua base, e a santificarás.    12E farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da revelação, e os lavarás com água.    13E vestirás Arão das vestes sagradas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio.    14Também farás chegar seus filhos, e os vestirás de túnicas,    15e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo pelas suas gerações.    16E Moisés fez conforme tudo o que o Senhor lhe ordenou; assim o fez.    17E no primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, o tabernáculo foi levantado.    18Levantou, pois, Moisés o tabernáculo: lançou as suas bases; armou as suas tábuas e nestas meteu os seus travessões; levantou as suas colunas;    19estendeu a tenda por cima do tabernáculo, e pôs a cobertura da tenda sobre ela, em cima, como o Senhor lhe ordenara.    20Então tomou o testemunho e pô-lo na arca, ajustou à arca os varais, e pôs-lhe o propiciatório em cima.    21Depois introduziu a arca no tabernáculo, e pendurou o véu do reposteiro, e assim resguardou a arca do testemunho, como o Senhor lhe ordenara.    22Pôs também a mesa na tenda da revelação, ao lado do tabernáculo para o norte, fora do véu,    23e sobre ela pôs em ordem o pão perante o Senhor, como o Senhor lhe ordenara.    24Pôs também na tenda da revelação o candelabro defronte da mesa, ao lado do tabernáculo para o sul,    25e acendeu as lâmpadas perante o Senhor, como o Senhor lhe ordenara.    26Pôs o altar de ouro na tenda da revelação diante do véu,    27e sobre ele queimou o incenso de especiarias aromáticas, como o Senhor lhe ordenara.    28Pendurou o reposteiro à: porta do tabernáculo,    29e pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda da revelação, e sobre ele ofereceu o holocausto e a oferta de cereais, como o Senhor lhe ordenara.    30Depois: colocou a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitou água para a as abluções.    31E junto dela Moisés, e Arão e seus filhos lavaram as mãos e os pés.    32Quando entravam na tenda da revelação, e quando chegavam ao altar, lavavam-se, como o Senhor ordenara a Moises.    33Levantou também as cortinas do átrio ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou o reposteiro da porta do átrio. Assim Moisés acabou a obra.    34Então a nuvem cobriu a tenda da revelação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo;    35de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.    36Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, prosseguiam os filhos de Israel, em todas as suas jornadas;    37se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se levantasse.    38Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.   

Leviticus

Chapter 1

1Ora, chamou o Senhor a Moisés e, da tenda da revelação, lhe disse:    2Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor, oferecereis as vossas ofertas do gado, isto é, do gado vacum e das ovelhas.    3Se a sua oferta for holocausto de gado vacum, oferecerá ele um macho sem defeito; à porta da tenda da revelação o oferecerá, para que ache favor perante o Senhor.    4Porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, e este será aceito a favor dele, para a sua expiação.    5Depois imolará o novilho perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está à porta da tenda da revelação.    6Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços.    7E os filhos de Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo;    8também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e a gordura, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar;    9a fressura, porém, e as pernas, ele as lavará com água; e o sacerdote queimará tudo isso sobre o altar como holocausto, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    10Se a sua oferta for holocausto de gado miúdo, seja das ovelhas seja das cabras, oferecerá ele um macho sem defeito,    11e o imolará ao lado do altar que dá para o norte, perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue em redor sobre o altar.    12Então o partirá nos seus pedaços, juntamente com a cabeça e a gordura; e o sacerdote os porá em ordem sobre a lenha que está no fogo sobre o altar;    13a fressura, porém, e as pernas, ele as lavará com água; e o sacerdote oferecerá tudo isso, e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    14Se a sua oferta ao Senhor for holocausto tirado de aves, então de rolas ou de pombinhos oferecerá a sua oferta.    15E o sacerdote a trará ao altar, tirar-lhe-á a cabeça e a queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar;    16e o seu papo com as suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para o lado do oriente, no lugar da cinza;    17e fendê-la-á junto às suas asas, mas não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.   

Chapter 2

1Quando alguém fizer ao Senhor uma oferta de cereais, a sua oferta será de flor de farinha; deitará nela azeite, e sobre ela porá incenso;    2e a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais lhe tomará um punhado da flor de farinha e do azeite com todo o incenso, e o queimará sobre o altar por oferta memorial, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    3O que restar da oferta de cereais pertencerá a Arão e a seus filhos; é coisa santíssima entre as ofertas queimadas ao Senhor.    4Quando fizerdes oferta de cereais assada ao forno, será de bolos ázimos de flor de farinha, amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite.    5E se a tua oferta for oferta de cereais assada na assadeira, será de flor de farinha sem fermento, amassada com azeite.    6Em pedaços a partirás, e sobre ela deitarás azeite; é oferta de cereais.    7E se a tua oferta for oferta de cereais cozida na frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite.    8Então trarás ao Senhor a oferta de cereais que for feita destas coisas; e será apresentada ao sacerdote, o qual a levará ao altar.    9E o sacerdote tomará da oferta de cereais o memorial dela, e o queimará sobre o altar; é oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    10E o que restar da oferta de cereais pertencerá a Arão e a seus filhos; é coisa santíssima entre as ofertas queimadas ao Senhor.    11Nenhuma oferta de cereais, que fizerdes ao Senhor, será preparada com fermento; porque não queimareis fermento algum nem mel algum como oferta queimada ao Senhor.    12Como oferta de primícias oferecê-los-eis ao Senhor; mas sobre o altar não subirão por cheiro suave.    13Todas as suas ofertas de cereais temperarás com sal; não deixarás faltar a elas o sal do pacto do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.    14Se fizeres ao Senhor oferta de cereais de primícias, oferecerás, como oferta de cereais das tuas primícias, espigas tostadas ao fogo, isto é, o grão trilhado de espigas verdes.    15Sobre ela deitarás azeite, e lhe porás por cima incenso; é oferta de cereais.    16O sacerdote queimará o memorial dela, isto é, parte do grão trilhado e parte do azeite com todo o incenso; é oferta queimada ao Senhor.   

Chapter 3

1Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico: se a fizer de gado vacum, seja macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do Senhor;    2porá a mão sobre a cabeça da sua oferta e a imolará à porta da tenda da revelação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor.    3Então, do sacrifício de oferta pacífica, fará uma oferta queimada ao Senhor; a gordura que cobre a fressura, sim, toda a gordura que está sobre ela,    4os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado, juntamente com os rins, ele os tirará.    5E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto que está sobre a lenha no fogo; é oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    6E se a sua oferta por sacrifício pacífico ao Senhor for de gado miúdo, seja macho ou fêmea, sem defeito o oferecerá.    7Se oferecer um cordeiro por sua oferta, oferecê-lo-á perante o Senhor;    8e porá a mão sobre a cabeça da sua oferta, e a imolará diante da tenda da revelação; e os filhos de Arão espargirão o sangue sobre o altar em redor.    9Então, do sacrifício de oferta pacífica, fará uma oferta queimada ao Senhor; a gordura da oferta, a cauda gorda inteira, tirá-la-á junto ao espinhaço; e a gordura que cobre a fressura, sim, toda a gordura que está sobre ela,    10os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado, juntamente com os rins, tirá-los-á.    11E o sacerdote queimará isso sobre o altar; é o alimento da oferta queimada ao Senhor.    12E se a sua oferta for uma cabra, perante o Senhor a oferecerá;    13e lhe porá a mão sobre a cabeça, e a imolará diante da tenda da revelação; e os filhos de Arão espargirão o sangue da cabra sobre o altar em redor.    14Depois oferecerá dela a sua oferta, isto é, uma oferta queimada ao Senhor; a gordura que cobre a fressura, sim, toda a gordura que está sobre ela,    15os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado, juntamente com os rins, tirá-los-á.    16E o sacerdote queimará isso sobre o altar; é o alimento da oferta queimada, de cheiro suave. Toda a gordura pertencerá ao Senhor.    17Estatuto perpétuo, pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações, será isto: nenhuma gordura nem sangue algum comereis.   

Chapter 4

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém pecar por ignorância no tocante a qualquer das coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, fazendo qualquer delas;    3se for o sacerdote ungido que pecar, assim tornando o povo culpado, oferecerá ao Senhor, pelo pecado que cometeu, um novilho sem defeito como oferta pelo pecado.    4Trará o novilho à porta da tenda da revelação, perante o Senhor; porá a mão sobre a cabeça do novilho e o imolará perante o Senhor.    5Então o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho, e o trará à tenda da revelação;    6e, molhando o dedo no sangue, espargirá do sangue sete vezes perante o Senhor, diante do véu do santuário.    7Também o sacerdote porá daquele sangue perante o Senhor, sobre as pontas do altar do incenso aromático, que está na tenda da revelação; e todo o resto do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da revelação.    8E tirará toda a gordura do novilho da oferta pelo pecado; a gordura que cobre a fressura, sim, toda a gordura que está sobre ela,    9os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado, juntamente com os rins, tirá-los-á,    10assim como se tira do boi do sacrifício pacífico; e o sacerdote os queimará sobre o altar do holocausto.    11Mas o couro do novilho, e toda a sua carne, com a cabeça, as pernas, a fressura e o excremento,    12enfim, o novilho todo, levá-lo-á para fora do arraial a um lugar limpo, em que se lança a cinza, e o queimará sobre a lenha; onde se lança a cinza, aí se queimará.    13Se toda a congregação de Israel errar, sendo isso oculto aos olhos da assembléia, e eles tiverem feito qualquer de todas as coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, assim tornando-se culpados;    14quando o pecado que cometeram for conhecido, a assembléia oferecerá um novilho como oferta pelo pecado, e o trará diante da tenda da revelação.    15Os anciãos da congregação porão as mãos sobre a cabeça do novilho perante o Senhor; e imolar-se-á o novilho perante o Senhor.    16Então o sacerdote ungido trará do sangue do novilho à tenda da revelação;    17e o sacerdote molhará o dedo no sangue, e o espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu.    18E do sangue porá sobre as pontas do altar, que está perante o Senhor, na tenda da revelação; e todo o resto do sangue derramará à base do altar do holocausto, que está diante da tenda da revelação.    19E tirará dele toda a sua gordura, e queimá-la-á sobre o altar.    20Assim fará com o novilho; como fez ao novilho da oferta pelo pecado, assim fará a este; e o sacerdote fará expiação por eles, e eles serão perdoados.    21Depois levará o novilho para fora do arraial, e o queimará como queimou o primeiro novilho; é oferta pelo pecado da assembléia.    22Quando um príncipe pecar, fazendo por ignorância qualquer das coisas que o Senhor seu Deus ordenou que não se fizessem, e assim se tornar culpado;    23se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará por sua oferta um bode, sem defeito;    24porá a mão sobre a cabeça do bode e o imolará no lugar em que se imola o holocausto, perante o Senhor; é oferta pelo pecado.    25Depois o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado e pô-lo-á sobre as pontas do altar do holocausto; então o resto do sangue derramará à base do altar do holocausto.    26Também queimará sobre o altar toda a sua gordura como a gordura do sacrifício da oferta pacífica; assim o sacerdote fará por ele expiação do seu pecado, e ele será perdoado.    27E se alguém dentre a plebe pecar por ignorância, fazendo qualquer das coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, e assim se tornar culpado;    28se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra, sem defeito, pelo pecado cometido;    29porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo pecado, e a imolará no lugar do holocausto.    30Depois o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta, e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; e todo o resto do sangue derramará à base do altar.    31Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico, e a queimará sobre o altar, por cheiro suave ao Senhor; e o sacerdote fará expiação por ele, e ele será perdoado.    32Ou, se pela sua oferta trouxer uma cordeira como oferta pelo pecado, sem defeito a trará;    33porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo pecado, e a imolará por oferta pelo pecado, no lugar em que se imola o holocausto.    34Depois o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado, e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; então todo o resto do sangue da oferta derramará à base do altar.    35Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico e a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do Senhor; assim o sacerdote fará por ele expiação do pecado que cometeu, e ele será perdoado.   

Chapter 5

1Se alguém, tendo-se ajuramentado como testemunha, pecar por não denunciar o que viu, ou o que soube, levará a sua iniqüidade.    2Se alguém tocar alguma coisa imunda, seja cadáver de besta-fera imunda, seja cadáver de gado imundo, seja cadáver de réptil imundo, embora faça sem se aperceber, contudo será ele imundo e culpado.    3Se alguém, sem se aperceber tocar a imundícia de um homem, seja qual for a imundícia com que este se tornar imundo, quando o souber será culpado.    4Se alguém, sem se aperceber, jurar temerariamente com os seus lábios fazer mal ou fazer bem, em tudo o que o homem pronunciar temerariamente com juramento, quando o souber, culpado será numa destas coisas.    5Deverá, pois, quando for culpado numa destas coisas, confessar aquilo em que houver pecado.    6E como sua oferta pela culpa, ele trará ao Senhor, pelo pecado que cometeu, uma fêmea de gado miúdo; uma cordeira, ou uma cabrinha, trará como oferta pelo pecado; e o sacerdote fará por ele expiação do seu pecado.    7Mas, se as suas posses não bastarem para gado miúdo, então trará ao Senhor, como sua oferta pela culpa por aquilo em que houver pecado, duas rolas, ou dois pombinhos; um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto;    8e os trará ao sacerdote, o qual oferecerá primeiro aquele que é para a oferta pelo pecado, e com a unha lhe fenderá a cabeça junto ao pescoço, mas não o partirá;    9e do sangue da oferta pelo pecado espargirá sobre a parede do altar, porém o que restar, daquele sangue espremer-se-á à base do altar; é oferta pelo pecado.    10E do outro fará holocausto conforme a ordenança; assim o sacerdote fará expiação por ele do pecado que cometeu, e ele será perdoado.    11Se, porém, as suas posses não bastarem para duas rolas, ou dois pombinhos, então, como oferta por aquilo em que houver pecado, trará a décima parte duma efa de flor de farinha como oferta pelo pecado; não lhe deitará azeite nem lhe porá em cima incenso, porquanto é oferta pelo pecado;    12e o trará ao sacerdote, o qual lhe tomará um punhado como o memorial da oferta, e a queimará sobre o altar em cima das ofertas queimadas do Senhor; é oferta pelo pecado.    13Assim o sacerdote fará por ele expiação do seu pecado, que houver cometido em alguma destas coisas, e ele será perdoado; e o restante pertencerá ao sacerdote, como a oferta de cereais.    14Disse mais o Senhor a Moisés:    15Se alguém cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor, como a sua oferta pela culpa, um carneiro sem defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para oferta pela culpa.    16Assim fará restituição pelo pecado que houver cometido na coisa sagrada, e ainda lhe acrescentará a quinta parte, e a dará ao sacerdote; e com o carneiro da oferta pela culpa, o sacerdote fará expiação por ele, e ele será perdoado.    17Se alguém pecar, fazendo qualquer de todas as coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, ainda que não o soubesse, contudo será ele culpado, e levará a sua iniqüidade;    18e como oferta pela culpa trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação; e o sacerdote fará por ele expiação do erro que involuntariamente houver cometido sem o saber; e ele será perdoado.    19É oferta pela culpa; certamente ele se tornou culpado diante do Senhor.   

Chapter 6

1Disse ainda o Senhor a Moisés:    2Se alguém pecar e cometer uma transgressão contra o Senhor, e se houver dolosamente para com o seu próximo no tocante a um depósito, ou penhor, ou roubo, ou tiver oprimido a seu próximo;    3se achar o perdido, e nisso se houver dolosamente e jurar falso; ou se fizer qualquer de todas as coisas em que o homem costuma pecar;    4se, pois, houver pecado e for culpado, restituirá o que roubou, ou o que obteve pela opressão, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou,    5ou qualquer coisa sobre que jurou falso; por inteiro o restituirá, e ainda a isso acrescentará a quinta parte; a quem pertence, lho dará no dia em que trouxer a sua oferta pela culpa.    6E como a sua oferta pela culpa, trará ao Senhor um carneiro sem defeito, do rebanho; conforme a tua avaliação para oferta pela culpa trá-lo-á ao sacerdote;    7e o sacerdote fará expiação por ele diante do Senhor, e ele será perdoado de todas as coisas que tiver feito, nas quais se tenha tornado culpado.    8Disse mais o Senhor a Moisés:    9Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto ficará a noite toda, até pela manhã, sobre a lareira do altar, e nela se conservará aceso o fogo do altar.    10E o sacerdote vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne; e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar.    11Depois despirá as suas vestes, e vestirá outras vestes; e levará a cinza para fora do arraial a um lugar limpo.    12O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará. O sacerdote acenderá lenha nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e queimará a gordura das ofertas pacíficas.    13O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará.    14Esta é a lei da oferta de cereais: os filhos de Arão a oferecerão perante o Senhor diante do altar.    15O sacerdote tomará dela um punhado, isto é, da flor de farinha da oferta de cereais e do azeite da mesma, e todo o incenso que estiver sobre a oferta de cereais, e os queimará sobre o altar por cheiro suave ao Senhor, como o memorial da oferta.    16E Arão e seus filhos comerão o restante dela; comê-lo-ão sem fermento em lugar santo; no átrio da tenda da revelação o comerão.    17Levedado não se cozerá. Como a sua porção das minhas ofertas queimadas lho tenho dado; coisa santíssima é, como a oferta pelo pecado, e como a oferta pela culpa.    18Todo varão entre os filhos de Arão comerá dela, como a sua porção das ofertas queimadas do Senhor; estatuto perpétuo será para as vossas gerações; tudo o que as tocar será santo.    19Disse mais o Senhor a Moisés:    20Esta é a oferta de Arão e de seus filhos, a qual oferecerão ao Senhor no dia em que ele for ungido: a décima parte duma efa de flor de farinha, como oferta de cereais, perpetuamente, a metade dela pela amanhã, e a outra metade à tarde.    21Numa assadeira se fará com azeite; bem embebida a trarás; em pedaços cozidos oferecerás a oferta de cereais por cheiro suave ao Senhor.    22Também o sacerdote que, de entre seus filhos, for ungido em seu lugar, a oferecerá; por estatuto perpétuo será ela toda queimada ao Senhor.    23Assim toda oferta de cereais do sacerdote será totalmente queimada; não se comerá.    24Disse mais o Senhor a Moisés:    25Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da oferta pelo pecado: no lugar em que se imola o holocausto se imolará a oferta pelo pecado perante o Senhor; coisa santíssima é.    26O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; comê-la-á em lugar santo, no átrio da tenda da revelação.    27Tudo o que tocar a carne da oferta será santo; e quando o sangue dela for espargido sobre qualquer roupa, lavarás em lugar santo a roupa sobre a qual ele tiver sido espargido.    28Mas o vaso de barro em que for cozida será quebrado; e se for cozida num vaso de bronze, este será esfregado, e lavado, na água.    29Todo varão entre os sacerdotes comerá dela; coisa santíssima é.    30Contudo não se comerá nenhuma oferta pelo pecado, da qual uma parte do sangue é trazida dentro da tenda da revelação, para fazer expiação no lugar santo; no fogo será queimada.   

Chapter 7

1Esta é a lei da oferta pela culpa: coisa santíssima é.    2No lugar em que imolam o holocausto, imolarão a oferta pela culpa, e o sangue dela se espargirá sobre o altar em redor.    3Dela se oferecerá toda a gordura: a cauda gorda, e a gordura que cobre a fressura,    4os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho sobre o fígado, juntamente com os rins, os tirará;    5e o sacerdote os queimará sobre o altar em oferta queimada ao Senhor; é uma oferta pela culpa.    6Todo varão entre os sacerdotes comerá dela; num lugar santo se comerá; coisa santíssima é.    7Como é a oferta pelo pecado, assim será a oferta pela culpa; há uma só lei para elas, a saber, pertencerá ao sacerdote que com ela houver feito expiação.    8Também o sacerdote que oferecer o holocausto de alguém terá para si o couro do animal que tiver oferecido.    9Igualmente toda oferta de cereais que se assar ao forno, como tudo o que se preparar na frigideira e na assadeira, pertencerá ao sacerdote que a oferecer.    10Também toda oferta de cereais, seja ela amassada com azeite, ou seja seca, pertencerá a todos os filhos de Arão, tanto a um como a outro.    11Esta é a lei do sacrifício das ofertas pacíficas que se oferecerá ao Senhor:    12Se alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem embebidos.    13Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças.    14E dele oferecerá um de cada oferta por oferta alçada ao Senhor, o qual pertencerá ao sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica.    15Ora, a carne do sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até pela manhã.    16Se, porém, o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que for oferecido se comerá, e no dia seguinte se comerá o que dele ficar;    17mas o que ainda ficar da carne do sacrifício até o terceiro dia será queimado no fogo.    18Se alguma parte da carne do sacrifício da sua oferta pacífica se comer ao terceiro dia, aquele sacrifício não será aceito, nem será imputado àquele que o tiver oferecido; coisa abominável será, e quem dela comer levará a sua iniqüidade.    19A carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; será queimada no fogo; mas da outra carne, qualquer que estiver limpo comerá dela;    20todavia, se alguma pessoa, estando imunda, comer a carne do sacrifício da oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu povo.    21E, se alguma pessoa, tendo tocado alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, comer da carne do sacrifício da oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu povo.    22Depois disse o Senhor a Moisés:    23Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis.    24Todavia pode-se usar a gordura do animal que morre por si mesmo, e a gordura do que é dilacerado por feras, para qualquer outro fim; mas de maneira alguma comereis dela.    25Pois quem quer que comer da gordura do animal, do qual se oferecer oferta queimada ao Senhor, sim, a pessoa que dela comer será extirpada do seu povo.    26E nenhum sangue comereis, quer de aves, quer de gado, em qualquer das vossas habitações.    27Toda pessoa que comer algum sangue será extirpada do seu povo.    28Disse mais o Senhor a Moisés:    29Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor trará ao Senhor a respectiva oblação da sua oferta pacífica.    30Com as próprias mãos trará as ofertas queimadas do Senhor; o peito com a gordura trará, para movê-lo por oferta de movimento perante o Senhor.    31E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito pertencerá a Arão e a seus filhos.    32E dos sacrifícios das vossas ofertas pacíficas, dareis a coxa direita ao sacerdote por oferta alçada.    33Aquele dentre os filhos de Arão que oferecer o sangue da oferta pacífica, e a gordura, esse terá a coxa direita por sua porção;    34porque o peito movido e a coxa alçada tenho tomado dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas pacíficas, e os tenho dado a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, como sua porção, para sempre, da parte dos filhos de Israel.    35Esta é a porção sagrada de Arão e a porção sagrada de seus filhos, das ofertas queimadas do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao Senhor;    36a qual o Senhor, no dia em que os ungiu, ordenou que se lhes desse da parte dos filhos de Israel; é a sua porção para sempre, pelas suas gerações.    37Esta é a lei do holocausto, da oferta de cereais, da oferta pelo pecado, da oferta pela culpa, da oferta das consagrações, e do sacrifício das ofertas pacíficas;    38a qual o Senhor entregou a Moisés no monte Sinai, no dia em que este estava ordenando aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto de Sinai.   

Chapter 8

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Toma a Arão e a seus filhos com ele, e os vestidos, e o óleo da unção, e o novilho da oferta pelo pecado, e os dois carneiros, e o cesto de pães ázimos,    3e reúne a congregação toda à porta da tenda da revelação.    4Fez, pois, Moisés como o Senhor lhe ordenara; e a congregação se reuniu à porta da tenda da revelação.    5E disse Moisés à congregação: Isto é o que o Senhor ordenou que se fizesse.    6Então Moisés fez chegar Arão e seus filhos, e os lavou com água,    7e vestiu Arão com a túnica, cingiu-o com o cinto, e vestiu-lhe o manto, e pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto de obra esmerada, e com ele lhe apertou o éfode.    8Colocou-lhe, então, o peitoral, no qual pôs o Urim e o Tumim;    9e pôs sobre a sua cabeça a mitra, e sobre esta, na parte dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa sagrada; como o Senhor lhe ordenara.    10Então Moisés, tomando o óleo da unção, ungiu o tabernáculo e tudo o que nele havia, e os santificou;    11e dele espargiu sete vezes sobre o altar, e ungiu o altar e todos os seus utensílios, como também a pia e a sua base, para santificá-los.    12Em seguida derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão, e ungiu-o, para santificá-lo.    13Depois Moisés fez chegar aos filhos de Arão, e os vestiu de túnicas, e os cingiu com cintos, e lhes atou tiaras; como o Senhor lhe ordenara.    14Então fez chegar o novilho da oferta pelo pecado; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do novilho da oferta pelo pecado;    15e, depois de imolar o novilho, Moisés tomou o sangue, e pôs dele com o dedo sobre as pontas do altar em redor, e purificou o altar; depois derramou o resto do sangue à base do altar, e o santificou, para fazer expiação por ele.    16Então tomou toda a gordura que estava na fressura, e o redenho do fígado, e os dois rins com a sua gordura, e os queimou sobre o altar.    17Mas o novilho com o seu couro, com a sua carne e com o seu excremento, queimou-o com fogo fora do arraial; como o Senhor lhe ordenara.    18Depois fez chegar o carneiro do holocausto; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro.    19Havendo imolado o carneiro, Moisés espargiu o sangue sobre o altar em redor.    20Partiu também o carneiro nos seus pedaços, e queimou dele a cabeça, os pedaços e a gordura.    21Mas a fressura e as pernas lavou com água; então Moisés queimou o carneiro todo sobre o altar; era holocausto de cheiro suave, uma oferta queimada ao Senhor; como o Senhor lhe ordenara.    22Depois fez chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro;    23e tendo Moisés imolado o carneiro, tomou do sangue deste e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito.    24Moisés fez chegar também os filhos de Arão, e pôs daquele sangue sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito; e espargiu o sangue sobre o altar em redor.    25E tomou a gordura, e a cauda gorda, e toda a gordura que estava na fressura, e o redenho do fígado, e os dois rins com a sua gordura, e a coxa direita;    26também do cesto dos pães ázimos, que estava diante do Senhor, tomou um bolo ázimo, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão, e os pôs sobre a gordura e sobre a coxa direita;    27e pôs tudo nas mãos de Arão e de seus filhos, e o ofereceu por oferta movida perante o Senhor.    28Então Moisés os tomou das mãos deles, e os queimou sobre o altar em cima do holocausto; os quais eram uma consagração, por cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.    29Em seguida tomou Moisés o peito, e o ofereceu por oferta movida perante o Senhor; era a parte do carneiro da consagração que tocava a Moisés, como o Senhor lhe ordenara.    30Tomou Moisés também do óleo da unção, e do sangue que estava sobre o altar, e o espargiu sobre Arão e suas vestes, e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; e assim santificou tanto a Arão e suas vestes, como a seus filhos e as vestes de seus filhos com ele.    31E disse Moisés a Arão e seus filhos: Cozei a carne à porta da tenda da revelação; e ali a comereis com o pão que está no cesto da consagração, como ordenei, dizendo: Arão e seus filhos a comerão.    32Mas o que restar da carne e do pão, queimá-lo-eis ao fogo.    33Durante sete dias não saireis da porta da tenda da revelação, até que se cumpram os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias ele vos consagrará.    34Como se fez neste dia, assim o senhor ordenou que se proceda, para fazer expiação por vós.    35Permanecereis, pois, à porta da tenda da revelação dia e noite por sete dias, e guardareis as ordenanças do Senhor, para que não morrais; porque assim me foi ordenado.    36E Arão e seus filhos fizeram todas as coisas que o Senhor ordenara por intermédio de Moisés.   

Chapter 9

1Ora, ao dia oitavo, Moisés chamou a Arão e seus filhos, e os anciãos de Israel,    2e disse a Arão: Toma um bezerro tenro para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto, ambos sem defeito, e oferece-os perante o Senhor.    3E falarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomai um bode para oferta pelo pecado; e um bezerro e um cordeiro, ambos de um ano, e sem defeito, como holocausto;    4também um boi e um carneiro para ofertas pacíficas, para sacrificar perante o Senhor e oferta de cereais, amassada com azeite; porquanto hoje o Senhor vos aparecerá.    5Então trouxeram até a entrada da tenda da revelação o que Moisés ordenara, e chegou-se toda a congregação, e ficou de pé diante do Senhor.    6E disse Moisés: Esta é a coisa que o Senhor ordenou que fizésseis; e a glória do Senhor vos aparecerá.    7Depois disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar, e apresenta a tua oferta pelo pecado e o teu holocausto, e faze expiação por ti e pelo povo; também apresenta a oferta do povo, e faze expiação por ele, como ordenou o Senhor.    8Arão, pois, chegou-se ao altar, e imolou o bezerro que era a sua própria oferta pelo pecado.    9Os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; e ele molhou o dedo no sangue, e o pôs sobre as pontas do altar, e derramou o sangue à base do altar;    10mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado, tirados da oferta pelo pecado, queimou-os sobre o altar, como o Senhor ordenara a Moisés.    11E queimou ao fogo fora do arraial a carne e o couro.    12Depois imolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele o espargiu sobre o altar em redor.    13Também lhe entregaram o holocausto, pedaço por pedaço, e a cabeça; e ele os queimou sobre o altar.    14E lavou a fressura e as pernas, e as queimou sobre o holocausto no altar.    15Então apresentou a oferta do povo e, tomando o bode que era a oferta pelo pecado do povo, imolou-o e o ofereceu pelo pecado, como fizera com o primeiro.    16Apresentou também o holocausto, e o ofereceu segundo a ordenança. rifício até o terceiro    17E apresentou a oferta de cereais e, tomando dela um punhado, queimou-o sobre o altar, além do holocausto da manhã.    18Imolou também o boi e o carneiro em sacrifício de oferta pacífica pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que ele espargiu sobre o altar em redor,    19como também a gordura do boi e do carneiro, a cauda gorda, e o que cobre a fressura, e os rins, e o redenho do fígado;    20e puseram a gordura sobre os peitos, e ele queimou a gordura sobre o altar;    21mas os peitos e a coxa direita, ofereceu-os Arão por oferta movida perante o Senhor, como Moisés tinha ordenado.    22Depois Arão, levantando as mãos para o povo, o abençoou e desceu, tendo acabado de oferecer a oferta pelo pecado, o holocausto e as ofertas pacíficas.    23E Moisés e Arão entraram na tenda da revelação; depois saíram, e abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a todo o povo,    24pois saiu fogo de diante do Senhor, e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilaram e prostraram-se sobre os seus rostos.   

Chapter 10

1Ora, Nadabe, e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário e, pondo neles fogo e sobre ele deitando incenso, ofereceram fogo estranho perante o Senhor, o que ele não lhes ordenara.    2Então saiu fogo de diante do Senhor, e os devorou; e morreram perante o Senhor.    3Disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se chegarem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Mas Arão guardou silêncio.    4E Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: Chegai-vos, levai vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial.    5Chegaram-se, pois, e levaram-nos como estavam, nas próprias túnicas, para fora do arraial, como Moisés lhes dissera.    6Então disse Moisés a Arão, e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descubrais as vossas cabeças, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha a ira sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o Senhor acendeu.    7E não saireis da porta da tenda da revelação, para que não morrais; porque está sobre vós o óleo da unção do Senhor. E eles fizeram conforme a palavra de Moisés.    8Falou também o Senhor a Arão, dizendo:    9Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da revelação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso pelas vossas gerações,    10não somente para fazer separação entre o santo e o profano, e entre o imundo e o limpo,    11mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés.    12Também disse Moisés a Arão, e a Eleazar e Itamar, seus filhos que lhe ficaram: Tomai a oferta de cereais que resta das ofertas queimadas do Senhor, e comei-a sem levedura junto do altar, porquanto é coisa santíssima.    13Comê-la-eis em lugar santo, porque isto é a tua porção, e a porção de teus filhos, das ofertas queimadas do Senhor; porque assim me foi ordenado.    14Também o peito da oferta movida e a coxa da oferta alçada, comê-los-eis em lugar limpo, tu, e teus filhos e tuas filhas contigo; porquanto são eles dados como tua porção, e como porção de teus filhos, dos sacrifícios das ofertas pacíficas dos filhos de Israel.    15Trarão a coxa da oferta alçada e o peito da oferta movida juntamente com as ofertas queimadas da gordura, para movê-los como oferta movida perante o Senhor; isso te pertencerá como porção, a ti e a teus filhos contigo, para sempre, como o Senhor tem ordenado.    16E Moisés buscou diligentemente o bode da oferta pelo pecado, e eis que já tinha sido queimado; pelo que se indignou grandemente contra Eleazar e contra Itamar, os filhos que de Arão ficaram, e lhes disse:    17Por que não comestes a oferta pelo pecado em lugar santo, visto que é coisa santíssima, e o Senhor a deu a vós para levardes a iniqüidade da congregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor?    18Eis que não se trouxe o seu sangue para dentro do santuário; certamente a devíeis ter comido em lugar santo, como eu havia ordenado.    19Então disse Arão a Moisés: Eis que hoje ofereceram a sua oferta pelo pecado e o seu holocausto perante o Senhor, e tais coisas como essas me têm acontecido; se eu tivesse comido hoje a oferta pelo pecado, porventura teria sido isso coisa agradavel aos olhos do Senhor?    20Ouvindo Moisés isto, pareceu-lhe razoável.   

Chapter 11

1Falou o Senhor a Moisés e a Arão, dizendo-lhes:    2Dizei aos filhos de Israel: Estes são os animais que podereis comer dentre todos os animais que há sobre a terra:    3dentre os animais, todo o que tem a unha fendida, de sorte que se divide em duas, o que rumina, esse podereis comer.    4Os seguintes, contudo, não comereis, dentre os que ruminam e dentre os que têm a unha fendida: o camelo, porque rumina mas não tem a unha fendida, esse vos será imundo;    5o querogrilo, porque rumina mas não tem a unha fendida, esse vos será imundo;    6a lebre, porque rumina mas não tem a unha fendida, essa vos será imunda;    7e o porco, porque tem a unha fendida, de sorte que se divide em duas, mas não rumina, esse vos será imundo.    8Da sua carne não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; esses vos serão imundos.    9Estes são os que podereis comer de todos os que há nas águas: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esse podereis comer.    10Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo réptil das águas, e todos os animais que vivem nas águas, estes vos serão abomináveis,    11tê-los-eis em abominação; da sua carne não comereis, e abominareis os seus cadáveres.    12Tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nas águas, será para vós abominável.    13Dentre as aves, a estas abominareis; não se comerão, serão abominãveis: a águia, o quebrantosso, o xofrango,    14o açor, o falcão segundo a sua espécie,    15todo corvo segundo a sua espécie,    16o avestruz, o mocho, a gaivota, o gavião segundo a sua espécie,    17o bufo, o corvo marinho, a coruja,    18o porfirião, o pelicano, o abutre,    19a cegonha, a garça segundo a sua, espécie, a poupa e o morcego.    20Todos os insetos alados que andam sobre quatro pés, serão para vós uma abominação.    21Contudo, estes há que podereis comer de todos os insetos alados que andam sobre quatro pés: os que têm pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra;    22isto é, deles podereis comer os seguintes: o gafanhoto segundo a sua espécie, o solham segundo a sua espécie, o hargol segundo a sua espécie e o hagabe segundo a sua especie.    23Mas todos os outros insetos alados que têm quatro pés, serão para vós uma abominação.    24Também por eles vos tornareis imundos; qualquer que tocar nos seus cadáveres, será imundo até a tarde,    25e quem levar qualquer parte dos seus cadáveres, lavará as suas vestes, e será imundo até a tarde.    26Todo animal que tem unhas fendidas, mas cuja fenda não as divide em duas, e que não rumina, será para vós imundo; qualquer que tocar neles será imundo.    27Todos os plantígrados dentre os quadrúpedes, esses vos serão imundos; qualquer que tocar nos seus cadáveres sera imundo até a tarde,    28e o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até a tarde; eles serão para vós imundos.    29Estes também vos serão por imundos entre os animais que se arrastam sobre a terra: a doninha, o rato, o crocodilo da terra segundo a sua espécie,    30o musaranho, o crocodilo da água, a lagartixa, o lagarto e a toupeira.    31Esses vos serão imundos dentre todos os animais rasteiros; qualquer que os tocar, depois de mortos, será imundo até a tarde;    32e tudo aquilo sobre o que cair o cadáver de qualquer deles será imundo; seja vaso de madeira, ou vestidura, ou pele, ou saco, seja qualquer instrumento com que se faz alguma obra, será metido na água, e será imundo até a tarde; então será limpo.    33E quanto a todo vaso de barro dentro do qual cair algum deles, tudo o que houver nele será imundo, e o vaso quebrareis.    34Todo alimento depositado nele, que se pode comer, sobre o qual vier água, será imundo; e toda bebida que se pode beber, sendo depositada em qualquer destes vasos será imunda.    35E tudo aquilo sobre o que cair: alguma parte dos cadáveres deles será imundo; seja forno, seja fogão, será quebrado; imundos são, portanto para vós serão imundos.    36Contudo, uma fonte ou cisterna, em que há depósito de água, será limpa; mas quem tocar no cadáver será imundo.    37E, se dos seus cadáveres cair alguma coisa sobre alguma semente que se houver de semear, esta será limpa;    38mas se for deitada água sobre a semente, e se dos cadáveres cair alguma coisa sobre ela, então ela será para vós imunda.    39E se morrer algum dos animais de que vos é lícito comer, quem tocar no seu cadáver sera imundo até a tarde;    40e quem comer do cadáver dele lavará as suas vestes, e será imundo até a tarde; igualmente quem levar o cadáver dele lavará as suas vestes, e será imundo até a tarde.    41Também todo animal rasteiro que se move sobre a terra será abominação; não se comerá.    42Tudo o que anda sobre o ventre, tudo o que anda sobre quatro pés, e tudo o que tem muitos pés, enfim todos os animais rasteiros que se movem sobre a terra, desses não comereis, porquanto são abomináveis.    43Não vos tomareis abomináveis por nenhum animal rasteiro, nem neles vos contaminareis, para não vos tornardes imundos por eles.    44Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum animal rasteiro que se move sobre a terra;    45porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para ser o vosso Deus, sereis pois santos, porque eu sou santo.    46Esta é a lei sobre os animais e as aves, e sobre toda criatura vivente que se move nas águas e toda criatura que se arrasta sobre a terra;    47para fazer separação entre o imundo e o limpo, e entre os animais que se podem comer e os animais que não se podem comer.   

Chapter 12

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; assim como nos dias da impureza da sua enfermidade, será imunda.    3E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio.    4Depois permanecerá ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; em nenhuma coisa sagrada tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.    5Mas, se tiver uma menina, então sera imunda duas semanas, como na sua impureza; depois permanecerá sessenta e seis dias no sangue da sua purificação.    6E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação, seja por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano para holocausto, e um pombinho ou uma rola para oferta pelo pecado, à porta da tenda da revelação, o ao sacerdote,    7o qual o oferecerá perante o Senhor, e fará, expiação por ela; então ela será limpa do fluxo do seu sangue. Esta é a lei da que der à luz menino ou menina.    8Mas, se as suas posses não bastarem para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado; assim o sacerdote fará expiação por ela, e ela será limpa.   

Chapter 13

1Falou mais o Senhor a Moisés e a Arão, dizendo:    2Quando um homem tiver na pele da sua carne inchação, ou pústula, ou mancha lustrosa, e esta se tornar na sua pele como praga de lepra, então será levado a Arão o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes,    3e o sacerdote examinará a praga na pele da carne. Se o pêlo na praga se tiver tornado branco, e a praga parecer mais profunda que a pele, é praga de lepra; o sacerdote, verificando isto, o declarará imundo.    4Mas, se a mancha lustrosa na sua pele for branca, e não parecer mais profunda que a pele, e o pêlo não se tiver tornado branco, o sacerdote encerrará por sete dias aquele que tem a praga.    5Ao sétimo dia o sacerdote o examinará; se a praga, na sua opinião, tiver parado e não se tiver estendido na pele, o sacerdote o encerrará por outros sete dias.    6Ao sétimo dia o sacerdote o examinará outra vez; se a praga tiver escurecido, não se tendo estendido na pele, o sacerdote o declarará limpo; é uma pústula. O homem lavará as suas vestes, e será limpo.    7Mas se a pústula se estender muito na pele, depois de se ter mostrado ao sacerdote para a sua purificação, mostrar-se-á de novo ao sacerdote,    8o qual o examinará; se a pústula se tiver estendido na pele, o sacerdote o declarará imundo; é lepra.    9Quando num homem houver praga de lepra, será ele levado ao sacerdote,    10o qual o examinará; se houver na pele inchação branca que tenha tornado branco o pêlo, e houver carne viva na inchação,    11lepra inveterada é na sua pele. Portanto, o sacerdote o declarará imundo; não o encerrará, porque imundo é.    12Se a lepra se espalhar muito na pele, e cobrir toda a pele do que tem a praga, desde a cabeça até os pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote,    13este o examinará; e, se a lepra tiver coberto a carne toda, declarará limpo o que tem a praga; ela toda se tornou branca; o homem é limpo.    14Mas no dia em que nele aparecer carne viva será imundo.    15Examinará, pois, o sacerdote a carne viva, e declarará o homem imundo; a carne viva é imunda; é lepra.    16Ou, se a carne viva mudar, e ficar de novo branca, ele virá ao sacerdote,    17e este o examinará; se a praga se tiver tornado branca, o sacerdote declarará limpo o que tem a praga; limpo está.    18Quando também a carne tiver na sua pele alguma úlcera, se esta sarar,    19e em seu lugar vier inchação branca ou mancha lustrosa, tirando a vermelho, mostrar-se-á ao sacerdote,    20e este a examinará; se ela parecer mais profunda que a pele, e o pêlo se tiver tornado branco, o sacerdote declarará imundo o homem; é praga de lepra, que brotou na úlcera.    21Se, porém, o sacerdote a examinar, e nela não houver pêlo branco e não estiver mais profunda que a pele, mas tiver escurecido, o sacerdote encerrará por sete dias o homem.    22Se ela se estender na pele, o sacerdote o declarará imundo; é praga.    23Mas se a mancha lustrosa parar no seu lugar, não se estendendo, é a cicatriz da úlcera; o sacerdote, pois, o declarará limpo.    24Ou, quando na pele da carne houver queimadura de fogo, e a carne viva da queimadura se tornar em mancha lustrosa, tirando a vermelho ou branco,    25o sacerdote a examinará, e se o pêlo na mancha lustrosa se tiver tornado branco, e ela parecer mais profunda que a pele, é lepra; brotou na queimadura; portanto o sacerdote o declarará imundo; é praga de lepra.    26Mas se o sacerdote a examinar, e na mancha lustrosa não houver pêlo branco, nem estiver mais profunda que a pele, mas tiver escurecido, o sacerdote o encerrará por sete dias.    27Ao sétimo dia o sacerdote o examiará. Se ela se houver estendido na pele, o sacerdote o declarará imundo; é praga de lepra.    28Mas se a mancha lustrosa tiver parado no seu lugar, não se estendendo na pele, e tiver escurecido, é a inchação da queimadura; portanto o sacerdote o declarará limpo; porque é a cicatriz da queimadura.    29E quando homem (ou mulher) tiver praga na cabeça ou na barba,    30o sacerdote examinará a praga, e se ela parecer mais profunda que a pele, e nela houver pêlo fino amarelo, o sacerdote o declarará imundo; é tinha, é lepra da cabeça ou da barba.    31Mas se o sacerdote examinar a praga da tinha, e ela não parecer mais profunda que a pele, e nela não houver pêlo preto, o sacerdote encerrará por sete dias o que tem a praga da tinha.    32Ao sétimo dia o sacerdote examinará a praga; se a tinha não se tiver estendido, e nela não houver pêlo amarelo, nem a tinha parecer mais profunda que a pele,    33o homem se rapará, mas não rapará a tinha; e o sacerdote encerrará por mais sete dias o que tem a tinha.    34Ao sétimo dia o sacerdote examinará a tinha; se ela não se houver estendido na pele, e não parecer mais profunda que a pele, o sacerdote declarará limpo o homem; o qual lavará as suas vestes, e será limpo.    35Mas se, depois da sua purificação, a tinha estender na pele,    36o sacerdote o examinará; se a tinha se tiver estendido na pele, o sacerdote não buscará pêlo amarelo; o homem está imundo.    37Mas se a tinha, a seu ver, tiver parado, e nela tiver crescido pêlo preto, a tinha terá sarado; limpo está o homem; portanto o sacerdote o declarará limpo.    38Quando homem (ou mulher) tiver na pele da sua carne manchas lustrosas, isto é, manchas lustrosas brancas,    39o sacerdote as examinará; se essas manchas lustrosas forem brancas tirando a escuro, é impigem que brotou na pele; o homem é limpo.    40Quando a cabeça do homem se pelar, ele é calvo; contudo é limpo.    41E, se a frente da sua cabeça se pelar, ele é meio calvo; contudo é limpo.    42Mas se na calva, ou na meia calva, houver praga branca tirando a vermelho, é lepra que lhe está brotando na calva ou na meia calva.    43Então o sacerdote o examinará, e se a inchação da praga na calva ou na meia calva for branca tirando a vermelho, como parece a lepra na pele da carne,    44leproso é aquele homem, é imundo; o sacerdote certamente o declarará imundo; na sua cabeça está a praga.    45Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas; ele ficará com a cabeça descoberta e de cabelo solto, mas cobrirá o bigode, e clamará: Imundo, imundo.    46Por todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo é; habitará só; a sua habitação será fora do arraial.    47Quando também houver praga de lepra em alguma vestidura, seja em vestidura de lã ou em vestidura de linho,    48quer na urdidura, quer na trama, seja de linho ou seja de lã; ou em pele, ou em qualquer obra de pele;    49se a praga na vestidura, quer na urdidura, quer na trama, ou na pele, ou em qualquer coisa de pele, for verde ou vermelha, é praga de lepra, pelo que se mostrará ao sacerdote;    50o sacerdote examinará a praga, e encerrará por sete dias aquilo que tem a praga.    51Ao sétimo dia examinará a praga; se ela se houver estendido na vestidura, quer na urdidura, quer na trama, ou na pele, seja qual for a obra em que se empregue, a praga é lepra roedora; é imunda.    52Pelo que se queimará aquela vestidura, seja a urdidura ou a trama, seja de lã ou de linho, ou qualquer obra de pele, em que houver a praga, porque é lepra roedora; queimar-se-á ao fogo.    53Mas se o sacerdote a examinar, e ela não se tiver estendido na vestidura, seja na urdidura, seja na trama, ou em qualquer obra de pele,    54o sacerdote ordenará que se lave aquilo, em que está a praga, e o encerrará por mais sete dias.    55O sacerdote examinará a praga, depois de lavada, e se ela não tiver mudado de cor, nem se tiver estendido, é imunda; no fogo a queimarás; é praga penetrante, seja por dentro, seja por fora.    56Mas se o sacerdote a examinar, e a praga tiver escurecido, depois de lavada, então a rasgará da vestidura, ou da pele, ou da urdidura, ou da trama;    57se ela ainda aparecer na vestidura, seja na urdidura, seja na trama, ou em qualquer coisa de pele, é lepra brotante; no fogo queimarás aquilo em que há a praga.    58Mas a vestidura, quer a urdidura, quer a trama, ou qualquer coisa de pele, que lavares, e de que a praga se retirar, se lavará segunda vez, e será limpa.    59Esta é a lei da praga da lepra na vestidura de lã, ou de linho, quer na urdidura, quer na rama, ou em qualquer coisa de pele, para declará-la limpa, ou para declará-la imunda.   

Chapter 14

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote,    3e este sairá para fora do arraial, e o examinará; se a praga do leproso tiver sarado,    4o sacerdote ordenará que, para aquele que se há de purificar, se tomem duas aves vivas e limpas, pau de cedro, carmesim e hissopo.    5Mandará também que se imole uma das aves num vaso de barro sobre águas vivas.    6Tomará a ave viva, e com ela o pau de cedro, o carmesim e o hissopo, os quais molhará, juntamente com a ave viva, no sangue da ave que foi imolada sobre as águas vivas;    7e o espargirá sete vezes sobre aquele que se há de purificar da lepra; então o declarará limpo, e soltará a ave viva sobre o campo aberto.    8Aquele que se há de purificar lavará as suas vestes, rapará todo o seu pêlo e se lavará em água; assim será limpo. Depois entrará no arraial, mas ficará fora da sua tenda por sete dias.    9Ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, tanto a cabeça como a barba e as sobrancelhas, sim, rapará todo o pêlo; também lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água; assim será limpo.    10Ao oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito, e uma cordeira sem defeito, de um ano, e três décimos de efa de flor de farinha para oferta de cereais, amassada com azeite, e um logue de azeite;    11e o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que se há de purificar, bem como aquelas coisas, perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.    12E o sacerdote tomará um dos cordeiros, o oferecerá como oferta pela culpa; e, tomando também o logue de azeite, os moverá por oferta de movimento perante o Senhor.    13E imolará o cordeiro no lugar em que se imola a oferta pelo pecado e o holocausto, no lugar santo; porque, como a oferta pelo pecado pertence ao sacerdote, assim também a oferta pela culpa; é coisa santíssima.    14Então o sacerdote tomará do sangue da oferta pela culpa e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito.    15Tomará também do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda;    16então molhará o dedo direito no azeite que está na mão esquerda, e daquele azeite espargirá com o dedo sete vezes perante o Senhor.    17Do restante do azeite que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, por cima do sangue da oferta pela culpa;    18e o restante do azeite que está na sua mão, pô-lo-á sobre a cabeça daquele que se há de purificar; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o Senhor.    19Também o sacerdote oferecerá a oferta pelo pecado, e fará expiação por aquele que se há de purificar por causa a sua imundícia; e depois imolará o holocausto,    20e oferecerá o holocausto e a oferta de cereais sobre o altar; assim o sacerdote fará expiação por ele, e ele será limpo.    21Mas se for pobre, e as suas posses não bastarem para tanto, tomará um cordeiro para oferta pela culpa como oferta de movimento, para fazer expiação por ele, um décimo de efa de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais, um logue de azeite,    22e duas rolas ou dois pombinhos, conforme suas posses permitirem; dos quais um será oferta pelo pecado, e o outro holocausto.    23Ao oitavo dia os trará, para a sua purificação, ao sacerdote, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor;    24e o sacerdote tomará o cordeiro da oferta pela culpa, e o logue de azeite, e os moverá por oferta de movimento perante o Senhor.    25Então imolará o cordeiro da oferta pela culpa e, tomando do sangue da oferta pela culpa, pô-lo-á sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito.    26Também o sacerdote derramará do azeite na palma da sua própria mão esquerda;    27e com o dedo direito espargirá do azeite que está na mão esquerda, sete vezes perante o Senhor;    28igualmente, do azeite que está na mão, porá na ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e no dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito, em cima do lugar do sangue da oferta pela culpa;    29e o restante do azeite que está na mão porá sobre a cabeça daquele que se há de purificar, para fazer expiação por ele perante o Senhor.    30Então oferecerá uma das rolas ou um dos pombinhos, conforme as suas posses lhe permitirem,    31sim, conforme as suas posses, um para oferta pelo pecado, e o outro como holocausto, juntamente com a oferta de cereais; assim fará o sacerdote, perante o Senhor, expiação por aquele que se há de purificar.    32Esta é a lei daquele em quem estiver a praga da lepra, e cujas posses não lhe permitirem apresentar a oferta estipulada para a sua purificação.    33Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão:    34Quando tiverdes entrado na terra de Canaã, que vos dou em possessão, e eu puser a praga da lepra em alguma casa da terra da vossa possessão,    35aquele a quem pertencer a casa virá e informará ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha casa.    36E o sacerdote ordenará que despejem a casa, antes que entre para examinar a praga, para que não se torne imundo tudo o que está na casa; depois entrará o sacerdote para examinar a casa;    37examinará a praga, e se ela estiver nas paredes da casa em covinhas verdes ou vermelhas, e estas parecerem mais profundas que a superfície,    38o sacerdote, saindo daquela casa, deixá-la-á fechada por sete dias.    39Ao sétimo dia voltará o sacerdote e a examinará; se a praga se tiver estendido nas paredes da casa,    40o sacerdote ordenará que arranquem as pedras em que estiver a praga, e que as lancem fora da cidade, num lugar imundo;    41e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado deitarão fora da cidade, num lugar imundo;    42depois tomarão outras pedras, e as porão no lugar das primeiras; e outra argamassa se tomará, e se rebocará a casa.    43Se, porém, a praga tornar a brotar na casa, depois de arrancadas as pedras, raspada a casa e de novo rebocada,    44o sacerdote entrará, e a examinará; se a praga se tiver estendido na casa, lepra roedora há na casa; é imunda.    45Portanto se derrubará a casa, as suas pedras, e a sua madeira, como também toda a argamassa da casa, e se levará tudo para fora da cidade, a um lugar imundo.    46Aquele que entrar na casa, enquanto estiver fechada, será imundo até a tarde.    47Aquele que se deitar na casa lavará, as suas vestes; e quem comer na casa lavara as suas vestes.    48Mas, tornando o sacerdote a entrar, e examinando a casa, se a praga não se tiver estendido nela, depois de ter sido rebocada, o sacerdote declarará limpa a casa, porque a praga está curada.    49E, para purificar a casa, tomará duas aves, pau de cedro, carmesim e hissopo;    50imolará uma das aves num vaso de barro sobre águas vivas;    51tomará o pau de cedro, o hissopo, o carmesim e a ave viva, e os molhará no sangue da ave imolada e nas águas vivas, e espargirá a casa sete vezes;    52assim purificará a casa com o sangue da ave, com as águas vivas, com a ave viva, com o pau de cedro, com o hissopo e com o carmesim;    53mas soltará a ave viva para fora da cidade para o campo aberto; assim fará expiação pela casa, e ela será limpa.    54Esta é a lei de toda sorte de praga de lepra e de tinha;    55da lepra das vestes e das casas;    56da inchação, das pústulas e das manchas lustrosas;    57para ensinar quando alguma coisa será imunda, e quando será limpa. Esta é a lei da lepra.   

Chapter 15

1Disse ainda o Senhor a Moisés e a Arão:    2Falai aos filhos de Israel, e dizei-lhes: Qualquer homem que tiver fluxo da sua carne, por causa do seu fluxo será imundo.    3Esta, pois, será a sua imundícia por causa do seu fluxo: se a sua carne vasa o seu fluxo, ou se a sua carne estanca o seu fluxo, esta é a sua imundícia.    4Toda cama em que se deitar aquele que tiver fluxo será imunda; e toda coisa sobre o que se sentar, sera imunda.    5E, qualquer que tocar na cama dele lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    6E aquele que se sentar sobre aquilo em que se sentou o que tem o fluxo, lavará as suas vestes, e se banhará em água; e será imundo até a tarde,    7Também aquele que tocar na carne do que tem o fluxo, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    8Quando o que tem o fluxo cuspir sobre um limpo, então lavará este as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    9Também toda sela, em que cavalgar o que tem o fluxo, será imunda.    10E qualquer que tocar em alguma coisa que tiver estado debaixo dele será imundo até a tarde; e aquele que levar alguma dessas coisas, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    11Também todo aquele em quem tocar o que tiver o fluxo, sem haver antes lavado as mãos em água, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    12Todo vaso de barro em que tocar o que tiver o fluxo será quebrado; porém todo vaso de madeira será lavado em água.    13Quando, pois, o que tiver o fluxo e ficar limpo do seu fluxo, contará para si sete dias para a sua purificação, lavará as suas vestes, banhará o seu corpo em águas vivas, e será limpo.    14Ao oitavo dia tomará para si duas rolas, ou dois pombinhos, e virá perante o Senhor, à porta da tenda da revelação, e os dará ao sacerdote,    15o qual os oferecerá, um para oferta pelo pecado, e o outro para holocausto; e assim o sacerdote fará por ele expiação perante o Senhor, por causa do seu fluxo.    16Também se sair de um homem o seu sêmem banhará o seu corpo todo em água, e será imundo até a tarde.    17E toda vestidura, e toda pele sobre que houver sêmem serão lavadas em água, e serão imundas até a tarde.    18Igualmente quanto à mulher com quem o homem se deitar com sêmem ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde.    19Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o fluxo na sua carne for sangue, ficará na sua impureza por sete dias, e qualquer que nela tocar será imundo até a tarde.    20E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua impureza, será imundo; e tudo sobre o que se sentar, será imundo.    21Também qualquer que tocar na sua cama, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    22E quem tocar em alguma coisa, sobre o que ela se tiver sentado, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    23Se o sangue estiver sobre a cama, ou sobre alguma coisa em que ela se sentar, quando alguém tocar nele, será imundo até a tarde.    24E se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e a sua imundícia ficar sobre ele, imundo será por sete dias; tambem toda cama, sobre que ele se deitar, será imunda.    25Se uma mulher tiver um fluxo de sangue por muitos dias fora do tempo da sua impureza, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua impureza, por todos os dias do fluxo da sua imundícia será como nos dias da sua impureza; imunda será.    26Toda cama sobre que ela se deitar durante todos os dias do seu fluxo ser-lhe-á como a cama da sua impureza; e toda coisa sobre que se sentar será imunda, conforme a imundícia da sua impureza.    27E qualquer que tocar nessas coisas será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde.    28Quando ela ficar limpa do seu fluxo, contará para si sete dias, e depois será limpa.    29Ao oitavo dia tomará para si duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da revelação.    30Então o sacerdote oferecerá um deles para oferta pelo pecado, e o outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação perante o Senhor, por causa do fluxo da sua imundícia.    31Assim separareis os filhos de Israel da sua imundícia, para que não morram na sua imundícia, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles.    32Esta é a lei daquele que tem o fluxo e daquele de quem sai o sêmem de modo que por eles se torna imundo;    33como também da mulher enferma com a sua impureza e daquele que tem o fluxo, tanto do homem como da mulher, e do homem que se deita com mulher imunda.   

Chapter 16

1Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do Senhor.    2Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo tempo no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.    3Com isto entrará Arão no lugar santo: com um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto.    4Vestirá ele a túnica sagrada de linho, e terá as calças de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com o cinto de linho, e porá na cabeça a mitra de linho; essas são as vestes sagradas; por isso banhará o seu corpo em água, e as vestirá.    5E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto.    6Depois Arão oferecerá o novilho da oferta pelo pecado, o qual será para ele, e fará expiação por si e pela sua casa.    7Também tomará os dois bodes, e os porá perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.    8E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma pelo Senhor, e a outra por Azazel.    9Então apresentará o bode sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá como oferta pelo pecado;    10mas o bode sobre que cair a sorte para Azazel será posto vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele a fim de enviá-lo ao deserto para Azazel.    11Arão, pois, apresentará o novilho da oferta pelo pecado, que é por ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e imolará o novilho que é a sua oferta pelo pecado.    12Então tomará um incensário cheio de brasas de fogo de sobre o altar, diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído, e os trará para dentro do véu;    13e porá o incenso sobre o fogo perante o Senhor, a fim de que a nuvem o incenso cubra o propiciatório, que está sobre o testemunho, para que não morra.    14Tomará do sangue do novilho, e o espargirá com o dedo sobre o propiciatório ao lado oriental; e perante o propiciatório espargirá do sangue sete vezes com o dedo.    15Depois imolará o bode da oferta pelo pecado, que é pelo povo, e trará o sangue o bode para dentro do véu; e fará com ele como fez com o sangue do novilho, espargindo-o sobre o propiciatório, e perante o propiciatório;    16e fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, sim, de todos os seus pecados. Assim também fará pela tenda da revelação, que permanece com eles no meio das suas imundícias.    17Nenhum homem estará na tenda da revelação quando Arão entrar para fazer expiação no lugar santo, até que ele saia, depois de ter feito expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel.    18Então sairá ao altar, que está perante o Senhor, e fará expiação pelo altar; tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre as pontas do altar ao redor.    19E do sangue espargirá com o dedo sete vezes sobre o altar, purificando-o e santificando-o das imundícias dos filhos de Israel.    20Quando Arão houver acabado de fazer expiação pelo lugar santo, pela tenda da revelação, e pelo altar, apresentará o bode vivo;    21e, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessará sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, sim, todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á para o deserto, pela mão de um homem designado para isso.    22Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles para uma região solitária; e esse homem soltará o bode no deserto.    23Depois Arão entrará na tenda da revelação, e despirá as vestes de linho, que havia vestido quando entrara no lugar santo, e ali as deixará.    24E banhará o seu corpo em água num lugar santo, e vestirá as suas próprias vestes; então sairá e oferecerá o seu holocausto, e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo.    25Também queimará sobre o altar a gordura da oferta pelo pecado.    26E aquele que tiver soltado o bode para Azazel lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água, e depois entrará no arraial.    27Mas o novilho da oferta pelo pecado e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no lugar santo, serão levados para fora do arraial; e lhes queimarão no fogo as peles, a carne e o excremento.    28Aquele que os queimar lavará as suas vestes, banhara o seu corpo em água, e depois entrará no arraial.    29Também isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vos;    30porque nesse dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; de todos os vossos pecados sereis purificados perante o Senhor.    31Será sábado de descanso solene para vós, e afligireis as vossas almas; é estatuto perpétuo.    32E o sacerdote que for ungido e que for sagrado para administrar o sacerdócio no lugar de seu pai, fará a expiação, havendo vestido as vestes de linho, isto é, as vestes sagradas;    33assim fará expiação pelo santuário; também fará expiação pela tenda da revelação e pelo altar; igualmente fará expiação e pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação.    34Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez no ano pelos filhos de Israel por causa de todos os seus pecados. E fez Arão como o Senhor ordenara a Moisés.   

Chapter 17

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala a Arão e aos seus filhos, e a s todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Isto é o que o Senhor tem ordenado:    3Qualquer homem da casa de Israel que imolar boi, ou cordeiro, ou cabra, no arraial, ou fora do arraial,    4e não o trouxer à porta da tenda da revelação, para o oferecer como oferta ao Senhor diante do tabernáculo do Senhor, a esse homem será imputado o sangue; derramou sangue, pelo que será extirpado do seu povo;    5a fim de que os filhos de Israel tragam os seus sacrifícios, que oferecem no campo, isto é, a fim de que os tragam ao Senhor, à porta da tenda da revelação, ao sacerdote, e os ofereçam por sacrifícios de ofertas, pacíficas ao Senhor.    6E o sacerdote espargirá o sangue sobre o altar do Senhor, à porta da tenda da revelação, e queimará a gordura por cheiro suave ao Senhor.    7E nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos sátiros, após os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo pelas suas gerações.    8Dir-lhes-ás pois: Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que entre vós peregrinam, que oferecer holocausto ou sacrifício,    9e não o trouxer à porta da tenda da revelação, para oferecê-lo ao Senhor, esse homem será extirpado do seu povo.    10Também, qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei o meu rosto, e a extirparei do seu povo.    11Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que faz expiação, em virtude da vida.    12Portanto tenho dito aos filhos de Israel: Nenhum de vós comerá sangue; nem o estrangeiro que peregrina entre vós comerá sangue.    13Também, qualquer homem dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que apanhar caça de fera ou de ave que se pode comer, derramará o sangue dela e o cobrirá com pó.    14Pois, quanto à vida de toda a carne, o seu sangue é uma e a mesma coisa com a sua vida; por isso eu disse aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda a carne é o seu sangue; qualquer que o comer será extirpado.    15E todo homem, quer natural quer estrangeiro, que comer do que morre por si ou do que é dilacerado por feras, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a tarde; depois será limpo.    16Mas, se não as lavar, nem banhar o seu corpo, levará sobre si a sua iniquidade   

Chapter 18

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou o Senhor vosso Deus.    3Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes; nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo; nem andareis segundo os seus estatutos.    4Os meus preceitos observareis, e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o Senhor vosso Deus.    5Guardareis, pois, os meus estatutos e as minhas ordenanças, pelas quais o homem, observando-as, viverá. Eu sou o Senhor.    6Nenhum de vós se chegará àquela que lhe é próxima por sangue, para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor.    7Não descobrirás a nudez de teu pai, nem tampouco a de tua mãe; ela é tua mãe, não descobrirás a sua nudez.    8Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai.    9A nudez de tua irmã por parte de pai ou por parte de mãe, quer nascida em casa ou fora de casa, não a descobrirás.    10Nem tampouco descobrirás a nudez da filha de teu filho, ou da filha de tua filha; porque é tua nudez.    11A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai, a qual é tua irmã, não a descobrirás.    12Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai; ela é parenta chegada de teu pai.    13Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, pois ela é parenta chegada de tua mãe.    14Não descobrirás a nudez do irmão de teu pai; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia.    15Não descobrirás a nudez de tua nora; ,ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez.    16Não descobrirás a nudez da mulher de teu irmão; é a nudez de teu irmão.    17Não descobrirás a nudez duma mulher e de sua filha. Não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; são parentas chegadas; é maldade.    18E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã, durante a vida desta, para tornar-lha rival, descobrindo a sua nudez ao lado da outra.    19Também não te chegarás a mulher enquanto for impura em virtude da sua imundícia, para lhe descobrir a nudez.    20Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, contaminando-te com ela.    21Não oferecerás a Moloque nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor.    22Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação.    23Nem te deitarás com animal algum, contaminando-te com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.    24Não vos contamineis com nenhuma dessas coisas, porque com todas elas se contaminaram as nações que eu expulso de diante de vós;    25e, porquanto a terra está contaminada, eu visito sobre ela a sua iniqüidade, e a terra vomita os seus habitantes.    26Vós, pois, guardareis os meus estatutos e os meus preceitos, e nenhuma dessas abominações fareis, nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós    27(porque todas essas abominações cometeram os homens da terra, que nela estavam antes de vós, e a terra ficou contaminada);    28para que a terra não seja contaminada por vós e não vos vomite também a vós, como vomitou a nação que nela estava antes de vós.    29Pois qualquer que cometer alguma dessas abominações, sim, aqueles que as cometerem serão extirpados do seu povo.    30Portanto guardareis o meu mandamento, de modo que não caiais em nenhum desses abomináveis costumes que antes de vós foram seguidos, e para que não vos contamineis com eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.   

Chapter 19

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.    3Temerá cada um a sua mãe e a seu pai; e guardareis os meus sábados. Eu sou o Senhor vosso Deus.    4Não vos volteis para os ídolos, nem façais para vós deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus.    5Quando oferecerdes ao Senhor sacrifício de oferta pacífica, oferecê-lo-eis de modo a serdes aceitos.    6No mesmo dia, pois, em que o oferecerdes, e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar até o terceiro dia será queimado no fogo.    7E se, na verdade, alguma coisa dele for comida ao terceiro dia, é coisa abominável; não será aceito.    8E qualquer que o comer levará sobre si a sua iniqüidade, porquanto profanou a coisa santa do Senhor; por isso tal alma será extirpada do seu povo.    9Quando fizeres a colheita da tua terra, não segarás totalmente os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega.    10Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás para o pobre e para o estrangeiro. Eu sou o senhor vosso Deus.    11Não furtareis; não enganareis, nem mentireis uns aos outros;    12não jurareis falso pelo meu nome, assim profanando o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor.    13Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã.    14Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas temerás a teu Deus. Eu sou o Senhor.    15Não farás injustiça no juízo; não farás acepção da pessoa do pobre, nem honrarás o poderoso; mas com justiça julgarás o teu próximo.    16Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; nem conspirarás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor.    17Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e não levarás sobre ti pecado por causa dele.    18Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.    19Guardareis os meus estatutos. Não permitirás que se cruze o teu gado com o de espécie diversa; não semearás o teu campo com semente diversa; nem vestirás roupa tecida de materiais diversos.    20E, quando um homem se deitar com uma mulher que for escrava, desposada com um homem, e que não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então ambos serão açoitados; não morrerão, pois ela não era livre.    21E como a sua oferta pela culpa, trará o homem ao Senhor, à porta da tenda da revelação, um carneiro para expiação de culpa;    22e, com o carneiro da oferta pela culpa, o sacerdote fará expiação por ele perante o Senhor, pelo pecado que cometeu; e este lhe será perdoado.    23Quando tiverdes entrado na terra e tiverdes plantado toda qualidade de árvores para delas comerdes, tereis o seu fruto como incircunciso; por três anos ele vos será como incircunciso; dele não se comerá.    24No quarto ano, porém, todo o seu o fruto será santo, para oferta de louvor ao Senhor.    25E partindo do quinto ano comereis o seu fruto; para que elas vos aumentem a sua produção. Eu sou o Senhor vosso Deus.    26Não comereis coisa alguma com o sangue; não usareís de encantamentos, nem de agouros.    27Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem desfigurareis os cantos da vossa barba.    28Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor.    29Não profanarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se; para que a terra não se prostitua e não se encha de maldade.    30Guardareis os meus sábados, e o meu santuário reverenciareis. Eu sou o Senhor.    31Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.    32Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.    33Quando um estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o maltratareis.    34Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrinar convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.    35Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida.    36Balanças justas, pesos justos, efa justa, e justo him tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito.    37Pelo que guardareis todos os meus estatutos e todos os meus preceitos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.   

Chapter 20

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros peregrinos em Israel, que der de seus filhos a Moloque, certamente será morto; o povo da terra o apedrejará.    3Eu porei o meu rosto contra esse homem, e o extirparei do meio do seu povo; porquanto eu de seus filhos a Moloque, assim contaminando o meu santuário e profanando o meu santo nome.    4E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a Moloque, e não matar,    5eu porei o meu rosto contra esse homem, e contra a sua família, e o extirparei do meio do seu povo, bem como a todos os que forem após ele, prostituindo-se após Moloque.    6Quanto àquele que se voltar para os que consultam os mortos e para os feiticeiros, prostituindo-se após eles, porei o meu rosto contra aquele homem, e o extirparei do meio do seu povo.    7Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus.    8Guardai os meus estatutos, e cumpri-os. Eu sou o Senhor, que vos santifico.    9Qualquer que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto; amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue será sobre ele.    10O homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera.    11O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos os adúlteros certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles.    12Se um homem se deitar com a sua nora, ambos certamente serão mortos; cometeram uma confusão; o seu sangue será sobre eles.    13Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles.    14Se um homem tomar uma mulher e a mãe dela, é maldade; serão queimados no fogo, tanto ele quanto elas, para que não haja maldade no meio de vós.    15Se um homem se ajuntar com um animal, certamente será morto; também matareis o animal.    16Se uma mulher se chegar a algum animal, para ajuntar-se com ele, matarás a mulher e bem assim o animal; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles:    17Se um homem tomar a sua irmã, por parte de pai, ou por parte de mãe, e vir a nudez dela, e ela a dele, é torpeza; portanto serão extirpados aos olhos dos filhos do seu povo; terá descoberto a nudez de sua irmã; levará sobre si a sua iniqüidade.    18Se um homem se deitar com uma mulher no tempo da enfermidade dela, e lhe descobrir a nudez, descobrindo-lhe também a fonte, e ela descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão extirpados do meio do seu povo.    19Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, ou da irmã de teu pai, porquanto isso será descobrir a sua parenta chegada; levarão sobre si a sua iniqüidade.    20Se um homem se deitar com a sua tia, terá descoberto a nudez de seu tio; levarão sobre si o seu pecado; sem filhos morrerão.    21Se um homem tomar a mulher de seu irmão, é imundícia; terá descoberto a nudez de seu irmão; sem filhos ficarão.    22Guardareis, pois, todos os meus estatutos e todos os meus preceitos, e os cumprireis; a fim de que a terra, para a qual eu vos levo, para nela morardes, não vos vomite.    23E não andareis nos costumes dos povos que eu expulso de diante de vós; porque eles fizeram todas estas coisas, e eu os abominei.    24Mas a vós vos tenho dito: Herdareis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos.    25Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e os imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e não fareis abomináveis as vossas almas por causa de animais, ou de aves, ou de qualquer coisa de tudo de que está cheia a terra, as quais coisas apartei de vós como imundas.    26E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus.    27O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles.   

Chapter 21

1Depois disse o senhor a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa dum morto entre o seu povo,    2salvo por um seu parente mais chegado: por sua mãe ou por seu pai, por seu filho ou por sua filha, por seu irmão,    3ou por sua irmã virgem, que lhe é chegada, que ainda não tem marido; por ela também pode contaminar-se.    4O sacerdote, sendo homem principal entre o seu povo, não se profanará, assim contaminando-se.    5Não farão os sacerdotes calva na cabeça, e não raparão os cantos da barba, nem farão lacerações na sua carne.    6santos serão para seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus; porque oferecem as ofertas queimadas do senhor, que são o pão do seu Deus; portanto serão santos.    7Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido; pois o sacerdote é santo para seu Deus.    8Portanto o santificarás; porquanto oferece o pão do teu Deus, santo te será; pois eu, o Senhor, que vos santifico, sou santo.    9E se a filha dum sacerdote se profanar, tornando-se prostituta, profana a seu pai; no fogo será queimada.    10Aquele que é sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que foi consagrado para vestir as vestes sagradas, não descobrirá a cabeça nem rasgará a sua vestidura;    11e não se chegará a cadáver algum; nem sequer por causa de seu pai ou de sua, mãe se contaminará;    12não sairá do santuário, nem profanará o santuário do seu Deus; pois a coroa do óleo da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o Senhor.    13E ele tomará por esposa uma mulher na sua virgindade.    14Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, destas não tomará; mas virgem do seu povo tomará por mulher.    15E não profanará a sua descendência entre o seu povo; porque eu sou o Senhor que o santifico.    16Disse mais o Senhor a Moisés:    17Fala a Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus descendentes, por todas as suas gerações, que tiver defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus.    18Pois nenhum homem que tiver algum defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos,    19ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada,    20ou for corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo lesado;    21nenhum homem dentre os descendentes de Arão, o sacerdote, que tiver algum defeito, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.    22Comerá do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo;    23contudo, não entrará até o véu, nem se chegará ao altar, porquanto tem defeito; para que não profane os meus santuários; porque eu sou o Senhor que os santifico.    24Moisés, pois, assim falou a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel.   

Chapter 22

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2Dize a Arão e a seus filhos que se abstenham das coisas sagradas dos filhos de Israel, as quais eles a mim me santificam, e que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.    3Dize-lhes: Todo homem dentre os vossos descendentes pelas vossas gerações que, tendo sobre si a sua imundícia, se chegar às coisas sagradas que os filhos de Israel santificam ao Senhor, aquela alma será extirpada da minha presença. Eu sou o Senhor.    4Ninguém dentre os descendentes de Arão que for leproso, ou tiver fluxo, comerá das coisas sagradas, até que seja limpo. Também o que tocar em alguma coisa tornada imunda por causa e um morto, ou aquele de quem sair o sêmem    5ou qualquer que tocar em algum animal que se arrasta, pelo qual se torne imundo, ou em algum homem, pelo qual se torne imundo, seja qual for a sua imundícia,    6o homem que tocar em tais coisas será imundo até a tarde, e não comerá das coisas sagradas, mas banhará o seu corpo em água    7e, posto o sol, então será limpo; depois comerá das coisas sagradas, porque isso é o seu pão.    8Do animal que morrer por si, ou do que for dilacerado por feras, não comerá o homem, para que não se contamine com ele. Eu sou o Senhor.    9Guardarão, pois, o meu mandamento, para que, havendo-o profanado, não levem pecado sobre si e morram nele. Eu sou o Senhor que os santifico.    10Também nenhum estranho comerá das coisas sagradas; nem o hóspede do sacerdote, nem o jornaleiro, comerá delas.    11Mas aquele que o sacerdote tiver comprado com o seu dinheiro, e o nascido na sua casa, esses comerão do seu pão.    12Se a filha de um sacerdote se casar com um estranho, ela não comerá da oferta alçada das coisas sagradas.    13Mas quando a filha do sacerdote for viúva ou repudiada, e não tiver filhos, e houver tornado para a casa de seu pai, como na sua mocidade, do pão de seu pai comerá; mas nenhum estranho comerá dele.    14Se alguém por engano comer a coisa sagrada, repô-la-á, acrescida da quinta parte, e a dará ao sacerdote como a coisa sagrada.    15Assim não profanarão as coisas sagradas dos filhos de Israel, que eles oferecem ao Senhor,    16nem os farão levar sobre si a iniqüidade que envolve culpa, comendo as suas coisas sagradas; pois eu sou o Senhor que as santifico.    17Disse mais o Senhor a Moisés:    18Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Todo homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, que oferecer a sua oferta, seja dos seus votos, seja das suas ofertas voluntárias que oferecerem ao Senhor em holocausto,    19para que sejais aceitos, oferecereis macho sem defeito, ou dos novilhos, ou dos cordeiros, ou das cabras.    20Nenhuma coisa, porém, que tiver defeito oferecereis, porque não será aceita a vosso favor.    21E, quando alguém oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor para cumprir um voto, ou para oferta voluntária, seja do gado vacum, seja do gado miúdo, o animal será perfeito, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele.    22O cego, ou quebrado, ou aleijado, ou que tiver úlceras, ou sarna, ou impigens, estes não oferecereis ao Senhor, nem deles poreis oferta queimada ao Senhor sobre o altar.    23Todavia, um novilho, ou um cordeiro, que tenha algum membro comprido ou curto demais, poderás oferecer por oferta voluntária, mas para cumprir voto não será aceito.    24Não oferecereis ao Senhor um animal que tiver testículo machucado, ou moído, ou arrancado, ou lacerado; não fareis isso na vossa terra.    25Nem da mão do estrangeiro oferecereis de alguma dessas coisas o pão do vosso Deus; porque a sua corrupção nelas está; há defeito nelas; não serão aceitas a vosso favor.    26Disse mais o Senhor a Moisés:    27Quando nascer um novilho, ou uma ovelha, ou uma cabra, por sete dias ficará debaixo de sua mãe; depois, desde o dia oitavo em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor.    28Também, seja vaca ou seja ovelha, não a imolareis a ela e à sua cria, ambas no mesmo dia.    29E, quando oferecerdes ao Senhor sacrifício de ação de graças, oferecê-lo-eis de modo a serdes aceitos.    30No mesmo dia se comerá; nada deixareis ficar dele até pela manhã. Eu sou o Senhor.    31Guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.    32Não profanareis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico,    33que vos tirei da terra do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor.   

Chapter 23

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações, são estas:    3Seis dias se fará trabalho, mas o sétimo dia é o sábado do descanso solene, uma santa convocação; nenhum trabalho fareis; é sábado do Senhor em todas as vossas habitações.    4São estas as festas fixas do Senhor, santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado:    5No mês primeiro, aos catorze do mês, à tardinha, é a páscoa do Senhor.    6E aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos.    7No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.    8Mas por sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.    9Disse mais o Senhor a Moisés:    10Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega;    11e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá.    12E no dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor.    13Sua oferta de cereais será dois décimos de efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; e a sua oferta de libação será de vinho, um quarto de him.    14E não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações.    15Contareis para vós, desde o dia depois do sábado, isto é, desde o dia em que houverdes trazido o molho da oferta de movimento, sete semanas inteiras;    16até o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de cereais ao Senhor.    17Das vossas habitações trareis, para oferta de movimento, dois pães de dois décimos de efa; serão de flor de farinha, e levedados se cozerão; são primícias ao Senhor.    18Com os pães oferecereis sete cordeiros sem defeito, de um ano, um novilho e dois carneiros; serão holocausto ao Senhor, com as respectivas ofertas de cereais e de libação, por oferta queimada de cheiro suave ao Senhor.    19Também oferecereis um bode para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano para sacrifício de ofertas pacíficas.    20Então o sacerdote os moverá, juntamente com os pães das primícias, por oferta de movimento perante o Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor para uso do sacerdote.    21E fareis proclamação nesse mesmo dia, pois tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas habitações pelas vossas gerações.    22Quando fizeres a sega da tua terra, não segarás totalmente os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o Senhor vosso Deus.    23Disse mais o Senhor a Moisés:    24Fala aos filhos de Israel: No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vós descanso solene, em memorial, com sonido de trombetas, uma santa convocação.    25Nenhum trabalho servil fareis, e oferecereis oferta queimada ao Senhor.    26Disse mais o Senhor a Moisés:    27Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor.    28Nesse dia não fareis trabalho algum; porque é o dia da expiação, para nele fazer-se expiação por vós perante o Senhor vosso Deus.    29Pois toda alma que não se afligir nesse dia, será extirpada do seu povo.    30Também toda alma que nesse dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo.    31Não fareis nele trabalho algum; isso será estatuto perpétuo pelas vossas gerações em todas as vossas habitações.    32Sábado de descanso vos será, e afligireis as vossas almas; desde a tardinha do dia nono do mês até a outra tarde, guardareis o vosso sábado.    33Disse mais o Senhor a Moisés:    34Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias.    35No primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.    36Por sete dias oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; ao oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis oferta queimada ao Senhor; será uma assembléia solene; nenhum trabalho servil fareis.    37Estas são as festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações, para oferecer-se ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de cereais, sacrifícios e ofertas de libação, cada qual em seu dia próprio;    38além dos sábados do Senhor, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que derdes ao Senhor.    39Desde o dia quinze do sétimo mês, quando tiverdes colhido os frutos da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; no primeiro dia haverá descanso solene, e no oitavo dia haverá descanso solene.    40No primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias.    41E celebrá-la-eis como festa ao Senhor por sete dias cada ano; estatuto perpétuo será pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis.    42Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas de ramos,    43para que as vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.    44Assim declarou Moisés aos filhos de Israel as festas fixas do Senhor.   

Chapter 24

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Ordena aos filhos de Israel que te tragam, para o candeeiro, azeite de oliveira, puro, batido, a fim de manter uma lâmpada acesa continuamente.    3Arão a conservará em ordem perante o Senhor, continuamente, desde a tarde até a manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da revelação; será estatuto perpétuo pelas vossas gerações.    4Sobre o candelabro de ouro puro conservará em ordem as lâmpadas perante o Senhor continuamente.    5Também tomarás flor de farinha, e dela cozerás doze pães; cada pão será de dois décimos de efa.    6E pô-los-ás perante o Senhor, em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de ouro puro.    7Sobre cada fileira porás incenso puro, para que seja sobre os pães como memorial, isto é, como oferta queimada ao Senhor;    8em cada dia de sábado, isso se porá em ordem perante o Senhor continuamente; e, a favor dos filhos de Israel, um pacto perpétuo.    9Pertencerão os pães a Arão e a seus filhos, que os comerão em lugar santo, por serem coisa santíssima para eles, das ofertas queimadas ao Senhor por estatuto perpétuo.    10Naquele tempo apareceu no meio dos filhos de Israel o filho duma mulher israelita, o qual era filho dum egípcio; e o filho da israelita e um homem israelita pelejaram no arraial;    11e o filho da mulher israelita blasfemou o Nome, e praguejou; pelo que o trouxeram a Moisés. Ora, o nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã.    12Puseram-no, pois, em detenção, até que se lhes fizesse declaração pela boca do Senhor.    13Então disse o Senhor a Moisés:    14Tira para fora do arraial o que tem blasfemado; todos os que o ouviram porão as mãos sobre a cabeça dele, e toda a congregação o apedrejará.    15E dirás aos filhos de Israel: Todo homem que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado.    16E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente será morto; toda a congregação certamente o apedrejará. Tanto o estrangeiro como o natural, que blasfemar o nome do Senhor, será morto.    17Quem matar a alguém, certamente será morto;    18e quem matar um animal, fará restituição por ele, vida por vida.    19Se alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito:    20quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado algum homem, assim lhe será feito.    21Quem, pois, matar um animal, fará restituição por ele; mas quem matar um homem, será morto.    22uma mesma lei tereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o Senhor vosso Deus.    23Então falou Moisés aos filhos de Israel. Depois eles levaram para fora do arraial aquele que tinha blasfemado e o apedrejaram. Fizeram, pois, os filhos de Israel como o Senhor ordenara a Moisés.   

Chapter 25

1Disse mais o Senhor a Moisés no monte Sinai:    2Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado ao Senhor.    3Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos;    4mas no sétimo ano haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha.    5O que nascer de si mesmo da tua sega não segarás, e as uvas da tua vide não tratada não vindimarás; ano de descanso solene será para a terra.    6Mas os frutos do sábado da terra vos serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina contigo,    7e ao teu gado, e aos animais que estão na tua terra; todo o seu produto será por mantimento.    8Também contarás sete sábados de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias dos sete sábados de anos serão quarenta e nove anos.    9Então, no décimo dia do sétimo mês, farás soar fortemente a trombeta; no dia da expiação fareis soar a trombeta por toda a vossa terra.    10E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes; ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família.    11Esse ano qüinquagésimo será para vós jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das vides não tratadas.    12Porque é jubileu; santo será para vós; diretamente do campo comereis o seu produto.    13Nesse ano do jubileu tornareis, cada um à sua possessão.    14Se venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, não vos defraudareis uns aos outros.    15Conforme o número de anos desde o jubileu é que comprarás ao teu próximo, e conforme o número de anos das colheitas é que ele te venderá.    16Quanto mais forem os anos, tanto mais aumentarás o preço, e quanto menos forem os anos, tanto mais abaixarás o preço; porque é o número das colheitas que ele te vende.    17Nenhum de vós oprimirá ao seu próximo; mas temerás o teu Deus; porque eu sou o Senhor vosso Deus.    18Pelo que observareis os meus estatutos, e guardareis os meus preceitos e os cumprireis; assim habitareis seguros na terra.    19Ela dará o seu fruto, e comereis a fartar; e nela habitareis seguros.    20Se disserdes: Que comeremos no sétimo ano, visto que não haveremos de semear, nem fazer a nossa colheita?    21então eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, e a terra produzirá fruto bastante para os três anos.    22No oitavo ano semeareis, e comereis da colheita velha; até o ano nono, até que venha a colheita nova, comereis da velha.    23Também não se venderá a terra em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós estais comigo como estrangeiros e peregrinos:    24Portanto em toda a terra da vossã possessão concedereis que seja remida a terra.    25Se teu irmão empobrecer e vender uma parte da sua possessão, virá o seu parente mais chegado e remirá o que seu irmao vendeu.    26E se alguém não tiver remidor, mas ele mesmo tiver enriquecido e achado o que basta para o seu resgate,    27contará os anos desde a sua venda, e o que ficar do preço da venda restituirá ao homem a quem a vendeu, e tornará à sua possessao.    28Mas, se as suas posses não bastarem para reavê-la, aquilo que tiver vendido ficará na mão do comprador até o ano do jubileu; porém no ano do jubileu sairá da posse deste, e aquele que vendeu tornará à sua possessão.    29Se alguém vender uma casa de moradia em cidade murada, poderá remi-la dentro de um ano inteiro depois da sua venda; durante um ano inteiro terá o direito de a remir.    30Mas se, passado um ano inteiro, não tiver sido resgatada, essa casa que está na cidade murada ficará, em perpetuidade, pertencendo ao que a comprou, e à sua descendência; não sairá o seu poder no jubileu.    31Todavia as casas das aldeias que não têm muro ao redor serão consideradas como o campo da terra; poderão ser remidas, e sairão do poder do comprador no jubileu.    32Também, no tocante às cidades dos levitas, às casas das cidades da sua possessão, terão eles direito perpétuo de remi-las.    33E se alguém comprar dos levitas uma casa, a casa comprada e a cidade da sua possessão sairão do poder do comprador no jubileu; porque as casas das cidades dos levitas são a sua possessão no meio dos filhos de Israel.    34Mas o campo do arrabalde das suas cidades não se poderá vender, porque lhes é possessão perpétua.    35Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado, e lhe enfraquecerem as mãos, sustentá-lo-ás; como estrangeiro e peregrino viverá contigo.    36Não tomarás dele juros nem ganho, mas temerás o teu Deus, para que teu irmao viva contigo.    37Não lhe darás teu dinheiro a juros, nem os teus víveres por lucro.    38Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã, para ser o vosso Deus.    39Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e vender-se a ti, não o farás servir como escravo.    40Como jornaleiro, como peregrino estará ele contigo; até o ano do jubileu te servirá;    41então sairá do teu serviço, e com ele seus filhos, e tornará à sua família, à possessao de seus pais.    42Porque são meus servos, que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como escravos.    43Não dominarás sobre ele com rigor, mas temerás o teu Deus.    44E quanto aos escravos ou às escravas que chegares a possuir, das nações que estiverem ao redor de vós, delas é que os comprareis.    45Também os comprareis dentre os filhos dos estrangeiros que peregrinarem entre vós, tanto dentre esses como dentre as suas famílias que estiverem convosco, que tiverem eles gerado na vossa terra; e vos serão por possessão.    46E deixá-los-eis por herança aos vossos filhos depois de vós, para os herdarem como possessão; desses tomareis os vossos escravos para sempre; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não dominareis com rigor, uns sobre os outros.    47Se um estrangeiro ou peregrino que estiver contigo se tornar rico, e teu irmão, que está com ele, empobrecer e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou à linhagem da família do estrangeiro,    48depois que se houver vendido, poderá ser remido; um de seus irmãos o poderá remir;    49ou seu tio, ou o filho de seu tio, ou qualquer parente chegado da sua família poderá remi-lo; ou, se ele se tiver tornado rico, poderá remir-se a si mesmo.    50E com aquele que o comprou fará a conta desde o ano em que se vendeu a ele até o ano do jubileu; e o preço da sua venda será conforme o número dos anos; conforme os dias de um jornaleiro estará com ele.    51Se ainda faltarem muitos anos, conforme os mesmos restituirá, do dinheiro pelo qual foi comprado, o preço da sua redenção;    52e se faltarem poucos anos até o ano do jubileu, fará a conta com ele; segundo o número dos anos restituirá o preço da sua redenção.    53Como servo contratado de ano em ano, estará com o comprador; o qual não dominará sobre ele com rigor diante dos teus olhos.    54E, se não for remido por nenhum desses meios, sairá livre no ano do jubileu, e com ele seus filhos.    55Porque os filhos de Israel são meus servos; eles são os meus servos que tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.   

Chapter 26

1Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem esculpida, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com figuras, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor vosso Deus.    2Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o Senhor.    3Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos e os cumprires,    4eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo, e a terra dará o seu produto, e as árvores do campo darão os seus frutos;    5a debulha vos continuará até a vindima, e a vindima até a semeadura; comereis o vosso pão a fartar, e habitareis seguros na vossa terra.    6Também darei paz na terra, e vos deitareis, e ninguém vos amedrontará. Farei desaparecer da terra os animais nocivos, e pela vossa terra não passará espada.    7Perseguireis os vossos inimigos, e eles cairão à espada diante de vós.    8Cinco de vós perseguirão a um cento deles, e cem de vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vos.    9Outrossim, olharei para vós, e vos farei frutificar, e vos multiplicarei, e confirmarei o meu pacto convosco.    10E comereis da colheita velha por longo tempo guardada, até afinal a removerdes para dar lugar à nova.    11Também porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos abominará.    12Andarei no meio de vós, e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo.    13Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra dos egípcios, para que não fôsseis seus escravos; e quebrei os canzis do vosso jugo, e vos fiz andar erguidos.    14Mas, se não me ouvirdes, e não cumprirdes todos estes mandamentos,    15e se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma desprezar os meus preceitos, de modo que não cumprais todos os meus mandamentos, mas violeis o meu pacto,    16então eu, com efeito, vos farei isto: porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente, que consumirão os olhos e farão definhar a vida; em vão semeareis a vossa semente, pois os vossos inimigos a comerão.    17Porei o meu rosto contra vós, e sereis feridos diante de vossos inimigos; os que vos odiarem dominarão sobre vós, e fugireis sem que ninguém vos persiga.    18Se nem ainda com isto me ouvirdes, prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais, por causa dos vossos pecados.    19Pois quebrarei a soberba do vosso poder, e vos farei o céu como ferro e a terra como bronze.    20Em vão se gastará a vossa força, porquanto a vossa terra não dará o seu produto, nem as árvores da terra darão os seus frutos.    21Ora, se andardes contrariamente para comigo, e não me quiseres ouvir, trarei sobre vos pragas sete vezes mais, conforme os vossos pecados.    22Enviarei para o meio de vós as feras do campo, as quais vos desfilharão, e destruirão o vosso gado, e vos reduzirão a pequeno número; e os vossos caminhos se tornarão desertos.    23Se nem ainda com isto quiserdes voltar a mim, mas continuardes a andar contrariamente para comigo,    24eu também andarei contrariamente para convosco; e eu, eu mesmo, vos ferirei sete vezes mais, por causa dos vossos pecados.    25Trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do pacto, e vos aglomerareis nas vossas cidades; então enviarei a peste entre vós, e sereis entregues na mão do inimigo.    26Quando eu vos quebrar o sustento do pão, dez mulheres cozerão o vosso pão num só forno, e de novo vo-lo entregarão por peso; e comereis, mas não vos fartareis.    27Se nem ainda com isto me ouvirdes, mas continuardes a andar contrariamente para comigo,    28também eu andarei contrariamente para convosco com furor; e vos castigarei sete vezes mais, por causa dos vossos pecados.    29E comereis a carne de vossos filhos e a carne de vossas filhas.    30Destruirei os vossos altos, derrubarei as vossas imagens do sol, e lançarei os vossos cadáveres sobre os destroços dos vossos ídolos; e a minha alma vos abominará.    31Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave.    32Assolarei a terra, e sobre ela pasmarão os vossos inimigos que nela habitam.    33Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto.    34Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; nesse tempo a terra descansará, e folgará nos seus sábados.    35Por todos os dias da assolação descansará, pelos dias que não descansou nos vossos sábados, quando nela habitáveis.    36E, quanto aos que de vós ficarem, eu lhes meterei pavor no coração nas terras dos seus inimigos; e o ruído de uma folha agitada os porá em fuga; fugirão como quem foge da espada, e cairão sem que ninguém os persiga;    37sim, embora não haja quem os persiga, tropeçarão uns sobre os outros como diante da espada; e não podereis resistir aos vossos inimigos.    38Assim perecereis entre as nações, e a terra dos vossos inimigos vos devorará;    39e os que de vós ficarem definharão pela sua iniqüidade nas terras dos vossos inimigos, como também pela iniqüidade de seus pais.    40Então confessarão a sua iniqüidade, e a iniqüidade de seus pais, com as suas transgressões, com que transgrediram contra mim; igualmente confessarão que, por terem andado contrariamente para comigo,    41eu também andei contrariamente para com eles, e os trouxe para a terra dos seus inimigos. Se então o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem por bem o castigo da sua iniqüidade,    42eu me lembrarei do meu pacto com Jacó, do meu pacto com Isaque, e do meu pacto com Abraão; e bem assim da terra me lembrarei.    43A terra também será deixada por eles e folgará nos seus sábados, sendo assolada por causa deles; e eles tomarão por bem o castigo da sua iniqüidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus preceitos e a sua alma desprezou os meus estatutos.    44Todavia, ainda assim, quando eles estiverem na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei nem os abominarei a ponto de consumi-los totalmente e quebrar o meu pacto com eles; porque eu sou o Senhor seu Deus.    45Antes por amor deles me lembrarei do pacto com os seus antepassados, que tirei da terra do Egito perante os olhos das nações, para ser o seu Deus. Eu sou o Senhor.    46São esses os estatutos, os preceitos e as leis que o Senhor firmou entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, por intermédio de Moisés.   

Chapter 27

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém fizer ao Senhor um voto especial que envolve pessoas, o voto será cumprido segundo a tua avaliação das pessoas.    3Se for de um homem, desde a idade de vinte até sessenta anos, a tua avaliação será de cinqüenta siclos de prata, segundo o siclo do santuário.    4Se for mulher, a tua avaliação será de trinta siclos.    5Se for de cinco anos até vinte, a tua avaliação do homem será de vinte siclos, e da mulher dez siclos.    6Se for de um mês até cinco anos, a tua avaliação do homem será de cinco siclos de prata, e da mulher três siclos de prata.    7Se for de sessenta anos para cima, a tua avaliação do homem será de quinze siclos, e da mulher dez siclos.    8Mas, se for mais pobre do que a tua avaliação, será apresentado perante o sacerdote, que o avaliará conforme as posses daquele que tiver feito o voto.    9Se for animal dos que se oferecem em oferta ao Senhor, tudo quanto der dele ao Senhor será santo.    10Não o mudará, nem o trocará, bom por mau, ou mau por bom; mas se de qualquer maneira trocar animal por animal, tanto um como o outro será santo.    11Se for algum animal imundo, dos que não se oferecem em oferta ao Senhor, apresentará o animal diante do sacerdote;    12e o sacerdote o avaliará, seja bom ou seja mau; segundo tu, sacerdote, o avaliares, assim será.    13Mas, se o homem, com efeito, quiser remi-lo, acrescentará a quinta parte sobre a tua avaliação.    14Quando alguém santificar a sua casa para ser santa ao Senhor, o sacerdote a avaliará, seja boa ou seja má; como o sacerdote a avaliar, assim será.    15Mas, se aquele que a tiver santificado quiser remir a sua casa, então acrescentará a quinta parte do dinheiro sobre a tua avaliação, e terá a casa.    16Se alguém santificar ao Senhor uma parte do campo da sua possessão, então a tua avaliação será segundo a sua sementeira: um terreno que leva um hômer de semente de cevada será avaliado em cinqüenta siclos de prata.    17Se ele santificar o seu campo a partir do ano do jubileu, conforme a tua avaliação ficará.    18Mas se santificar o seu campo depois do ano do jubileu, o sacerdote lhe calculará o dinheiro conforme os anos que restam até o ano do jubileu, e assim será feita a tua avaliação.    19Se aquele que tiver santificado o campo, com efeito, quiser remi-lo, acrescentará a quinta parte do dinheiro da tua avaliação, e lhe ficará assegurado o campo.    20Se não o quiser remir, ou se houver vendido o campo a outrem, nunca mais poderá ser remido.    21Mas o campo, quando sair livre no ano do jubileu, será santo ao Senhor, como campo consagrado; a possessão dele será do sacerdote.    22Se alguém santificar ao Senhor um campo que tiver comprado, o qual não for parte do campo da sua possessão,    23o sacerdote lhe contará o valor da tua avaliação até o ano do jubileu; e no mesmo dia dará a tua avaliação, como coisa santa ao Senhor.    24No ano do jubileu o campo tornará àquele de quem tiver sido comprado, isto é, àquele a quem pertencer a possessão do campo.    25Ora, toda tua avaliação se fará conforme o siclo do santuário; o siclo será de vinte jeiras.    26Contudo o primogênito dum animal, que por ser primogênito já pertence ao senhor, ninguém o santificará; seja boi ou gado miúdo, pertence ao Senhor.    27Mas se o primogênito for dum animal imundo, remir-se-á segundo a tua avaliação, e a esta se acrescentará a quinta parte; e se não for remido, será vendido segundo a tua avaliação.    28Todavia, nenhuma coisa consagrada ao Senhor por alguém, daquilo que possui, seja homem, ou animal, ou campo da sua possessão, será vendida nem será remida; toda coisa consagrada será santíssima ao Senhor.    29Nenhuma pessoa que dentre os homens for devotada será resgatada; certamente será morta.    30Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos são ao Senhor.    31Se alguém quiser remir uma parte dos seus dízimos, acrescentar-lhe-á a quinta parte.    32Quanto a todo dízimo do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo da vara, esse dízimo será santo ao Senhor.    33Não se examinará se é bom ou mau, nem se trocará; mas se, com efeito, se trocar, tanto um como o outro será santo; não serão remidos.    34são esses os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.   

Numbers

Chapter 1

1Falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, na tenda da revelação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, dizendo:    2Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes de todo homem, cabeça por cabeça;    3os da idade de vinte anos para cima, isto é, todos os que em Israel podem sair à guerra, a esses contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.    4Estará convosco de cada tribo um homem que seja cabeça da casa de seus pais.    5Estes, pois, são os nomes dos homens que vos assistirão: de Rúben Elizur, filho de Sedeur;    6de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;    7de Judá, Nasom, filho de Aminadabe;    8de Issacar, Netanel, filho de Zuar;    9de Zebulom, Eliabe, filho de Helom;    10dos filhos de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde; de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur;    11de Benjamim, Abidã, filho de Gideôni;    12de Dã, Aizer, filho de Amisadai;    13de Aser, Pagiel, filho de Ocrã;    14de Gade, Eliasafe, filho de o Deuel;    15de Naftali, Airá, Filho de Enã.    16São esses os que foram chamados da congregação, os príncipes das tribos de seus pais, os cabeças dos milhares de Israel.    17Então tomaram Moisés e Arão a esses homens que são designados por nome;    18e, tendo ajuntado toda a congregação no primeiro dia do segundo mês, declararam a linhagem deles segundo as suas familias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, cabeça por cabeça;    19como o Senhor ordenara a Moisés, assim este os contou no deserto de Sinai.    20Os filhos de Rúben o primogênito de Israel, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por cabeça, todo homem de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    21os que foram contados deles, da tribo de Rúben eram quarenta e seis mil e quinhentos.    22Dos filhos de Simeão, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por cabeça, todo homem de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    23os que foram contados deles, da tribo de Simeão, eram cinqüenta e nove mil e trezentos.    24Dos filhos de Gade, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,    25os que foram contados deles, da tribo de Gade, eram quarenta e cinco mil seiscentos e cinqüenta.    26Dos filhos de Judá, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,    27os que foram contados deles, da tribo de Judá, eram setenta e quatro mil e seiscentos.    28Dos filhos de Issacar, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,    29os que foram contados deles, da tribo de Issacar, eram cinqüenta e quatro mil e quatrocentos.    30Dos filhos de Zebulom, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,    31os que foram contados deles, da tribo de Zebulom, eram cinqüenta e sete mil e quatrocentos.    32Dos filhos de José: dos filhos de Efraim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    33os que foram contados deles, da tribo de Efraim, eram quarenta mil e quinhentos;    34e dos filhos de Manassés, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    35os que foram contados deles, da tribo de Manassés, eram trinta e dois mil e duzentos.    36Dos filhos de Benjamim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    37os que foram contados deles, da tribo de Benjamim, eram trinta e cinco mil e quatrocentos.    38Dos filhos de Dã, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    39os que foram contados deles, da tribo de Dã, eram sessenta e dois mil e setecentos.    40Dos filhos de Aser, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o numero dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,    41os que foram contados deles, da tribo de Aser, eram quarenta e um mil e quinhentos.    42Dos filhos de Naftali, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,    43os que foram contados deles, da tribo de Naftali, eram cinqüenta e três mil e quatrocentos,    44São esses os que foram contados por Moisés e Arão, e pelos príncipes de Israel, sendo estes doze homens e representando cada um a casa de seus pais.    45Assim todos os que foram contados dos filhos de Israel, segundo as casas de seus pais, de vinte anos para cima, todos os de Israel que podiam sair à guerra,    46sim, todos os que foram contados eram : seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta.    47Mas os levitas, segundo a tribo de e seus pais, não foram contados entre eles;    48porquanto o Senhor dissera a Moisés:    49Somente não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de Israel;    50mas tu põe os levitas sobre o tabernáculo do testemunho, sobre todos os seus móveis, e sobre tudo o que lhe pertence. Eles levarão o tabernáculo e todos os seus móveis, e o administrarão; e acampar-se-ão ao redor do tabernáculo.    51Quando o tabernáculo houver de partir, os levitas o desarmarão; e quando o tabernáculo se houver de assentar, os levitas o armarão; e o estranho que se chegar será morto.    52Os filhos de Israel acampar-se-ão, cada um no seu arraial, e cada um junto ao seu estandarte, segundo os seus exércitos.    53Mas os levitas acampar-se-ão ao redor do tabernáculo do testemunho, para que não suceda acender-se ira contra a congregação dos filhos de Israel; pelo que os levitas terão o cuidado da guarda do tabernáculo do testemunho.    54Assim fizeram os filhos de Israel; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim o fizeram.   

Chapter 2

1Disse o Senhor a Moisés e a Arão:    2Os filhos de Israel acampar-se-ão, cada um junto ao seu estandarte, com as insígnias das casas de seus pais; ao redor, de frente para a tenda da revelação, se acamparão.    3Ao lado oriental se acamparão os do estandarte do arraial de Judá, segundo os seus exércitos; e Nasom, filho de Aminadabe, será o príncipe dos filhos de Judá.    4E o seu exército, os que foram contados deles, era de setenta e quatro mil e seiscentos.    5Junto a eles se acamparão os da tribo de Issacar; e Netanel, filho de Zuar, será o príncipe dos filhos de Issacar.    6E o seu exército, os que foram contados deles, era de cinqüenta e quatro mil e quatrocentos.    7Depois a tribo de Zebulom; e Eliabe, filho de Helom, será o príncipe dos filhos de Zebulom.    8E o seu exército, os que foram contados deles, era de cinqüenta e sete mil e quatrocentos.    9Todos os que foram contados do arraial de Judá eram cento e oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus exércitos. Esses marcharão primeiro.    10O estandarte do arraial de Rúben segundo os seus exércitos, estará para a banda do sul; e Elizur, filho de Sedeur, será o príncipe dos filhos de Rúben.    11E o seu exército, os que foram contados deles, era de quarenta e seis mil e quinhentos.    12Junto a ele se acamparão os da tribo de Simeão; e Selumiel, filho de Zurisadai, será o príncipe dos filhos de Simeão.    13E o seu exército, os que foram contados deles, era de cinqüenta e nove mil e trezentos.    14Depois a tribo de Gade; e Eliasafe, filho de Reuel, será o príncipe dos filhos de Gade.    15E o seu exército, os que foram contados deles, era de quarenta e cinco mil seiscentos e cinqüenta.    16Todos os que foram contados do arraial de Rúben eram cento e cinqüenta e um mil quatrocentos e cinqüenta, segundo os seus exércitos. Esses marcharão em segundo lugar.    17Então partirá a tenda da revelação com o arraial dos levitas no meio dos arraiais; como se acamparem, assim marcharão, cada um no seu lugar, segundo os seus estandartes.    18Para a banda do ocidente estará o estandarte do arraial de Efraim, segundo os seus exércitos; e Elisama, filho de Amiúde, será o príncipe dos filhos de Efraim.    19E o seu exército, os que foram contados deles, era de quarenta mil e quinhentos.    20Junto a eles estará a tribo de Manassés; e Gamaliel, filho de Pedazur, será o príncipe dos filhos de Manassés.    21E o seu exército, os que foram contados deles, era de trinta e dois mil e duzentos.    22Depois a tribo de Benjamim; e Abidã, filho de Gideôni, será o príncipe dos filhos de Benjamim.    23E o seu exército, os que foram contados deles, era de trinta e cinco mil e quatrocentos.    24Todos os que foram contados o arraial de Efraim eram cento e oito mil e cem, segundo os seus exércitos. Esses marcharão em terceiro lugar.    25Para a banda do norte estará o estandarte do arraial de Dã, segundo os seus exércitos; e Aiezer, filho de Amisadai, será o príncipe dos filhos de Dã.    26E o seu exército, os que foram contados deles, era de sessenta e dois mil e setecentos.    27Junto a eles se acamparão os da tribo de Aser; e Pagiel, filho de Ocrã, será o príncipe dos filhos de Aser.    28E o seu exército, os que foram contados deles, era de quarenta e um mil e quinhentos.    29Depois a tribo de Naftali; e Airá, filho de Enã, será o príncipe dos filhos de Naftali.    30E o seu exército, os que foram contados deles, era de cinqüenta e três mil e quatrocentos.    31Todos os que foram contados do arraial de Dã eram cento e cinqüenta e sete mil e seiscentos. Esses marcharão em último lugar, segundo os seus estandartes.    32São esses os que foram contados dos filhos de Israel, segundo as casas de seus pais; todos os que foram contados dos arraiais segundo os seus exércitos, eram seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta.    33Os levicampo consagrado; a possessão dele será do sacerdote. foram contados entre os filhos de Israel.    34Assim fizeram os filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; acamparam-se segundo os seus estandartes, e marcharam, cada qual segundo as suas familias, segundo as casas de seus pais.   

Chapter 3

1Estas, pois, eram as gerações de Arão e de Moisés, no dia em que o Senhor falou com Moisés no monte Sinai.    2Os nomes dos filhos de Arão são estes: o primogênito, Nadabe; depois Abiú, Eleazar e Itamar.    3São esses os nomes dos filhos de Arão, dos sacerdotes que foram ungidos, a quem ele consagrou para administrarem o sacerdocio.    4Mas Nadabe e Abiú morreram perante o Senhor, quando ofereceram fogo estranho perante o Senhor no deserto de Sinai, e não tiveram filhos; porém Eleazar e Itamar administraram o sacerdócio diante de Arão, seu pai.    5Então disse o Senhor a Moisés:    6Faze chegar a tribo de Levi, e põe-nos diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam;    7eles cumprirão o que é devido a ele e a toda a congregação, diante da tenda da revelação, fazendo o serviço do tabernáculo;    8cuidarão de todos os móveis da tenda da revelação, e zelarão pelo cumprimento dos deveres dos filhos de Israel, fazendo o serviço do tabernáculo.    9Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; de todo lhes são dados da parte dos filhos de Israel.    10Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que desempenhem o seu sacerdócio; e o estranho que se chegar será morto.    11Disse mais o senhor a Moisés:    12Eu, eu mesmo tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus,    13porque todos os primogênitos são meus. No dia em que feri a todos os primogênitos na terra do Egito, santifiquei para mim todos os primogênitos em Israel, tanto dos homens como dos animais; meus serão. Eu sou o Senhor.    14Disse mais o Senhor a Moisés no deserto de Sinai:    15Conta os filhos de Levi, segundo as casas de seus pais, pelas suas famílias; contarás todo homem da idade de um mês, para cima.    16E Moisés os contou conforme o mandado do Senhor, como lhe fora ordenado.    17Estes, pois, foram os filhos de Levi, pelos seus nomes: Gérson, Coate e Merári.    18E estes são os nomes dos filhos de Gérson pelas suas famílias: Líbni e Simei.    19E os filhos de Coate, pelas suas famílias: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.    20E os filhos de Merári, pelas suas familias: Mali e Musi. São essas as famílias dos levitas, segundo as casas de seus pais.    21De Gérson era a familia dos libnitas e a família dos simeítas. São estas as famílias dos gersonitas.    22Os que deles foram contados, segundo o número de todos os homens da idade de um mês para cima, sim, os que deles foram c contados eram sete mil e quinhentos.    23As famílias dos gersonitas acampar-se-ão atrás do tabernáculo, ao ocidente.    24E o prícipe da casa paterna dos gersonitas será Eliasafe, filho de Lael.    25E os filhos de Gérson terão a seu cargo na tenda da revelação o tabernáculo e a tenda, a sua coberta e o reposteiro da porta da tenda da revelação,    26e as cortinas do átrio, e o reposteiro da porta do átrio, que está junto ao tabernáculo e junto ao altar, em redor, como também as suas cordas para todo o seu serviço.    27De Coate era a familia dos anramitas, e a familia dos izaritas, e a familia dos hebronitas, e a família dos uzielitas; são estas as famílias dos coatitas.    28Segundo o número de todos os homens da idade de um mês para cima, eram oito mil e seiscentos os que tinham a seu cargo o santuário.    29As famílias dos filhos de Coate acampar-se-ão ao lado do tabernáculo para a banda do sul.    30E o príncipe da casa paterna das familias dos coatitas será Elizafã, filho de Uziel.    31Eles terão a seu cargo a arca e a mesa, o candelabro, os altares e os utensílios do santuário com que ministram, e o reposteiro com todo o seu serviço.    32E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de Arão, o sacerdote; ele terá a superintendência dos que têm a seu cargo o santuário.    33De Merári era a família dos malitas e a família dos musitas; são estas as famílias de Merári.    34Os que deles foram contados, segundo o número de todos os homens de um mês para cima, eram seis mil e duzentos.    35E o príncipe da casa paterna das famílias de Merári será Zuriel, filho de Abiail; eles se acamparão ao lado do tabernáculo, para a banda do norte.    36Por designação os filhos de Merári terão a seu cargo as armações do tabernáculo e os seus travessões, as suas colunas e as suas bases, e todos os seus pertences, com todo o seu serviço,    37e as colunas do átrio em redor e as suas bases, as suas estacas e as suas cordas.    38Diante do tabernáculo, para a banda do oriente, diante da tenda da revelação, acampar-se-ão Moisés, e Arão com seus filhos, que terão a seu cargo o santuário, para zelarem pelo cumprimento dos deveres dos filhos de Israel; e o estranho que se chegar será morto.    39Todos os que foram contados dos levitas, que Moisés e Arão contaram por mandado do Senhor, segundo as suas famílias, todos os homens de um mês para cima, eram vinte e dois mil.    40Disse mais o Senhor a Moisés: Conta todos os primogênitos dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima, e toma o número dos seus nomes.    41E para mim tomarás os levitas (eu sou o Senhor) em lugar de todos os primogênitos dos filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar de todos os primogênitos entre o gado de Israel.    42Moisés, pois, contou, como o Senhor lhe ordenara, todos os primogênitos entre os filhos de Israel.    43E todos os primogênitos, pelo número dos nomes, da idade de um mês para cima, segundo os que foram contados deles, eram vinte e dois mil duzentos e setenta e três.    44Disse ainda mais o Senhor a Moisés:    45Toma os levitas em lugar de todos os primogênitos entre os filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar do gado deles; porquanto os levitas serão meus. Eu sou o Senhor.    46Pela redenção dos duzentos e setenta e três primogênitos dos filhos de Israel, que excedem o número dos levitas,    47receberás por cabeça cinco siclos; conforme o siclo do santuário os receberás (o siclo tem vinte jeiras),    48e darás a Arão e a seus filhos o dinheiro da redenção dos que excedem o número entre eles.    49Então Moisés recebeu o dinheiro da redenção dos que excederam o número dos que foram remidos pelos levitas;    50dos primogênitos dos filhos de Israel recebeu o dinheiro, mil trezentos e sessenta e cinco siclos, segundo o siclo do santuário.    51E Moisés deu o dinheiro da redenção a Arão e a seus filhos, conforme o Senhor lhe ordenara.   

Chapter 4

1Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão:    2Tomai a soma dos filhos de Coate, dentre os filhos de Levi, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais,    3da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta anos, de todos os que entrarem no serviço para fazerem o trabalho na tenda da revelação.    4Este será o serviço dos filhos de Coate; na tenda da revelação, no tocante as coisas santíssimas:    5Quando partir o arraial, Arão e seus filhos entrarão e, abaixando o véu do reposteiro, com ele cobrirão a arca do testemunho;    6por-lhe-ão por cima uma coberta de peles de golfinhos, e sobre ela estenderão um pano todo de azul, e lhe meterão os varais.    7Sobre a mesa dos pães da proposição estenderão um pano de azul, e sobre ela colocarão os pratos, as colheres, as tigelas e os cântaros para as ofertas de libação; também o pão contínuo estará sobre ela.    8Depois estender-lhe-ão por cima um pano de carmesim, o qual cobrirão com uma coberta de peles de golfinhos, e meterão à mesa os varais.    9Então tomarão um pano de azul, e cobrirão o candelabro da luminária, as suas lâmpadas, os seus espevitadores, os seus cinzeiros, e todos os seus vasos do azeite, com que o preparam;    10e o envolverão, juntamente com todos os seus utensílios, em uma coberta de peles de golfinhos, e o colocarão sobre os varais.    11Sobre o altar de ouro estenderão um pano de azul, e com uma coberta de peles de golfinhos o cobrirão, e lhe meterão os varais.    12Também tomarão todos os utensilios do ministério, com que servem no santuário, envolvê-los-ão num pano de azul e, cobrindo-os com uma coberta de peles de golfinhos, os colocarão sobre os varais.    13E, tirando as cinzas do altar, estenderão sobre ele um pano de púrpura;    14colocarão nele todos os utensilios com que o servem: os seus braseiros, garfos, as pás e as bacias, todos os utensílios do altar; e sobre ele estenderão uma coberta de peles de golfinhos, e lhe meterão os varais.    15Quando Arão e seus filhos, ao partir o arraial, acabarem de cobrir o santuário e todos os seus móveis, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas nas coisas sagradas não tocarão, para que não morram; esse é o cargo dos filhos de Coate na tenda da revelação.    16Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, terá a seu cargo o azeite da luminária, o incenso aromático, a oferta contínua de cereais e o óleo da unção; isto é, terá a seu cargo todo o tabernáculo, e tudo o que nele há, o santuário e os seus móveis.    17Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão:    18Não cortareis a tribo das famílias dos coatitas do meio dos levitas;    19mas isto lhes fareis, para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas santíssimas: Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e o seu cargo;    20mas eles não entrarão a ver, nem por um momento, as coisas sagradas, para que não morram.    21Disse mais o Senhor a Moisés:    22Toma também a soma dos filhos de Gérsom segundo as casas de seus pais, segundo as suas famílias;    23da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta os contarás, a todos os que entrarem no serviço para fazerem o trabalho na tenda da revelação.    24Este será o serviço das familias dos gersonitas, ao servirem e ao levarem as cargas:    25levarão as cortinas do tabernáculo, a tenda da revelação, a sua coberta, a coberta de peles de golfinhos, que está por cima, o reposteiro da porta da tenda da revelação,    26as cortinas do átrio, o reposteiro da porta do átrio, que está junto ao tabernáculo e junto ao altar em redor, as suas cordas, e todos os instrumentos do seu serviço; enfim tudo quanto se houver de fazer no tocante a essas coisas, nisso hão de servir.    27Todo o trabalho dos filhos dos gersonitas, em todo o seu cargo, e em todo o seu serviço, será segundo o mandado de Arão e de seus filhos; e lhes designareis os cargos em que deverão servir.    28Este é o serviço das famílias dos filhos dos gersonitas na tenda da revelação; e o seu trabalho estará sob a direção de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.    29Quanto aos filhos de Merári, contá-los-ás segundo as suas famílias, segundo as casas e seus pais;    30da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta os contarás, a todos os que entrarem no serviço para fazerem o trabalho da tenda da revelação,    31Este será o seu encargo, segundo todo o seu serviço na tenda da revelação: as armações do tabernáculo e os seus varais, as suas colunas e as suas bases,    32como também as colunas do átrio em redor e as suas bases, as suas estacas e as suas cordas, com todos os seus objetos, e com todo o seu serviço; e por nome lhes designareis os objetos que ficarão a seu cargo.    33Este é o serviço das famílias dos filhos de Merári, segundo todo o seu trabalho na tenda da revelação, sob a direção de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.    34Moisés, pois, e Arão e os príncipes da congregação contaram os filhos dos coatitas, segundo as suas famílias, segundo as casas e seus pais,    35da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço para o trabalho na tenda da revelação;    36os que deles foram contados, pois, segundo as suas famílias, eram dois mil setecentos e cinqüenta.    37Esses são os que foram contados das familias dos coatitas, isto é, todos os que haviam de servir na tenda da revelação, aos quais Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do Senhor por intermédio de Moises.    38Semelhantemente os que foram contados dos filhos de Gérsom segundo as suas familias, segundo as casas de seus pais,    39da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço, para o trabalho na tenda da revelação,    40os que deles foram contados, segundo as suas familias, segundo as casas de seus pais, eram dois mil seiscentos e trinta.    41Esses são os que foram contados das famílias dos filhos de Gérsom todos os que haviam de servir na tenda da revelação, aos quais Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do Senhor.    42E os que foram contados das famílias dos filhos de Merári, segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais,    43da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço, para o trabalho na tenda da revelação,    44os que deles foram contados, segundo as suas famílias, eram três mil e duzentos.    45Esses são os que foram contados das familias dos filhos de Merári, aos quais Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do Senhor por intermédio de Moisés.    46Todos os que foram contados dos levitas, aos quais contaram Moisés e Arão e os príncipes de Israel, segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais,    47da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço para trabalharem e para levarem cargas na tenda da revelação,    48os que deles foram contados eram oito mil quinhentos e oitenta.    49Conforme o mandado do Senhor foram contados por Moisés, cada qual segundo o seu serviço, e segundo o seu cargo; assim foram contados por ele, como o Senhor lhe ordenara.   

Chapter 5

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial a todo leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todo o que está oriundo por ter tocado num morto;    3tanto homem como mulher os lançareis para fora, sim, para fora do arraial os lançareis; para que não contaminem o seu arraial, no meio do qual eu habito.    4Assim fizeram os filhos de Israel, lançando-os para fora do arraial; como o Senhor falara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.    5Disse mais o Senhor a Moisés: Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher pecar contra o seu próximo, transgredindo os mandamentos do Senhor, e tornando-se assim culpado,    7confessará o pecado que tiver cometido, e pela sua culpa fará plena restituição, e ainda lhe acrescentará a sua quinta parte; e a dará àquele contra quem se fez culpado.    8Mas, se esse homem não tiver parente chegado, a quem se possa fazer a restituição pela culpa, esta será feita ao Senhor, e será do sacerdote, além do carneiro da expiação com que se fizer expiação por ele.    9Semelhantemente toda oferta alçada de todas as coisas consagradas dos filhos de Israel, que estes trouxerem ao sacerdote, será dele.    10Enfim, as coisas consagradas de cada um serão do sacerdote; tudo o que alguém lhe der será dele.    11Disse mais o Senhor a Moisés:    12Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Se a mulher de alguém se desviar pecando contra ele,    13e algum homem se deitar com ela, sendo isso oculto aos olhos de seu marido e conservado encoberto, se ela se tiver contaminado, e contra ela não houver testemunha, por não ter sido apanhada em flagrante;    14se o espírito de ciúmes vier sobre ele, e de sua mulher tiver ciúmes, por ela se haver contaminado, ou se sobre ele vier o espírito de ciúmes, e de sua mulher tiver ciúmes, mesmo que ela não se tenha contaminado;    15o homem trará sua mulher perante o sacerdote, e juntamente trará a sua oferta por ela, a décima parte de uma efa de farinha de cevada, sobre a qual não deitará azeite nem porá incenso; porquanto é oferta de cereais por ciúmes, oferta memorativa, que traz a iniqüidade à memória.    16O sacerdote fará a mulher chegar, e a porá perante o Senhor.    17E o sacerdote tomará num vaso de barro água sagrada; também tomará do pó que houver no chão do tabernáculo, e o deitará na água.    18Então apresentará a mulher perante o Senhor, e descobrirá a cabeça da mulher, e lhe porá na mão a oferta de cereais memorativa, que é a oferta de cereais por ciúmes; e o sacerdote terá na mão a água de amargura, que traz consigo a maldição;    19e a fará jurar, e dir-lhe-á: Se nenhum homem se deitou contigo, e se não te desviaste para a imundícia, violando o voto conjugal, sejas tu livre desta água de amargura, que traz consigo a maldição;    20mas se te desviaste, violando o voto conjugal, e te contaminaste, e algum homem que não é teu marido se deitou contigo, -    21então o sacerdote, fazendo que a mulher tome o juramento de maldição, lhe dirá: - O Senhor te ponha por maldição e praga no meio do teu povo, fazendo-te o Senhor consumir-se a tua coxa e inchar o teu ventre;    22e esta água que traz consigo a maldição entrará nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre, e te fazer consumir-se a coxa. Então a mulher dirá: Amém, amém.    23Então o sacerdote escreverá estas maldições num livro, e na água de amargura as apagará;    24e fará que a mulher beba a água de amargura, que traz consigo a maldição; e a água que traz consigo a maldição entrará nela para se tornar amarga.    25E o sacerdote tomará da mão da mulher a oferta de cereais por ciúmes, e moverá a oferta de cereais perante o Senhor, e a trará ao altar;    26também tomará um punhado da oferta de cereais como memorial da oferta, e o queimará sobre o altar, e depois fará que a mulher beba a água.    27Quando ele tiver feito que ela beba a água, sucederá que, se ela se tiver contaminado, e tiver pecado contra seu marido, a água, que traz consigo a maldição, entrará nela, tornando-se amarga; inchar-lhe-á o ventre e a coxa se lhe consumirá; e a mulher será por maldição no meio do seu povo.    28E, se a mulher não se tiver contaminado, mas for inocente, então será livre, e conceberá filhos.    29Esta é a lei dos ciúmes, no tocante à mulher que, violando o voto conjugal, se desviar e for contaminada;    30ou no tocante ao homem sobre quem vier o espírito de ciúmes, e se enciumar de sua mulher; ele apresentará a mulher perante o Senhor, e o sacerdote cumprirá para com ela toda esta lei.    31Esse homem será livre da iniqüidade; a mulher, porém, levará sobre si a sua iniqüidade.   

Chapter 6

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém, seja homem, seja mulher, fizer voto especial de nazireu, a fim de se separar para o Senhor,    3abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá, vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem bebida alguma feita de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas.    4Por todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma que se faz da uva, desde os caroços até as cascas.    5Por todos os dias do seu voto de nazireado, navalha não passará sobre a sua cabeça; até que se cumpram os dias pelos quais ele se tenha separado para o Senhor, será santo; deixará crescer as guedelhas do cabelo da sua cabeça.    6Por todos os dias da sua separação para o Senhor, não se aproximará de cadáver algum.    7Não se contaminará nem por seu pai, nem por sua mãe, nem por seu irmão, nem por sua irmã, quando estes morrerem; porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça:    8Por todos os dias do seu nazireado será santo ao Senhor.    9Se alguém morrer subitamente junto dele, contaminando-se assim a cabeça do seu nazireado, rapará a sua cabera no dia da sua purificação, ao sétimo dia a rapará.    10Ao oitavo dia trará duas rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da revelação;    11e o sacerdote oferecerá um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto, e fará expiação por esse que pecou no tocante ao morto; assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça.    12Então separará ao Senhor os dias do seu nazireado, e para oferta pela culpa trará um cordeiro de um ano; mas os dias antecedentes serão perdidos, porquanto o seu nazireado foi contaminado.    13Esta, pois, é a lei do nazireu: no dia em que se cumprirem os dias do seu nazireado ele será trazido à porta da tenda da revelação,    14e oferecerá a sua oferta ao Senhor: um cordeiro de um ano, sem defeito, como holocausto, e uma cordeira de um ano, sem defeito, como oferta pelo pecado, e um carneiro sem defeito como oferta pacífica;    15e um cesto de pães ázimos, bolos de flor de farinha amassados com azeite como também as respectivas ofertas de cereais e de libação.    16E o sacerdote os apresentará perante o Senhor, e oferecerá a oferta pelo pecado, e o holocausto;    17também oferecerá o carneiro em sacrifício de oferta pacífica ao Senhor, com o cesto de pães ázimos e as respectivas ofertas de cereais e de libação.    18Então o nazireu, à porta da tenda da revelação, rapará o cabelo do seu nazireado, tomá-lo-á e o porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício das ofertas pacíficas.    19Depois o sacerdote tomará a espádua cozida do carneiro, e um pão ázimo do cesto, e um coscorão ázimo, e os porá nas mãos do nazireu, depois de haver este rapado o cabelo do seu nazireado;    20e o sacerdote os moverá como oferta de movimento perante o Senhor; isto é santo para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento, e com a espádua da oferta alçada; e depois o nazireu poderá beber vinho.    21Esta é a lei do que fizer voto de nazireu, e da sua oferta ao Senhor pelo seu nazireado, afora qualquer outra coisa que as suas posses lhe permitirem oferecer; segundo o seu voto, que fizer, assim fará conforme a lei o seu nazireado.    22Disse mais o Senhor a Moisés:    23Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel; dir-lhes-eis:    24O Senhor te abençoe e te guarde;    25o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;    26o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz.    27Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei.   

Chapter 7

1No dia em que Moisés acabou de levantar o tabernáculo, tendo-o ungido e santificado juntamente com todos os seus móveis, bem como o altar e todos os seus utensílios, depois de ungi-los e santificá-los,    2os príncipes de Israel, cabeças das casas de seus pais, fizeram as suas ofertas. Estes eram os príncipes das tribos, os que estavam sobre os que foram contados.    3Trouxeram eles a sua oferta perante o Senhor: seis carros cobertos, e doze bois; por dois príncipes um carro, e por cada um, um boi; e os apresentaram diante do tabernáculo.    4Então disse o Senhor a Moisés:    5Recebe-os deles, para serem utilizados no serviço da tenda da revelação; e os darás aos levitas, a cada qual segundo o seu serviço:    6Assim Moisés recebeu os carros e os bois, e os deu aos levitas.    7Dois carros e quatro bois deu aos filhos de Gérson segundo o seu serviço;    8e quatro carros e oito bois deu aos filhos de Merári, segundo o seu serviço, sob as ordens de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.    9Mas aos filhos de Coate não deu nenhum, porquanto lhes pertencia o serviço de levar o santuário, e o levavam aos ombros.    10Os príncipes fizeram também oferta para a dedicação do altar, no dia em que foi ungido; e os príncipes apresentaram as suas ofertas perante o altar.    11E disse o Senhor a Moisés: Cada príncipe oferecerá a sua oferta, cada qual no seu dia, para a dedicação do altar.    12O que ofereceu a sua oferta no primeiro dia foi Nasom, filho de Aminadabe, da tribo de Judá.    13A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambas cheias de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    14uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    15um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    16um bode para oferta pelo pecado;    17e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Nasom, filho de Aminadabe.    18No segundo dia fez a sua oferta Netanel, filho de Zuar, príncipe de Issacar.    19E como sua oferta ofereceu uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    20uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    21um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    22um bode para oferta pelo pecado;    23e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Netanel, filho de Zuar.    24No terceiro dia fez a sua oferta Eliabe, filho de Helom, príncipe dos filhos de Zebulom.    25A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    26uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    27um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    28um bode para oferta pelo pecado;    29e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliabe, filho de Helom.    30No quarto dia fez a sua oferta Elizur, filho de Sedeur, príncipe dos filhos de Rúben.    31A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    32uma colher de ouro de dez siclos, cheio de incenso;    33um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    34um bode para oferta pelo pecado;    35e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elizur, filho de Sedeur.    36No quinto dia fez a sua oferta Selumiel, filho de Zurisadai, príncipe dos filhos de Simeão.    37A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    38uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    39um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    40um bode para oferta pelo pecado;    41e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Selumiel, filho de Zurisadai.    42No sexto dia fez a sua oferta Eliasafe, filho de Deuel, príncipe dos filhos de Gade.    43A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    44uma colher de ouro do dez siclos, cheia de incenso;    45um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; ,    46um bode para oferta pelo pecado;    47e para sacrificio de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliasafe, filho de Deuel,    48No sétimo dia fez a sua oferta Elisama, filho de Amiúde, príncipe dos filhos de Efraim.    49A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassado com azeite, para oferta de cereais;    50uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    51um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    52um bode para oferta pelo pecado;    53e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elisama, filho de Amiúde.    54No oitavo dia fez a sua oferta Gamaliel, filho de Pedazur, principe dos filhos de Manassés.    55A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    56uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    57um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    58um bode para oferta pelo pecado;    59e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Gamaliel, filho de Pedazur.    60No dia nono fez a sua oferta Abidã, filho de Gideôni, príncipe dos filhos de Benjamim.    61A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    62uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    63um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    64um bode para oferta pelo pecado;    65e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Abidã, filho de Gideôni.    66No décimo dia fez a sua oferta Aiezer, filho de Amisadai, príncipe filhos filhos de Dã.    67A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    68uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    69um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    70um bode para oferta pelo pecado;    71e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Aiezer, filho de Amisadai.    72No dia undécimo fez a sua oferta Pagiel, filho de Ocrã, príncipe dos filhos de Aser.    73A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    74uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    75um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    76um bode para oferta pelo pecado;    77e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta do Pagiel, filho do Ocrã.    78No duodécimo dia fez a sua oferta Airá, filho de Enã, príncipe dos filhos de Naftali.    79A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de cereais;    80uma colher de ouro de dez siclos, cheia de incenso;    81um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto;    82um bode para oferta pelo pecado;    83e para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Airá, filho de Enã.    84Esta foi a oferta dedicatória do altar, feita pelos príncipes de Israel, no dia em que foi ungido: doze salvas de prata, doze bacias de prata, doze colheres de ouro,    85pesando cada salva de prata cento e trinta siclos, e cada bacia setenta; toda a prata dos vasos foi dois mil e quatrocentos siclos, segundo o siclo do santuário;    86doze colheres de ouro cheias de incenso, pesando cada colher dez siclos, segundo o siclo do santuário; todo o ouro das colheres foi cento e vinte siclos.    87Todos os animais para holocausto foram doze novilhos, doze carneiros, e doze cordeiros de um ano, com as respectivas ofertas de cereais; e para oferta pelo pecado, doze bodes;    88e todos os animais para sacrifício das ofertas pacíficas foram vinte e quatro novilhos, sessenta carneiros, sessenta bodes, e sessenta cordeiros de um ano. Esta foi a oferta dedicatória do altar depois que foi ungido.    89Quando Moisés entrava na tenda da revelação para falar com o Senhor, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a arca do testemunho entre os dois querubins; assim ele lhe falava.   

Chapter 8

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Fala a Arão, e dize-lhe: Quando acenderes as lâmpadas, as sete lâmpadas alumiarão o espaço em frente do candelabro.    3Arão, pois, assim fez; acendeu as lâmpadas do candelabro de modo que alumiassem o espaço em frente do mesmo, como o Senhor ordenara a Moisés.    4Esta era a obra do candelabro, obra de ouro batido; desde o seu pedestal até as suas corolas, era ele de ouro batido; conforme o modelo que o Senhor mostrara a Moisés, assim ele tinha feito o candelabro.    5Disse mais o Senhor a Moisés:    6Toma os levitas do meio dos filhos de Israel, e purifica-os;    7e assim lhes farás, para os purificar: esparge sobre eles a água da purificação; e eles farão passar a navalha sobre todo o seu corpo, e lavarão os seus vestidos, e se purificarão.    8Depois tomarão um novilho, com a sua oferta de cereais de flor de farinha amassada com azeite; e tomarás tu outro novilho para oferta pelo pecado.    9Também farás chegar os levitas perante a tenda da revelação, e ajuntarás toda a congregação dos filhos de Israel.    10Apresentarás, pois, os levitas perante o Senhor, e os filhos do Israel porão as suas mãos sobre os levitas.    11E Arão oferecerá os levitas perante o Senhor como oferta de movimento, da parte dos filhos de Israel, para que sirvam no ministério do Senhor.    12Os levitas porão as suas mãos sobre a cabeça dos novilhos; então tu sacrificarás um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto ao Senhor, para fazeres expiação pelos levitas.    13E porás os levitas perante Arão, e perante os seus filhos, e os oferecerás como oferta de movimento ao Senhor.    14Assim separarás os levitas do meio dos filhos de Israel; e os levitas serão meus.    15Depois disso os levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda da revelação, depois de os teres purificado e oferecido como oferta de movimento.    16Porquanto eles me são dados inteiramente dentre os filhos de Israel; em lugar de todo aquele que abre a madre, isto é, do primogênito de todos os filhos de Israel, para mim os tenho tomado.    17Porque meu é todo primogênito entre os filhos de Israel, tanto entre os homens como entre os animais; no dia em que, na terra do Egito, feri a todo primogênito, os santifiquei para mim.    18Mas tomei os levitas em lugar de todos os primogênitos entre os filhos de Israel.    19Dentre os filhos de Israel tenho dado os levitas a Arão e a seus filhos, para fazerem o serviço dos filhos de Israel na tenda da revelação, e para fazerem expiação por eles, a fim de que não haja praga entre eles, quando se aproximarem do santuário.    20Assim Moisés e Arão e toda a congregação dos filhos de Israel fizeram aos levitas; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés no tocante aos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram.    21Os levitas, pois, purificaram-se, e lavaram os seus vestidos; e Arão os ofereceu como oferta de movimento perante o Senhor, e fez expiação por eles, para purificá-los.    22Depois disso entraram os levitas, para fazerem o seu serviço na tenda da revelação, perante Arão e seus filhos; como o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram.    23Disse mais o Senhor a Moisés:    24Este será o encargo dos levitas: Da idade de vinte e cinco anos para cima entrarão para se ocuparem no serviço a tenda da revelação;    25e aos cinqüenta anos de idade sairão desse serviço e não servirão mais.    26Continuarão a servir, porém, com seus irmãos na tenda da revelação, orientando-os no cumprimento dos seus encargos; mas não farão trabalho. Assim farás para com os levitas no tocante aos seus cargos.   

Chapter 9

1Também falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que saíram da terra do Egito, dizendo:    2Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado.    3No dia catorze deste mês, à tardinha, a seu tempo determinado, a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todas as suas ordenanças a celebrareis.    4Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a páscoa.    5Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, à tardinha, no deserto de Sinai; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.    6Ora, havia alguns que se achavam imundos por terem tocado o cadáver de um homem, de modo que não podiam celebrar a páscoa naquele dia; pelo que no mesmo dia se chegaram perante Moisés e Arão;    7e aqueles homens disseram-lhes: Estamos imundos por havermos tocado o cadáver de um homem; por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel?    8Respondeu-lhes Moisés: Esperai, para que eu ouça o que o Senhor há de ordenar acerca de vós.    9Então disse o Senhor a Moisés:    10Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém dentre vós, ou dentre os vossos descendentes estiver imundo por ter tocado um cadáver, ou achar-se longe, em viagem, contudo ainda celebrará a páscoa ao Senhor.    11No segundo mês, no dia: catorze, à tardinha, a celebrarão; comê-la-ão com pães ázimos e ervas amargas.    12Dela não deixarão nada até pela manhã, nem quebrarão dela osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão.    13Mas o homem que, estando limpo e não se achando em viagem, deixar de celebrar a páscoa, essa alma será extirpada do seu povo; porquanto não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado, tal homem levará o seu pecado.    14Também se um estrangeiro peregrinar entre vós e celebrar a páscoa ao Senhor, segundo o estatuto da páscoa e segundo a sua ordenança a celebrará; haverá um só estatuto, quer para o estrangeiro, quer para o natural da terra.    15No dia em que foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo, isto é, a própria tenda do testemunho; e desde a tarde até pela manhã havia sobre o tabernáculo uma aparência de fogo.    16Assim acontecia de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo.    17Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar em que a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam.    18ë ordem do Senhor os filhos de Israel partiam, e à ordem do Senhor se acampavam; por todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo eles ficavam acampados.    19E, quando a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, os filhos de Israel cumpriam o mandado do Senhor, e não partiam.    20ës vezes a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo; então à ordem do Senhor permaneciam acampados, e à ordem do Senhor partiam.    21Outras vezes ficava a nuvem desde a tarde até pela manhã; e quando pela manhã a nuvem se alçava, eles partiam; ou de dia ou de noite, alçando-se a nuvem, partiam.    22Quer fosse por dois dias, quer por um mês, quer por mais tempo, que a nuvem se detinha sobre o tabernáculo, enquanto ficava sobre ele os filhos de Israel permaneciam acampados, e não partiam; mas, alçando-se ela, eles partiam.    23Â ordem do Senhor se acampavam, e à ordem do Senhor partiam; cumpriam o mandado do Senhor, que ele lhes dera por intermédio de Moisés.   

Chapter 10

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e elas te servirão para convocares a congregação, e para ordenares a partida dos arraiais.    3Quando se tocarem as trombetas, toda a congregação se ajuntará a ti à porta da tenda da revelação.    4Mas quando se tocar uma só, a ti se congregarão os príncipes, os cabeças dos milhares de Israel.    5Quando se tocar retinindo, partirão os arraiais que estão acampados da banda do oriente.    6Mas quando se tocar retinindo, pela segunda, vez, partirão os arraiais que estão acampados da banda do sul; para as partidas dos arraiais se tocará retinindo.    7Mas quando se houver de reunir a congregação, tocar-se-á sem retinir:    8Os filhos de Arão, sacerdotes, tocarão as trombetas; e isto vos será por estatuto perpétuo nas vossas gerações.    9Ora, quando na vossa terra sairdes à guerra contra o inimigo que vos estiver oprimindo, fareis retinir as trombetas; e perante o Senhor vosso Deus sereis tidos em memória, e sereis salvos dos vossos inimigos.    10Semelhantemente, no dia da vossa alegria, nas vossas festas fixas, e nos princípios dos vossos meses, tocareis as trombetas sobre os vossos holocaustos, e sobre os sacrifícios de vossas ofertas pacíficas; e eles vos serão por memorial perante vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus.    11Ora, aconteceu, no segundo ano, no segundo mês, aos vinte do mês, que a nuvem se alçou de sobre o tabernáculo da congregação.    12Partiram, pois, os filhos de Israel do deserto de Sinai para as suas jornadas; e a nuvem parou ,no deserto de Parã.    13Assim iniciaram a primeira caminhada, à ordem do Senhor por intermédio de Moisés:    14partiu primeiramente o estandarte do arraial dos filhos de Judá segundo os seus exércitos; sobre o seu exército estava Nasom, filho de Aminadabe;    15sobre o exército da tribo dos filhos de Issacar, Netanel, filho de Zuar;    16e sobre o exército da tribo dos filhos de Zebulom, Eliabe, filho de Helom.    17Então o tabernáculo foi desarmado, e os filhos de Gérson e os filhos de Merári partiram, levando o tabernáculo.    18Depois partiu o estandarte do arraial de Rúben segundo os seus exércitos; sobre o seu exército estava Elizur, filho de Sedeur;    19sobre o exército da tribo dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;    20e sobre o exército da tribo dos filhos de Gade, Eliasafe, filho de Deuel.    21Então partiram os coatitas, levando o santuário; e os outros erigiam o tabernáculo, enquanto estes vinham.    22Depois partiu o estandarte do arraial dos filhos de Efraim segundo os seus exércitos; sobre o seu exército estava Elisama, filho de Amiúde;    23sobre o exército da tribo dos filhos de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur;    24e sobre o exército da tribo dos filhos de Benjamim, Abidã, filho de Gideôni.    25Então partiu o estandarte do arraial dos filhos de Dã, que era a retaguarda de todos os arraiais, segundo os seus exércitos; sobre o seu exército estava Aiezer, filho de Amisadai;    26sobre o exército da tribo dos filhos de Aser, Pagiel, filho de Ocrã;    27e sobre o exército da tribo dos filhos de Naftali, Airá, filho de Enã.    28Tal era a ordem de partida dos filhos de Israel segundo os seus exércitos, quando partiam.    29Disse então Moisés a Hobabe, filho de Reuel, o midianita, sogro de Moisés: Nós caminhamos para aquele lugar de que o Senhor disse: Vo-lo darei. Vai conosco, e te faremos bem; porque o Senhor falou bem acerca de Israel.    30Respondeu ele: Não irei; antes irei à minha terra e à minha parentela.    31Tornou-lhe Moisés: Ora, não nos deixes, porquanto sabes onde devamos acampar no deserto; de olhos nos serviras.    32Se, pois, vieres conosco, o bem que o Senhor nos fizer, também nós faremos a ti.    33Assim partiram do monte do Senhor caminho de três dias; e a arca do pacto do Senhor ia adiante deles, para lhes buscar lugar de descanso.    34E a nuvem do Senhor ia sobre eles de dia, quando partiam do arraial.    35Quando, pois, a arca partia, dizia Moisés: Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam.    36E, quando ela pousava, dizia: Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel.   

Chapter 11

1Depois o povo tornou-se queixoso, falando o que era mau aos ouvidos do Senhor; e quando o Senhor o ouviu, acendeu-se a sua ira; o fogo do Senhor irrompeu entre eles, e devorou as extremidades do arraial.    2Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou.    3Pelo que se chamou aquele lugar Tabera, porquanto o fogo do Senhor se acendera entre eles.    4Ora, o vulgo que estava no meio deles veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel também tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?    5Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos.    6Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos.    7E era o maná como a semente do coentro, e a sua aparência como a aparência de bdélio.    8O povo espalhava-se e o colhia, e, triturando-o em moinhos ou pisando-o num gral, em panelas o cozia, e dele fazia bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco.    9E, quando o orvalho descia de noite sobre o arraial, sobre ele descia também o maná.    10Então Moisés ouviu chorar o povo, todas as suas famílias, cada qual à porta da sua tenda; e a ira do Senhor grandemente se acendeu; e aquilo pareceu mal aos olhos de Moisés.    11Disse, pois, Moisés ao Senhor: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, pois que puseste sobre mim o peso de todo este povo.    12Concebi eu porventura todo este povo? dei-o eu à luz, para que me dissesses: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança de peito, para a terra que com juramento prometeste a seus pais?    13Donde teria eu carne para dar a todo este povo? porquanto choram diante de mim, dizendo: Dá-nos carne a comer.    14Eu só não posso: levar a todo este povo, porque me é pesado demais.    15Se tu me hás de tratar assim, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria.    16Disse então o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem os anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da revelação, para que estejam ali contigo.    17Então descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão eles o peso do povo para que tu não o leves só.    18E dirás ao povo: Santificai-vos para amanhã, e comereis carne; porquanto chorastes aos ouvidos do Senhor, dizendo: Quem nos dará carne a comer? pois bem nos ia no Egito. Pelo que o Senhor vos dará carne, e comereis.    19Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias;    20mas um mês inteiro, até vos sair pelas narinas, até que se vos torne coisa nojenta; porquanto rejeitastes ao Senhor, que está no meio de vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito?    21Respondeu Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo no meio do qual estou; todavia tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro.    22Matar-se-ão para eles rebanhos e gados, que lhes bastem? ou ajuntar-se-ão, para eles todos os peixes do mar, que lhes bastem?    23Pelo que replicou o Senhor a Moisés: Porventura tem-se encurtado a mão do Senhor? agora mesmo verás se a minha palavra se há de cumprir ou não.    24Saiu, pois, Moisés, e relatou ao povo as palavras do Senhor; e ajuntou setenta homens dentre os anciãos do povo e os colocou ao redor da tenda.    25Então o Senhor desceu: na nuvem, e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele, pô-lo sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles profetizaram, mas depois nunca mais o fizeram.    26Mas no arraial ficaram dois homens; chamava-se um Eldade, e o outro Medade; e repousou sobre eles: o espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram para irem à tenda; e profetizavam no arraial.    27Correu, pois, um moço, etenho dado os levitas a Arão e a Eldade e Medade profetizaram no arraial.    28Então Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu e disse: Meu Senhor Moisés, proíbe-lho.    29Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que do povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles!    30Depois Moisés se recolheu ao arraial, ele e os anciãos de Israel.    31Soprou, então, um vento da parte do Senhor e, do lado do mar, trouxe codornizes que deixou cair junto ao arraial quase caminho de um dia de um e de outro lado, à roda do arraial, a cerca de dois côvados da terra.    32Então o povo, levantando-se, colheu as codornizes por todo aquele dia e toda aquela noite, e por todo o dia seguinte; o que colheu menos, colheu dez hômeres. E as estenderam para si ao redor do arraial.    33Quando a carne ainda estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, acendeu-se a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor ao povo com uma praga, mui grande.    34Pelo que se chamou aquele lugar Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que tivera o desejo.    35De Quibrote-Hataavá partiu o povo para Hazerote; e demorou-se em Hazerote.   

Chapter 12

1Ora, falaram Miriã e Arão contra Moisés ,por causa da mulher cuchita que este tomara; porquanto tinha tomado uma mulher cuchita.    2E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.    3Ora, Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.    4E logo o Senhor disse a Moisés, a Arão e a Miriã: Saí vos três à tenda da revelação. E saíram eles três.    5Então o Senhor desceu em uma coluna de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã, e os dois acudiram.    6Então disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele.    7Mas não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa;    8boca a boca falo com ele, claramente e não em enigmas; pois ele contempla a forma do Senhor. Por que, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?    9Assim se acendeu a ira do Senhor contra eles; e ele se retirou;    10também a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã se tornara leprosa, branca como a neve; e olhou Arão para Miriã e eis que estava leprosa.    11Pelo que Arão disse a Moisés: Ah, meu senhor! rogo-te não ponhas sobre nós este pecado, porque procedemos loucamente, e pecamos.    12Não seja ela como um morto que, ao sair do ventre de sua mãe, tenha a sua carne já meio consumida.    13Clamou, pois, Moisés ao Senhor, dizendo: ç Deus, rogo-te que a cures.    14Respondeu o Senhor a Moisés: Se seu pai lhe tivesse cuspido na cara não seria envergonhada por sete dias? Esteja fechada por sete dias fora do arraial, e depois se recolherá outra vez.    15Assim Miriã esteve fechada fora do arraial por sete dias; e o povo não partiu, enquanto Miriã não se recolheu de novo.    16Mas depois o povo partiu de Hazerote, e acampou-se no deserto de Parã.   

Chapter 13

1Então disse o Senhor a Moisés:    2Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel. De cada tribo de seus pais enviarás um homem, sendo cada qual príncipe entre eles.    3Moisés, pois, enviou-os do deserto de Parã, segundo a ordem do Senhor; eram todos eles homens principais dentre os filhos de Israel.    4E estes são os seus nomes: da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur;    5da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;    6da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;    7da tribo de Issacar, Ioal, filho de José;    8da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num;    9da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;    10da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sódi;    11da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi, filho de Susi;    12da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;    13da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;    14da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;    15da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.    16Estes são os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar a terra. Ora, a Oséias, filho de Num, Moisés chamou Josué.    17Enviou-os, pois, Moisés a espiar: a terra de Canaã, e disse-lhes: Subi por aqui para o Negebe, e penetrai nas montanhas;    18e vede a terra, que tal é; e o povo que nela habita, se é forte ou fraco, se pouco ou muito;    19que tal é a terra em que habita, se boa ou má; que tais são as cidades em que habita, se arraiais ou fortalezas;    20e que tal é a terra, se gorda ou magra; se nela há árvores, ou não; e esforçai-vos, e tomai do fruto da terra. Ora, a estação era a das uvas temporãs.    21Assim subiram, e espiaram a terra desde o deserto de Zim, até Reobe, à entrada de Hamate.    22E subindo para o Negebe, vieram até Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque. (Ora, Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã no Egito. )    23Depois vieram até e vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um só cacho, o qual dois homens trouxeram sobre uma verga; trouxeram também romãs e figos.    24Chamou-se aquele lugar o vale de Escol, por causa do cacho que dali cortaram os filhos de Israel.    25Ao fim de quarenta dias voltaram de espiar a terra.    26E, chegando, apresentaram-se a Moisés e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel, no deserto de Parã, em Cades; e deram-lhes notícias, a eles e a toda a congregação, e mostraram-lhes o fruto da terra.    27E, dando conta a Moisés, disseram: Fomos à terra a que nos enviaste. Ela, em verdade, mana leite e mel; e este é o seu fruto.    28Contudo o povo que habita nessa terra é poderoso, e as cidades são fortificadas e mui grandes. Vimos também ali os filhos de Anaque.    29Os amalequitas habitam na terra do Negebe; os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam nas montanhas; e os cananeus habitam junto do mar, e ao longo do rio Jordão.    30Então Calebe, fazendo calar o povo perante Moisés, disse: Subamos animosamente, e apoderemo-nos dela; porque bem poderemos prevalecer contra ela.    31Disseram, porém, os homens que subiram com ele: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nos.    32Assim, perante os filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra, pela qual passamos para espiá-la, é terra que devora os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.    33Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos.   

Chapter 14

1Então toda a congregação levantou a voz e gritou; e o povo chorou naquela noite.    2E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e Arão; e toda a congregação lhes disse: Antes tivéssemos morrido na terra do Egito, ou tivéssemos morrido neste deserto!    3Por que nos traz o Senhor a esta terra para cairmos à espada? Nossas mulheres e nossos pequeninos serão por presa. Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?    4E diziam uns aos outros: Constituamos um por chefe o voltemos para o Egito.    5Então Moisés e Arão caíram com os rostos por terra perante toda a assembléia da congregação dos filhos de Israel.    6E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes;    7e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra, pela qual passamos para a espiar, é terra muitíssimo boa.    8Se o Senhor se agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará; terra que mana leite e mel.    9Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão. Retirou-se deles a sua defesa, e o Senhor está conosco; não os temais.    10Mas toda a congregação disse que fossem apedrejados. Nisso a glória do Senhor apareceu na tenda da revelação a todos os filhos de Israel.    11Disse então o Senhor a Moisés: Até quando me desprezará este povo e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele?    12Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei; e farei de ti uma nação maior e mais forte do que ele.    13Respondeu Moisés ao Senhor: Assim os egípcios o ouvirão, eles, do meio dos quais, com a tua força, fizeste subir este povo,    14e o dirão aos habitantes desta terra. Eles ouviram que tu, ó Senhor, estás no meio deste povo; pois tu, ó Senhor, és visto face a face, e a tua nuvem permanece sobre eles, e tu vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite.    15E se matares este povo como a um só homem, então as nações que têm ouvido da tua fama, dirão:    16Porquanto o Senhor não podia introduzir este povo na terra que com juramento lhe prometera, por isso os matou no deserto.    17Agora, pois, rogo-te que o poder do meu Senhor se engrandeça, segundo tens dito:    18O Senhor é tardio em irar-se, e grande em misericórdia; perdoa a iniqüidade e a transgressão; ao culpado não tem por inocente, mas visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração.    19Perdoa, rogo-te, a iniqüidode deste povo, segundo a tua grande misericórdia, como o tens perdoado desde o Egito até, aqui.    20Disse-lhe o Senhor: Conforme a tua palavra lhe perdoei;    21tão certo, porém, como eu vivo, e como a glória do Senhor encherá toda a terra,    22nenhum de todos os homens que viram a minha glória e os sinais que fiz no Egito e no deserto, e todavia me tentaram estas dez vezes, não obedecendo à minha voz,    23nenhum deles verá a terra que com juramento prometi o seus pais; nenhum daqueles que me desprezaram a verá.    24Mas o meu servo Calebe, porque nele houve outro espírito, e porque perseverou em seguir-me, eu o introduzirei na terra em que entrou, e a sua posteridade a possuirá.    25Ora, os amalequitas e os cananeus habitam no vale; tornai-vos amanhã, e caminhai para o deserto em direção ao Mar Vermelho.    26Depois disse o Senhor a Moisés e Arão:    27Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, que eles fazem contra mim.    28Dize-lhes: Pela minha vida, diz o Senhor, certamente conforme o que vos ouvi falar, assim vos hei de fazer:    29neste deserto cairão os vossos cadáveres; nenhum de todos vós que fostes contados, segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, que contra mim murmurastes,    30certamente nenhum de vós entrará na terra a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.    31Mas aos vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam por presa, a estes introduzirei na terra, e eles conhecerão a terra que vós rejeitastes.    32Quanto a vós, porém, os vossos cadáveres cairão neste deserto;    33e vossos filhos serão pastores no deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto.    34Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniqüidades por quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha oposição.    35Eu, o Senhor, tenho falado; certamente assim o farei a toda esta má congregação, aos que se sublevaram contra mim; neste deserto se consumirão, e aqui morrerão.    36Ora, quanto aos homens que Moisés mandara a espiar a terra e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, infamando a terra,    37aqueles mesmos homens que infamaram a terra morreram de praga perante o Senhor.    38Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, ficaram com vida.    39Então Moisés falou estas palavras a todos os filhos de Israel, pelo que o povo se entristeceu muito.    40Eles, pois, levantando-se de manhã cedo, subiram ao cume do monte, e disseram: Eis-nos aqui; subiremos ao lugar que o Senhor tem dito; porquanto havemos pecado.    41Respondeu Moisés: Ora, por que transgredis o mandado do Senhor, visto que isso não prosperará?    42Não subais, pois o Senhor não está no meio de vós; para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos.    43Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do Senhor, o Senhor não estará convosco.    44Contudo, temerariamente subiram eles ao cume do monte; mas a arca do pacto do Senhor, e Moisés, não se apartaram do arrraial.    45Então desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os até Horma.   

Chapter 15

1Depois disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel e díze-lhes: Quando entrardes na terra da vossa habitação, que eu vos hei de dar,    3e ao Senhor fizerdes, do gado eu do rebanho, oferta queimada, holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou como oferta voluntária, para fazer nas vossos festas fixas um cheiro suave ao Senhor,    4Então aquele que fizer a sua oferta, fará ao Senhor uma oferta de cereais de um décimo de efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite;    5e de vinho para a oferta de libação prepararás a quarta parte de um him para o holocausto, ou para o sacrifício, para cada cordeiro;    6e para cada carneiro prepararás como oferta de cereais, dois décimos de efa de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite;    7e de vinho para a oferta de libação oferecerás a terça parte de um him em cheiro suave ao Senhor.    8Também, quando preparares novilho para holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício de ofertas pacíficas ao Senhor,    9com o novilho oferecerás uma oferta de cereais de três décimos de efa, de flor de farinha, misturada com a metade de um him de azeite;    10e de vinho para a oferta de libação oferecerás a metade de um him como oferta queimada em cheiro suave ao Senhor.    11Assim se fará com cada novilho, ou carneiro, ou com cada um dos cordeiros ou dos cabritos.    12Segundo o número que oferecerdes, assim fareis com cada um deles.    13Todo natural assim fará estas coisas, ao oferecer oferta queimada em cheiro suave ao Senhor.    14Também se peregrinar convosco algum estrangeiro, ou quem quer que estiver entre vos nas vossas gerações, e ele oferecer uma oferta queimada de cheiro suave ao Senhor, como vós fizerdes, assim fará ele.    15Quanto à assembléia, haverá um mesmo estatuto para vós e para o estrangeiro que peregrinar convosco, estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós, assim será o peregrino perante o Senhor.    16Uma mesma lei e uma mesma ordenança haverá para vós e para o estrangeiro que peregrinar convosco.    17Disse mais o Senhor a Moisés:    18Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Depois de terdes entrado na terra em que vos hei de introduzir,    19será que, ao comerdes do pão da terra, oferecereis ao Senhor uma oferta alçada.    20Das primícias da vossa massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como a oferta alçada da eira, assim o oferecereis.    21Das primícias das vossas massas dareis ao Senhor oferta alçada durante as vossas gerações.    22Igualmente, quando vierdes a errar, e não observardes todos esses mandamentos, que o Senhor tem falado a Moisés,    23sim, tudo quanto o Senhor vos tem ordenado por intermédio do Moisés, desde o dia em que o Senhor começou a dar os seus mandamentos, e daí em diante pelas vossas gerações,    24será que, quando se fizer alguma coisa sem querer, e isso for encoberto aos olhos da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao Senhor, juntamente com a oferta de cereais do mesmo e a sua oferta de libação, segundo a ordenança, e um bode como sacrifício pelo pecado.    25E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos filhos de Israel, e eles serão perdoados; porquanto foi erro, e trouxeram a sua oferta, oferta queimada ao Senhor, e o seu sacrifício pelo pecado perante o Senhor, por causa do seu erro.    26Será, pois, perdoada toda a congregação dos filhos de Israel, bem como o estrangeiro que peregrinar entre eles; porquanto sem querer errou o povo todo.    27E, se uma só pessoa pecar sem querer, oferecerá uma cabra de um ano como sacrifício pelo pecado.    28E o sacerdote fará perante o Senhor expiação pela alma que peca, quando pecar sem querer; e, feita a expiação por ela, será perdoada.    29Haverá uma mesma lei para aquele que pecar sem querer, tanto para o natural entre os filhos de Israel, como para o estrangeiro que peregrinar entre eles.    30Mas a pessoa que fizer alguma coisa temerariamente, quer seja natural, quer estrangeira, blasfema ao Senhor; tal pessoa será extirpada do meio do seu povo,    31por haver desprezado a palavra do Senhor, e quebrado o seu mandamento; essa alma certamente será extirpada, e sobre ela recairá a sua iniqüidade.    32Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado.    33E os que o acharam apanhando lenha trouxeram-no a Moisés e a Arão, e a toda a congregação.    34E o meteram em prisão, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer.    35Então disse o Senhor a Moisés: certamente será morto o homem; toda a congregação o apedrejará fora do arraial.    36Levaram-no, pois, para fora do arraial, e o apedrejaram, de modo que ele morreu; como o Senhor ordenara a Moisés.    37Disse mais o Senhor a Moisés:    38Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes que façam para si franjas nas bordas das suas vestes, pelas suas gerações; e que ponham nas franjas das bordas um cordão azul.    39Tê-lo-eis nas franjas, para que o vejais, e vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os observeis; e para que não vos deixeis arrastar à infidelidade pelo vosso coração ou pela vossa vista, como antes o fazíeis;    40para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os observeis, e sejais santos para com o vosso Deus.    41Eu sou o senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus.   

Chapter 16

1Ora, Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, juntamente com Datã e Abirão, filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete, filhos de Rúben, tomando certos homens,    2levantaram-se perante Moisés, juntamente com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, chamados à assembléia, varões de renome;    3e ajuntando-se contra Moisés e contra Arão, disseram-lhes: Demais é o que vos arrogais a vós, visto que toda a congregação e santa, todos eles são santos, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a assembléia do Senhor?    4Quando Moisés ouviu isso, caiu com o rosto em terra;    5depois falou a Corá e a toda a sua companhia, dizendo: Amanhã pela manhã o Senhor fará saber quem é seu, e quem é o santo, ao qual ele fará chegar a si; e aquele a quem escolher fará chegar a si.    6Fazei isto: Corá e toda a sua companhia, tomai para vós incensários;    7e amanhã, pondo fogo neles, sobre eles deitai incenso perante o Senhor; e será que o homem a quem o Senhor escolher, esse será o santo; demais é o que vos arrogais a vós, filhos de Levi.    8Disse mais Moisés a Corá: Ouvi agora, filhos de Levi!    9Acaso é pouco para vós que o Deus de Israel vos tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de fazerdes o serviço do tabernáculo do Senhor e estardes perante a congregação para ministrar-lhe,    10e te fez chegar, e contigo todos os teus irmãos, os filhos de Levi? procurais também o sacerdócio?    11Pelo que tu e toda a tua companhia estais congregados contra o Senhor; e Arão, quem é ele, para que murmureis contra ele?    12Então Moisés mandou chamar a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe; eles porém responderam: Não subiremos.    13É pouco, porventura, que nos tenhas feito subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares no deserto, para que queiras ainda fazer-te príncipe sobre nós?    14Ademais, não nos introduziste em uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura cegarás os olhos a estes homens? Não subiremos.    15Então Moisés irou-se grandemente, e disse ao Senhor: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento tenho tomado deles, nem a nenhum deles tenho feito mal.    16Disse mais Moisés a Corá: Comparecei amanhã tu e toda a tua companhia perante o Senhor; tu e eles, e Arão.    17Tome cada um o seu incensário, e ponha nele incenso; cada um traga perante o Senhor o seu incensário, duzentos e cinqüenta incensários; também tu e Arão, cada qual o seu incensário.    18Tomou, pois, cada qual o seu incensário, e nele pôs fogo, e nele deitou incenso; e se puseram à porta da tenda da revelação com Moisés e Arão.    19E Corá fez ajuntar contra eles toda o congregação à porta da tenda da revelação; então a glória do Senhor apareceu a toda a congregação.    20Então disse o senhor a Moisés e a Arão:    21Apartai-vos do meio desta congregação, para que eu, num momento, os possa consumir.    22Mas eles caíram com os rostos em terra, e disseram: ç Deus, Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu contra toda esta congregação?    23Respondeu o Senhor a Moisés:    24Fala a toda esta congregação, dizendo: Subi do derredor da habitação de Corá, Datã e Abirão.    25Então Moisés levantou-se, e foi ter com Datã e Abirão; e seguiram-nos os anciãos de Israel.    26E falou à congregação, dizendo: Retirai-vos, peço-vos, das tendas desses homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu, para que não pereçais em todos os seus pecados.    27Subiram, pois, do derredor da habitação de Corá, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta das suas tendas, juntamente com suas mulheres, e seus filhos e seus pequeninos.    28Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todas estas obras; pois não as tenho feito de mim mesmo.    29Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como são visitados todos os homens, o Senhor não me enviou.    30Mas, se o Senhor criar alguma coisa nova, e a terra abrir a boca e os tragar com tudo o que é deles, e vivos descerem ao Seol, então compreendereis que estes homens têm desprezado o Senhor.    31E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu;    32e a terra abriu a boca e os tragou com as suas famílias, como também a todos os homens que pertenciam a Corá, e a toda a sua fazenda.    33Assim eles e tudo o que era seu desceram vivos ao Seol; e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação,    34E todo o Israel, que estava ao seu redor, fugiu ao clamor deles, dizendo: não suceda que a terra nos trague também a nós.    35Então saiu fogo do Senhor, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.    36Então disse o Senhor a Moisés:    37Dize a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que tire os incensários do meio do incêndio; e espalha tu o fogo longe; porque se tornaram santos    38os incensários daqueles que pecaram contra as suas almas; deles se façam chapas, de obra batida, para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o Senhor, por isso se tornaram santos; e serão por sinal aos filhos de Israel.    39Eleazar, pois, o sacerdote, tomou os incensários de bronze, os quais aqueles que foram queimados tinham oferecido; e os converteram em chapas para cobertura do altar,    40para servir de memória aos filhos de Israel, a fim de que nenhum estranho, ninguém que não seja da descendência de Arão, se chegue para queimar incenso perante o Senhor, para que não seja como Corá e a sua companhia; conforme o Senhor dissera a Eleazar por intermédio de Moisés.    41Mas no dia seguinte toda oa congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor.    42E tendo-se sublevado a congregação contra Moisés e Arão, dirigiu-se para a tenda da revelação, e eis que a nuvem a cobriu, e a glória do Senhor apareceu.    43Vieram, pois, Moisés e Arão à frente da tenda da revelação.    44Então disse o Senhor a Moisés:    45Levantai-vos do meio desta congregação, para que eu, num momento, a possa consumir. Então caíram com o rosto em terra.    46Depois disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele e leva-o depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu do Senhor; já começou a praga.    47Tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitando o incenso no incensário, fez expiação pelo povo.    48E pôs-se em pé entre os mortos e os vivos, e a praga cessou.    49Ora, os que morreram da praga foram catorze mil e setecentos, além dos que morreram no caso de Corá.    50E voltou Arão a Moisés à porta da tenda da revelação, pois cessara a praga.   

Chapter 17

1Então disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel, e toma deles uma vara para cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, doze varas; e escreve o nome de cada um sobre a sua vara.    3O nome de Arão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça das casas de seus pais terá uma vara.    4E as porás na tenda da revelação, perante o testemunho, onde venho a vós.    5Então brotará a vara do homem que eu escolher; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.    6Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel, e todos os seus príncipes deram-lhe varas, cada príncipe uma, segundo as casas de seus pais, doze varas; e entre elas estava a vara de Arão.    7E Moisés depositou as varas perante o Senhor na tenda do testemunho.    8Sucedeu, pois, no dia seguinte, que Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, brotara, produzira gomos, rebentara em flores e dera amêndoas maduras.    9Então Moisés trouxe todas as varas de diante do Senhor a todos os filhos de Israel; e eles olharam, e tomaram cada um a sua vara.    10Então o Senhor disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Arão perante o testemunho, para se guardar por sinal contra os filhos rebeldes; para que possas fazer acabar as suas murmuraçoes contra mim, a fim de que não morram.    11Assim fez Moisés; como lhe ordenara o Senhor, assim fez.    12Então disseram os filhos de Israel a Moisés: Eis aqui, nós expiramos, perecemos, todos nós perecemos.    13Todo aquele que se aproximar, sim, todo o que se aproximar do tabernáculo do Senhor, morrerá; porventura pereceremos todos?   

Chapter 18

1Depois disse o Senhor a Arão: Tu e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis a iniqüidade do vosso sacerdócio.    2Faze, pois, chegar contigo também teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do testemunho.    3Eles cumprirão as tuas ordens, e assumirão o encargo de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do santuário, nem ao altar, para que não morram, assim eles, como vós.    4Mas se ajuntarão a ti, e assumirão o encargo da tenda da revelação, para todo o serviço da tenda; e o estranho não se chegará a vós.    5Vós, pois, assumireis o encargo do santuário e o encargo do altar, para que não haja outra vez furor sobre os filhos de Israel.    6Eis que eu tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; eles vos são uma dádiva, feita ao Senhor, para fazerem o serviço da tenda da revelação.    7Mas tu e teus filhos contigo cumprireis o vosso sacerdócio no tocante a tudo o que é do altar, e a tudo o que está dentro do véu; nisso servireis. Eu vos dou o sacerdócio como dádiva ministerial, e o estranho que se chegar será morto.    8Disse mais o Senhor a Arão: Eis que eu te tenho dado as minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santificadas dos filhos de Israel; a ti as tenho dado como porção, e a teus filhos como direito perpétuo.    9Das coisas santíssimas reservadas do fogo serão tuas todas as suas ofertas, a saber, todas as ofertas de cereais, todas as ofertas pelo pecado e todas as ofertas pela culpa, que me entregarem; estas coisas serão santíssimas para ti e para teus filhos.    10Num lugar santo as comerás; delas todo varão comerá; santas te serão.    11Também isto será teu: a oferta alçada das suas dádivas, com todas as ofertas de movimento dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas contigo, as tenho dado como porção, para sempre. Todo o que na tua casa estiver limpo, comerá delas.    12Tudo o que do azeite há de melhor, e tudo o que do mosto e do grão há de melhor, as primícias destes que eles derem ao Senhor, a ti as tenho dado.    13Os primeiros frutos de tudo o que houver na sua terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua casa estiver limpo comerá deles.    14Toda coisa consagrada em Israel será tua.    15Todo primogênito de toda a carne, que oferecerem ao Senhor, tanto de homens como de animais, será teu; contudo os primogênitos dos homens certamente remirás; também os primogênitos dos animais imundos remirás.    16Os que deles se houverem de remir, desde a idade de um mês os remirás, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte jeiras.    17Mas o primogênito da vaca, o primogênito da ovelha, e o primogênito da cabra não remirás, porque eles são santos. Espargirás o seu sangue sobre o altar, e queimarás a sua gordura em oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.    18E a carne deles será tua, bem como serão teus o peito da oferta de movimento e a coxa direita.    19Todas as ofertas alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor, eu as tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como porção, para sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e para a tua descendência contigo.    20Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás; eu sou a tua porção e a tua herança entre os filhos de Israel.    21Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, o serviço da tenda da revelação.    22Ora, nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da revelação, para que não levem sobre si o pecado e morram.    23Mas os levitas farão o serviço da tenda da revelação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.    24Porque os dízimos que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor em oferta alçada, eu os tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse que nenhuma herança teriam entre os filhos de Israel.    25Disse mais o Senhor a Moisés:    26Também falarás aos levitas, e lhes dirás: Quando dos filhos de Israel receberdes os dízimos, que deles vos tenho dado por herança, então desses dízimos fareis ao Senhor uma oferta alçada, o dízimo dos dízimos.    27E computar-se-á a vossa oferta alçada, como o grão da eira, e como a plenitude do lagar.    28Assim fareis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel; e desses dízimos dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote.    29De todas as dádivas que vos forem feitas, oferecereis, do melhor delas, toda a oferta alçada do Senhor, a sua santa parte.    30Portanto lhes dirás: Quando fizerdes oferta alçada do melhor dos dízimos, será ela computada aos levitas, como a novidade da eira e como a novidade do lagar.    31E o comereis em qualquer lugar, vós e as vossas famílias; porque é a vossa recompensa pelo vosso serviço na tenda da revelação.    32Pelo que não levareis sobre vós pecado, se tiverdes alçado o que deles há de melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos de Israel, para que não morrais.   

Chapter 19

1Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão:    2Este é o estatuto da lei que o Senhor ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha vermelha sem defeito, que não tenha mancha, e sobre a qual não se tenha posto jugo:    3Entregá-la-eis a Eleazar, o sacerdote; ele a tirará para fora do arraial, e a imolarão diante dele.    4Eleazar, o sacerdote, tomará do sangue com o dedo, e dele espargirá para a frente da tenda da revelação sete vezes.    5Então à vista dele se queimará a novilha, tanto o couro e a carne, como o sangue e o excremento;    6e o sacerdote, tomando pau do cedro, hissopo e carmesim, os lançará no meio do fogo que queima a novilha.    7Então o sacerdote lavará as suas vestes e banhará o seu corpo em água; depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até a tarde.    8Também o que a tiver queimado lavará as suas vestes e banhará o seu corpo em água, e sera imundo até a tarde.    9E um homem limpo recolherá a cinza da novilha, e a depositará fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, para a água de purificação; é oferta pelo pecado.    10E o que recolher a cinza da novilha lavará as suas vestes e será imundo até a tarde; isto será por estatuto perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina entre eles.    11Aquele que tocar o cadáver de algum homem, será imundo sete dias.    12Ao terceiro dia o mesmo se purificará com aquela água, e ao sétimo dia se tornará limpo; mas, se ao terceiro dia não se purificar, não se tornará limpo ao sétimo dia.    13Todo aquele que tocar o cadáver de algum homem que tenha morrido, e não se purificar, contamina o tabernáculo do Senhor; e essa alma será extirpada de Israel; porque a água da purificação não foi espargida sobre ele, continua imundo; a sua imundícia está ainda sobre ele.    14Esta é a lei, quando um homem morrer numa tenda: todo aquele que entrar na tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias.    15Também, todo vaso aberto, sobre que não houver pano atado, será imundo.    16E todo aquele que no campo tocar alguém que tenha sido morto pela espada, ou outro cadáver, ou um osso de algum homem, ou uma sepultura, será imundo sete dias.    17Para o imundo, pois, tomarão da cinza da queima da oferta pelo pecado, e sobre ela deitarão água viva num vaso;    18e um homem limpo tomará hissopo, e o molhará na água, e a espargirá sobre a tenda, sobre todos os objetos e sobre as pessoas que ali estiverem, como também sobre aquele que tiver tocado o osso, ou o que foi morto, ou o que faleceu, ou a sepultura.    19Também o limpo, ao terceiro dia e ao sétimo dia, a espargirá sobre o imundo, e ao sétimo dia o purificará; e o que era imundo lavará as suas vestes, e se banhará em água, e à tarde será limpo.    20Mas o que estiver imundo e não se purificar, esse será extirpado do meio da assembléia, porquanto contaminou o santuário do Senhor; a água de purificação não foi espargida sobre ele; é imundo.    21Isto lhes será por estatuto perpétuo: o que espargir a água de purificação lavará as suas vestes; e o que tocar a água de purificação será imundo até a tarde.    22E tudo quanto o imundo tocar também será imundo; e a pessoa que tocar naquilo será imunda até a tarde.   

Chapter 20

1Os filhos de Israel, a congregação toda, chegaram ao deserto de Zim no primeiro mês, e o povo ficou em Cades. Ali morreu Miriã, e ali foi sepultada.    2Ora, não havia água para a congregação; pelo que se ajuntaram contra Moisés e Arão.    3E o povo contendeu com Moisés, dizendo: Oxalá tivéssemos perecido quando pereceram nossos irmãos perante o Senhor!    4Por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais?    5E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar? lugar onde não há semente, nem figos, nem vides, nem romãs, nem mesmo água para beber.    6Então Moisés e Arão se foram da presença da assembléia até a porta da tenda da revelação, e se lançaram com o rosto em terra; e a glória do Senhor lhes apareceu.    7E o Senhor disse a Moisés:    8Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas. Assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais.    9Moisés, pois, tomou a vara de diante do senhor, como este lhe ordenou.    10Moisés e Arão reuniram a assembléia diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes! Porventura tiraremos água desta rocha para vós?    11Então Moisés levantou a mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu água copiosamente, e a congregação bebeu, e os seus animais.    12Pelo que o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei.    13Estas são as águas de Meribá, porque ali os filhos de Israel contenderam com o Senhor, que neles se santificou.    14De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel: Tu sabes todo o trabalho que nos tem sobrevindo;    15como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muito tempo; e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais;    16e quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus termos.    17Deixa-nos, pois, passar pela tua terra; não passaremos pelos campos, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real, não nos desviando para a direita nem para a esquerda, até que tenhamos passado os teus termos.    18Respondeu-lhe Edom: Não passaras por mim, para que eu não saia com a espada ao teu encontro.    19Os filhos de Israel lhe replicaram: Subiremos pela estrada real; e se bebermos das tuas águas, eu e o meu gado, darei o preço delas; sob condição de eu nada mais fazer, deixa-me somente passar a pé.    20Edom, porém, respondeu: Não passarás. E saiu-lhe ao encontro com muita gente e com mão forte.    21Assim recusou Edom deixar Israel passar pelos seus termos; pelo que Israel se desviou dele.    22Então partiram de Cades; e os filhos de Israel, a congregação toda, chegaram ao monte Hor.    23E falou o Senhor a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo:    24Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes contra a minha palavra no tocante às águas de Meribá.    25Toma a Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor;    26e despe a Arão as suas vestes, e as veste a Eleazar, seu filho, porque Arão será recolhido, e morrerá ali.    27Fez, pois, Moisés como o Senhor lhe ordenara; e subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a congregação.    28Moisés despiu a Arão as vestes, e as vestiu a Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte; e Moisés e Eleazar desceram do monte.    29Vendo, pois, toda a congregação que Arão era morto, chorou-o toda a casa de Israel por trinta dias.   

Chapter 21

1Ora, ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava no Negebe, que Israel vinha pelo caminho de Atarim, pelejou contra Israel, e levou dele alguns prisioneiros.    2Então Israel fez um voto ao Senhor, dizendo: Se na verdade entregares este povo nas minhas mãos, destruirei totalmente as suas cidades.    3O Senhor, pois, ouviu a voz de Israel, e entregou-lhe os cananeus; e os israelitas os destruíram totalmente, a eles e às suas cidades; e chamou-se aquele lugar Horma.    4Então partiram do monte Hor, pelo caminho que vai ao Mar Vermelho, para rodearem a terra de Edom; e a alma do povo impacientou-se por causa do caminho.    5E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para morrermos no deserto? pois aqui não há pão e não há água: e a nossa alma tem fastio deste miserável pão.    6Então o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que o mordiam; e morreu muita gente em Israel.    7Pelo que o povo veio a Moisés, e disse: Pecamos, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor para que tire de nós estas serpentes. Moisés, pois, orou pelo povo.    8Então disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e será que todo mordido que olhar para ela viverá.    9Fez, pois, Moisés uma serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.    10Partiram, então, os filhos de Israel, e acamparam-se em Obote.    11Depois partiram de Obote, e acamparam-se em Ije-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente.    12Dali partiram, e acamparam-se no vale de Zerede.    13E, partindo dali, acamparam-se além do Arnom, que está no deserto e sai dos termos dos amorreus; porque o Arnom é o termo de Moabe, entre Moabe e os amorreus.    14Pelo que se diz no livro das guerras do Senhor: Vaebe em Sufa, e os vales do Arnom,    15e o declive dos vales, que se inclina para a situação Ar, e se encosta aos termos de Moabe    16Dali vieram a Beer; esse é o poço do qual o Senhor disse a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água.    17Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! E vós, entoai-lhe cânticos!    18Ao poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo escavaram com o bastão, e com os seus bordões. Do deserto vieram a Matana;    19de Matana a Naaliel; de Naaliel a Bamote;    20e de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, ao cume de Pisga, que dá para o deserto.    21Então Israel mandou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, a dizer-lhe:    22Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos para os campos nem para as vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que tenhamos passado os teus termos.    23Siom, porém, não deixou Israel passar pelos seus termos; pelo contrário, ajuntou todo o seu povo, saiu ao encontro de Israel no deserto e, vindo a Jaza, pelejou contra ele.    24Mas Israel o feriu ao fio da espada, e apoderou-se da sua terra, desde o Arnom até o Jaboque, até os amonitas; porquanto a fronteira dos amonitas era fortificada.    25Assim Israel tomou todas as cidades dos amorreus e habitou nelas, em Hesbom e em todas as suas aldeias.    26Porque Hesbom era a cidade de Siom, rei dos amorreus, que pelejara contra o precedente rei de Moabe, e tomara da mão dele toda a sua terra até o Arnom.    27Pelo que dizem os que falam por provérbios: Vinde a Hesbom! edifique-se e estabeleça-se a cidade de Siom!    28Porque fogo saiu de Hesbom, e uma chama da cidade de Siom; e devorou a Ar de Moabe, aos senhores dos altos do Arnom.    29Ai de ti, Moabe! perdido estás, povo de Quemós! Entregou seus filhos como fugitivos, e suas filhas como cativas, a Siom, rei dos amorreus.    30Nós os asseteamos; Hesbom está destruída até Dibom, e os assolamos até Nofá, que se estende até Medeba.    31Assim habitou Israel na terra dos amorreus.    32Depois Moisés mandou espiar a Jazer, e tomaram as suas aldeias e expulsaram os amorreus que ali estavam.    33Então viraram-se, e subiram pelo caminho de Basã. E Ogue, rei de Basã, saiu-lhes ao encontro, ele e todo o seu povo, para lhes dar batalha em Edrei.    34Disse, pois, o Senhor a Moisés: Não o temas, porque eu to entreguei na mão, a ele, a todo o seu povo, e à sua terra; e far-lhe-ás como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.    35Assim o feriram, a ele e seus filhos, e a todo o seu povo, até que nenhum lhe ficou restando; também se apoderaram da terra dele.   

Chapter 22

1Depois os filhos de Israel partiram, e acamparam-se nas planícies de Moabe, além do Jordão, na altura de Jericó.    2Ora, Balaque, filho de Zipor, viu tudo o que Israel fizera aos amorreus.    3E Moabe tinha grande medo do povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel.    4Por isso disse aos anciãos de Midiã: Agora esta multidão lamberá tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Nesse tempo Balaque, filho de Zipor, era rei de Moabe.    5Ele enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, à terra dos filhos do seu povo, a fim de chamá-lo, dizendo: Eis que saiu do Egito um povo, que cobre a face da terra e estaciona defronte de mim.    6Vem pois agora, rogo-te, amaldiçoar-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; porventura prevalecerei, de modo que o possa ferir e expulsar da terra; porque eu sei que será abençoado aquele a quem tu abençoares, e amaldiçoado aquele a quem tu amaldiçoares.    7Foram-se, pois, os anciãos de Moabe e os anciãos de Midiã, com o preço dos encantamentos nas mãos e, chegando a Balaão, referiram-lhe as palavras de Balaque.    8Ele lhes respondeu: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar. Então os príncipes de Moabe ficaram com Balaão.    9Então veio Deus a Balaão, e perguntou: Quem são estes homens que estão contigo?    10Respondeu Balaão a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe, mos enviou, dizendo:    11Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora amaldiçoar-mo; porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo.    12E Deus disse a Balaão: Não irás com eles; não amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.    13Levantando-se Balaão pela manhã, disse aos príncipes de Balaque: Ide para a vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco.    14Levantaram-se, pois, os príncipes de Moabe, vieram a Balaque e disseram: Balaão recusou vir conosco.    15Balaque, porém, tornou a enviar príncipes, em maior número e mais honrados do que aqueles.    16Estes vieram a Balaão e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim,    17porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoar-me este povo.    18Respondeu Balaão aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me quisesse dar a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu Deus, para fazer coisa alguma, nem pequena nem grande.    19Agora, pois, rogo-vos que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá mais.    20Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Já que esses homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente aquilo que eu te disser.    21Então levantou-se Balaão pela manhã, albardou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe.    22A ira de Deus se acendeu, porque ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois servos.    23A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo; pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.    24Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma sebe de um e de outro lado.    25Vendo, pois, a jumenta o anjo do Senhor, coseu-se com a sebe, e apertou contra a sebe o pé de Balaão; pelo que ele tornou a espancá-la.    26Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda.    27E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão se acendeu, e ele espancou a jumenta com o bordão.    28Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes?    29Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá tivesse eu uma espada na mão, pois agora te mataria.    30Tornou a jumenta a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda a tua vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim para contigo? E ele respondeu: Não.    31Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra.    32Disse-lhe o anjo do senhor: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim;    33a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade que eu te haveria matado, deixando a ela com vida.    34Respondeu Balaão ao anjo do Senhor: pequei, porque não sabia que estavas parado no caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei.    35Tornou o anjo do Senhor a Balaão: Vai com os mem, ou uma somente a palavra que eu te disser é que falarás. Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque:    36Tendo, pois, Balaque ouvido que Balaão vinha chegando, saiu-lhe ao encontro até Ir-Moabe, cidade fronteira que está à margem do Arnom.    37Perguntou Balaque a Balaão: Porventura não te enviei diligentemente mensageiros a chamar-te? por que não vieste a mim? não posso eu, na verdade, honrar-te?    38Respondeu Balaão a Balaque: Eis que sou vindo a ti; porventura poderei eu agora, de mim mesmo, falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, essa falarei.    39E Balaão foi com Balaque, e chegaram a Quiriate-Huzote.    40Então Balaque ofereceu em sacrifício bois e ovelhas, e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com ele.    41E sucedeu que, pela manhã, Balaque tomou a Balaão, e o levou aos altos de Baal, e viu ele dali a parte extrema do povo.   

Chapter 23

1Disse Balaão a Balaque: Edifica-me aqui sete altares e prepara-me aqui sete novilhos e sete carneiros.    2Fez, pois, Balaque como Balaão dissera; e Balaque e Balaão ofereceram um novilho e um carneiro sobre cada altar.    3Então Balaão disse a Balaque: Fica aqui em pé junto ao teu holocausto, e eu irei; porventura o Senhor me sairá ao encontro, e o que ele me mostrar, eu to direi. E foi a um lugar alto.    4E quando Deus se encontrou com Balaão, este lhe disse: Preparei os sete altares, e ofereci um novilho e um carneiro sobre cada altar.    5Então o senhor pôs uma palavra na boca de Balaão, e disse: Volta para Balaque, e assim falarás.    6Voltou, pois, para ele, e eis que estava em pé junto ao seu holocausto, ele e todos os príncipes de Moabe.    7Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: De Arã me mandou trazer Balaque, o rei de Moabe, desde as montanhas do Oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; vem, denuncia a Israel.    8Como amaldiçoarei a quem Deus não amaldiçoou? e como denunciarei a quem o Senhor não denunciou?    9Pois do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo; eis que é um povo que habita só, e entre as nações não será contado.    10Quem poderá contar o pó de Jacó e o número da quarta parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos, e seja o meu fim como o deles.    11Então disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoares os meus inimigos, e eis que inteiramente os abençoaste.    12E ele respondeu: Porventura não terei cuidado de falar o que o Senhor me puser na boca?    13Então Balaque lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro lugar, donde o poderás ver; verás somente a última parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali.    14Assim o levou ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares, e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar.    15Disse Balaão a Balaque: Fica aqui em pé junto ao teu holocausto, enquanto eu vou ali ao encontro do Senhor.    16E, encontrando-se o Senhor com Balaão, pôs-lhe na boca uma palavra, e disse: Volta para Balaque, e assim falarás.    17Voltou, pois, para ele, e eis que estava em pé junto ao seu holocausto, e os príncipes de Moabe com ele. Perguntou-lhe, pois, Balaque: Que falou o Senhor?    18Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Levanta-te, Balaque, e ouve; escuta-me, filho de Zipor;    19Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?    20Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar.    21Não se observa iniqüidade em Jacó, nem se vê maldade em Israel; o senhor seu Deus é com ele, no meio dele se ouve a aclamação dum rei;    22É Deus que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem.    23Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem adivinhação contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito!    24Eis que o povo se levanta como leoa, e se ergue como leão; não se deitará até que devore a presa, e beba o sangue dos que foram mortos:    25Então Balaque disse a Balaão: Nem o amaldiçoes, nem tampouco o abençoes:    26Respondeu, porém, Balaão a Balaque: Não te falei eu, dizendo: Tudo o que o Senhor falar, isso tenho de fazer?    27Tornou Balaque a Balaão: Vem agora, e te levarei a outro lugar; porventura parecerá bem aos olhos de Deus que dali mo amaldiçoes.    28Então Balaque levou Balaão ao cume de Peor, que dá para o deserto.    29E Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete novilhos e sete carneiros.    30Balaque, pois, fez como dissera Balaão; e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar.   

Chapter 24

1Vendo Balaão que parecia bem aos olhos do Senhor que abençoasse a Israel, não foi, como era costume, ao encontro dos encantamentos, mas voltou o rosto para o deserto.    2E, levantando Balaão os olhos, viu a Israel que se achava acampado segundo as suas tribos; e veio sobre ele o Espírito de Deus.    3Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os olhos abertos;    4fala aquele que ouve as palavras de Deus, o que vê a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos:    5Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó! as tuas moradas, ó Israel!    6Como vales, elas se estendem; são como jardins à beira dos rios, como árvores de aloés que o Senhor plantou, como cedros junto às águas.    7De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; o seu rei se exalçará mais do que Agague, e o seu reino será exaltado.    8É Deus que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; ele devorará as nações, seus adversários, lhes quebrará os ossos, e com as suas setas os atravessará.    9Agachou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.    10Pelo que a ira de Balaque se acendeu contra Balaão, e batendo ele as palmas, disse a Balaão: Para amaldiçoares os meus inimigos é que te chamei; e eis que já três vezes os abençoaste.    11Agora, pois, foge para o teu lugar; eu tinha dito que certamente te honraria, mas eis que o Senhor te privou dessa honra.    12Então respondeu Balaão a Balaque: Não falei eu também aos teus mensageiros, que me enviaste, dizendo:    13Ainda que Balaque me quisesse dar a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor, para fazer, de mim mesmo, o bem ou o mal; o que o Senhor falar, isso falarei eu?    14Agora, pois, eis que me vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que este povo fará ao teu povo nos últimos dias.    15Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os olhos abertos;    16fala aquele que ouve as palavras de Deus e conhece os desígnios do Altíssimo, que vê a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos:    17Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas não de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um cetro que ferirá os termos de Moabe, e destruirá todos os filhos de orgulho.    18E Edom lhe será uma possessão, e assim também Seir, os quais eram os seus inimigos; pois Israel fará proezas.    19De Jacó um dominará e destruirá os sobreviventes da cidade.    20Também viu Balaão a Amaleque e proferiu a sua parábola, dizendo: Amaleque era a primeira das nações, mas o seu fim será a destruição.    21E, vendo os quenitas, proferiu a sua parábola, dizendo: Firme está a tua habitação; e posto na penha está o teu ninho;    22todavia será o quenita assolado, até que Assur te leve por prisioneiro.    23Proferiu ainda a sua parábola, dizendo: Ai, quem viverá, quando Deus fizer isto?    24Naus virão das costas de Quitim, e afligirão a Assur; igualmente afligirão a Eber, que também será para destruição.    25Então, tendo-se Balaão levantado, partiu e voltou para o seu lugar; e também Balaque se foi pelo seu caminho.   

Chapter 25

1Ora, Israel demorava-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas de Moabe,    2pois elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.    3Porquanto Israel se juntou a Baal-Peor, a ira do Senhor acendeu-se contra ele.    4Disse, pois, o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao senhor diante do sol, para que a grande ira do Senhor se retire de Israel.    5Então Moisés disse aos juízes de Israel: Mate cada um os seus homens que se juntaram a Baal-Peor.    6E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita à vista de Moisés e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, enquanto estavam chorando à porta da tenda da revelação.    7Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, levantou-se do meio da congregação, e tomou na mão uma lança; o foi após o israelita, e entrando na sua tenda, os atravessou a ambos, ao israelita e à mulher, pelo ventre. Então a praga cessou de sobre os filhos de Israel.    9Ora, os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.    10Então disse o Senhor a Moisés:    11Finéias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles, de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel.    12Portanto dize: Eis que lhe dou o meu pacto de paz,    13e será para ele e para a sua descendência depois dele, o pacto de um sacerdócio perpétuo; porquanto foi zeloso pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.    14O nome do israelita que foi morto com a midianita era Zinri, filho de Salu, príncipe duma casa paterna entre os simeonitas.    15E o nome da mulher midianita morta era Cozbi, filha de Zur; o qual era cabeça do povo duma casa paterna em Midiã.    16Disse mais o Senhor a Moisés:    17Afligi vós os midianitas e feri-os;    18porque eles vos afligiram a vós com as suas ciladas com que vos enganaram no caso de Peor, e no caso de Cozbi, sua irmã, filha do príncipe de Midiã, a qual foi morta no dia da praga no caso de Peor.   

Chapter 26

1Depois daquela praga disse o Senhor a Moisés e a Eleazar, filho do sacerdote Arão:    2Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, da idade de vinte anos para cima, segundo as casas e seus pais, todos os que em Israel podem sair à guerra.    3Falaram-lhes, pois, Moisés e Eleazar o sacerdote, nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó, dizendo:    4Contai o povo da idade de vinte anos para cima; como o Senhor ordenara a Moisés e aos filhos de Israel que saíram da terra do Egito.    5Rúben, o primogênito de Israel; os filhos de Rúben: de Hanoque, a família dos hanoquitas; de Palu, a família dos paluítas;    6de Hezrom, a família dos hezronitas; de Carmi, a família dos carmitas.    7Estas são as famílias dos rubenitas; os que foram deles contados eram quarenta e três mil setecentos e trinta.    8E o filho de Palu: Eliabe.    9Os filhos de Eliabe: Nemuel, Dato e Abirão. Estes são aqueles Datã e Abirão que foram chamados da congregação, os quais contenderam contra Moisés e contra Arão na companhia de Corá, quando contenderam contra o Senhor,    10e a terra abriu a boca, e os tragou juntamente com Corá, quando pereceu aquela companhia; quando o fogo devorou duzentos e cinqüenta homens, os quais serviram de advertência.    11Todavia os filhos de Corá não morreram.    12Os filhos de Simeão, segundo as suas famílias: de Nemuel, a família dos nemuelitas; de Jamim, a família dos jaminitas; de Jaquim, a família dos jaquinitas;    13de Zerá, a família dos zeraítas; de Saul, a família dos saulitas.    14Estas são as famílias dos simeonitas, vinte e dois mil e duzentos.    15Os filhos de Gade, segundo as suas famílias: de Zefom, a família dos zefonitas; de Hagui, a família dos haguitas; de Suni, a família dos sunitas;    16de Ozni, a família dos oznitas; de Eri, a família dos eritas;    17de Arode, a família dos aroditas; de Areli, a família dos arelitas.    18Estas são as famílias dos filhos de Gade, segundo os que foram deles contados, quarenta mil e quinhentos.    19Os filhos de Judá: Er e Onã; mas Er e Onã morreram na terra de Canaã.    20Assim os filhos de Judá, segundo as suas famílias, eram: de Selá, a família dos selanitas; de Pérez, a família dos perezitas; de Zerá, a família dos zeraítas.    21E os filhos de Pérez eram: de Hezrom, a família dos hezronitas; de Hamul, a família dos hamulitas.    22Estas são as famílias de Judá, segundo os que foram deles contados, setenta e seis mil e quinhentos.    23Os filhos de Issacar, segundo as suas famílias: de Tola, a família dos tolaítas; de Puva, a família dos puvitas;    24de Jasube, a família dos jasubitas; de Sinrom, a família dos sinronitas.    25Estas são as famílias de Issacar, segundo os que foram deles contados, sessenta e quatro mil e trezentos:    26Os filhos de Zebulom, segundo as suas famílias: de Serede, a família dos sereditas; de Elom, a família dos elonitas; de Jaleel, a família dos jaleelitas.    27Estas são as famílias dos zebulonitas, segundo os que foram deles contados, sessenta mil e quinhentos.    28Os filhos de José, segundo as suas familias: Manassés e Efraim.    29Os filhos de Manassés: de Maquir, a família dos maquiritas; e Maquir gerou a Gileade; de Gileade, a família dos gileaditas.    30Estes são os filhos de Gileade: de Iezer, a família dos iezritas; de Heleque, a família dos helequitas;    31de Asriel, a família dos asrielitas; de Siquém, a família dos siquemitas;    32e de Semida, a família dos semidaítas; e de Hefer, a família dos heferitas.    33Ora, Zelofeade, filho de Hefer, não tinha filhos, senão filhas; e as filhas de Zelofeade chamavam-se Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza.    34Estas são as famílias de Manassés; os que foram deles contados, eram cinqüenta e dois mil e setecentos.    35Estes são os filhos de Efraim, segundo as suas famílias: de Sutela, a família dos sutelaítas; de Bequer, a família dos bequeritas; de Taã, a família dos taanitas.    36E estes são os filhos de Sutela: de Erã, a família dos eranitas.    37Estas são as famílias dos filhos de Efraim, segundo os que foram deles contados, trinta e dois mil e quinhentos. Estes são os filhos de José, segundo as suas famílias.    38Os filhos de Benjamim, segundo as suas famílias: de Belá, a família dos belaítas; de Asbel, a família dos asbelitas; de Airão, a família dos airamitas;    39de Sefufã, a família dos sufamitas; de Hufão, a família dos hufamitas.    40E os filhos de Belá eram Arde e Naamã: de Arde a família dos arditas; de Naamã, a família dos naamitas.    41Estes são os filhos de Benjamim, segundo as suas famílias; os que foram deles contados, eram quarenta e cinco mil e seiscentos.    42Estes são os filhos de Dã, segundo as suas famílias: de Suão a família dos suamitas. Estas são as famílias de Dã, segundo as suas famílias.    43Todas as famílias dos suamitas, segundo os que foram deles contados, eram sessenta e quatro mil e quatrocentos.    44Os filhos de Aser, segundo as suas famílias: de Imná, a família dos imnitas; de Isvi, a família dos isvitas; de Berias, a família dos beritas.    45Dos filhos de Berias: de Heber, a família dos heberitas; de Malquiel, a família dos malquielitas.    46E a filha de Aser chamava-se Sera.    47Estas são as famílias dos filhos de Aser, segundo os que foram deles contados, cinqüenta e três mil e quatrocentos.    48Os filhos de Naftali, segundo as suas famílias: de Jazeel, a família dos jazeelitas; de Guni, a família dos gunitas;    49de Jezer, a família dos jezeritas; de Silém, a família dos silemitas.    50Estas são as famílias de Naftali, segundo as suas famílias; os que foram deles contados, eram quarenta e cinco mil e quatrocentos.    51Estes são os que foram contados dos filhos de Israel, seiscentos e um mil setecentos e trinta.    52Disse mais o senhor a Moisés:    53A estes se repartirá a terra em herança segundo o número dos nomes.    54Â tribo de muitos darás herança maior, e à de poucos darás herança menor; a cada qual se dará a sua herança segundo os que foram deles contados.    55Todavia a terra se repartirá por sortes; segundo os nomes das tribos de seus pais a herdarão.    56Segundo sair a sorte, se repartirá a herança deles entre as tribos de muitos e as de poucos.    57Também estes são os que foram contados dos levitas, segundo as suas famílias: de Gérson, a família dos gersonitas; de Coate, a família dos coatitas; de Merári, a família os meraritas.    58Estas são as famílias de Levi: a família dos libnitas, a família dos hebronitas, a família dos malitas, a família dos musitas, a família dos coraítas. Ora, Coate gerou a Anrão.    59E a mulher de Anrão chamava-se Joquebede, filha de Levi, a qual nasceu a Levi no Egito; e de Anrão ela teve Arão e Moisés, e Miriã, irmã deles.    60E a Arão nasceram Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar.    61Mas Nadabe e Abiú morreram quando ofereceram fogo estranho perante o Senhor.    62E os que foram deles contados eram vinte e três mil, todos os homens da idade de um mês para cima; porque não foram contados entre os filhos de Israel, porquanto não lhes foi dada herança entre os filhos de Israel.    63Esses são os que foram contados por Moisés e Eleazar, o sacerdote, que contaram os filhos de Israel nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó.    64Entre esses, porém, não se achava nenhum daqueles que tinham sido contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando contaram os filhos de Israel no deserto de Sinai.    65Porque o senhor dissera deles: Certamente morrerão no deserto; pelo que nenhum deles ficou, senão Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.   

Chapter 27

1Então vieram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias de Manassés, filho de José; e os nomes delas são estes: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza;    2apresentaram-se diante de Moisés, e de Eleazar, o sacerdote, e diante dos príncipes e de toda a congregação à porta da tenda da revelação, dizendo:    3Nosso pai morreu no deserto, e não se achou na companhia daqueles que se ajuntaram contra o Senhor, isto é, na companhia de Corá; porém morreu no seu próprio pecado, e não teve filhos.    4Por que se tiraria o nome de nosso pai dentre a sua família, por não ter tido um filho? Dai-nos possessão entre os irmãos de nosso pai.    5Moisés, pois, levou a causa delas perante o Senhor.    6Então disse o Senhor a Moisés:    7O que as filhas de Zelofeade falam é justo; certamente lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pai; a herança de seu pai farás passar a elas.    8E dirás aos filhos de Israel: Se morrer um homem, e não tiver filho, fareis passar a sua herança à sua filha.    9E, se não tiver filha, dareis a sua herança a seus irmãos.    10Mas, se não tiver irmãos, dareis a sua herança aos irmãos de seu pai.    11Se também seu pai não tiver irmãos, então dareis a sua herança a seu parente mais chegado dentre a sua família, para que a possua; isto será para os filhos de Israel estatuto de direito, como o Senhor ordenou a Moisés.    12Depois disse o Senhor a Moisés: sobe a este monte de Abarim, e vê a terra que tenho dado aos filhos de Israel.    13E, tendo-a visto, serás tu também recolhido ao teu povo, assim como o foi teu irmão Arão;    14porquanto no deserto de Zim, na contenda da congregação, fostes rebeldes à minha palavra, não me santificando diante dos seus olhos, no tocante às águas (estas são as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim).    15Respondeu Moisés ao Senhor:    16Que o senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre a congregação,    17o qual saia diante deles e entre diante deles, e os faça sair e os faça entrar; para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor.    18Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe a mão;    19e apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe a comissão à vista deles;    20e sobre ele porás da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.    21Ele, pois, se apresentará perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele inquirirá segundo o juízo do Urim, perante o Senhor; segundo a ordem de Eleazar sairão, e segundo a ordem de Eleazar entrarão, ele e todos os filhos de Israel, isto é, toda a congregação.    22Então Moisés fez como o Senhor lhe ordenara: tomou a Josué, apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação,    23impôs-lhe as mãos, e lhe deu a comissão; como o Senhor falara por intermédio de Moisés.   

Chapter 28

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Ordena aos filhos de Israel, e dize-lhes: A minha oferta, o alimento para as minhas ofertas queimadas, de cheiro suave para mim, tereis cuidado para ma oferecer aos seus tempos determinados.    3Também lhes dirás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto.    4Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro à tardinha,    5juntamente com a décima parte de uma efa de flor de farinha em oferta de cereais, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido.    6Este é o holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.    7A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de bebida forte ao Senhor.    8E o outro cordeiro, oferecê-lo-ás à tardinha; com as ofertas de cereais e de libação, como o da manhã, o oferecerás, oferta queimada de cheiro suave ao Senhor.    9No dia de sábado oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito, e dois décimos de efa de flor de farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais, com a sua oferta de libação;    10é o holocausto de todos os sábados, além do holocausto contínuo e a sua oferta de libação.    11Nos princípios dos vossos meses oferecereis em holocausto ao Senhor: dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito;    12e três décimos de efa de flor de farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais, para cada novilho; e dois décimos de efa de flor de farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais, para o carneiro;    13e um décimo de efa de flor de farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais, para cada cordeiro; é holocausto de cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.    14As ofertas de libação do mesmo serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto de cada mês, por todos os meses do ano.    15Também oferecerás ao Senhor um bode como oferta pelo pecado; oferecer-se-á esse além do holocausto contínuo, com a sua oferta de libação.    16No primeiro mês, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor.    17E aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; por sete dias se comerão pães ázimos.    18No primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis;    19mas oferecereis oferta queimada em holocausto ao Senhor: dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos eles sem defeito;    20e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite; oferecereis três décimos de efa para cada novilho, dois décimos para o carneiro,    21e um décimo para cada um dos sete cordeiros;    22e em oferta pelo pecado oferecereis um bode, para fazer expiação por vos.    23Essas coisas oferecereis, além do holocausto da manhã, o qual é o holocausto contínuo.    24Assim, cada dia oferecereis, por sete dias, o alimento da oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; oferecer-se-á além do holocausto contínuo com a sua oferta de libação;    25e no sétimo dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.    26Semelhantemente tereis santa convocação no dia das primícias, quando fizerdes ao Senhor oferta nova de cereais na vossa festa de semanas; nenhum trabalho servil fareis.    27Então oferecereis um holocausto em cheiro suave ao Senhor: dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano;    28e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite, três décimos de efa para cada novilho, dois décimos para o carneiro,    29e um décimo para cada um dos sete cordeiros;    30e um bode para fazer expiação por vós.    31Além do holocausto contínuo e a sua oferta de cereais, os oferecereis, com as suas ofertas de libação; eles serão sem defeito.   

Chapter 29

1No sétimo mês, no primeiro dia do mês, tereis uma santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; será para vós dia de sonido de trombetas.    2Oferecereis um holocausto em cheiro suave ao Senhor: um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos sem defeito;    3e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite, três décimos de efa para o novilho, dois décimos para o carneiro,    4e um décimo para cada um dos sete cordeiros;    5e um bode para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós;    6além do holocausto do mês e a sua oferta de cereais, e do holocausto contínuo e a sua oferta de cereais, com as suas ofertas de libação, segundo a ordenança, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.    7Também no dia dez deste sétimo mês tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; nenhum trabalho fareis;    8mas oferecereis um holocausto, em cheiro suave ao Senhor: um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos eles sem defeito;    9e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite, três décimos de efa para o novilho, dois décimos para o carneiro,    10e um décimo para cada um dos sete cordeiros;    11e um bode para oferta pelo pecado, além da oferta pelo pecado, com a qual se faz expiação, e do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e as suas ofertas de libação.    12Semelhantemente, aos quinze dias deste sétimo mês tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; mas por sete dias celebrareis festa ao Senhor.    13Oferecereis um holocausto em oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor: treze novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, todos eles sem defeito;    14e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite, três décimos de efa para cada um dos treze novilhos, dois décimos para cada um dos dois carneiros,    15e um décimo para cada um dos catorze cordeiros;    16e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    17No segundo dia, doze novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    18e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    19e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e as suas ofertas de libação:    20No terceiro dia, onze novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    21e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    22e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    23No quarto dia, dez novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    24e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    25e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    26No quinto dia, nove novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    27e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    28e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    29No sexto dia, oito novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    30e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    31e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    32No sétimo dia, sete novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;    33e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    34e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    35No oitavo dia tereis assembléia solene; nenhum trabalho servil fareis;    36mas oferecereis um holocausto em oferta queimada de cheiro suave ao Senhor: um novilho, um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito;    37e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para o novilho, para o carneiro e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;    38e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.    39Oferecereis essas coisas ao Senhor nas vossas festas fixas, além dos vossos votos, e das vossas ofertas voluntárias, tanto para os vossos holocaustos, como para as vossas ofertas de cereais, as vossas ofertas de libações e os vossos sacrifícios de ofertas pacíficas.    40Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor lhe ordenara.   

Chapter 30

1Depois disse Moisés aos cabeças das tribos dos filhos de Israel: Isto é o que o Senhor ordenou:    2Quando um homem fizer voto ao Senhor, ou jurar, ligando-se com obrigação, não violará a sua palavra; segundo tudo o que sair da sua boca fará.    3Também quando uma mulher, na sua mocidade, estando ainda na casa de seu pai, fizer voto ao Senhor, e com obrigação se ligar,    4e seu pai souber do seu voto e da obrigação com que se ligou, e se calar para com ela, então todos os seus votos serão válidos, e toda a obrigação com que se ligou será válida.    5Mas se seu pai lho vedar no dia em que o souber, todos os seus votos e as suas obrigações, com que se tiver ligado, deixarão de ser válidos; e o Senhor lhe perdoará, porquanto seu pai lhos vedou.    6Se ela se casar enquanto ainda estiverem sobre ela os seus votos ou o dito irrefletido dos seus lábios, com que se tiver obrigado,    7e seu marido o souber e se calar para com ela no dia em que o souber, os votos dela serão válidos; e as obrigações com que se ligou serão válidas.    8Mas se seu marido lho vedar no dia em que o souber, anulará o voto que estiver sobre ela, como também o dito irrefletido dos seus lábios, com que se tiver obrigado; e o senhor lhe perdoará.    9No tocante ao voto de uma viúva ou de uma repudiada, tudo com que se obrigar ser-lhe-á válido.    10Se ela, porém, fez voto na casa de seu marido, ou se obrigou com juramento,    11e seu marido o soube e se calou para com ela, não lho vedando, todos os seus votos serão válidos; e toda a obrigação com que se ligou será válida.    12Se, porém, seu marido de todo lhos anulou no dia em que os soube, deixará de ser válido tudo quanto saiu dos lábios dela, quer no tocante aos seus votos, quer no tocante àquilo a que se obrigou; seu marido lhos anulou; e o senhor lhe perdoará.    13Todo voto, e todo juramento de obrigação, que ela tiver feito para afligir a alma, seu marido pode confirmá-lo, ou pode anulá-lo.    14Se, porém, seu marido, de dia em dia, se calar inteiramente para com ela, confirma todos os votos e todas as obrigações que estiverem sobre ela; ele lhos confirmou, porquanto se calou para com ela no dia em que os soube.    15Mas se de todo lhos anular depois de os ter sabido, ele levará sobre si a iniqüidade dela.    16Esses são os estatutos que o Senhor ordenou a Moisés, entre o marido e sua mulher, entre o pai e sua filha, na sua mocidade, em casa de seu pai.   

Chapter 31

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois serás recolhido ao teu povo.    3Falou, pois, Moisés ao povo, dizendo: Armai homens dentre vós para a guerra, a fim de que saiam contra Midiã, para executarem a vingança do Senhor sobre Midiã.    4Enviareis à guerra mil de cada tribo entre todas as tribos de Israel.    5Assim foram entregues dos milhares de Israel, mil de cada tribo, doze mil armados para a peleja.    6E Moisés mandou à guerra esses mil de cada tribo, e com eles Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, o qual levava na mão os vasos do santuário e as trombetas para tocarem o alarme.    7E pelejaram contra Midiã, como o senhor ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens.    8Com eles mataram também os reis de Midiã, a saber, Evi, Requem, Zur, Hur e Reba, cinco reis de Midiã; igualmente mataram à espada a Balaão, filho de Beor.    9Também os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas e os seus pequeninos; e despojaram-nos de todo o seu gado, e de todos os seus rebanhos, enfim, de todos os seus bens;    10queimaram a fogo todas as cidades em que eles habitavam e todos os seus acampamentos;    11tomaram todo o despojo e toda a presa, tanto de homens como de animais;    12e trouxeram os cativos e a presa e o despojo a Moisés, a Eleazar, o sacerdote, e à congregação dos filhos de Israel, ao arraial, nas planícies de Moabe, que estão junto do Jordão, na altura de Jericó.    13Saíram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, e todos os príncipes da congregação, ao encontro deles fora do arraial.    14E indignou-se Moisés contra os oficiais do exército, chefes dos milhares e chefes das centenas, que vinham do serviço da guerra,    15e lhes disse: Deixastes viver todas as mulheres?    16Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, fizeram que os filhos de Israel pecassem contra o Senhor no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor.    17Agora, pois, matai todos os meninos entre as crianças, e todas as mulheres que conheceram homem, deitando-se com ele.    18Mas todas as meninas, que não conheceram homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós.    19Acampai-vos por sete dias fora do arraial; todos vós, tanto o que tiver matado alguma pessoa, como o que tiver tocado algum morto, ao terceiro dia e ao sétimo dia purificai-vos, a vós e aos vossos cativos.    20Também purificai-vos no tocante a todo vestido, e todo artigo de peles, e toda obra de pelos de cabras, e todo utensílio de madeira.    21Então Eleazar, o sacerdote, disse aos homens de guerra que tinham saído à peleja: Este é o estatuto da lei que o Senhor ordenou a Moisés:    22o ouro, a prata, o bronze, o ferro, o estanho, o chumbo,    23tudo o que pode resistir ao fogo, fálo-eis passar pelo fogo, e ficará limpo; todavia será purificado com a água de purificação; e tudo o que não pode resistir ao fogo, fá-lo-eis passar pela água.    24Trambém lavareis as vossas vestes ao sétimo dia, e ficareis limpos, e depois entrareis no arraial.    25Disse mais o Senhor a Moisés:    26Faze a soma da presa que foi tomada, tanto de homens como de animais, tu e Eleazar, o sacerdote, e os cabeças das casas paternas da congregação;    27e divide-a em duas partes iguais, entre os que, hábeis na guerra, saíram à peleja, e toda a congregação.    28E tomarás para o Senhor um tributo dos homens de guerra, que saíram à peleja; um em quinhentos, assim dos homens, como dos bois, dos jumentos e dos rebanhos;    29da sua metade o tomareis, e o dareis a Eleazar, o sacerdote, para a oferta alçada do Senhor.    30Mas da metade que pertence aos filhos de Israel tomarás um de cada cinqüenta, tanto dos homens, como dos bois, dos jumentos, dos rebanhos, enfim, de todos os animais, e os darás aos levitas, que estão encarregados do serviço do tabernáculo do Senhor.    31Fizeram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, como o Senhor ordenara a Moisés.    32Ora, a presa, o restante do despojo que os homens de guerra tomaram, foi de seiscentas e setenta e cinco mil ovelhas,    33setenta e dois mil bois,    34e sessenta e um mil jumentos;    35e trinta e duas mil pessoas, ao todo, do sexo feminino, que ainda se conservavam virgens.    36Assim a metade, que era a porção dos que saíram à guerra, foi em número de trezentas e trinta e sete mil e quinhentas ovelhas;    37e das ovelhas foi o tributo para o Senhor seiscentas e setenta e cinco.    38E foram os bois trinta e seis mil, dos quais foi o tributo para o Senhor setenta e dois.    39E foram os jumentos trinta mil e quinhentos, dos quais foi o tributo para o Senhor sessenta e um.    40E houve de pessoas dezesseis mil, das quais foi o tributo para o Senhor trinta e duas pessoas.    41Moisés, pois, deu a Eleazar, o sacerdote, o tributo, que era a oferta alçada do Senhor, como o Senhor ordenara a Moises.    42E da metade que era dos filhos de Israel, que Moisés separara da que era dos homens que pelejaram    43(ora, a metade que coube à congregação foi, das ovelhas, trezentas e trinta e sete mil e quinhentas;    44dos bois trinta e seis mil;    45dos jumentos trinta mil e quinhentos;    46e das pessoas dezesseis mil),    47isto é, da metade que era dos filhos de Israel, Moisés tomou um de cada cinqüenta, tanto dos homens como dos animais, e os deu aos levitas, que estavam encarregados do serviço do tabernáculo do Senhor; como o Senhor ordenara a Moisés.    48Então chegaram-se a Moisés os oficiais que estavam sobre os milhares do exército, os chefes de mil e os chefes de cem,    49e disseram-lhe: Teus servos tomaram a soma dos homens de guerra que estiveram sob o nosso comando; e não falta nenhum de nós.    50Pelo que trouxemos a oferta do Senhor, cada um o que achou, artigos de ouro, cadeias, braceletes, anéis, arrecadas e colares, para fazer expiação pelas nossas almas perante o Senhor.    51Assim Moisés e Eleazar, o sacerdote, tomaram deles o ouro, todo feito em jóias.    52E todo o ouro da oferta alçada que os chefes de mil e os chefes de cem fizeram ao Senhor, foi dezesseis mil setecentos e cinqüenta siclos    53(pois os homens de guerra haviam tomado despojo, cada um para si).    54Assim receberam Moisés e Eleazar, o sacerdote, o ouro dos chefes de mil e dos chefes de cem, e o puseram na tenda da revelação por memorial para os filhos de Israel perante o Senhor.   

Chapter 32

1Ora, os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em grande quantidade; e quando viram a terra de Jazer, e a terra de Gileade, e que a região era própria para o gado,    2vieram os filhos de Gade e os filhos de Rúben a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e aos príncipes da congregação e falaram-lhes, dizendo:    3Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom,    4a terra que o Senhor feriu diante da congregação de Israel, é terra para gado, e os teus servos têm gado.    5Disseram mais: Se temos achado graça aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos, e não nos faças passar o Jordão.    6Moisés, porém, respondeu aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à peleja, e ficareis vós sentados aqui?    7Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para eles não passarem à terra que o Senhor lhes deu?    8Assim fizeram vossos pais, quando os mandei de Cades-Barnéia a ver a terra.    9Pois, tendo eles subido até o vale de Escol, e visto a terra, desanimaram o coração dos filhos de Israel, para que não entrassem na terra que o Senhor lhes dera.    10Então a ira do Senhor se acendeu naquele mesmo dia, e ele jurou, dizendo:    11De certo os homens que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque, e a Jacó! porquanto não perseveraram em seguir-me;    12exceto Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, e Josué, filho de Num, porquanto perseveraram em seguir ao Senhor.    13Assim se acendeu a ira do Senhor contra Israel, e ele os fez andar errantes no deserto quarenta anos, até que se consumiu toda aquela geração que fizera mal aos olhos do Senhor.    14E eis que vós, uma geração de homens pecadores, vos levantastes em lugar de vossos pais, para ainda mais aumentardes o furor da ira do Senhor contra Israel.    15se vós vos virardes de segui-lo, também ele tornará a deixá-los no deserto; assim destruireis a todo este povo:    16Então chegaram-se a ele, e disseram: Construiremos aqui currais para o nosso gado, e cidades para os nossos pequeninos;    17nós, porém, nos armaremos, apressando-nos adiante dos filhos de Israel, até os levarmos ao seu lugar; e ficarão os nossos pequeninos nas cidades fortificadas, por causa dos habitantes da terra.    18Não voltaremos para nossas casas até que os filhos de Israel estejam de posse, cada um, da sua herança.    19Porque não herdaremos com eles além do Jordão, nem mais adiante; visto que já possuímos a nossa herança aquém do Jordão, ao oriente.    20Então lhes respondeu Moisés: se isto fizerdes, se vos armardes para a guerra perante o Senhor,    21e cada um de vós, armado, passar o Jordão perante o Senhor, até que ele haja lançado fora os seus inimigos de diante dele,    22e a terra esteja subjugada perante o senhor, então, sim, voltareis e sereis inculpáveis perante o Senhor e perante Israel; e esta terra vos será por possessão perante o Senhor.    23Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de atingir.    24Edificai cidades para os vossos pequeninos, e currais para as vossas ovelhas; e cumpri o que saiu da vossa boca.    25Então os filhos de Gade e os filhos de Rúben disseram a Moisés: Como ordena meu senhor, assim farão teus servos.    26Os nossos pequeninos, as nossas mulheres, os nossos rebanhos e todo o nosso gado ficarão nas cidades de Gileade;    27mas os teus servos passarão, cada um que está armado para a guerra, a pelejar perante o Senhor, como diz o meu senhor.    28Então Moisés deu ordem acerca deles a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das casas paternas nas tribos dos filhos de Israel;    29e disse-lhes Moisés: Se os filhos de Gade e os filhos de Rúben passarem convosco o Jordão, armado cada um para a guerra perante o Senhor, e a terra for subjugada diante de vós, então lhes dareis a terra de Gileade por possessão;    30se, porém, não passarem armados convosco, terão possessões entre vós na terra de Canaã.    31Ao que responderam os filhos de Gade e os filhos de Rúben: Como o senhor disse a teus servos, assim faremos.    32Nós passaremos armados perante o senhor para a terra de Canaã, e teremos a possessão de nossa herança aquém do Jordão.    33Assim deu Moisés aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben, e à meia tribo de Manassés, filho de José, o reino de Siom, rei dos amorreus, e o reino de Ogue, rei de Basã, a terra com as suas cidades e os respectivos territórios ao redor.    34Os filhos de Gade, pois, edificaram a Dibom, Atarote, Aroer,    35Atarote-Sofã, Jazer, Jogbeá,    36Bete-Ninra e Bete-Harã, cidades fortificadas; e construíram currais de ovelhas.    37E os filhos de Rúben edificaram a Hesbom, Eleale e Quiriataim;    38e Nebo e Baal-Meom (mudando-lhes os nomes), e Sibma; e deram outros nomes às cidades que edificaram.    39E os filhos de Maquir, filho de Manassés, foram a Gileade e a tomaram, e desapossaram aos amorreus que aí estavam.    40Deu, pois, Moisés a terra de Gileade a Maquir, filho de Manassés, o qual habitou nela.    41E foi Jair, filho de Manassés, e tomou as aldeias dela, e chamou-lhes Havote-Jair.    42Também foi Nobá, e tomou a Quenate com as suas aldeias; e chamou-lhe Nobá, segundo o seu próprio nome.   

Chapter 33

1São estas as jornadas dos filhos de Israel, pelas quais saíram da terra do Egito, segundo os seus exércitos, sob o comando de Moisés e Arão.    2Moisés registrou os pontos de partida, segundo as suas jornadas, conforme o mandado do Senhor; e estas são as suas jornadas segundo os pontos de partida:    3Partiram de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do mês; no dia seguinte ao da páscoa saíram os filhos de Israel afoitamente à vista de todos os egípcios,    4enquanto estes enterravam a todos os seus primogênitos, a quem o Senhor havia ferido entre eles, havendo o senhor executado juízos também contra os seus deuses.    5Partiram, pois, os filhos de Israel de Ramessés, e acamparam-se em Sucote.    6Partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, que está na extremidade do deserto.    7Partiram de Etã, e voltando a Pi-Hairote, que está defronte de Baal-Zefom, acamparam-se diante de Migdol.    8Partiram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto; e andaram caminho de três dias no deserto de Etã, e acamparam-se em Mara.    9Partiram de Mara, e vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras, e acamparam-se ali.    10Partiram de Elim, e acamparam-se junto ao Mar Vermelho.    11Partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se no deserto de Sim.    12Partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em Dofca.    13Partiram de Dofca, e acamparam-se em Alus.    14Partiram de Alus, e acamparam-se em Refidim; porém não havia ali água para o povo beber.    15Partiram, pois, de Refidim, e acamparam-se no deserto de Sinai.    16Partiram do deserto de Sinai, e acamparam-se em Quibrote-Hataavá.    17Partiram de Quibrote-Hataavá, e acamparam-se em Hazerote.    18Partiram de Hazerote, e acamparam-se em Ritma.    19Partiram de Ritma, e acamparam-se em Rimom-Pérez.    20Partiram de Rimom-Pérez, e acamparam-se em Libna.    21Partiram de Libna, e acamparam-se em Rissa.    22Partiram de Rissa, e acamparam-se em Queelata.    23Partiram de Queelata, e acamparam-se no monte Sefer.    24Partiram do monte Sefer, e acamparam-se em Harada.    25Partiram de Harada, e acamparam-se em Maquelote.    26Partiram de Maquelote, e acamparam-se em Taate.    27Partiram de Taate, e acamparam-se em Tera.    28Partiram de Tera, e acamparam-se em Mitca.    29Partiram de Mitca, e acamparam-se em Hasmona.    30Partiram de Hasmona, e acamparam-se em Moserote.    31Partiram de Moserote, e acamparam-se em Bene-Jaacã.    32Partiram de Bene-Jaacã, e acamparam-se em Hor-Hagidgade.    33Partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá.    34Partiram de Jotbatá, e acamparam-se em Abrona.    35Partiram de Abrona, e acamparam-se em Eziom-Geber.    36Partiram de Eziom-Geber, e acamparam-se no deserto de Zim, que é Cades.    37Partiram de Cades, e acamparam-se no monte Hor, na fronteira da terra de Edom.    38Então Arão, o sacerdote, subiu ao monte Hor, conforme o mandado do Senhor, e ali morreu no quadragésimo ano depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no quinto mês, no primeiro dia do mês.    39E Arão tinha cento e vinte e três anos de idade, quando morreu no monte Hor.    40Ora, o cananeu, rei de Arade, que habitava o sul da terra de Canaã, ouviu que os filhos de Israel chegavam.    41Partiram do monte Hor, e acamparam-se em Zalmona.    42Partiram de Zalmona, e acamparam-se em Punom.    43Partiram de Punom, e acamparam-se em Obote.    44Partiram de Obote, e acamparam-se em Ije-Abarim, na fronteira de Moabe.    45Partiram de Ije-Abarim, e acamparam-se em Dibom-Gade.    46Partiram de Dibom-Fade, e acamparam-se em Almom-Diblataim.    47Partiram de Almom-Diblataim, e acamparam-se nos montes de Abarim, defronte de Nebo.    48seu pai. de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó;    49isto é, acamparam-se junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas planícies de Moabe.    50Também disse o Senhor a Moisés, nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó:    51Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã,    52lançareis fora todos os habitantes da terra de diante de vós, e destruireis todas as suas pedras em que há figuras; também destruireis todas as suas imagens de fundição, e desfareis todos os seus altos;    53e tomareis a terra em possessão, e nela habitareis; porquanto a vós vos tenho dado esta terra para a possuirdes.    54Herdareis a terra por meio de sortes, segundo as vossas famílias: à família que for grande, dareis uma herança maior, e à família que for pequena, dareis uma herança menor; o lugar que por sorte sair para alguém, esse lhe pertencerá; segundo as tribos de vossos pais recebereis as heranças.    55Mas se não lançardes fora os habitantes da terra de diante de vós, os que deixardes ficar vos serão como espinhos nos olhos, e como abrolhos nas ilhargas, e vos perturbarão na terra em que habitardes;    56e eu vos farei a vós como pensei em fazer-lhes a eles.   

Chapter 34

1Disse mais o Senhor a Moisés:    2Dá ordem aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, terra esta que vos há de cair em herança, por toda a sua extensão,    3a banda do sul será desde o deserto de Zim, ao longo de Edom; e o limite do sul se estenderá da extremidade do Mar Salgado, para o oriente;    4e este limite irá rodeando para o sul da subida de Acrabim, e continuará até Zim; e, saindo ao sul de Cades-Barnéia, seguirá para Hazar-Hadar, e continuará até Azmom;    5e daí irá rodeando até o ribeiro do Egito, e terminará na praia do mar.    6Para o ocidente, o Mar Grande vos será por limite; o próprio mar será o vosso limite ocidental.    7Este será o vosso limite setentrional: desde o Mar Grande marcareis para vós até o Monte Hor;    8desde o monte Hor marcareis até a entrada de Hamate; daí ele se estenderá até Zedade;    9dali continuará até Zifrom, e irá terminar em Hazar-Enã. Este será o vosso limite setentrional.    10Marcareis o vosso limite oriental desde Hazar-Enã até Sefã;    11este limite descerá de Sefã até Ribla, ao oriente de Aim; depois irá descendo ao longo da borda do mar de Quinerete ao oriente;    12descerá ainda para o Jordão, e irá terminar no Mar Salgado. Esta será a vossa terra, segundo os seus limites em redor.    13Moisés, pois, deu ordem aos filhos de Israel, dizendo: Esta é a terra que herdareis por sortes, a qual o Senhor mandou que se desse às nove tribos e à meia tribo;    14porque a tribo dos filhos de Rúben, segundo as casas de seus pais, e a tribo dos filhos de Gade, segundo as casas de seus pais, como também a meia tribo de Manassés, já receberam a sua herança;    15isto é, duas tribos e meia já receberam a sua herança aquém do Jordão, na altura de Jericó, do lado oriental.    16Disse mais o Senhor a Moisés:    17Estes são os nomes dos homens que vos repartirão a terra por herança: Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num;    18também tomareis de cada tribo um príncipe, para repartir a terra em herança.    19E estes são os nomes dos homens: Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné:    20da tribo dos filhos de Simeão, Semuel, filho de Amiúde;    21da tribo de Benjamim, Elidá, filho de Quislom;    22da tribo dos filhos de Dã o príncipe Buqui, filho de Jógli;    23dos filhos de José: da tribo dos filhos de Manassés o príncipe Haniel, filho de Éfode;    24da tribo dos filhos de Efraim o príncipe Quemuel, filho de Siftã;    25da tribo dos filhos de Zebulom o príncipe Elizafã, filho de Parnaque;    26da tribo dos filhos de Issacar o príncipe Paltiel, filho de Azã;    27da tribo dos filhos de Aser o príncipe Aiúde, filho de Selômi;    28da tribo dos filhos de Naftali o príncipe Pedael, filho de Amiúde.    29Estes são aqueles a quem o Senhor ordenou que repartissem a herança pelos filhos de Israel na terra de Canaã.   

Chapter 35

1Disse mais o Senhor a Moisés nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó:    2Dá ordem aos filhos de Israel que da herança da sua possessão dêem aos levitas cidades em que habitem; também dareis aos levitas arrabaldes ao redor delas.    3Terão eles estas cidades para habitarem; e os arrabaldes delas serão para os seus gados, e para a sua fazenda, e para todos os seus animais.    4Os arrabaldes que dareis aos levitas se estenderão, do muro da cidade para fora, mil côvados em redor.    5E fora da cidade medireis para o lado oriental dois mil côvados, para o lado meridional dois mil côvados, para o lado ocidental dois mil côvados, e para o lado setentrional dois mil côvados; e a cidade estará no meio. Isso terão por arrabaldes das cidades.    6Entre as cidades que dareis aos levitas haverá seis cidades de refúgio, as quais dareis para que nelas se acolha o homicida; e além destas lhes dareis quarenta e duas cidades.    7Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito, juntamente com os seus arrabaldes.    8Ora, no tocante às cidades que dareis da possessão dos filhos de Israel, da tribo que for grande tomareis muitas, e da que for pequena tomareis poucas; cada uma segundo a herança que receber dará as suas cidades aos levitas.    9Disse mais o Senhor a Moisés:    10Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando passardes o Jordão para a terra de Canaã,    11escolhereis para vós cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que se refugie ali o homicida que tiver matado alguém involuntariamente.    12E estas cidades vos serão por refúgio do vingador, para que não morra o homicida antes de ser apresentado perante a congregação para julgamento.    13Serão seis as cidades que haveis de dar por cidades de refúgio para vós.    14Dareis três cidades aquém do Jordão, e três na terra de Canaã; cidades de refúgio serão.    15Estas seis cidades serão por refúgio aos filhos de Israel, ao estrangeiro, e ao peregrino no meio deles, para que se refugie ali todo aquele que tiver matado alguém involuntariamente.    16Mas se alguém ferir a outrem com instrumento de ferro de modo que venha a morrer, homicida é; e o homicida será morto.    17Ou se o ferir com uma pedra na mão, que possa causar a morte, e ele morrer, homicida é; e o homicida será morto.    18Ou se o ferir com instrumento de pau na mão, que possa causar a morte, e ele morrer, homicida é; será morto o homicida.    19O vingador do sangue matará ao homicida; ao encontrá-lo, o matará.    20Ou se alguém empurrar a outrem por ódio ou de emboscada lançar contra ele alguma coisa de modo que venha a morrer,    21ou por inimizade o ferir com a mão de modo que venha a morrer, será morto aquele que o feriu; homicida é. O vingador do sangue, ao encontrá-lo, o matará.    22Mas se o empurrar acidentalmente, sem inimizade, ou contra ele lançar algum instrumento, sem ser de emboscada,    23ou sobre ele atirar alguma pedra, não o vendo, e o ferir de modo que venha a morrer, sem que fosse seu inimigo nem procurasse o seu mal,    24então a congregação julgará entre aquele que feriu e o vingador do sangue, segundo estas leis,    25e a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, fazendo-o voltar à sua cidade de refúgio a que se acolhera; ali ficará ele morando até a morte do sumo sacerdote, que foi ungido com o óleo sagrado.    26Mas, se de algum modo o homicida sair dos limites da sua cidade de refúgio, onde se acolhera,    27e o vingador do sangue o achar fora dos limites da sua cidade de refúgio, e o matar, não será culpado de sangue;    28pois o homicida deverá ficar na sua cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote; mas depois da morte do sumo sacerdote o homicida voltará para a terra da sua possessão.    29Estas coisas vos serão por estatuto de direito pelas vossas gerações, em todos os lugares da vossa habitação.    30Todo aquele que matar alguém, será morto conforme o depoimento de testemunhas; mas uma só testemunha não deporá contra alguém, para condená-lo à morte.    31Não aceitareis resgate pela vida de um homicida que é réu de morte; porém ele certamente será morto.    32Também não aceitareis resgate por aquele que se tiver acolhido à sua cidade de refúgio, a fim de que ele possa tornar a habitar na terra antes da morte do sumo sacerdote.    33Assim não profanareis a terra da vossa habitação, porque o sangue profana a terra; e nenhuma expiação se poderá fazer pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o sangue daquele que o derramou.    34Não contaminareis, pois, a terra em que haveis de habitar, no meio da qual eu também habitarei; pois eu, o Senhor, habito no meio dos filhos de Israel.   

Chapter 36

1Chegaram-se então os cabeças das casas paternas da família dos filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés, e diante dos príncipes, cabeças das casas paternas dos filhos de Israel,    2e disseram: O Senhor mandou a meu senhor que por sortes repartisse a terra em herança aos filhos de Israel; e meu senhor recebeu ordem do senhor de dar a herança do nosso irmão Zelofeade às filhas deste.    3E, se elas se casarem com os filhos das outras tribos de Israel, então a sua herança será diminuída da herança de nossos pais, e acrescentada à herança da tribo a que vierem a pertencer; assim será tirada da sorte da nossa herança.    4Vindo também o ano do jubileu dos filhos de Israel, a herança delas será acrescentada à herança da tribo a que pertencerem; assim a sua herança será tirada da herança da tribo de nossos pais.    5Então Moisés falou aos filhos de Israel, segundo a palavra do senhor, dizendo: A tribo dos filhos de José fala o que é justo.    6Isto é o que o senhor ordenou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Casem com quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai.    7Assim a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo, pois os filhos de Israel se apegarão cada um a herança da tribo de seus pais.    8E toda filha que possuir herança em qualquer tribo dos filhos de Israel se casará com alguém da família da tribo de seu pai, para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de seus pais.    9Assim nenhuma herança passará de uma tribo a outra, pois as tribos dos filhos de Israel se apegarão cada uma à sua herança.    10Como o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram as filhas de Zelofeade;    11pois Macla, Tirza, Hogla, Milca e Noa, filhas de Zelofeade, se casaram com os filhos de seus tios paternos.    12Casaram-se nas famílias dos filhos de Manassés, filho de José; assim a sua herança permaneceu na tribo da família de seu pai.    13São esses os mandamentos e os preceitos que o Senhor ordenou aos filhos de Israel por intermédio de Moisés nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó.   

Deuteronomy

Chapter 1

1Estas são as palavras que Moisés falou a todo Israel além do Jordão, no deserto, na Arabá defronte de Sufe, entre Parã, Tofel, Labã, Hazerote e Di-Zaabe.    2São onze dias de viagem desde Horebe, pelo caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia.    3No ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o senhor lhes mandara por seu intermédio,    4depois que derrotou a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote, em Edrei.    5Além do Jordão, na terra de Moabe, Moisés se pôs a explicar esta lei, e disse:    6O Senhor nosso Deus nos falou em Horebe, dizendo: Assaz vos haveis demorado neste monte.    7Voltai-vos, ponde-vos a caminho, e ide à região montanhosa dos amorreus, e a todos os lugares vizinhos, na Arabá, na região montanhosa, no vale e no sul; à beira do mar, à terra dos cananeus, e ao Líbano, até o grande rio, o rio Eufrates.    8Eis que tenho posto esta terra diante de vós; entrai e possuí a terra que o Senhor prometeu com juramento dar a vossos pais, Abraão, Isaque, e Jacó, a eles e à sua descendência depois deles.    9Nesse mesmo tempo eu vos disse: Eu sozinho não posso levar-vos,    10o Senhor vosso Deus já vos tem multiplicado, e eis que hoje sois tão numerosos como as estrelas do céu.    11O Senhor Deus de vossos pais vos faça mil vezes mais numerosos do que sois; e vos abençoe, como vos prometeu.    12Como posso eu sozinho suportar o vosso peso, as vossas cargas e as vossas contendas?    13Tomai-vos homens sábios, entendidos e experimentados, segundo as vossas tribos, e eu os porei como cabeças sobre vós.    14Então me respondestes: bom fazermos o que disseste.    15Tomei, pois, os cabeças de vossas tribos, homens sábios e experimentados, e os constituí por cabeças sobre vós, chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez, por oficiais, segundo as vossas tribos.    16E no mesmo tempo ordenei a vossos juízes, dizendo: Ouvi as causas entre vossos irmãos, e julgai com justiça entre o homem e seu irmão, ou o estrangeiro que está com ele.    17Não fareis acepção de pessoas em juízo; de um mesmo modo ouvireis o pequeno e o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; e a causa que vos for difícil demais, a trareis a mim, e eu a ouvirei.    18Assim naquele tempo vos ordenei todas as coisas que devíeis fazer.    19Então partimos de Horebe, e caminhamos por todo aquele grande e terrível deserto que vistes, pelo caminho das montanhas dos amorreus, como o Senhor nosso Deus nos ordenara; e chegamos a Cades-Barnéia.    20Então eu vos disse: Chegados sois às montanhas dos amorreus, que o Senhor nosso Deus nos dá.    21Eis aqui o Senhor teu Deus tem posto esta terra diante de ti; sobe, apodera-te dela, como te falou o Senhor Deus de teus pais; não temas, e não te assustes.    22Então todos vós vos chegastes a mim, e dissestes: Mandemos homens adiante de nós, para que nos espiem a terra e, de volta, nos ensinem o caminho pelo qual devemos subir, e as cidades a que devemos ir.    23Isto me pareceu bem; de modo que dentre vós tomei doze homens, de cada tribo um homem;    24foram-se eles e, subindo as montanhas, chegaram até o vale de Escol e espiaram a terra.    25Tomaram do fruto da terra nas mãos, e no-lo trouxeram; e nos informaram, dizendo: Boa é a terra que nos dá o Senhor nosso Deus.    26Todavia, vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes ao mandado do Senhor nosso Deus;    27e murmurastes nas vossas tendas, e dissestes: Porquanto o Senhor nos odeia, tirou-nos da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus, a fim de nos destruir.    28Para onde estamos nós subindo? nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto é o povo do que nós; as cidades são grandes e fortificadas até o céu; e também vimos ali os filhos dos anaquins.    29Então eu vos disse: Não vos atemorizeis, e não tenhais medo deles.    30O Senhor vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós, conforme tudo o que tem feito por vós diante dos vossos olhos, no Egito,    31como também no deserto, onde vistes como o Senhor vosso Deus vos levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes, até chegardes a este lugar.    32Mas nem ainda assim confiastes no Senhor vosso Deus,    33que ia adiante de vós no caminho, de noite no fogo e de dia na nuvem, para vos achar o lugar onde devíeis acampar, e para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar.    34Ouvindo, pois, o Senhor a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo:    35Nenhum dos homens desta geração perversa verá a boa terra que prometi com juramento dar a vossos pais,    36salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao Senhor.    37Também contra mim o Senhor se indignou por vossa causa, dizendo: Igualmente tu lá não entrarás.    38Josué, filho de Num, que te serve, ele ali entrará; anima-o, porque ele fará que Israel a receba por herança.    39E vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam por presa, e vossos filhos que hoje não conhecem nem o bem nem o mal, esses lá entrarão, a eles a darei e eles a possuirão.    40Quanto a vós, porém, virai-vos, e parti para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho.    41Então respondestes, e me dissestes: Pecamos contra o Senhor; nós subiremos e pelejaremos, conforme tudo o que nos ordenou o Senhor nosso Deus. Vós, pois, vos armastes, cada um, dos vossos instrumentos de guerra, e temerariamente propusestes subir a montanha.    42E disse-me o Senhor: Dize-lhes: Não subais nem pelejeis, pois não estou no meio de vós; para que não sejais feridos diante de vossos inimigos.    43Assim vos falei, mas não ouvistes; antes fostes rebeldes à ordem do Senhor e, agindo presunçosamente, subistes à montanha.    44E os amorreus, que habitavam naquela montanha, vos saíram ao encontro e, perseguindo-vos como fazem as abelhas, vos destroçaram desde Seir até Horma.    45Voltastes, pois, e chorastes perante o Senhor; mas o Senhor não ouviu a vossa voz, nem para vós inclinou os ouvidos.    46Assim foi grande a vossa demora em Cades, pois ali vos demorastes muitos dias.   

Chapter 2

1Depois viramo-nos, e caminhamos para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me tinha dito, e por muitos dias rodeamos o monte Seir.    2Então o Senhor me disse:    3Basta de rodeardes este monte; virai-vos para o norte.    4Dá ordem ao povo, dizendo: Haveis de passar pelo território de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós. Portanto guardai-vos bem;    5não contendais com eles, porque não vos darei da sua terra nem sequer o que pisar a planta de um pé; porquanto a Esaú dei o monte Seir por herança.    6Comprareis deles por dinheiro mantimento para comerdes, como também comprareis deles água para beberdes.    7Pois o Senhor teu Deus te há abençoado em toda obra das tuas mãos; ele tem conhecido o teu caminho por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor teu Deus tem estado contigo; nada te há faltado.    8Assim, pois, passamos por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir, desde o caminho da Arabá de Elate e de Eziom-Geber: Depois nos viramos e passamos pelo caminho do deserto de Moabe.    9Então o Senhor me disse: Não molestes aos de Moabe, e não contendas com eles em peleja, porque nada te darei da sua terra por herança; porquanto dei Ar por herança aos filhos de Ló.    10(Antes haviam habitado nela os emins, povo grande e numeroso, e alto como os anaquins;    11eles também são considerados refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam emins.    12Outrora os horeus também habitaram em Seir; porém os filhos de Esaú os desapossaram, e os destruíram de diante de si, e habitaram no lugar deles, assim come Israel fez à terra da sua herança, que o Senhor lhe deu.)    13Levantai-vos agora, e passai o ribeiro de Zerede. Passamos, pois, o ribeiro de Zerede.    14E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.    15Também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial, até os haver consumido.    16Ora, sucedeu que, sendo já consumidos pela morte todos os homens de guerra dentre o povo,    17o Senhor me disse:    18Hoje passarás por Ar, o limite de Moabe;    19e quando chegares defronte dos amonitas, não os molestes, e com eles não contendas, porque nada te darei da terra dos amonitas por herança; porquanto aos filhos de Ló a dei por herança.    20(Também essa é considerada terra de refains; outrora habitavam nela refains, mas os amonitas lhes chamam zanzumins,    21povo grande e numeroso, e alto como os anaquins; mas o Senhor os destruiu de diante dos amonitas; e estes, tendo-os desapossado, habitaram no lugar deles;    22assim como fez pelos filhos de Esaú, que habitam em Seir, quando de diante deles destruiu os horeus; e os filhos de Esaú, havendo-os desapossado, habitaram no lugar deles até hoje.    23Também os caftorins, que saíram de Caftor, destruíram os aveus, que habitavam em aldeias até Gaza, e habitaram no lugar deles.)    24Levantai-vos, parti e passai o ribeiro de Arnom; eis que entreguei nas tuas mãos a Siom, o amorreu, rei de Hesbom, e à sua terra; começa a te apoderares dela, contendendo com eles em peleja.    25Neste dia começarei a meter terror e medo de ti aos povos que estão debaixo de todo o céu; os quais, ao ouvirem a tua fama, tremerão e se angustiarão por causa de ti.    26Então, do deserto de Quedemote, mandei mensageiros a Siom, rei de Hesbom, com palavras de paz, dizendo:    27Deixa-me passar pela tua terra; somente pela estrada irei, não me desviando nem para a direita nem para a esquerda.    28Por dinheiro me venderás mantimento, para que eu coma; e por dinheiro me darás a água, para que eu beba. Tão-somente deixa-me passar a pé,    29assim como me fizeram os filhos de Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas que habitam em Ar; até que eu passe o Jordão para a terra que o Senhor nosso Deus nos dá.    30Mas Siom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por sua terra, porquanto o Senhor teu Deus lhe endurecera o espírito, e lhe fizera obstinado o coração, para to entregar nas mãos, como hoje se vê.    31Disse-me, pois, o Senhor: Eis aqui, comecei a entregar-te Siom e a sua terra; começa, pois, a te apoderares dela, para possuíres a sua terra por herança.    32Então Siom nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Jaza;    33e o Senhor nosso Deus no-lo entregou, e o ferimos a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo.    34Também naquele tempo lhe tomamos todas as cidades, e fizemos perecer a todos, homens, mulheres e pequeninos, não deixando sobrevivente algum;    35somente tomamos por presa o gado para nós, juntamente com o despojo das cidades que havíamos tomado.    36Desde Aroer, que está à borda do vale do Arnom, e desde a cidade que está no vale, até Gileade, nenhuma cidade houve tão alta que de nós escapasse; tudo o Senhor nosso Deus no-lo entregou.    37Somente à terra dos amonitas não chegastes, nem a parte alguma da borda do ribeiro de Jaboque, nem a cidade alguma da região montanhosa, nem a coisa alguma que o Senhor nosso Deus proibira.   

Chapter 3

1Depois nos viramos e subimos pelo caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Edrei.    2Então o Senhor me disse: Não o temas, porque to entreguei nas mãos, a ele e a todo o seu povo, e a sua terra; e farás a ele como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.    3Assim o Senhor nosso Deus nos entregou nas mãos também a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu povo; de maneira que o ferimos, até que não lhe ficou sobrevivente algum.    4E naquele tempo tomamos todas as suas cidades; nenhuma cidade houve que não lhes tomássemos: sessenta cidades, toda a região de Argobe, o reino de Ogue em Basã,    5cidades estas todas fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos, além de muitas cidades sem muros.    6E destruímo-las totalmente, como fizéramos a Siom, rei de Hesbom, fazendo perecer a todos, homens, mulheres e pequeninos.    7Mas todo o gado e o despojo das cidades, tomamo-los por presa para nós.    8Assim naquele tempo tomamos a terra da mão daqueles dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, desde o rio Arnom até o monte Hermom    9(ao Hermom os sidônios chamam Siriom, e os amorreus chamam-lhe Senir) ,    10todas as cidades do planalto, e todo o Gileade, e todo o Basã, até Salca e Edrei, cidades do reino de Ogue em Basã.    11Porque só Ogue, rei de Basã, ficou de resto dos refains; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá dos amonitas? o seu comprimento é de nove côvados, e de quatro côvados a sua largura, segundo o côvado em uso.    12Naquele tempo, pois, tomamos essa terra por possessão. Desde Aroer, que está junto do vale do Arnom, e a metade da região montanhosa de Gileade, com as suas cidades, dei aos nibenitas e gaditas;    13e dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. (O mesmo se chamava a terra dos refains.    14Jair, filho de Manassés, tomou toda a região de Argobe, até a fronteira dos resuritas e dos maacatitas, e lhes chamou, inclusive o Basã, pelo seu nome, Havote-Jair, até hoje).    15E a Maquir dei Gileade.    16Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até o vale do Arnom, tanto o meio do vale como a sua borda, e até o ribeiro de Jaboque, o termo dos amonitas;    17como também a Arabá, com o Jordão por termo, desde Quinerete até o mar da Arabá, o Mar Salgado, pelas faldas de Pisga para o oriente.    18No mesmo tempo também vos ordenei, dizendo: O Senhor vosso Deus vos deu esta terra, para a possuirdes; vós, todos os homens valentes, passareis armados adiante de vossos irmãos, os filhos de Israel.    19Tão-somente vossas mulheres, e vossos pequeninos, e vosso gado (porque eu sei que tendes muito gado) ficarão nas cidades que já vos dei;    20até que o Senhor dê descanso a vossos irmãos como a vós, e eles também possuam a terra que o Senhor vosso Deus lhes dá além do Jordão: Então voltareis cada qual à sua herança que já vos tenho dado.    21Também dei ordem a Josué no mesmo tempo, dizendo: Os teus olhos viram tudo o que o Senhor vosso Deus tem feito a esses dois reis; assim fará o Senhor a todos os reinos a que tu estás passando.    22Não tenhais medo deles, porque o Senhor vosso Deus é o que peleja por nós.    23Também roguei ao Senhor nesse tempo, dizendo:    24ç Senhor Jeová, tu já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua forte mão; pois, que Deus há no céu ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, e segundo os teus grandes feitos?    25Rogo-te que me deixes passar, para que veja essa boa terra que está além do Jordão, essa boa região montanhosa, e o Líbano!    26Mas o Senhor indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me ouviu; antes me disse: Basta; não me fales mais nisto.    27sobe ao cume do Pisga, e levanta os olhos para o ocidente, para o norte, para o sul e para o oriente, e contempla com os teus olhos; porque não passarás este Jordão.    28Mas dá ordens a Josué, anima-o, e fortalece-o, porque ele passará adiante deste povo, e o levará a possuir a terra que tu verás.    29Assim ficamos no vale defronte de Bete-Peor.   

Chapter 4

1Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os preceitos que eu vos ensino, para os observardes, a fim de que vivais, e entreis e possuais a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos dá.    2Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.    3Os vossos olhos viram o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor, o Senhor vosso Deus o consumiu do meio de vós.    4Mas vós, que vos apegastes ao Senhor vosso Deus, todos estais hoje vivos.    5Eis que vos ensinei estatutos e preceitos, como o Senhor meu Deus me ordenou, para que os observeis no meio da terra na qual estais entrando para a possuirdes.    6Guardai-os e observai-os, porque isso é a vossa sabedoria e o vosso entendimento à vista dos povos, que ouvirão todos estes, estatutos, e dirão: Esta grande nação é deveras povo sábio e entendido.    7Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o é a nós o Senhor nosso Deus todas as vezes que o invocamos?    8E que grande nação há que tenha estatutos e preceitos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?    9Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, para que não te esqueças das coisas que os teus olhos viram, e que elas não se apaguem do teu coração todos os dias da tua vida; porém as contarás a teus filhos, e aos filhos de teus filhos;    10o dia em que estiveste perante o Senhor teu Deus em Horebe, quando o Senhor me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos.    11Então vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até o meio do céu, e havia trevas, e nuvens e escuridão.    12E o Senhor vos falou do meio do fogo; ouvistes o som de palavras, mas não vistes forma alguma; tão-somente ouvistes uma voz.    13Então ele vos anunciou o seu pacto, o qual vos ordenou que observásseis, isto é, os dez mandamentos; e os escreveu em duas tábuas de pedra.    14Também o Senhor me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e preceitos, para que os cumprísseis na terra a que estais passando para a possuirdes.    15Guardai, pois, com diligência as vossas almas, porque não vistes forma alguma no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;    16para que não vos corrompais, fazendo para vós alguma imagem esculpida, na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou de mulher;    17ou semelhança de qualquer animal que há na terra, ou de qualquer ave que voa pelo céu;    18ou semelhança de qualquer animal que se arrasta sobre a terra, ou de qualquer peixe que há nas águas debaixo da terra;    19e para que não suceda que, levantando os olhos para o céu, e vendo o sol, a lua e as estrelas, todo esse exército do céu, sejais levados a vos inclinardes perante eles, prestando culto a essas coisas que o Senhor vosso Deus repartiu a todos os povos debaixo de todo o céu.    20Mas o Senhor vos tomou, e vos tirou da fornalha de ferro do Egito, a fim de lhe serdes um povo hereditário, como hoje o sois.    21O Senhor se indignou contra mim por vossa causa, e jurou que eu não passaria o Jordão, e que não entraria na boa terra que o Senhor vosso Deus vos dá por herança;    22mas eu tenho de morrer nesta terra; não poderei passar o Jordão; porém vós o passareis, e possuireis essa boa terra.    23Guardai-vos de que vos esqueçais do pacto do Senhor vosso Deus, que ele fez convosco, e não façais para vós nenhuma imagem esculpida, semelhança de alguma coisa que o Senhor vosso Deus vos proibiu.    24Porque o Senhor vosso Deus é um fogo consumidor, um Deus zeloso.    25Quando, pois, tiverdes filhos, e filhos de filhos, e envelhecerdes na terra, e vos corromperdes, fazendo alguma imagem esculpida, semelhança de alguma coisa, e praticando o que é mau aos olhos do Senhor vosso Deus, para o provocar a ira, -    26hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, - bem cedo perecereis da terra que, passado o Jordão, ides possuir. Não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos.    27E o Senhor vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações para as quais o Senhor vos conduzirá.    28Lá servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram.    29Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.    30Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz;    31porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.    32Agora, pois, pergunta aos tempos passados que te precederam desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até a outra, se aconteceu jamais coisa tão grande como esta, ou se jamais se ouviu coisa semelhante?    33Ou se algum povo ouviu a voz de Deus falar do meio do fogo, como tu a ouviste, e ainda ficou vivo?    34Ou se Deus intentou ir tomar para si uma nação do meio de outra nação, por meio de provas, de sinais, de maravilhas, de peleja, de mão poderosa, de braço estendido, bem como de grandes espantos, segundo tudo quanto fez a teu favor o Senhor teu Deus, no Egito, diante dos teus olhos?    35A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele.    36Do céu te fez ouvir a sua voz, para te instruir, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, do meio do qual ouviste as suas palavras.    37E, porquanto amou a teus pais, não somente escolheu a sua descendência depois deles, mas também te tirou do Egito com a sua presença e com a sua grande força;    38para desapossar de diante de ti nações maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir na sua terra e ta dar por herança, como neste dia se vê.    39Pelo que hoje deves saber e considerar no teu coração que só o Senhor é Deus, em cima no céu e embaixo na terra; não há nenhum outro.    40E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que eu te ordeno hoje, para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na terra que o Senhor teu Deus te dá, para todo o sempre.    41Então Moisés separou três cidades além do Jordão, para o nascente,    42para que se refugiasse ali o homicida que involuntariamente tivesse matado o seu próximo a quem dantes não tivesse ódio algum; para que, refugiando-se numa destas cidades, vivesse:    43a Bezer, no deserto, no planalto, para os rubenitas; a Ramote, em Gileade, para os paditas; e a Golã, em Basã, para os manassitas.    44Esta é a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel;    45estes são os testemunhos, os estatutos e os preceitos que Moisés falou aos filhos de Israel, depois que saíram do Egito,    46além do Jordão, no vale defronte de Bete-Peor, na terra de Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, a quem Moisés e os filhos de Israel derrotaram, depois que saíram do Egito;    47pois tomaram a terra deles em possessão, como também a terra de Ogue, rei de Basã, sendo esses os dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, para o nascente;    48desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, até o monte de Siom, que é Hermom,    49e toda a Arabá, além do Jordão, para o oriente, até o mar da Arabá, pelas faldas de Pisga.   

Chapter 5

1Chamou, pois, Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e preceitos que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os cumprir.    2O Senhor nosso Deus fez um pacto conosco em Horebe.    3Não com nossos pais fez o Senhor esse pacto, mas conosco, sim, com todos nós que hoje estamos aqui vivos.    4Face a face falou o Senhor conosco no monte, do meio o fogo    5(estava eu nesse tempo entre o Senhor e vós, para vos anunciar a palavra do Senhor; porque tivestes medo por causa do fogo, e não subistes ao monte) , dizendo ele:    6Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.    7Não terás outros deuses diante de mim.    8Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra;    9não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam,    10e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.    11Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.    12Guarda o dia do sábado, para o santificar, como te ordenou o senhor teu Deus;    13seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;    14mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem assim como tu.    15Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado.    16Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que o Senhor teu Deus te dá.    17Não matarás.    18Não adulterarás.    19Não furtarás.    20Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.    21Não cobiçarás a mulher do teu próximo; não desejarás a casa do teu próximo; nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.    22Essas palavras falou o senhor a toda a vossa assembléia no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz; e nada acrescentou. E escreveu-as em duas tábuas de pedra, que ele me deu.    23Mas quando ouvistes a voz do meio das trevas, enquanto ardia o monte em fogo, viestes ter comigo, mesmo todos os cabeças das vossas tribos, e vossos anciãos,    24e dissestes: Eis que o Senhor nosso Deus nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje vimos que Deus fala com o homem, e este ainda continua vivo.    25Agora, pois, por que havemos de morrer? Este grande fogo nos consumirá; se ainda mais ouvirmos a voz do Senhor nosso Deus, morreremos.    26Porque, quem há de toda a carne, que tenha ouvido a voz do Deus vivente a falar do meio do fogo, como nós a ouvimos, e ainda continue vivo?    27Chega-te tu, e ouve tudo o que o Senhor nosso Deus falar; e tu nos dirás tudo o que ele te disser; assim o ouviremos e o cumpriremos.    28Ouvindo, pois, o Senhor as vossas palavras, quando me faláveis, disse-me: Eu ouvi as palavras deste povo, que eles te disseram; falaram bem em tudo quanto disseram.    29Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles, e a seus filhos para sempre!    30Vai, dize-lhes: Voltai às vossas tendas.    31Tu, porém, deixa-te ficar aqui comigo, e eu te direi todos os mandamentos, estatutos e preceitos que tu lhes hás de ensinar, para que eles os cumpram na terra que eu lhes dou para a possuírem.    32Olhai, pois, que façais como vos ordenou o Senhor vosso Deus; não vos desviareis nem para a direita nem para a esquerda.    33Andareis em todo o caminho que vos ordenou a Senhor vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os vossos dias na terra que haveis de possuir.   

Chapter 6

1Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os preceitos que o Senhor teu Deus mandou ensinar-te, a fim de que os cumprisses na terra a que estás passando: para a possuíres;    2para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus dias.    3Ouve, pois, ó Israel, e atenta em que os guardes, para que te vá bem, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te prometeu o Senhor Deus de teus pais.    4Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.    5Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.    6E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;    7e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.    8Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos;    9e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.    10Quando, pois, o Senhor teu Deus te introduzir na terra que com juramento prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste,    11e casas cheias de todo o bem, as quais tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e quando comeres e te fartares;    12guarda-te, que não te esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.    13Temerás ao Senhor teu Deus e o servirás, e pelo seu nome jurarás.    14Não seguirás outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de ti;    15porque o Senhor teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti; para que a ira do Senhor teu Deus não se acenda contra ti, e ele te destrua de sobre a face da terra.    16Não tentareis o Senhor vosso Deus, como o tentastes em Massá.    17Diligentemente guardarás os mandamentos do Senhor teu Deus, como também os seus testemunhos, e seus estatutos, que te ordenou.    18Também praticarás o que é reto e bom aos olhos do Senhor, para que te vá bem, e entres, e possuas a boa terra, a qual o Senhor prometeu com juramento a teus pais;    19para que lance fora de diante de ti todos os teus inimigos, como disse o Senhor.    20Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, estatutos e preceitos que o Senhor nosso Deus vos ordenou?    21responderás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito, porém o Senhor, com mão forte, nos tirou de lá;    22e, aos nossos olhos, o Senhor fez sinais e maravilhas grandes e penosas contra o Egito, contra Faraó e contra toda a sua casa;    23mas nos tirou de lá, para nos introduzir e nos dar a terra que com juramento prometera a nossos pais.    24Pelo que o Senhor nos ordenou que observássemos todos estes estatutos, que temêssemos o Senhor nosso Deus, para o nosso bem em todo o tempo, a fim de que ele nos preservasse em vida, assim como hoje se vê.    25E será justiça para nós, se tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como ele nos ordenou.   

Chapter 7

1Quando o Senhor teu Deus te houver introduzido na terra a que vais a fim de possuí-la, e tiver lançado fora de diante de ti muitas nações, a saber, os heteus, os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu;    2e quando o Senhor teu Deus tas tiver entregue, e as ferires, totalmente as destruirás; não farás com elas pacto algum, nem terás piedade delas;    3não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos;    4pois fariam teus filhos desviarem-se de mim, para servirem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.    5Mas assim lhes fareis: Derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis os seus aserins, e queimareis a fogo as suas imagens esculpidas.    6Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.    7O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo;    8mas, porque o Senhor vos amou, e porque quis guardar o juramento que fizera a vossos pais, foi que vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.    9Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é que é Deus, o Deus fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e guardam os seus mandamentos;    10e que retribui diretamente aos que o odeiam, para os destruir; não será remisso para quem o odeia, diretamente lhe retribuirá.    11Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires.    12Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais;    13ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus pais te daria.    14Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá estéril no meio de ti, seja homem, seja mulher, nem entre os teus animais.    15E o Senhor desviará de ti toda enfermidade; não porá sobre ti nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem conheces; no entanto as porás sobre todos os que te odiarem.    16Consumirás todos os povos que o Senhor teu Deus te entregar; os teus olhos não terão piedade deles; e não servirás a seus deuses, pois isso te seria por laço.    17Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as poderei desapossar?    18delas não terás medo; antes lembrarte-ás do que o Senhor teu Deus fez a Faraó e a todos os egípcios;    19das grandes provas que os teus olhos viram, e dos sinais, e das maravilhas, e da mão forte, e do braço estendido, com que o Senhor teu Deus te tirou: Assim fará o Senhor teu Deus a todos os povos, diante dos quais tu temes.    20Além disso o Senhor teu Deus mandará entre eles vespões, até que pereçam os restantes que se tiverem escondido de ti.    21Não te espantes diante deles, porque o Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e terrível.    22E o Senhor teu Deus lançará fora de diante de ti, pouco a pouco, estas nações; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo não se multipliquem contra ti.    23E o Senhor tas entregará a ti, e lhes infligirá uma grande derrota, até que sejam destruídas.    24Também os seus reis te entregará nas tuas mãos, e farás desaparecer o nome deles de debaixo do céu; nenhum te poderá resistir, até que os tenhas destruído.    25As imagens esculpidas de seus deuses queimarás a fogo; não cobiçarás a prata nem o ouro que estão sobre elas, nem deles te apropriarás, para que não te enlaces neles; pois são abominação ao Senhor teu Deus.    26Não meterás, pois, uma abominação em tua casa, para que não sejas anátema, semelhante a ela; de todo a detestarás, e de todo a abominarás, pois é anátema.   

Chapter 8

1Todos os mandamentos que hoje eu vos ordeno cuidareis de observar, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor, com juramento, prometeu a vossos pais.    2E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.    3Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem.    4Não se envelheceram as tuas vestes sobre ti, nem se inchou o teu pé, nestes quarenta anos.    5Saberás, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o Senhor teu Deus.    6E guardarás os mandamentos de Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para o temeres.    7Porque o Senhor teu Deus te está introduzindo numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de nascentes, que brotam nos vales e nos outeiros;    8terra de trigo e cevada; de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e de mel;    9terra em que comerás o pão sem escassez, e onde não te faltará coisa alguma; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes poderás cavar o cobre.    10Comerás, pois, e te fartarás, e louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu.    11Guarda-te, que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de observar os seus mandamentos, os seus preceitos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno;    12para não suceder que, depois de teres comido e estares farto, depois de teres edificado boas casas e estares morando nelas,    13depois de se multiplicarem as tuas manadas e es teus rebanhos, a tua prata e o teu ouro, sim, depois de se multiplicar tudo quanto tens,    14se exalte e teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra o Egito, da casa da servidão;    15que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras e de escorpiões, e de terra árida em que não havia água, e onde te fez sair água da rocha pederneira;    16que no deserto te alimentou com o maná, que teus pais não conheciam; a fim de te humilhar e te provar, para nos teus últimos dias te fazer bem;    17e digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão me adquiriram estas riquezas.    18Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê.    19Sucederá, porém, que, se de qualquer maneira te esqueceres de Senhor teu Deus, e se seguires após outros deuses, e os servires, e te encurvares perante eles, testifico hoje contra ti que certamente perecerás.    20Como as nações que o Senhor vem destruindo diante de vós, assim vós perecereis, por não quererdes ouvir a voz do Senhor vosso Deus. rovas, de sinais, de maravilhas, de peleja,   

Chapter 9

1Ouve, ó Israel: hoje tu vais passar o Jordão para entrares para desapossares nações maiores e mais fortes do que tu, cidades grandes e muradas até o céu;    2um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?    3Sabe, pois, hoje que o Senhor teu Deus é o que passa adiante de ti como um fogo consumidor; ele os destruirá, e os subjugará diante de ti; e tu os lançarás fora, e cedo os desfarás, como o Senhor te prometeu.    4Depois que o Senhor teu Deus os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas nações é que o Senhor as lança fora de diante de ti.    5Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu Deus as lança fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.    6Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o Senhor teu Deus te dá esta boa terra para a possuíres, pois tu és povo de dura cerviz.    7Lembra-te, e não te esqueças, de como provocaste à ira o Senhor teu Deus no deserto; desde o dia em que saíste da terra do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde contra o Senhor;    8também em Horebe provocastes à ira o Senhor, e o Senhor se irou contra vós para vos destruir.    9Quando subi ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do pacto que o Senhor fizera convosco, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água.    10E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas estavam escritas todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia.    11Sucedeu, pois, que ao fim dos quarenta dias e quarenta naites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas do pacto.    12E o Senhor me disse: Levanta-te, desce logo daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se corrompeu; cedo se desviaram do caminho que eu lhes ordenei; fizeram para si uma imagem de fundição.    13Disse-me ainda o Senhor: Atentei para este povo, e eis que ele é povo de dura cerviz;    14deixa-me que o destrua, e apague o seu nome de debaixo do céu; e farei de ti nação mais poderosa e mais numerosa do que esta.    15Então me virei, e desci do monte, o qual ardia em fogo; e as duas tábuas do pacto estavam nas minhas duas mãos.    16Olhei, e eis que havíeis pecado contra o Senhor vosso Deus; tínheis feito para vós um bezerro de fundição; depressa vos tínheis desviado do caminho que o Senhor vos ordenara.    17Peguei então das duas tábuas e, arrojando-as das minhas mãos, quebrei-as diante dos vossos olhos.    18Prostrei-me perante o Senhor, como antes, quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar a ira.    19Porque temi por causa da ira e do furor com que o Senhor estava irado contra vós para vos destruir; porém ainda essa vez o Senhor me ouviu.    20O Senhor se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei a favor de Arão ao mesmo tempo.    21Então eu tomei o vosso pecado, o bezerro que tínheis feito, e o queimei a fogo e o pisei, moendo-o bem, até que se desfez em pó; e o seu pó lancei no ribeiro que descia do monte.    22Igualmente em Tabera, e em Massá, e em Quibrote-Hataavá provocastes à ira o Senhor.    23Quando também o Senhor vos enviou de Cades-Barnéia, dizendo: Subi, e possuí a terra que vos dei; vós vos rebelastes contra o mandado do Senhor vosso Deus, e não o crestes, e não obedecestes à sua voz.    24Tendes sido rebeldes contra o Senhor desde o dia em que vos conheci.    25Assim me prostrei perante o Senhor; quarenta dias e quarenta noites estive prostrado, porquanto o Senhor ameaçara destruir-vos.    26Orei ao Senhor, dizendo: ç Senhor Jeová, não destruas o teu povo, a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egito com mão forte.    27Lembra-te dos teus servos, Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua iniqüidade, nem para o seu pecado;    28para que o povo da terra de onde nos tiraste não diga: Porquanto o Senhor não pôde introduzi-los na terra que lhes prometera, passou a odiá-los, e os tirou para os matar no deserto.    29Todavia são eles o teu povo, a sua herança, que tiraste com a sua grande força e com o teu braço estendido.   

Chapter 10

1Naquele mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira.    2Nessas tábuas escreverei as palavras que estavam nas primeras tábuas, que quebras-te, e as porás na arca.    3Assim, fiz ume arca de madeira de acácia, alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas nas mãos.    4Então o Senhor escreveu nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que ele vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia; e o Senhor mas deu a mim.    5Virei-me, pois, desci do monte e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como o Senhor me ordenou.    6(Ora, partiram os filhos de Israel de Beerote-Bene-Jaacã para Mosera. Ali faleceu Arão e foi sepultado; e Eleazar, seu filho, administrou o sacerdócio em seu lugar.    7Dali partiram para Gudgoda, e de Gudgoda para Jotbatá, terra de ribeiros de águas.    8Por esse tempo o Senhor separou a tribo de Levi, para levar a arca do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor, servindo-o, e para abençoar em seu nome até o dia de hoje.    9Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o Senhor teu Deus lhe disse.)    10Também, como antes, eu estive no monte quarenta dias e quarenta noites; e o Senhor me ouviu ainda essa vez; o Senhor não te quis destruir;    11antes disse-me o Senhor: Levanta-te, põe-te a caminho diante do povo; eles entrarão e possuirão a terra que com juramento prometi a seus pais lhes daria.    12Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus requer de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma,    13que guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno para o teu bem?    14Eis que do Senhor teu Deus são o céu e o céu dos céus, a terra e tudo o que nela há.    15Entretanto o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar; e escolheu a sua descendência depois deles, isto é, a vós, dentre todos os povos, como hoje se vê.    16Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.    17Pois o Senhor vosso Deus, é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem recebe peitas;    18que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa.    19Pelo que amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.    20Ao Senhor teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te apegarás, e pelo seu nome; jurarás.    21Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e terríveis coisas que os teus olhos têm visto.    22Com setenta almas teus pais desceram ao Egito; e agora o Senhor teu Deus te fez, em número, como as estrelas do céu.   

Chapter 11

1Amarás, pois, ao Senhor teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, os seus estatutos, os seus preceitos e os seus mandamentos, por todos os dias.    2Considerai hoje (pois não falo com vossos filhos, que não conheceram, nem viram) a instrução do Senhor vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão forte, e o seu braço estendido;    3os seus sinais, as suas obras, que fez no meio do Egito a Faraó, rei do Egito, e a toda a sua terra;    4o que fez ao exército dos egípcios, aos seus cavalos e aos seus carros; como fez passar sobre eles as águas do Mar Vermelho, quando vos perseguiam, e como o Senhor os destruiu até o dia de hoje;    5o que vos fez no deserto, até chegardes a este lugar;    6e o que fez a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, filho de Rúben; como a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas e as suas tendas, e bem assim todo ser vivente que lhes pertencia, no meia de todo o Israel;    7porquanto os vossos olhos são os que viram todas as grandes obras que fez o Senhor.    8Guardareis, pois, todos os mandamentos que eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes, e entreis, e ocupeis a terra a que estais passando para a possuirdes;    9e para que prolongueis os dias nessa terra que o Senhor, com juramento, prometeu dar a vossos pais e à sua descendência, terra que mana leite e mel.    10Pois a terra na qual estais entrando para a possuirdes não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a vossa semente, e a regáveis com o vosso pé, como a uma horta;    11mas a terra a que estais passando para a possuirdes é terra de montes e de vales; da chuva do céu bebe as águas;    12terra de que o Senhor teu Deus toma cuidado; os olhos do Senhor teu Deus estão sobre ela continuamente, desde o princípio até o fim do ano.    13E há de ser que, se diligentemente obedeceres a meus mandamentos que eu hoje te ordeno, de amar ao Senhor teu Deus, e de o servir de todo o teu coração e de toda a tua alma,    14darei a chuva da tua terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhas o teu grão, o teu mosto e o teu azeite;    15e darei erva no teu campo para o teu gado, e comerás e fartar-te-ás.    16Guardai-vos para que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e os adoreis;    17e a ira do Senhor se acenda contra vós, e feche ele o céu, e não caia chuva, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o Senhor vos dá.    18Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos;    19e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos;    20e escrevê-las-eis nos umbrais de vossas casas, e nas vossas portas;    21para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor, com juramento, prometeu dar a vossos pais, enquanto o céu cobrir a terra.    22Porque, se diligentemente guardardes todos estes mandamentos que eu vos ordeno, se amardes ao Senhor vosso Deus, e andardes em todos os seus caminhos, e a ele vos apegardes,    23também o Senhor lançará fora de diante de vós todas estas nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós.    24Todo lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso; o vosso termo se estenderá do deserto ao Líbano, e do rio, o rio Eufrates, até o mar ocidental.    25Ninguém vos poderá resistir; o Senhor vosso Deus porá o medo e o terror de vós sobre toda a terra que pisardes, assim como vos disse.    26Vede que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição:    27A bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu hoje vos ordeno;    28porém a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que eu hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que nunca conhecestes.    29Ora, quando o Senhor teu Deus te introduzir na terra a que vais para possuí-la, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim, e a maldição sobre o monte Ebal.    30Porventura não estão eles além do Jordão, atrás do caminho do pôr do sol, na terra dos cananeus, que habitam na Arabá defronte de Gilgal, junto aos carvalhos de Moré?    31Porque estais a passar o Jordão para entrardes a possuir a terra que o Senhor vosso Deus vos dá; e a possuireis, e nela habitareis.    32Tende, pois, cuidado em observar todos os estatutos e os preceitos que eu hoje vos proponho.   

Chapter 12

1São estes os estatutos e os preceitos que tereis cuidado em observar na terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu para a possuirdes por todos os dias que viverdes sobre a terra.    2Certamente destruireis todos os lugares em que as nações que haveis de subjugar serviram aos seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore frondosa;    3e derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, queimareis a fogo os seus aserins, abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses e apagareis o seu nome daquele lugar.    4Não fareis assim para com o Senhor vosso Deus;    5mas recorrereis ao lugar que o Senhor vosso Deus escolher de todas as vossas tribos para ali pôr o seu nome, para sua habitação, e ali vireis.    6A esse lugar trareis os vossos holocaustos e sacrifícios, e os vossos dízimos e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos e ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e ovelhas;    7e ali comereis perante o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis, vós e as vossas casas, em tudo em que puserdes a vossa mão, no que o Senhor vosso Deus vos tiver abençoado.    8Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem lhe parece aos olhos.    9Porque até agora não entrastes no descanso e na herança que o Senhor vosso Deus vos dá;    10mas quando passardes o Jordão, e habitardes na terra que o senhor vosso Deus vos faz herdar, ele vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros.    11Então haverá um lugar que o Senhor vosso Deus escolherá para ali fazer habitar o seu nome; a esse lugar trareis tudo o que eu vos ordeno: os vossos holocaustos e sacrifícios, os vossos dízimos, a oferta alçada da vossa mão, e tudo o que de melhor oferecerdes ao Senhor em cumprimento dos votos que fizerdes.    12E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus, vós, vossos filhos e vossas filhas, vossos servos e vossas servas, bem como o levita que está dentro das vossas portas, pois convosco não tem parte nem herança.    13Guarda-te de ofereceres os teus holocaustos em qualquer lugar que vires;    14mas no lugar que o Senhor escolher numa das tuas tribos, ali oferecerás os teus holocaustos, e ali farás tudo o que eu te ordeno.    15Todavia, conforme todo o teu desejo, poderás degolar, e comer carne dentro das tuas portas, segundo a bênção do Senhor teu Deus que ele te houver dado; tanto o imundo como o limpo comerão dela, como da gazela e do veado;    16tão-somente não comerás do sangue; sobre a terra o derramarás como água.    17Dentro das tuas portas não poderás comer o dízimo do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, nem qualquer das tuas ofertas votivas, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão;    18mas os comerás perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, tu, teu filho, tua filha, o teu servo, a tua serva, e bem assim e levita que está dentre das tuas portas; e perante o Senhor teu Deus te alegrarás em tudo em que puseres a mão.    19Guarda-te, que não desampares o levita por todos os dias que viveres na tua terra.    20Quando o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como te prometeu, e tu disseres: Comerei carne (porquanto tens desejo de comer carne); conforme todo o teu desejo poderás comê-la.    21Se estiver longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome, então degolarás do teu gado e do teu rebanho, que o Senhor te houver dado, como te ordenei; e poderás comer dentro das tuas portas, conforme todo o teu desejo.    22Como se come a gazela e o veado, assim comerás dessas carnes; o imundo e o limpo igualmente comerão delas.    23Tão-somente guarda-te de comeres o sangue; pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a vida com a carne.    24Não o comerás; sobre a terra o derramarás como água.    25Não o comerás, para que te vá bem a ti, a teus filhos depois de ti, quando fizeres o que é reto aos olhos do Senhor.    26Somente tomarás as coisas santas que tiveres, e as tuas ofertas votivas, e irás ao lugar que o Senhor escolher;    27oferecerás os teus holocaustos, a carne e o sangue sobre o altar do Senhor teu Deus; e o sangue dos teus sacrifícios se derramará sobre o altar do Senhor teu Deus, porém a carne comerás.    28Ouve e guarda todas estas palavras que eu te ordeno, para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, para sempre, se fizeres o que é bom e reto aos olhos do Senhor teu Deus.    29Quando o Senhor teu Deus exterminar de diante de ti as nações aonde estás entrando para as possuir, e as desapossares e habitares na sua terra,    30guarda-te para que não te enlaces para as seguires, depois que elas forem destruídas diante de ti; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: De que modo serviam estas nações os seus deuses? pois do mesmo modo também farei eu.    31Não farás assim para com o Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele detesta, fizeram elas para com os seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimam no fogo aos seus deuses.    32Tudo o que eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.   

Chapter 13

1Se se levantar no meio de vós profeta, ou sonhador de sonhos, e vos anunciar um sinal ou prodígio,    2e suceder o sinal ou prodígio de que vos houver falado, e ele disser: Vamos após outros deuses - deuses que nunca conhecestes - e sirvamo-los!    3não ouvireis as palavras daquele profeta, ou daquele sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos está provando, para saber se amais o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração e de toda a vossa alma.    4Após o Senhor vosso Deus andareis, e a ele temereis; os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis; a ele servireis, e a ele vos apegareis.    5E aquele profeta, ou aquele sonhador, morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos desviar do caminho em que o Senhor vosso Deus vos ordenou que andásseis; assim exterminareis o mal do meio vós.    6Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como a tua alma, te incitar em segredo, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses! - deuses que nunca conheceste, nem tu nem teus pais,    7dentre os deuses dos povos que estão em redor de ti, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até a outra -    8não consentirás com ele, nem o ouvirás, nem o teu olho terá piedade dele, nem o pouparás, nem o esconderás,    9mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar, e depois a mão de todo o povo;    10e o apedrejarás, até que morra, pois procurou apartar-te do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.    11Todo o Israel o ouvirá, e temerá, e não se tornará a praticar semelhante iniqüidade no meio de ti.    12Se, a respeito de alguma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá para ali habitares, ouvires dizer:    13Uns homens, filhos de Belial, saindo do meio de ti, incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos, e sirvamos a outros deuses! - deuses que nunca conheceste -    14então inquirirás e investigarás, perguntando com diligência; e se for verdade, se for certo que se fez tal abominação no meio de ti,    15certamente ferirás ao fio da espada os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver, até os animais.    16E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça; e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor teu Deus, e será montão perpétuo; nunca mais será edificada.    17Não se te pegará às mãos nada do anátema; para que o Senhor se aparte do ardor da sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique; como jurou a teus pais,    18se ouvires a voz do Senhor teu Deus, para guardares todos os seus mandamentos, que eu hoje te ordeno, para fazeres o que é reto aos olhos do Senhor teu Deus.   

Chapter 14

1Filhos sois do Senhor vosso Deus; não vos cortareis a vós mesmos, nem abrireis calva entre vossos olhos por causa de algum morto.    2Porque és povo santo ao Senhor teu Deus, e o Senhor te escolheu para lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a face da terra.    3Nenhuma coisa abominável comereis.    4Estes são os animais que comereis: o boi, a ovelha, a cabra,    5o veado, a gazela, o cabrito montês, a cabra montesa, o antílope, o órix e a ovelha montesa.    6Dentre os animais, todo o que tem a unha fendida, dividida em duas, e que rumina, esse podereis comer.    7Porém, dos que ruminam, ou que têm a unha fendida, não podereis comer os seguintes: o camelo, a lebre e o querogrilo, porque ruminam, mas não têm a unha fendida; imundos vos serão;    8nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será. Não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres.    9Isto podereis comer de tudo o que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas podereis comer;    10mas tudo o que não tem barbatanas nem escamas não comereis; imundo vos será.    11De todas as aves limpas podereis comer.    12Mas estas são as de que não comereis: a águia, o quebrantosso, o xofrango,    13o açor, o falcão, o milhafre segundo a sua espécie,    14todo corvo segundo a sua espécie,    15o avestruz, o mocho, a gaivota, o gavião segundo a sua espécie,    16o bufo, a coruja, o porfirião,    17o pelicano, o abutre, o corvo marinho,    18a cegonha, a garça segundo a sua espécie, a poupa e o morcego.    19Também todos os insetos alados vos serão imundos; não se comerão.    20De todas as aves limpas podereis comer.    21Não comerás nenhum animal que tenha morrido por si; ao peregrino que está dentro das tuas portas o darás a comer, ou o venderás ao estrangeiro; porquanto és povo santo ao Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.    22Certamente darás os dízimos de todo o produto da tua semente que cada ano se recolher do campo.    23E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus por todos os dias.    24Mas se o caminho te for tão comprido que não possas levar os dízimos, por estar longe de ti o lugar que Senhor teu Deus escolher para ali por o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado;    25então vende-os, ata o dinheiro na tua mão e vai ao lugar que o Senhor teu Deus escolher.    26E aquele dinheiro darás por tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por vinho, por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor teu Deus, e te regozijarás, tu e a tua casa.    27Mas não desampararás o levita que está dentro das tuas portas, pois não tem parte nem herança contigo.    28Ao fim de cada terceiro ano levarás todos os dízimos da tua colheita do mesmo ano, e os depositarás dentro das tuas portas.    29Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), o peregrino, o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda obra que as tuas mãos fizerem.   

Chapter 15

1Ao fim de cada sete anos farás remissão.    2E este é o modo da remissão: todo credor remitirá o que tiver emprestado ao seu próximo; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do Senhor é apregoada.    3Do estrangeiro poderás exigi-lo; mas o que é teu e estiver em poder de teu irmão, a tua mão o remitirá.    4Contudo não haverá entre ti pobre algum (pois o Senhor certamente te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, para a possuíres),    5contanto que ouças diligentemente a voz do Senhor teu Deus para cuidares em cumprir todo este mandamento que eu hoje te ordeno.    6Porque o Senhor teu Deus te abençoará, como te prometeu; assim, emprestarás a muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e dominarás sobre muitas nações, porém elas não dominarão sobre ti.    7Quando no meio de ti houver algum pobre, dentre teus irmãos, em qualquer das tuas cidades na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a mão a teu irmão pobre;    8antes lhe abrirás a tua mão, e certamente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade.    9Guarda-te, que não haja pensamento vil no teu coração e venhas a dizer: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão; e que o teu olho não seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.    10Livremente lhe darás, e não fique pesaroso o teu coração quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a mão.    11Pois nunca deixará de haver pobres na terra; pelo que eu te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra.    12Se te for vendido um teu irmão hebreu ou irmã hebréia, seis anos te servirá, mas na sétimo ano o libertarás.    13E, quando o libertares, não o deixarás ir de mãos vazias;    14liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar; conforme o Senhor teu Deus tiver abençoado te darás.    15Pois lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito, e de que o Senhor teu Deus te resgatou; pelo que eu hoje te ordeno isso.    16Mas se ele te disser: Não sairei de junto de ti; porquanto te ama a ti e a tua casa, por estar bem contigo;    17então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha contra a porta, e ele será teu servo para sempre; e também assim farás à tua serva.    18Não seja duro aos teus olhos de teres de libertá-lo, pois seis anos te prestou serviço equivalente ao dobro do salário dum mercenário; e o Senhor teu Deus te abençoará em tudo o que fizeres.    19Todo primogênito que nascer das tuas vacas e das tuas ovelhas santificarás ao Senhor teu Deus; com o primogênito do teu boi não trabalharás, nem tosquiarás o primogênito das tuas ovelhas.    20Perante o Senhor teu Deus os comerás, tu e a tua casa, de ano em ano, no lugar que o Senhor escolher.    21Mas se nele houver algum defeito, como se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer outra deformidade, não o sacrificarás ao Senhor teu Deus.    22Nas tuas portas o comerás; o imundo e o limpo igualmente o comerão, como da gazela ou do veado.    23Somente do seu sangue não comerás; sobre a terra o derramarás como água.   

Chapter 16

1Guarda o mês de abibe, e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mes de abibe, de noite, o Senhor teu Deus tirou-te do Egito.    2Então, das ovelhas e das vacas, sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome.    3Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida.    4O fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã.    5Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá,    6mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito.    7Então a cozerás, e comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às tuas tendas.    8Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá assembléia solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás.    9Sete semanas contarás; desde o dia em que começares a meter a foice na seara, começarás a contar as sete semanas.    10Depois celebrarás a festa das semanas ao Senhor teu Deus segundo a medida da oferta voluntária da tua mão, que darás conforme o Senhor teu Deus te houver abençoado.    11E te regozijarás perante o Senhor teu Deus, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, o levita que está dentro das tuas portas, o peregrino, o órfão e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome.    12Também te lembrarás de que foste servo no Egito, e guardarás estes estatutos, e os cumpriras.    13A festa dos tabernáculos celebrarás por sete dias, quando tiveres colhido da tua eira e do teu lagar.    14E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas.    15sete dias celebrarás a festa ao Senhor teu Deus, no lugar que o senhor escolher; porque o Senhor teu Deus te há de abençoar em toda a tua colheita, e em todo trabalho das tuas mãos; pelo que estarás de todo alegre.    16Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor;    17cada qual oferecerá conforme puder, conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado.    18Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com justiça.    19Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos.    20A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em herança a terra que o Senhor teu Deus te dá.    21Não plantarás nenhuma árvore como asera, ao pé do altar do Senhor teu Deus, que fizeres,    22nem levantarás para ti coluna, coisas que o Senhor teu Deus detesta.   

Chapter 17

1Ao Senhor teu Deus não sacrificarás boi ou ovelha em que haja defeito ou qualquer deformidade; pois isso é abominação ao senhor teu Deus.    2Se no meio de ti, em alguma das tuas cidades que te dá o Senhor teu Deus, for encontrado algum homem ou mulher que tenha feito o que é mau aos olhos do Senhor teu Deus, transgredindo o seu pacto,    3que tenha ido e servido a outros deuses, adorando-os, a eles, ou ao sol, ou à lua, ou a qualquer astro do exército do céu (o que não ordenei),    4e isso te for denunciado, e o ouvires, então o inquirirás bem; e eis que, sendo realmente verdade que se fez tal abominação em Israel,    5então levarás às tuas portas o homem, ou a mulher, que tiver cometido esta maldade, e apedrejarás o tal homem, ou mulher, até que morra.    6Pela boca de duas ou de três testemunhas, será morto o que houver de morrer; pela boca duma só testemunha não morrerá.    7A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo, e depois a mão de todo o povo; assim exterminarás o mal do meio de ti.    8Se alguma causa te for difícil demais em juizo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, tornando-se motivo de controvérsia nas tuas portas, então te levantarás e subirás ao lugar que o Senhor teu Deus escolher;    9virás aos levitas sacerdotes, e ao juiz que houver nesses dias, e inquirirás; e eles te anunciarão a sentença da juízo.    10Depois cumprirás fielmente a sentença que te anunciarem no lugar que o Senhor escolher; e terás cuidado de fazer conforme tudo o que te ensinarem.    11Conforme o teor da lei que te ensinarem, e conforme o juízo que pronunciarem, farás da palavra que te disserem não te desviarás, nem para a direita nem para a esquerda.    12O homem que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; assumirá de Israel o mal.    13E todo o povo, ouvindo isso, temerá e nunca mais se ensoberbecerá.    14Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, e a possuíres e, nela habitando, disseres: Porei sobre mim um rei, como o fazem todas as nações que estão em redor de mim;    15porás certamente sobre ti como rei aquele que o Senhor teu Deus escolher. Porás um dentre teus irmãos como rei sobre ti; não poderás pôr sobre ti um estrangeiro, homem que não seja de teus irmãos.    16Ele, porém, não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.    17Tampouco multiplicará para si mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem multiplicará muito para si a prata e o ouro.    18Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes.    19E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir;    20para que seu coração não se exalte sobre seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; a fim de que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos, no meio de Israel.   

Chapter 18

1Os levitas sacerdetes, e toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com Israel. Comerão das ofertas queimadas do Senhor e da herança dele.    2Não terão herança no meio de seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como lhes tem dito.    3Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que oferecerem sacrifícios de boi ou de ovelha: o ofertante dará ao sacerdote a espádua, as queixadas e o bucho.    4Ao sacerdote darás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas ovelhas.    5Porque o Senhor teu Deus o escolheu dentre todas as tribos, para assistir e ministrar em nome do Senhor, ele e seus filhos, para sempre.    6Se um levita, saindo de alguma das tuas cidades de todo o Israel em que ele estiver habitando, vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o Senhor escolher,    7e ministrar em nome do Senhor seu Deus, como o fazem todos os seus irmãos, os levitas, que assistem ali perante o Senhor,    8comerá porção igual à deles, fora a das vendas do seu patrimônio.    9Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos.    10Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,    11nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;    12pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.    13Perfeito serás para com o Senhor teu Deus.    14Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os advinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa.    15O Senhor teu Deus te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvirás;    16conforme tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra.    17Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram.    18Do meio de seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.    19E de qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu exigirei contas.    20Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá.    21E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou?    22Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás.   

Chapter 19

1Quando o Senhor teu Deus desarraigar as nações cuja terra ele te dá, e tu as desapossares, e morares nas suas cidades e nas suas casas,    2designarás para ti no meio da terra que o Senhor teu Deus te dá para a possuíres, três cidades;    3preparar-lhe-ás caminhos, e partirás em três os termos da tua terra, que o Senhor teu Deus te dará em herança; isto será para que todo homicida se acolha nessas cidades.    4Este, pois é o caso no tocante ao homicida que se acolher ali para que viva: aquele que involuntariamente matar o seu próximo, a quem dantes não odiava;    5como, por exemplo, aquele que entrar com o seu próximo no bosque para cortar lenha e, pondo força na sua mão com o machado para cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu próximo de sorte que venha a morrer; o tal se acolherá a uma dessas cidades, e viverá;    6para que o vingador do sangue não persiga o homicida, enquanto estiver abrasado o seu coração, e o alcance, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida, não havendo nele culpa de morte, pois que dantes não odiava o seu próximo.    7Pelo que eu te deu esta ordem: Três cidades designarás para ti.    8E, se o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a terra que prometeu dar a teus pais    9(quando guardares, para o cumprires, todo este mandamento que eu hoje te ordeno, de amar o Senhor teu Deus e de andar sempre nos seus caminhos), então acrescentarás a estas três, mais três cidades;    10para que não se derrame sangue inocente no meio da tua terra, que o Senhor teu Deus te dá por herança, e não haja sangue sobre ti.    11Mas se alguém, odiando a seu próximo e lhe armando ciladas, se levantar contra ele e o ferir de modo que venha a morrer, e se acolher a alguma destas cidades,    12então os anciãos da sua cidade, mandando tirá-lo dali, o entregarão nas mãos do vingador do sangue, para que morra.    13O teu olho não terá piedade dele; antes tirarás de Israel o sangue inocente, para que te vá bem.    14Não removerás os marcos do teu próximo, colocados pelos teus antecessores na tua herança que receberás, na terra que o Senhor teu Deus te dá para a possuíres.    15uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado cometido; pela boca de duas ou de três testemunhas se estabelecerá o fato.    16Se uma testemunha iníqua se levantar contra alguém, para o acusar de transgressão,    17então aqueles dois homens que tiverem a demanda se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver nesses dias.    18E os juízes inquirirão cuidadosamente; e eis que, sendo a testemunha falsa, e falso o testemunho que deu contra seu irmão,    19far-lhe-ás como ele cuidava fazer a seu irmão; e assim exterminarás o mal do meio de ti.    20Os restantes, ouvindo isso, temerão e nunca mais cometerão semelhante mal no meio de ti.    21O teu olho não terá piedade dele; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.   

Chapter 20

1Quando saíres à peleja, contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo mais numeroso do que tu, deles não terás temor, pois contigo está o Senhor teu Deus que te fez subir da terra do Egito.    2Quando estiveres para entrar na peleja, o sacerdote se chegará e falará ao povo,    3e lhe dirá: Ouvi, é Israel; vós estais hoje para entrar na peleja contra os vossos inimigos; não se amoleça o vosso coração; não temais nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles;    4pois e Senhor vosso Deus é o que vai convosco, a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar.    5Então os oficiais falarão ao povo, dizendo: Qual é o homem que edificou casa nova e ainda não a dedicou? vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a dedique.    6E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou, vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a desfrute.    7Também qual é e homem que está desposado com uma mulher e ainda não a recebeu? vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a receba.    8Assim continuarão os oficiais a falar ao povo, dizendo: Qual é o homem medroso e de coração tímido? vá, e torne para casa, a fim de que o coração de seus irmãos não se derreta como o seu coração.    9Então, tendo os oficiais, acabado de falar ao povo, designarão chefes das tropas para estarem à frente do povo.    10Quando te aproximares duma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás paz.    11Se ela te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela será sujeito a trabalhos forçados e te servirá.    12Se ela, pelo contrário, não fizer paz contigo, mas guerra, então a sitiarás,    13e logo que o Senhor teu Deus a entregar nas tuas mãos, passarás ao fio da espada todos os homens que nela houver;    14porém as mulheres, os pequeninos, os animais e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás por presa; e comerás o despojo dos teus inimigos, que o Senhor teu Deus te deu.    15Assim farás a todas as cidades que estiverem mais longe de ti, que não são das cidades destas nações.    16Mas, das cidades destes povos, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nada que tem fôlego deixarás com vida;    17antes destruí-los-ás totalmente: aos heteus, aos amorreus, aos cananeus, aos perizeus, aos heveus, e aos jebuseus; como Senhor teu Deus te ordenou;    18para que não vos ensinem a fazer conforme todas as abominações que eles fazem a seus deuses, e assim pequeis contra o Senhor vosso Deus.    19Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele poderás comer; pelo que não o cortarás; porventura a árvore do campo é homem, para que seja sitiada por ti?    20Somente as árvores que souberes não serem árvores cujo fruto se pode comer, é que destruirás e cortarás, e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que seja vencida.   

Chapter 21

1Se na terra que o Senhor teu Deus te dá para a possuíres, for encontrado algum morto caído no campo, sem que se saiba quem o matou,    2sairão os teus anciãos e os teus juízes, e medirão as distâncias dali até as cidades que estiverem em redor do morto;    3e será que, na cidade mais próxima do morto, os anciãos da mesma tomarão uma novilha da manada, que ainda não tenha trabalhado nem tenha puxado na canga,    4trarão a novilha a um vale de águas correntes, que nunca tenha sido lavrado nem semeado, e ali, naquele vale, quebrarão o pescoço à novilha.    5Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do Senhor; e segundo a sua sentença se determinará toda demanda e todo ferimento;    6e todos os anciãos da mesma cidade, a mais próxima do morto, lavarão as mãos sobre a novilha cujo pescoço foi quebrado no vale,    7e, protestando, dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, nem os nossos olhos o viram.    8Perdoa, ó Senhor, ao teu povo Israel, que tu resgataste, e não ponhas o sangue inocente no meio de teu povo Israel. E aquele sangue lhe será perdoado.    9Assim tirarás do meio de ti o sangue inocente, quando fizeres o que é reto aos olhos do Senhor.    10Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e o Senhor teu Deus os entregar nas tuas mãos, e os levares cativos,    11se vires entre os cativas uma mulher formosa à vista e, afeiçoando-te a ela, quiseres tomá-la por mulher,    12então a trarás para a tua casa; e ela, tendo rapado a cabeça, cortado as unhas,    13e despido as vestes do seu cativeiro, ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mes inteiro; depois disso estarás com ela, e serás seu marido e ela será tua mulher.    14E, se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade; mas de modo nenhum a venderás por dinheiro, nem a tratarás como escrava, porque a humilhaste.    15Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem despreza, e ambas lhe tiverem dado filhos, e o filho primogênito for da desprezada,    16quando fizer herdar a seus filhos o que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filha da desprezada, que é o primogênito;    17mas ao filho da aborrecida reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver, porquanto ele é as primícias da sua força; o direito da primogenitura é dele.    18Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedeça à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e que, embora o castiguem, não lhes dê ouvidos,    19seu pai e sua mãe, pegando nele, o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;    20e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é contumaz e rebelde; não dá ouvidos à nossa voz; é comilão e beberrão.    21Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; assim exterminarás o mal do meio de ti; e todo o Israel, ouvindo isso, temerá.    22Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro,    23o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus. Assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança.   

Chapter 22

1Se vires extraviado o boi ou a ovelha de teu irmão, não te desviarás deles; sem falta os reconduzirás a teu irmão.    2E se teu irmão não estiver perto de ti ou não o conheceres, levá-los-ás para tua casa e ficarão contigo até que teu irmão os venha procurar; então lhes restiruirás.    3Assim farás também com o seu jumento, bem como com as suas vestes, e com toda coisa que teu irmão tiver perdido e tu achares; não te poderás desviar deles.    4Se vires o jumento ou o boi de teu irmão caídos no caminho, não te desviarás deles; sem falta o ajudarás a levantá-los.    5Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação ao Senhor teu Deus.    6Se encontrares pelo caminho, numa árvore ou no chão, um ninho de ave com passarinhos ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos, ou sobre os ovos, não temarás a mãe com os filhotes;    7sem falta deixarás ir a mãe, porém os filhotes poderás tomar; para que te vá bem, e para que prolongues os teus dias.    8Quando edificares uma casa nova, farás no terraço um parapeito, para que não tragas sangue sobre a tua casa, se alguém dali cair.    9Não semearás a tua vinha de duas espécies de semente, para que não fique sagrado todo o produto, tanto da semente que semeares como do fruto da vinha.    10Não lavrarás com boi e jumento juntamente.    11Não te vestirás de estofo misturado, de lã e linho juntamente.    12Porás franjas nos quatro cantos da tua manta, com que te cobrires.    13Se um homem tomar uma mulher por esposa, e, tendo coabitado com ela, vier a desprezá-la,    14e lhe atribuir coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher e, quando me cheguei a ela, não achei nela os sinais da virgindade;    15então o pai e a mãe da moça tomarão os sinais da virgindade da moça, e os levarão aos anciãos da cidade, à porta;    16e o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, e agora ele a despreza,    17e eis que lhe atribuiu coisas escandalosas, dizendo: Não achei na tua filha os sinais da virgindade; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E eles estenderão a roupa diante dos anciãos da cidade.    18Então os anciãos daquela cidade, tomando o homem, o castigarão,    19e, multando-o em cem siclos de prata, os darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. Ela ficará sendo sua mulher, e ele por todos os seus dias não poderá repudiá-la.    20Se, porém, esta acusação for confirmada, não se achando na moça os sinais da virgindade,    21levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão até que morra; porque fez loucura em Israel, prostiruindo-se na casa de seu pai. Assim exterminarás o mal do meio de ti.    22Se um homem for encontrado deitado com mulher que tenha marido, morrerão ambos, o homem que se tiver deitado com a mulher, e a mulher. Assim exterminarás o mal de Israel.    23Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela,    24trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti.    25Mas se for no campo que o homem achar a moça que é desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, morrerá somente o homem que se deitou com ela;    26porém, à moça não farás nada. Não há na moça pecado digno de morte; porque, como no caso de um homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este caso;    27pois ele a achou no campo; a moça desposada gritou, mas não houve quem a livrasse. em juizo, entre sangue    28Se um homem achar uma moça virgem não desposada e, pegando nela, deitar-se com ela, e forem apanhados,    29o homem que se deitou com a moça dará ao pai dela cinqüenta siclos de prata, e porquanto a humilhou, ela ficará sendo sua mulher; não a poderá repudiar por todos os seus dias.    30Nenhum homem tomará a mulher de seu pai, e não levantará a cobertura de seu pai.   

Chapter 23

1Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou for cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor.    2Nenhum bastardo entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na assembléia do Senhor.    3Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na assembléia do Senhor;    4porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e, porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar.    5Contudo o Senhor teu Deus não quis ouvir a Balaão, antes trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Deus te amava.    6Não lhes procurarás nem paz nem prosperidade por todos os teus dias para sempre.    7Não abominarás o edomeu, pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio, pois peregrino foste na sua terra.    8Os filhos que lhes nascerem na terceira geração entrarão na assembléia do Senhor.    9Quando te acampares contra os teus inimigos, então te guardarás de toda coisa má.    10Se houver no meio de ti alguém que por algum acidente noturno não estiver limpo, sairá fora do arraial; não entrará no meio dele.    11Porém, ao cair da tarde, ele se lavará em água; e depois do sol posto, entrará no meio do arraial.    12Também terás um lugar fora do arraial, para onde sairás.    13Entre os teus utensílios terás uma pá; e quando te assentares lá fora, então com ela cavarás e, virando-te, cobrirás o teu excremento;    14porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu arraial, para te livrar, e para te entregar a ti os teus inimigos; pelo que o teu arraial será santo, para que ele não veja coisa impura em ti, e de ti se aparte.    15Não entregarás a seu senhor o servo que, fugindo dele, se tiver acolhido a ti;    16contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das tuas cidades, onde lhe agradar; não o oprimirás.    17Não haverá dentre as filhas de Israel quem se prostitua no serviço do templo, nem dentre os filhos de Israel haverá quem o faça;    18não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus.    19Do teu irmão não exigirás juros; nem de dinheiro, nem de comida, nem de qualquer outra coisa que se empresta a juros.    20Do estrangeiro poderás exigir juros; porém do teu irmão não os exigirás, para que o Senhor teu Deus te abençoe em tudo a que puseres a mão, na terra à qual vais para a possuíres.    21Quando fizeres algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor teu Deus certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado.    22Se, porém, te abstiveres de fazer voto, não haverá pecado em ti.    23O que tiver saído dos teus lábios guardarás e cumprirás, tal como voluntariamente o votaste ao Senhor teu Deus, prometendo-o pela tua boca.    24Quando entrares na vinha do teu próximo, poderás comer uvas conforme o teu desejo, até te fartares, porém não as porás no teu alforje.    25Quando entrares na seara do teu próximo, poderás colher espigas com a mão, porém não meterás a foice na seara do teu próximo.   

Chapter 24

1Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.    2Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem,    3e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer;    4então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.    5Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá cargo público; por um ano inteiro ficará livre na sua casa, para se regozijar com a sua mulher, que tomou.    6Ninguém tomará em penhor as duas mós, nem mesmo a mó de cima, pois se penhoraria assim a vida.    7Se for descoberto alguém que, havendo furtado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, e tenha escravizado, ou vendido, esse ladrão morrerá. Assim exterminarás o mal do meio de ti.    8No tocante à praga da lepra, toma cuidado de observar diligentemente tudo o que te ensinarem os levitas sacerdotes; segundo lhes tenho ordenado, assim cuidarás de fazer.    9Lembra-te do que o Senhor teu Deus fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito.    10Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor;    11ficarás do lado de fora, e o homem, a quem fizeste o empréstimo, te trará para fora o penhor.    12E se ele for pobre, não te deitarás com o seu penhor;    13ao pôr do sol, sem falta lhe restiruirás o penhor, para que durma na sua roupa, e te abençoe; e isso te será justiça diante do Senhor teu Deus.    14Não oprimirás o trabalhador pobre e necessitado, seja ele de teus irmãos, ou seja dos estrangeiros que estão na tua terra e dentro das tuas portas.    15No mesmo dia lhe pagarás o seu salário, e isso antes que o sol se ponha; porquanto é pobre e está contando com isso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.    16Não se farão morrer os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado.    17Não perverterás o direito do estrangeiro nem do órfão; nem tomarás em penhor o vestido da viúva.    18Lembrar-te-ás de que foste escravo no Egito, e de que o Senhor teu Deus te resgatou dali; por isso eu te dou este mandamento para o cumprires.    19Quando no teu campo fizeres a tua sega e esqueceres um molho no campo, não voltarás para tomá-lo; para o estrangeiro para o orfão, e para a viúva será, para que o Senhor teu Deus te abençoe em todas as obras das tuas mãos.    20Quando bateres a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.    21Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.    22E lembrar-te-ás de que foste escravo na terra do Egito; por isso eu te dou este mandamento para o cumprires.   

Chapter 25

1Se houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para serem julgados, justificar-se-á ao inocente, e ao culpado condenar-se-á.    2E se o culpado merecer açoites, o juiz fará que ele se deite e seja açoitado na sua presença, de acordo com a gravidade da sua culpa.    3Até quarenta açoites lhe poderá dar, não mais; para que, porventura, se lhe der mais açoites do que estes, teu irmão não fique envilecido aos teus olhos.    4Não atarás a boca ao boi quando estiver debulhando.    5Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar filho, a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a tomará por mulher, fazendo a obrigação de cunhado para com ela.    6E o primogênito que ela lhe der sucederá ao nome do irmão falecido, para que o nome deste não se apague de Israel.    7Mas, se o homem não quiser tomar sua cunhada, esta subirá à porta, aos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer cumprir para comigo o dever de cunhado.    8Então os anciãos da sua cidade o chamarão, e falarão com ele. Se ele persistir, e disser: Não quero tomá-la;    9sua cunhada se chegará a ele, na presença dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá ao rosto, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão.    10E sua casa será chamada em Israel a casa do descalçado.    11Quando pelejarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar a seu marido da mão daquele que o fere, e ela, estendendo a mão, lhe pegar pelas suas vergonhas,    12decepar-lhe-á a mão; o teu olho não terá piedade dela.    13Não terás na tua bolsa pesos diferentes, um grande e um pequeno.    14Não terás na tua casa duas efas, uma grande e uma pequena.    15Terás peso inteiro e justo; terás efa inteira e justa; para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.    16Porque é abominável ao Senhor teu Deus todo aquele que faz tais coisas, todo aquele que pratica a injustiça.    17Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito;    18como te saiu ao encontro no caminho e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam após ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus.    19Quando, pois, o Senhor teu Deus te houver dado repouso de todos os teus inimigos em redor, na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança para a possuíres, apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esquecerás.   

Chapter 26

1Também, quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, e a possuíres, e nela habitares,    2tomarás das primícias de todos os frutos do solo que trouxeres da terra que o senhor teu Deus te dá, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome.    3E irás ao sacerdote que naqueles dias estiver de serviço, e lhe dirás: Hoje declaro ao Senhor teu Deus que entrei na terra que o senhor com juramento prometeu a nossos pais que nos daria.    4O sacerdote, pois, tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu Deus.    5E perante o Senhor teu Deus dirás: Arameu prestes a perecer era meu pai; e desceu ao Egito com pouca gente, para ali morar; e veio a ser ali uma nação grande, forte e numerosa.    6Mas os egípcios nos maltrataram e nos afligiram, e nos impuseram uma dura servidão.    7Então clamamos ao Senhor Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz, e atentou para a nossa aflição, o nosso trabalho, e a nossa opressão;    8e o Senhor nos tirou do Egito com mão forte e braço estendido, com grande espanto, e com sinais e maravilhas;    9e nos trouxe a este lugar, e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.    10E eis que agora te trago as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás perante o Senhor teu Deus, e o adorarás;    11e te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti.    12Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita do terceiro ano, que é o ano dos dízimos, dá-los-ás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem.    13E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei da minha casa as coisas consagradas, e as dei ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, conforme todos os teus mandamentos que me tens ordenado; não transgredi nenhum dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.    14Delas não comi no meu luto, nem delas tirei coisa alguma estando eu imundo, nem delas dei para algum morto; ouvi a voz do senhor meu Deus; conforme tudo o que me ordenaste, tenho feito.    15Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo de Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel.    16Neste dia o Senhor teu Deus te manda observar estes estatutos e preceitos; portanto os guardarás e os observarás com todo o teu coração e com toda a tua alma.    17Hoje declaraste ao Senhor que ele te será por Deus, e que andarás nos seus caminhos, e guardarás os seus estatutos, os seus mandamentos e os seus preceitos, e darás ouvidos à sua voz.    18Outrossim, o Senhor hoje te declarou que lhe serás por seu próprio povo, como te tem dito, e que deverás guardar todos os seus mandamentos;    19para assim te exaltar em honra, em fama e em glória sobre todas as nações que criou; e para que sejas um povo santo ao Senhor teu Deus, como ele disse.   

Chapter 27

1Moisés, com os anciãos de Israel, deu ordem ao povo, dizendo: Guardai todos estes mandamentos que eu hoje vos ordeno.    2E no dia em que passares o Jordão para a terra que o Senhor teu Deus te dá, levantarás umas pedras grandes e as caiarás.    3E escreverás nelas todas as palavras desta lei, quando tiveres passado para entrar na terra que o Senhor teu Deus te dá, terra que mana leite e mel, como o Senhor, o Deus de teus pais, te prometeu.    4Quando, pois, houverdes passado o Jordão, levantareis no monte Ebal estas pedras, como eu hoje vos ordeno, e as caiareis.    5Também ali edificarás um altar ao Senhor teu Deus, um altar de pedras; não alçarás ferramenta sobre elas.    6De pedras brutas edificarás o altar do Senhor teu Deus, e sobre ele oferecerás holocaustos ao Senhor teu Deus.    7Também sacrificarás ofertas pacíficas, e ali comerás, e te alegrarás perante o Senhor teu Deus.    8Naquelas pedras escreverás todas as palavras desta lei, gravando-as bem nitidamente.    9Falou mais Moisés, e os levitas sacerdotes, a todo o Israel, dizendo: Guarda silêncio, e ouve, ó Israel! hoje vieste a ser o povo do Senhor teu Deus.    10Portanto obedecerás à voz do Senhor teu Deus, e cumprirás os seus mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno.    11Nesse mesmo dia Moisés deu ordem ao povo, dizendo:    12Quando houverdes passado o Jordão, estes estarão sobre o monte Gerizim, para abençoarem o povo: Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim;    13e estes estarão sobre o monte Ebal para pronunciarem a maldição: Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali.    14E os levitas dirão em alta voz a todos os homens de Israel:    15Maldito o homem que fizer imagem esculpida, ou fundida, abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido. E todo o povo, respondendo, dirá: Amém.    16Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.    17Maldito aquele que remover os marcos do seu próximo. E todo o povo dirá: Amém.    18Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho. E todo o povo dirá: Amém.    19Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém,    20Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai, porquanto levantou a cobertura de seu pai. E todo o povo dirá: Amém.    21Maldito aquele que se deitar com algum animal. E todo o povo dirá: Amem.    22Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.    23Maldito aquele que se deitar com sua sogra. E todo o povo dirá: Amém.    24Maldito aquele que ferir ao seu próximo em oculto. E todo o povo dirá: Amém.    25Maldito aquele que receber peita para matar uma pessoa inocente. E todo o povo dirá: Amém.    26Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo o povo dirá: Amém.   

Chapter 28

1Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra;    2e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus:    3Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.    4Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.    5Bendito o teu cesto, e a tua amassadeira.    6Bendito serás quando entrares, e bendito serás quando saíres.    7O Senhor entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença.    8O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo a que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dá.    9O Senhor te confirmará para si por povo santo, como te jurou, se guardares os mandamentos do Senhor teu Deus e andares nos seus caminhos.    10Assim todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do Senhor, e terão temor de ti.    11E o Senhor te fará prosperar grandemente no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto do teu solo, na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais te dar.    12O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar à tua terra a chuva no seu tempo, e para abençoar todas as obras das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado.    13E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por baixo; se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, para os guardar e cumprir,    14não te desviando de nenhuma das palavras que eu hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, e não andando após outros deuses, para os servires.    15Se, porém, não ouvires a voz do Senhor teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno, virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:    16Maldito serás na cidade, e maldito serás no campo.    17Maldito o teu cesto, e a tua amassadeira.    18Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.    19Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres.    20O Senhor mandará sobre ti a maldição, a derrota e o desapontamento, em tudo a que puseres a mão para fazer, até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste.    21O Senhor fará pegar em ti a peste, até que te consuma da terra na qual estás entrando para a possuíres.    22O Senhor te ferirá com a tísica e com a febre, com a inflamação, com o calor forte, com a seca, com crestamento e com ferrugem, que te perseguirão até que pereças    23O céu que está sobre a tua cabeça será de bronze, e a terra que está debaixo de ti será de ferro.    24O Senhor dará por chuva à tua terra pó; do céu descerá sobre ti a poeira, ate que sejas destruído.    25O Senhor fará que sejas ferido diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás deles; e serás espetáculo horrendo a todos os reinos da terra.    26Os teus cadáveres servirão de pasto a todas as aves do céu, e aos animais da terra, e não haverá quem os enxote.    27O Senhor te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, com sarna e com coceira, de que não possas curar-te;    28o Senhor te ferirá com loucura, com cegueira, e com pasmo de coração.    29Apalparás ao meio-dia como o cego apalpa nas trevas, e não prosperarás nos teus caminhos; serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve.    30Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não a desfrutarás.    31O teu boi será morto na tua presença, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de ti, e não te será restituído a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos, e não haverá quem te salve.    32Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e desfalecerão de saudades deles todo o dia; porém não haverá poder na tua mão.    33O fruto da tua terra e todo o teu trabalho comê-los-á um povo que nunca conheceste; e serás oprimido e esmagado todos os dias.    34E enlouquecerás pelo que hás de ver com os teus olhos.    35Com úlceras malignas, de que não possas sarar, o Senhor te ferirá nos joelhos e nas pernas, sim, desde a planta do pé até o alto da cabeça.    36O Senhor te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a uma nação que não conheceste, nem tu nem teus pais; e ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra.    37E virás a ser por pasmo, provérbio e ludíbrio entre todos os povos a que o Senhor te levar.    38Levarás muita semente para o teu campo, porem colherás pouco; porque o gafanhoto a consumirá.    39Plantarás vinhas, e as cultivarás, porém não lhes beberás o vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as devorará.    40Terás oliveiras em todos os teus termos, porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona te cairá da oliveira.    41Filhos e filhas gerarás, porém não te pertencerão; porque irão em cativeiro.    42Todo o teu arvoredo e o fruto do teu solo consumi-los-á o gafanhoto.    43O estrangeiro que está no meio de ti se elevará cada vez mais sobre ti, e tu cada vez mais descerás;    44ele emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será a cabeça, e tu serás a cauda.    45Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído, por não haveres dado ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te ordenou.    46Estarão sobre ti por sinal e por maravilha, como também sobre a tua descendencia para sempre.    47Por não haveres servido ao Senhor teu Deus com gosto e alegria de coração, por causa da abundância de tudo,    48servirás aos teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti, em fome e sede, e em nudez, e em falta de tudo; e ele porá sobre o teu pescoço um jugo de ferro, até que te haja destruído.    49O Senhor levantará contra ti de longe, da extremidade da terra, uma nação que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás;    50nação de rosto feroz, que não respeitará ao velho, nem se compadecerá do moço;    51e comerá o fruto dos teus animais e o fruto do teu solo, até que sejas destruído; e não te deixará grão, nem mosto, nem azeite, nem as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, até que te faça perecer;    52e te sitiará em todas as tuas portas, até que em toda a tua terra venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas; sim, te sitiará em todas as tuas portas, em toda a tua terra que o Senhor teu Deus te deu.    53E, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão, comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que o Senhor teu Deus te houver dado.    54Quanto ao homem mais mimoso e delicado no meio de ti, o seu olho será mesquinho para com o seu irmão, para com a mulher de seu regaço, e para com os filhos que ainda lhe ficarem de resto;    55de sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos que ele comer, porquanto nada lhe terá ficado de resto no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas.    56Igualmente, quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será mesquinho o seu olho para com o homem de seu regaço, para com seu filho, e para com sua filha;    57também ela será mesquinha para com as suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas.    58Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, o Senhor teu Deus;    59então o Senhor fará espantosas as tuas pragas, e as pragas da tua descendência, grandes e duradouras pragas, e enfermidades malignas e duradouras;    60e fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tiveste temor; e eles se apegarão a ti.    61Também o Senhor fará vir a ti toda enfermidade, e toda praga que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído.    62Assim ficareis poucos em número, depois de haverdes sido em multidão como as estrelas do céu; porquanto não deste ouvidos à voz do Senhor teu Deus.    63E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, para fazer-vos o bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e sereis desarraigados da terra na qual estais entrando para a possuirdes.    64E o Senhor vos espalhará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até a outra; e ali servireis a outros deuses que não conhecestes, nem vós nem vossos pais, deuses de pau e de pedra.    65E nem ainda entre estas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; mas o Senhor ali te dará coração tremente, e desfalecimento de olhos, e desmaio de alma.    66E a tua vida estará como em suspenso diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não terás segurança da tua própria vida.    67Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a tarde; E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo que terás em teu coração, e pelo que verás com os teus olhos.    68E o Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te disse: Nunca mais o verás. Ali vos poreis a venda como escravos e escravas aos vossos inimigos, mas não haverá quem vos compre.   

Chapter 29

1Estas são as palavras do pacto que o Senhor ordenou a Moisés que fizesse com os filhos de Israel na terra de Moabe, além do pacto que fizera com eles em Horebe.    2Chamou, pois, Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Vistes tudo quanto o Senhor fez perante vossos olhos, na terra do Egito, a Faraó, a todos os seus servos e a toda a sua terra;    3as grandes provas que os teus olhos viram, os sinais e aquelas grandes maravilhas.    4Mas até hoje o Senhor não vos tem dado um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir.    5Quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceu sobre vós a vossa roupa, nem o sapato no vosso pé.    6Pão não comestes, vinho e bebida forte não bebestes; para que soubésseis que eu sou o Senhor vosso Deus.    7Quando, pois, viemos a este lugar, Siom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, nos saíram ao encontro, à peleja, e nós os ferimos;    8e lhes tomamos a terra, e a demos por herança aos rubenitas, aos gaditas e à meia tribo dos manassitas.    9Guardai, pois, as palavras deste pacto e cumpri-as, para que prospereis em tudo quanto fizerdes.    10Vós todos estais hoje perante o Senhor vosso Deus: os vossos cabeças, as vossas tribos, os vossos anciãos e os vossos oficiais, a saber, todos os homens de Israel,    11os vossos pequeninos, as vossas mulheres, e o estrangeiro que está no meio do vosso arraial, tanto o rachador da vossa lenha como o tirador da vossa água;    12para entrardes no pacto do Senhor vosso Deus, e no seu juramento que o Senhor vosso Deus hoje faz convosco;    13para que hoje vos estabeleça por seu povo, e ele vos seja por Deus, como vos disse e como prometeu com juramento a vossos pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó.    14Ora, não é somente convosco que faço este pacto e este juramento,    15mas é com aquele que hoje está aqui conosco perante o Senhor nosso Deus, e também com aquele que hoje não está aqui conosco    16(porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito, e como passamos pelo meio das nações, pelas quais passastes;    17e vistes as suas abominações, os seus ídolos de pau e de pedra, de prata e de ouro, que havia entre elas);    18para que entre vós não haja homem, nem mulher, nem família, nem tribo, cujo coração hoje se desvie do Senhor nosso Deus, e vá servir aos deuses dessas nações; para que entre vós não haja raiz que produza veneno e fel,    19e aconteça que alguém, ouvindo as palavras deste juramento, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande na teimosia do meu coração para acrescentar à sede a bebedeira.    20O Senhor não lhe quererá perdoar, pelo contrário fumegará contra esse homem a ira do Senhor, e o seu zelo, e toda maldição escrita neste livro pousará sobre ele, e o Senhor lhe apagará o nome de debaixo do céu.    21Assim o Senhor o separará para mal, dentre todas as tribos de Israel, conforme todas as maldições do pacto escrito no livro desta lei.    22Pelo que a geração vindoura - os vossos filhos que se levantarem depois de vós - e o estrangeiro que vier de terras remotas dirão, ao verem as pragas desta terra, e as suas doenças, com que o Senhor a terá afligido,    23e que toda a sua terra é enxofre e sal e abrasamento, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor;    24sim, todas as nações dirão: Por que fez o Senhor assim com esta terra? Que significa o furor de tamanha ira?    25Então se dirá: Porquanto deixaram o pacto do Senhor, o Deus de seus pais, que tinha feito com eles, quando os tirou da terra do Egito;    26e se foram e serviram a outros deuses, e os adoraram; deuses que eles não tinham conhecido, e que lhes não foram dados;    27por isso é que a ira do Senhor se acendeu contra esta terra, para trazer sobre ela toda maldição que está escrita neste livro;    28e o Senhor os arrancou da sua terra com ira, com furor e com grande indignação, e os lançou em outra terra, como neste dia se vê.    29As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei.   

Chapter 30

1Quando te sobrevierem todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que pus diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações para onde o Senhor teu Deus te houver lançado,    2e te converteres ao Senhor teu Deus, e obedeceres à sua voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma,    3o Senhor teu Deus te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todos os povos entre os quais te houver espalhado o senhor teu Deus.    4Ainda que o teu desterro tenha sido para a extremidade do céu, desde ali te ajuntará o Senhor teu Deus, e dali te tomará;    5e o Senhor teu Deus te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais.    6Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas.    7E o Senhor teu Deus porá todas estas maldições sobre os teus inimigos, sobre aqueles que te tiverem odiado e perseguido.    8Tu te tornarás, pois, e obedecerás à voz do Senhor, e observarás todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno.    9Então o Senhor teu Deus te fará prosperar grandemente em todas as obras das tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo; porquanto o Senhor tornará a alegrar-se em ti para te fazer bem, como se alegrou em teus pais;    10quando obedeceres à voz do Senhor teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste livro da lei; quando te converteres ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma.    11Porque este mandamento, que eu hoje te ordeno, não te é difícil demais, nem tampouco está longe de ti.    12Não está no céu para dizeres: Quem subirá por nós ao céu, e no-lo trará, e no-lo fará ouvir, para que o cumpramos?    13Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar, e no-lo trará, e no-lo fará ouvir, para que o cumpramos?    14Mas a palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires.    15Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal.    16Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres.    17Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires,    18declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres.    19O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,    20amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; e para que habites na terra que o Senhor prometeu com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar.   

Chapter 31

1Prosseguindo Moisés, falou ainda estas palavras a todo o Israel,    2dizendo-lhes: Cento e vinte anos tenho eu hoje. Já não posso mais sair e entrar; e o Senhor me disse: Não passarás este Jordão.    3O Senhor teu Deus passará adiante de ti; ele destruirá estas nações de diante de ti, para que as possuas. Josué passará adiante de ti, como o Senhor disse.    4E o Senhor lhes fará como fez a Siom e a Ogue, reis dos amorreus, e à sua terra, aos quais destruiu.    5Quando, pois, o Senhor vo-los entregar, fareis com eles conforme todo o mandamento que vos tenho ordenado.    6Sede fortes e corajosos; não temais, nem vos atemorizeis diante deles; porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.    7Então chamou Moisés a Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte e corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais lhes daria; e tu os farás herdá-la.    8O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará. Não temas, nem te espantes.    9Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel.    10Também Moisés lhes deu ordem, dizendo: Ao fim de cada sete anos, no tempo determinado do ano da remissão, na festa dos tabernáculos,    11quando todo o Israel vier a comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem.    12Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei;    13e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir.    14Também disse o Senhor a Moisés: Eis que vem chegando o dia em que hás de morrer. Chama a Josué, e apresentai-vos na tenda da revelação, para que eu lhe dê ordens. Assim foram Moisés e Josué, e se apresentaram na tenda da revelação.    15Então o Senhor apareceu na tenda, na coluna de nuvem; e a coluna de nuvem parou sobre a porta da tenda.    16E disse o Senhor a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e se prostituirá indo após os deuses estranhos da terra na qual está entrando, e me deixará, e quebrará o meu pacto, que fiz com ele.    17Então se acenderá a minha ira naquele dia contra ele, e eu o deixarei, e dele esconderei o meu rosto, e ele será devorado. Tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: Não é, porventura, por não estar o meu Deus comigo, que me sobrevieram estes males?    18Esconderei pois, totalmente o meu rosto naquele dia, por causa de todos os males que ele tiver feito, por se haver tornado para outros deuses.    19Agora, pois, escrevei para vós este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me sirva por testemunha contra o povo de Israel.    20Porque o introduzirei na terra que, com juramento, prometi a seus pais, terra que mana leite e mel; comerá, fartar-se-á, e engordará; então, tornando-se para outros deuses, os servirá, e me desprezará, violando o meu pacto.    21E será que, quando lhe sobrevierem muitos males e angústias, então este cântico responderá contra ele por testemunha, pois não será esquecido da boca de sua descendência; porquanto conheço a sua imaginação, o que ele maquina hoje, antes de eu o ter introduzido na terra que lhe prometi com juramento.    22Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia, e o ensinou aos filhos de Israel.    23E ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, dizendo: sê forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, com juramento, lhes prometi; e eu serei contigo.    24Ora, tendo Moisés acabado de escrever num livro todas as palavras desta lei,    25deu ordem aos levitas que levavam a arca do pacto do Senhor, dizendo:    26Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós.    27Porque conheço a vossa rebeldia e a vossa dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha morte!    28Congregai perante mim todos os anciãos das vossas tribos, e vossos oficiais, para que eu fale estas palavras aos seus ouvidos, e tome por testemunhas contra eles o céu e a terra.    29Porque eu sei que depois da minha morte certamente vos corrompereis, e vos desviareis do caminho que vos ordenei; então este mal vos sobrevirá nos últimos dias, quando fizerdes o que é mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira com a obra das vossas mãos.    30Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico, ouvindo-o toda a assembléia de Israel:   

Chapter 32

1Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca.    2Caia como a chuva a minha doutrina; destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a relva.    3Porque proclamarei o nome do Senhor; engrandecei o nosso Deus.    4Ele é a Rocha; suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus é fiel e sem iniqüidade; justo e reto é ele.    5Corromperam-se contra ele; não são seus filhos, e isso é a sua mancha; geração perversa e depravada é.    6É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e insensato? não é ele teu pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?    7Lembra-te dos dias da antigüidade, atenta para os anos, geração por geração; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão.    8Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando separava os filhos dos homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número dos filhos de Israel.    9Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança.    10Achou-o numa terra deserta, e num erma de solidão e horrendos uivos; cercou-o de proteção; cuidou dele, guardando-o como a menina do seu olho.    11Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas,    12assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus estranho.    13Ele o fez cavalgar sobre as alturas da terra, e comer os frutos do campo; também o fez chupar mel da rocha e azeite da dura pederneira,    14coalhada das vacas e leite das ovelhas, com a gordura dos cordeiros, dos carneiros de Basã, e dos bodes, com o mais fino trigo; e por vinho bebeste o sangue das uvas.    15E Jesurum, engordando, recalcitrou (tu engordaste, tu te engrossaste e te cevaste); então abandonou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.    16Com deuses estranhos o moveram a zelos; com abominações o provocaram à ira:    17Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus, a deuses que não haviam conhecido, deuses novos que apareceram há pouco, aos quais os vossos pais não temeram.    18Olvidaste a Rocha que te gerou, e te esqueceste do Deus que te formou.    19Vendo isto, o Senhor os desprezou, por causa da provocação que lhe fizeram seus filhos e suas filhas;    20e disse: Esconderei deles o meu rosto, verei qual será o seu fim, porque geração perversa são eles, filhos em quem não hà fidelidade.    21A zelos me provocaram cem aquilo que não é Deus, com as suas vaidades me provocaram à ira; portanto eu os provocarei a zelos com aquele que não é povo, com uma nação insensata os despertarei à ira.    22Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arde até o mais profundo do Seol, e devora a terra com o seu fruto, e abrasa os fundamentos dos montes.    23Males amontoarei sobre eles, esgotarei contra eles as minhas setas.    24Consumidos serão de fome, devorados de raios e de amarga destruição; e contra eles enviarei dentes de feras, juntamente com o veneno dos que se arrastam no pó.    25Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor, tanto ao mancebo como à virgem, assim à criança de peito como ao homem encanecido.    26Eu teria dito: Por todos os cantos os espalharei, farei cessar a sua memória dentre os homens,    27se eu não receasse a vexação da parte do inimigo, para que os seus adversários, iludindo-se, não dissessem: A nossa mão está exaltada; não foi o Senhor quem fez tudo isso.    28Porque são gente falta de conselhos, e neles não há entendimento.    29Se eles fossem sábios, entenderiam isso, e atentariam para o seu fim!    30Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer rugir dez mil, se a sua Rocha não os vendera, e o Senhor não os entregara?    31Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disso.    32Porque a sua vinha é da vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, seus cachos são amargos.    33O seu vinho é veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras.    34Não está isto encerrado comigo? selado nos meus tesouros?    35Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar.    36Porque o Senhor vindicará ao seu povo, e se arrependerá no tocante aos seus servos, quando vir que o poder deles já se foi, e que não resta nem escravo nem livre.    37Então dirá: Onde estão os seus deuses, a rocha em que se refugiavam,    38os que comiam a gordura dos sacrifícios deles e bebiam o vinho das suas ofertas de libação? Levantem-se eles, e vos ajudem, a fim de que haja agora refúgio para vós.    39Vede agora que eu, eu o sou, e não há outro deus além de mim; eu faço morrer e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar da minha mão.    40Pois levanto a minha mão ao céu, e digo: Como eu vivo para sempre,    41se eu afiar a minha espada reluzente, e a minha mão travar do juízo, então retribuirei vingança aos meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam.    42De sangue embriagarei as minhas setas, e a minha espada devorará carne; do sangue dos mortes e dos cativos, das cabeças cabeludas dos inimigos    43Aclamai, ó nações, com alegria, o povo dele, porque ele vingará o sangue dos seus servos; aos seus adversários retribuirá vingança, e fará expiação pela sua terra e pelo seu povo.    44Veio, pois, Moisés, e proferiu todas as palavras deste cântico na presença do povo, ele e Oséias, filho de Num.    45E, acabando Moisés de falar todas essas palavras a todo o Israel,    46disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as palavras que eu hoje vos testifico, as quais haveis de recomendar a vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei.    47Porque esta palavra não vos é vã, mas é a vossa vida, e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra à qual ides, passando o Jordão, para a possuir.    48Naquele mesmo dia falou o Senhor a Moisés, dizendo:    49Sobe a este monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que eu dou aos filhos de Israel por possessão;    50e morre no monte a que vais subir, e recolhe-te ao teu povo; assim como Arão, teu irmão, morreu no monte Hor, e se recolheu ao seu povo;    51porquanto pecastes contra mim no meio dos filhos de Israel, junto às águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim, pois não me santificastes no meio dos filhos de Israel.    52Pelo que verás a terra diante de ti, porém lá não entrarás, na terra que eu dou aos filhos de Israel.   

Chapter 33

1Esta é a bênção com que Moisés, homem de Deus, abençoou os filhos de Israel antes da sua morte.    2Disse ele: O Senhor veio do Sinai, e de Seir raiou sobre nós; resplandeceu desde o monte Parã, e veio das miríades de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei.    3Na verdade ama o seu povo; todos os seus santos estão na sua mão; postos serão no meio, entre os teus pés, e cada um receberá das tuas palavras.    4Moisés nos prescreveu uma lei, uma herança para a assembléia de Jacó.    5E tornou-se rei em Jesurum, quando se congregaram os cabeças do povo juntamente com as tribos de Israel.    6Viva Rúben, e não morra; e não sejam poucos os seus homens.    7E isto é o que disse de Judá: Ouve, ó Senhor, a voz de Judá e introduze-o no meio do seu povo; com as suas mãos pelejou por si; sê tu o seu auxílio contra os seus inimigos.    8De Levi disse: Sejam teu Tumim e teu Urim para o teu homem santo, que provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá;    9aquele que disse de seu pai e de sua mãe: Nunca os vi, e não reconheceu a seus irmãos, e não conheceu a seus filhos; pois esses levitas guardaram a tua palavra e observaram o teu pacto.    10Ensinarão os teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao seu nariz, e porão holocausto sobre o teu altar.    11Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem.    12De Benjamim disse: O amado do Senhor habitará seguro junto a ele; e o Senhor o cercará o dia todo, e ele habitará entre os seus ombros.    13De José disse: Abençoada pelo Senhor seja a sua terra, com os mais excelentes dons do céu, com o orvalho, e com as águas do abismo que jaz abaixo;    14com os excelentes frutos do sol, e com os excelentes produtos dos meses;    15com as coisas mais excelentes dos montes antigos, e com as coisas excelentes dos outeiros eternos;    16com as coisas excelentes da terra, e com a sua plenitude, e com a benevolência daquele que habitava na sarça; venha tudo isso sobre a cabeça de José, sobre o alto da cabeça daquele que é príncipe entre seus irmãos.    17Eis o seu novilho primogênito; ele tem majestade; e os seus chifres são chifres de boi selvagem; com eles rechaçará todos os povos, sim, todas as extremidades da terra. Tais são as miríades de Efraim, e tais são os milhares de Manassés.    18De Zebulom disse: Zebulom, alegra-te nas tuas saídas; e tu, Issacar, nas tuas tendas.    19Eles chamarão os povos ao monte; ali oferecerão sacrifícios de justiça, porque chuparão a abundância dos mares e os tesouros escondidos da areia.    20De Gade disse: Bendito aquele que faz dilatar a Gade; habita como a leoa, e despedaça o braço, e o alto da cabeça.    21Ele se proveu da primeira parte, porquanto ali estava reservada a porção do legislador; pelo que veio com os chefes do povo, executou a justiça do Senhor e os seus juízos para com Israel.    22De Dã disse: Dã é cachorro de leão, que salta de Basã.    23De Naftali disse: ç Naftali, saciado de favores, e farto da bênção do Senhor, possui o lago e o sul.    24De Aser disse: Bendito seja Aser dentre os filhos de Israel; seja o favorecido de seus irmãos; e mergulhe em azeite o seu pé;    25de ferro e de bronze sejam os teus ferrolhos; e como os teus dias, assim seja a tua força.    26Não há outro, ó Jesurum, semelhante a Deus, que cavalga sobre o céu para a tua ajuda, e na sua majestade sobre as mais altas nuvens.    27O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo estão os braços eternos; ele lançou o inimigo de diante de ti e disse: Destrói-o.    28Israel pois habitará seguro, a fonte de Jacó a sós, na terra de grão e de mosto; e o seu céu gotejará o orvalho.    29Feliz és tu, ó Israel! quem é semelhante a ti? um povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas.   

Chapter 34

1Então subiu Moisés das planícies de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o Senhor mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã,    2todo o Naftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá, até o mar ocidental,    3o Negebe, e a planície do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar.    4E disse-lhe o Senhor: Esta é a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: ë tua descendência a darei. Eu te fiz vê-la com os teus olhos, porém para lá não passarás.    5Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor,    6que o sepultou no vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.    7Tinha Moisés cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escurecera a vista, nem se lhe fugira o vigor.    8Os filhos de Israel prantearam a Moisés por trinta dias nas planícies de Moabe; e os dias do pranto no luto por Moisés se cumpriram.    9Ora, Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés lhe tinha imposto as mãos; assim se filhos de Israel lhe obedeceram , e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés.    10E nunca mais se levantou em Israel profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face,    11nem semelhante em todos os sinais e maravilhas que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó: e a todos os seus servos, e a toda a sua terra;    12e em tudo o que Moisés operou com mão forte, e com grande espanto, aos olhos de todo o Israel.   

Joshua

Chapter 1

1Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, falou o Senhor a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo:    2Moisés, meu servo, é morto; levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que eu dou aos filhos de Israel.    3Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo dei, como eu disse a Moisés.    4Desde o deserto e este Líbano, até o grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.    5Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida. Como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.    6Esforça-te, e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.    7Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, cuidando de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; não te desvies dela, nem para a direita nem para a esquerda, a fim de que sejas bem sucedido por onde quer que andares.    8Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.    9Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares.    10Então Josué deu esta ordem aos oficiais do povo:    11Passai pelo meio do arraial, e ordenai ao povo, dizendo: Provede-vos de mantimentos, porque dentro de três dias haveis de atravessar este Jordão, a fim de que entreis para tomar posse da terra que o Senhor vosso Deus vos dá para a possuirdes.    12E disse Josué aos rubenitas, aos gaditas, e à meia tribo de Manassés:    13Lembrai-vos da palavra que vos mandou Moisés, servo do Senhor, dizendo: O Senhor vosso Deus vos dá descanso, e vos dá esta terra.    14Vossas mulheres, vossos pequeninos e vosso gado fiquem na terra que Moisés vos deu desta banda do Jordão; porém vós, todos os homens valorosos, passareis armados adiante de vossos irmãos e os ajudareis;    15até que o Senhor tenha dado descanso: a vossos irmãos, assim como vo-lo deu a vós, e eles também tenham possuído a terra que o Senhor vosso Deus lhes dá; então tornareis para a terra da vossa herança, e a possuireis, terra que Moisés, servo do Senhor, vos deu além do Jordão, para o nascente do sol.    16Então responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos enviares iremos.    17Como em tudo ouvimos a Moisés, assim te ouviremos a ti; tão-somente seja o Senhor teu Deus contigo, como foi com Moisés.    18Quem quer que se rebelar contra as tuas ordens, e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe mandares, será morto. Tão-somente esforça-te, e tem bom ânimo.   

Chapter 2

1De Sitim Josué, filho de Num, enviou secretamente dois homens como espias, dizendo-lhes: Ide reconhecer a terra, particularmente a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma prostituta, que se chamava Raabe, e pousaram ali.    2Então deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel, para espiar a terra.    3Pelo que o rei de Jericó mandou dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra.    4Mas aquela mulher, tomando os dois homens, os escondeu, e disse: é verdade que os homens vieram a mim, porém eu não sabia donde eram;    5e aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram. Não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis.    6Ela, porém, os tinha feito subir ao eirado, e os tinha escondido entre as canas do linho que pusera em ordem sobre o eirado.    7Assim foram esses homens após eles pelo caminho do Jordão, até os vaus; e, logo que saíram, fechou-se a porta.    8E, antes que os espias se deitassem, ela subiu ao eirado a ter com eles,    9e disse-lhes: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra se derretem diante de vós.    10Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do Mar Vermelho diante de vós, quando saístes do Egito, e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Siom e Ogue, que estavam além de Jordão, os quais destruístes totalmente.    11Quando ouvimos isso, derreteram-se os nossos corações, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima no céu e embaixo na terra.    12Agora pois, peço-vos, jurai-me pelo Senhor que, como usei de bondade para convosco, vós também usareis de bondade para com a casa e meu pai; e dai-me um sinal seguro    13de que conservareis em vida meu pai e minha mãe, como também meus irmãos e minhas irmãs, com todos os que lhes pertencem, e de que livrareis da morte as nossas vidas.    14Então eles lhe responderam: A nossa vida responderá pela vossa, se não denunciardes este nosso negócio; e, quando o Senhor nos entregar esta terra, usaremos para contigo de bondade e de fidelidade.    15Ela então os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, de sorte que morava sobre o muro;    16e disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que não vos encontrem os perseguidores, e escondei-vos lá três dias, até que eles voltem; depois podereis tomar o vosso caminho.    17Disseram-lhe os homens: Nós seremos inocentes no tocante a este juramento que nos fizeste jurar.    18Eis que, quando nós entrarmos na terra, atarás este cordão de fio de escarlata à janela pela qual nos fizeste descer; e recolherás em casa contigo teu pai, tua mãe, teus irmãos e toda a família de teu pai.    19Qualquer que sair fora das portas da tua casa, o seu sangue cairá sobre a sua cabeça, e nós seremos inocentes; mas qualquer que estiver contigo em casa, o seu sangue cairá sobre a nossa cabeça se nele se puser mão.    20Se, porém, tu denunciares este nosso negócio, seremos desobrigados do juramento que nos fizeste jurar.    21Ao que ela disse: Conforme as vossas palavras, assim seja. Então os despediu, e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela.    22Foram-se, pois, e chegaram ao monte, onde ficaram três dias, até que voltaram os perseguidores; pois estes os buscaram por todo o caminho, porém, não os acharam.    23Então os dois homens, tornando a descer do monte, passaram o rio, chegaram a Josué, filho de Num, e lhe contaram tudo quanto lhes acontecera.    24E disseram a Josué: Certamente o Senhor nos tem entregue nas mãos toda esta terra, pois todos os moradores se derretem diante de nós.   

Chapter 3

1Levantou-se, pois, Josué de madrugada e, partindo de Sitim ele e todos os filhos de Israel, vieram ao Jordão; e pousaram ali, antes de atravessá-lo.    2E sucedeu, ao fim de três dias, que os oficiais passaram pelo meio do arraial,    3e ordenaram ao povo, dizendo: Quando virdes a arca da pacto do Senhor vosso Deus sendo levada pelos levitas sacerdotes, partireis vós também do vosso lugar, e a seguireis    4(haja, contudo, entre vós e ela, uma distância de dois mil côvados, e não vos chegueis a ela), para que saibais o caminho pelo qual haveis de ir, porquanto por este caminho nunca dantes passastes.    5Disse Josué também ae povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.    6E falou Josué aos sacerdotes, dizendo: Levantai a arca do pacto, e passai adiante do povo. Levantaram, pois, a arca do pacto, e foram andando adiante do povo.    7Então disse o Senhor a Josué: Hoje começarei a engrandecer- te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que, assim como fui com Moisés, serei contigo.    8Tu, pois, ordenarás aos sacerdotes que levam a arca do pacto, dizendo: Quando chegardes à beira das águas de Jordão, aí parareis.    9Disse então Josué aos filhos de Israel: Aproximai-vos, e ouvi as palavras do Senhor vosso Deus.    10E acrescentou: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós, e que certamente expulsará de diante de vós os cananeus, os heteus, os heveus, os perizeus, os girgaseus, os amorreus e os jebuseus.    11Eis que a arca do pacto do Senhrr de toda a terra passará adiante de vós para o meio do Jordão.    12Tomai, pois, agora doze homens das tribos de Israel, de cada tribo um homem;    13porque assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, pousarem nas águas do Jordão, estas serão cortadas, isto é, as águas que vêm de cima, e, amontoadas, pararão.    14Quando, pois, o povo partiu das suas tendas para atravessar o Jordão, levando os sacerdotes a arca do pacto adiante do povo,    15e quando os que levavam a arca chegaram ao Jordão, e os seus pés se mergulharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava todas as suas ribanceiras durante todos os dias da sega),    16as águas que vinham de cima, parando, levantaram-se num montão, mui longe, à altura de Adã, cidade que está junto a Zaretã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o Mar Salgado, foram de todo cortadas. Então o povo passou bem em frente de Jericó.    17Os sacerdotes que levavam a arca do pacto do Senhor pararam firmes em seco no meio do Jordão, e todo o Israel foi passando a pé enxuto, até que todo o povo acabou de passar o Jordão.   

Chapter 4

1Quando todo o povo acabara de passar o Jordão, falou o Senhor a Josué, dizendo:    2Tomai dentre o povo doze homens, de cada tribo um homem;    3e mandai-lhes, dizendo: Tirai daqui, do meio do Jordão, do lugar em que estiveram parados os pés dos sacerdotes, doze pedras, levai-as convosco para a outra banda e depositai-as no lugar em que haveis de passar esta noite.    4Chamou, pois, Josué os doze homens que escolhera dos filhos de Israel, de cada tribo um homem;    5e disse-lhes: Passai adiante da arca do Senhor vosso Deus, ao meio do Jordão, e cada um levante uma pedra sobre o ombro, segundo o número das tribos dos filhos de Israel;    6para que isto seja por sinal entre vós; e quando vossos filhos no futuro perguntarem: Que significam estas pedras?    7direis a eles que as águas do Jordão foram cortadas diante da arca do pacto de Senhor; quando ela passou pelo Jordão, as águas foram cortadas; e estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de Israel.    8Fizeram, pois, os filhos de Israel assim como Josué tinha ordenado, e levantaram doze pedras do meio do Jordão como o Senhor dissera a Josué, segundo o número das tribos dos filhos de Israel; e levaram-nas consigo ao lugar em que pousaram, e as depositaram ali.    9Amontoou Josué também doze pedras no meio do Jordão, no lugar em que pararam os pés dos sacerdotes que levavam a arca do pacto; e ali estão até o dia de hoje.    10Pois os sacerdotes que levavam a arca pararam no meio do Jordão, até que se cumpriu tudo quanto o Senhor mandara Josué dizer ao povo, conforme tudo o que Moisés tinha ordenado a Josué. E o povo apressou-se, e passou.    11Assim que todo o povo acabara de passar, então passaram a arca do Senhor e os sacerdotes, à vista do povo.    12E passaram os filhos de Rúben e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés, armados, adiante dos filhos de Israel, como Moisés lhes tinha dito;    13uns quarenta mil homens em pé de guerra passaram diante do Senhor para a batalha, às planícies de Jericó.    14Naquele dia e Senhor engrandeceu a Josué aos olhos de todo o Israel; e temiam-no, como haviam temido a Moisés, por todos os dias da sua vida.    15Depois falou o Senhor a Josué, dizendo:    16Dá ordem aos sacerdotes que levam a arca do testemunho, que subam do Jordão.    17Pelo que Josué deu ordem aos sacerdetes, dizendo: Subi do Jordão.    18E aconteceu que, quando os sacerdotes que levavam a arca do pacto do Senhor subiram do meio do Jordão, e as plantas dos seus pés se puseram em terra seca, as águas do Jordão voltaram ao seu lugar, e trasbordavam todas as suas ribanceiras, como dantes.    19O povo, pois, subiu do Jordão no dia dez do primeiro mês, e acampou-se em Gilgal, ao oriente de Jericó.    20E as doze pedras, que tinham tirado do Jordão, levantou-as Josué em Gilgal;    21e falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais: Que significam estas pedras?    22fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou a pé enxuto este Jordão.    23Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, assim como fizera ao Mar Vermelho, ao qual fez secar perante nós, até que passássemos;    24para que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte; a fim de que vós também temais ao Senhor vosso Deus para sempre.   

Chapter 5

1Quando, pois, todos os reis dos amorreus que estavam ao oeste do Jordão, e todos os reis dos cananeus que estavam ao lado do mar, ouviram que o Senhor tinha secado as águas do Jordão de diante dos filhos de Israel, até que passassem, derreteu-se-lhes o coração, e não houve mais ânimo neles, por causa dos filhos de Israel.    2Naquele tempo disse o Senhor a Josué: Faze facas de pederneira, e circuncida segunda vez aos filhos de Israel.    3Então Josué fez facas de pederneira, e circuncidou aos filhos de Israel em Gibeate-Haaralote.    4Esta é a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os homens, todos os homens de guerra, já haviam morrido no deserto, pelo caminho, depois que saíram do Egito.    5Todos estes que saíram estavam circuncidados, mas nenhum dos que nasceram no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, havia sido circuncidado.    6Pois quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, isto é, todos os homens de guerra que saíram do Egito, e isso porque não obedeceram à voz do Senhor; aos quais o Senhor tinha jurado que não lhes havia de deixar ver a terra que, com juramento, prometera a seus pais nos daria, terra que mana leite e mel.    7Mas em lugar deles levantou seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque não os haviam circuncidado pelo caminho.    8E depois que foram todos circuncidados, permaneceram no seu lugar no arraial, até que sararam.    9Disse então o Senhor a Josué: Hoje revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito; pelo que se chama aquele lugar: Gilgal, até o dia de hoje.    10Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas planícies de Jericó.    11E, ao outro dia depois da páscoa, nesse mesmo dia, comeram, do produto da terra, pães ázimos e espigas tostadas.    12E no dia depois de terem comido do produto da terra, cessou o maná, e os filhos de Israel não o tiveram mais; porém nesse ano comeram dos produtos da terra de Canaã.    13Ora, estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu por nós, ou pelos nossos adversários?    14Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué, prostrando-se com o rosto em terra, o adorou e perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo?    15Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim fez:   

Chapter 6

1Ora, Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava.    2Então disse o Senhor a Josué: Olha, entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos.    3Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, contornando-a uma vez por dia; assim fareis por seis dias.    4Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas.    5E será que, fazendo-se sonido prolongado da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o povo dará um grande brado; então o muro da cidade cairá rente com o chão, e o povo subirá, cada qual para o lugar que lhe ficar defronte:    6Chamou, pois, Josué, filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca do pacto, e sete sacerdotes levem sete trombetas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor.    7E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e marchem os homens armados adiante da arca do Senhor.    8Assim, pois, se fez como Josué dissera ao povo: os sete sacerdotes, levando as sete trombetas adiante do Senhor, passaram, e tocaram-nas; e a arca do pacto do Senhor os seguia.    9E os homens armados iam adiante dos sacerdotes que tocavam as trombetas, e a retaguarda seguia após a arca, os sacerdotes sempre tocando as trombetas.    10Josué tinha dado ordem ao povo, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até o dia em que eu vos disser: gritai! Então gritareis.    11Assim fizeram a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; então entraram no arraial, e ali passaram a noite.    12Josué levantou-se de madrugada, e os sacerdotes tomaram a arca do Senhor.    13Os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca da Senhor iam andando, tocando as trombetas; os homens armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor, os sacerdotes sempre tocando as trombetas.    14E rodearam a cidade uma vez no segundo dia, e voltaram ao arraial. Assim fizeram por seis dias.    15No sétimo dia levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam-na sete vezes.    16E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade.    17A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será danátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.    18Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis.    19Contudo, toda a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro do Senhor.    20Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade:    21E destruíram totalmente, ao fio da espada, tudo quanto havia na cidade, homem e mulher, menino e velho, bois, ovelhas e jumentos.    22Então disse Josué aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrai na casa da prostituta, e tirai-a dali com tudo quanto tiver, como lhe prometestes com juramento.    23Entraram, pois, os mancebos espias, e tiraram Raabe, seu pai, sua mãe, seus irmãos, e todos quantos lhe pertenciam; e, trazendo todos os seus parentes, os puseram fora do arraial de Israel.    24A cidade, porém, e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, colocaram-nos no tesouro da casa do Senhor.    25Assim Josué poupou a vida à prostituta Raabe, à família de seu pai, e a todos quantos lhe pertenciam; e ela ficou habitando no meio de Israel até o dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó.    26Também nesse tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito a fundará, e com a perda do seu filho mais novo lhe colocará as portas.    27Assim era o Senhor com Josué; e corria a sua fama por toda a terra.   

Chapter 7

1Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão no tocante ao anátema, pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema; e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.    2Josué enviou de Jericó alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven ao Oriente de Betel, e disse-lhes: Subi, e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens, e espiaram a Ai.    3Voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam uns dois ou três mil homens, e destruam a Ai. Não fatigues ali a todo o povo, porque os habitantes são poucos.    4Assim, subiram lá do povo cerca de três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.    5E os homens de Ai mataram deles cerca de trinta e seis e, havendo-os perseguido desde a porta até Sebarim, bateram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.    6Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou com o rosto em terra perante a arca do Senhor até a tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.    7E disse Josué: Ah, Senhor Deus! por que fizeste a este povo atravessar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para nos fazeres perecer? Oxalá nos tivéssemos contentado em morarmos além do Jordão.    8Ah, Senhor! que direi, depois que Israel virou as costas diante dos seus inimigos?    9Pois os cananeus e todos os moradores da terra o ouvirão e, cercando-nos, exterminarão da terra o nosso nome; e então, que farás pelo teu grande nome?    10Respondeu o Senhor a Josué: Levanta-te! por que estás assim prostrado com o rosto em terra?    11Israel pecou; eles transgrediram o meu pacto que lhes tinha ordenado; tomaram do anátema, furtaram-no e, dissimulando, esconderam-no entre a sua bagagem.    12Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos, viraram as costas diante deles, porquanto se fizeram anátema. Não serei mais convosco, se não destruirdes o anátema do meio de vós.    13Levanta-te santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; não poderás suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o anátema.    14Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; a tribo que o Senhor tomar se chegará por famílias; a família que o Senhor tomar se chegará por casas; e a casa que o Senhor tomar se chegará homem por homem.    15E aquele que for tomado com o anátema, será queimado no fogo, ele e tudo quanto tiver, porquanto transgrediu o pacto do Senhor, e fez uma loucura em Israel.    16Então Josué se levantou de madrugada, e fez chegar Israel segundo as suas tribos, e foi tomada por sorte a tribo de Judá;    17fez chegar a tribo de Judá, e foi tomada a família dos zeraítas; fez chegar a familia dos zeraítas, homem por homem, e foi tomado Zabdi;    18fez chegar a casa de Zabdi, homem por homem, e foi tomado Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá.    19Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante ele. Declara-me agora o que fizeste; não mo ocultes.    20Respondeu Acã a Josué: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e eis o que fiz:    21quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata debaixo da capa.    22Então Josué enviou mensageiros, que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido na sua tenda, estando a prata debaixo da capa.    23Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel; e as puseram perante o Senhor.    24Então Josué e todo o Israel com ele tomaram Acã, filho de Zerá, e a prata, a capa e a cunha de ouro, e seus filhos e suas filhas, e seus bois, jumentos e ovelhas, e a sua tenda, e tudo quanto tinha, e levaram-nos ao vale de Acor.    25E disse Josué: Por que nos perturbaste? hoje o Senhor te perturbará a ti: E todo o Israel o apedrejou; queimaram-nos no fogo, e os apedrejaram:    26E levantaram sobre ele um grande montão de pedras, que permanece até o dia de hoje. E o Senhor se apartou do ardor da sua ira. Por isso se chama aquele lugar até hoje o vale de Acor.   

Chapter 8

1Então disse o Senhor a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, levanta-te, e sobe a Ai. Olha que te entreguei na tua mão o rei de Ai, o seu povo, a sua cidade e a sua terra.    2Farás pois a Ai e a seu rei, como fizeste a Jericó e a seu rei; salvo que para vós tomareis os seus despojos, e o seu gado. Põe emboscadas à cidade, por detrás dela.    3Então Josué levantou-se, com toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil homens valorosos, e enviou-os de noite.    4E deu-lhes ordem, dizendo: Ponde-vos de emboscada contra a cidade, por detrás dela; não vos distancieis muito da cidade, mas estai todos vós apercebidos.    5Mas eu e todo o povo que está comigo nos aproximaremos da cidade; e quando eles nos saírem ao encontro, como dantes, fugiremos diante deles.    6E eles sairão atrás de nós, até que os tenhamos afastado da cidade, pois dirão: Fogem diante de nós como dantes. Assim fugiremos diante deles;    7e vós saireis da emboscada, e tomareis a cidade, porque o Senhor vosso Deus vo-la entregará nas maos.    8Logo que tiverdes tomado a cidade, pôr-lhe-eis fogo, fazendo conforme a palavra do Senhor; olhai que vo-lo tenho mandado.    9Assim Josué os enviou, e eles se foram à emboscada, colocando-se entre Betel e Ai, ao ocidente de Ai; porém Josué passou aquela noite no meio do povo.    10Levantando-se Josué de madrugada, passou o povo em revista; então subiu, com os anciãos de Israel, adiante do povo contra Ai.    11Todos os homens armados que estavam com ele subiram e, aproximando-se pela frente da cidade, acamparam-se ao norte de Ai, havendo um vale entre eles e Ai.    12Tomou também cerca de cinco mil homens, e pô-los de emboscada entre Betel e Ai, ao ocidente da cidade.    13Assim dispuseram o povo, todo o arraial ao norte da cidade, e a sua emboscada ao ocidente da cidade. Marchou Josué aquela noite até o meio do vale.    14Quando o rei de Ai viu isto, ele e todo o seu povo se apressaram, levantando-se de madrugada, e os homens da cidade saíram ao encontro de Israel ao combate, ao lugar determinado, defronte da planície; mas ele não sabia que se achava uma emboscada contra ele atrás da cidade.    15Josué, pois, e todo o Israel fingiram-se feridos diante deles, e furiram pelo caminho do deserto:    16Portanto, todo o povo que estava na cidade foi convocado para os perseguir; e seguindo eles após Josué, afastaram-se da cidade.    17Nem um só homem ficou em Ai, nem em Betel, que não saísse após Israel; assim deixaram a cidade aberta, e seguiram a Israel:    18Então o Senhor disse a Josué: Estende para Ai a lança que tens na mão; porque eu ta entregarei. E Josué estendeu para a cidade a lança que estava na sua mão.    19E, tendo ele estendido a mão, os que estavam de emboscada se levantaram apressadamente do seu lugar e, correndo, entraram na cidade, e a tomaram; e, apressando-se, puseram fogo à cidade.    20Nisso, olhando os homens de Ai para trás, viram a fumaça da cidade, que subia ao céu, e não puderam fugir nem para uma parte nem para outra, porque o povo que fugia para o deserto se tornou contra eles.    21E vendo Josué e todo o Israel que a emboscada tomara a cidade, e que a fumaça da cidade subia, voltaram e feriram os homens de Ai.    22Também aqueles que estavam na cidade lhes saíram ao encontro, e assim os de Ai ficaram no meio dos israelitas, estando estes de uma e de outra parte; e feriram-nos, de sorte que não deixaram ficar nem escapar nenhum deles.    23Mas ao rei de Ai tomaram vivo, e o trouxeram a Josué.    24Quando os israelitas acabaram de matar todos os moradores de Ai no campo, no deserto para onde os tinham seguido, e havendo todos caído ao fio da espada até serem consumidos, então todo o Israel voltou para Ai e a feriu a fio de espada.    25Ora, todos os que caíram naquele dia, assim homens como mulheres, foram doze mil, isto é, todos os de Ai.    26Pois Josué não retirou a mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai.    27Tão-somente os israelitas tomaram para si o gado e os despojos da cidade, conforme a palavra que o Senhor ordenara a Josue:    28Queimou pois Josué a Ai, e a tornou num perpétuo montão de ruínas, como o é até o dia de hoje.    29Ao rei de Ai enforcou num madeiro, deixando-o ali até a tarde. Ao pôr do sol, por ordem de Josué, tiraram do madeiro o cadáver, lançaram-no à porta da cidade e levantaram sobre ele um grande montão de pedras, que permanece até o dia de hoje.    30Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no monte Ebal,    31como Moisés, servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da lei de Moisés, a saber: um altar de pedras brutas, sobre as quais não se levantara ferramenta; e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, e sacrificaram ofertas parcíficas.    32Também ali, na presença dos filhos de Israel, escreveu em pedras uma cópia da lei de Moisés, a qual este escrevera.    33E todo o Israel, tanto o estrangeiro como o natural, com os seus anciãos, oficiais e juízes, estava de um e de outro lado da arca, perante os levitas sacerdotes que levavam a arca do pacto do Senhor; metade deles em frente do monte Gerizim, e a outra metade em frente do monte Ebal, como Moisés, servo do Senhor, dantes ordenara, para que abençoassem o povo de Israel.    34Depois leu em alta voz todas as palavras da lei, a bênção e a maldição, conforme tudo o que está escrito no livro da lei.    35Palavra nenhuma houve, de tudo o que Moisés ordenara, que Josué não lesse perante toda a congregação de Israel, e as mulheres, e os pequeninos, e os estrangeiros que andavam no meio deles.   

Chapter 9

1Depois sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam além do Jordão, na região montanhosa, na baixada e em toda a costa do grande mar, defronte do Líbano, os heteus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus, e os jebuseus    2se ajuntaram de comum acordo para pelejar contra Josué e contra Israel.    3Ora, os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué fizera a Jericó e a Ai.    4usaram de astúcia: foram e se fingiram embaixadores, tomando sacos velhos sobre os seus jumentos, e odres de vinho velhos, rotos e recosidos,    5tendo nos seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento.    6E vieram a Josué, ao arraial em Gilgal, e disseram a ele e aos homens de Israel: Somos vindos duma terra longínqua; fazei, pois, agora pacto conosco.    7Responderam os homens de Israel a estes heveus: Bem pode ser que habiteis no meio de nós; como pois faremos pacto convosco?    8Então eles disseram a Josué: Nós somos teus servos. Ao que lhes perguntou Josué: Quem sois vós? e donde vindes?    9Responderam-lhe: Teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no Egito,    10e tudo o que fez aos dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, a Siom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote.    11Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos falaram, dizendo: Tomai nas mãos provisão para o caminho, e ide-lhes ao encontro, e dizei-lhes: Nós somos vossos servos; fazei, pois, agora pacto conosco.    12Este nosso pão tomamo-lo quente das nossas casas para nossa provisão, no dia em que saímos para vir ter convosco, e ei-lo aqui agora seco e bolorento;    13estes odres, que enchemos de vinho, eram novos, e ei-los aqui já rotos; e esta nossa roupa e nossos sapatos já envelheceram em razão do mui longo caminho.    14Então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor.    15Assim Josué fez paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento.    16Três dias depois de terem feito pacto com eles, ouviram que eram vizinhos e que moravam no meio deles.    17Tendo partido os filhos de Israel, chegaram ao terceiro dia às cidades deles, que eram Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearir.    18Mas os filhos de Israel não os mataram, porquanto os príncipes da congregação lhes haviam prestado juramento pelo Senhor, o Deus de Israel; pelo que toda a congregação murmurava contra os príncipes.    19Mas os príncipes disseram a toda a congregação: Nós lhes prestamos juramento pelo Senhor, o Deus de Israel, e agora não lhes podemos tocar.    20Isso cumpriremos para com eles, poupando-lhes a vida, para que não haja ira sobre nós, por causa do juramento que lhes fizemos.    21Disseram, pois, os príncipes: Vivam. Assim se tornaram rachadores de lenha e tiradores de água para toda a congregação, como os príncipes lhes disseram.    22Então Josué os chamou, e lhes disse: Por que nos enganastes, dizendo: Mui longe de vós habitamos, morando vós no meio de nós?    23Agora, pois, sois malditos, e dentre vós nunca deixará de haver servos, rachadores de lenha e tiradores de água para a casa do meu Deus.    24Respondendo a Josué, disseram: Porquanto foi anunciado aos teus servos que o Senhor teu Deus ordenou a Moisés, seu servo, que vos desse toda esta terra, e destruísse todos os seus moradores diante de vós, temíamos muito pelas nossas vidas por causa de vós, e fizemos isso.    25E eis que agora estamos na tua mão; faze aquilo que te pareça bom e reto que se nos faça.    26Assim pois ele lhes fez, e livrou-os das mãos dos filhos de Israel, de sorte que estes não os mataram.    27Mas, naquele dia, Josué os fez rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor, no lugar que ele escolhesse, como ainda o são.   

Chapter 10

1Quando Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, ouviu que Josué tomara a Ai, e a destruíra totalmente (pois este fizera a Ai e ao seu rei como tinha feito a Jericó e ao seu rei), e que os moradores de Gibeão tinham feito paz com os israelitas, e estavam no meio deles,    2temeu muito, pois Gibeão era uma cidade grande como uma das cidades reais, e era ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram valorosos.    3Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou mensageiros a Hoão, rei de Hebrom, a Pirã, rei de Jarmute, a Jafia, rei de Laquis, e a Debir, rei de Eglom, para lhes dizer:    4Subi a mim, e ajudai-me; firamos a Gibeão, porquanto fez paz com Josué e com os filhos de Israel.    5Então se ajuntaram, e subiram cinco reis dos amorreus, o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, o rei de Eglom, eles e todos os seus exércitos, e sitiaram a Gibeão e pelejaram contra ela.    6Enviaram, pois, os homens de Gibeão a Josué, ao arraial em Gilgal, a dizer-lhe: Não retires de teus servos a tua mão; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto se ajuntaram contra nós todos os reis dos amorreus, que habitam na região montanhosa.    7Josué, pois, subiu de Gilgal com toda a gente de guerra e todos os homens valorosos.    8E o Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os entreguei na tua mão; nenhum deles te poderá resistir.    9E Josué deu de repente sobre eles, tendo marchado a noite toda, subindo de Gilgal;    10e o Senhor os pôs em desordem diante de Israel, que os desbaratou com grande matança em Gibeão, e os perseguiu pelo caminho que sobe a Bete-Horom, ferindo-os até Azeca e Maqueda.    11Pois, quando eles iam fugindo de diante de Israel, à descida de Bete-Horom, o Senhor lançou sobre eles, do céu, grandes pedras até Azeca, e eles morreram; e foram mais os que morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos de Israel mataram à espada.    12Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, lua, sobre o vale de Aijalom.    13E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.    14E não houve dia semelhante a esse, nem antes nem depois dele, atendendo o Senhor assim à voz dum homem; pois o Senhor pelejava por Israel.    15Depois voltou Josué, e todo o Israel com ele, ao arraial em Gilgal.    16Aqueles cinco reis, porém, fugiram e se esconderam na caverna que há em Maqueda.    17E isto foi anunciado a Josué nestas palavras: Acharam-se os cinco reis escondidos na caverna em Maqueda.    18Disse, pois, Josué: Arrastai grandes pedras para a boca da caverna, e junto a ela ponde homens que os guardem.    19Vós, porém, não vos detenhais; persegui os vossos inimigos, matando os que vão ficando atrás; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o Senhor vosso Deus já vo-los entregou nas mãos.    20Quando Josué e os filhos de Israel acabaram de os ferir com mui grande matança, até serem eles exterminados, e os que ficaram deles se retiraram às cidades fortificadas,    21todo o povo voltou em paz a Josué, ao arraial em Maqueda. Não havia ninguém que movesse a sua língua contra os filhos de Israel.    22Depois disse Josué: Abri a boca da caverna, e trazei-me para fora aqueles cinco reis.    23Fizeram, pois, assim, e trouxeram-lhe aqueles cinco reis para fora da caverna: o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, e o rei de Eglom.    24Quando os trouxeram a Josué, este chamou todos os homens de Israel, e disse aos comandantes dos homens de guerra que o haviam acompanhado: Chegai-vos, ponde os pés sobre os pescoços destes reis. E eles se chegaram e puseram os pés sobre os pescoços deles.    25Então Josué lhes disse: Não temais, nem vos atemorizeis; esforçai-vos e tende bom ânimo, porque assim fará o Senhor a todos os vossos inimigos, contra os quais haveis de pelejar.    26Depois disto Josué os feriu, e os matou, e os pendurou em cinco madeiros, onde ficaram pendurados até a tarde.    27Ao pôr do sol, por ordem de Josué, tiraram-nos dos madeiros, lançaram-nos na caverna em que se haviam escondido, e puseram à boca da mesma grandes pedras, que ainda ali estão até o dia de hoje.    28Naquele mesmo dia Josué tomou a Maqueda, e feriu-a a fio de espada, bem como a seu rei; totalmente os destruiu com todos os que nela havia, sem deixar ali nem sequer um. Fez, pois, ao rei de Maqueda como fizera ao rei de Jericó.    29De Maqueda, Josué, e todo o Israel com ele, passou a Libna, e pelejou contra ela.    30E a esta também, e a seu rei, o Senhor entregou na mão de Israel, que a feriu a fio de espada com todos os que nela havia, sem deixar ali nem sequer um. Fez, pois, ao seu rei como fizera ao rei de Jericó.    31De Libna, Josué, e todo o Israel com ele, passou a Laquis, e a sitiou, e pelejou contra ela.    32O Senhor entregou também a Laquis na mão de Israel, que a tomou no segundo dia, e a feriu a fio de espada com todos os que nela havia, conforme tudo o que fizera a Libna.    33Então Horão, rei de Gezer, subiu para ajudar a Laquis; porém Josué o feriu, a ele e ao seu povo, até não lhe deixar nem sequer um.    34De Laquis, Josué, e todo o Israel com ele, passou a Eglom, e a sitiaram, e pelejaram contra ela,    35e no mesmo dia a tomaram, ferindo-a a fio de espada; destruiu totalmente nesse mesmo dia todos os que nela estavam, conforme tudo o que fizera a Laquis.    36De Eglom, Josué, e todo o Israel com ele, subiu a Hebrom; pelejaram contra ela,    37tomaram-na, e a feriram ao fio da espada, bem como ao seu rei, e a todas as suas cidades, com todos os que nelas havia. A ninguém deixou com vida, mas, conforme tudo o que fizera a Eglom, a destruiu totalmente, com todos os que nela havia.    38Então Josué, e todo o Israel com ele, voltou a Debir, pelejou contra ela,    39e a tomou com o seu rei e com todas as suas cidades; feriu-as a fio de espada, e a todos os que nelas havia destruiu totalmente, não deixando nem sequer um. Como fizera a Hebrom, e como fizera também a Libna e ao seu rei, assim fez a Debir e ao seu rei.    40Assim feriu Josué toda aquela terra, a região montanhosa, o Negebe, a baixada, e as faldas das montanhas, e a todos os seus reis. Não deixou nem sequer um; mas a tudo o que tinha fôlego destruiu totalmente, como ordenara o Senhor, o Deus de Israel:    41Assim Josué os feriu desde Cades-Barnéia até Gaza, como também toda a terra de Gósem, até Gibeão.    42E de uma só vez tomou Josué todos esses reis e a sua terra, porquanto o Senhor, o Deus de Israel, pelejava por Israel.    43Então Josué, e todo o Israel com ele, voltou ao arraial em Gilgal.   

Chapter 11

1Quando Jabim, rei de Hazor, ouviu isso, enviou mensageiros a Jobabe, rei de Madom, e ao rei de Sinrom, e ao rei de Acsafe,    2e aos reis que estavam ao norte, na região montanhosa, na Arabá ao sul de Quinerote, na baixada, e nos planaltos de Dor ao ocidente;    3ao cananeu do oriente e do ocidente, ao amorreu, ao heteu, ao perizeu, ao jebuseu na região montanhosa, e ao heveu ao pé de Hermom na terra de Mizpá.    4Saíram pois eles, com todos os seus exércitos, muito povo, em multidão como a areia que está na praia do mar, e muitíssimos cavalos e carros.    5Todos esses reis, reunindo-se, vieram e juntos se acamparam às águas de Merom, para pelejarem contra Israel.    6Disse o Senhor a Josué: Não os temas, pois amanhã a esta hora eu os entregarei todos mortos diante de Israel. Os seus cavalos jarretarás, e os seus carros queimarás a fogo.    7Josué, pois, com toda a gente de guerra, sobreveio-lhes de repente às águas de Merom, e deu sobre eles.    8E o Senhor os entregou na mão dos israelitas, que os feriram e os perseguiram até a grande Sidom, e até Misrefote-Maim, e até o vale de Mizpe ao oriente; e feriram-nos até não lhes deixar nem sequer um.    9Fez-lhes Josué como o Senhor lhe dissera: os seus cavalos jarretou, e os seus carros queimou a fogo.    10Naquele tempo Josué voltou e tomou também a Hazor, e feriu à espada ao seu rei, porquanto Hazor dantes era a cabeça de todos estes reinos.    11E passaram ao fio da espada a todos os que nela havia, destruindo-os totalmente; nada restou do que tinha fôlego; e a Hazor ele queimou a fogo.    12Josué, pois, tomou todas as cidades desses reis, e a eles mesmos, e os passou ao fio da espada, destruindo-os totalmente, como ordenara Moisés, servo do Senhor.    13Contudo, quanto às cidades que se achavam sobre os seus altos, a nenhuma delas queimou Israel, salvo somente a Hazor; a essa Josué queimou.    14Mas todos os despojos dessas cidades, e o gado, tomaram-nos os filhos de Israel como presa para si; porém feriram ao fio da espada todos os homens, até os destruírem; nada deixaram do que tinha fôlego de vida.    15Como o Senhor ordenara a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué, e assim Josué o fez; não deixou de fazer coisa alguma de tudo o que o Senhor ordenara a Moisés.    16Assim Josué tomou toda aquela terra, a região montanhosa, todo o Negebe, e toda a terra de Gósem e a baixada, e a Arabá, e a região montanhosa de Israel com a sua baixada,    17desde o monte Halaque, que sobe a Seir, até Baal-Gade, no vale do Líbano, ao pé do monte Hermom; também tomou todos os seus reis, e os feriu e os matou.    18Por muito tempo Josué fez guerra contra todos esses reis.    19Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeão; a todas tomaram à força de armas.    20Porquanto do Senhor veio o endurecimento dos seus corações para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem destruídos totalmente, e não achassem piedade alguma, mas fossem exterminados, como o Senhor tinha ordenado a Moisés.    21Naquele tempo veio Josué, e exterminou os anaquins da região montanhosa de Hebrom, de Debir, de Anabe, de toda a região montanhosa de Judá, e de toda a região montanhosa de Israel; Josué os destruiu totalmente com as suas cidades.    22Não foi deixado nem sequer um dos anaquins na terra dos filhos de Israel; somente ficaram alguns em Gaza, em Gate, e em Asdode.    23Assim Josué tomou toda esta terra conforme tudo o que o Senhor tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança a Israel, pelas suas divisões, segundo as suas tribos; e a terra repousou da guerra.   

Chapter 12

1Estes, pois, são os reis da terra, aos quais os filhos de Israel feriram e cujas terras possuíram, do Jordão para o nascente do sol, desde o vale do Arnom até o monte Hermom, e toda a Arabá para o oriente:    2Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom e que dominava desde Aroer, que está a borda do vale do Arnom, e desde o meio do vale, e a metade de Gileade, até o ribeiro Jaboque, termo dos amonitas;    3e a Arabá até o mar de Quinerote para o oriente, e até o mar da Arabá, o Mar Salgado, para o oriente, pelo caminho de Bete-Jesimote, e no sul abaixo das faldas de Pisga;    4como também o termo de Ogue, rei de Basã, que era do restante dos refains, o qual habitava em Astarote, e em Edrei,    5e dominava no monte Hermom, e em Salca, e em toda a Basã, até o termo dos gesureus e dos maacateus, e metade de Gileade, termo de siom, rei de Hesbom.    6Moisés, servo do Senhor, e os filhos de Israel os feriram; e Moisés, servo do Senhor, deu essa terra em possessão aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia tribo de Manassés:    7E estes são os reis da terra, aos quais Josué e os filhos de Israel feriram, do Jordão para o ocidente, desde Baal-Gade, no vale do Líbano, até o monte Halaque, que sobe a Seir (e Josué deu as suas terras às tribos de Israel em possessão, segundo as suas divisoes,    8isto é, o que havia na região montanhosa, na baixada, na Arabá, nas faldas das montanhas, no deserto e no Negebe: o heteu, o amorreu, e o cananeu, o perizeu, o heveu, e o jebuseu);    9o rei de Jericó, o rei de Ai, que está ao lado de Betel,    10o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom,    11o rei de Jarmute, o rei de Laquis,    12o rei de Eglom, o rei de Gezer,    13o rei de Debir, o rei de Geder,    14o rei de Horma, o rei de Arade,    15o rei de Libna, o rei de Adulão,    16o rei de Maqueda, o rei de Betel,    17o rei de Tapua, o rei de Hefer,    18o rei de Afeque, o rei de Lassarom,    19o rei de Madom, o rei de Hazor,    20o rei de Sinrom-Merom, o rei de Acsafe,    21o rei de Taanaque, o rei de Megido,    22o rei de Quedes, o rei de Jocneão do Carmelo,    23o rei de Dor no outeiro de Dor, o rei de Goiim em Gilgal,    24o rei de Tirza: trinta e um reis ao todo.   

Chapter 13

1Era Josué já velho e avançado em anos, quando lhe disse o Senhor: Já estás velho e avançado em anos, e ainda fica muitíssima terra para se possuir.    2A terra que ainda fica é esta: todas as regiões dos filisteus, bem como todas as dos gesureus,    3desde Sior, que está defronte do Egito, até o termo de Ecrom para o norte, que se tem como pertencente aos cananeus; os cinco chefes dos filisteus; o gazeu, o asdodeu, o asqueloneu, o giteu, e o ecroneu; também os aveus;    4no sul toda a terra, dos cananeus, e Meara, que pertence aos sidônios, até Afeca, até o termo dos amorreus;    5como também a terra dos Gebalitas, e todo o Líbano para o nascente do sol, desde Baal-Gade, ao pé do monte Hermom, até a entrada de Hamate;    6todos os habitantes da região montanhosa desde o Líbano até Misrefote-Maim, a saber, todos os sidônios. Eu os lançarei de diante dos filhos de Israel; tão-somente reparte a terra a Israel por herança, como já te mandei.    7Reparte, pois, agora esta terra por herança às nove tribos, e à meia tribo de Manassés.    8Com a outra meia tribo os rubenitas e os gaditas já haviam recebido a sua herança do Jordão para o oriente, a qual Moisés, servo do Senhor, lhes tinha dado:    9desde Aroer, que está à borda do vale do Arnom, e a cidade que está no meio do vale, e todo o planalto de Medeba até Dibom;    10e todas as cidades de Siom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, até o termo dos amonitas;    11e Gileade, e o território dos gesureus e dos maacateus, e todo o monte Hermom, e toda a Basã até Salca;    12todo o reino de Ogue em Basã, que reinou em Astarote e em Edrei (ele era dos refains que ficaram); pois que Moisés os feriu e expulsou.    13Contudo os filhos de Israel não expulsaram os gesureus nem os maacateus, os quais ficaram habitando no meio de Israel até o dia de hoje.    14Tão-somente à tribo de Levi não deu herança; as ofertas queimadas ao Senhor, Deus de Israel, são a sua herança, como lhe tinha dito.    15Assim Moisés deu herança à tribo dos filhos de Rúben conforme as suas famílias.    16E foi o seu território desde Aroer, que está à borda do vale do Amom, e a cidade que está no meio do vale, e todo o planalto junto a Medeba;    17Hesbom, e todas as suas cidades que estão no planalto; Dibom, Bamote-Baal e Bete-Baal-Meom;    18Jaza, Qa espada até serem consumidos, então todo o Israel    19Quiriataim, Sibma e Zerete-Saar, no monte do vale;    20Bete-Peor, as faldas de Pisga e Bete-Jesimote;    21todas as cidades do planalto, e todo o reino de Siom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, a quem Moisés feriu juntamente com os príncipes de Midiã: Evi, Requem, Zur, Hur e Reba, príncipes de Siom, que moravam naquela terra.    22Também ao adivinho Balaão, filho de Beor, os filhos de Israel mataram à espada, juntamente com os demais que por eles foram mortos.    23E ficou sendo o Jordão o termo dos filhos de Rúben. Essa região, com as suas cidades e aldeias, foi a herança dos filhos de Rúben, segundo as suas famílias.    24Também deu Moisés herança à tribo de Gade, aos filhos de Gade, segundo as suas famílias.    25E foi o seu território Jazer, e todas as cidades de Gileade, e metade da terra dos amonitas, até Aroer, que está defronte de Rabá;    26e desde Hesbom até Ramá-Mizpe, e Betonim, e desde Maanaim até o termo de Debir;    27e no vale, Bete-Arã, Bete-Ninra, Sucote e Zafom, resto do reino de Siom, rei de Hesbom, tendo o Jordão por termo, até a extremidade do mar de Quinerete, do Jordão para o oriente.    28Essa região, com as suas cidades e aldeias, foi a herança dos filhos da Gade, segundo as suas famílias.    29Também deu Moisés herança à meia tribo de Manassés; a qual foi repartida à meia tribo dos filhos de Manassés segundo as suas famílias.    30Foi o seu território desde Maanaim; toda a Basã, todo o reino de Ogue, rei de Basã, e todas as aldeias de Jair, que estão em Basã, sessenta ao todo;    31e metade de Gileade, e Astarote, e Edrei, cidades do reino de Ogue, em Basã, foram para os filhos de Maquir, filho de Manassés, isto é, para a metade dos filhos de Maquir, segundo as suas famílias.    32Isso é o que Moisés repartiu em herança nas planícies de Moabe, do Jordão para o oriente, na altura de Jericó.    33Contudo, à tribo de Levi Moisés não deu herança; o Senhor, Deus de Israel, é a sua herança, como lhe tinha dito.   

Chapter 14

1Estas, pois, são as heranças que os filhos de Israel receberam na terra de Canaã, as quais Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças das casas paternas das tribos dos filhos de Israel lhes repartiram.    2Foi feita por sorte a partilha da herança entre as nove tribos e meia, como o Senhor ordenara por intermédio de Moisés.    3Porquanto às duas tribos e meia Moisés já dera herança além do Jordão; mas aos levitas não deu herança entre eles.    4Os filhos de José eram duas tribos, Manassés e Efraim; e aos levitas não se deu porção na terra, senão cidades em que habitassem e os arrabaldes delas para o seu gado e para os seus bens. :    5Como o Senhor ordenara a Moises, assim fizeram os filhos de Israel e repartiram a terra.    6Então os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, lhe disse: Tu sabes o que o Senhor falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, a respeito de mim e de ti.    7Quarenta anos tinha eu quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-Barnéia para espiar a terra, e eu lhe trouxe resposta, como sentia no meu coração.    8Meus irmãos que subiram comigo fizeram derreter o coraçao o povo; mas eu perseverei em seguir ao Senhor meu Deus.    9Naquele dia Moisés jurou, dizendo: Certamente a terra em que pisou o teu pé te será por herança a ti e a teus filhos para sempre, porque perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus.    10E agora eis que o Senhor, como falou, me conservou em vida estes quarentá e cinco anos, desde o tempo em que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos;    11ainda hoje me acho tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar.    12Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.    13Então Josué abençoou a Calebe, filho de Jefoné, e lhe deu Hebrom em herança.    14Portanto Hebrom ficou sendo herança de Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, até o dia de hoje, porquanto perseverara em seguir ao Senhor Deus de Israel.    15Ora, o nome de Hebrom era outrora Quiriate-Arba, porque Arba era o maior homem entre os anaquins. E a terra repousou da guerra.   

Chapter 15

1A sorte que coube à tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias, se estende até o termo de Edom, até o deserto de Zim para o sul, na extremidade do lado meridional    2O seu termo meridional, partindo da extremidade do Mar Salgado, da baía que dá para o sul,    3estende-se para o sul, até a subida de Acrabim, passa a Zim, sobe pelo sul de Cades-Barnéia, passa por Hezrom, sobe a Adar, e vira para Carca;    4daí passa a Azmom, chega até o ribeiro do Egito, e por ele vai até o mar. Este será o vosso termo meridional.    5O termo oriental é o Mar Salgado, até a foz do Jordão. O termo setentrional, partindo da baía do mar na foz do Jordão,    6sobe até Bete-Hogla, passa ao norte de Bete-Arabá, e sobe até a pedra de Boã, filho de Rúben;    7sobe mais este termo a Debir, desde o vale de Acor, indo para o norte em direção a Gilgal, a qual está defronte da subida de Adumim, que se acha ao lado meridional do ribeiro; então continua este termo até as águas de En-Semes, e os seus extremos chegam a En-Rogel;    8sobe ainda pelo vale de Ben-Hinom, até a saliência meridional do monte jebuseu (isto é, Jerusalém); sobe ao cume do monte que está fronteiro ao vale de Hinom para o ocidente, na extremidade do vale dos refains para o norte;    9do cume do monte se estende até a fonte das águas de Neftoa e, seguindo até as cidades do monte de Efrom, estende-se ainda até Baalá (esta é Quiriate-Jearim) ;    10de Baalá este termo volta para o ocidente, até o monte Seir, passa ao lado do monte Jearim da banda do norte (este é Quesalom) , desce a Bete-Semes e passa por Timna;    11segue mais este termo até o lado de Ecrom para o norte e, indo para Siquerom e passando o monte de Baalá, chega a Jabneel; e assim este termo finda no mar.    12O termo ocidental é o mar grande. São esses os termos dos filhos de Judá ao redor, segundo as suas famílias.    13Deu-se, porém, a Calebe, filho de Jefoné, uma porção no meio dos filhos de Judá, conforme a ordem do Senhor a Josué, a saber, Quiriate-Arba, que é Hebrom (Arba era o pai de Anaque).    14E Calebe expulsou dali os três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai, descendentes de Anaque.    15Dali subiu contra os habitantes de Debir. Ora, o nome de Debir era dantes Quiriate-Sefer.    16Disse então Calebe: A quem atacar Quiriate-Sefer e a tomar, darei a minha filha Acsa por mulher.    17Tomou-a, pois, Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe; e este lhe deu a sua filha Acsa por mulher.    18Estando ela em caminho para a casa de Otniel, persuadiu-o que pedisse um campo ao pai dela. E quando ela saltou do jumento, Calebe lhe perguntou: Que é que tens?    19Respondeu ela: Dá-me um presente; porquanto me deste terra no Negebe, dá-me também fontes d'água. Então lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores.    20Esta é a herança da tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias.    21As cidades pertencentes à tribo dos filhos de Judá, no extremo sul, para o lado de Edom, são: Cabzeel, Eder, Jagur,    22Quiná, Dimona, Adada,    23Quedes, Hazor, Itnã,    24Zife, Telem, Bealote,    25Hazor-Hadada, Queriote-Hezrom (que é Hazor),    26Amã, Sema, Molada,    27Hazar-Gada, Hesmom, Bete-Pelete,    28Hazar-Sual, Berseba, Biziotiá,    29Baalá, Iim, Ezem,    30Eltolade, Quesil, Horma,    31Ziclague, Madmana, Sansana,    32Lebaote, Silim, Aim e Rimom; ao todo, vinte e nove cidades, e as suas aldeias.    33Na baixada: Estaol, Zorá, Asná,    34Zanoa, En-Ganim, Tapua, Enã,    35Jarmute, Adulão, Socó, Azeca,    36Saraim, Aditaim, Gedera e Gederotaim; catorze cidades e as suas aldeias.    37Zenã, Hadasa, Migdal-Gade,    38Dileã, Mizpe, Jocteel,    39Laquis, Bozcate, Erglom,    40Cabom, Laamás, Quitlis,    41Gederote, Bete-Dagom, Naama e Maqueda; dezesseis cidades e as suas aldeias.    42Libna, Eter, Asã,    43Iftá, Asná, Nezibe,    44Queila, Aczibe e Maressa; nove cidades e as suas aldeias.    45Ecrom, com as suas vilas e aldeias;    46desde Ecrom até o mar, todas as que estão nas adjacências de Asdode, e as suas aldeias;    47Asdode, com as suas vilas e aldeias; Gaza, com as suas vilas e aldeias, até o rio do Egito, e o mar grande, que serve de termo.    48E na região montanhosa: Samir, Jatir, Socó,    49Daná, Quiriate-Saná (que é Debir),    50Anabe, Estemó, Anim,    51Gósem Holom e Gilo; onze cidades e as suas aldeias.    52Arabe, Dumá, Esã,    53Janim, Bete-Tapua, Afeca,    54Hunta, Quiriate-Arba (que é Hebrom) e Zior; nove cidades e as suas aldeias.    55Maom, Carmelo, Zife, Jutá,    56Jizreel, Jocdeão, Zanoa,    57Caim, Gibeá e Timna; dez cidades e as suas aldeias.    58Halul, Bete-Zur, Gedor,    59Maarate, Bete-Anote e Eltecom; seis cidades e as suas aldeias.    60Quiriate-Baal (que é Quiriate-Jearim) e Rabá; duas cidades e as suas aldeias.    61No deserto: Bete-Arabá, Midim, Secaca,    62Nibsã, a cidade do Sal e En-Gedi; seis cidades e as suas aldeias.    63Não puderam, porém, os filhos de Judá expulsar os jebuseus que habitavam em Jerusalém; assim ficaram habitando os jebuseus com os filhos de Judá em Jerusalém, até o dia de hoje.   

Chapter 16

1Saiu depois a sorte dos filhos de José, a qual, partindo do Jordão, na altura de Jericó, junto às águas de Jericó ao oriente, se estende pelo deserto que sobe de Jericó através da região montanhosa até Betel;    2de Betel vai para Luz, e passa ao termo dos arquitas, até Atarote;    3desce para o ocidente até o termo dos jafletitas, até o termo de Bete-Horom de baixo, e daí até Gezer, indo terminar no mar.    4Assim receberam a sua herança os filhos de José, Manassés e Efraim.    5Ora, fica o termo dos filhos de Efraim, segundo as suas famílias, como se segue: para o oriente o termo da sua herança é Atarote-Adar até Bete-Horom de cima;    6sai este termo para o ocidente junto a Micmetá ao norte e vira para o oriente até Taanate-Siló, margeando-a a leste de Janoa;    7desce de Janoa a Atarote e a Naarate, toca em Jericó e termina no Jordão:    8De Tapua estende-se para o ocidente até o ribeiro de Caná, e vai terminar no mar. Esta é a herança da tribo dos filhos de Efraim, segundo as suas famílias,    9juntamente com as cidades que se separaram para os filhos de Efraim no meio da herança dos filhos de Manassés, todas as cidades e suas aldeias.    10E não expulsaram aos cananeus que habitavam em Gezer; mas os cananeus ficaram habitando no meio dos efraimitas até o dia de hoje, e tornaram-se servos, sujeitos ao trabalho forçado.   

Chapter 17

1Também coube sorte à tribo de Manassés, porquanto era o primogênito de José. Quanto a Maquir, o primogênito de Manassés, pai de Gileade, porquanto era homem de guerra, obtivera Gileade e Basã.    2Também os outros filhos de Manassés tiveram a sua parte, segundo as suas famílias, a saber: os filhos de Abiezer, os filhos de Heleque, os filhos de Asriel, os filhos de Siquém, os filhos de Hefer, e os filhos de semida. Esses são os filhos de Manassés, filho de José, segundo as suas famílias.    3Zelofeade, porém, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, não teve filhos, mas só filhas; e estes são os nomes de suas filhas: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza.    4Estas, pois, se apresentaram diante de Eleazar, o sacerdote, e diante de Josué, filho de Num, e diante dos príncipes, dizendo: O Senhor ordenou a Moisés que se nos desse herança no meio de nossos irmãos. Pelo que se lhes deu herança no meio dos irmãos de seu pai, conforme a ordem do Senhor.    5E couberam a Manassés dez quinhões, afora a terra de Gileade e Basã, que está além do Jordão;    6porque as filhas de Manassés possuíram herança entre os filhos dele; e a terra de Gileade coube aos outros filhos de Manassés.    7Ora, o termo de Manassés vai desde Aser até Micmetá, que está defronte de Siquém; e estende-se pela direita até os moradores de En-Tapua.    8A terra de Tapua ficou pertencendo a Manassés; porém Tapua, junto ao termo de Manassés, pertencia aos filhos de Efraim .    9Então desce este termo ao ribeiro de Caná; a Efraim couberam as cidades ao sul do ribeiro no meio das cidades de Manassés; o termo de Manassés está ao norte do ribeiro, e vai até o mar.    10Ao sul a terra é de Efraim, e ao norte de Manassés, sendo o mar o seu termo. Estendem-se ao norte até Aser, e ao oriente até Issacar    11Porque em Issacar e em Aser couberam a Manassés Bete-Seã e suas vilas, Ibleão e suas vilas, os habitantes de Dor e suas vilas, os habitantes de En-Dor e suas vilas, os habitantes de Taanaque e suas vilas, e os habitantes de Megido e suas vilas, com os seus três outeiros.    12Contudo os filhos de Manassés não puderam expulsar os habitantes daquelas cidades, porquanto os cananeus persistiram em habitar naquela terra.    13Mas quando os filhos de Israel se tornaram fortes, sujeitaram os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsaram de todo.    14Então os filhos de José falaram a Josué, dizendo: Por que me deste por herança apenas uma sorte e um quinhão, sendo eu um povo numeroso, porquanto o Senhor até aqui me tem abençoado?    15Respondeu-lhes Josué: Se és povo numeroso, sobe ao bosque, e corta para ti lugar ali na terra dos perizeus e dos refains, desde que a região montanhosa de Efraim te é estreita demais.    16Tornaram os filhos de José: A região montanhosa não nos bastaria; além disso todos os cananeus que habitam na terra do vale têm carros de ferro, tanto os de Bete-Seã e das suas vilas, como os que estão no vale de Jizreel.    17Então Josué falou a casa de José, isto é, a Efraim e a Manassés, dizendo: Povo numeroso és tu, e tens grande força; não terás uma sorte apenas;    18porém a região montanhosa será tua; ainda que é bosque, cortá-lo-ás, e as suas extremidades serão tuas; porque expulsarás os cananeus, não obstante terem eles carros de ferro e serem fortes:   

Chapter 18

1Ora, toda a congregação dos filhos de Israel, havendo conquistado a terra, se reuniu em Siló, e ali armou a tenda da revelação.    2E dentre os filhos de Israel restavam sete tribos que ainda não tinham repartido a sua herança.    3Disse, pois, Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis remissos em entrardes para possuir a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu?    4Designai vós a três homens de cada tribo, e eu os enviarei; e eles sairão a percorrer a terra, e a demarcarão segundo as suas heranças, e voltarão a ter comigo.    5Reparti-la-ão em sete partes; Judá ficará no seu termo da banda do sul; e a casa de José ficará no seu termo da banda do norte.    6Sim, vós demarcareis a terra em sete partes, e me trareis a mim a sua descrição; eu vos lançarei as sortes aqui perante o Senhor nosso Deus.    7Porquanto os levitas não têm parte no meio de vós, porque o sacerdócio do Senhor é a sua herança; e Gade, Rúben e a meia tribo de Manassés já receberam a sua herança além do Jordão para o oriente, a qual lhes deu Moisés, servo do Senhor.    8Então aqueles homens se aprontaram para saírem; e Josué deu ordem a esses que iam demarcar a terra, dizendo: Ide, percorrei a terra, e demarcai-a; então vinde ter comigo; e aqui em Siló vos lançarei as sortes perante o Senhor.    9Foram, pois, aqueles homens e, passando pela terra, a demarcaram em sete partes segundo as suas cidades, descrevendo-a num livro; e voltaram a Josué, ao arraial em Siló.    10Então Josué lhes lançou as sortes em Siló, perante o Senhor; e ali repartiu Josué a terra entre os filhos de Israel, conforme as suas divisões.    11E surgiu a sorte da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, e coube-lhe o território da sua sorte entre os filhos de Judá e os filhos de José.    12O seu termo ao norte, partindo do Jordão, vai até a saliência ao norte de Jericó e, subindo pela região montanhosa para o ocidente, chega até o deserto de Bete-Áven;    13dali passa até Luz, ao lado de Luz (que é Betel) para o sul; e desce a Atarote-Adar, junto ao monte que está ao sul de Bete-Horom de baixo;    14e vai este termo virando, pelo lado ocidental, para o sul desde o monte que está defronte de Bete-Horom; e chega a Quiriate-Baal (que é Quiriate-Jearim), cidade dos filhos de Judá. Esta é a sua fronteira ocidental.    15A sua fronteira meridional começa desde a extremidade de Quiriate-Jearim, e dali se estende até Efrom, até a fonte das águas de Neftoa;    16desce à extremidade do monte que está fronteiro ao vale de Ben-Hinom, que está no vale dos refains, para o norte; também desce ao vale de Hinom da banda dos jebuseus para o sul; e desce ainda até En-Rogel;    17passando para o norte, chega a En-Semes, e dali sai a Gelilote, que está defronte da subida de Adumim; desce à pedra de Boã, filho de Rúben;    18segue para o norte, margeando a Arabá, e desce ainda até a Arabá;    19segue dali para o norte, ladeando Bete-Hogla; e os seus extremos chegam à baía setentrional do Mar Salgado, na extremidade meridional do Jordão. Esse é o termo do sul.    20E o Jordão é o seu termo oriental. Essa é a herança dos filhos de Benjamim, pelos seus termos ao redor, segundo as suas famílias.    21Ora, as cidades da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, são: Jericó, Bete-Hogla, Emeque-Queziz,    22Bete-Arabá, Zemaraim, Betel,    23Avim, Pará, Ofra,    24Quefar-Ha-Amonai. Ofni e Gaba; doze cidades e as suas aldeias.    25Gibeão, Ramá, Beerote,    26Mizpe, Cefira, Moza,    27Requem, Irpeel, Tarala,    28Zela, Elefe e Jebus (esta é Jerusalém), Gibeá e Quiriate; catorze cidades e as suas aldeias. Essa é a herança dos filhos de Benjamim, segundo as suas familias.   

Chapter 19

1Saiu a segunda sorte a Simeão, isto é, à tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas famílias; e foi a sua herança no meio da herança dos filhos de Judá.    2Tiveram, pois, na sua herança: Berseba, Seba, Molada,    3Hazar-Sual, Balá, Ezem,    4Eltolade, Betul, Horma,    5Ziclague, Bete-Marcabote, Hazar-Susa,    6Bete-Lebaote e Saruém; treze cidades e as suas aldeias.    7Aim, Rimom, Eter e Asã; quatro cidades e as suas aldeias;    8e todas as aldeias que havia em redor dessas cidades, até Baalate-Ber, que é Ramá do sul. Essa é a herança da tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas famílias.    9Ora, do quinhão dos filhos de Judá tirou-se a herança dos filhos de Simeão, porquanto a porção dos filhos de Judá era demasiadamente grande para eles; pelo que os filhos de Simeão receberam herança no meio da herança deles.    10Surgiu a terceira sorte aos filhos de Zebulom, segundo as suas familias. Vai o termo da sua herança até Saride;    11sobe para o ocidente até Marala, estende-se até Dabesete, e chega até o ribeiro que está defronte de Jocneão;    12de Saride vira para o oriente, para o nascente do sol, até o termo de Quislote-Tabor, estende-se a Daberate, e vai subindo a Jafia;    13dali passa para o oriente a Gate-Hefer, a Ete-Cazim, chegando a Rimom-Metoar e virando-se para Neá;    14vira ao norte para Hanatom, e chega ao vale de Iftael;    15e Catate, Naalal, Sinrom, Idala e Belém; doze cidades e as suas aldeias.    16Essa é a herança dos filhos de Zebulom, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.    17A quarta sorte saiu aos filhos de Issacar, segundo as suas famílias.    18Vai o seu termo até Jizreel, Quesulote, Suném.    19Hafaraim, Siom, Anaarate,    20Rabite, Quisiom, Abes,    21Remete, En-Ganim, En-Hada e Bete-Pazez,    22estendendo-se este termo até Tabor, Saazima e Bete-Semes; e vai terminar no Jordão; dezesseis cidades e as suas aldeias.    23Essa é a herança da tribo dos filhos de Issacar, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.    24Saiu a quinta sorte à tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias.    25O seu termo inclui Helcate, Hali, Bétem, Acsafe,    26Alameleque, Amade e Misal; estende-se para o ocidente até Carmelo e Sior-Libnate;    27vira para o nascente do sol a Bete-Dagom; chega a Zebulom e ao vale de Iftael para o norte, até Bete-Emeque e Neiel; estende-se pela esquerda até Cabul,    28Ebrom, Reobe, Hamom e Caná, até a grande Sidom;    29vira para Ramá, e para a cidade fortificada de Tiro, desviando-se então para Hosa, donde vai até o mar; Maalabe, Aczibe,    30Umá, Afeca e Reobe; ao todo, vinte e duas cidades e as suas aldeias.    31Essa é a herança da tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.    32Saiu a sexta sorte aos filhos de Naftali, segundo as suas famílias.    33Vai o seu termo desde Helefe e desde o carvalho em Zaananim, e Adâmi-Nequebe e Jabneel, até Lacum, terminando no Jordão;    34vira para o ocidente até Aznote-Tabor, e dali passa a Hucoque; chega a Zebulom, da banda do sul, e a Aser, da banda do ocidente, e a Judá, à margem do Jordão, para o oriente.    35E são as cidades fortificadas: Zidim, Zer, Hamate, Racate, Quinerete,    36Adama, Ramá, Hazor,    37Quedes, Edrei, En-Hazor,    38Irom, Migdal-El, Horem, Bete-Anate e Bete-Semes; dezenove cidades e as suas aldeias.    39Essa é a herança da tribo dos filhos de Naftali, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.    40A sétima sorte saiu à tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias.    41O termo da sua herança inclui: Zorá, Estaol, Ir-Semes,    42Saalabim, Aijalom, Itla,    43Elom, Timnate, Ecrom,    44Elteque, Gibetom, Baalate,    45Jeúde, Bene-Beraque, Gate-Rimom,    46Me-Jarcom e Racom, com o território defronte de Jope.    47Saiu, porém, pequena o território dos filhos de Dã; pelo que os filhos de Dã subiram, pelejaram contra Lesem e a tomaram; feriram-na ao fio da espada, tomaram posse dela e habitaram-na; e a Lesem chamaram Dã, conforme o nome de Dã, seu pai.    48Essa é a herança da tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.    49Tendo os filhos de Israel acabado de repartir a terra em herança segundo os seus termos, deram a Josué, filho de Num, herança no meio deles.    50Segundo a ordem do Senhor lhe deram a cidade que pediu, Timnate-Sera, na região montanhosa de Efraim; e ele reedificou a cidade, e habitou nela.    51Essas são as heranças que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças das casas paternas nas tribos dos filhos de Israel repartiram em herança por sorte em Siló, perante o Senhor, à porta da tenda da revelação. E assim acabaram de repartir a terra.   

Chapter 20

1Falou mais o Senhor a Josué:    2Dize aos filhos de Israel: Designai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei por intermédio de Moisés,    3a fim de que fuja para ali o homicida, que tiver matado alguma pessoa involuntariamente, e não com intento; e elas vos servirão de refúgio contra o vingador do sangue.    4Fugindo ele para uma dessas cidades, apresentar-se-á à porta da mesma, e exporá a sua causa aos anciãos da tal cidade; então eles o acolherão ali e lhe darão lugar, para que habite com eles.    5Se, pois, o vingador do sangue o perseguir, não lhe entregarão o homicida, porquanto feriu a seu próximo sem intenção e sem odiá-lo dantes.    6E habitará nessa cidade até que compareça em juizo perante a congregação, até que morra o sumo sacerdote que houver naqueles dias; então o homicida voltará, e virá à sua cidade e à sua casa, à cidade donde tiver fugido.    7Então designaram a Quedes na Galiléia, na região montanhosa de Naftali, a Siquém na região montanhosa de Efraim, e a Quiriate-Arba (esta é Hebrom) na região montanhosa de Judá.    8E, além do Jordão na altura de Jericó para o oriente, designaram a Bezer, no deserto, no planalto da tribo de Rúben a Ramote, em Gileade, da tribo de Gade, e a Golã, em Basã, da tribo de Manassés.    9Foram estas as cidades designadas para todos os filhos de Israel, e para o estrangeiro que peregrinasse entre eles, para que se acolhesse a elas todo aquele que matasse alguma pessoa involuntariamente, para que não morresse às mãos do vingador do sangue, até se apresentar perante a congregaçao.   

Chapter 21

1Então os cabeças das casas paternas dos levitas chegaram a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das casas paternas nas tribos dos filhos de Israel,    2em Siló, na terra de Canaã, e lhes falaram, dizendo: O Senhor ordenou, por intermédio de Moisés, que se nos dessem cidades em que habitássemos, e os seus arrabaldes para os nossos animais.    3Pelo que os filhos de Israel deram aos levitas, da sua herança, conforme a ordem do Senhor, as seguintes cidades e seus arrabaldes.    4Saiu, pois, a sorte às famílias dos coatitas; e aos filhos de Arão, o sacerdote, que eram dos levitas, caíram por sorte, da tribo de Judá, da tribo de Simeão e da tribo de Benjamim, treze cidades;    5aos outros filhos de Coate caíram por sorte, das famílias da tribo de Efraim, da tribo de Dã e da meia tribo de Manassés, dez cidades;    6aos filhos de Gérson caíram por sorte, das famílias da tribo de Issacar, da tribo de Aser, da tribo de Naftali e da meia tribo de Manassés em Basã, treze cidades;    7e aos filhos de Merári, segundo as suas familias, da tribo de Rúben, da tribo de Gade e da tribo de Zebulom, doze cidades.    8Assim deram os filhos de Israel aos levitas estas cidades e seus arrabaldes por sorte, como o Senhor ordenara por intermédio de Moisés.    9Ora, deram, da tribo dos filhos de Judá e da tribo dos filhos de Simeão, estas cidades que por nome vão aqui mencionadas,    10as quais passaram a pertencer aos filhos de Arão, sendo estes das famílias dos coatitas e estes, por sua vez, dos filhos de Levi; porquanto lhes caiu a primeira sorte.    11Assim lhes deram Quiriate-Arba, que é Hebrom, na região montanhosa de Judá, e seus arrabaldes em redor (Arba era o pai de Anaque).    12Mas deram o campo da cidade e suas aldeias a Calebe, filho de Jefoné, por sua possessão.    13Aos filhos de Arão, o sacerdote, deram Hebrom, cidade de refúgio do homicida, e seus arrabaldes, Libna e seus arrabaldes,    14Jatir e seus arrabaldes, Estemoa e seus arrabaldes,    15Holom e seus arrabaldes, Debir e seus arrabaldes,    16Aim e seus arrabaldes, Jutá e seus arrabaldes, Bete-Semes e seus arrabaldes; nove cidades dessas duas tribos.    17E da tribo de Benjamim, Gibeão e seus arrabaldes, Geba e seus arrabaldes,    18Anatote e seus arrabaldes, Almom e seus arrabaldes; quatro cidades.    19Todas as cidades dos sacerdotes, filhos de Arão, foram treze cidades e seus arrabaldes.    20As famílias dos filhos de Coate, levitas, isto é, os demais filhos de Coate, receberam as cidades da sua sorte; da tribo de Efraim    21deram-lhes Siquém, cidade de refúgio do homicida, e seus arrabaldes, na região montanhosa de Efraim, Gezer e seus arrabaldes,    22Quibzaim e seus arrabaldes, Bete-Horom e seus arrabaldes; quatro cidades.    23E da tribo de Dã, Elteque e seus arrabaldes, Gibetom e seus arrabaldes,    24Aijalom e seus arrabaldes, Gate-Rimon e seus arrabaldes; quatro cidades.    25E da meia tribo de Manassés, Taanaque e seus arrabaldes, e Gate-Rimon e seus arrabaldes; duas cidades.    26As famílias dos demais filhos de Coate tiveram ao todo dez cidades e seus arrabaldes.    27Aos filhos de Gérsom das famílias dos levitas, deram, da meia tribo de Manassés, Golã, cidade de refúgio do homicida, em Basã, e seus arrabaldes, e Beesterá e seus arrabaldes; duas cidades.    28E da tribo de Issacar, Quisiom e seus arrabaldes, Daberate e seus arrabaldes,    29Jarmute e seus arrabaldes, En-Ganim e seus arrabaldes; quatro cidades.    30E da tribo de Aser, Misal e seus arrabaldes, Abdom e seus arrabaldes,    31Helcate e seus arrabaldes, Reobe e seus arrabaldes; quatro cidades.    32E da tribo de Naftali, Quedes, cidade de refúgio do homicida, na Galiléia, e seus arrabaldes, Hamote-Dor e seus arrabaldes, Cartã e seus arrabaldes; três cidades.    33Todas as cidades dos gersonitas, segundo as suas famílias, foram treze cidades e seus arrabaldes.    34Âs famílias dos filhos de Merári, aos demais levitas, deram da tribo de Zebulom, Jocneão e seus arrabaldes, Cartá e seus arrabaldes,    35Dimna e seus arrabaldes, Naalal e seus arrabaldes; quatro cidades.    36E da tribo de Rúben, Bezer e seus arrabaldes, Jaza e seus arrabaldes,    37Quedemote e seus arrabaldes, Mefaate e seus arrabaldes; quatro cidades.    38E da tribo de Gade, Ramote, cidade de refúgio do homicida, em Gileade, e seus arrabaldes, Maanaim e seus arrabaldes,    39Hesbom e seus arrabaldes, Jazer e seus arrabaldes; ao todo, quatro cidades.    40Todas essas cidades couberam por sorte aos filhos de Merári, segundo as suas famílias, o restante das familias dos levitas; foram, ao todo, doze cidades.    41Todas as cidades dos levitas, no meio da herança dos filhos de Israel, foram quarenta e oito cidades e seus arrabaldes.    42Cada uma dessas cidades tinha os seus arrabaldes em redor; assim foi com todas elas.    43Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que, com juramento, prometera dar a seus pais; e eles a possuíram e habitaram nela.    44E o Senhor lhes deu repouso de todos os lados, conforme tudo quanto jurara a seus pais; nenhum de todos os seus inimigos pôde ficar de pé diante deles, mas a todos o Senhor lhes entregou nas mãos.    45Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor prometera à casa de Israel; tudo se cumpriu.   

Chapter 22

1Então Josué chamou os rubenitas, os gaditas e a meia tribo de Manassés,    2e disse-lhes: Tudo quanto Moisés, servo do Senhor, vos ordenou, tendes observado, bem como tendes obedecido à minha voz em tudo quanto vos ordenei.    3A vossos irmãos nunca desamparastes, até o dia de hoje, mas tendes observado cuidadosamente o mandamento do Senhor vosso Deus.    4Agora o Senhor vosso Deus deu descanso a vossos irmãos, como lhes prometera; voltai, pois, agora, e ide para as vossas tendas, para a terra da vossa possessão, que Moisés, servo do Senhor, vos deu além do Jordão.    5Tão-somente tende cuidado de guardar com diligência o mandamento e a lei que Moisés, servo do Senhor, vos ordenou: que ameis ao Senhor vosso Deus, andeis em todos os seus caminhos, guardeis os seus mandamentos, e vos apegueis a ele e o sirvais com todo o vosso coração e com toda a vossa alma.    6Assim Josué os abençoou, e os despediu; e eles foram para as suas tendas.    7Ora, Moisés dera herança em Basã à meia tribo de Manassés, porém à outra metade Josué deu herança entre seus irmãos, a oeste do Jordão. E quando Josué os enviou para as suas tendas os abençoou    8e lhes disse: Voltai para as vossas tendas com grandes riquezas: com muitíssimo gado, com prata e ouro, com cobre e ferro, e com muitíssimos vestidos; e reparti com vossos irmãos o despojo dos vossos inimigos.    9Assim voltaram os filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés, separando-se dos filhos de Israel em Siló, que está na terra de Canaã, para irem à terra de Gileade, à terra da sua possessão, de que foram feitos possuidores, segundo a ordem do Senhor por intermédio de Moisés.    10Tendo chegado à região junto ao Jordão, ainda na terra de Canaã, os filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés edificaram ali, à beira do Jordão, um altar de grandes proporções.    11E os filhos de Israel ouviram dizer: Eis que os filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés edificaram um altar na fronteira da terra de Canaã, na região junto ao Jordão, da banda que pertence aos filhos de Israel.    12Quando os filhos de Israel ouviram isto, congregaram-se todos em Siló, para subirem a guerrear contra eles.    13Então os filhos de Israel enviaram aos filhos de Rúben aos filhos de Gade e à meia tribo de Manassés, à terra de Gileade, Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote,    14e com ele dez príncipes, um príncipe de cada casa paterna de todas as tribos de Israel; e eles eram os cabeças das suas casas paternas entre os milhares de Israel.    15Foram, pois, ter com os filhos de Rúben e os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés, à terra de Gileade, e lhes disseram:    16Assim diz toda a congregação do Senhor: Que transgressão é esta que cometestes contra o Deus de Israel, deixando hoje de seguir ao Senhor, edificando-vos um altar para vos rebelardes hoje contra o Senhor?    17Acaso nos é pouca a iniqüidade de Peor, de que ainda até o dia de hoje não nos temos purificado, apesar de ter vindo uma praga sobre a congregaçao do Senhor,    18para que hoje queirais abandonar ao Senhor? Será que, rebelando-vos hoje contra o Senhor, amanhã ele se irará contra toda a congregação de Israel.    19Se é, porém, que a terra da vossa possessão é imunda, passai para a terra da possessão do Senhor, onde habita o tabernáculo do Senhor, e tomai possessão entre nós; mas não vos rebeleis contra o Senhor, nem tampouco vos rebeleis contra nós, edificando-vos um altar afora o altar do Senhor nosso Deus.    20Não cometeu Acã, filho de Zerá, transgressão no tocante ao anátema? e não veio ira sobre toda a congregação de Israel? de modo que não pereceu ele só na sua iniqüidade.    21Então responderam os filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés, e disseram aos cabeças dos milhares de Israel:    22O Poderoso, Deus, o Senhor, o Poderoso, Deus, o Senhor, ele o sabe, e Israel mesmo o saberá! Se foi em rebeldia, ou por transgressão contra o Senhor não nos salves hoje;    23se nós edificamos um altar, para nos tornar de após o Senhor, ou para sobre ele oferecer holocausto e oferta de cereais, ou sobre ele oferecer sacrifícios de ofertas pacíficas, o Senhor mesmo de nós o requeira;    24e se antes o não fizemos com receio e de propósito, dizendo: Amanhã vossos filhos poderiam dizer a nossos filhos: Que tendes vós com o Senhor Deus de Israel?    25Pois o Senhor pôs o Jordão por termo entre nós e vós, ó filhos de Rúben e ó filhos de Gade; não tendes parte no Senhor. Assim bem poderiam vossos filhos fazer com que os nossos filhos deixassem de temer ao Senhor.    26Pelo que dissemos: Edifiquemos agora um altar, não para holocausto, nem para sacrifício,    27mas para que, entre nós e vós, e entre as nossas gerações depois de nós, nos sirva de testemunho para podermos fazer o serviço do Senhor diante dele com os nossos holocaustos, com os nossos sacrifícios e com as nossas ofertas pacíficas; para que vossos filhos não digam amanhã a nossos filhos: Não tendes parte no Senhor.    28Pelo que dissemos: Quando amanhã disserem assim a nós ou às nossas gerações, então diremos: Vede o modelo do altar do Senhor que os nossos pais fizeram, não para holocausto nem para sacrifício, porém para ser testemunho entre nós e vós,    29Longe esteja de nós que nos rebelemos contra o Senhor, ou que hoje o abandonemos, edificando altar para holocausto, oferta de cereais ou sacrifício, afora o altar do Senhor nosso Deus, que está perante o seu tabernáculo.    30Quando, pois, Finéias, o sacerdote, e os príncipes da congregação, os cabeças dos milhares de Israel que estavam com ele, ouviram as palavras que lhes disseram os filhos de Rúben os filhos de Gade e os filhos de Manassés, ficaram satisfeitos.    31Então disse Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, aos filhos de Rúben aos filhos de Gade e aos filhos de Manassés: Hoje sabemos que o Senhor está no meio de nós, porquanto não cometestes tal transgressão contra o Senhor; agora livrastes os filhos de Israel da mão do Senhor.    32E Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, e os príncipes, deixando os filhos de Rúben e os filhos de Gade, voltaram da terra de Gileade para a terra de Canaã, aos filhos de Israel, e trouxeram-lhes a resposta.    33E com isso os filhos de Israel ficaram satisfeitos; e louvaram a Deus, e não falaram mais de subir a guerrear contra eles, para destruírem a terra em que habitavam os filhos de Rúben e os filhos de Gade.    34E os filhos de Rúben e os filhos de Gade chamaram ao altar Testemunha; pois, disseram eles, é testemunho entre nós que o Senhor é Deus.   

Chapter 23

1Passados muitos dias, tendo o Senhor dado repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e sendo Josué já velho, de idade muito avançada,    2chamou Josué a todo o Israel, aos seus anciãos, aos seus cabeças, aos seus juízes e aos seus oficiais, e disse-lhes: Eu já sou velho, de idade muito avançada;    3e vós tendes visto tudo quanto o Senhor vosso Deus fez a todas estas nações por causa e vós, porque é o Senhor vosso Deus que tem pelejado por vós.    4Vede que vos reparti por sorte estas nações que restam, para serem herança das vossas tribos, juntamente com todas as naçoes que tenho destruído, desde o Jordão até o grande mar para o pôr do sol.    5E o Senhor vosso Deus as impelirá, e as expulsará de diante de vós; e vós possuireis a sua terra, como vos disse o Senhor vosso Deus.    6Esforçai-vos, pois, para guardar e cumprir tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés, para que dela não vos desvieis nem para a direita nem para a esquerda;    7para que não vos mistureis com estas nações que ainda restam entre vós; e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis.    8Mas ao Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizeste até o dia de hoje;    9pois o Senhor expulsou de diante de vós grandes e fortes nações, e, até o dia de hoje, ninguém vos tem podido resistir.    10um só homem dentre vós persegue a mil, pois o Senhor vosso Deus é quem peleja por vós, como já vos disse.    11Portanto, cuidai diligentemente de amar ao Senhor vosso Deus.    12Porque se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao resto destas nações que ainda ficam entre vós, e com elas contrairdes matrimônio, e entrardes a elas, e elas a vós,    13sabei com certeza que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós; porém elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos, até que pereçais desta boa terra que o Senhor vosso Deus vos deu.    14Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado uma só palavra de todas as boas coisas que a vosso respeito falou o Senhor vosso Deus; nenhuma delas falhou, mas todas se cumpriram.    15E assim como vos sobrevieram todas estas boas coisas de que o Senhor vosso Deus vos falou, assim trará o Senhor sobre vós todas aquelas más coisas, até vos destruir de sobre esta boa terra que ele vos deu.    16Quando transgredirdes o pacto do Senhor vosso Deus, que ele vos ordenou, e fordes servir a outros deuses, inclinando-vos a eles, a ira do Senhor se acenderá contra vós, e depressa perecereis de sobre a boa terra que ele vos deu.   

Chapter 24

1Depois Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém, e chamou os anciãos de Israel, os seus cabeças, os seus juízes e os seus oficiais; e eles se apresentaram diante de Deus.    2Disse então Josué a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do Rio habitaram antigamente vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor; e serviram a outros deuses.    3Eu, porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do Rio, e o conduzi por toda a terra de Canaã; também multipliquei a sua descendência, e dei-lhe Isaque.    4A Isaque; dei Jacó e Esaú; a Esaú dei em possessão o monte Seir; mas Jacó e seus filhos desceram para o Egito.    5Então enviei Moisés e Arão, e feri o Egito com aquilo que fiz no meio dele; e depois vos tirei de lá.    6Depois que tirei a vossos pais do Egito viestes ao mar; e os egípcios perseguiram a vossos pais, com carros e com cavaleiros, até o Mar Vermelho.    7Quando clamaram ao Senhor, ele pôs uma escuridão entre vós e os egípcios, e trouxe o mar sobre eles e os cobriu; e os vossos olhos viram o que eu fiz no Egito. Depois habitastes no deserto muitos dias.    8Então eu vos trouxe à terra dos amorreus, que habitavam além do Jordão, os quais pelejaram contra vós; porém os entreguei na vossa mão, e possuístes a sua terra; assim os destruí de diante de vós.    9Levantou-se também Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, e pelejou contra Israel; e mandou chamar a Balaão, filho de Beor, para que vos amaldiçoasse;    10porém eu não quis ouvir a Balaão; pelo que ele vos abençoou; e eu vos livrei da sua mao.    11E quando vós, passando o Jordão, viestes a Jericó, pelejaram contra vós os homens de Jericó, e os amorreus, os perizeus, os cananeus, os heteus, os girgaseus, os heveus e os jebuseus; porém os entreguei na vossa mao.    12Pois enviei vespões adiante de vós, que os expulsaram de diante de vós, como aos dois reis dos amorreus, não com a vossa espada, nem com o vosso arco.    13E eu vos dei uma terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes, e habitais nelas; e comeis de vinhas e de olivais que não plantastes.    14Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; deitai fora os deuses a que serviram vossos pais dalém do Rio, e no Egito, e servi ao Senhor.    15Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.    16Então respondeu o povo, e disse: Longe esteja de nós o abandonarmos ao Senhor para servirmos a outros deuses:    17porque o Senhor é o nosso Deus; ele é quem nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e quem fez estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos preservou por todo o caminho em que andamos, e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos.    18E o Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, mesmo os amorreus, que moravam na terra. Nós também serviremos ao Senhor, porquanto ele é nosso Deus.    19Então Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porque é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados.    20Se abandonardes ao Senhor e servirdes a deuses estranhos, então ele se tornará, e vos fará o mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito o bem.    21Disse então o povo a Josué: Não! antes serviremos ao Senhor.    22Josué, pois, disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos e que escolhestes ao Senhor para o servir. Responderam eles: Somos testemunhas.    23Agora, pois, - disse Josué - deitai fora os deuses estranhos que há no meio de vós, e inclinai o vosso coração ao Senhor Deus de Israel.    24Disse o povo a Josué: Serviremos ao Senhor nosso Deus, e obedeceremos à sua voz.    25Assim fez Josué naquele dia um pacto com o povo, e lhe deu leis e ordenanças em Siquem.    26E Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus; e, tomando uma grande pedra, a pôs ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do Senhor,    27e disse a todo o povo: Eis que esta pedra será por testemunho contra nós, pois ela ouviu todas as palavras que o Senhor nos falou; pelo que será por testemunho contra vós, para que não negueis o vosso Deus.    28Então Josué despediu o povo, cada um para a sua herança.    29Depois destas coisas Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu, tendo cento e dez anos de idade;    30e o sepultaram no território da sua herança, em Timnate-Sera, que está na região montanhosa de Efraim, para o norte do monte Gaás.    31Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que sobreviveram a Josué e que sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a favor de Israel.    32Os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, foram enterrados em Siquém, naquela parte do campo que Jacó comprara aos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de prata, e que se tornara herança dos filhos de José.    33Morreu também Eleazar, filho de Arão, e o sepultaram no outeiro de Finéias, seu filho, que lhe fora dado na região montanhosa de Efraim.   

Judges

Chapter 1

1Depois da morte de Josué os filhos de Israel consultaram ao Senhor, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro aos cananeus, para pelejar contra eles?    2Respondeu o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei a terra na sua mão.    3Então disse Judá a Simeão, seu irmão: sobe comigo à sorte que me coube, e pelejemos contra os cananeus, e eu também subirei contigo à tua sorte. E Simeão foi com ele.    4Subiu, pois, Judá; e o Senhor lhes entregou nas mãos os cananeus e os perizeus; e bateram deles em Bezeque dez mil homens.    5Acharam em Bezeque a Adoni-Bezeque, e pelejaram contra ele; e bateram os cananeus e os perizeus.    6Mas Adoni-Bezeque fugiu; porém eles o perseguiram e, prendendo-o, cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés.    7Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusalém, e ali morreu.    8Ora, os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém e, tomando-a, passaram-na ao fio da espada e puseram fogo à cidade.    9Depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus que habitavam na região montanhosa, e no Negebe, e na baixada.    10Então partiu Judá contra os cananeus que habitavam em Hebrom, cujo nome era outrora Quiriate-Arba; e bateu Sesai, Aimã e Talmai.    11Dali partiu contra os moradores de Debir, que se chamava outrora Quiriate-Sefer.    12Disse então Calebe: A quem atacar Quiriate-Sefer e a tomar, darei a minha filha Acsa por mulher.    13E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão mais moço de Calebe; e este lhe deu sua filha Acsa por mulher.    14Estando ela em caminho para a casa de Otniel, persuadiu-o que pedisse um campo ao pai dela. E quando ela saltou do jumento, Calebe lhe perguntou: Que é que tens?    15Ela lhe respondeu: Dá-me um presente; porquanto me deste uma terra no Negebe, dá-me também fontes d'água. Deu-lhe, pois, Calebe as fontes superiores e as fontes inferiores.    16Também os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram habitar com o povo.    17E Judá foi com Simeão, seu irmão, e derrotaram os cananeus que habitavam em Zefate, e a destruíram totalmente. E chamou-se o nome desta cidade Horma.    18Judá tomou também a Gaza, a Asquelom e a Ecrom, com os seus respectivos territórios.    19Assim estava o Senhor com Judá, o qual se apoderou da região montanhosa; mas não pôde desapossar os habitantes do vale, porquanto tinham carros de ferro.    20E como Moisés dissera, deram Hebrom a Calebe, que dali expulsou os três filhos de Anaque.    21Mas os filhos de Benjamim não expulsaram aos jebuseus que habitavam em Jerusalém; pelo que estes ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém até o dia de hoje.    22Também os da casa de José subiram contra Betel; e o Senhor estava com eles.    23E a casa de José fez espiar a Betel (e fora outrora o nome desta cidade Luz);    24e, vendo os espias a um homem que saía da cidade, disseram-lhe: Mostra-nos a entrada da cidade, e usaremos de bondade para contigo.    25Mostrou-lhes, pois, a entrada da cidade, a qual eles feriram ao fio da espada; porém deixaram livre aquele homem e toda a sua família.    26Então o homem se foi para a terra dos heteus, edificou uma cidade, e pôs-lhe o nome de Luz; este é o seu nome até o dia de hoje.    27Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã e suas vilas, nem os de Taanaque e suas virael aos levitas estas cidades e nem os de Ibleão e suas vilas, nem os de Megido e suas vilas; porém os cananeus persistiram em habitar naquela terra.    28Mas quando Israel se tornou forte, sujeitou os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsou de todo.    29Também Efraim não expulsou os cananeus que habitavam em Gezer; mas os cananeus ficaram habitando no meio dele, em Gezer.    30Também Zebulom não expulsou os habitantes de Quitrom, nem os de Naalol; porém os cananeus ficaram habitando no meio dele, e foram sujeitos a trabalhos forçados.    31Também Aser não expulsou os habitantes de Aco, nem de Sidom, nem de Alabe, nem de Aczibe, nem de Helba, nem de Afeca, nem de Reobe;    32porém os aseritas ficaram habitando no meio dos cananeus, os habitantes da terra, porquanto não os expulsaram.    33Também Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem os de Bete-Anate; mas, habitou no meio dos cananeus, os habitantes da terra; todavia os habitantes de Bete-Semes e os de Bete-Anate foram sujeitos a trabalhos forçados.    34Os amorreus impeliram os filhos de Dã até a região montanhosa; pois não lhes permitiram descer ao vale.    35Os amorreus quiseram também habitar no monte Heres, em Aijalom e em Saalabim; contudo prevaleceu a mão da casa de José, de modo que eles ficaram sujeitos a trabalhos forçados.    36E foi o termo dos amorreus desde a subida de Acrabim, desde Sela, e dali para cima.   

Chapter 2

1O anjo do Senhor subiu de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe para a terra que, com juramento, prometi a vossos pais, e vos disse: Nunca violarei e meu pacto convosco;    2e, quanto a vós, não fareis pacto com os habitantes desta terra, antes derrubareis os seus altares. Mas vós não obedecestes à minha voz. Por que fizestes isso?    3Pelo que também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; antes estarão quais espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço.    4Tendo o anjo do Senhor falado estas palavras a todos os filhos de Israel, o povo levantou a sua voz e chorou.    5Pelo que chamaram àquele lugar Boquim; e ali sacrificaram ao Senhor.    6Havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de Israel, cada um para a sua herança, a fim de possuírem a terra.    7O povo serviu ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que sobreviveram a Josué e que tinham visto toda aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a favor de Israel.    8Morreu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos;    9e o sepultaram no território da sua herança, em Timnate-Heres, na região montanhosa de Efraim, para o norte do monte Gaás.    10E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e após ela levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.    11Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo aos baalins;    12abandonaram o Senhor Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos que havia ao redor deles, e os adoraram; e provocaram o Senhor à ira,    13abandonando-o, e servindo a baalins e astarotes.    14Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os entregou na mão dos espoliadores, que os despojaram; e os vendeu na mão dos seus inimigos ao redor, de modo que não puderam mais resistir diante deles.    15Por onde quer que saíam, a mão do Senhor era contra eles para o mal, como o Senhor tinha dito, e como lho tinha jurado; e estavam em grande aflição.    16Mas o Senhor suscitou juízes, que os livraram da mão dos que os espojavam.    17Contudo, não deram ouvidos nem aos seus juízes, pois se prostituíram após outros deuses, e os adoraram; depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus pais em obediência aos mandamentos do Senhor; não fizeram como eles.    18Quando o Senhor lhes suscitava juízes, ele era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se compadecia deles em razão do seu gemido por causa dos que os oprimiam e afligiam.    19Mas depois da morte do juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e adorando-os; não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a sua obstinação.    20Pelo que se acendeu contra Israel a ira do Senhor, e ele disse: Porquanto esta nação violou o meu pacto, que estabeleci com seus pais, não dando ouvidos à minha voz,    21eu não expulsarei mais de diante deles nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu;    22a fim de que, por elas, ponha a prova Israel, se há de guardar, ou não, o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram, para nele andar.    23Assim o Senhor deixou ficar aquelas nações, e não as desterrou logo, nem as entregou na mão de Josué.   

Chapter 3

1Estas são as nações que o Senhor deixou ficar para, por meio delas, provar a Israel, a todos os que não haviam experimentado nenhuma das guerras de Canaã;    2tão-somente para que as gerações dos filhos de Israel delas aprendessem a guerra, pelo menos os que dantes não tinham aprendido.    3Estas nações eram: cinco chefes dos filisteus, todos os cananeus, os sidônios, e os heveus que habitavam no monte Líbano, desde o monte Baal-Hermom até a entrada de Hamate.    4Estes, pois, deixou ficar, a fim de de por eles provar os filhos de Israel, para saber se dariam ouvidos aos mandamentos do Senhor, que ele tinha ordenado a seus pais por intermédio de Moisés.    5Habitando, pois, os filhos de Israel entre os cananeus, os heteus, os amorreus, os perizeus, os heveus e os jebuseus.    6tomaram por mulheres as filhas deles, e deram as suas filhas aos filhos dos mesmos, e serviram aos seus deuses.    7Assim os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, esquecendo-se do Senhor seu Deus e servindo aos baalins e às aserotes.    8Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os vendeu na mão de cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos.    9Mas quando os filhos de Israel clamaram ao Senhor, o Senhor suscitou-lhes um libertador, que os livrou: Otniel, filho de Quenaz, o irmão mais moço de Calebe.    10Veio sobre ele o Espírito do Senhor, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o Senhor lhe entregou Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual prevaleceu a sua mao:    11Então a terra teve sossego por quarenta anos; e Otniel, filho de Quenaz, morreu.    12Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor; então o Senhor fortaleceu a Eglom, rei de Moabe, contra Israel, por terem feito o que era mau aos seus olhos.    13Eglom, unindo a si os amonitas e os amalequitas, foi e feriu a Israel, tomando a cidade das palmeiras.    14E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei de Moabe, dezoito anos.    15Mas quando os filhos de Israel clamaram ao Senhor, o Senhor suscitou-lhes um libertador, Eúde, filho de Gêra, benjamita, homem canhoto. E, por seu intermédio, os filhos de Israel enviaram tributo a Eglom, rei de Moabe.    16E Eúde fez para si uma espada de dois gumes, de um côvado de comprimento, e cingiu-a à coxa direita, por baixo das vestes.    17E levou aquele tributo a Eglom, rei de Moabe. Ora, Eglom era muito gordo:    18Quando Eúde acabou de entregar o tributo, despediu a gente que o trouxera.    19Ele mesmo, porém, voltou das imagens de escultura que estavam ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra para dizer-te em segredo, ó rei. Disse o rei: Silêncio! E todos os que lhe assistiam saíram da sua presença.    20Eúde aproximou-se do rei, que estava sentado a sós no seu quarto de verão, e lhe disse: Tenho uma palavra da parte de Deus para dizer-te. Ao que o rei se levantou da sua cadeira.    21Então Eúde, estendendo a mão esquerda, tirou a espada de sobre a coxa direita, e lha cravou no ventre.    22O cabo também entrou após a lâmina, e a gordura encerrou a lâmina, pois ele não tirou a espada do ventre:    23Então Eúde, saindo ao pórtico, cerrou as portas do quarto e as trancou.    24Tendo ele saído vieram os servos do rei; e olharam, e eis que as portas do quarto estavam trancadas. Disseram: Sem dúvida ele está aliviando o ventre na privada do seu quarto.    25Assim esperaram até ficarem alarmados, mas ainda não abria as portas do quarto. Então, tomando a chave, abriram-nas, e eis seu senhor estendido morto por terra.    26Eúde escapou enquanto eles se demoravam e, tendo passado pelas imagens de escultura, chegou a Seirá.    27E assim que chegou, tocou a trombeta na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel, com ele à frente, desceram das montanhas.    28E disse-lhes: Segui-me, porque o Senhor vos entregou nas mãos os vossos inimigos, os moabitas. E desceram após ele, tomaram os vaus do Jordão contra os moabitas, e não deixaram passar a nenhum deles.    29E naquela ocasião mataram dos moabitas cerca de dez mil homens, todos robustos e valentes; e não escapou nenhum.    30Assim foi subjugado Moabe naquele dia debaixo da mão de Israel; e a terra teve sossego por oitenta anos.    31Depois dele levantou-se Sangar, filho de Anate, que matou seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; ele também libertou a Israel.   

Chapter 4

1Mas os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, depois da morte de Eúde.    2E o Senhor os vendeu na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; o chefe do seu exército era Sísera, o qual habitava em Harosete dos Gentios.    3Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia cruelmente os filhos de Israel.    4Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.    5Ela se assentava debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ter com ela para julgamento.    6Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes-Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não te ordena, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom;    7e atrairei a ti, para o ribeiro de Quisom, Sísera, chefe do exército de Jabim; juntamente com os seus carros e com as suas tropas, e to entregarei na mão?    8Disse-lhe Baraque: Se fores comigo, irei; porém se não fores, não irei.    9Respondeu ela: Certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. Levantou-se, pois, Débora, e foi com Baraque a Quedes.    10Então Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e subiram dez mil homens após ele; também Débora subiu com ele.    11Ora, Heber, um queneu, se tinha apartado dos queneus, dos filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido as suas tendas até o carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes.    12Anunciaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor.    13Sísera, pois, ajuntou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete dos Gentios até o ribeiro de Quisom.    14Então disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou Sísera na tua mão; porventura o Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele.    15E o Senhor desbaratou a Sísera, com todos os seus carros e todo o seu exército, ao fio da espada, diante de Baraque; e Sísera, descendo do seu carro, fugiu a pé.    16Mas Baraque perseguiu os carros e o exército, até Harosete dos Gentios; e todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada; não restou um só homem.    17Entretanto Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Heber, o queneu, porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Heber, o queneu.    18Saindo Jael ao encontro de Sísera, disse-lhe: Entra, senhor meu, entra aqui; não temas. Ele entrou na sua tenda; e ela o cobriu com uma coberta.    19Então ele lhe disse: Peço-te que me dês a beber um pouco d'água, porque tenho sede. Então ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o cobriu.    20Disse-lhe ele mais: Põe-te à porta da tenda; e se alguém vier e te perguntar: Está aqui algum homem? responderás: Não.    21Então Jael, mulher de Heber, tomou uma estaca da tenda e, levando um martelo, chegou-se de mansinho a ele e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra; pois ele estava num profundo sono e mui cansado. E assim morreu.    22E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao encontro e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem a quem procuras. Entrou ele na tenda; e eis que Sísera jazia morto, com a estaca na fonte.    23Assim Deus naquele dia humilhou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel.    24E a mão dos filhos de Israel prevalecia cada vez mais contra Jabim, rei de Canaã, até que o destruíram.   

Chapter 5

1Então cantaram Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele dia, dizendo:    2Porquanto os chefes se puseram à frente em Israel, porquanto o povo se ofereceu voluntariamente, louvai ao Senhor.    3Ouvi, ó reis; dai ouvidos, ó príncipes! eu cantarei ao Senhor, salmodiarei ao Senhor Deus de Israel.    4ç Senhor, quando saíste de Seir, quando caminhaste desde o campo de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, sim, as nuvens gotejaram águas.    5Os montes se abalaram diante do Senhor, e até Sinai, diante do Senhor Deus de Israel.    6Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, cessaram as caravanas; e os que viajavam iam por atalhos desviados.    7Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu Débora, me levantei, até que eu me levantei por mãe em Israel.    8Escolheram deuses novos; logo a guerra estava às portas; via-se porventura escudo ou lança entre quarenta mil em Israel?    9Meu coração inclina-se para os guias de Israel, que voluntariamente se ofereceram entre o povo. Bendizei ao Senhor.    10Louvai-o vós, os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais sobre ricos tapetes; e vós, que andais pelo caminho.    11Onde se ouve o estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas, ali falarão das justiças do Senhor, das justiças que fez às suas aldeias em Israel; então o povo do Senhor descia às portas.    12Desperta, desperta, Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva em cativeiro os teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão.    13Então desceu o restante dos nobres e do povo; desceu o Senhor por mim contra os poderosos.    14De Efraim desceram os que tinham a sua raiz em Amaleque, após ti, Benjamim, entre os teus povos; de Maquir desceram os guias, e de Zebulom os que levam o báculo do inspetor de tropas.    15Também os príncipes de Issacar estavam com Débora; e como Issacar, assim também Baraque; ao vale precipitaram-se em suas pegadas. Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do coração.    16Por que ficastes entre os currais a escutar os balidos dos rebanhos? Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do coração.    17Gileade ficou da banda dalém do Jordão; e Dã, por que se deteve com seus navios? Aser se assentou na costa do mar e ficou junto aos seus portos.    18Zebulom é um povo que se expôs à morte, como também Naftali, nas alturas do campo.    19Vieram reis e pelejaram; pelejaram os reis de Canaã, em Taanaque junto às águas de Megido; não tomaram despojo de prata.    20Desde os céus pelejaram as estrelas; desde as suas órbitas pelejaram contra Sísera.    21O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom. Ó minha alma, calcaste aos pés a força.    22Então os cascos dos cavalos feriram a terra na fuga precipitada dos seus valentes.    23Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, amaldiçoai acremente aos seus habitantes; porquanto não vieram em socorro do Senhor, em socorro do Senhor, entre os valentes.    24Bendita entre todas as mulheres será Jael, mulher de Heber, o queneu; bendita será entre as mulheres nômades.    25Água pediu ele, leite lhe deu ela; em taça de príncipes lhe ofereceu coalhada.    26Â estaca estendeu a mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a direita, e matou a Sísera, rachando-lhe a cabeça; furou e traspassou-lhe as fontes.    27Aos pés dela ele se encurvou, caiu, ficou estirado; aos pés dela se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali caiu morto.    28A mãe de Sísera olhando pela janela, através da grade exclamava: Por que tarda em vir o seu carro? por que se demora o rumor das suas carruagens?    29As mais sábias das suas damas responderam, e ela respondia a si mesma:    30Não estão, porventura, achando e repartindo os despojos? uma ou duas donzelas a cada homem? para Sísera despojos de estofos tintos, despojos de estofos tintos bordados, bordados de várias cores, para o meu pescoço?    31Assim ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Sejam, porém, os que te amam, como o sol quando se levanta na sua força.    32E a terra teve sossego por quarenta anos.   

Chapter 6

1Mas os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mão de Midiã por sete anos.    2Prevalecia, pois, a mão de Midiã sobre Israel e, por causa de Midiã, fizeram os filhos de Israel para si as covas que estão nos montes, as cavernas e as fortalezas.    3Porque sucedia que, havendo Israel semeado, subiam contra ele os midianitas, os amalequitas e os filhos do oriente;    4e, acampando-se contra ele, destruíam o produto da terra até chegarem a Gaza, e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.    5Porque subiam com os seus rebanhos e tendas; vinham em multidão, como gafanhotos; tanto eles como os seus camelos eram inumeráveis; e entravam na terra, para a destruir.    6Assim Israel se enfraqueceu muito por causa dos midianitas; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor.    7E sucedeu que, clamando eles ao Senhor por causa dos midianitas,    8enviou-lhes o Senhor um profeta, que lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir, e vos tirei da casa da servidão;    9livrei-vos da mão dos egípcios, e da mão de todos quantos vos oprimiam, e os expulsei de diante de vós, e a vós vos dei a sua terra.    10Também eu vos disse: Eu sou o Senhor vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Mas não destes ouvidos à minha voz.    11Então o anjo do Senhor veio, e sentou-se debaixo do carvalho que estava em Ofra e que pertencia a Joás, abiezrita, cujo filho Gideão estava malhando o trigo no lagar para o esconder dos midianitas.    12Apareceu-lhe então o anjo do Senhor e lhe disse: O Senhor é contigo, ó homem valoroso.    13Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo nos sobreveio? e onde estão todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Agora, porém, o Senhor nos desamparou, e nos entregou na mão de Midiã.    14Virou-se o Senhor para ele e lhe disse: Vai nesta tua força, e livra a Israel da mão de Midiã; porventura não te envio eu?    15Replicou-lhe Gideão: Ai, senhor meu, com que livrarei a Israel? eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai.    16Tornou-lhe o Senhor: Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como a um só homem.    17Prosseguiu Gideão: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo.    18Rogo-te que não te apartes daqui até que eu volte trazendo do meu presente e o ponha diante de ti. Respondeu ele: Esperarei até que voltes.    19Entrou, pois, Gideão, preparou um cabrito e fez, com uma e efa de farinha, bolos ázimos; pôs a carne num cesto e o caldo numa panela e, trazendo para debaixo do carvalho, lho apresentou.    20Mas o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos ázimos, e põe-nos sobre esta rocha e derrama-lhes por cima o caldo. E ele assim fez.    21E o anjo do Senhor estendeu a ponta do cajado que tinha na mão, e tocou a carne e os bolos ázimos; então subiu fogo da rocha, e consumiu a carne e os bolos ázimos; e o anjo do Senhor desapareceu-lhe da vista.    22Vendo Gideão que era o anjo do Senhor, disse: Ai de mim, Senhor Deus! pois eu vi o anjo do Senhor face a face.    23Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás.    24Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou Jeová-Salom; e ainda até o dia de hoje está o altar em Ofra dos abiezritas.    25Naquela mesma noite, disse o Senhor a Gidão: Toma um dos bois de teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta a asera que está ao pé dele.    26Edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume deste lugar forte, na forma devida; toma o segundo boi, e o oferece em holocausto, com a lenha da asera que cortares    27Então Gideão tomou dez homens dentre os seus servos, e fez como o Senhor lhe dissera; porém, temendo ele a casa de seu pai e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas de noite.    28Levantando-se, pois, os homens daquela cidade, de madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, cortada a asera que estivera ao pé dele, e o segundo boi oferecido no altar que fora edificado.    29Pelo que disseram uns aos outros: Quem fez isto? E, depois de investigarem e inquirirem, disseram: Gideão, filho de Joás, é quem fez isto.    30Então os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para fora teu filho, para que morra, porque derribou o altar de Baal e cortou a asera que estava ao pé dele.    31Joás, porém, disse a todos os que se puseram contra ele: Contendereis vós por Baal? livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender, ainda esta manhã será morto; se ele é deus, por si mesmo contenda, pois foi derribado o seu altar.    32Pelo que naquele dia chamaram a Gidão Jerubaal, dizendo: Baal contenda contra ele, pois derribou o seu altar.    33Então todos os midianitas, os amalequitas e os filhos do oriente se ajuntaram e, passando o Jordão, acamparam no vale de Jizreel.    34Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão; e tocando ele a trombeta, os abiezritas se ajuntaram após ele.    35E enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se ajuntou após ele; e ainda enviou mensageiros a Aser, a Zebulom e a Naftali, que lhe saíram ao encontro.    36Disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste,    37eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar enxuta, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste.    38E assim foi; pois, levantando-se de madrugada no dia seguinte, apertou o velo, e espremeu dele o orvalho, que encheu uma taça.    39Disse mais Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira se ainda falar só esta vez. Permite que só mais esta vez eu faça prova com o velo; rogo-te que só o velo fique enxuto, e em toda a terra haja orvalho.    40E Deus assim fez naquela noite; pois só o velo estava enxuto, e sobre toda a terra havia orvalho.   

Chapter 7

1Então Jerubaal, que é Gideão, e todo o povo que estava com ele, levantando-se de madrugada acamparam junto à fonte de Harode; e o arraial de Midiã estava da banda do norte, perto do outeiro de Moré, no vale.    2Disse o Senhor a Gideão: O povo que está contigo é demais para eu entregar os midianitas em sua mão; não seja caso que Israel se glorie contra mim, dizendo: Foi a minha própria mão que me livrou.    3Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.    4Disse mais o Senhor a Gideão: Ainda são muitos. Faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, aquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá.    5E Gideão fez descer o povo às águas. Então o Senhor lhe disse: Qualquer que lamber as águas com a língua, como faz o cão, a esse porás de um lado; e a todo aquele que se ajoelhar para beber, porás do outro.    6E foi o número dos que lamberam a água, levando a mão à boca, trezentos homens; mas todo o resto do povo se ajoelhou para beber.    7Disse ainda o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água vos livrarei, e entregarei os midianitas na tua mão; mas, quanto ao resto do povo, volte cada um ao seu lugar.    8E o povo tomou na sua mão as provisões e as suas trombetas, e Gideão enviou todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém reteve os trezentos. O arraial de Midiã estava embaixo no vale.    9Naquela mesma noite disse o Senhor a Gideão: Levanta-te, e desce contra o arraial, porque eu o entreguei na tua mão.    10Mas se tens medo de descer, vai com o teu moço, Purá, ao arraial;    11ouvirás o que dizem, e serão fortalecidas as tuas mãos para desceres contra o arraial. Então desceu ele com e seu moço, Purá, até o posto avançado das sentinelas do arraial.    12Os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale, como gafanhotos em multidão; e os seus camelos eram inumeráveis, como a areia na praia do mar.    13No momento em que Gideão chegou, um homem estava contando ao seu companheiro um sonho, e dizia: Eu tive um sonho; eis que um pão de cevada vinha rolando sobre o arraial dos midianitas e, chegando a uma tenda, bateu nela de sorte a fazê-la cair, e a virou de cima para baixo, e ela ficou estendida por terra.    14Ao que respondeu o seu companheiro, dizendo: Isso não é outra coisa senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Na sua mão Deus entregou Midiã e todo este arraial.    15Quando Gideão ouviu a narração do sonho e a sua interpretação, adorou a Deus; e voltando ao arraial de Israel, disse: Levantai-vos, porque o Senhor entregou nas vossas mãos o arraial de Midiã.    16Então dividiu os trezentos homens em três companhias, pôs nas mãos de cada um deles trombetas, e cântaros vazios contendo tochas acesas,    17e disse-lhes: Olhai para mim, e fazei como eu fizer; e eis que chegando eu à extremidade do arraial, como eu fizer, assim fareis vós.    18Quando eu tocar a trombeta, eu e todos os que comigo estiverem, tocai também vós as trombetas ao redor de todo o arraial, e dizei: Pelo Senhor e por Gideão!    19Gideão, pois, e os cem homens que estavam com ele chegaram à extremidade do arraial, ao princípio da vigília do meio, havendo sido de pouco colocadas as guardas; então tocaram as trombetas e despedaçaram os cântaros que tinham nas mãos.    20Assim tocaram as três companhias as trombetas, despedaçaram os cântaros, segurando com as mãos esquerdas as tochas e com as direitas as trombetas para as tocarem, e clamaram: A espada do Senhor e de Gideão!    21E conservou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial; então todo o exército deitou a correr e, gritando, fugiu.    22Pois, ao tocarem os trezentos as trombetas, o Senhor tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, e fugiram até Bete-Sita, em direção de Zererá, até os limites de Abel-Meolá, junto a Tabate.    23Então os homens de Israel, das tribos de Naftali, de Aser e de todo o Manassés, foram convocados e perseguiram a Midiã.    24Também Gideão enviou mensageiros por toda a região montanhosa de Efraim, dizendo: Descei ao encontro de Midiã, e ocupai-lhe as águas até Bete-Bara, e também o Jordão. Convocados, pois todos os homens de Efraim, tomaram-lhe as águas até Bete-Bara, e também o Jordão;    25e prenderam dois príncipes de Midiã, Orebe e Zeebe; e mataram Orebe na penha de Orebe, e Zeebe mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram a Midiã; e trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, além do Jordão.   

Chapter 8

1Então os homens de Efraim lhe disseram: Que é isto que nos fizeste, não nos chamando quando foste pelejar contra Midiã? E repreenderam-no asperamente.    2Ele, porém, lhes respondeu: Que fiz eu agora em comparação ao que vós fizestes? Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer?    3Deus entregou na vossa mão os príncipes de Midiã, Orebe e Zeebe; que, pois, pude eu fazer em comparação ao que vós fizestes? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra.    4E Gideão veio ao Jordão e o atravessou, ele e os trezentos homens que estavam com ele, fatigados, mas ainda perseguindo.    5Disse, pois, aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, uns pães ao povo que me segue, porquanto está fatigado, e eu vou perseguindo a Zeba e Zalmuna, reis os midianitas.    6Mas os príncipes de Sucote responderam: Já estão em teu poder as mãos de Zebá e Zalmuna, para que demos pão ao teu exército?    7Replicou-lhes Gideão: Pois quando o Senhor entregar na minha mão a Zebá e a Zalmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto e com os abrolhos.    8Dali subiu a Penuel, e falou da mesma maneira aos homens desse lugar, que lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido.    9Por isso falou também aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre.    10Zebá e Zalmuna estavam em Carcor com o seu exército, cerca de quinze mil homens, os restantes de todo o exército dos filhos do oriente; pois haviam caído cento e vinte mil homens que puxavam da espada.    11subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, ao oriente de Nobá e Jogbeá, e feriu aquele exército, porquanto se dava por seguro.    12E, fugindo Zebá e Zalmuna, Gideão os perseguiu, tomou presos esses dois reis dos midianitas e desbaratou todo o exército.    13Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja pela subida de Heres,    14tomou preso a um moço dos homens de Sucote, e o inquiriu; este lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e dos seus anciãos, setenta e sete homens.    15Então veio aos homens de Sucote, e disse: Eis aqui Zebá e Zalmuna, a respeito dos quais me escarnecestes, dizendo: Porventura já estão em teu poder as mãos de Zebá e Zalmuna, para que demos pão aos teus homens fatigados?    16Nisso tomou os anciãos da cidade, e espinhos e abrolhos do deserto, e com eles ensinou aos homens de Sucote.    17Também derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da cidade.    18Depois perguntou a Zebá e a Zalmuna: Como eram os homens que matastes em Tabor? E responderam eles: Qual és tu, tais eram eles; cada um parecia filho de rei.    19Então disse ele: Eram meus irmãos, filhos de minha mãe; vive o Senhor, que se lhes tivésseis poupado a vida, eu não vos mataria.    20E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. O mancebo, porém, não puxou da espada, porque temia, porquanto ainda era muito moço.    21Então disseram Zebá e Zalmuna: Levanta-te tu mesmo, e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua força. Levantando-se, pois, Gideão, matou Zebá e Zalmuna, e tomou os crescentes que estavam aos pescoços dos seus camelos.    22Então os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, assim tu, como teu filho, e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão de Midiã.    23Gideão, porém, lhes respondeu: Nem eu dominarei sobre vós, nem meu filho, mas o Senhor sobre vós dominará.    24Disse-lhes mais Gideão: uma petição vos farei: dá-me, cada um de vós, as arrecadas do despojo. (Porque os inimigos tinham arrecadas de ouro, porquanto eram ismaelitas) .    25Ao que disseram eles: De boa vontade as daremos. E estenderam uma capa, na qual cada um deles deitou as arrecadas do seu despojo.    26E foi o peso das arrecadas de ouro que ele pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os crescentes, as cadeias e as vestes de púrpura que os reis de Midiã trajavam, afora as correntes que os camelos traziam ao pescoço.    27Disso fez Gideão um éfode, e o pôs na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi um laço para Gideão e para sua casa.    28Assim foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel, e nunca mais levantaram a cabeça. E a terra teve sossego, por quarenta anos nos dias de Gideão.    29Então foi Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa.    30Gideão teve setenta filhos, que procederam da sua coxa, porque tinha muitas mulheres.    31A sua concubina que estava em Siquém deu-lhe também um filho; e pôs-lhe por nome Abimeleque.    32Morreu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice, e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas.    33Depois da morte de Gideão os filhos de Israel tornaram a se prostituir após os baalins, e puseram a Baal-Berite por deus.    34Assim os filhos de Israel não se lembraram do Senhor seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos ao redor;    35nem usaram de beneficência para com a casa de Jerubaal, a saber, de Gideão, segundo todo o bem que ele havia feito a Israel.   

Chapter 9

1Abimeleque, filho de Jerubaal, foi a Siquém, aos irmãos de sua mãe, e falou-lhes, e a toda a parentela da casa de pai de sua mãe, dizendo:    2Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém: Que é melhor para vós? que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, dominem sobre vós, ou que um só domine sobre vós? Lembrai-vos também de que sou vosso osso e vossa carne.    3Então os irmãos de sua mãe falaram todas essas palavras a respeito dele aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém; e o coração deles se inclinou a seguir Abimeleque; pois disseram: E nosso irmão.    4E deram-lhe setenta siclos de prata, da casa de Baal-Berite, com os quais alugou Abimeleque alguns homens ociosos e le9    5e foi à casa de seu pai, a Ofra, e matou a seus irmãos, os filhos de Jerubaal, setenta homens, sobre uma só pedra. Mas Jotão, filho menor de Jerubaal, ficou, porquanto se tinha escondido.    6Então se ajuntaram todos os cidadãos de Siquém e toda a Bete-Milo, e foram, e constituíram rei a Abimeleque, junto ao carvalho da coluna que havia em Siquém.    7Jotão, tendo sido avisado disso, foi e, pondo-se no cume do monte Gerizim, levantou a voz e clamou, dizendo: Ouvi-me a mim, cidadãos de Siquém, para que Deus: vos ouça a vos.    8Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei; e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.    9Mas a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores?    10Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.    11Mas a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, para ir balouçar sobre as árvores?    12Disseram então as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.    13Mas a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, para ir balouçar sobre as árvores?    14Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.    15O espinheiro, porém, respondeu às árvores: Se de boa fé me ungis por vosso rei, vinde refugiar-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro, e devore os cedros do Líbano.    16Agora, pois, se de boa fé e com retidão procedestes, constituindo rei a Abimeleque, e se bem fizestes para com Jerubaal e para com a sua casa, e se com ele usastes conforme o merecimento das suas mãos    17(porque meu pai pelejou por vós, desprezando a própria vida, e vos livrou da mão de Midiã;    18porém vós hoje vos levantastes contra a casa de meu pai, e matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma só pedra; e a Abimeleque, filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso irmão);    19se de boa fé e com retidão procedestes hoje para com Jerubaal e para com a sua casa, alegrai-vos em Abimeleque, e também ele se alegre em vós;    20mas se não, saia fogo de Abimeleque, e devore os cidadãos de Siquém, e a Bete-Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém e de Bete-Milo, e devore Abimeleque.    21E partindo Jotão, fugiu e foi para Beer, e ali habitou, por medo de Abimeleque, seu irmão.    22Havendo Abimeleque reinado três anos sobre Israel,    23Deus suscitou um espírito mau entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém; e estes procederam aleivosamente para com Abimeleque;    24para que a violência praticada contra os setenta filhos de Jerubaal, como também o sangue deles, recaíssem sobre Abimeleque, seu irmão, que os matara, e sobre os cidadãos de Siquém, que fortaleceram as mãos dele para matar a seus irmãos.    25E os cidadãos de Siquém puseram de emboscada contra ele, sobre os cumes dos montes, homens que roubavam a todo aquele que passava por eles no caminho. E contou-se isto a Abimeleque.    26Também veio Gaal, filho de Ebede, com seus irmãos, e estabeleceu-se em Siquém; e confiaram nele os cidadãos de Siquém.    27Saindo ao campo, vindimaram as suas vinhas, pisaram as uvas e fizeram uma festa; e, entrando na casa de seu deus, comeram e beberam, e amaldiçoaram a Abimeleque.    28E disse Gaal, filho de Ebede: Quem é Abimeleque, e quem é Siquém, para que sirvamos a Abimeleque? não é, porventura, filho de Jerubaal? e não é Zebul o seu mordomo? Servi antes aos homens de Hamor, pai de Siquém; pois, por que razão serviríamos nós a Abimeleque?    29Ah! se este povo estivesse sob a minha mão, eu transtornaria a Abimeleque. Eu lhe diria: Multiplica o teu exército, e vem.    30Quando Zebul, o governador da cidade, ouviu as palavras de Gaal, filho de Ebede, acendeu-se em ira.    31E enviou secretamente mensageiros a Abimeleque, para lhe dizerem: Eis que Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos vieram a Siquém, e estão sublevando a cidade contra ti.    32Levanta-te, pois, de noite, tu e o povo que tiveres contigo, e põe-te de emboscada no campo.    33E pela manhã, ao nascer do sol, levanta-te, e dá de golpe sobre a cidade; e, saindo contra ti Gaal e o povo que tiver com ele, faze-lhe como te permitirem as circunstâncias.    34Levantou-se, pois, de noite Abimeleque, e todo o povo que com ele havia, e puseram emboscadas a Siquém, em quatro bandos.    35E Gaal, filho de Ebede, saiu e pôs-se à entrada da porta da cidade; e das emboscadas se levantou Abimeleque, e todo o povo que estava com ele.    36Quando Gaal viu aquele povo, disse a Zebul: Eis que desce gente dos cumes dos montes. Respondeu-lhe Zebul: Tu vês as sombras dos montes como se fossem homens.    37Gaal, porém, tornou a falar, e disse: Eis que desce gente do meio da terra; também vem uma tropa do caminho do carvalho de Meonenim.    38Então lhe disse Zebul: Onde está agora a tua boca, com a qual dizias: Quem é Abimeleque, para que o sirvamos? Não é esse, porventura, o povo que desprezaste. Sai agora e peleja contra ele!    39Assim saiu Gaal, à frente dos cidadãos de Siquém, e pelejou contra Abimeleque.    40Mas Abimeleque o perseguiu, pois Gaal fugiu diante dele, e muitos caíram feridos até a entrada da porta.    41Abimeleque ficou em Arumá. E Zebul expulsou Gaal e seus irmãos, para que não habitassem em Siquém.    42No dia seguinte sucedeu que o povo saiu ao campo; disto foi avisado Abimeleque,    43o qual, tomando o seu povo, dividiu-o em três bandos, que pôs de emboscada no campo. Quando viu que o povo saía da cidade, levantou-se contra ele e o feriu.    44Abimeleque e os que estavam com ele correram e se puseram à porta da cidade; e os outros dois bandos deram de improviso sobre todos quantos estavam no campo, e os feriram.    45Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia, tomou-a e matou o povo que nela se achava; e, assolando-a, a semeou de sal.    46Tendo ouvido isso todos os cidadãos de Migdol-Siquém, entraram na fortaleza, na casa de El-Berite.    47E contou-se a Abimeleque que todos os cidadãos de Migbol-Siquém se haviam congregado.    48Então Abimeleque subiu ao monte Zalmom, ele e todo o povo que com ele havia; e, tomando na mão um machado, cortou um ramo de árvore e, levantando-o, pô-lo ao seu ombro, e disse ao povo que estava com ele: O que me vistes fazer, apressai-vos a fazê-lo também.    49Tendo, pois, cada um cortado o seu ramo, seguiram a Abimeleque; e, pondo os ramos junto da fortaleza, queimaram-na a fogo com os que nela estavam; de modo que morreram também todos os de Migdol-Siquém, cerca de mil homens e mulheres.    50Então Abimeleque foi a Tebez, e a sitiou e tomou.    51Havia, porém, no meio da cidade uma torre forte, na qual se refugiaram todos os habitantes da cidade, homens e mulheres; e fechando após si as portas, subiram ao eirado da torre.    52E Abimeleque, tendo chegado até a torre, atacou-a, e chegou-se à porta da torre, para lhe meter fogo.    53Nisso uma mulher lançou a pedra superior de um moinho sobre a cabeça de Abimeleque, e quebrou-lhe o crânio.    54Então ele chamou depressa o moço, seu escudeiro, e disse-lhe: Desembainha a tua espada e mata-me, para que não se diga de mim: uma mulher o matou. E o moço o traspassou e ele morreu.    55Vendo, pois, os homens de Israel que Abimeleque já era morto, foram-se cada um para o seu lugar.    56Assim Deus fez tornar sobre Abimeleque o mal que tinha feito a seu pai, matando seus setenta irmãos;    57como também fez tornar sobre a cabeça dos homens de Siquém todo o mal que fizeram; e veio sobre eles a maldição de Jotão, filho de Jerubaal.   

Chapter 10

1Depois de Abimeleque levantou-se, para livrar a Israel, Tola, filho de Puva, filho de Dodó, homem de Issacar, que habitava em Samir, na região montanhosa de Efraim.    2Ele julgou a Israel vinte e três anos; e morreu, e foi sepultado em Samir.    3Depois dele levantou-se Jair, gileadita, que julgou a Israel vinte e dois anos.    4Ele tinha trinta filhos, que cavalgavam sobre trinta jumentos; e tinham estes trinta cidades, que se chamam Havote-Jair, até a dia de hoje, as quais estão na terra de Gileade.    5Morreu Jair, e foi sepultado em Camom.    6Então tornaram os filhos de Israel a fazer e que era mau aos olhos do Senhor, e serviram aos baalins, e às astarotes, e aos deuses da Síria, e aos de Sidom, e de Moabe, e dos amonitas, e dos filisteus; e abandonaram o Senhor, e não o serviram.    7Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os vendeu na mão dos filisteus e na mão dos amonitas,    8os quais naquele mesmo ano começaram a vexá-los e oprimi-los. Por dezoito anos oprimiram a todos os filhos de Israel que estavam dalém do Jordão, na terra dos amorreus, que é em Gileade.    9E os amonitas passaram o Jordão, para pelejar também contra Judá e Benjamim, e contra a casa de Efraim, de maneira que Israel se viu muito angustiado.    10Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: Pecamos contra ti, pois abandonamos o nosso Deus, e servimos aos baalins.    11O Senhor, porém, respondeu aos filhos de Israel: Porventura não vos livrei eu dos egipcios, dos amorreus, dos amonitas e dos filisteus?    12Também os sidônios, os amalequitas e os maonitas vos oprimiram; e, quando clamastes a mim, não vos livrei da sua mão?    13Contudo vós me deixastes a mim e servistes a outros deuses, pelo que não vos livrarei mais.    14Ide e clamai aos deuses que escolhestes; que eles vos livrem no tempo da vossa angústia.    15Mas os filhos de Israel disseram ao Senhor: Pecamos; fazes-nos conforme tudo quanto te parecer bem; tão-somente te rogamos que nos livres hoje.    16E tiraram os deuses alheios do meio de si, e serviram ao Senhor, que se moveu de compaixão por causa da desgraça de Israel.    17Depois os amonitas se reuniram e acamparam em Gileade; também os filhos de Israel, reunindo-se, acamparam em Mizpá.    18Então o povo, isto é, os príncipes de Gileade disseram uns aos outros: Quem será o varão que começará a peleja contra os amonitas? esse será o chefe de todos os habitantes de Gileade.   

Chapter 11

1Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho duma prostituta; Gileade era o pai dele.    2Também a mulher de Gileade lhe deu filhos; quando os filhos desta eram já grandes, expulsaram a Jefté, e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher.    3Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe; e homens levianos juntaram-se a Jefté, e saiam com ele.    4Passado algum tempo, os amonitas fizeram guerra a Israel.    5E, estando eles a guerrear contra Israel, foram os anciãos de Gileade para trazer Jefté da terra de Tobe,    6e lhe disseram: Vem, sê o nosso chefe, para que combatamos contra os amonitas.    7Jefté, porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes, e não me expulsastes da casa de meu pai? por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto?    8Responderam-lhe os anciãos de Gileade: É por isso que tornamos a ti agora, para que venhas conosco, e combatas contra os amonitas, e nos sejas por chefe sobre todos os habitantes de Gileade.    9Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me fizerdes voltar para combater contra os amonitas, e o Senhor mos entregar diante de mim, então serei eu o vosso chefe.    10Responderam os anciãos de Gileade a Jefté: O Senhor será testemunha entre nós de que faremos conforme a tua palavra.    11Assim Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e chefe sobre si; e Jefté falou todas as suas palavras perante o Senhor em Mizpá.    12Depois Jefté enviou mensageiros ao rei dos amonitas, para lhe dizerem: Que há entre mim e ti, que vieste a mim para guerrear contra a minha terra?    13Respondeu o rei dos amonitas aos mensageiros de Jefté: É porque Israel, quando subiu do Egito, tomou a minha terra, desde o Arnom até o Jaboque e o Jordão; restitui-me, pois, agora essas terras em paz.    14Jefté, porém, tornou a enviar mensageiros ao rei dos amonitas,    15dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou a terra de Moabe, nem a terra dos amonitas;    16mas quando Israel subiu do Egito, andou pelo deserto até o Mar Vermelho, e depois chegou a Cades;    17dali enviou mensageiros ao rei de Edom, a dizer-lhe: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Mas o rei de Edom não lhe deu ouvidos. Então enviou ao rei de Moabe, o qual também não consentiu; e assim Israel ficou em Cades.    18Depois andou pelo deserto e rodeou a terra de Edom e a terra de Moabe, e veio pelo lado oriental da terra de Moabe, e acampou além do Arnom; porém não entrou no território de Moabe, pois o Arnom era o limite de Moabe.    19E Israel enviou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, rei de Hesbom, e disse-lhe: Rogo-te que nos deixes passar pela tua terra até o meu lugar.    20Siom, porém, não se fiou de Israel para o deixar passar pelo seu território; pelo contrário, ajuntando todo o seu povo, acampou em Jaza e combateu contra Israel.    21E o Senhor Deus de Israel entregou Siom com todo o seu povo na mão de Israel, que os feriu e se apoderou de toda a terra dos amorreus que habitavam naquela região.    22Apoderou-se de todo o território dos amorreus, desde o Arnom até o Jaboque, e desde o deserto até o Jordão.    23Assim o Senhor Deus de Israel desapossou os amorreus de diante do seu povo de Israel; e possuirias tu esse território?    24Não possuirias tu o território daquele que Quemós, teu deus, desapossasse de diante de ti? assim possuiremos nós o território de todos quantos o Senhor nosso Deus desapossar de diante de nós.    25Agora, és tu melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe? ousou ele jamais contender com Israel, ou lhe mover guerra?    26Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, em Aroer e nas suas vilas em todas as cidades que estão ao longo do Arnom, por que não as recuperaste naquele tempo?    27Não fui eu que pequei contra ti; és tu, porém, que usas de injustiça para comigo, fazendo-me guerra. O Senhor, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e os amonitas.    28Contudo o rei dos amonitas não deu ouvidos à mensagem que Jefté lhe enviou.    29Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté, de modo que ele passou por Gileade e Manassés, e chegando a Mizpá de Gileade, dali foi ao encontro dos amonitas.    30E Jefté fez um voto ao Senhor, dizendo: Se tu me entregares na mão os amonitas,    31qualquer que, saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, quando eu, vitorioso, voltar dos amonitas, esse será do Senhor; eu o oferecerei em holocausto.    32Assim Jefté foi ao encontro dos amonitas, a combater contra eles; e o Senhor lhos entregou na mão.    33E Jefté os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim. Assim foram subjugados os amonitas pelos filhos de Israel.    34Quando Jefté chegou a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a filha única; além dela não tinha outro filho nem filha.    35Logo que ele a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ai de mim, filha minha! muito me abateste; és tu a causa da minha desgraça! pois eu fiz, um voto ao Senhor, e não posso voltar atrás.    36Ela lhe respondeu: Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor, faze de mim conforme o teu voto, pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom.    37Disse mais a seu pai: Concede-me somente isto: deixa-me por dois meses para que eu vá, e desça pelos montes, chorando a minha virgindade com as minhas companheiras.    38Disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então ela se foi com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes.    39E sucedeu que, ao fim dos dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o voto que tinha feito; e ela não tinha conhecido varão. Daí veio o costume em Israel,    40de irem as filhas de Israel de ano em ano lamentar por quatro dias a filha de Jefté, o gileadita. Isso não é   

Chapter 12

1Então os homens de Efraim se congregaram, passaram para Zafom e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os amonitas, e não nos chamaste para irmos contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo.    2Disse-lhes Jefté: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os amonitas; e quando vos chamei, não me livrastes da sua mão.    3Vendo eu que não me livráveis, arrisquei a minha vida e fui de encontro aos amonitas, e o Senhor mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje para combater contra mim?    4Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este lhes dissera: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés.    5E tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e quando algum dos fugitivos de Efraim diza: Deixai-me passar; então os homens de Gileade lhe perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não;    6então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete, porque não o podia pronunciar bem. Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão. Cairam de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.    7Jefté julgou a Israel seis anos; e morreu Jefté, o gileadita, e foi sepultado numa das cidades de Gileade.    8Depois dele julgou a Israel Ibzã de Belém.    9Tinha este trinta filhos, e trinta filhas que casou fora; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos. E julgou a Israel sete anos.    10Morreu Ibzã, e foi sepultado em Belém.    11Depois dele Elom, o zebulonita, julgou a Israel dez anos.    12Morreu Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.    13Depois dele julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita.    14Tinha este quarenta filhos e trinta netos, que cavalgavam sobre setenta jumentos. E julgou a Israel oito anos.    15Morreu Abdom, filho de Hilel, o piratonita, e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, na região montanhosa dos amalequitas.   

Chapter 13

1Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e ele os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.    2Havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não lhe dera filhos.    3Mas o anjo do Senhor apareceu à mulher e lhe disse: Eis que és estéril, e nunca deste à luz; porém conceberás, e terás um filho.    4Agora pois, toma cuidado, e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa alguma impura;    5porque tu conceberás e terás um filho, sobre cuja cabeça não passará navalha, porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começara a livrar a Israel da mão dos filisteus.    6Então a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Veio a mim um homem de Deus, cujo semblante era como o de um anjo de Deus, em extremo terrível; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome;    7porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho. Agora pois, não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa impura; porque o menino sera nazireu de Deus, desde o ventre de sua mãe até o dia da sua morte.    8Então Manoá suplicou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, venha ter conosco outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.    9Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez ter com a mulher, estando ela sentada no campo, porém não estava com ela seu marido, Manoá.    10Apressou-se, pois, a mulher e correu para dar a notícia a seu marido, e disse-lhe: Eis que me apareceu aquele homem que veio ter comigo o outro dia.    11Então Manoá se levantou, seguiu a sua mulher e, chegando à presença do homem, perguntou-lhe: És tu o homem que falou a esta mulher? Ele respondeu: Sou eu.    12Então disse Manoá: Quando se cumprirem as tuas palavras, como se há de criar o menino e que fará ele?    13Respondeu o anjo do Senhor a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher se guardará ela;    14de nenhum produto da vinha comerá; não beberá vinho nem bebida forte, nem comerá coisa impura; tudo quanto lhe ordenei cumprirá.    15Então Manoá disse ao anjo do Senhor: Deixa que te detenhamos, para que te preparemos um cabrito.    16Disse, porém, o anjo do Senhor a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto, é ao Senhor que o oferecerás. (Pois Manoá não sabia que era o anjo do Senhor).    17Ainda perguntou Manoá ao anjo do Senhor: Qual é o teu nome? - para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos.    18Ao que o anjo do Senhor lhe respondeu: Por que perguntas pelo meu nome, visto que é maravilhoso?    19Então Manoá tomou um cabrito com a oferta de cereais, e o ofereceu sobre a pedra ao Senhor; e fez o anjo maravilhas, enquanto Manoá e sua mulher o observavam.    20Ao subir a chama do altar para o céu, subiu com ela o anjo do Senhor; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram com o rosto em terra.    21E não mais apareceu o anjo do Senhor a Manoá, nem à sua mulher; então compreendeu Manoá que era o anjo do Senhor.    22Disse Manoá a sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.    23Sua mulher, porém, lhe respondeu: Se o Senhor nos quisera matar, não teria recebido da nossa mão o holocausto e a oferta de cereais, nem nos teria mostrado todas estas coisas, nem agora nos teria dito semelhantes coisas.    24Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou.    25E o Espírito do Senhor começou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.   

Chapter 14

1Desceu Sansão a Timnate; e vendo em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus,    2subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, dizendo: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora pois, tomai-ma por mulher.    3Responderam-lhe, porém, seu pai e sua mãe: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o nosso povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? Disse, porém, Sansão a seu pai: Toma esta para mim, porque ela muito me agrada.    4Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor, que buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel.    5Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timnate. E, chegando ele às vinhas de Timnate, um leão novo, rugindo, saiu-lhe ao encontro.    6Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que ele, sem ter coisa alguma na mão, despedaçou o leão como se fosse um cabrito. E não disse nem a seu pai nem a sua mãe o que tinha feito.    7Depois desceu e falou àquela mulher; e ela muito lhe agradou.    8Passado algum tempo, Sansão voltou para recebê-la; e apartando-se de caminho para ver o cadáver do leão, eis que nele havia um enxame de abelhas, e mel.    9E tirando-o nas mãos, foi andando e comendo dele; chegando aonde estavam seu pai e sua mãe, deu-lhes do mel, e eles comeram; porém não lhes disse que havia tirado o mel do corpo do leão.    10Desceu, pois, seu pai à casa da mulher; e Sansão fez ali um banquete, porque assim os mancebos costumavam fazer.    11E sucedeu que, quando os habitantes do lugar o viram, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele.    12Disse-lhes, pois, Sansão: Permiti-me propor-vos um enigma; se nos sete dias das bodas o decifrardes e mo descobrirdes, eu vos darei trinta túnicas de linho e trinta mantos;    13mas se não puderdes decifrar, vós me dareis a mim as trinta túnicas de linho e os trinta mantos. Ao que lhe responderam eles: Propõe o teu enigma, para que o ouçamos.    14Então lhes disse: Do que come saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma.    15Ao quarto dia, pois, disseram à mulher de Sansão: Persuade teu marido a que declare o enigma, para que não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai. Acaso nos convidastes para nos despojardes?    16E a mulher de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me aborreces, e não me amas; pois propuseste aos filhos do meu povo um enigma, e não mo declaraste a mim. Respondeu-lhe ele: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe o declarei, e to declararei a ti.    17Assim ela chorava diante dele os sete dias em que celebravam as bodas. Sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; então ela declarou o enigma aos filhos do seu povo.    18Os homens da cidade, pois, ainda no sétimo dia, antes de se pôr o sol, disseram a Sansão: Que coisa há mais doce do que o mel? e que coisa há mais forte do que o leão? Respondeu-lhes ele: Se vós não tivésseis lavrado com a minha novilha, não teríeis descoberto o meu enigma.    19Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que desceu a Asquelom, matou trinta dos seus homens e, tomando as suas vestes, deu-as aos que declararam o enigma; e, ardendo em ira, subiu à casa de seu pai.    20E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro, que lhe servira de paraninfo.:   

Chapter 15

1Alguns dias depois disso, durante a ceifa do trigo, Sansão, levando um cabrito, foi visitar a sua mulher, e disse: Entrarei na câmara de minha mulher. Mas o pai dela não o deixou entrar,    2dizendo-lhe: Na verdade, pensava eu que de todo a aborrecias; por isso a dei ao teu companheiro. Não é, porém, mais formosa do que ela a sua irmã mais nova? Toma-a, pois, em seu lugar.    3Então Sansão lhes disse: De agora em diante estarei sem culpa para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal.    4E Sansão foi, apanhou trezentas raposas, tomou fachos e, juntando as raposas cauda a cauda, pôs-lhes um facho entre cada par de caudas.    5E tendo chegado fogo aos fachos, largou as raposas nas searas dos filisteus:, e assim abrasou tanto as medas como o trigo ainda em pé as vinhas e os olivais.    6Perguntaram os filisteus: Quem fez isto? Respondeu-se-lhes: Sansão, o genro do timnita, porque este lhe tomou a sua mulher, e a deu ao seu companheiro. Subiram, pois, os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai.    7Disse-lhes Sansão: É assim que fazeis? pois só cessarei quando me houver vingado de vós.    8E de todo os desbaratou, infligindo-lhes grande mortandade. Então desceu, e habitou na fenda do penhasco de Etã.    9Então os filisteus subiram, acamparam-se em Judá, e estenderam-se por Leí.    10Perguntaram-lhes os homens de Judá: Por que subistes contra nós. E eles responderam: Subimos para amarrar a Sansão, para lhe fazer como ele nos fez.    11Então três mil homens de Judá desceram até a fenda do penhasco de Etã, e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles.    12Tornaram-lhe eles: Descemos para amarrar-te, a fim de te entregar nas mãos dos filisteus. Disse-lhes Sansão: Jurai-me que vós mesmos não me acometereis.    13Eles lhe responderam: Não, não te mataremos, mas apenas te amarraremos, e te entregaremos nas mãos deles. E amarrando-o com duas cordas novas, tiraram-no do penhasco.    14Quando ele chegou a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando. Então o Espírito do Senhor se apossou dele, e as cordas que lhe ligavam os braços se tornaram como fios de linho que estão queimados do fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos.    15E achou uma queixada fresca de jumento e, estendendo a mão, tomou-a e com ela matou mil homens.    16Disse Sansão: Com a queixada de um jumento montões e mais montões! Sim, com a queixada de um jumento matei mil homens.    17E acabando ele de falar, lançou da sua mão a queixada; e chamou-se aquele lugar Ramá-Leí.    18Depois, como tivesse grande sede, clamou ao Senhor, e disse: Pela mão do teu servo tu deste este grande livramento; e agora morrerei eu de sede, e cairei nas mãos destes incircuncisos?    19Então o Senhor abriu a fonte que está em Leí, e dela saiu água; e Sansão, tendo bebido, recobrou alento, e reviveu; pelo que a fonte ficou sendo chamada En-Hacore, a qual está em Leí até o dia de hoje.    20E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.   

Chapter 16

1Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e entrou a ela.    2E foi dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, pois, e de emboscada à porta da cidade o esperaram toda a noite; assim ficaram quietos a noite toda, dizendo: Quando raiar o dia, matá-lo-emos.    3Mas Sansão deitou-se até a meia-noite; então, levantando-se, pegou nas portas da entrada da cidade, com ambos os umbrais, arrancou-as juntamente com a tranca e, pondo-as sobre os ombros, levou-as até o cume do monte que está defronte de Hebrom.    4Depois disto se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.    5Então os chefes dos filisteus subiram a ter com ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderemos prevalecer contra ele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.    6Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.    7Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete cordas de nervos, ainda não secados, então me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.    8Então os chefes dos filisteus trouxeram a Dalila sete cordas de nervos, ainda não secados, com as quais ela o amarrou.    9Ora, tinha ela em casa uns espias sentados na câmara interior. Então ela disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E ele quebrou as cordas de nervos, como se quebra o fio da estopa ao lhe chegar o fogo. Assim não se soube em que consistia a sua força.    10Disse, pois, Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me agora com que poderia ser a amarrado.    11Respondeu-lhe ele: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que nunca tivessem sido usadas, então me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.    12Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E os espias estavam sentados na câmara interior. Porém ele as quebrou de seus braços como a um fio.    13Disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderia ser amarrado. E ele lhe disse: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com os liços da teia.    14Assim ela as fixou com o torno de tear, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então ele despertou do seu sono, e arrancou o torno do tear, juntamente com os liços da teia.    15Disse-lhe ela: como podes dizer: Eu te amo! não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua força.    16E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a alma dele se angustiou até a morte.    17E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela ninha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.    18Vendo Dalila que ele lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os chefes dos filisteus, dizendo: Subi ainda esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os chefes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo o dinheiro nas maos.    19Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e mandou chamar um homem para lhe rapar as sete tranças de sua cabeça. Depois começou a afligi-lo, e a sua força se lhe foi.    20E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Despertando ele do seu sono, disse: Sairei, como das outras vezes, e me livrarei. Pois ele não sabia que o Senhor se tinha retirado dele.    21Então os filisteus pegaram nele, arrancaram-lhe os olhos e, tendo-o levado a Gaza, amarraram-no com duas cadeias de bronze; e girava moinho no cárcere.    22Todavia o cabelo da sua cabeça, logo que foi rapado, começou a crescer de novo:    23Então os chefes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se regozijar; pois diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.    24semelhantemente o povo, vendo-o, louvava ao seu deus, dizendo: Nosso Deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, aquele que destruía a nossa terra, e multiplicava os nossos mortos.    25E sucedeu que, alegrando-se o seu coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que brinque diante de nós. Mandaram, pois, vir do cárcere Sansão, que brincava diante deles; e fizeram-no estar em pé entre as colunas.    26Disse Sansão ao moço que lhe segurava a mão: Deixa-me apalpar as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas.    27Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os chefes dos filisteus, e sobre o telhado havia cerca de três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar.    28Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor Deus! lembra-te de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que duma só vez me vingue dos filisteus pelos meus dois olhos.    29Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, arrimando-se numa com a mão direita, e na outra com a esquerda.    30E bradando: Morra eu com os filisteus! inclinou-se com toda a sua força, e a casa caiu sobre os chefes e sobre todo o povo que nela havia. Assim foram mais os que matou ao morrer, do que os que matara em vida.    31Então desceram os seus irmãos e toda a casa de seu pai e, tomando-o, o levaram e o sepultaram, entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele havia julgado a Israel vinte anos.   

Chapter 17

1Havia um homem da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Mica.    2Disse este a sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa lançaste maldições, e acerca das quais também me falaste, eis que esse dinheiro está comigo, eu o tomei. Então disse sua mãe: Bendito do Senhor seja meu filho!    3E ele restituiu as mil e cem moedas de prata a sua mãe; porém ela disse: Da minha mão dedico solenemente este dinheiro ao Senhor a favor de meu filho, para fazer uma imagem esculpida e uma de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar.    4Quando ele restituiu o dinheiro a sua mãe, ela tomou duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem esculpida e uma de fundição, as quais ficaram em casa de Mica.    5Ora, tinha este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, que lhe serviu de sacerdote.    6Naquelas dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia bem aos seus olhos.    7E havia um mancebo de Belém de Judá, da família de Judá, que era levita, e peregrinava ali.    8Este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse conveniente. Seguindo ele o seu caminho, chegou à região montanhosa de Efraim, à casa de Mica,    9o qual lhe perguntou: Donde vens? E ele lhe respondeu: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde achar conveniente.    10Então lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, o vestuário e o sustento. E o levita entrou.    11Consentiu, pois, o levita em ficar com aquele homem, e lhe foi como um de seus filhos.    12E Mica consagrou o levita, e o mancebo lhe serviu de sacerdote, e ficou em sua casa.    13Então disse Mica: Agora sei que o Senhor me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote.   

Chapter 18

1Naqueles dias não havia rei em Israel; a tribo dos danitas buscava para si herança em que habitar; porque até então não lhe havia caído a sua herança entre as tribos de Israel.    2E de Zorá e Estaol os filhos de Dã enviaram cinco homens da sua tribo, escolhidos dentre todo o povo, homens valorosos, para espiar e reconhecer a terra; e lhes disseram: Ide, reconhecei a terra. E chegaram eles à região montanhosa de Efraim, à casa de Mica, e passaram ali a noite.    3Pois, estando eles perto da casa de Mica, reconheceram a voz do mancebo levita; e, dirigindo-se para lá, lhe perguntaram: Quem te trouxe para cá? que estás fazendo aqui? e que é isto que tens aqui?    4E ele lhes respondeu: Assim e assim me tem feito Mica; ele me assalariou, e eu lhe sirvo e sacerdote.    5Então lhe disseram: Consulta a Deus, para que saibamos se será próspero o caminho que seguimos.    6Ao que lhes disse o sacerdote: Ide em paz; perante o Senhor está o caminho que seguis.    7Então foram-se aqueles cinco homens, e chegando a Laís, viram o povo que havia nela, como vivia em segurança, conforme o costume dos sidônios, quieto e desprecavido; não havia naquela terra falta de coisa alguma; era um povo rico e, estando longe dos sidônios, não tinha relações com ninguém.    8Então voltaram a seus irmãos, em Zorá e Estaol, os quais lhes perguntaram: Que dizeis vós?    9Eles responderam: Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que é muito boa. E vós estareis aqui tranqüilos? Não sejais preguiçosos em entrardes para tomar posse desta terra.    10Quando lá chegardes, achareis um povo desprecavido, e a terra é muito espaçosa; pois Deus vos entregou na mão um lugar em que não há falta de coisa alguma que há na terra.    11Então seiscentos homens da tribo dos danitas partiram de Zorá e Estaol, munidos de armas de guerra.    12E, tendo subido, acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; pelo que esse lugar ficou sendo chamado Maané-Dã, até o dia de hoje; eis que está ao ocidente de Quiriate-Jearim.    13Dali passaram à região montanhosa de Efraim, e chegaram à casa de Mica.    14Então os cinco homens que tinham ido espiar a terra de Laís disseram a seus irmãos: Sabeis vós que naquelas casas há um éfode, e terafins, e uma imagem esculpida e uma de fundição? Considerai, pois, agora o que haveis de fazer.    15Então se dirigiram para lá, e chegaram à casa do mancebo, o levita, à casa de Mica, e o saudaram.    16E os seiscentos homens dos danitas, munidos de suas armas de guerra, ficaram à entrada da porta.    17Mas subindo os cinco homens que haviam espiado a terra, entraram ali e tomaram a imagem esculpida, e éfode, os terafins e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens armados.    18Quando eles entraram na casa de Mica, e tomaram a imagem esculpida, o éfode, os terafins e a imagem de fundição, perguntou-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?    19E eles lhe responderam: Cala-te, põe a mão sobre a boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. Que te é melhor? ser sacerdote da casa dum só homem, ou duma tribo e duma geração em Israel?    20Então alegrou-se o coração do sacerdote, o qual tomou o éfode, os terafins e a imagem esculpida, e entrou no meio do povo.    21E, virando-se, partiram, tendo posto diante de si os pequeninos, o gado e a bagagem.    22Estando eles já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas vizinhas à dele se reuniram, e alcançaram os filhos de Dã.    23E clamaram após os filhos de Dã, os quais, virando-se, perguntaram a Mica: Que é que tens, visto que vens com tanta gente?    24Então ele respondeu: Os meus deuses que eu fiz, vós me tomastes, juntamente com o sarcerdote, e partistes; e agora, que mais me fica? Como, pois, me dizeis: Que é que tens ?    25Mas os filhos de Dã lhe disseram: Não faças ouvir a tua voz entre nós, para que porventura homens violentos não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.    26Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dã; e Mica, vendo que eram mais fortes do que ele, virou-se e voltou para sua casa.    27Eles, pois, levaram os objetos que Mica havia feito, e o sacerdote que estava com ele e, chegando a Laís, a um povo quieto e desprecavido, passaram-no ao fio da espada, e puseram fogo à cidade.    28E ninguém houve que o livrasse, porquanto estava longe de Sidom, e não tinha relações com ninguém; a cidade estava no vale que está junto a Bete-Reobe. Depois, reedificando-a, habitaram nela,    29e chamaram-lhe Dã, segundo o nome de Dã, seu pai, que nascera a Israel; era, porém, dantes o nome desta cidade Laís.    30Depois os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem esculpida; e Jônatas, filho de Gérsom, o filho de Moisés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até o dia do cativeiro da terra.    31Assim, pois, estabeleceram para si a imagem esculpida que Mica fizera, por todo o tempo em que a casa de Deus esteve em Siló.   

Chapter 19

1Aconteceu também naqueles dias, quando não havia rei em Israel, que certo levita, habitante das partes remotas da região montanhosa de Efraim, tomou para si uma concubina, de Belém de Judá.    2Ora, a sua concubina adulterou contra ele e, deixando-o, foi para casa de seu pai em Belém de Judá, e ali ficou uns quatro meses.    3Seu marido, levantando-se, foi atrás dela para lhe falar bondosamente, a fim de tornar a trazê-la; e levava consigo o seu moço e um par de jumentos. Ela o levou à casa de seu pai, o qual, vendo-o, saiu alegremente a encontrar-se com ele.    4E seu sogro, o pai da moça, o deteve consigo três dias; assim comeram e beberam, e se alojaram ali.    5Ao quarto dia madrugaram, e ele se levantou para partir. Então o pai da moça disse a seu genro: Fortalece-te com um bocado de pão, e depois partireis:    6Sentando-se, pois, ambos juntos, comeram e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que fiques ainda esta noite aqui, e alegre-se o teu coração.    7O homem, porém, levantou-se para partir; mas, como seu sogro insistisse, tornou a passar a noite ali.    8Também ao quinto dia madrugaram para partir; e disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração, e detém-te até o declinar do dia. E ambos juntos comeram.    9Então o homem se levantou para partir, ele, a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina para a tarde; peço-te que aqui passes a noite. O dia já vai acabando; passa aqui a noite, e alegre-se o teu coração: Amanhã de madrugada levanta-te para encetares viagem, e irás para a tua tenda.    10Entretanto, o homem não quis passar a noite ali, mas, levantando-se, partiu e chegou à altura de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina.    11Quando estavam perto de Jebus, já o dia tinha declinado muito; e disse o moço a seu senhor: Vem, peço-te, retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus, e passemos nela a noite.    12Respondeu-lhe, porém, o seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estrangeira, que não seja dos filhos de Israel, mas passaremos até Gibeá.    13Disse mais a seu moço: Vem, cheguemos a um destes lugares, Gibeá ou Ramá, e passemos ali a noite.    14Passaram, pois, continuando o seu caminho; e o sol se pôs quando estavam perto de Gibeá, que pertence a Benjamim.    15Pelo que se dirigiram para lá, a fim de passarem ali a noite; e o levita, entrando, sentou-se na praça da cidade, porque não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite.    16Eis que ao anoitecer vinha do seu trabalho no campo um ancião; era ele da região montanhosa de Efraim, mas habitava em Gibeá; os homens deste lugar, porém, eram benjamitas.    17Levantando ele os olhos, viu na praça da cidade o viajante, e perguntou-lhe: Para onde vais, e donde vens?    18Respondeu-lhe ele: Estamos de viagem de Belém de Judá para as partes remotas da região montanhosa de Efraim, donde sou. Fui a Belém de Judá, porém agora vou à casa do Senhor; e ninguem há que me recolha em casa.    19Todavia temos palha e forragem para os nossos jumentos; também há pão e vinho para mim, para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta.    20Disse-lhe o ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça.    21Assim o fez entrar em sua casa, e deu ração aos jumentos; e, depois de lavarem os pés, comeram e beberam.    22Enquanto eles alegravam o seu coração, eis que os homens daquela cidade, filhos de Belial, cercaram a casa, bateram à porta, e disseram ao ancião, dono da casa: Traze cá para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos.    23O dono da casa saiu a ter com eles, e disse-lhes: Não, irmãos meus, não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais essa loucura.    24Aqui estão a minha filha virgem e a concubina do homem; fá-las-ei sair; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais tal loucura.    25Mas esses homens não o quiseram ouvir; então aquele homem pegou da sua concubina, e lha tirou para fora. Eles a conheceram e abusaram dela a noite toda até pela manhã; e ao subir da alva deixaram-na:    26Ao romper do dia veio a mulher e caiu à porta da casa do homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.    27Levantando-se pela manhã seu senhor, abriu as portas da casa, e ia sair para seguir o seu caminho; e eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar.    28Ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos; porém ela não respondeu. Então a pôs sobre o jumento e, partindo dali, foi para o seu lugar.    29Quando chegou em casa, tomou um cutelo e, pegando na sua concubina, a dividiu, membro por membro, em doze pedaços, que ele enviou por todo o território de Israel.    30E sucedeu que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal coisa se fez, nem se viu, desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito até o dia de hoje; ponderai isto, consultai, e dai o vosso parecer.   

Chapter 20

1Então saíram todos os filhos de Israel, desde Dã até Berseba, e desde a terra de Gileade, e a congregação, como se fora um só homem, se ajuntou diante do senhor em Mizpá.    2Os homens principais de todo o povo, de todas as tribos de Israel, apresentaram-se na assembléia do povo de Deus; eram quatrocentos mil homens de infantaria que arrancavam da espada.    3(Ora, ouviram os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá). E disseram os filhos de Israel: Dizei-nos, de que modo se cometeu essa maldade?    4Então respondeu o levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, que pertence a Benjamim, para ali passar a noite;    5e os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram e noite a casa em que eu estava; a mim intentaram matar, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.    6Então peguei na minha concubina, dividi-a em pedaços e os enviei por todo o país da herança de Israel, porquanto cometeram tal abominação e loucura em Israel:    7Eis aqui estais todos vós, ó filhos de Israel; dai a vossa palavra e conselho neste caso.    8Então todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda, e nenhum de nós voltará a sua casa.    9Mas isto é o que faremos a Gibeá: subiremos contra ela por sorte;    10tomaremos, de todas as tribos de Israel, dez homens de cada cem, cem de cada mil, e mil de cada dez mil, para trazerem mantimento para o povo, a fim de que, vindo ele a Gibeá de Benjamim, lhe faça conforme toda a loucura que ela fez em Israel.    11Assim se ajuntaram contra essa cidade todos os homens de Israel, unidos como um só homem.    12Então as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, para lhe dizerem: Que maldade é essa que se fez entre vós?    13Entregai-nos, pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos, e extirpemos de Israel este mal. Mas os filhos de Benjamim não quiseram dar ouvidos à voz de seus irmãos, os filhos de Israel;    14pelo contrário, das suas cidades se ajuntaram em Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel:    15Ora, contaram-se naquele dia dos filhos de Benjamim, vindos das suas cidades, vinte e seis mil homens que arrancavam da espada, afora os moradores de Gibeá, de que se sentaram setecentos homens escolhidos.    16Entre todo esse povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, cada um dos quais podia, com a funda, atirar uma pedra a um fio de cabelo, sem errar.    17Contaram-se também dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que arrancavam da espada, e todos eles homens de guerra.    18Então, levantando-se os filhos de Israel, subiram a Betel, e consultaram a Deus, perguntando: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim ? Respondeu o Senhor: Judá subirá primeiro.    19Levantaram-se, pois, os filhos de Israel pela manhã, e acamparam contra Gibeá.    20E os homens de Israel saíram a pelejar contra os benjamitas, e ordenaram a batalha contra eles ao pé de Gibeá.    21Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra naquele dia vinte e dois mil homens de Israel.    22Mas esforçou-se o povo, isto é, os homens de Israel, e tornaram a ordenar a batalha no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado.    23E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o Senhor até a tarde, e perguntaram-lhe: Tornaremos a pelejar contra os filhos de Benjamim, nosso irmão? E disse o Senhor: Subi contra eles.    24Avançaram, pois, os filhos de Israel contra os filhos de Benjamim, no dia seguinte.    25Também os de Benjamim, nesse mesmo dia, saíram de Gibeá ao seu encontro e derrubaram por terra mais dezoito mil homens, sendo todos estes dos que arrancavam da espada.    26Então todos os filhos de Israel, o exército todo, subiram e, vindo a Betel, choraram; estiveram ali sentados perante o Senhor, e jejuaram aquele dia até a tarde; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante ao Senhor.    27Consultaram, pois, os filhos de Israel ao Senhor (porquanto a arca do pacto de Deus estava ali naqueles dias;    28e Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, lhe assistia), e perguntaram: Tornaremos ainda a sair à pelejar contra os filhos de Benjamim, nosso irmão, eu desistiremos? Respondeu o Senhor: Subi, porque amanhã vo-los entregarei nas mãos.    29Então Israel pôs emboscadas ao redor de Gibeá.    30E ao terceiro dia subiram os filhos de Israel contra os filhos de Benjamim e, como das outras vezes, ordenaram a batalha junto a Gibeá.    31Então os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e foram atraídos da cidade. e começaram a ferir o povo como das outras vezes, matando uns trinta homens de Israel, pelos caminhos, um dos quais sobe para Betel, e o outro para Gibeá pelo campo.    32Pelo que disseram os filhos de Benjamim: Vão sendo derrotados diante de nós como dantes. Mas os filhos de Israel disseram: Fujamos, e atraiamo-los da cidade para os caminhos.    33Então todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e ordenaram a batalha em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel irrompeu do seu lugar, a oeste de Geba.    34Vieram contra Gibeá dez mil homens escolhidos de todo o Israel, e a batalha tornou-se rude; porém os de Gibeá não sabiam que o mal lhes sobrevinha.    35Então o Senhor derrotou a Benjamim diante dos filhos de Israel, que destruíram naquele dia vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos estes dos que arrancavam da espada.    36Assim os filhos de Benjamim viram que estavam derrotados; pois os homens de Israel haviam cedido terreno aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto contra Gibea;    37e a emboscada, apressando-se, acometeu a Gibeá, e prosseguiu contra ela, ferindo ao fio da espada toda a cidade:    38Ora, os homens de Israel tinham determinado com a emboscada um sinal, que era fazer levantar da cidade uma grande nuvem de fumaça.    39Viraram-se, pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim cemeçara a atacar es homens de Israel, havendo morto uns trinta deles; pelo que diziam: Certamente vão sendo derrotados diante de nós, como na primeira batalha.    40Mas quando o sinal começou a levantar-se da cidade, numa coluna de fumaça, os benjamitas olharam para trás de si, e eis que toda a cidade subia em fumaça ao céu.    41Nisso os homens de Israel se viraram contra os de Benjamim, os quais pasmaram, pois viram que o mal lhes sobreviera.    42Portanto, virando as costas diante dos homens de Israel, fugiram para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruíam no meio deles.    43Cercaram os benjamitas e os perseguiram, pisando-os desde Noá até a altura de Gibeá para o nascente do sol.    44Assim caíram de Benjamim dezoito mil homens, sendo todos estes homens valorosos.    45Então os restantes, virando as costas fugiram para deserto, até a penha de Rimom; mas os filhos de Israel colheram deles pelos caminhos ainda cinco mil homens; e, seguindo-os de perto até Gidom, mataram deles mais dois mil.    46E, todos, os de Benjamim que caíram naquele dia oram vinte e cinco mil homens que arrancavam da espada, todos eles homens valorosos.    47Mas seiscentos homens viraram as costas e, fugindo para o deserto, para a penha de Rimom, ficaram ali quatro meses.    48E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os passaram ao fio da espada, tanto os homens da cidade como os animais, tudo quanto encontraram; e a todas as cidades que acharam puseram fogo.   

Chapter 21

1Ora, os homens de Israel tinham jurado em Mizpá dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por mulher aos benjamitas.    2Veio, pois, o povo a Betel, e ali ficou sentado até a tarde, diante de Deus; e todos, levantando a voz, fizeram grande pranto,    3e disseram: Ah! Senhor Deus de Israel, por que sucedeu isto, que falte uma tribo em Israel?    4No dia seguinte o povo levantou-se de manhã cedo, edificou ali um altar e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas.    5E disseram os filhos de Israel: Quem dentre todas as tribos de Israel não subiu à assembléia diante do Senhor? Porque se tinha feito um juramento solene acerca daquele que não subisse ao Senhor em Mizpá, dizendo: Certamente será morto.    6E os filhos de Israel tiveram pena de Benjamim, seu irmão, e disseram: Hoje é cortada de Israel uma tribo.    7Como havemos de conseguir mulheres para os que restam deles, desde que juramos pelo Senhor que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por mulher?    8Então disseram: Quem é que dentre as tribos de Israel não subiu ao Senhor em Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à assembléia.    9Porquanto, ao contar-se o povo, nenhum dos habitantes de Jabes-Gileade estava ali.    10Pelo que a congregação enviou para lá doze mil homens dos mais valorosos e lhes ordenou, dizendo: Ide, e passai ao fio da espada os habitantes de Jabes-Gileade, juntamente com as mulheres e os pequeninos.    11Mas isto é o que haveis de fazer: A todo homem e a toda mulher que tiver conhecido homem, totalmente destruireis.    12E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que não tinham conhecido homem, e as trouxeram ao arraial em Siló, que está na terra de Canaã.    13Toda a congregação enviou mensageiros aos filhos de Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.    14Então voltaram os benjamitas, e os de Israel lhes deram as mulheres que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda não lhes bastaram.    15E o povo teve pena de Benjamim, porquanto o Senhor tinha aberto uma brecha nas tribos de Israel.    16Disseram, pois os anciãos da congregação: Como havemos de conseguir mulheres para os que restam, pois que foram destruídas as mulheres de Benjamim?    17Disseram mais: Deve haver uma herança para os que restam de Benjamim, para que uma tribo não seja apagada de Israel.    18Contudo nós não lhes poderemos dar mulheres dentre nossas filhas. Pois os filhos de Israel tinham jurado, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos benjamitas.    19Disseram então: Eis que de ano em ano se realiza a festa do Senhor em Siló que está ao norte de Betel, a leste do caminho que sobe de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona.    20Ordenaram, pois, aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, ponde-vos de emboscada nas vinhas,    21e vigiai; ao saírem as filhas de Siló a dançar nos coros, saí vós das vinhas, arrebatai cada um sua mulher, das filhas de Siló, e ide-vos para a terra de Benjamim.    22Então quando seus pais e seus irmãos vierem queixar-se a nós, nós lhes diremos: Dignai-vos de no-las conceder; pois nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles, nem vós lhas destes; de outro modo seríeis agora culpados.    23Assim fizeram os filhos de Benjamim; e conforme o seu número tomaram para si mulheres, arrebatando-as dentre as que dançavam; e, retirando-se, voltaram à sua herança, reedificaram as cidades e habitaram nelas.    24Nesse mesmo tempo os filhos de Israel partiram dali, cada um para a sua tribo e para a sua família; assim voltaram cada um para a sua herança.    25Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.   

Ruth

Chapter 1

1Nos dias em que os juízes governavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar no país de Moabe, ele, sua mulher, e seus dois filhos.    2Chamava-se este homem Elimeleque, e sua mulher Noêmi, e seus dois filhos se chamavam Malom e Quiliom; eram efrateus, de Belém de Judá. Tendo entrado no país de Moabe, ficaram ali.    3E morreu Elimeleque, marido de Noêmi; e ficou ela com os seus dois filhos,    4os quais se casaram com mulheres moabitas; uma destas se chamava Orfa, e a outra Rute; e moraram ali quase dez anos.    5E morreram também os dois, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.    6Então se levantou ela com as suas noras, para voltar do país de Moabe, porquanto nessa terra tinha ouvido que e Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe pão.    7Pelo que saiu de lugar onde estava, e com ela as duas noras. Indo elas caminhando para voltarem para a terra de Judá,    8disse Noêmi às suas noras: Ide, voltai, cada uma para a casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós o fizestes com os falecidos e comigo.    9O Senhor vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. Quando as beijou, porém, levantaram a vóz e choraram.    10E disseram-lhe: Certamente voltaremos contigo para o teu povo.    11Noêmi, porém, respondeu: Voltai, minhas filhas; porque ireis comigo? Tenho eu ainda filhos no meu ventre, para que vos viessem a ser maridos?    12Voltai, filhas minhas; ide-vos, porque já sou velha demais para me casar. Ainda quando eu dissesse: Tenho esperança; ainda que esta noite tivesse marido e ainda viesse a ter filhos.    13esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? deter-vos-íeis por eles, sem tomardes marido? Não, filhas minhas, porque mais amargo me é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do Senhor se descarregou contra mim.    14Então levantaram a voz, e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém Rute se apegou a ela.    15Pelo que disse Noêmi: Eis que tua concunhada voltou para o seu povo e para os seus deuses; volta também tu após a tua concunhada.    16Respondeu, porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus.    17Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Assim me faça o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.    18Vendo Noêmi que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar nisso.    19Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém. E sucedeu que, ao entrarem em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres perguntavam: É esta, porventura, Noêmi?    20Ela, porém, lhes respondeu: Não me chameis Noêmi; chamai-me Mara, porque o Todo-Poderoso me encheu de amargura.    21Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez tornar. Por que, pois, me chamais Noêmi, visto que o Senhor testemunhou contra mim, e o Todo-Poderoso me afligiu?    22Assim Noêmi voltou, e com ela Rute, a moabita, sua nora, que veio do país de Moabe; e chegaram a Belém no principio da sega da cevada.   

Chapter 2

1Ora, tinha Noêmi um parente de seu marido, homem poderoso e rico, da família de Elimeleque; e ele se chamava Boaz.    2Rute, a moabita, disse a Noêmi: Deixa-me ir ao campo a apanhar espigas atrás daquele a cujos olhos eu achar graça. E ela lhe respondeu: Vai, minha filha.    3Foi, pois, e chegando ao campo respigava após os segadores; e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que era da família de Elimeleque.    4E eis que Boaz veio de Belém, e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. Responderam-lhe eles: O Senhor te abençoe.    5Depois perguntou Boaz ao moço que estava posto sobre os segadores: De quem é esta moça?    6Respondeu-lhe o moço: Esta é a moça moabita que voltou com Noêmi do país de Moabe.    7Disse-me ela: Deixa-me colher e ajuntar espigas por entre os molhos após os segadores: Assim ela veio, e está aqui desde pela manhã até agora, sem descansar nem sequer um pouco.    8Então disse Boaz a Rute: Escuta filha minha; não vás colher em outro campo, nem tampouco passes daqui, mas ajunta-te às minhas moças.    9Os teus olhos estarão atentos no campo que segarem, e irás após elas; não dei eu ordem aos moços, que não te molestem? Quando tiveres sede, vai aos vasos, e bebe do que os moços tiverem tirado.    10Então ela, inclinando-se e prostrando-se com o rosto em terra, perguntou-lhe: Por que achei eu graça aos teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu estrangeira?    11Ao que lhe respondeu Boaz: Bem se me contou tudo quanto tens feito para com tua sogra depois da morte de teu marido; como deixaste a teu pai e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que dantes não conhecias.    12O Senhor recompense o que fizeste, e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.    13E disse ela: Ache eu graça aos teus olhos, senhor meu, pois me consolaste, e falaste bondosamente a tua serva, não sendo eu nem mesmo como uma das tuas criadas.    14Também à hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te, come do pão e molha o teu bocado no vinagre. E, sentando-se ela ao lado dos segadores, ele lhe ofereceu grão tostado, e ela comeu e ficou satisfeita, e ainda lhe sobejou.    15Quando ela se levantou para respigar, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo: Até entre os molhos deixai-a respirar, e não a censureis.    16Também, tirai dos molhos algumas espigas e deixai-as ficar, para que as colha, e não a repreendais.    17Assim ela respigou naquele campo até a tarde; e debulhou o que havia apanhado e foi quase uma efa de cevada.    18Então, carregando com a cevada, veio à cidade; e viu sua sogra o que ela havia apanhado. Também Rute tirou e deu-lhe o que lhe sobejara depois de fartar-se.    19Ao que lhe perguntou sua sogra: Onde respigaste hoje, e onde trabalhaste? Bendito seja aquele que fez caso de ti. E ela relatou à sua sogra com quem tinha trabalhado, e disse: O nome do homem com quem hoje trabalhei é Boaz.    20Disse Noêmi a sua nora: Bendito seja ele do Senhor, que não tem deixado de misturar a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noêmi: Esse homem é parente nosso, um dos nossos remidores.    21Respondeu Rute, a moabita: Ele me disse ainda: Seguirás de perto os meus moços até que tenham acabado toda a minha sega.    22Então disse Noêmi a sua nora, Rute: Bom é, filha minha, que saias com as suas moças, e que não te encontrem noutro campo.    23Assim se ajuntou com as moças de Boaz, para respigar até e fim da sega da cevada e do trigo; e morava com a sua sogra.   

Chapter 3

1Depois lhe disse Noêmi, sua sogra: Minha filha, não te hei de buscar descanso, para que fiques bem?    2Ora pois, não é Boaz, com cujas moças estiveste, de nossa parentela. Eis que esta noite ele vai joeirar a cevada na eira.    3Lava-te pois, unge-te, veste os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.    4E quando ele se deitar, notarás o lugar em que se deita; então entrarás, descobrir-lhe-ás os pés e te deitarás, e ele te dirá o que deves fazer.    5Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres, farei.    6Então desceu à eira, e fez conforme tudo o que sua sogra lhe tinha ordenado.    7Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e estando já o seu coração alegre, veio deitar-se ao pé de uma meda; e vindo ela de mansinho, descobriu-lhe os pés, e se deitou.    8Ora, pela meia-noite, o homem estremeceu, voltou-se, e viu uma mulher deitada aos seus pes.    9E perguntou ele: Quem és tu? Ao que ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és o remidor.    10Então disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; mostraste agora mais bondade do que dantes, visto que após nenhum mancebo foste, quer pobre quer rico.    11Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseres te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.    12Ora, é bem verdade que eu sou remidor, porém há ainda outro mais chegado do que eu.    13Fica-te aqui esta noite, e será que pela manhã, se ele cumprir para contigo os deveres de remidor, que o faça; mas se não os quiser cumprir, então eu o farei tão certamente como vive o Senhor; deita-te até pela manhã.    14Ficou, pois, deitada a seus pés até pela manhã, e levantou-se antes que fosse possível a uma pessoa reconhecer outra; porquanto ele disse: Não se saiba que uma mulher veio à eira.    15Disse mais: Traze aqui a capa com que te cobres, e segura-a. Segurou-a, pois, e ele as mediu seis medidas de cevada, e lhas pôs no ombro. Então ela foi para a cidade.    16Quando chegou à sua sogra, esta lhe perguntou: Como te houveste, minha filha? E ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe fizera.    17Disse mais: Estas seis medidas de cevada ele mas deu, dizendo: Não voltarás vazia para tua sogra.    18Então disse Noêmi: Espera, minha filha, até que saibas como irá terminar o caso; porque aquele homem não descansará enquanto não tiver concluído hoje este negócio.   

Chapter 4

1Boaz subiu à porta, e sentou-se ali; e eis que o remidor de quem ar de jumentos. Ela o levou à casa de seu pai, o qual, vendo-o, ele, desviando-se para ali, sentou-se.    2Então Boaz tomou dez homens dentre os anciãos da cidade, e lhes disse: Sentai-vos aqui. E eles se sentaram.    3Disse Boaz ao remidor: Noêmi, que voltou da terra dos moabitas, vendeu a parte da terra que pertencia a Elimeleque; nosso irmão.    4Resolvi informar-te disto, e dizer-te: Compra-a na presença dos que estão sentados aqui, na presença dos anciãos do meu povo; se hás de redimi-la, redime-a, e se não, declara-mo, para que o saiba, pois outro não há, senão tu, que a redima, e eu depois de ti. Então disse ele: Eu a redimirei.    5Disse, porém, Boaz: No dia em que comprares o campo da mão de Noêmi, também tomarás a Rute, a moabita, que foi mulher do falecido, para suscitar o nome dele na sua herança.    6Então disse o remidor: Não poderei redimi-lo para mim, para que não prejudique a minha própria herança; toma para ti o meu direito de remissão, porque eu não o posso fazer.    7Outrora em Israel, para confirmar qualquer negócio relativo à remissão e à permuta, o homem descalçava o sapato e o dava ao seu próximo; e isto era por testemunho em Israel.    8Dizendo, pois, o remidor a Boaz: Compra-a para ti, descalçou o sapato.    9Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que comprei tudo quanto foi de Elimeleque, e de Quiliom, e de Malom, da mão de Noêmi,    10e de que também tomei por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido na sua herança, para que a nome dele não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas.    11Ao que todo o povo que estava na porta e os anciãos responderam: Somos testemunhas. O Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e a Léia, que juntas edificaram a casa de Israel. Porta-te valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém.    12Também seja a tua casa como a casa de Pérez, que Tamar deu a Judá, pela posteridade que o Senhor te der desta moça.    13Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; ele a conheceu, e o Senhor permitiu a Rute conceber, e ela teve um filho.    14Disseram então as mulheres a Noêmi: Bendito seja o Senhor, que não te deixou hoje sem remidor; e torne-se o seu nome afamado em Israel.    15Ele será restaurador da tua vida, e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz; ela te é melhor do que sete filhos.    16E Noêmi tomou o menino, pô-lo no seu regaço, e foi sua ama.    17E as vizinhas deram-lhe nome, dizendo: A Noêmi nasceu um filho, E chamaram ao menino Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.    18São estas as gerações de Pérez: Pérez gerou a Hezrom,    19Hezrom gerou a Rão, Rão gerou a Aminadabe,    20Aminadabe gereu a Nasom, Nasom gerou a Salmom,    21Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede,    22Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.   

1 Samuel

Chapter 1

1Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita.    2Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.    3De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ae Senhor dos exércites em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli.    4No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas;    5porém a Ana, embora a amasse, dava um só quinhão, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre.    6Ora, a sua rival muito a provocava para irritá-la, porque o Senhor lhe havia cerrado a madre.    7E assim sucedia de ano em ano que, ao subirem à casa do Senhor, Penina provocava a Ana; pelo que esta chorava e não comia.    8Então Elcana, seu marido, lhe perguntou: Ana, por que choras? e porque não comes? e por que está triste o teu coração? Não te sou eu melhor de que dez filhos?    9Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava sentado, numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor.    10Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou muito,    11e fez um voto, dizendo: ç Senhor dos exércitos! se deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará navalha.    12Continuando ela a orar perante e Senhor, Eli observou a sua boca;    13porquanto Ana falava no seu coração; só se moviam os seus lábios, e não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada,    14e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.    15Mas Ana respondeu: Não, Senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; não bebi vinho nem bebida forte, porém derramei a minha alma perante o Senhor.    16Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora.    17Então lhe respondeu Eli: Vai-te em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.    18Ao que disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher se foi o seu caminho, e comeu, e já não era triste o seu semblante.    19Depois, levantando-se de madrugada, adoraram perante o Senhor e, voltando, foram a sua casa em Ramá. Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela.    20De modo que Ana concebeu e, no tempo devido, teve um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.    21Subiu, pois aquele homem, Elcana, com toda a sua casa, para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e cumprir o seu voto.    22Ana, porém, não subiu, pois disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então e levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre.    23E Elcana, seu marido, lhe disse: faze o que bem te parecer; fica até que o desmames; tão-somente confirme o Senhor a sua palavra. Assim ficou a mulher, e amamentou seu filho, até que o desmamou.    24Depois de o ter desmamado, ela o tomou consigo, com um touro de três anos, uma efa de farinha e um odre de vinho, e o levou à casa do Senhor, em Siló; e era o menino ainda muito criança.    25Então degolaram o touro, e trouxeram o menino a Eli;    26e disse ela: Ah, meu Senhor! tão certamente como vive a tua alma, meu Senhor, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao Senhor.    27Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz.    28Por isso eu também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao Senhor.   

Chapter 2

1Então Ana orou, dizendo: O meu coração exulta no Senhor; o meu poder está exaltado no Senhor; a minha boca dilata-se contra os meus imimigos, porquanto me regozijo na tua salvação.    2Ninguém há santo como o Senhor; não há outro fora de ti; não há rocha como a nosso Deus.    3Não faleis mais palavras tão altivas, nem saia da vossa boca a arrogância; porque o Senhor é o Deus da sabedoria, e por ele são pesadas as ações.    4Os arcos dos fortes estão quebrados, e os fracos são cingidos de força.    5Os que eram fartos se alugam por pão, e deixam de ter fome os que eram famintos; até a estéril teve sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraquece.    6O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer ao Seol e faz subir dali.    7O Senhor empobrece e enriquece; abate e também exalta.    8Levanta do pó o pobre, do monturo eleva o necessitado, para os fazer sentar entre os príncipes, para os fazer herdar um trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, sobre elas pôs ele o mundo.    9Ele guardará os pés dos seus santos, porém os ímpios ficarão mudos nas trevas, porque o homem não prevalecerá pela força.    10Os que contendem com o Senhor serão quebrantados; desde os céus trovejará contra eles. O Senhor julgará as extremidades da terra; dará força ao seu rei, e exaltará o poder do seu ungido.    11Então Elcana se retirou a Ramá, à sua casa. O menino, porém, ficou servindo ao Senhor perante e sacerdote Eli.    12Ora, os filhos de Eli eram homens ímpios; não conheciam ao Senhor.    13Porquanto o costume desses sacerdotes para com o povo era que, oferecendo alguém um sacrifício, e estando-se a cozer a carne, vinha o servo do sacerdote, tendo na mão um garfo de três dentes,    14e o metia na panela, ou no tacho, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto a garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Assim faziam a todos os de Israel que chegavam ali em Siló.    15Também, antes de queimarem a gordura, vinha o servo do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá carne de assar para o sacerdote; porque não receberá de ti carne cozida, mas crua.    16se lhe respondia o homem: Sem dúvida, logo há de ser queimada a gordura e depois toma quanto desejar a tua alma; então ele lhe dizia: Não hás de dá-la agora; se não, à força a tomarei.    17Era, pois, muito grande o pecado destes mancebos perante o Senhor, porquanto os homens vieram a desprezar a oferta do Senhor.    18Samuel, porém, ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino, vestido de um éfode de linho.    19E sua mãe lhe fazia de ano em ano uma túnica pequena, e lha trazia quando com seu marido subia para oferecer o sacrifício anual.    20Então Eli abençoava a Elcana e a sua mulher, e dizia: O Senhor te dê desta mulher descendência, pelo empréstimo que fez ao Senhor. E voltavam para o seu lugar.    21Visitou, pois, o Senhor a Ana, que concebeu, e teve três filhos e duas filhas. Entrementes, o menino Samuel crescia diante do Senhor.    22Eli era já muito velho; e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e como se deitavam com as mulheres que ministravam à porta da tenda da revelação.    23E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? pois ouço de todo este povo os vossos malefícios.    24Não, filhos meus, não é boa fama esta que ouço. Fazeis transgredir o povo do Senhor.    25Se um homem pecar contra outro, Deus o julgará; mas se um homem pecar contra o Senhor, quem intercederá por ele? Todavia eles não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor os queria destruir.    26E o menino Samuel ia crescendo em estatura e em graça diante do Senhor, como também diante dos homens.    27Veio um homem de Deus a Eli, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Não me revelei, na verdade, à casa de teu pai, estando eles ainda no Egito, sujeitos à casa de Faraó?    28E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso, e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel.    29Por que desprezais o meu sacrifício e a minha oferta, que ordenei se fizessem na minha morada, e por que honras a teus filhos mais de que a mim, de modo a vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo Israel?    30Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade eu tinha dito que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente. Mas agora o Senhor diz: Longe de mim tal coisa, porque honrarei aos que me honram, mas os que me desprezam serão desprezados.    31Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa.    32E tu, na angústia, olharás com inveja toda a prosperidade que hei de trazer sobre Israel; e não haverá por todos os dias ancião algum em tua casa.    33O homem da tua linhagem a quem eu não desarraigar do meu altar será para consumir-te os olhos e para entristecer-te a alma; e todos es descendentes da tua casa morrerão pela espada dos homens.    34E te será por sinal o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Finéias; ambos morrerão no mesmo dia.    35E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que fará segundo o que está no meu coração e na minha mente. Edificar-lhe-ei uma casa duradoura, e ele andará sempre diante de meu ungido.    36Também todo aquele que ficar de resto da tua casa virá a inclinar-se diante dele por uma moeda de prata e por um pedaço de pão, e dirá: Rogo-te que me admitas a algum cargo sacerdotal, para que possa comer um bocado de pão.   

Chapter 3

1Entretanto, o menino Samuel servia ao Senhor perante Eli. E a palavra de Senhor era muito rara naqueles dias; as visões não eram freqüentes.    2Sucedeu naquele tempo que, estando Eli deitado ne seu lugar (ora, os seus olhos começavam já a escurecer, de modo que não podia ver),    3e ainda não se havendo apagado a lâmpada de Deus, e estando Samuel também deitado no templo do Senhor, onde estava a arca de Deus,    4o Senhor chamou: Samuel! Samuel! Ele respondeu: Eis-me aqui.    5E correndo a Eli, disse-lhe: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Eu não te chamei; torna a deitar-te. E ele foi e se deitou.    6Tornou o Senhor a chamar: Samuel! E Samuel se levantou, foi a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Eu não te chamei, filho meu; torna a deitar-te.    7Ora, Samuel ainda não conhecia ao Senhor, e a palavra de Senhor ainda não lhe tinha sido revelada.    8O Senhor, pois, tornou a chamar a Samuel pela terceira vez. E ele, levantando-se, foi a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então entendeu Eli que o Senhor chamava o menino.    9Pelo que Eli disse a Samuel: Vai deitar-te, e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, Senhor, porque o teu servo ouve. Foi, pois, Samuel e deitou-se no seu lugar.    10Depois veio o Senhor, parou e chamou como das outras vezes: Samuel! Samuel! Ao que respondeu Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.    11Então disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual fará tinir ambos os ouvidos a todo o que a ouvir.    12Naquele mesmo dia cumprirei contra Eli, de princípio a fim, tudo quanto tenho falado a respeito da sua casa.    13Porque já lhe fiz: saber que hei de julgar a sua casa para sempre, por causa da iniqüidade de que ele bem sabia, pois os seus filhos blasfemavam a Deus, e ele não os repreendeu.    14Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a sua iniqüidade, nem com sacrifícios, nem com ofertas.    15Samuel ficou deitado até pela manhã, e então abriu as portas da casa do Senhor; Samuel, porém, temia relatar essa visão a Eli.    16Mas chamou Eli a Samuel, e disse: Samuel, meu filho! Ao que este respondeu: Eis-me aqui.    17Eli perguntou-lhe: Que te falou o Senhor? peço-te que não mo encubras; assim Deus te faça, e outro tanto, se me encobrires alguma coisa de tudo o que te falou.    18Samuel, pois, relatou-lhe tudo, e nada lhe encobriu. Então disse Eli: Ele é o Senhor, faça o que bem parecer aos seus olhos.    19Samuel crescia, e o Senhor era com ele e não deixou nenhuma de todas as suas palavras cair em terra.    20E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor.    21E voltou o Senhor a aparecer em Siló; porquanto o Senhor se manifestava a Samuel em Siló pela sua palavra. E chegava a palavra de Samuel a todo o Israel.   

Chapter 4

1Ora, saiu Israel à batalha contra os filisteus, e acampou-se perto de Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeque.    2E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha contra Israel; e, travada a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, que mataram no campo cerca de quatro mil homens do exército.    3Quando o povo voltou ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos para nós de Siló a arca do pacto do Senhor, para que ela venha para o meio de nós, e nos livre da mão de nossos inimigos.    4Enviou, pois, o povo a Siló, e trouxeram de lá a arca do pacto do Senhor dos exércitos, que se assenta sobre os querubins; e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca do pacto de Deus.    5Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao arraial, prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra vibrou.    6E os filisteus, ouvindo o som da gritaria, disseram: Que quer dizer esta grande vozearia no arraial dos hebreus? Quando souberam que a arca do Senhor havia chegado ao arraial,    7os filisteus se atemorizaram; e diziam: Os deuses vieram ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! porque nunca antes sucedeu tal coisa.    8Ai de nós! quem nos livrará da mão destes deuses possantes? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto.    9Esforçai-vos, e portai-vos varonilmente, ó filisteus, para que porventura não venhais a ser escravos dos hebreus, como eles o foram vossos; portai-vos varonilmente e pelejai.    10Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois caíram de Israel trinta mil homens de infantaria.    11Também foi tomada a arca de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram mortos.    12Então um homem de Benjamim, correndo do campo de batalha chegou no mesmo dia a Siló, com as vestes rasgadas e terra sobre a cabeça.    13Ao chegar ele, estava Eli sentado numa cadeira ao pé do caminho vigiando, porquanto o seu coração estava tremendo pela arca de Deus. E quando aquele homem chegou e anunciou isto na cidade, a cidade toda prorrompeu em lamentações.    14E Eli, ouvindo a voz do lamento, perguntou: Que quer dizer este alvoroço? Então o homem, apressando-se, chegou e o anunciou a Eli.    15Ora, Eli tinha noventa e oito anos; e os seus olhos haviam cegado, de modo que já não podia ver.    16E disse aquele homem a Eli: Estou vindo do campo de batalha, donde fugi hoje mesmo. Perguntou Eli: Que foi que sucedeu, meu filho?    17Então respondeu o que trazia as novas, e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, e houve grande matança entre o povo; além disto, também teus dois filhos, Hofni e Finéias, são mortos, e a arca de Deus é tomada.    18Quando ele fez menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, junto à porta, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porquanto era homem velho e pesado. Ele tinha julgado a Israel quarenta anos.    19E estando sua nora, a mulher de Finéias, grávida e próxima ao parto, e ouvindo estas novas, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido eram mortos, encurvou-se e deu à luz, porquanto as dores lhe sobrevieram.    20E, na hora em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem deu atenção a isto.    21E chamou ao menino de Icabô, dizendo: De Israel se foi a glória! Porque fora tomada a arca de Deus, e por causa de seu sogro e de seu marido.    22E disse: De Israel se foi a glória, pois é tomada a arca de Deus.   

Chapter 5

1Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus, e a levaram de Ebenézer a Asdode.    2Então os filisteus tomaram a arca de Deus e a introduziram na casa de Dagom, e a puseram junto a Dagom.    3Levantando-se, porém, de madrugada no dia seginte os de Asdode, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra diante da arca do Senhor; e tomaram a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar.    4E, levantando-se eles de madrugada no dia seguinte, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra diante da arca do Senhor; e a cabeça de Dagom e ambas as suas mãos estavam cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a Dagom.    5Pelo que nem os sacerdotes de Dagom, nem nenhum de todos os que entram na casa de Dagom, pisam o limiar de Dagom em Asdode, até o dia de hoje.    6Entretanto a mão do Senhor se agravou sobre os de Asdode, e os assolou, e os feriu com tumores, a Asdode e aos seus termos.    7O que tendo visto os homens de Asdode, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel, pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagom, nosso deus.    8Pelo que enviaram mensageiros e congregaram a si todos os chefes dos filisteus, e disseram: Que faremos nós da arca do Deus de Israel? Responderam: Seja levada para Gate. Assim levaram para lá a arca do Deus de Israel.    9E desde que a levaram para lá, a mão do Senhor veio contra aquela cidade, causando grande pânico; pois feriu aos homens daquela cidade, desde o pequeno até o grande, e nasceram-lhes tumores.    10Então enviaram a arca de Deus a Ecrom. Sucedeu porém que, vindo a arca de Deus a Ecrom, os de Ecrom exclamaram, dizendo: Transportaram para nós a arca de Deus de Israel, para nos matar a nós e ao nosso povo.    11Enviaram, pois, mensageiros, e congregaram a todos os chefes dos filisteus, e disseram: Enviai daqui a arca do Deus de Israel, e volte ela para o seu lugar, para que não nos mate a nós e ao nosso povo. Porque havia pânico mortal em toda a cidade, e a mão de Deus muito se agravara sobre ela.    12Pois os homens que não morriam eram feridos com tumores; de modo que o clamor da cidade subia até o céu.   

Chapter 6

1A arca do Senhor ficou na terra dos filisteus sete meses.    2Então os filisteus chamaram os sacerdotes e os adivinhadores para dizer-lhes: Que faremos nós da arca do Senhor? Fazei-nos saber como havemos de enviá-la para o seu lugar.    3Responderam eles: Se enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia, porém sem falta enviareis a ele uma oferta pela culpa; então sereis curados, e se vos fará saber por que a sua mão não se retira de vós.    4Então perguntaram: Qual é a oferta pela culpa que lhe havemos de enviar? Eles responderam: Segundo o número dos chefes dos filisteus, cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, porque a praga é uma e a mesma sobre todos os vossos príncipes.    5Fazei, pois, imagens, dos vossos tumores, e dos ratos que andam destruindo a terra, e dai glória ao Deus de Israel; porventura aliviará o peso da sua mão de sobre vós, e de sobre vosso deus, e de sobre vossa terra:    6Por que, pois, endureceríeis os vossos corações, como os egípcios e Faraó endureceram os seus corações? Porventura depois de os haver Deus castigado, não deixaram ir o povo, e este não se foi?    7Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas que estejam criando, sobre as quais não tenha vindo o jugo, atai-as ao carro e levai os seus bezerros de após elas para casa.    8Tomai a arca de Senhor, e ponde-a sobre o carro; também metei num cofre, ao seu lado, as jóias de ouro que haveis de oferecer ao Senhor como ofertas pela culpa; e assim a enviareis, para que se vá.    9Reparai então: se ela subir pelo caminho do seu termo a Bete-Semes, foi ele quem nos fez este grande mal; mas, se não, saberemos que não foi a sua mão que nos feriu, e que isto nos sucedeu por acaso.    10Assim, pois, fizeram aqueles homens: tomaram duas vacas que criavam, ataram-nas ao carro, e encerraram os bezerros em casa;    11também puseram a arca do Senhor sobre o carro, bem como e cofre com os ratos de ouro e com as imagens dos seus tumores.    12Então as vacas foram caminhando diretamente pelo caminho de Bete-Semes, seguindo a estrada, andando e berrando, sem se desviarem nem para a direita nem para a esquerda; e os chefes dos filisteus foram seguindo-as até o termo de Bete-Semes.    13Ora, andavam os de Bete-Semes fazendo a sega do trigo no vale; e, levantando os olhos, viram a arca e, vendo-a, se alegraram.    14Tendo chegado o carro ao campo de Josué, o bete-semita, parou ali, onde havia uma grande pedra. Fenderam a madeira do carro, e ofereceram as vacas ao Senhor em holocausto.    15Nisso os levitas desceram a arca do Senhor, como também o cofre que estava junto a ela, em que se achavam as jóias de ouro, e puseram-nos sobre aquela grande pedra; e no mesmo dia os homens de Bete-Semes ofereceram holocaustos e sacrifícios ao Senhor.    16E os cinco chefes dos filisteus, tendo visto aquilo, voltaram para Ecrom no mesmo dia.    17Estes, pois, são os tumores de ouro que os filisteus enviaram ao Senhor como oferta pela culpa: por Asdode um, por Gaza outro, por Asquelom outro, por Gate outro, por Ecrom outro.    18Como também os ratos de ouro, segundo o número de todas as cidades dos filisteus, pertencentes aos cinco chefes, desde as cidades fortificadas até as aldeias campestres. Disso é testemunha a grande pedra sobre a qual puseram a arca do Senhor, pedra que ainda está até o dia de hoje no campo de Josué, o bete-semita.    19Ora, o Senhor feriu os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor; feriu do povo cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porque o Senhor o ferira com tão grande morticínio.    20Disseram os homens de Bete-Semes: Quem poderia subsistir perante o Senhor, este Deus santo? e para quem subirá de nós?    21Enviaram, pois, mensageiros aos habitantes de Quiriate-Jearim, para lhes dizerem: Os filisteus remeteram a arca do Senhor; descei, e fazei-a subir para vós.   

Chapter 7

1Vieram, pois, os homens de Quiriate-Jearim, tomaram a arca do Senhor e a levaram à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram a Eleazar, filho dele, para que guardasse a arca da Senhor.    2E desde e dia em que a arca ficou em Queriate-Jearim passou-se muito tempo, chegando até vinte anos; então toda a casa de Israel suspirou pelo Senhor.    3Samuel, pois, falou a toda a casa de Israel, dizendo: Se de todo o vosso coração voltais para o Senhor, lançai do meio de vós os deuses estranhos e as astarotes, preparai o vosso coração para com o Senhor, e servi a ele só; e ele vos livrará da mão dos filisteus.    4Os filhos de Israel, pois, lançaram do meio deles os baalins e as astarotes, e serviram so ao Senhor.    5Disse mais Samuel: Congregai a todo o Israel em Mizpá, e orarei por vós ao Senhor.    6Congregaram-se, pois, em Mizpá, tiraram água e a derramaram perante o Senhor; jejuaram aquele dia, e ali disseram: Pecamos contra o Senhor. E Samuel julgava os filhos de Israel em Mizpá.    7Quando os filisteus ouviram que os filhos de Israel estavam congregados em Mizpá, subiram os chefes dos filisteus contra Israel. Ao saberem disto os filhos de Israel, temeram por causa dos filisteus.    8Pelo que disseram a Samuel: Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós, para que nos livre da mão dos filisteus.    9Então tomou Samuel um cordeiro de mama, e o ofereceu inteiro em holocausto ao Senhor; e Samuel clamou ao Senhor por Israel, e o Senhor o atendeu.    10Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegaram para pelejar contra Israel; mas o Senhor trovejou naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os aterrou; de modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel.    11Os homens de Israel, saindo de Mizpá, perseguiram os filisteus e os feriram até abaixo de Bete-Car.    12Então Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e lhe chamou Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor.    13Assim os filisteus foram subjugados, e não mais vieram aos termos de Israel, porquanto a mão do Senhor foi contra os filisteus todos os dias de Samuel.    14E as cidades que os filisteus tinham tomado a Israel lhe foram restituídas, desde Ecrom até Gate, cujos termos também Israel arrebatou da mão dos filisteus. E havia paz entre Israel e os amorreus.    15Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida.    16De ano em ano rodeava por Betel, Gilgal e Mizpá, julgando a Israel em todos esses lugares.    17Depois voltava a Ramá, onde estava a sua casa, e ali julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor.   

Chapter 8

1Ora, havendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.    2O seu filho primogênito chamava-se Joel, e o segundo Abias; e julgavam em Berseba.    3Seus filhos, porém, não andaram nos caminhos dele, mas desviaram-se após o lucro e, recebendo peitas, perverteram a justiça.    4Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram ter com Samuel, a Ramá,    5e lhe disseram: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam nos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei para nos julgar, como o têm todas as nações.    6Mas pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel orou ao Senhor.    7Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine sobre eles.    8Conforme todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até o dia de hoje, deixando-me a mim e servindo a outros deuses, assim também fazem a ti.    9Agora, pois, ouve a sua voz, contudo lhes protestarás solenemente, e lhes declararás qual será o modo de agir do rei que houver de reinar sobre eles.    10Referiu, pois, Samuel todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe havia pedido um rei,    11e disse: Este será o modo de agir do rei que houver de reinar sobre vós: tomará os vossos filhos, e os porá sobre os seus carros, e para serem seus cavaleiros, e para correrem adiante dos seus carros;    12e os porá por chefes de mil e chefes de cinqüenta, para lavrarem os seus campos, fazerem as suas colheitas e fabricarem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros.    13Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras.    14Tomará o melhor das vossas terras, das vossas vinhas e dos vossos elivais, e o dará aos seus servos.    15Tomará e dízimo das vossas sementes e das vossas vinhas, para dar aos seus oficiais e aos seus servos.    16Também os vossos servos e as vossas servas, e os vossos melhores mancebos, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho.    17Tomará o dízimo do vosso rebanho; e vós lhe servireis de escravos.    18Então naquele dia clamareis por causa de vosso rei, que vós mesmos houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvira.    19O povo, porém, não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei,    20para que nós também sejamos como todas as outras nações, e para que o nosso rei nos julgue, e saia adiante de nós, e peleje as nossas batalhas.    21Ouviu, pois, Samuel todas as palavras do povo, e as repetiu aos ouvidos do Senhor.    22Disse o Senhor a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um para a sua cidade.   

Chapter 9

1Ora, havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, filho dum benjamita; era varão forte e valoroso.    2Tinha este um filho, chamado Saul, jovem e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo de que ele; desde os ombros para cima sebressaía em altura a todo o povo.    3Tinham-se perdido as jumentas de Quis, pai de Saul; pelo que disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos moços, levanta-te e vai procurar as jumentas.    4Passaram, pois, pela região montanhosa de Efraim, como também pela terra e Salisa, mas não as acharam; depois passaram pela terra de Saalim, porém tampouco estavam ali; passando ainda pela terra de Benjamim, não as acharam.    5Vindo eles, então, à terra de Zufe, Saul disse para o moço que ia com ele: Vem! Voltemos, para que não suceda que meu pai deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de nós.    6Mas ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e ele é muito considerado; tudo quanto diz, sucede infalivelmente. Vamos, pois, até lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir.    7Então Saul disse ao seu moço: Porém se lá formos, que levaremos ao homem? Pois o pão de nossos alforjes se acabou, e presente nenhum temos para levar ao homem de Deus; que temos?    8O moço tornou a responder a Saul, e disse: Eis que ainda tenho em mão um quarto dum siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho.    9(Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, outrora se chamava vidente.)    10Então disse Saul ao moço: Dizes bem; vem, pois, vamos! E foram-se à cidade onde estava e homem de Deus.    11Quando eles iam subindo à cidade, encontraram umas moças que saíam para tirar água; e perguntaram-lhes: Está aqui o vidente?    12Ao que elas lhes responderam: Sim, eis aí o tens diante de ti; apressa-te, porque hoje veio à cidade, porquanto o povo tem hoje sacrifício no alto.    13Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que ele suba ao alto para comer; pois o povo não comerá até que ele venha, porque ele é o que abençoa a sacrifício, e depois os convidados comem. Subi agora, porque a esta hora o achareis.    14Subiram, pois, à cidade; e, ao entrarem, eis que Samuel os encontrou, quando saía para subir ao alto.    15Ora, o Senhor revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes de Saul chegar, dizendo:    16Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por príncipe sobre o meu povo de Israel; e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; pois olhei para o meu povo, porque o seu clamor chegou a mim.    17E quando Samuel viu a Saul, o Senhor e disse: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo.    18Então Saul se chegou a Samuel na porta, e disse: Mostra-me, peço-te, onde é a casa do vidente.    19Respondeu Samuel a Saul: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, porque comereis hoje comigo; pela manhã te despedirei, e tudo quanto está no teu coração to declararei.    20Também quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não te preocupes com elas, porque já foram achadas. Mas para quem é tudo o que é desejável em Israel? porventura não é para ti, e para toda a casa de teu pai?    21Então respondeu Saul: Acaso não sou eu benjamita, da menor das tribos de Israel? E não é a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas desta maneira?    22Samuel, porém, tomando a Saul e ao seu moço, levou-os à câmara, e deu-lhes o primeiro lugar entre os convidados, que eram cerca de trinta homens.    23Depois disse Samuel ao cozinheiro: Traze a porção que te dei, da qual te disse: põe-na à parte contigo.    24Levantou, pois, o cozinheiro a espádua, com o que havia nela, e pô-la diante de Saul. E disse Samuel: Eis que o que foi reservado está diante de ti. Come; porque te foi guardado para esta ocasião, para que o comesses com os convidados. Assim comeu Saul naquele dia com Samuel.    25Então desceram do alto para a cidade, e falou Samuel com Saul, no eirado.    26E se levantaram de madrugada, quase ao subir da alva, pois Samuel chamou a Saul, que estava no eirado, dizendo: Levanta-te para eu te despedir. Levantou-se, pois, Saul, e sairam ambos, ele e Samuel.    27Quando desciam para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e ele passou); tu, porém, espera aqui, e te farei ouvir a palavra de Deus.   

Chapter 10

1Então Samuel tomou um vaso de azeite, e o derramou sobre a cabeça de Saul, e o beijou, e disse: Porventura não te ungiu o Senhor para ser príncipe sobre a sua herança?    2Quando te apartares hoje de mim, encontrarás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou de pensar nas jumentas, e anda aflito por causa de ti, dizendo: Que farei eu por meu filho?    3Então dali passarás mais adiante, e chegarás ao carvalho de Tabor; ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus, a Betel, levando um três cabritos, outro três formas de pão, e o outro um odre de vinho.    4Eles te saudarão, e te darão dois pães, que receberás das mãos deles.    5Depois chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; ao entrares ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas descendo do alto, precedido de saltérios, tambores, flautas e harpas, e eles profetizando.    6E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e serás transformado em outro homem.    7Quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão para fazer, pois Deus é contigo.    8Tu, porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ter contigo, para oferecer holocaustos e sacrifícios de ofertas pacíficas. Esperarás sete dias, até que eu vá ter contigo e te declare o que hás de fazer.    9Ao virar Saul as costas para se apartar de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos esses sinais aconteceram naquele mesmo dia.    10Quando eles iam chegando ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou de Saul, e ele profetizou no meio deles.    11Todos os que o tinham conhecido antes, ao verem que ele profetizava com os profetas, diziam uns aos outros: Que é que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?    12Então um homem dali respondeu, e disse: Pois quem é o pai deles? Pelo que se tornou em provérbio: Está também Saul entre os profetas?    13Tendo ele acabado de profetizar, foi ao alto.    14Depois o tio de Saul perguntou-lhe, a ele e ao seu moço: Aonde fostes?: Respondeu ele: Procurar as jumentas; e, não as tendo encontrado, fomos ter com Samuel.    15Disse mais o tio de Saul: Declara-me, peço-te, o que vos disse Samuel.    16Ao que respondeu Saul a seu tio: Declarou-nos, seguramente, que as jumentas tinham sido encontradas. Mas quanto ao assunto do reino, de que Samuel falara, nada lhe declarou.    17Então Samuel convocou o povo ao Senhor em Mizpá;    18e disse aos filhos de Israel: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do Egito, e vos livrei da mão dos egípcios e da mão de todos os reinos que vos oprimiam.    19Mas vós hoje rejeitastes a vosso Deus, àquele que vos livrou de todos os vossos males e angústias, e lhe dissestes: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, segundo as vossas tribos e segundo os vossos milhares.    20Tendo, pois, Samuel feito chegar todas as tribos de Israel, foi tomada por sorte a tribo de Benjamim.    21E, quando fez chegar a tribo de Benjamim segundo as suas famílias, foi tomada a família de Matri, e dela foi tomado Saul, filho de Quis; e o procuraram, mas não foi encontrado.    22Pelo que tornaram a perguntar ao Senhor: Não veio o homem ainda para cá? E respondeu o Senhor: Eis que se escondeu por entre a bagagem:    23Correram, pois, e o trouxeram dali; e estando ele no meio do povo, sobressaía em altura a todo o povo desde os ombros para cima.    24Então disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu: Não há entre o povo nenhum semelhante a ele. Então todo o povo o aclamou, dizendo: Viva o rei;    25Também declarou Samuel ao povo a lei do reino, e a escreveu num livro, e pô-lo perante o Senhor. Então Samuel despediu todo o povo, cada um para sua casa.    26E foi também Saul para sua casa em Gibeá; e foram com ele homens de valor, aqueles cujo coração Deus tocara.    27Mas alguns homens ímpios disseram: Como pode este homem nos livrar? E o desprezaram, e não lhe trouxeram presentes; porém ele se fez como surdo.   

Chapter 11

1Então subiu Naás, o amonita, e sitiou a Jabes-Gileade. E disseram todos os homens de Jabes a Naás: Faze aliança conosco, e te serviremos.    2Respondeu-lhes, porém, Naás, o amonita: Com esta condição farei aliança convosco: que a todos vos arranque o olho direito; assim porei opróbrio sobre todo o Israel.    3Ao que os anciãos de Jabes lhe disseram: Concede-nos sete dias, para que enviemos mensageiros por todo o território de Israel; e, não havendo ninguém que nos livre, entregar-nos-emos a ti.    4Então, vindo os mensageiros a Gibeá de Saul, falaram estas palavras aos ouvidos do povo. Pelo que todo o povo levantou a voz e chorou.    5E eis que Saul vinha do campo, atrás dos bois; e disse Saul: Que tem o povo, que chega? E contaram-lhe as palavras dos homens de Jabes.    6Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ao ouvir ele estas palavras; e acendeu-se sobremaneira a sua ira.    7Tomou ele uma junta de bois, cortou-os em pedaços, e os enviou por todo o território de Israel por mãos de mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair após Saul e após Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do Senhor sobre o povo, e acudiram como um só homem.    8Saul passou-lhes revista em Bezeque; e havia dos homens de Israel trezentos mil, e dos homens de Judá trinta mil.    9Então disseram aos mensageiros que tinham vindo: Assim direis aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, em aquentando o sol, vos virá livramento. Vindo, pois, os mensageiros, anunciaram-no aos homens de Jabes, os quais se alegraram.    10E os homens de Jabes disseram aos amonitas: Amanhã nos entregaremos a vós; então nos fareis conforme tudo o que bem vos parecer.    11Ao outro dia Saul dividiu o povo em três companhias; e pela vigília da manhã vieram ao meio do arraial, e feriram aos amonitas até que o dia aquentou; e sucedeu que os restantes se espalharam de modo a não ficarem dois juntos.    12Então disse o povo a Samuel: Quais são os que diziam: Reinará porventura Saul sobre nós? Dai cá esses homens, para que os matemos.    13Saul, porém, disse: Hoje não se há de matar ninguém, porque neste dia o senhor operou um livramento em Israel:    14Depois disse Samuel ao povo: Vinde, vamos a Gilgal, e renovemos ali o reino.    15Foram, pois, para Gilgal, onde constituíram rei a Saul perante o Senhor, e imolaram sacrifícios de ofertas pacíficas perante o Senhor; e ali Saul se alegrou muito com todos os homens de Israel.   

Chapter 12

1Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que vos dei ouvidos em tudo quanto me dissestes, e constituí sobre vós um rei.    2Agora, eis que o rei vai adiante de vós; quanto a mim, já sou velho e encanecido, e meus filhos estão convosco: eu tenho andado adiante de vós desde a minha mocidade até o dia de hoje.    3Eis-me aqui! testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho oprimido? ou da mão de quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus olhos? E eu vo-lo restituirei.    4Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém.    5Ele lhes disse: O Senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que respondeu o povo: Ele é testemunha.    6Então disse Samuel ao povo: O Senhor é o que escolheu a Moisés e a Arão, e tirou a vossos pais da terra do Egito.    7Agora ponde-vos aqui, para que eu pleiteie convosco perante o Senhor, no tocante a todos os atos de justiça do Senhor, que ele fez a vós e a vossos pais.    8Quando Jacó entrou no Egito, e vossos pais clamaram ao Senhor, então o Senhor enviou Moisés e Arão, que tiraram vossos pais do Egito, e os fizeram habitar neste lugar.    9Esqueceram-se, porém, do Senhor seu Deus; e ele os entregou na mão de Sísera, chefe do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei de Moabe, os quais pelejaram contra eles.    10Clamaram, pois, ao Senhor, e disseram: Pecamos, porque deixamos ao Senhor, e servimos aos baalins e astarotes; agora, porém, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos:    11Então o Senhor enviou Jerubaal, e Baraque, e Jefté, e Samuel; e vos livrou da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes em segurança.    12Quando vistes que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, dissestes-me: Não, mas reinará sobre nós um rei; entretanto, o Senhor vosso Deus era o vosso Rei.    13Agora, eis o rei que escolhestes e que pedistes; eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei.    14Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes às suas ordens, e se tanto vós como o rei que reina sobre vós seguirdes o Senhor vosso Deus, bem está;    15mas se não derdes ouvidos à voz do Senhor, e fordes rebeldes às suas ordens, a mão do Senhor será contra vós, como foi contra vossos pais:    16Portanto ficai agora aqui, e vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos vossos olhos.    17Não é hoje a sega do trigo? clamarei, pois, ao Senhor, para que ele envie trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que fizestes perante o Senhor, pedindo para vós um rei.    18Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor enviou naquele dia trovões e chuva; pelo que todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a Samuel.    19Disse todo o povo a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não morramos; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.    20Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós fizestes todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi-o de todo o vosso coração.    21Não vos desvieis; porquanto seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque são vãs.    22Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer de vós o seu povo.    23E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor, deixando de orar por vos; eu vos ensinarei o caminho bom e direito.    24Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.    25Se, porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.   

Chapter 13

1Saul tinha ...anos de idade quando começou a reinar; e tendo reinado dois anos sobre Israel,    2escolheu para si três mil homens de Israel; dois mil estavam com Saul em Micmás e no monte de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamim. Quanto ao resto do povo, mandou-o cada um para sua tenda.    3Ora, Jônatas feriu a guarnição dos filisteus que estava em Geba, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul tocou a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam os hebreus.    4Então todo o Israel ouviu dizer que Saul ferira a guarnição dos filisteus, e que Israel se fizera abominável aos filisteus. E o povo foi convocado após Saul em Gilgal.    5E os filisteus se ajuntaram para pelejar contra Israel, com trinta mil carros, seis mil cavaleiros, e povo em multidão como a areia que está à beira do mar subiram e se acamparam em Micmás, ao oriente de Bete-Aven.    6Vendo, pois, os homens de Israel que estavam em aperto (porque o povo se achava angustiado), esconderam-se nas cavernas, nos espinhais, nos penhascos, nos esconderijos subterrâneos e nas cisternas.    7Ora, alguns dos hebreus passaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; mas Saul ficou ainda em Gilgal, e todo o povo o seguia tremendo.    8Esperou, pois, sete dias, até o tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo, deixando a Saul, se dispersava.    9Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto.    10Mal tinha ele acabado de oferecer e holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar.    11Então perguntou Samuel: Que fizeste? Respondeu Saul: Porquanto via que o povo, deixando-me, se dispersava, e que tu nao vinhas no tempo determinado, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás,    12eu disse: Agora descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda não aplaquei o Senhor. Assim me constrangi e ofereci o holocausto.    13Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente; não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou. O Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre;    14agora, porém, não subsistirá o teu reino; já tem o Senhor buscado para si um homem segundo o seu coração, e já o tem destinado para ser príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.    15Então Samuel se levantou, e subiu de Gilgal a Gibeá de Benjamim. Saul contou o povo que se achava com ele, cerca de seiscentos homens.    16E Saul, seu filho Jônatas e o povo que se achava com eles, ficaram em Gibeá de Benjamim, mas os filisteus se tinham acampado em Micmás.    17Nisso os saqueadores saíram do arraial dos filisteus em três companhias: uma das companhias tomou o caminho de Ofra para a terra de Sual,    18outra tomou o caminho de Bete-Horom, e a outra tomou o caminho do termo que dá para o vale de Zebuim, na direção do deserto.    19Ora, em toda a terra de Israel não se achava um só ferreiro; porque os filisteus tinham dito: Não façam os hebreus para si nem espada nem lança.    20Pelo que todos os israelitas tinham que descer aos filisteus para afiar cada um a sua relha, a sua enxada, o seu machado e o seu sacho.    21Tinham porém limas para os sachos, para as enxadas, para as forquilhas e para os machados, e para consertar as aguilhadas.    22Assim, no dia da peleja, não se achou nem espada nem lança na mão de todo o povo que estava com Saul e com Jônatas; acharam-se, porém, com Saul e com Jônatas seu filho.    23E saiu a guarnição dos filisteus para o desfiladeiro de Micmás.   

Chapter 14

1Sucedeu, pois, um dia, que Jônatas, filho de Saul, disse ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição dos filisteus, que está do outro lado. Mas não o fez saber a seu pai.    2Ora Saul estava na extremidade de Gibeá, debaixo da romeira que havia em Migrom; e o povo que estava com ele era cerca de seiscentos homens;    3e Aíja, filho de Aitube, irmão de Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do Senhor em Siló, trazia o éfode. E o povo não sabia que Jônatas tinha ido.    4Ora, entre os desfiladeiros pelos quais Jônatas procurava chegar à guarnição dos filisteus, havia um penhasco de um e de outro lado; o nome de um era Bozez, e o nome do outro Sené.    5Um deles estava para o norte defronte de Micmás, e o outro para o sul defronte de Gibeá.    6Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura operará o Senhor por nós, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos.    7Ao que o seu escudeiro lhe respondeu: Faze tudo o que te aprouver; segue, eis-me aqcaustos e sacrifícios ao Senhor.    8Disse Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens, e nos descobriremos a eles.    9Se nos disserem: Parai até que cheguemos a vós; então ficaremos no nosso lugar, e não subiremos a eles.    10Se, porém, disserem: Subi a nós; então subiremos, pois o Senhor os entregou em nossas mãos; isso nos será por sinal.    11Então ambos se descobriram à guarnição dos filisteus, e os filisteus disseram: Eis que já os hebreus estão saindo das cavernas em que se tinham escondido.    12E os homens da guarnição disseram a Jônatas e ao seu escudeiro: Subi a nós, e vos ensinaremos uma coisa. Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Sobe atrás de mim, porque o Senhor os entregou na mão de Israel.    13Então trepou Jônatas de gatinhas, e o seu escudeiro atrás dele; e os filisteus caíam diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás dele.    14Esta primeira derrota, em que Jônatas e o seu escudeiro mataram uns vinte homens, deu-se dentro de meia jeira de terra.    15Pelo que houve tremor no arraial, no campo e em todo o povo; também a própria guarnição e os saqueadores tremeram; e até a terra estremeceu; de modo que houve grande pânico.    16Olharam, pois, as sentinelas de Saul e Gibeá de Benjamim, e eis que a multidão se derretia, fugindo para cá e para lá.    17Disse então Saul ao povo que estava com ele: Ora, contai e vede quem é que saiu dentre nós: E contaram, e eis que nem Jônatas nem o seu escudeiro estava ali.    18Então Saul disse a Aíja: Traze aqui a arca de Deus. Pois naquele dia estava a arca de Deus com os filhos de Israel.    19E sucedeu que, estando Saul ainda falando com o sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos filisteus ia crescendo muito; pelo que disse Saul ao sacerdote: Retira a tua mão.    20Então Saul e todo o povo que estava com ele se reuniram e foram à peleja; e eis que dentre os filisteus a espada de um era contra o outro, e houve mui grande derrota.    21Os hebreus que estavam dantes com os filisteus, e tinham subido com eles ao arraial, também se ajuntaram aos israelitas que estavam com Saul e Jônatas.    22E todos os homens de Israel que se haviam escondido na região montanhosa de Efraim, ouvindo que os filisteus fugiam, também os perseguiram de perto na peleja.    23Assim o Senhor livrou a Israel naquele dia, e a batalha passou além de Bete-Aven.    24Ora, os homens de Israel estavam já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurara o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão antes da tarde, antes que eu me vingue de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de comer.    25Mas todo o povo chegou a um bosque, onde havia mel à flor da terra.    26Chegando, pois, o povo ao bosque, viu correr o mel; todavia ninguém chegou a mão à boca, porque o povo temia a conjuração.    27Jônatas, porém, não tinha ouvido quando seu pai conjurara o povo; pelo que estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, ao chegar a mão à boca, aclararam-se-lhe os olhos.    28Então disse um do povo: Teu pai solenemente conjurou o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão hoje. E o povo ainda desfalecia.    29Pelo que disse Jônatas: Meu pai tem turbado a terra; ora vede como se me aclararam os olhos por ter provado um pouco deste mel.    30Quanto maior não teria sido a derrota dos filisteus se o povo hoje tivesse comido livremente do despojo, que achou de seus inimigos?    31Feriram, contudo, naquele dia aos filisteus, desde Micmás até Aijalom. E o povo desfaleceu em extremo;    32então o povo se lançou ao despojo, e tomou ovelhas, bois e bezerros e, degolando-os no chão, comeu-os com o sangue.    33E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo está pecando contra o Senhor, comendo carne com o sangue. Respondeu Saul: Procedestes deslealmente. Trazei-me aqui já uma grande pedra.    34Disse mais Saul: Dispersai-vos entre e povo, e dizei-lhes: Trazei-me aqui cada um o seu boi, e cada um a sua ovelha e degolai-os aqui, e comei; e não pequeis contra e Senhor, comendo com sangue. Então todo o povo trouxe de noite, cada um o seu boi, e os degolaram ali.    35Então edificou Saul um altar ao Senhor; este foi o primeiro altar que ele edificou ao Senhor.    36Depois disse Saul: Desçamos de noite atrás dos filisteus, e despojemo-los, até e amanhecer, e não deixemos deles um só homem. E o povo disse: Faze tudo o que parecer bem aos teus olhos. Disse, porém, o sacerdote: Cheguemo-nos aqui a Deus.    37Então consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atrás dos filisteus? entregá-los-ás na mão de Israel? Deus, porém, não lhe respondeu naquele dia.    38Disse, pois, Saul: Chegai-vos para cá, todos os chefes do povo; informai-vos, e vede em que se cometeu hoje este pecado;    39porque, como vive o Senhor que salva a Israel, ainda que seja em meu filha Jônatas, ele será morto. Mas de todo o povo ninguém lhe respondeu.    40Disse mais a todo o Israel: Vós estareis dum lado, e eu e meu filho Jônatas estaremos do outro. Então disse o povo a Saul: Faze o que parecer bem aos teus olhos.    41Falou, pois, Saul ao Senhor Deus de Israel: Mostra o que é justo. E Jônatas e Saul foram tomados por sorte, e o povo saiu livre.    42Então disse Saul: Lançai a sorte entre mim e Jônatas, meu filho. E foi tomado Jônatas.    43Disse então Saul a Jônatas: Declara-me o que fizeste. E Jônatas lho declarou, dizendo: Provei, na verdade, um pouco de mel com a ponta da vara que tinha na mão; eis-me pronto a morrer.    44Ao que disse Saul: Assim me faça Deus, e outro tanto, se tu, certamente, não morreres, Jônatas.    45Mas o povo disse a Saul: Morrerá, porventura, Jônatas, que operou esta grande salvação em Israel? Tal não suceda! como vive o Senhor, não lhe há de cair no chão um só cabelo da sua cabeça! pois com Deus fez isso hoje. Assim o povo livrou Jônatas, para que não morresse.    46Então Saul deixou de perseguir os filisteus, e estes foram para o seu lugar.    47Tendo Saul tomado o reino sobre Israel, pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, contra os filhos de Amom, contra Edom, contra os reis de Zobá e contra os filisteus; e, para onde quer que se voltava, saía vitorioso.    48Houve-se valorosamente, derrotando os amalequitas, e libertando Israel da mão dos que o saqueavam.    49Ora, os filhos de Saul eram Jônatas, Isvi e Malquisua; os nomes de suas duas filhas eram estes: o da mais velha Merabe, e o da mais nova Mical.    50O nome da mulher de Saul era Ainoã, filha de Aimaaz; e o nome do chefe do seu exército, Abner, filho de Ner, tio de Saul.    51Quis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel.    52E houve forte guerra contra os filisteus, por todos os dias de Saul; e sempre que Saul via algum homem poderoso e valente, o agregava a si.   

Chapter 15

1Disse Samuel a Saul: Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora as palavras do Senhor.    2Assim diz o Senhor dos exércitos: Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ae subir ele do Egito.    3Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.    4Então Saul convocou o povo, e os contou em Telaim, duzentos mil homens de infantaria, e mais dez mil dos de Judá.    5Chegando, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs uma emboscada no vale.    6E disse Saul aos queneus: Ide, retirai-vos, saí do meio dos amalequitas, para que eu não vos destrua juntamente com eles; porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Retiraram-se, pois, os queneus do meio dos amalequitas.    7Depois Saul feriu os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito.    8E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas, porém a todo o povo destruiu ao fio da espada.    9Mas Saul e o povo pouparam a Agague, como também ao melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e não os quiseram destruir totalmente; porém a tudo o que era vil e desprezível destruíram totalmente.    10Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo:    11Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e clamou ao Senhor a noite toda.    12E Samuel madrugou para encontrar-se com Saul pela manhã; e foi dito a Samuel: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si numa coluna e, voltando, passou e desceu a Gilgal.    13Veio, pois, Samuel ter com Saul, e Saul lhe disse: Bendito sejas do Senhor; já cumpri a palavra do Senhor.    14Então perguntou Samuel: Que quer dizer, pois, este balido de ovelhas que chega aos meus ouvidos, e o mugido de bois que ouço?    15Ao que respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram, porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os oferecer ao Senhor teu Deus; o resto, porém, destruímo-lo totalmente.    16Então disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala.    17Prosseguiu, pois, Samuel: Embora pequeno aos teus próprios olhos, porventura não foste feito o cabeça das tribos de Israel? O Senhor te ungiu rei sobre Israel;    18e bem assim te enviou o Senhor a este caminho, e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que sejam aniquilados.    19Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor?    20Então respondeu Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e aos amalequitas destruí totalmente;    21mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do anátema, para o sacrificar ao Senhor teu Deus em Gilgal.    22Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros    23Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.    24Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos a sua voz.    25Agora, pois, perdoa o meu pecado, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor.    26Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel:    27E, virando-se Samuel para se ir, Saul pegou-lhe pela orla da capa, a qual se rasgou.    28Então Samuel lhe disse: O Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu.    29Também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende, por quanto não é homem para que se arrependa.    30Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus.    31Então, voltando Samuel, seguiu a Saul, e Saul adorou ao Senhor.    32Então disse Samuel: Trazei-me aqui a Agague, rei dos amalequitas. E Agague veio a ele animosamente; e disse: Certamente já passou a amargura da morte.    33Disse, porém, Samuel: Assim como a tua espada desfilhou a mulheres, assim ficará desfilhada tua mãe entre as mulheres. E Samuel despedaçou a Agague perante o Senhor em Gilgal.    34Então Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu a sua casa, a Gibeá de Saul.    35Ora, Samuel nunca mais viu a Saul até o dia da sua morte, mas Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.   

Chapter 16

1Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.    2Disse, porém, Samuel: Como irei eu? pois Saul o ouvirá e me matará. Então disse o Senhor: Leva contigo uma bezerra, e dize: Vim para oferecer sacrifício ao Senhor:    3E convidarás a Jessé para o sacrifício, e eu te farei saber o que hás de fazer; e ungir-me-ás a quem eu te designar.    4Fez, pois, Samuel o que dissera o Senhor, e veio a Belém; então os anciãos da cidade lhe saíram ao encontro, tremendo, e perguntaram: É de paz a tua vinda?    5Respondeu ele: É de paz; vim oferecer sacrifício ao Senhor. Santificai-vos, e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e a seus filhos, e os convidou para o sacrifício.    6E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido.    7Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coraçao.    8Depois chamou Jessé a Abinadabe, e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este escolheu o Senhor.    9Então Jessé fez passar a Samá; Samuel, porém, disse: Tampouco a este escolheu o Senhor.    10Assim fez passar Jessé a sete de seus filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não escolheu a nenhum destes.    11Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda trazê-lo, porquanto não nos sentaremos até que ele venha aqui.    12Jessé mandou buscá-lo e o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto. Então disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo.    13Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Ramá.    14Ora, o Espírito do Senhor retirou-se de Saul, e o atormentava um espírito maligno da parte do Senhor.    15Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito maligno da parte de Deus te atormenta;    16dize, pois, Senhor nosso, a teus servos que estão na tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa; e quando o espírito maligno da parte do Senhor vier sobre ti, ele tocara com a sua mão, e te sentirás melhor.    17Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que toque bem, e trazei-mo.    18Respondeu um dos mancebos: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem, e é forte e destemido, homem de guerra, sisudo em palavras, e de gentil aspecto; e o Senhor é com ele.    19Pelo que Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas.    20Jessé, pois, tomou um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um cabrito, e os enviou a Saul pela mão de Davi, seu filho.    21Assim Davi veio e se apresentou a Saul, que se agradou muito dele e o fez seu escudeiro.    22Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa ficar Davi ao meu serviço, pois achou graça aos meus olhos.    23E quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.   

Chapter 17

1Ora, os filisteus ajuntaram as suas forças para a guerra e congregaram-se em Socó, que pertence a Judá, e acamparam entre Socó e Azeca, em Efes-Damim.    2Saul, porém, e os homens de Israel se ajuntaram e acamparam no vale de Elá, e ordenaram a batalha contra os filisteus.    3Os filisteus estavam num monte de um lado, e os israelitas estavam num monte do outro lado; e entre eles o vale.    4Então saiu do arraial dos filisteus um campeão, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo.    5Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça escameada, cujo peso era de cinco mil siclos de bronze.    6Também trazia grevas de bronze nas pernas, e um dardo de bronze entre os ombros.    7A haste da sua lança era como o órgão de um tear, e a ponta da sua lança pesava seiscentos siclos de ferro; adiante dele ia o seu escudeiro.    8Ele, pois, de pé, clamava às fileiras de Israel e dizia-lhes: Por que saístes a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu, e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim.    9Se ele puder pelejar comigo e matar-me, seremos vossos servos; porem, se eu prevalecer contra ele e o matar, então sereis nossos servos, e nos servireis.    10Disse mais o filisteu: Desafio hoje as fileiras de Israel; dai-me um homem, para que nós dois pelejemos.    11Ouvindo, então, Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, desalentaram-se, e temeram muito.    12Ora, Davi era filho de um homem efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e nos dias de Saul este homem era já velho e avançado em idade entre os homens.    13Os três filhos mais velhos de Jessé tinham seguido a Saul à guerra; eram os nomes de seus três filhos que foram à guerra: Eliabe, o primogênito, o segundo Abinadabe, e o terceiro Samá:    14Davi era o mais moço; os três maiores seguiram a Saul,    15mas Davi ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai em Belem.    16Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à tarde; e apresentou-se por quarenta dias.    17Disse então Jessé a Davi, seu filho: Toma agora para teus irmãos uma refa deste grão tostado e estes dez pães, e corre a levá-los ao arraial, a teus irmãos.    18Leva, também, estes dez queijos ao seu comandante de mil; e verás como passam teus irmãos, e trarás notícias deles.    19Ora, estavam Saul, e eles, e todos os homens de Israel no vale de Elá, pelejando contra os filisteus.    20Davi então se levantou de madrugada e, deixando as ovelhas com um guarda, carregou-se e partiu, como Jessé lhe ordenara; e chegou ao arraial quando o exército estava saindo em ordem de batalha e dava gritos de guerra.    21Os israelitas e os filisteus se punham em ordem de batalha, fileira contra fileira.    22E Davi, deixando na mão do guarda da bagagem a carga que trouxera, correu às fileiras; e, chegando, perguntou a seus irmãos se estavam bem.    23Enquanto ainda falava com eles, eis que veio subindo do exército dos filisteus o campeão, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate, e falou conforme aquelas palavras; e Davi as ouviu.    24E todos os homens de Israel, vendo aquele homem, fugiam, de diante dele, tomados de pavor.    25Diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? pois subiu para desafiar a Israel. Ao homem, pos, que o matar, o rei cumulará de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará livre a casa de seu pai em Israel.    26Então falou Davi aos homens que se achavam perto dele, dizendo: Que se fará ao homem que matar a esse filisteu, e tirar a afronta de sobre Israel? pois quem é esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?    27E o povo lhe repetiu aquela palavra, dizendo: Assim se fará ao homem que o matar.    28Eliabe, seu irmão mais velho, ouviu-o quando falava àqueles homens; pelo que se acendeu a sua ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui, e a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Eu conheço a tua presunção, e a maldade do teu coração; pois desceste para ver a peleja.    29Respondeu Davi: Que fiz eu agora? porventura não há razão para isso?    30E virou-se dele para outro, e repetiu as suas perguntas; e o povo lhe respondeu como da primeira vez.    31Então, ouvidas as palavras que Davi falara, foram elas referidas a Saul, que mandou chamá-lo.    32E Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá, e pelejará contra este filisteu.    33Saul, porém, disse a Davi: Não poderás ir contra esse filisteu para pelejar com ele, pois tu ainda és moço, e ele homem de guerra desde a sua mocidade.    34Então disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai, e sempre que vinha um leão, ou um urso, e tomava um cordeiro do rebanho,    35eu saía após ele, e o matava, e lho arrancava da boca; levantando-se ele contra mim, segurava-o pela queixada, e o feria e matava.    36O teu servo matava tanto ao leão como ao urso; e este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.    37Disse mais Davi: O Senhor, que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo.    38E vestiu a Davi da sua própria armadura, pôs-lhe sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de uma couraça.    39Davi cingiu a espada sobre a armadura e procurou em vão andar, pois não estava acostumado àquilo. Então disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois não estou acostumado. E Davi tirou aquilo de sobre si.    40Então tomou na mão o seu cajado, escolheu do ribeiro cinco seixos lisos e pô-los no alforje de pastor que trazia, a saber, no surrão, e, tomando na mão a sua funda, foi-se chegando ao filisteu.    41O filisteu também vinha se aproximando de Davi, tendo a: sua frente o seu escudeiro.    42Quando o filisteu olhou e viu a Davi, desprezou-o, porquanto era mancebo, ruivo, e de gentil aspecto.    43Disse o filisteu a Davi: Sou eu algum cão, para tu vires a mim com paus? E o filisteu, pelos seus deuses, amaldiçoou a Davi.    44Disse mais o filisteu a Davi: Vem a mim, e eu darei a tua carne às aves do céu e às bestas do campo.    45Davi, porém, lhe respondeu: Tu vens a mim com espada, com lança e com escudo; mas eu venho a ti em nome do Senhor dos exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.    46Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão; ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça; os cadáveres do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da terra; para que toda a terra saiba que há Deus em Israel;    47e para que toda esta assembléia saiba que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; pois do Senhor é a batalha, e ele vos entregará em nossas mãos.    48Quando o filisteu se levantou e veio chegando para se defrontar com Davi, este se apressou e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu.    49E Davi, metendo a mão no alforje, tirou dali uma pedra e com a funda lha atirou, ferindo o filisteu na testa; a pedra se lhe cravou na testa, e ele caiu com o rosto em terra.    50Assim Davi prevaleceu contra o filisteu com uma funda e com uma pedra; feriu-o e o matou; e não havia espada na mão de Davi.    51Correu, pois, Davi, pôs-se em pé sobre o filisteu e, tomando a espada dele e tirando-a da bainha, o matou, decepando-lhe com ela a cabeça. Vendo então os filisteus que o seu campeão estava morto, fugiram.    52Então os homens de Israel e de Judá se levantaram gritando, e perseguiram os filisteus até a entrada de Gai e até as portas de Ecrom; e caíram os feridos dos filisteus pelo caminho de Saraim até Gate e até Ecrom.    53Depois voltaram os filhos de Israel de perseguirem os filisteus, e despojaram os seus arraiais.    54Davi tomou a cabeça do filisteu e a trouxe a Jerusalém; porém pôs as armas dele na sua tenda.    55Quando Saul viu Davi sair e encontrar-se com o filisteu, perguntou a Abner, o chefe do exército: De quem é filho esse jovem, Abner? Respondeu Abner: Vive a tua alma, ó rei, que não sei.    56Disse então o rei: Pergunta, pois, de quem ele é filho.    57Voltando, pois, Davi de ferir o filisteu, Abner o tomou consigo, e o trouxe à presença de Saul, trazendo Davi na mão a cabeça do filisteu.    58E perguntou-lhe Saul: De quem és filho, jovem? Respondeu Davi: Filho de teu servo Jessé, belemita.   

Chapter 18

1Ora, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.    2E desde aquele dia Saul o reteve, não lhe permitindo voltar para a casa de seu pai.    3Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à sua própria vida.    4E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto.    5E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse, e era sempre bem sucedido; e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e isso pareceu bem aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul.    6Sucedeu porém que, retornando eles, quando Davi voltava de ferir o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, com tamboris, e com instrumentos de música.    7E as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares.    8Então Saul se indignou muito, pois aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares atribuíram a Davi, e a mim somente milhares; que lhe falta, senão só o reino?    9Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita.    10No dia seguinte o espírito maligno da parte de Deus se apoderou de Saul, que começou a profetizar no meio da casa; e Davi tocava a harpa, como nos outros dias. Saul tinha na mão uma lança.    11E Saul arremessou a lança, dizendo consigo: Encravarei a Davi na parede. Davi, porém, desviou-se dele por duas vezes.    12Saul, pois, temia a Davi, porque o Senhor era com Davi e se tinha retirado dele.    13Pelo que Saul o afastou de si, e o fez comandante de mil; e ele saía e entrava diante do povo.    14E Davi era bem sucedido em todos os seus caminhos; e o Senhor era com ele.    15Vendo, então, Saul que ele era tão bem sucedido, tinha receio dele.    16Mas todo o Israel e Judá amavam a Davi, porquanto saía e entrava diante deles.    17Pelo que Saul disse a Davi: Eis que Merabe, minha filha mais velha, te darei por mulher, contanto que me sejas filho valoroso, e guerreies as guerras do Senhor. Pois Saul dizia consigo: Não seja contra ele a minha mão, mas sim a dos filisteus.    18Mas Davi disse a Saul: Quem sou eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai em Israel, para eu vir a ser genro do rei?    19Sucedeu, porém, que ao tempo em que Merabe, filha de Saul, devia ser dada a Davi, foi dada por mulher a Adriel, meolatita.    20Mas Mical, a outra filha de Saul, amava a Davi; sendo isto anunciado a Saul, pareceu bem aos seus olhos.    21E Saul disse: Eu lha darei, para que ela lhe sirva de laço, e para que a mão dos filisteus venha a ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: com a outra serás hoje meu genro.    22Saul, pois, deu ordem aos seus servos: Falai em segredo a Davi, dizendo: Eis que o rei se agrada de ti, e todos os seus servos te querem bem; agora, pois, consente em ser genro do rei.    23Assim os servos de Saul falaram todas estas palavras aos ouvidos de Davi. Então disse Davi: Parece-vos pouca coisa ser genro do rei, sendo eu homem pobre e de condição humilde?    24E os servos de Saul lhe anunciaram isto, dizendo: Assim e assim falou Davi.    25Então disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não deseja dote, senão cem prepúcios de filisteus, para que seja vingado dos seus inimigos. Porquanto Saul tentava fazer Davi cair pela mão dos filisteus.    26Tendo os servos de Saul anunciado estas palavras a Davi, pareceu bem aos seus olhos tornar-se genro do rei. Ora, ainda os dias não se haviam cumprido,    27quando Davi se levantou, partiu com os seus homens, e matou dentre os filisteus duzentos homens; e Davi trouxe os prepúcios deles, e os entregou, bem contados, ao rei, para que fosse seu genro. Então Saul lhe deu por mulher sua filha Mical.    28Mas quando Saul viu e compreendeu que o Senhor era com Davi e que todo o Israel o amava,    29temeu muito mais a Davi; e Saul se tornava cada vez mais seu inimigo.    30Então saíram os chefes dos filisteus à campanha; e sempre que eles saíam, Davi era mais bem sucedido do que todos os servos de Saul, pelo que o seu nome era mui estimado.   

Chapter 19

1Falou, pois, Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos, para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava muito afeiçoado a Davi.    2Pelo que Jônatas o anunciou a Davi, dizendo: Saul, meu pai, procura matar-te; portanto, guarda-te amanhã pela manhã, fica num lugar oculto e esconde-te;    3eu sairei e me porei ao lado de meu pai no campo em que estiveres; falarei acerca de ti a meu pai, verei o que há, e to anunciarei.    4Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e porque os seus feitos para contigo têm sido muito bons.    5Porque expôs a sua vida e matou o filisteu, e o Senhor fez um grande livramento para todo o Israel. Tu mesmo o viste, e te alegraste; por que, pois, pecarias contra o sangue inocente, matando sem causa a Davi?    6E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas, e jurou: Como vive o Senhor, Davi não morrera.    7Jônatas, pois, chamou a Davi, contou-lhe todas estas palavras, e o levou a Saul; e Davi o assistia como dantes.    8Depois tornou a haver guerra; e saindo Davi, pelejou contra os filisteus, e os feriu com grande matança, e eles fugiram diante dele.    9Então o espírito maligno da parte do Senhor veio sobre Saul, estando ele sentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança; e Davi estava tocando a harpa.    10E Saul procurou encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, que fincou a lança na parede. Então Davi fugiu, e escapou naquela mesma noite.    11Mas Saul mandou mensageiros à casa de Davi, para que o vigiassem, e o matassem pela manhã; porém Mical, mulher de Davi, o avisou, dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã te matarão.    12Então Mical desceu Davi por uma janela, e ele se foi e, fugindo, escapou.    13Mical tomou uma estátua, deitou-a na cama, pôs-lhe à cabeceira uma pele de cabra, e a cobriu com uma capa.    14Quando Saul enviou mensageiros para prenderem a Davi, ela disse: Está doente.    15Tornou Saul a enviá-los, para que vissem a Davi, dizendo-lhes: Trazei-mo na cama, para que eu o mate.    16Vindo, pois, os mensageiros, eis que estava a estátua na cama, e a pele de cabra à sua cabeceira.    17Então perguntou Saul a Mical: Por que assim me enganaste, e deixaste o meu inimigo ir e escapar? Respondeu Mical a Saul: Porque ele me disse: Deixa-me ir! Por que hei de matar-te?    18Assim Davi fugiu e escapou; e indo ter com Samuel, em Ramá, contou-lhe tudo quanto Saul lhe fizera; foram, pois, ele e Samuel, e ficaram em Naiote.    19E foi dito a Saul: Eis que Davi está em Naiote, em Ramá.    20Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram.    21Avisado disso, Saul enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram. Ainda terceira vez enviou Saul mensageiros, os quais também profetizaram.    22Então foi ele mesmo a Rama e, chegando ao poço grande que estava em Sécu, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão em Naiote, em Ramá.    23Foi, pois, para Naiote, em Ramá; e o Espírito de Deus veio também sobre ele, e ele ia caminhando e profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá.    24E despindo as suas vestes, ele também profetizou diante de Samuel; e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite. Pelo que se diz: Está também Saul entre os profetas?   

Chapter 20

1Então fugiu Davi de Naiote, em Ramá, veio ter com Jônatas e lhe disse: Que fiz eu? qual é a minha iniqüidade? e qual é o meu pecado diante de teu pai, para que procure tirar-me a vida?    2E ele lhe disse: Longe disso! não hás de morrer. Meu pai não faz coisa alguma, nem grande nem pequena, sem que primeiro ma participe; por que, pois, meu pai me encobriria este negócio? Não é verdade.    3Respondeu-lhe Davi, com juramento: Teu pai bem sabe que achei graça aos teus olhos; pelo que disse: Não saiba isto Jônatas, para que não se magoe. Mas, na verdade, como vive o Senhor, e como vive a tua alma, há apenas um passo entre mim e a morte.    4Disse Jônatas a Davi: O que desejas tu que eu te faça?    5Respondeu Davi a Jônatas: Eis que amanhã é a lua nova, e eu deveria sentar-me com o rei para comer; porém deixa-me ir, e esconder-me-ei no campo até a tarde do terceiro dia.    6Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade, porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a parentela.    7Se ele disser: Está bem; então teu servo tem paz; porém se ele muito se indignar, fica sabendo que ele já está resolvido a praticar o mal.    8Usa, pois, de misericórdia para com o teu servo, porque o fizeste entrar contigo em aliança do Senhor; se, porém, há culpa em mim, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?    9Ao que respondeu Jônatas: Longe de ti tal coisa! Se eu soubesse que meu pai estava resolvido a trazer o mal sobre ti, não to descobriria eu?    10Perguntou, pois, Davi a Jônatas: Quem me fará saber, se por acaso teu pai te responder asperamente?    11Então disse Jônatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram ambos ao campo.    12E disse Jônatas a Davi: O Senhor, Deus de Israel, seja testemunha! Sondando eu a meu pai amanhã a estas horas, ou depois de amanhã, se houver coisa favorável para Davi, eu não enviarei a ti e não to farei saber?    13O Senhor faça assim a Jônatas, e outro tanto, se, querendo meu pai fazer-te mal, eu não te fizer saber, e não te deixar partir, para ires em paz; e o Senhor seja contigo, assim como foi com meu pai.    14E não somente usarás para comigo, enquanto viver, da benevolência do Senhor, para que não morra,    15como também não cortarás nunca da minha casa a tua benevolência, nem ainda quando o Senhor tiver desarraigado da terra a cada um dos inimigos de Davi.    16Assim fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor se vingue dos inimigos de Davi.    17Então Jônatas fez Davi jurar de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma.    18Disse-lhe ainda Jônatas: Amanhã é a lua nova, e notar-se-á a tua ausência, pois o teu lugar estará vazio.    19Ao terceiro dia descerás apressadamente, e irás àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio, e te sentarás junto à pedra de Ezel.    20E eu atirarei três flechas para aquela banda, como se atirasse ao alvo.    21Então mandarei o moço, dizendo: Anda, busca as flechas. Se eu expressamente disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti, apanha-as; então vem, porque, como vive o Senhor, há paz para ti, e não há nada a temer.    22Mas se eu disser ao moço assim: Olha que as flechas estão para lá de ti; vai-te embora, porque o Senhor te manda ir.    23E quanto ao negócio de que eu e tu falamos, o Senhor é testemunha entre mim e ti para sempre.    24Escondeu-se, pois, Davi no campo; e, sendo a lua nova, sentou-se o rei para comer.    25E, sentando-se o rei, como de costume, no seu assento junto à parede, Jônatas sentou-se defronte dele, e Abner sentou-se ao lado de Saul; e o lugar de Davi ficou vazio.    26Entretanto Saul não disse nada naquele dia, pois dizia consigo: Aconteceu-lhe alguma coisa pela qual não está limpo; certamente não está limpo.    27Sucedeu também no dia seguinte, o segundo da lua nova, que o lugar de Davi ficou vazio. Perguntou, pois, Saul a Jônatas, seu filho: Por que o filho de Jessé não veio comer nem ontem nem hoje?    28Respondeu Jônatas a Saul: Davi pediu-me encarecidamente licença para ir a Belém,    29dizendo: Peço-te que me deixes ir, porquanto a nossa parentela tem um sacrifício na cidade, e meu irmão ordenou que eu fosse; se, pois, agora tenho achado graça aos teus olhos, peço-te que me deixes ir, para ver a meus irmãos. Por isso não veio à mesa do rei.    30Então se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e ele lhe disse: Filho da perversa e rebelde! Não sei eu que tens escolhido a filho de Jessé para vergonha tua, e para vergonha de tua mãe?    31Pois por todo o tempo em que o filho de Jessé viver sobre a terra, nem tu estarás seguro, nem o teu reino; pelo que envia agora, e traze-mo, porque ele há de morrer.    32Ao que respondeu Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de morrer. que fez ele?    33Então Saul levantou a lança, para o ferir; assim entendeu Jônatas que seu pai tinha determinado matar a Davi.    34Pelo que Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa, e no segundo dia do mês não comeu; pois se magoava por causa de Davi, porque seu pai o tinha ultrajado.    35Jônatas, pois, saiu ao campo, pela manhã, ao tempo que tinha ajustado com Davi, levando consigo um rapazinho.    36Então disse ao moço: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu, pois, o moço; e Jônatas atirou uma flecha, que fez passar além dele.    37Quando o moço chegou ao lugar onde estava a flecha que Jônatas atirara, gritou-lhe este, dizendo: Não está porventura a flecha para lá de ti?    38E tornou a gritar ao moço: Apressa-te, anda, não te demores! E o servo de Jônatas apanhou as flechas, e as trouxe a seu senhor.    39O moço, porém, nada percebeu; só Jônatas e Davi sabiam do negócio.    40Então Jônatas deu as suas armas ao moço, e lhe disse: Vai, leva-as à cidade.    41Logo que o moço se foi, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram ambos, mas Davi chorou muito mais.    42E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, porquanto nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência perpetuamente.    43Então Davi se levantou e partiu; e Jônatas entrou na cidade.   

Chapter 21

1Então veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque, o qual saiu, tremendo, ao seu encontro, e lhe perguntou: Por que vens só, e ninguém contigo?    2Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me encomendou um negócio, e me disse: Ninguém saiba deste negócio pelo qual eu te enviei, e o qual te ordenei. Quanto aos mancebos, apontei-lhes tal e tal lugar.    3Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães, ou o que se achar.    4Ao que, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os mancebos se têm abstido das mulheres.    5E respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram há três dias; quando eu saí, os vasos dos mancebos também eram santos, embora fosse para uma viagem comum; quanto mais ainda hoje não serão santos os seus vasos?    6Então o sacerdote lhe deu o pão sagrado; porquanto não havia ali outro pão senão os pães da proposição, que se haviam tirado de diante do Senhor no dia em que se tiravam para se pôr ali pão quente.    7Ora, achava-se ali naquele dia um dos servos de Saul, detido perante o Senhor; e era seu nome Doegue, edomeu, chefe dos pastores de Saul.    8E disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão uma lança ou uma espada? porque eu não trouxe comigo nem a minha espada nem as minhas armas, pois o negócio do rei era urgente.    9Respondeu o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem tu feriste no vale de Elá, está aqui envolta num pano, detrás do éfode; se a queres tomar, toma-a, porque não há outra aqui senão ela. E disse Davi: Não há outra igual a essa; dá-ma.    10Levantou-se, pois, Davi e fugiu naquele dia de diante de Saul, e foi ter com Áquis, rei de Gate.    11Mas os servos de Áquis lhe perguntaram: Este não é Davi, o rei da terra? não foi deste que cantavam nas danças, dizendo: Saul matou os seus milhares, por Davi os seus dez milhares?    12E Davi considerou estas palavras no seu coração, e teve muito medo de Áquis, rei de Gate.    13Pelo que se contrafez diante dos olhos deles, e fingiu-se doido nas mãos deles, garatujando nas portas, e deixando correr a saliva pela barba.    14Então disse Áquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim?    15Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este para fazer doidices diante de mim? há de entrar este na minha casa?   

Chapter 22

1Depois Davi, retirando-se desse lugar, escapou para a caverna de Adulão. Quando os seus irmãos e toda a casa de seu pai souberam disso, desceram ali para ter com ele.    2Ajuntaram-se a ele todos os que se achavam em aperto, todos os endividados, e todos os amargurados de espírito; e ele se fez chefe deles; havia com ele cerca de quatrocentos homens.    3Dali passou Davi para Mizpe de Moabe; e disse ao rei de Moabe: Deixa, peço-te, que meu pai e minha mãe fiquem convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim.    4E os deixou com o rei de Moabe; e ficaram com ele por todo o tempo que Davi esteve no lugar forte.    5Disse o profeta Gade a Davi: Não fiques no lugar forte; sai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu, e foi para o bosque de Herete.    6Ora, ouviu Saul que já havia notícias de Davi e dos homens que estavam com ele. Estava Saul em Gibeá, sentado debaixo da tamargueira, sobre o alto, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus servos estavam com ele.    7Então disse Saul a seus servos que estavam com ele: Ouvi, agora, benjamitas! Acaso o filho de Jessé vos dará a todos vós terras e vinhas, e far-vos-á a todos chefes de milhares e chefes de centenas,    8para que todos vós tenhais conspirado contra mim, e não haja ninguém que me avise de ter meu filho, feito aliança com o filho de Jessé, e não haja ninguém dentre vós que se doa de mim, e me participe o ter meu filho sublevado meu servo contra mim, para me armar ciladas, como se vê neste dia?    9Então respondeu Doegue, o edomeu, que também estava com os servos de Saul, e disse: Vi o filho de Jessé chegar a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube;    10o qual consultou por ele ao Senhor, e lhe deu mantimento, e lhe deu também a espada de Golias, o filisteu.    11Então o rei mandou chamar a Aimeleque, o sacerdote, filho de Aitube, e a toda a casa de seu pai, isto é, aos sacerdotes que estavam em Nobe; e todos eles vierem ao rei.    12E disse Saul: Ouve, filho de Aitube! E ele lhe disse: Eis-me aqui, senhor meu.    13Então lhe perguntou Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé, pois deste lhe pão e espada, e consultaste por ele a Deus, para que ele se levantasse contra mim a armar-me ciladas, como se vê neste dia?    14Ao que respondeu Aimeleque ao rei dizendo: Quem há, entre todos os teus servos, tão fiel como Davi, o genro do rei, chefe da tua guarda, e honrado na tua casa?    15Porventura é de hoje que comecei a consultar por ele a Deus? Longe de mim tal coisa! Não impute o rei coisa nenhuma a mim seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito nem pouco.    16O rei, porém, disse: Hás de morrer, Aimeleque, tu e toda a casa de teu pai.    17E disse o rei aos da sua guarda que estavam com ele: Virai-vos, e matai os sacerdotes do Senhor, porque também a mão deles está com Davi, e porque sabiam que ele fugia e não mo fizeram saber. Mas os servos do rei não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os sacerdotes do Senhor.    18Então disse o rei a Doegue: Vira-te e arremete contra os sacerdotes. Virou-se, então, Doegue, o edomeu, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou naquele dia oitenta e cinco homens que vestiam éfode de linho.    19Também a Nobe, cidade desses sacerdotes, passou a fio de espada; homens e mulheres, meninos e criancinhas de peito, e até os bois, jumentos e ovelhas passou a fio de espada.    20Todavia um dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, que se chamava Abiatar, escapou e fugiu para Davi.    21E Abiatar anunciou a Davi que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor.    22Então Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu naquele dia que, estando ali Doegue, o edomeu, não deixaria de o denunciar a Saul. Eu sou a causa da morte de todos os da casa de teu pai.    23Fica comigo, não temas; porque quem procura a minha morte também procura a tua; comigo estarás em segurança.   

Chapter 23

1Ora, foi anunciado a Davi: Eis que os filisteus pelejam contra Queila e saqueiam as eiras.    2Pelo que consultou Davi ao Senhor, dizendo: Irei eu, e ferirei a esses filisteus? Respondeu o Senhor a Davi: Vai, fere aos filisteus e salva a Queila.    3Mas os homens de Davi lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judá, quanta mais se formos a Queila, contra o exército dos filisteus!    4Davi, pois, tornou a consultar ao Senhor, e o Senhor lhe respondeu: Levanta-te, desce a Queila, porque eu hei de entregar os filisteus na tua mão.    5Então Davi partiu com os seus homens para Queila, pelejou contra os filisteus, levou-lhes o gado, e fez grande matança entre eles; assim Davi salvou os moradores de Queila.    6Ora, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com um éfode na mão.    7Então foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a Queila; e disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos; pois está encerrado, porque entrou numa cidade que tem portas e ferrolhos.    8E convocou todo o povo à peleja, para descerem a Queila, e cercar a Davi e os seus homens.    9Sabendo, pois, Davi que Saul maquinava este mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode.    10E disse Davi: ç Senhor, Deus de Israel, teu servo acaba de ouvir que Saul procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim.    11Entregar-me-ão os cidadãos de Queila na mão dele? descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah, Senhor Deus de Israel! faze-o saber ao teu servo. Respondeu o Senhor: Descerá.    12Disse mais Davi: Entregar-me-ão os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E respondeu o Senhor: Entregarão.    13Levantou-se, então, Davi com os seus homens, cerca de seiscentos, e saíram de Queila, e foram-se aonde puderam. Saul, quando lhe foi anunciado que Davi escapara de Queila, deixou de sair contra ele.    14E Davi ficou no deserto, em lugares fortes, permanecendo na região montanhosa no deserto de Zife. Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mao.    15Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, esteve no deserto de Zife, em Hores.    16Então se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi ter com Davi em Hores, e o confortou em Deus;    17e disse-lhe: Não temas; porque não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe.    18E ambos fizeram aliança perante o Senhor; Davi ficou em Hores, e Jônatas, voltou para sua casa.    19Então subiram os zifeus a Saul, a Gibea, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós, nos lugares fortes em Hores, no outeiro de Haquila, que está à mão direita de Jesimom?    20Agora, pois, ó rei, desce apressadamente, conforme todo o desejo da tua alma; a nós nos cumpre entregá-lo nas mãos do rei.    21Então disse Saul: Benditos sejais vós do Senhor, porque vos compadecestes de mim:    22Ide, pois, informai-vos ainda melhor; sabei e notai o lugar que ele freqüenta, e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é muito astuto.    23Pelo que atentai bem, e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele se oculta; e então voltai para mim com notícias exatas, e eu irei convosco. E há de ser que, se estiver naquela terra, eu o buscarei entre todos os milhares de Judá.    24Eles, pois, se levantaram e foram a Zife adiante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na campina ao sul de Jesimom.    25E Saul e os seus homens foram em busca dele. Sendo isso anunciado a Davi, desceu ele à penha que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul, foi ao deserto de Maom, a perseguir Davi.    26Saul ia de uma banda do monte, e Davi e os seus homens da outra banda. E Davi se apressava para escapar, por medo de Saul, porquanto Saul e os seus homens iam cercando a Davi e aos seus homens, para os prender.    27Nisso veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus acabam de invadir a terra.    28Pelo que Saul voltou de perseguir a Davi, e se foi ao encontro dos filisteus. Por esta razão aquele lugar se chamou Selá-Hamalecote.    29Depois disto, Davi subiu e ficou nos lugares fortes de En-Gedi.   

Chapter 24

1Ora, quando Saul voltou de perseguir os filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi.    2Então tomou Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi em busca de Davi e dos seus homens, até sobre as penhas das cabras montesas.    3E chegou no caminho a uns currais de ovelhas, onde havia uma caverna; e Saul entrou nela para aliviar o ventre. Ora Davi e os seus homens estavam sentados na parte interior da caverna.    4Então os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te disse: Eis que entrego o teu inimigo nas tuas mãos; far-lhe-ás como parecer bem aos teus olhos. Então Davi se levantou, e de mansinho cortou a orla do manto de Saul.    5Sucedeu, porém, que depois doeu o coração de Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul.    6E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor.    7com essas palavras Davi conteve os seio chegando para se permitiu que se levantassem contra Saul. E Saul se levantou da caverna, e prosseguiu o seu caminho.    8Depois também Davi se levantou e, saindo da caverna, gritou por detrás de Saul, dizendo: ç rei, meu senhor! Quando Saul olhou para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e lhe fez reverência.    9Então disse Davi a Saul: por que dás ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?    10Eis que os teus olhos acabam de ver que o Senhor hoje te pôs em minhas mãos nesta caverna; e alguns disseram que eu te matasse, porém a minha mão te poupou; pois eu disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.    11Olha, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão, pois cortando-te eu a orla do manto, não te matei. Considera e vê que não há na minha mão nem mal nem transgressão alguma, e que não pequei contra ti, ainda que tu andes à caça da minha vida para ma tirares.    12Julgue o Senhor entre mim e ti, e vingue-me o Senhor de ti; a minha mão, porém, não será contra ti.    13Como diz o provérbio dos antigos: Dos ímpios procede a impiedade. A minha mão, porém, não será contra ti.    14Após quem saiu o rei de Israel? a quem persegues tu? A um cão morto, a uma pulga!    15Seja, pois, o Senhor juiz, e julgue entre mim e ti; e veja, e advogue a minha causa, e me livre da tua mão.    16Acabando Davi de falar a Saul todas estas palavras, perguntou Saul: E esta a tua voz, meu filho Davi? Então Saul levantou a voz e chorou.    17E disse a Davi: Tu és mais justo do que eu, pois me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal.    18E tu mostraste hoje que procedeste bem para comigo, por isso que, havendo-me o Senhor entregado na tua mão, não me mataste.    19Pois, quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixará ir o seu caminho? O Senhor, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste.    20Agora, pois, sei que certamente hás de reinar, e que o reino de Israel há de se firmar na tua mão.    21Portanto jura-me pelo Senhor que não desarraigarás a minha descendência depois de mim, nem extinguirás o meu nome da casa de meu pai.    22Então jurou Davi a Saul. E foi Saul para sua casa, mas Davi e os seus homens subiram ao lugar forte.   

Chapter 25

1Ora, faleceu Samuel; e todo o Israel se ajuntou e o pranteou; e o sepultaram na sua casa, em Ramá. E Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.    2Havia um homem em Maom que tinha as suas possessões no Carmelo. Este homem era muito rico, pois tinha três mil ovelhas e mil Cabras e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.    3Chamava-se o homem Nabal, e sua mulher chamava-se Abigail; era a mulher sensata e formosa; o homem porém, era duro, e maligno nas suas ações; e era da casa de Calebe.    4Ouviu Davi no deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas,    5e enviou-lhe dez mancebos, dizendo-lhes: Subi ao Carmelo, ide a Nabal e perguntai-lhe, em meu nome, como está.    6Assim lhe direis: Paz seja contigo, e com a tua casa, e com tudo o que tens.    7Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores. Ora, os pastores que tens acabam de estar conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem lhes desapareceu coisa alguma por todo o tempo que estiveram no Carmelo.    8Pergunta-o aos teus mancebos, e eles to dirão. Que achem, portanto, os teus servos graça aos teus olhos, porque viemos em boa ocasião. Dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.    9Chegando, pois, os mancebos de Davi, falaram a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, e se calaram.    10Ao que Nabal respondeu aos servos de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem o filho de Jessé? Muitos servos há que hoje fogem ao seu senhor.    11Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e os daria a homens que não sei donde vêm?    12Então os mancebos de Davi se puseram a caminho e, voltando, vieram anunciar-lhe todas estas palavras.    13Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e Davi também cingiu a sua, e subiram após Davi cerca de quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.    14um dentre os mancebos, porém, o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; e ele os destratou.    15Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos desapareceu por todo o tempo em que convivemos com eles quando estávamos no campo.    16De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.    17Considera, pois, agora e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa; e ele é tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar.    18Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas assadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos secos, e os pôs sobre jumentos.    19E disse aos seus mancebos: Ide adiante de mim; eis que vos seguirei de perto. Porém não o declarou a Nabal, seu marido.    20E quando ela, montada num jumento, ia descendo pelo encoberto do monte, eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro; e ela se encontrou com eles.    21Ora, Davi tinha dito: Na verdade que em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, de sorte que nada lhe faltou de tudo quanto lhe pertencia; e ele me pagou mal por bem.    22Assim faça Deus a Davi, e outro tanto, se eu deixar até o amanhecer, de tudo o que pertence a Nabal, um só varão.    23Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, inclinando-se à terra,    24e, prostrada a seus pés, lhe disse: Ah, senhor meu, minha seja a iniqüidade! Deixa a tua serva falar aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva.    25Rogo-te, meu senhor, que não faças caso deste homem de Belial, a saber, Nabal; porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; mas eu, tua serva, não vi os mancebos de meu senhor, que enviaste.    26Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive a tua alma, porquanto o Senhor te impediu de derramares sangue, e de te vingares com a tua própria mão, sejam agora como Nabal os teus inimigos e os que procuram fazer o mal contra o meu senhor.    27Aceita agora este presente que a tua serva trouxe a meu senhor; seja ele dado aos mancebos que seguem ao meu senhor.    28Perdoa, pois, a transgressão da tua serva; porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, pois meu senhor guerreia as guerras do Senhor; e não se achará mal em ti por todos os teus dias.    29Se alguém se levantar para te perseguir, e para buscar a tua vida, então a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor teu Deus; porém a vida de teus inimigos ele arrojará ao longe, como do côncavo de uma funda.    30Quando o Senhor tiver feito para com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti, e te houver estabelecido por príncipe sobre Israel,    31então, meu senhor, não terás no coração esta tristeza nem este remorso de teres derramado sangue sem causa, ou de haver-se vingado o meu senhor a si mesmo. E quando o Senhor fizer bem a meu senhor, lembra-te então da tua serva.    32Ao que Davi disse a Abigail: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro!    33E bendito seja o teu conselho, e bendita sejas tu, que hoje me impediste de derramar sangue, e de vingar-me pela minha própria mão!    34Pois, na verdade, vive o Senhor Deus de Israel que me impediu de te fazer mal, que se tu não te apressaras e não me vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até a luz da manhã nem mesmo um menino.    35Então Davi aceitou da mão dela o que lhe tinha trazido, e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vê que dei ouvidos à tua voz, e aceitei a tua face.    36Ora, quando Abigail voltou para Nabal, eis que ele fazia em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre, pois ele estava muito embriagado; pelo que ela não lhe deu a entender nada daquilo, nem pouco nem muito, até a luz da manhã.    37Sucedeu, pois, que, pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe contou essas coisas; de modo que o seu coração desfaleceu, e ele ficou como uma pedra.    38Passados uns dez dias, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu.    39Quando Davi ouviu que Nabal morrera, disse: Bendito seja o Senhor, que me vingou da afronta que recebi de Nabal, e deteve do mal a seu servo, fazendo cair a maldade de Nabal sobre a sua cabeça. Depois mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por mulher.    40Vindo, pois, os servos de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos mandou a ti, para te tomarmos por sua mulher.    41Ao que ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos servos de meu senhor.    42Então Abigail se apressou e, levantando-se, montou num jumento, e levando as cinco moças que lhe assistiam, seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por mulher.    43Davi tomou também a Ainoã de Jizreel; e ambas foram suas mulheres.    44Pois Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.   

Chapter 26

1Ora, vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não está Davi se escondendo no outeiro de Haquila, defronte de Jesimom?    2Então Saul se levantou, e desceu ao deserto de Zife, levando consigo três mil homens escolhidos de Israel, para buscar a Davi no deserto de Zife.    3E acampou-se Saul no outeiro de Haquila, defronte de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no deserto, e percebendo que Saul vinha após ele ao deserto,    4enviou espias, e certificou-se de que Saul tinha chegado.    5Então Davi levantou-se e foi ao lugar onde Saul se tinha acampado; viu Davi o lugar onde se deitavam Saul e Abner, filho de Ner, chefe do seu exército. E Saul estava deitado dentro do acampamento, e o povo estava acampado ao redor dele.    6Então Davi, dirigindo-se a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, perguntou: Quem descerá comigo a Saul, ao arraial? Respondeu Abisai: Eu descerei contigo.    7Foram, pois, Davi e Abisai de noite ao povo; e eis que Saul estava deitado, dormindo dentro do acampamento, e a sua lança estava pregada na terra à sua cabeceira; e Abner e o povo estavam deitados ao redor dele.    8Então disse Abisai a Davi: Deus te entregou hoje nas mãos o teu inimigo; deixa-me, pois, agora encravá-lo na terra, com a lança, de um só golpe; não o ferirei segunda vez.    9Mas Davi respondeu a Abisai: Não o mates; pois quem pode estender a mão contra o ungido do Senhor, e ficar inocente?    10Disse mais Davi: Como vive o Senhor, ou o Senhor o ferirá, ou chegará o seu dia e morrerá, ou descerá para a batalha e perecerá;    11o Senhor, porém, me guarde de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor. Agora, pois, toma a lança que está à sua cabeceira, e a bilha d'água, e vamo-nos.    12Tomou, pois, Davi a lança e a bilha d'água da cabeceira de Saul, e eles se foram. Ninguém houve que o visse, nem que o soubesse, nem que acordasse; porque todos estavam dormindo, pois da parte do Senhor havia caído sobre eles um profundo sono.    13Então Davi, passando à outra banda, pôs-se no cume do monte, ao longe, de maneira que havia grande distância entre eles.    14E Davi bradou ao povo, e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não responderás, Abner? Então Abner respondeu e disse: Quem és tu, que bradas ao rei?    15Ao que disse Davi a Abner: Não és tu um homem? e quem há em Israel como tu? Por que, então, não guardaste o rei, teu senhor? porque um do povo veio para destruir o rei, teu senhor.    16Não é bom isso que fizeste. Vive o Senhor, que sois dignos de morte, porque não guardastes a vosso senhor, o ungido do Senhor. Vede, pois, agora onde está a lança do rei, e a bilha d'água que estava à sua cabeceira.    17Saul reconheceu a voz de Davi, e disse: Não é esta a tua voz, meu filho Davi? Respondeu Davi: E minha voz, ó rei, meu senhor.    18Disse mais: Por que o meu senhor persegue tanto o seu servo? que fiz eu? e que maldade se acha na minha mão?    19Ouve pois agora, ó rei, meu senhor, as palavras de teu servo: Se é o Senhor quem te incita contra mim, receba ele uma oferta; se, porém, são os filhos dos homens, malditos sejam perante o Senhor, pois eles me expulsaram hoje para que eu não tenha parte na herança do Senhor, dizendo: Vai, serve a outros deuses.    20Agora, pois, não caia o meu sangue em terra fora da presença do Senhor; pois saiu o rei de Israel em busca duma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes.    21Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois não tornarei a fazer-te mal, porque a minha vida foi hoje preciosa aos teus olhos. Eis que procedi como um louco, e errei grandissimamente.    22Davi então respondeu, e disse: Eis aqui a lança, ó rei! venha cá um os mancebos, e leve-a.    23O Senhor, porém, pague a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o Senhor te entregou hoje na minha mão, mas eu não quis estender a mão contra o ungido do Senhor.    24E assim como foi a tua vida hoje preciosa aos meus olhos, seja a minha vida preciosa aos olhos do Senhor, e livre-me ele de toda a tribulação.    25Então Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi, pois grandes coisas farás e também certamente prevalecerás. Então Davi se foi o seu caminho e Saul voltou para o seu lugar.   

Chapter 27

1Disse, porém, Davi no seu coração: Ora, perecerei ainda algum dia pela mão de Saul; não há coisa melhor para mim do que escapar para a terra dos filisteus, para que Saul perca a esperança de mim, e cesse de me buscar por todos os termos de Israel; assim escaparei da sua mão.    2Então Davi se levantou e passou, com os seiscentos homens que com ele estavam, para Áquis, filho de Maoque, rei de Gate.    3E Davi ficou com Áquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua família, e Davi com as suas duas mulheres, Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, o carmelita.    4Ora, sendo Saul avisado de que Davi tinha fugido para Gate, não cuidou mais de buscá-lo.    5Disse Davi a Áquis: Se eu tenho achado graça aos teus olhos, que se me dê lugar numa das cidades do país, para que eu ali habite; pois, por que haveria o teu servo de habitar contigo na cidade real?    6Então lhe deu Áquis naquele dia a cidade de Ziclague; pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até o dia de hoje.    7E o número dos dias que Davi habitou na terra dos filisteus foi de um ano e quatro meses.    8Ora, Davi e os seus homens subiam e davam sobre os gesuritas, e os girzitas, e os amalequitas; pois, desde tempos remotos, eram estes os moradores da terra que se estende na direção de Sur até a terra do Egito.    9E Davi feria aquela terra, não deixando com vida nem homem nem mulher; e, tomando ovelhas, bois, jumentos, camelos e vestuários, voltava, e vinha a Áquis.    10E quando Áquis perguntava: Sobre que parte fizestes incursão hoje? Davi respondia: Sobre o Negebe de Judá; ou: Sobre o Negebe dos jerameelitas; ou: Sobre o Negebe dos queneus.    11E Davi não deixava com vida nem homem nem mulher para trazê-los a Gate, pois dizia: Para que porventura não nos denunciem, dizendo: Assim fez Davi. E este era o seu costume por todos os dias que habitou na terra dos filisteus.    12Áquis, pois, confiava em Davi, dizendo: Fez-se ele por certo aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre.   

Chapter 28

1Naqueles dias ajuntaram os filisteus os seus exércitos para a guerra, para pelejarem contra Israel. Disse Áquis a Davi: Sabe de certo que sairás comigo ao arraial, tu e os teus homens.    2Respondeu Davi a Áquis: Assim saberás o que o teu servo há de fazer. E disse Áquis a Davi: Por isso te farei para sempre guarda da minha pessoa.    3Ora, Samuel já havia morrido, e todo o Israel o tinha chorado, e o tinha sepultado e em Ramá, que era a sua cidade. E Saul tinha desterrado es necromantes e os adivinhos.    4Ajuntando-se, pois, os filisteus, vieram acampar-se em Suném; Saul ajuntou também todo o Israel, e se acamparam em Gilboa.    5Vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu e estremeceu muito o seu coração.    6Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.    7Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Eis que em En-Dor há uma mulher que é necromante.    8Então Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser.    9A mulher lhe respondeu: Tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer?    10Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso.    11A mulher então lhe perguntou: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel.    12Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e falou a Saul, dizendo: Por que me enganaste? pois tu mesmo és Saul.    13Ao que o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que vem subindo de dentro da terra.    14Perguntou-lhe ele: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência.    15Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer.    16Então disse Samuel: Por que, pois, me perguntas a mim, visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu inimigo?    17O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi.    18Porquanto não deste ouvidos à voz do Senhor, e não executaste e furor da sua ira contra Amaleque, por isso o Senhor te fez hoje isto.    19E o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus. Amanhã tu e teus filhos estareis comigo, e o Senhor entregará o arraial de Israel na mão dos filisteus.    20Imediatamente Saul caiu estendido por terra, tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e não houve força nele, porque nada havia comido todo aquele dia e toda aquela noite.    21Então a mulher se aproximou de Saul e, vendo que estava tão perturbado, disse-lhe: Eis que a tua serva deu ouvidos à tua voz; pus a minha vida na minha mão, dando ouvidos às palavras que disseste.    22Agora, pois, ouve também tu as palavras da tua serva, e permite que eu ponha um bocado de pão diante de ti; come, para que tenhas forças quando te puseres a caminho.    23Ele, porém, recusou, dizendo: Não comerei. Mas os seus servos e a mulher o constrangeram, e ele deu ouvidos à sua voz; e levantando-se do chão, sentou-se na cama.    24Ora, a mulher tinha em casa um bezerro cevado; apressou-se, pois, e o degolou; tambem tomou farinha, e a amassou, e a cozeu em bolos ázimos.    25Então pôs tudo diante de Saul e de seus servos; e eles comeram. Depois levantaram-se e partiram naquela mesma noite.   

Chapter 29

1Os filisteus ajuntaram todos os seus exércitos em Afeque; e acamparam-se os israelitas junto à fonte que está em Jizreel.    2Então os chefes dos filisteus se adiantaram com centenas e com milhares; e Davi e os seus homens iam com Áquis na retaguarda.    3Perguntaram os chefes dos filisteus: que fazem aqui estes hebreus? Respondeu Áquis aos chefes dos filisteus: Não é este Davi, o servo de Saul, rei de Israel, que tem estado comigo alguns dias ou anos? e nenhuma culpa tenho achado nele desde o dia em que se revoltou, até o dia de hoje.    4Mas os chefes dos filisteus muito se indignaram contra ele, e disseram a Áquis: Faze voltar este homem para que torne ao lugar em que o puseste; não desça ele conosco à batalha, a fim de que não se torne nosso adversário no combate; pois, como se tornaria este agradável a seu senhor? porventura não seria com as cabeças destes homens?    5Este não é aquele Davi, a respeito de quem cantavam nas danças: Saul feriu os seus milhares, mas Davi os seus dez milhares?    6Então Áquis chamou a Davi e disse-lhe: Como vive o Senhor, tu és reto, e a sua entrada e saída comigo no arraial é boa aos meus olhos, pois nenhum mal tenho achado em ti, desde o dia em que vieste ter comigo, até o dia de hoje; porém aos chefes não agradas.    7Volta, pois, agora, e vai em paz, para não desagradares os chefes dos filisteus.    8Ao que Davi disse a Áquis: Por quê? que fiz eu? ou, que achaste no teu servo, desde o dia em que vim ter contigo, até o dia de hoje, para que eu não vá pelejar contra es inimigos do rei meu senhor?    9Respondeu, porém, Áquis e disse a Davi: Bem o sei; e, na verdade, aos meus olhos és bom como um anjo de Deus; contudo os chefes dos filisteus disseram: Este não há de subir conosco à batalha.    10Levanta-te, pois, amanhã de madrugada, tu e os servos de teu senhor que vieram contigo; e, tendo vos levantado de madrugada, parti logo que haja luz.    11Madrugaram, pois, Davi e os seus homens, a fim de partirem, pela manhã, e voltarem à terra dos filisteus; e os filisteus subiram a Jizreel.   

Chapter 30

1Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens ao terceiro dia a Ziclague, os amalequitas tinham feito uma incursão sobre o Negebe, e sobre Ziclague, e tinham ferido a Ziclague e a tinham queimado a fogo;    2e tinham levado cativas as mulheres, e todos os que estavam nela, tanto pequenos como grandes; a ninguém, porém, mataram, tão-somente os levaram consigo, e foram o seu caminho.    3Quando Davi e os seus homens chegaram à cidade, eis que estava queimada a fogo, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas tinham sido levados cativos.    4Então Davi e o povo que se achava com ele alçaram a sua voz, e choraram, até que não ouve neles mais forças para chorar.    5Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas: Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, o carmelita.    6Também Davi se angustiou; pois o povo falava em apedrejá-lo, porquanto a alma de todo o povo estava amargurada por causa de seus filhos e de suas filhas. Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus.    7Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me aqui o éfode. E Abiatar trouxe o éfode a Davi.    8Então consultou Davi ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? alcançá-la-ei? Respondeu-lhe o Senhor: Persegue-a; porque de certo a alcançarás e tudo recobrarás.    9Ao que partiu Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde pararam os que tinham ficado para trás.    10Mas Davi ainda os perseguia, com quatrocentos homens, enquanto que duzentos ficaram atrás, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor.    11Ora, acharam no campo um egípcio, e o trouxeram a Davi; deram-lhe pão a comer, e água a beber;    12deram-lhe também um pedaço de massa de figos secos e dois cachos de passas. Tendo ele comido, voltou-lhe o ânimo; pois havia três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebido água.    13Então Davi lhe perguntou: De quem és tu, e donde vens? Respondeu ele: Sou um moço egípcio, servo dum amalequita; e o meu senhor me abandonou, porque adoeci há três dias.    14Nós fizemos uma incursão sobre o Negebe dos queretitas, sobre o de Judá e sobre o de Calebe, e pusemos fogo a Ziclague.    15Perguntou-lhe Davi: Poderias descer e guiar-me a essa tropa? Respondeu ele: Jura-me tu por Deus que não me matarás, nem me entregarás na mão de meu senhor, e eu descerei e te guiarei a essa tropa.    16Desceu, pois, e o guiou; e eis que eles estavam espalhados sobre a face de toda a terra, comendo, bebendo e dançando, por causa de todo aquele grande despojo que haviam tomado da terra dos filisteus e a terra de Judá.    17Então Davi os feriu, desde o crepúsculo até a tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos mancebos que, montados sobre camelos, fugiram.    18Assim recobrou Davi tudo quanto os amalequitas haviam tomado; também libertou as suas duas mulheres.    19De modo que não lhes faltou coisa alguma, nem pequena nem grande, nem filhos nem filhas, nem qualquer coisa de tudo quanto os amalequitas lhes haviam tomado; tudo Davi tornou a trazer.    20Davi lhes tomou também todos os seus rebanhos e manadas; e o povo os levava adiante do outro gado, e dizia: Este é o despojo de Davi.    21Quando Davi chegou aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não tinham podido segui-los, e que foram obrigados a ficar ao pé do ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; e Davi, aproximando-se deles, os saudou em paz.    22Então todos os malvados e perversos, dentre os homens que tinham ido com Davi, disseram: Visto que não foram conosco, nada lhes daremos do despojo que recobramos, senão a cada um sua mulher e seus filhos, para que os levem e se retirem.    23Mas Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o Senhor, que nos guardou e entregou nas nossas mãos a tropa que vinha contra nós.    24E quem vos daria ouvidos nisso? pois qual é a parte dos que desceram à batalha, tal será também a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes.    25E assim foi daquele dia em diante, ficando estabelecido por estatuto e direito em Israel até o dia de hoje.    26Quando Davi chegou a Ziclague, enviou do despojo presente aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis aí para vós um presente do despojo dos inimigos do Senhor;    27aos de Betel, aos de Ramote do Sul, e aos de Jatir;    28aos de Aroer, aos de Sifmote, e aos de Estemoa;    29aos de Racal, aos das cidades dos jerameelitas, e aos das cidades dos queneus;    30aos de Horma, aos de Corasã, e aos de Atace;    31e aos de Hebrom, e aos de todos os lugares que Davi e os seus homens costumavam freqüentar.   

Chapter 31

1Ora, os filisteus pelejaram contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos no monte Gilboa.    2E os filisteus apertaram com Saul e seus filhos, e mataram a Jônatas, a Abinadabe e e a Malquisua, filhos de Saul.    3A peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, e o feriram gravemente.    4Pelo que disse Saul ae seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham esses incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não quis, porque temia muito. Então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.    5Vendo, pois, e seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.    6Assim morreram juntamente naquele dia Saul, seus três filhos, e seu escudeiro, e todos os seus homens.    7Quando os israelitas que estavam no outro lado do vale e os que estavam além de Jordão viram que os homens de Israel tinham fugido, e que Saul e seus filhos estavam mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram; e vieram os filisteus e habitaram nelas.    8No dia seguinte, quando os filisteus vieram para despojar os mortos, acharam Saul e seus três filhos estirados no monte Gilboa.    9Então cortaram a cabeça a Saul e o despejaram das suas armas; e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre e povo,    10Puseram as armas de Saul no templo de Astarote; e penduraram o seu corpo no muro de Bete-Sã.    11Quando os moradores de Jabes-Gileade ouviram isso a respeito de Saul, isto é, o que os filisteus lhe tinham feito,    12todos os homens valorosos se levantaram e, caminhando a noite toda, tiraram e corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Sã; e voltando a Jabes, ali os queimaram.    13Depois tomaram os seus ossos, e os sepultaram debaixo da tamargueira, em Jabes, e jejuaram sete dias.   

2 Samuel

Chapter 1

1Depois da morte de Saul, tendo Davi voltado da derrota dos amalequitas e estando há dois dias em Ziclague,    2ao terceiro dia veio um homem do arraial de Saul, com as vestes rasgadas e a cabeça coberta de terra; e, chegando ele a Davi, prostrou-se em terra e lhe fez reverência.    3Perguntou-lhe Davi: Donde vens? Ele lhe respondeu: Escapei do arraial de Israel.    4Davi ainda lhe indagou: Como foi lá isso? Dize-mo. Ao que ele lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos do povo caíram, e morreram; também Saul e Jônatas, seu filho, foram mortos.    5Perguntou Davi ao mancebo que lhe trazia as novas: Como sabes que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos?    6Então disse o mancebo que lhe dava a notícia: Achava-me por acaso no monte Gilbea, e eis que Saul se encostava sobre a sua lança; os carros e os cavaleiros apertavam com ele.    7Nisso, olhando ele para trás, viu-me e me chamou; e eu disse: Eis-me aqui.    8Ao que ele me perguntou: Quem és tu? E eu lhe respondi: Sou amalequita.    9Então ele me disse: Chega-te a mim, e mata-me, porque uma vertigem se apoderou de mim, e toda a minha vida está ainda em mim.    10Cheguei-me, pois, a ele, e o matei, porque bem sabia eu que ele não viveria depois de ter caído; e tomei a coroa que ele tinha na cabeça, e o bracelete que trazia no braço, e os trouxe aqui a meu senhor.    11Então pegou Davi nas suas vestes e as rasgou; e assim fizeram também todos os homens que estavam com ele;    12e prantearam, e choraram, e jejuaram até a tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do Senhor, e pela casa de Israel, porque tinham caída à espada.    13Perguntou então Davi ao mancebo que lhe trouxera a nova: Donde és tu? Respondeu ele: Sou filho de um peregrino amalequita.    14Davi ainda lhe perguntou: Como não temeste estender a mão para matares o ungido do Senhor?    15Então Davi, chamando um dos mancebos, disse-lhe: chega-te, e lança-te sobre ele. E o mancebo o feriu, de sorte que morreu.    16Pois Davi lhe dissera: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Eu matei o ungido do Senhor.    17Lamentou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com esta lamentação,    18mandando que fosse ensinada aos filhos de Judá; eis que está escrita no livro de Jasar:    19Tua glória, ó Israel, foi morta sobre os teus altos! Como caíram os valorosos!    20Não o noticieis em Gate, nem o publiqueis nas ruas de Asquelom; para que não se alegrem as filhas dos filisteus, para que não exultem as filhas dos incircuncisos.    21Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre, vós, ó campos de morte; pois ali desprezivelmente foi arrojado o escudo dos valorosos, o escudo de Saul, ungido com óleo.    22Do sangue dos feridos, da gordura dos valorosos, nunca recuou o arco de Jônatas, nem voltou vazia a espada de Saul.    23Saul e Jônatas, tão queridos e amáveis na sua vida, também na sua morte não se separaram; eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões.    24Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia deliciosamente de escarlata, que vos punha sobre os vestidos adornos de ouro.    25Como caíram os valorosos no meio da peleja!    26Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; muito querido me eras! Maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.    27Como caíram os valorosos, e pereceram as armas de guerra!   

Chapter 2

1Sucedeu depois disto que Davi consultou ao Senhor, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? Respondeu-lhe o Senhor: Sobe. Ainda perguntou Davi: Para onde subirei? Respondeu o Senhor: Para Hebrom.    2Subiu, pois, Davi para lá, e também as suas duas mulheres, Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, e carmelita.    3Davi fez subir também os homens que estavam com ele, cada um com sua família; e habitaram nas cidades de Hebrom.    4Então vieram os homens de Judá, e ali ungiram Davi rei sobre a casa de Judá. Depois informaram a Davi, dizendo: Foram os homens de Jabes-Gileade que sepultaram a Saul.    5Pelo que Davi enviou mensageiros aos homens de Jabes-Gileade, a dizer-lhes: Benditos do Senhor sejais vós, que fizestes tal benevolência, sepultando a Saul, vosso senhor!    6Agora, pois, o Senhor use convosco de benevolência e fidelidade; e eu também vos retribuirei esse bem que fizestes.    7Esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, e sede homens valorosos; porque Saul, vosso senhor, é morto, e a casa de Judá me ungiu por seu rei.    8Ora, Abner, filho de Ner, chefe do exército de Saul, tomou a Isbosete, filho de Saul, e o fez passar a Maanaim,    9e o constituiu rei sobre Gileade, sobre os asuritas, sobre Jizreel, sobre Efraim, sobre Benjamim e sobre todo o Israel.    10Quarenta anos tinha Isbosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos, A casa de Judá, porém, seguia a Davi.    11E foi o tempo que Davi reinou em Hebrom, sobre a casa de Judá, sete anos e seis meses.    12Depois Abner, filho de Ner, com os servos de Isbosete, filho de Saul, saiu de Maanaim para Gibeão.    13Saíram também Joabe, filho de Zeruia, e os servos de Davi, e se encontraram com eles perto do tanque de Gibeão; e pararam uns de um lado do tanque, e os outros do outro lado.    14Então disse Abner a Joabe: Levantem-se os mancebos, e se batam diante de nós. Respondeu Joabe: Levantem-se.    15Levantaram-se, pois, e passaram, em número de doze por Benjamim e por Isbosete, filho de Saul, e doze dos servos de Davi.    16E cada um lançou mão da cabeça de seu contendor, e meteu-lhe a espada pela ilharga; assim caíram juntos; pelo que se chamou àquele lugar, que está junto a Gibeão, Helcate-Hazurim.    17Seguiu-se naquele dia uma crua peleja; e Abner e os homens de Israel foram derrotados diante dos servos de Davi.    18Ora, estavam ali os três filhos de Zeruia: Joabe, Abisai, e Asael; e Asael era ligeiro de pés, como as gazelas do campo.    19Perseguiu, pois, Asael a Abner, seguindo-o sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda.    20Nisso Abner, olhando para trás, perguntou: És tu Asael? Respondeu ele: Sou eu.    21Ao que lhe disse Abner: Desvia-te para a direita, ou para a esquerda, e lança mão de um dos mancebos, e toma os seus despojos. Asael, porém , não quis desviar-se de seguí-lo.    22Então Abner tornou a dizer a Asael: Desvia-te de detráz de mim; porque hei de ferir-te e dar contigo em terra? e como levantaria eu o meu rosto diante de Joabe, teu irmão?    23Todavia ele recusou desviar-se; pelo que Abner o feriu com o conto da lança pelo ventre, de modo que a lança lhe saiu por detrás; e ele caiu ali, e morreu naquele mesmo lugar. E sucedeu que, todos os que chegavam ao lugar onde Asael caíra morto, paravam.    24Mas Joabe e Abisai perseguiram a Abner; e pôs-se o sol ao chegarem eles ao outeiro de Amá, que está diante de Giá, junto ao caminho do deserto de Gibeão.    25E os filhos de Benjamim se ajuntaram atrás de Abner e, formando-se num batalhão, puseram-se no cume dum outeiro.    26Então Abner gritou a Joabe, e disse: Devorará a espada para sempre? não sabes que por fim haverá amargura? até quando te demorarás em ordenar ao povo que deixe de perseguir a seus irmãos?    27Respondeu Joabe: Vive Deus, que, se não tivesses falado, só amanhã cedo teria o povo cessado, cada um, de perseguir a seu irmao.    28Então Joabe tocou a buzina, e todo o povo parou; e não perseguiram mais a Israel, e tampouco pelejaram mais.    29E caminharam Abner e os seus homens toda aquela noite pela Arabá; e, passando o Jordão, caminharam por todo o Bitrom, e vieram a Maanaim.    30Voltou, pois, Joabe de seguir a Abner; e quando ajuntou todo o povo, faltavam dos servos de Davi dezenove homens, e Asael.    31Mas os servos de Davi tinham ferido dentre os de Benjamim, e dentre os homens de Abner, a trezentos e sessenta homens, de tal maneira que morreram.    32E levantaram a Asael, e o sepultaram no sepulcro de seu pai, que estava em Belém. E Joabe e seus homens caminharam toda aquela noite, e amanheceu-lhes o dia em Hebrom.   

Chapter 3

1Ora, houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se fortalecia cada vez mais, enquanto a casa de Saul cada vez mais se enfraquecia.    2Nasceram filhos a Davi em Hebrom. Seu primogênito foi Amnom, de Ainoã, a jizreelita;    3o segundo Quileabe, de Abigail, que fôra mulher de Nabal, o carmelita; o terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur;    4o quarto Adonias, filho de Hagite, o quinto Sefatias, filho de Abital;    5e o sexto Itreão, de Eglá, também mulher de Davi; estes nasceram a Davi em Hebrom.    6Enquanto havia guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, Abner ia se tornando poderoso na casa de Saul:    7Ora, Saul tivera uma concubina, cujo nome era Rizpa, filha de Aías. Perguntou, pois, Isbosete a Abner: Por que entraste à concubina de meu pai?    8Então Abner, irando-se muito pelas palavras de Isbosete, disse: Sou eu cabeça de cão, que pertença a Judá? Ainda hoje uso de benevolência para com a casa de Saul, teu pai, e para com seus irmãos e seus amigos, e não te entreguei nas mãos de Davi; contudo tu hoje queres culpar-me no tocante a essa mulher.    9Assim faça Deus a Abner, e outro tanto, se, como o Senhor jurou a Davi, assim eu não lhe fizer,    10transferindo o reino da casa de Saul, e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel, e sobre Judá, desde Dã até Berseba.    11E Isbosete não pôde responder a Abner mais uma palavra, porque o temia.    12Então enviou Abner da sua parte mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? Comigo faze a tua aliança, e eis que a minha mão será contigo, para fazer tornar a ti todo o Israel.    13Respondeu Davi: Está bem; farei aliança contigo; mas uma coisa te exijo; não verás a minha face, se primeiro não me trouxeres Mical, filha de Saul, quando vieres ver a minha face.    14Também enviou Davi mensageiros a Isbosete, filho de Saul, dizendo: Entrega-me minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus.    15Enviou, pois, Isbosete, e a tirou a seu marido, a Paltiel, filho de Laís,    16que a seguia, chorando atrás dela até Baurim. Então lhe disse Abner: Vai-te; volta! E ele voltou.    17Falou Abner com os anciãos de Israel, dizendo: De há muito procurais fazer com que Davi reine sobre vós;    18fazei-o, pois, agora, porque o Senhor falou de Davi, dizendo: Pela mão do meu servo Davi livrarei o meu povo da mão dos filisteus e da mão de todos os seus inimigos.    19Do mesmo modo falou Abner a Benjamim, e foi também dizer a Davi, em Hebrom, tudo o que Israel e toda a casa de Benjamim tinham resolvido.    20Abner foi ter com Davi, em Hebrom, com vinte homens; e Davi fez um banquete a Abner e aos homens que com ele estavam.    21Então disse Abner a Davi: Eu me levantarei, e irei ajuntar ao rei meu senhor todo o Israel, para que faça aliança contigo; e tu reinarás sobre tudo o que desejar a sua alma: Assim despediu Davi a Abner, e ele se foi em paz.    22Eis que os servos de Davi e Joabe voltaram de uma sortida, e traziam consigo grande despojo; mas Abner já não estava com Davi em Hebrom, porque este o tinha despedido, e ele se fora em paz.    23Quando, pois, chegaram Joabe e todo o exército que vinha com ele, disseram-lhe: Abner, filho de Ner, veio ter com o rei; e o rei o despediu, e ele se foi em paz.    24Então Joabe foi ao rei, e disse: Que fizeste? Eis que Abner veio ter contigo; por que, pois, o despediste, de maneira que se fosse assim livremente?    25Bem conheces a Abner, filho de Ner; ele te veio enganar, e saber a tua saída e a tua entrada, e conhecer tudo quanto fazes.    26E Joabe, retirando-se de Davi, enviou mensageiros atrás de Abner, que o fizeram voltar do poço de Sira, sem que Davi o soubesse.    27Quando Abner voltou a Hebrom, Joabe o tomou à parte, à entrada da porta, para lhe falar em segredo; e ali, por causa do sangue de Asael, seu irmão, o feriu no ventre, de modo que ele morreu.    28Depois Davi, quando o soube, disse: Inocente para sempre sou eu, e o meu reino, para com o Senhor, no tocante ao sangue de Abner, filho de Ner.    29Caia ele sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e nunca falte na casa de Joabe quem tenha fluxo, ou quem seja leproso, ou quem se atenha a bordão, ou quem caia à espada, ou quem necessite de pão.    30Joabe, pois, e Abisai, seu irmão, mataram Abner, por ter ele morto a Asael, irmão deles, na peleja em Gibeão.    31Disse Davi a Joabe e a todo o povo que com ele estava: Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de sacos e ide pranteando diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro.    32Sepultaram Abner em Hebrom; e o rei, levantando a sua voz, chorou junto da sepultura de Abner; chorou também todo o povo.    33Pranteou o rei a Abner, dizendo: Devia Abner, porventura, morrer como morre o vilão?    34As tuas mãos não estavam atadas, nem os teus pés carregados de grilhões; mas caíste como quem cai diante dos filhos da iniqüidade. Então todo o povo tornou a chorar por ele.    35Depois todo o povo veio fazer com que Davi comesse pão, sendo ainda dia; porém Davi jurou, dizendo: Assim Deus me faça e outro tanto, se, antes que o sol se ponha, eu provar pão ou qualquer outra coisa.    36Todo o povo notou isso, e pareceu-lhe bem; assim como tudo quanto o rei fez pareceu bem a todo o povo.    37Assim todo o povo e todo o Israel entenderam naquele mesmo dia que não fora a vontade do rei que matassem a Abner, filho de Ner.    38Então disse o rei aos seus servos: Não sabeis que hoje caiu em Israel um príncipe, um grande homem?    39E quanto a mim, hoje estou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são duros demais para mim. Retribua o Senhor ao malfeitor conforme a sua maldade.   

Chapter 4

1Quando Isbosete, filho de Saul, soube que Abner morrera em Hebrom, esvaíram-se-lhe as forças, e todo o Israel ficou perturbado.    2Tinha Isbosete, filho de Saul, dois homens chefes de guerrilheiros; um deles se chamava Baaná, e o outro Recabe, filhos de Rimom, o beerotita, dos filhos de Benjamim (porque também Beerote era contado de Benjamim,    3tendo os beerotitas fugido para Jitaim, onde têm peregrinado até o dia de hoje).    4Ora, Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Este era da idade de cinco anos quando chegaram de Jizreel as novas a respeito de Saul e Jônatas; pelo que sua ama o tomou, e fugiu; e sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu, e ficou coxo. O seu nome era Mefibosete.    5Foram os filhos de Rimom, o beerotita, Recabe e Baanã, no maior calor de dia, e entraram em casa de Isbosete, estando ele deitado a dormir a sesta.    6Entraram ali até o meio da casa, como que vindo apanhar trigo, e o feriram no ventre; e Recabe e Baaná, seu irmão, escaparam.    7Porque entraram na sua casa, estando ele deitado na cama, no seu quarto de dormir, e o feriram e mataram, e cortando-lhe a cabeça, tomaram-na e andaram a noite toda pelo caminho da Arabá.    8Assim trouxeram a cabeça de Isbosete a Davi em Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Isbosete, filho de Saul, teu inimigo, que procurava a tua morte; assim o Senhor vingou hoje ao rei meu Senhor, de Saul e da sua descendência.    9Mas Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, e beerotita, disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia!    10Se àquele que me trouxe novas, dizendo: Eis que Saul é morto, cuidando que trazia boas novas, eu logo lancei mão dele, e o matei em Ziclague, sendo essa a recompensa que lhe dei pelas novas,    11quanto mais quando homens cruéis mataram um homem justo em sua casa, sobre a sua cama, não requererei eu e seu sangue de vossas mãos, e não vos exterminarei da terra?    12E Davi deu ordem aos seus mancebos; e eles os mataram e, cortando-lhes as mãos e os pés, os penduraram junto ao tanque em Hebrom. Tomaram, porém, a cabeça de Isbosete, e a sepultaram na sepultura de Abner, em Hebrom.   

Chapter 5

1Então todas as tribos de Israel vieram a Davi em Hebrom e disseram: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne!    2Além disso, outrora, quando Saul ainda reinava sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás chefe sobre Israel.    3Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ter com o rei em Hebrom; e o rei Davi fez aliança com eles em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel.    4Trinta anos tinha Davi quando começou a reinar, e reinou quarenta anos.    5Em Hebrom reinou sete anos e seis meses sobre Judá, e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá.    6Depois partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus, que habitavam naquela terra, os quais disseram a Davi: Não entrarás aqui; os cegos e es coxos te repelirão; querendo dizer: Davi de maneira alguma entrará aqui.    7Todavia Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a cidade de Davi.    8Ora, Davi disse naquele dia: Todo o que ferir os jebuseus, suba ao canal, e fira a esses coxos e cegos, a quem a alma de Davi aborrece. Por isso se diz: Nem cego nem, coxo entrara na casa.    9Assim habitou Davi na fortaleza, e chamou-a cidade de Davi; e foi levantando edifícios em redor, desde Milo para dentro.    10Davi ia-se engrandecendo cada vez mais, porque o Senhor Deus dos exércitos era com ele.    11Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros e pedreiros, que edificaram para Davi uma casa.    12Entendeu, pois, Davi que o Senhor o confirmara rei sobre Israel, e que exaltara e reino dele por amar do seu povo Israel.    13Davi tomou ainda para si concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas.    14São estes os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão,    15Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia,    16Elisama, e Eliadá e Elifelete.    17Quando os filisteus ouviram que Davi fora ungido rei sobre Israel, subiram todos em busca dele. Ouvindo isto, Davi desceu à fortaleza.    18Os filisteus vieram, e se estenderam pelo vale de Refaim.    19Pelo que Davi consultou ao Senhor, dizendo: Subirei contra os filisteus? entregar-mos-ás nas mãos? Respondeu o Senhor a Davi: Sobe, pois eu entregarei os filisteus nas tuas mãos.    20Então foi Davi a Baal-Perazim, e ali os derrotou; e disse: O Senhor rompeu os meus inimigos diante de mim, como as águas rompem barreiras. Por isso chamou o nome daquele lugar Baal-Perazim.    21Os filisteus deixaram lá os seus ídolos, e Davi e os seus homens os levaram.    22Tornaram ainda os filisteus a subir, e se espalharam pelo vale de Refaim.    23E Davi consultou ao Senhor, que respondeu: Não subirás; mas rodeia-os por detrás, e virás sobre eles por defronte dos balsameiros.    24E há de ser que, ouvindo tu o ruído de marcha pelas copas dos balsameiros, então te apressarás, porque é o Senhor que sai diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus.    25Fez, pois, Davi como o Senhor lhe havia ordenado; e feriu os filisteus desde Geba, até chegar a Gezer.   

Chapter 6

1Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil.    2Depois levantou-se Davi, e partiu para Baal-Judá com todo o povo que tinha consigo, para trazerem dali para cima a arca de Deus, a qual é chamada pelo Nome, o nome do Senhor dos exércitos, que se assenta sobre os querubins.    3Puseram a arca de Deus em um carro novo, e a levaram da casa de Abinadabe, que estava sobre o outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo.    4Foram, pois, levando-o da casa de Abinadabe, que estava sobre o outeiro, com a arca de Deus; e Aiô ia adiante da arca.    5E Davi, e toda a casa de Israel, tocavam perante o Senhor, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, como também com harpas, saltérios, tamboris, pandeiros e címbalos.    6Quando chegaram à eira de Nacom, Uzá estendeu a mão à arca de Deus, e pegou nela, porque os bois tropeçaram.    7Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali; e Uzá morreu ali junto à arca de Deus.    8E Davi se contristou, porque o Senhor abrira rotura em Uzá; e passou-se a chamar àquele lugar, Pérez-Uzá, até o dia de hoje.    9Davi, pois, teve medo do Senhor naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor?    10E não quis levar a arca do Senhor para a cidade de Davi; mas fê-la entrar na casa de Obede-Edom, o gitita.    11E ficou a arca do Senhor três meses na casa de Obede-Edom, o gitita, e o Senhor o abençoou e a toda a sua casa.    12Então informaram a Davi, dizendo: O Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo quanto é dele, por causa da arca de Deus. Foi, pois, Davi, e com alegria fez subir a arca de Deus, da casa de Obede-Edom para a cidade de Davi.    13Quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos, ele sacrificou um boi e um animal cevado.    14E Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava Davi cingido dum éfode de linho.    15Assim Davi e toda a casa de Israel subiam, trazendo a arca do Senhor com júbilo e ao som de trombetas.    16Quando entrava a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi saltando e dançando diante do senhor, o desprezou no seu coraçao.    17Introduziram, pois, a arca do Senhor, e a puseram no seu lugar, no meio da tenda que Davi lhe armara; e Davi ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas perante o Senhor.    18Quando Davi acabou de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do Senhor dos exércitos.    19Depois repartiu a todo o povo, a toda a multidão de Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço de carne e um bolo de passas. Em seguida todo o povo se retirou, cada um para sua casa.    20Então Davi voltou para abençoar a sua casa; e Mical, filha de Saul, saiu a encontrar-se com Davi, e disse: Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre um indivíduo qualquer.    21Disse, porém, Davi a Mical: Perante o Senhor, que teu escolheu a mim de preferência a teu pai e a toda a sua casa, estabelecendo-me por chefe sobre o povo do Senhor, sobre Israel, sim, foi perante Senhor que dancei; e perante ele ainda hei de dançar    22Também ainda mais do que isso me envilecerei, e me humilharei aos meus olhos; mas das servas, de quem falaste, delas serei honrado.    23E Mical, filha de Saul não teve filhos, até o dia de sua morte.   

Chapter 7

1Ora, estando o rei Davi em sua casa e tendo-lhe dado o Senhor descanso de todos os seus inimigos em redor,    2disse ele ao profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de cedro, enquanto que a arca de Deus dentro de uma tenda.    3Respondeu Natã ao rei: Vai e faze tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor é contigo.    4Mas naquela mesma noite a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo:    5Vai, e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ás tu uma casa para eu nela habitar?    6Porque em casa nenhuma habitei, desde o dia em que fiz subir do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, mas tenho andado em tenda e em tabernáculo.    7E em todo lugar em que tenho andado com todos os filhos de Israel, falei porventura, alguma palavra a qualquer das suas tribos a que mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: por que não me edificais uma casa de cedro?    8Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel;    9e fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a todos os teus inimigos diante de ti; e te farei um grande nome, como o nome dos grandes que há na terra.    10Também designarei lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei ali, para que ele habite no seu lugar, e não mais seja perturbado, e nunca mais os filhos da iniqüidade o aflijam, como dantes,    11e como desde o dia em que ordenei que houvesse juízes sobre o meu povo Israel. A ti, porém, darei descanso de todos os teus inimigos. Também o Senhor te declara que ele te fará casa.    12Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.    13Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.    14Eu lhe serei pai, e ele me será filho. E, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens;    15mas não retirarei dele a minha benignidade como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.    16A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.    17Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.    18Então entrou o rei Davi, e sentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, Senhor Jeová, e que é a minha casa, para me teres trazido até aqui?    19E isso ainda foi pouco aos teus olhos, Senhor Jeová, senão que também falaste da casa do teu servo para tempos distantes; e me tens mostrado gerações futuras, ó Senhor Jeová?    20Que mais te poderá dizer Davi. pois tu conheces bem o teu servo, ó Senhor Jeová.    21Por causa da tua palavra, e segundo o teu coração, fizeste toda esta grandeza, revelando-a ao teu servo.    22Portanto és grandioso, ó Senhor Jeová, porque ninguém há semelhante a ti, e não há Deus senão tu só, segundo tudo o que temos ouvido com os nossos ouvidos.    23Que outra nação na terra é semelhante a teu povo Israel, a quem tu, ó Deus, foste resgatar para te ser povo, para te fazeres um nome, e para fazeres a seu favor estas grandes e terríveis coisas para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste para ti do Egito, desterrando nações e seus deuses?    24Assim estabeleceste o teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu, Senhor, te fizeste o seu Deus.    25Agora, pois, o Senhor Jeová, confirma para sempre a palavra que falaste acerca do teu servo e acerca da sua casa, e faze como tens falado,    26para que seja engrandecido o teu nome para sempre, e se diga: O Senhor dos exércitos é Deus sobre Israel; e a casa do teu servo será estabelecida diante de ti.    27Pois tu, Senhor dos exércitos, Deus de Israel, fizeste uma revelação ao teu servo, dizendo: Edificar-te-ei uma casa. Por isso o teu servo se animou a fazer-te esta oração.    28Agora, pois, Senhor Jeová, tu és Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens prometido a teu servo este bem.    29Sê, pois, agora servido de abençoar a casa do teu servo, para que subsista para sempre diante de ti; pois tu, ó Senhor Jeová, o disseste; e com a tua bênção a casa do teu servo será, abençoada para sempre.   

Chapter 8

1Sucedeu depois disso que Davi derrotou os filisteus, e os sujeitou; e Davi tomou a Metegue-Ama das mãos dos filisteus.    2Também derrotou os moabitas, e os mediu com cordel, fazendo-os deitar por terra; e mediu dois cordéis para os matar, e um cordel inteiro para os deixar com vida. Ficaram assim os moabitas por servos de Davi, pagando-lhe tributos.    3Davi também derrotou a Hadadézer, filho de Reobe, rei de Zobá, quando este ia estabelecer o seu domínio sobre o rio Eufrates.    4E tomou-lhe Davi mil e setecentos cavaleiros e vinte mil homens de infantaria; e Davi jarretou a todos os cavalos dos carros, reservando apenas cavalos para cem carros.    5Os sírios de Damasco vieram socorrer a Hadadézer, rei de Zobá, mas Davi matou deles vinte e dois mil homens.    6Então Davi pôs guarnições em Síria de Damasco, e os sírios ficaram por servos de Davi, pagando-lhe tributos. E o Senhor lhe dava a vitória por onde quer que ia.    7E Davi tomou os escudos de ouro que os servos de Hadadézer usavam, e os trouxe para Jerusalém.    8De Betá e de Berotai, cidades de Hadadézer, o rei Davi tomou grande quantidade de bronze.    9Quando Toí, rei de Hamate, ouviu que Davi ferira todo o exército de Hadadézer,    10mandou-lhe seu filho Jorão para saudá-lo, e para felicitá-lo por haver pelejado contra Hadadézer e o haver derrotado; pois Hadadézer de contínuo fazia guerra a Toí. E Jorão trouxe consigo vasos de prata de ouro e de bronze,    11os quais o rei Davi consagrou ao Senhor, como já havia consagrado a prata e o ouro de todas as nações que sujeitara.    12da Síria, de Moabe, dos amonitas, dos filisteus, de Amaleque e dos despojos de Hadadézer, filho de Reobe, rei de Zobá.    13Assim Davi ganhou nome para si. E quando voltou, matou no Vale do Sal a dezoito mil edomitas.    14E pôs guarnições em Edom; pô-las em todo o Edom, e todos os edomitas tornaram-se servos de Davi. E o Senhor lhe dava a vitória por onde quer que ia.    15Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel, e administrava a justiça e a eqüidade a todo o seu povo.    16Joabe, filho de Zeruia, estava sobre o exército; Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;    17Zadoque, filho de Aitube, e Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; Seraías era escrivão;    18Benaías, filho de Jeoiada, tinha o cargo dos quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram ministros de estado.   

Chapter 9

1Disse Davi: Resta ainda alguém da casa de Saul, para que eu use de benevolência para com ele por amor de Jônatas?    2E havia um servo da casa de Saul, cujo nome era Ziba; e o chamaram à presença de Davi. perguntou-lhe o rei: Tu és Ziba? Respondeu ele: Teu servo!    3Prosseguiu o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu possa usar com ele da benevolência de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado dos pés.    4Perguntou-lhe o rei: Onde está. Respondeu Ziba ao rei: Está em casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.    5Então mandou o rei Davi, e o tomou da casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.    6E Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, veio a Davi e, prostrando-se com o rosto em terra, lhe fez reverência. E disse Davi: Mefibosete! Respondeu ele: Eis aqui teu servo.    7Então lhe disse Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai; e tu sempre comerás à minha mesa.    8Então Mefibosete lhe fez reverência, e disse: Que é o teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?    9Então chamou Davi a Ziba, servo de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul, e a toda a sua casa, tenho dado ao filho de teu senhor.    10Cultivar-lhe-ás, pois, a terra, tu e teus filhos, e teus servos; e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão para comer; mas Mefibosete, filho de teu senhor, comerá sempre à minha mesa. Ora, tinha Ziba quinze filhos e vinte servos.    11Respondeu Ziba ao rei: Conforme tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim o fará ele. Disse o rei: Quanto a Mefibosete, ele comerá à minha mesa como um dos filhos do rei.    12E tinha Mefibosete um filho pequeno, cujo nome era Mica. E todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete.    13Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto sempre comia à mesa do rei. E era coxo de ambos os pés.   

Chapter 10

1Depois disto morreu o rei dos amonitas, e seu filho Hanum reinou em seu lugar.    2Então disse Davi: usarei de benevolência para com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de benevolência para comigo. Davi, pois, enviou os seus servos para o consolar acerca de seu pai; e foram os servos de Davi à terra dos amonitas.    3Então disseram os príncipes dos amonitas a seu senhor, Hanum: Pensas, porventura, que foi para honrar teu pai que Davi te enviou consoladores? Não te enviou antes os seus servos para reconhecerem esta cidade e para a espiarem, a fim de transtorná-la?    4Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, rapou-lhes metade da barba, cortou-lhes metade dos vestidos, até as nádegas, e os despediu.    5Quando isso foi dito a Davi, enviou ele mensageiros a encontrá-los, porque aqueles homens estavam sobremaneira envergonhados; e mandou dizer-lhes: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e então voltai.    6Vendo, pois, os amonitas que se haviam feito abomináveis para com Davi, enviaram e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Sobá vinte mil homens de infantaria, e do rei de Maacá mil homens, e dos homens de Tobe doze mil.    7O que ouvindo Davi, enviou contra eles a Joabe com todo o exército dos valentes.    8E saíram os amonitas, e ordenaram a batalha a entrada da porta; mas os sírios de Zobá e de Reobe, e os homens de Tobe e de Maacá estavam à parte no campo.    9Vendo, pois, Joabe que a batalha estava preparada contra ele pela frente e pela retaguarda, escolheu alguns homens dentre a flor do exército de Israel, e formou-os em linha contra os sírios;    10e entregou o resto do povo a seu irmão Abisai, para que o formasse em linha contra os amonitas.    11E disse-lhe: Se os sírios forem mais fortes do que eu, tu me virás em socorro; e se os amonitas forem mais fortes do que tu, eu irei em teu socorro.    12Tem bom ânimo, e sejamos corajosos pelo nosso povo, e pelas cidades de nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer.    13Então Joabe e o povo que estava com ele travaram a peleja contra os sírios; e estes fugiram diante dele.    14E, vendo os amonitas que os sírios fugiam, também eles fugiram de diante de Abisai, e entraram na cidade. Então Joabe voltou dos amonitas e veio para Jerusalém.    15Os sírios, vendo que tinham sido derrotados diante de Israel, trataram de refazer-se.    16E Hadadézer mandou que viessem os sírios que estavam da outra banda do rio; e eles vieram a Helã, tendo à sua frente Sobaque, chefe do exército de Hadadézer.    17Davi, informado disto, ajuntou todo o Israel e, passando o Jordão, foi a Helã; e os sírios se puseram em ordem contra Davi, e pelejaram contra ele.    18Os sírios, porém, fugiram de diante de Israel; e Davi matou deles os homens de setecentos carros, e quarenta mil homens de cavalaria; e feriu a Sobaque, general do exército, de sorte que ele morreu ali.    19Vendo, pois, todos os reis, servos de Hadadézer, que estavam derrotados diante de Israel, fizeram paz com Israel, e o serviram. E os sírios não ousaram mais socorrer aos amonitas.   

Chapter 11

1Tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, Davi enviou Joabe, e com ele os seus servos e todo o Israel; e eles destruíram os amonitas, e sitiaram a Rabá. Porém Davi ficou em Jerusalem.    2Ora, aconteceu que, numa tarde, Davi se levantou do seu leito e se pôs a passear no terraço da casa real; e do terraço viu uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.    3Tendo Davi enviado a indagar a respeito daquela mulher, disseram-lhe: Porventura não é Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu?    4Então Davi mandou mensageiros para trazê-la; e ela veio a ele, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); depois ela voltou para sua casa.    5A mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou grávida.    6Então Davi mandou dizer a Joabe: Envia-me Urias, o heteu. E Joabe o enviou a Davi.    7Vindo, pois, Urias a Davi, este lhe perguntou como passava Joabe, e como estava o povo, e como ia a guerra.    8Depois disse Davi a Urias: Desce a tua casa, e lava os teus pés. E, saindo Urias da casa real, logo foi mandado após ele um presente do rei.    9Mas Urias dormiu à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu a sua casa.    10E o contaram a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então perguntou Davi a Urias: Não vens tu duma jornada? por que não desceste a tua casa?    11Respondeu Urias a Davi: A arca, e Israel, e Judá estão em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao relento; e entrarei eu na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher? Como vives tu, e como vive a tua alma, não farei tal coisa.    12Então disse Davi a Urias: Fica ainda hoje aqui, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte.    13E Davi o convidou a comer e a beber na sua presença, e o embebedou; e à tarde saiu Urias a deitar-se na sua cama com os servos de seu senhor, porém não desceu a sua casa.    14Pela manhã Davi escreveu uma carta a Joabe, e mandou-lha por mão de Urias.    15Escreveu na carta: Ponde Urias na frente onde for mais renhida a peleja, e retirai-vos dele, para que seja ferido e morra.    16Enquanto Joabe sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes.    17Quando os homens da cidade saíram e pelejaram contra Joabe, caíram alguns do povo, isto é, dos servos de Davi; morreu também Urias, o heteu.    18Então Joabe mandou dizer a Davi tudo o que sucedera na peleja;    19e deu ordem ao mensageiro, dizendo: Quando tiveres acabado de contar ao rei tudo o que sucedeu nesta peleja,    20caso o rei se encolerize, e te diga: Por que vos chegastes tão perto da cidade a pelejar. Não sabíeis vós que haviam de atirar do muro?    21Quem matou a Abimeleque, filho de Jerubesete? Não foi uma mulher que lançou sobre ele, do alto do muro, a pedra superior dum moinho, de modo que morreu em Tebez? Por que chegastes tão perto do muro? Então dirás: Também morreu teu servo Urias, o heteu.    22Partiu, pois, o mensageiro e, tendo chegado, referiu a Davi tudo o que Joabe lhe ordenara.    23Disse o mensageiro a Davi: Os homens ganharam uma vantagem sobre nós, e sairam contra nos ao campo; porém nos os repelimos até a entrada da porta.    24Então os flecheiros atiraram contra os teus servos desde o alto do muro, e morreram alguns servos do rei; e também morreu o teu servo Urias, o heteu.    25Disse Davi ao mensageiro: Assim dirás a Joabe: Não te preocupes com isso, pois a espada tanto devora este como aquele; aperta a tua peleja contra a cidade, e a derrota. Encoraja-o tu assim.    26Ouvindo, pois, a mulher de Urias que seu marido era morto, o chorou.    27E, passado o tempo do luto, mandou Davi recolhê-la a sua casa: e ela lhe foi por mulher, e lhe deu um filho. Mas isto que Davi fez desagradou ao Senhor.   

Chapter 12

1O Senhor, pois, enviou Natã a Davi. E, entrando ele a ter com Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.    2O rico tinha rebanhos e manadas em grande número;    3mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos; do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha como filha.    4Chegou um viajante à casa do rico; e este, não querendo tomar das suas ovelhas e do seu gado para guisar para o viajante que viera a ele, tomou a cordeira do pobre e a preparou para o seu hóspede.    5Então a ira de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem; e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso.    6Pela cordeira restituirá o quádruplo, porque fez tal coisa, e não teve compaixão.    7Então disse Natã a Davi: Esse homem és tu! Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, livrei-te da mão de Saul,    8e te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio; também te dei a casa de Israel e de Judá. E se isso fosse pouco, te acrescentaria outro tanto.    9Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos amonitas.    10Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.    11Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres à luz deste sol.    12Pois tu o fizeste em oculto; mas eu farei este negócio perante todo o Israel e à luz do sol.    13Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras.    14Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá.    15Então Natã foi para sua casa. Depois o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, de sorte que adoeceu gravemente.    16Davi, pois, buscou a Deus pela criança, e observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passava a noite toda prostrado sobre a terra.    17Então os anciãos da sua casa se puseram ao lado dele para o fazerem levantar-se da terra; porém ele não quis, nem comeu com eles.    18Ao sétimo dia a criança morreu; e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança tinha morrido; pois diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém ele não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a criança morreu? Poderá cometer um desatino.    19Davi, porém, percebeu que seus servos cochichavam entre si, e entendeu que a criança havia morrido; pelo que perguntou a seus servos: Morreu a criança? E eles responderam: Morreu.    20Então Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou de vestes; e, entrando na casa do Senhor, adorou. Depois veio a sua casa, e pediu o que comer; e lho deram, e ele comeu.    21Então os seus servos lhe disseram: Que é isso que fizeste? pela criança viva jejuaste e choraste; porém depois que a criança morreu te levantaste e comeste.    22Respondeu ele: Quando a criança ainda vivia, jejuei e chorei, pois dizia: Quem sabe se o Senhor não se compadecerá de mim, de modo que viva a criança?    23Todavia, agora que é morta, por que ainda jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei para ela, porém ela não voltará para mim.    24Então consolou Davi a Bate-Seba, sua mulher, e entrou, e se deitou com ela. E teve ela um filho, e Davi lhe deu o nome de Salomão. E o Senhor o amou;    25e mandou, por intermédio do profeta Natã, dar-lhe o nome de Jedidias, por amor do Senhor.    26Ora, pelejou Joabe contra Rabá, dos amonitas, e tomou a cidade real.    27Então mandou Joabe mensageiros a Davi, e disse: Pelejei contra Rabá, e já tomei a cidade das águas.    28Ajunta, pois, agora o resto do povo, acampa contra a cidade e toma-a, para que eu não a tome e seja o meu nome aclamado sobre ela.    29Então Davi ajuntou todo o povo, e marchou para Rabá; pelejou contra ela, e a tomou.    30Também tirou a coroa da cabeça do seu rei; e o peso dela era de um talento de ouro e havia nela uma pedra preciosa; e foi posta sobre a cabeça de Davi, que levou da cidade mui grande despojo.    31E, trazendo os seus habitantes, os pôs a trabalhar com serras, trilhos de ferro, machados de ferro, e em fornos de tijolos; e assim fez a todas as cidades dos amonitas. Depois voltou Davi e todo o povo para Jerusalém.   

Chapter 13

1Ora, Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã formosa, cujo nome era Tamar; e sucedeu depois de algum tempo que Amnom, filho de Davi enamorou-se dela.    2E angustiou-se Amnom, até adoecer, por amar, sua irmã; pois era virgem, e parecia impossível a Amnom fazer coisa alguma com ela.    3Tinha, porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi; e era Jonadabe homem mui sagaz.    4Este lhe perguntou: Por que tu de dia para dia tanto emagreces, ó filho do rei? não mo dirás a mim? Então lhe respondeu Amnom: Amo a Tamar, irmã de Absalão, meu irmao.    5Tornou-lhe Jonadabe: Deita-te na tua cama, e finge-te doente; e quando teu pai te vier visitar, dize-lhe: Peço-te que minha irmã Tamar venha dar-me de comer, preparando a comida diante dos meus olhos, para que eu veja e coma da sua mão.    6Deitou-se, pois, Amnom, e fingiu-se doente. Vindo o rei visitá-lo, disse-lhe Amnom: Peço-te que minha irmã Tamar venha e prepare dois bolos diante dos meus olhos, para que eu coma da sua mão.    7Mandou, então, Davi a casa, a dizer a Tamar: Vai a casa de Amnom, teu irmão, e faze-lhe alguma comida.    8Foi, pois, Tamar a casa de Amnom, seu irmão; e ele estava deitado. Ela tomou massa e, amassando-a, fez bolos e os cozeu diante dos seus olhos.    9E tomou a panela, e os tirou diante dele; porém ele recusou comer. E disse Amnom: Fazei retirar a todos da minha presença. E todos se retiraram dele.    10Então disse Amnom a Tamar: Traze a comida a câmara, para que eu coma da tua mão. E Tamar, tomando os bolos que fizera, levou-os à câmara, ao seu irmão Amnom.    11Quando lhos chegou, para que ele comesse, Amnom pegou dela, e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, minha irmã.    12Ela, porém, lhe respondeu: Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura.    13Quanto a mim, para onde levaria o meu opróbrio? E tu passarias por um dos insensatos em Israel. Rogo-te, pois, que fales ao rei, porque ele não me negará a ti.    14Todavia ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, forçou-a e se deitou com ela.    15Depois sentiu Amnom grande aversão por ela, pois maior era a aversão que se sentiu por ela do que o amor que lhe tivera. E disse-lhe Amnom: Levanta-te, e vai-te.    16Então ela lhe respondeu: Não há razão de me despedires; maior seria este mal do que o outro já me tens feito. Porém ele não lhe quis dar ouvidos,    17mas, chamando o moço que o servia, disse-lhe: Deita fora a esta mulher, e fecha a porta após ela.    18Ora, trazia ela uma túnica talar; porque assim se vestiam as filhas virgens dos reis. Então o criado dele a deitou fora, e fechou a porta após ela.    19Pelo que Tamar, lançando cinza sobre a cabeça, e rasgando a túnica talar que trazia, pôs as mãos sobre a cabeça, e se foi andando e clamando.    20Mas Absalão, seu irmão, lhe perguntou: Esteve Amnom, teu irmão, contigo? Ora pois, minha irmã, cala-te; é teu irmão. Não se angustie o seu coração por isto. Assim ficou Tamar, desolada, em casa de Absalão, seu irmão.    21Quando o rei Davi ouviu todas estas coisas, muito se lhe acendeu a ira.    22Absalão, porém, não falou com Amnom, nem mal nem bem, porque odiava a Amnom por ter ele forçado a Tamar, sua irmã.    23Decorridos dois anos inteiros, tendo Absalão tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim, convidou todos os filhos do rei.    24Foi, pois, Absalão ter com o rei, e disse: Eis que agora o teu servo faz a tosquia. Peço que o rei e os seus servos venham com o teu servo.    25O rei, porém, respondeu a Absalão: Não, meu filho, não vamos todos, para não te sermos pesados. Absalão instou com ele; todavia ele não quis ir, mas deu-lhe a sua bençao.    26Disse-lhe Absalão: Ao menos, deixa ir conosco Amnom, meu irmão. O rei, porém, lhe perguntou: Para que iria ele contigo?    27Mas como Absalão instasse com o rei, este deixou ir com ele Amnom, e os demais filhos do rei.    28Ora, Absalão deu ordem aos seus servos, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom; então matai-o. Não tenhais medo; não sou eu quem vo-lo ordenou? Esforçai-vos, e sede valentes.    29E os servos de Absalão fizeram a Amnom como Absalão lhes havia ordenado. Então todos os filhos do rei se levantaram e, montando cada um no seu mulo, fugiram.    30Enquanto eles ainda estavam em caminho, chegou a Davi um rumor, segundo o qual se dizia: Absalão matou todos os filhos do rei; nenhum deles ficou.    31Então o rei se levantou e, rasgando as suas vestes, lançou-se por terra; da mesma maneira todos os seus servos que lhe assistiam rasgaram as suas vestes.    32Mas Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, disse-lhe: Não presuma o meu senhor que mataram todos os mancebos filhos do rei, porque só morreu Amnom; porque assim o tinha resolvido fazer Absalão, desde o dia em que ele forçou a Tamar, sua irmã.    33Não se lhe meta, pois, agora no coração ao rei meu senhor o pensar que morreram todos os filhos do rei; porque só morreu Amnom.    34Absalão, porém, fugiu. E o mancebo que estava de guarda, levantando os olhos, orou, e eis que vinha muito povo pelo caminho por detrás dele, ao lado do monte.    35Então disse Jonadabe ao rei: Eis aí vêm os filhos do rei; conforme a palavra de teu servo, assim sucedeu.    36Acabando ele de falar, chegaram os filhos do rei e, levantando a sua voz, choraram; e também o rei e todos os seus servos choraram amargamente.    37Absalão, porém, fugiu, e foi ter com Talmai, filho de Amiur, rei de Gesur. E Davi pranteava a seu filho todos os dias.    38Tendo Absalão fugido para Gesur, esteve ali três anos.    39Então o rei Davi sentiu saudades de Absalão, pois já se tinha consolado acerca da morte de Amnom.   

Chapter 14

1Percebendo Joabe, filho de Zeruia, que o coração do rei estava inclinado para Absalão,    2mandou a Tecoa trazer de lá uma mulher sagaz, e disse-lhe: Ora, finge que estás de nojo; põe vestidos de luto, não te unjas com óleo, e faze-te como uma mulher que há muitos dias chora algum morto;    3vai ter com o rei, e fala-lhe desta maneira. Então Joabe lhe pôs as palavras na boca.    4A mulher tecoíta, pois, indo ter com o rei e prostrando-se com o rosto em terra, fez-lhe uma reverência e disse: Salva-me, o rei.    5Ao que lhe perguntou o rei: Que tens? Respondeu ela: Na verdade eu sou viúva; morreu meu marido.    6Tinha a tua serva dois filhos, os quais tiveram uma briga no campo e, não havendo quem os apartasse, um feriu ao outro, e o matou.    7E eis que toda a parentela se levantou contra a tua serva, dizendo: Dá-nos aquele que matou a seu irmão, para que o matemos pela vida de seu irmão, a quem ele matou, de modo que exterminemos também o herdeiro. Assim apagarão a brasa que me ficou, de sorte a não deixarem a meu marido nem nome, nem remanescente sobre a terra.    8Então disse o rei à mulher: Vai para tua casa, e eu darei ordem a teu respeito.    9Respondeu a mulher tecoíta ao rei: A iniqüidade, ó rei meu senhor, venha sobre mim e sobre a casa de meu pai; e fique inculpável o rei e o seu trono.    10Tornou o rei: Quem falar contra ti, traze-mo a mim, e nunca mais te tocará.    11Disse ela: Ora, lembre-se o rei do Senhor seu Deus, para que o vingador do sangue não prossiga na destruição, e não extermine a meu filho. Então disse ele: Vive o Senhor, que não há de cair no chão nem um cabelo de teu filho.    12Então disse a mulher: Permite que a tua serva fale uma palavra ao rei meu senhor. Respondeu ele: Fala.    13Ao que disse a mulher: Por que, pois, pensas tu tal coisa contra o povo de Deus? Pois, falando o rei esta palavra, fica como culpado, visto que o rei não torna a trazer o seu desterrado.    14Porque certamente morreremos, e serereos como águas derramadas na terra, que não se podem ajuntar mais; Deus, todavia, não tira a vida, mas cogita meios para que não fique banido dele o seu desterrado.    15E se eu agora vim falar esta palavra ao rei meu senhor, e porque o povo me atemorizou; pelo que dizia a tua serva: Falarei, pois, ao rei; porventura fará o rei segundo a palavra da sua serva.    16Porque o rei ouvirá, para livrar a sua serva da mão do homem que intenta exterminar da herança de Deus tanto a mim como a meu filho.    17Dizia mais a tua serva: Que a palavra do rei meu senhor me dê um descanso; porque como o anjo de Deus é o rei, meu senhor, para discernir o bem e o mal; e o Senhor teu Deus seja contigo.    18Então respondeu o rei à mulher: Peço-te que não me encubras o que eu te perguntar. Tornou a mulher: Fale agora o rei meu senhor.    19Perguntou, pois, o rei: Não é verdade que a mão de Joabe está contigo em tudo isso? Respondeu a mulher: Vive a tua alma, ó rei meu senhor, que ninguém se poderá desviar, nem para a direita nem para a esquerda, de tudo quanto diz o rei meu senhor; porque Joabe, teu servo, é quem me deu ordem, e foi ele que pôs na boca da tua serva todas estas palavras;    20para mudar a feição do negócio é que Joabe, teu servo, fez isso. Sábio, porém, é meu senhor, conforme a sabedoria do anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra.    21Então o rei disse a Joabe: Eis que faço o que pedes; vai, pois, e faze voltar o mancebo Absalão.    22Então Joabe se prostrou com o rosto em terra e, fazendo uma reverência, abençoou o rei; e disse Joabe: Hoje conhece o teu servo que achei graça aos teus olhos, ó rei meu senhor, porque o rei fez segundo a palavra do teu servo.    23Levantou-se, pois, Joabe, foi a Gesue e trouxe Absalão para Jerusalém.    24E disse o rei: Torne ele para sua casa, mas não venha à minha presença. Tornou, pois, Absalão para sua casa, e não foi à presença do rei.    25Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua beleza como Absalão; desde a planta do pé até o alto da cabeça não havia nele defeito algum.    26E, quando ele cortava o cabelo, o que costumava fazer no fim de cada ano, porquanto lhe pesava muito, o peso do cabelo era de duzentos siclos, segundo o peso real.    27Nasceram a Absalão três filhos, e uma filha cujo nome era Tamar; e esta era mulher formosa à vista.    28Assim ficou Absalão dois anos inteiros em Jerusalém, sem ver a face do rei.    29Então Absalão mandou chamar Joabe, para o enviar ao rei; porém Joabe não quis vir a ele. Mandou chamá-lo segunda vez, mas ele não quis vir.    30Pelo que disse aos seus servos: Vede ali o campo de Joabe pegado ao meu, onde ele tem cevada; ide, e ponde-lhe fogo. E os servos de Absalão puseram fogo ao campo:    31Então Joabe se levantou, e veio ter com Absalão, em casa, e lhe perguntou: Por que os teus servos puseram fogo ao meu campo.    32Respondeu Absalão a Joabe: Eis que enviei a ti, dizendo: Vem cá, para que te envie ao rei, a dizer-lhe: Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face do rei; e, se há em mim alguma culpa, que me mate.    33Foi, pois, Joabe à presença do rei, e lho disse. Então o rei chamou Absalão, e ele entrou à presença do rei, e se prostrou com o rosto em terra diante do rei; e o rei beijou Absalão.   

Chapter 15

1Aconteceu depois disso que Absalão adquiriu para si um carro e cavalos, e cinqüenta homens que corressem adiante dele.    2E levantando-se Absalão cedo, parava ao lado do caminho da porta; e quando algum homem tinha uma demanda para, vir ao rei a juízo, Absalão o chamava a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E, dizendo ele: De tal tribo de Israel é teu servo;    3Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não há da parte do rei quem te ouça.    4Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser constituído juiz na terra! para que viesse ter comigo todo homem que tivesse demanda ou questão, e eu lhe faria justiça.    5Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para lhe fazer reverência, ele estendia a mão e, pegando nele o beijava.    6Assim fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; desse modo Absalão furtava o coração dos homens de Israel.    7Aconteceu, ao cabo de quatro anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o voto que fiz ao Senhor.    8Porque, morando eu em Gesur, na Síria, fez o teu servo um voto, dizendo: Se o Senhor, na verdade, me fizer tornar a Jerusalém, servirei ao Senhor.    9Então lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se, pois, e foi para Hebrom.    10Absalão, porém, enviou emissários por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som da trombeta, direis: Absalão reina em Hebrom.    11E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens que tinham sido convidados; mas iam na sua simplicidade, pois nada sabiam daquele desígnio.    12Também Absalão, enquanto oferecia os seus sacrifícios, mandou vir da cidade de Siló, Aitofel, o gilonita, conselheiro de Davi. E a conspiração tornava-se poderosa, crescendo cada vez mais o número do povo que estava com Absalão.    13Então veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração de todo o Israel vai após Absalão.    14Disse, pois, Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque doutra forma não poderemos escapar diante de Absalão. Apressai-vos a sair; não seja caso que ele nos apanhe de súbito, e lance sobre nós a ruína, e fira a cidade ao fio da espada.    15Então os servos do rei lhe disseram: Eis aqui os teus servos para tudo quanto determinar o rei, nosso senhor.    16Assim saiu o rei, com todos os de sua casa, deixando, porém, dez concubinas para guardarem a casa.    17Tendo, pois, saído o rei com todo o povo, pararam na última casa:    18E todos os seus servos iam ao seu lado; mas todos os quereteus, e todos os peleteus, e todos os giteus, seiscentos homens que o seguiram de Gate, caminhavam adiante do rei.    19Disse o rei a Itai, o giteu: Por que irias tu também conosco? Volta e fica-te com o rei, porque és estrangeiro e exilado; torna a teu lugar.    20Ontem vieste, e te levaria eu hoje conosco a vaguear? Pois eu vou para onde puder ir; volta, e lei, e contigo teus irmãos; a misericórdia e a fidelidade sejam contigo.    21Respondeu, porém, Itai ao rei, e disse: Vive o Senhor, e vive o rei meu senhor, que no lugar em que estiver o rei meu senhor, seja para morte, seja para vida, aí estará também o eu servo.    22Então disse Davi a Itai: Vai, pois, e passa adiante. Assim passou Itai, o giteu, e todos os seus homens, e todos os pequeninos que havia com ele.    23Toda a terra chorava em alta voz, enquanto todo o povo passava; e o rei atravessou o ribeiro de Cedrom, e todo o povo caminhava na direção do deserto.    24E chegou Abiatar; e veio também Zadoque, e com ele todos os levitas que levavam a arca do pacto de Deus; e puseram ali a arca de Deus, até que todo o povo acabou de sair da cidade.    25Então disse o rei a Zadoque: Torna a levar a arca de Deus à cidade; pois, se eu achar graça aos olhos do Senhor, ele me fará voltar para lá, e me deixará ver a arca e a sua habitação.    26Se ele, porém, disser: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça a mim o que bem lhe parecer.    27Disse mais o rei a Zadoque, o sacerdote: Não és tu porventura vidente? volta, pois, para a cidade em paz, e contigo também teus dois filhos, Aimaaz, teu filho, e Jônatas, filho de Abiatar.    28Vede eu me demorarei nos vaus do deserto até que tenha notícias da vossa parte.    29Zadoque, pois, e Abiatar tornaram a levar para Jerusalém a arca de Deus, e ficaram ali.    30Mas Davi, subindo pela encosta do monte das Oliveiras, ia chorando; tinha a cabeça coberta, e caminhava com os pés descalços. Também todo o povo que ia com ele tinha a cabeça coberta, e subia chorando sem cessar.    31Então disseram a Davi: Aitofel está entre os que conspiraram com Absalão. Pelo que disse Davi: ç Senhor, torna o conselho de Aitofel em loucura!    32Ora, aconteceu que, chegando Davi ao cume, onde se costumava adorar a Deus, Husai, o arquita, veio encontrar-se com ele, com a roupa rasgada e a cabeça coberta de terra.    33Disse-lhe Davi: Se fores comigo, ser-me-ás pesado;    34porém se voltares para a cidade, e disseres a Absalão: Eu serei, ó rei, teu servo; como fui dantes servo de teu pai, assim agora serei teu servo; dissipar-me-ás então a conselho de Aitofel.    35E não estão ali contigo Zadoque e Abiatar, sacerdotes? Portanto, tudo o que ouvires da casa do rei lhes dirás.    36Eis que estão também ali com eles seus dois filhos, Aimaaz, filho de Zadoque, e Jônatas, filho de Abiatar; por eles me avisareis de tudo o que ouvirdes.    37Husai, pois, amigo de Davi, voltou para a cidade. E Absalão entrou em Jerusalém.   

Chapter 16

1Tendo Davi passado um pouco além do cume, eis que Ziba, o moço de Mefibosete, veio encontrar-se com ele, com um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, cem cachos de passas, e cem de frutas de verão e um odre de vinho.    2Perguntou, pois, o rei a Ziba: Que pretendes com isso? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão para os moços comerem; e o vinho para os cansados no deserto beberem.    3Perguntou ainda o rei: E onde está o filho de teu senhor? Respondeu Ziba ao rei: Eis que permanece em Jerusalém, pois disse: Hoje a casa de Israel me restituirá o reino de meu pai.    4Então disse o rei a Ziba: Eis que tudo quanto pertencia a Mefibosete é teu. Ao que Ziba, inclinando-se, disse: Que eu ache graça aos teus olhos, ó rei meu senhor.    5Tendo o rei Davi chegado a Baurim, veio saindo dali um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gêra; e, adiantando-se, proferia maldições.    6Também atirava pedras contra Davi e todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valorosos iam à direita e à esquerda do rei.    7E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sai, sai, homem sanguinário, homem de Belial!    8O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já entregou o Senhor o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na desgraça, pois és um homem sanguinário.    9Então Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que esse cão morto amaldiçoaria ao rei meu senhor? Deixa-me passar e tirar-lhe a cabeça.    10Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste?    11Disse mais Davi a Abisai, e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura tirar-me a vida; quanto mais ainda esse benjamita? Deixai-o; deixai que amaldiçõe, porque o Senhor lho ordenou.    12Porventura o Senhor olhará para a minha aflição, e me pagará com bem a maldição deste dia.    13Prosseguiam, pois, o seu caminho, Davi e os seus homens, enquanto Simei ia pela encosta do monte, defronte dele, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras contra ele, e levantava poeira.    14E o rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados ao Jordão; e ali descansaram.    15Absalão e todo o povo, os homens de Israel, vieram a Jerusalém; e Aitofel estava com ele.    16E chegando Husai, o arquita, amigo de Davi, a Absalão, disse-lhe: Viva o rei, viva o rei!    17Absalão, porém, perguntou a Husai: E esta a tua benevolência para com o teu amigo? Por que não foste com o teu amigo?    18Respondeu-lhe Husai: Não; pois aquele a quem o Senhor, e este povo, e todos os homens de Israel têm escolhido, dele serei e com ele ficarei.    19E, demais disto, a quem serviria eu? Porventura não seria a seu filho? como servi a teu pai, assim servirei a ti.    20Então disse Absalão a Aitofel: Dai o vosso conselho sobre o que devemos fazer.    21Respondeu Aitofel a Absalão: Entra às concubinas de teu pai, que ele deixou para guardarem a casa; e assim todo o Israel ouvirá que te fizeste aborrecível para com teu pai, e se fortalecerão as mãos de todos os que estão contigo.    22Estenderam, pois, para Absalão uma tenda no terraço; e entrou Absalão às concubinas de seu pai, à vista de todo o Israel.    23E o conselho que Aitofel dava naqueles dias era como se o oráculo de Deus se consultara; tal era todo o conselho de Aitofel, tanto para com Davi como para Absalão.   

Chapter 17

1Disse mais Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me levantarei, e perseguirei a Davi esta noite.    2Irei sobre ele, enquanto está cansado, e fraco de mãos, e o espantarei: então fugirá todo o povo que está com ele. Ferirei tão-somente o rei;    3e farei tornar a ti todo o povo, como uma noiva à casa do seu esposo; pois é a vida dum só homem que tu buscas; assim todo o povo estará em paz.    4E este conselho agradou a Absalão, e a todos os anciãos de Israel.    5Disse, porém, Absalão: Chamai agora a Husai, o arquita, e ouçamos também o que ele diz.    6Quando Husai chegou a Absalão, este lhe disse: Desta maneira falou Aitofel; faremos conforme a sua palavra? Se não, fala tu.    7Então disse Husai a Absalão: O conselho que Aitofel deu esta vez não é bom.    8Acrescentou Husai: Tu bem sabes que teu pai e os seus homens são valentes, e que estão com o espírito amargurado, como a ursa no campo, roubada dos seus cachorros; além disso teu pai é homem de guerra, e não passará a noite com o povo.    9Eis que agora está ele escondido nalguma cova, ou em qualquer outro lugar; e será que, caindo alguns no primeiro ataque, todo o que o ouvir dirá: Houve morticínio entre o povo que segue a Absalão.    10Então até o homem valente, cujo coração é como coração de leão, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é valoroso, e que são valentes os que estão com ele.    11Eu, porém, aconselho que com toda a pressa se ajunte a ti todo o Israel, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia do mar; e que tu em pessoa vás à peleja.    12Então iremos a ele, em qualquer lugar em que se achar, e desceremos sobre ele, como o orvalho cai sobre a terra; e nao ficará dele e de todos os homens que estão com ele nem sequer um só.    13se ele, porém, se retirar para alguma cidade, todo o Israel trará cordas àquela cidade, e arrastá-la-emos até o ribeiro, até que não se ache ali nem uma só pedrinha    14Então Absalão e todos os homens e Israel disseram: Melhor é o conselho de Husai, o arquita, do que o conselho de Aitofel: Porque assim o Senhor o ordenara, para aniquilar o bom conselho de Aitofel, a fim de trazer o mal sobre Absalão.    15Também disse Husai a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel; porém eu aconselhei assim e assim.    16Agora, pois, mandai apressadamente avisar a Davi, dizendo: Não passes esta noite nos vaus do deserto; mas passa sem falta à outra banda, para que não seja devorado o rei, e todo o povo que com ele está.    17Ora, Jônatas e Aimaaz estavam esperando junto a En-Rogel; e foi uma criada, e lhes avisou, para que eles fossem e o dissessem ao rei Davi; pois não deviam ser vistos entrando na cidade.    18Viu-os todavia um moço, e avisou a Absalão. Ambos, porém, partiram apressadamente, e entraram em casa de um homem, em Baurim, o qual tinha no pátio de sua casa um poço, para o qual eles desceram.    19E a mulher, tomando a tampa, colocou-a sobre a boca do poço, e espalhou grão triturado sobre ela; assim nada se soube.    20Chegando, pois, os servos de Absalão àquela casa, perguntaram à mulher: Onde estão Aimaaz e Jônatas? Respondeu-lhes a mulher: Já passaram a corrente das águas. E, havendo-os procurado sem os encontrarem, voltaram para Jerusalém.    21Depois que eles partiram, Aimaaz e Jônatas, saindo do poço, foram e avisaram a Davi; e disseram-lhe: Levantai-vos, e passai depressa as águas, porque assim e assim aconselhou contra vós Aitofel.    22Então se levantou Davi e todo o povo que com ele estava, e passaram o Jordão; e ao raiar da manhã não faltava nem um só que não o tivesse passado.    23Vendo, pois, Aitofel que não se havia seguido o seu conselho, albardou o jumento e, partindo, foi para casa, para a sua cidade; e, tendo posto em ordem a sua casa, se enforcou e morreu; e foi sepultado na sepultura de seu pai.    24Então Davi veio a Maanaim; e Absalão passou o Jordão, ele e todos os homens de Israel com ele.    25E Absalão colocou Amasa em lugar de Joabe sobre o exército. Ora, Amasa era filho de um homem que se chamava Itra, o jizreelita, o qual entrara a Abigail, filha de Naás e irmã de Zeruia, mãe de Joabe.    26Israel e Absalão se acamparam na terra de Gileade.    27Tendo Davi chegado a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim,    28tomaram camas, bacias e vasilhas de barro; trigo, cevada, farinha, grão tostado, favas, lentilhas e torradas;    29mel, manteiga, ovelhas e queijos de vaca, e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem; pois diziam: O povo está faminto, cansado e sedento, no deserto.   

Chapter 18

1Então Davi contou o povo que tinha consigo, e pôs sobre ele chefes de mil e chefes de cem.    2E Davi enviou o exército, um terço sob o mando de Joabe, outro terço sob o mando de Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, e outro terço sob o mando de Itai, o giteu. E disse o rei ao povo: Eu também sairei convosco.    3Mas o povo respondeu: Não sairás; porque se fugirmos, eles não se importarão conosco; nem se importarão conosco ainda que morra metade de nós; porque tu vales por dez mil tais como nós. Melhor será que da cidade nos mandes socorro.    4Respondeu-lhes o rei: Farei o que vos parecer bem. E o rei se pôs ao lado da porta, e todo o povo saiu em centenas e em milhares.    5E o rei deu ordem a Joabe, a Abisai e a Itai, dizendo: Tratai brandamente, por amor de mim, o mancebo Absalão. E todo o povo ouviu quando o rei deu ordem a todos os chefes acerca de Absalão.    6Assim saiu o povo a campo contra Israel; e deu-se a batalha no bosque de Efraim.    7Ali o povo de Israel foi derrotado pelos servos de Davi; e naquele dia houve ali grande morticínio, de vinte mil homens.    8Pois a batalha se estendeu sobre a face de toda aquela terra, e o bosque consumiu mais gente naquele dia do que a espada.    9Por acaso Absalão se encontrou com os servos de Davi; e Absalão ia montado num mulo e, entrando o mulo debaixo dos espessos ramos de um grande carvalho, pegou-se a cabeça de Absalão no carvalho, e ele ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo que estava debaixo dele passou adiante.    10um homem, vendo isso, contou-o a Joabe, dizendo: Eis que vi Absalão pendurado dum carvalho.    11Então disse Joabe ao homem que lho contara: Pois que o viste, por que não o derrubaste logo por terra? E eu te haveria dado dez siclos de prata e um cinto.    12Respondeu, porém, o homem a Joabe: Ainda que eu pudesse pesar nas minhas mãos mil siclos de prata, não estenderia a mão contra o filho do rei; pois bem ouvimos que o rei deu ordem a ti, e a Abisai, e a Itai, dizendo: Guardai-vos, cada um, de tocar no mancebo Absalão.    13E se eu tivesse procedido falsamente contra a sua vida, coisa nenhuma se esconderia ao rei, e tu mesmo te oporias a mim:    14Então disse Joabe: Não posso demorar-me assim contigo aqui. E tomou na mão três dardos, e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho.    15E o cercaram dez mancebos, que levavam as armas de Joabe; e feriram a Absalão, e o mataram.    16Então tocou Joabe a buzina, e o povo voltou de perseguir a Israel; porque Joabe deteve o povo.    17E tomaram a Absalão e, lançando-o numa grande cova no bosque, levantaram sobre ele mui grande montão de pedras. E todo o Israel fugiu, cada um para a sua tenda.    18Ora, Absalão, quando ainda vivia, tinha feito levantar para si a coluna que está no vale do rei; pois dizia: Nenhum filho tenho para conservar a memoria o meu nome. E deu o seu próprio nome àquela coluna, a qual até o dia de hoje se chama o Pilar de Absalão.    19Então disse Aimaaz, filho de Zadoque: Deixa-me correr, e anunciarei ao rei que o Senhor o vingou a mão e seus inimigos.    20Mas Joabe lhe disse: Tu não serás hoje o portador das novas; outro dia as levarás, mas hoje não darás a nova, porque é morto o filho do rei.    21Disse, porém, Joabe ao cuchita: Vai tu, e dize ao rei o que viste. O cuchita se inclinou diante de Joabe, e saiu correndo.    22Então prosseguiu Aimaaz, filho de Zadoque, e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o cuchita. Respondeu Joabe: Para que agora correrias tu, meu filho, pois não receberias recompensa pelas novas?    23seja o que for, disse Aimaaz, correrei. Disse-lhe, pois, Joabe: Corre. Então Aimaaz correu pelo caminho da planície, e passou adiante do cuchita.    24Ora, Davi estava sentado entre as duas portas; e a sentinela subiu ao terraçorém, percebeu que seus servos cochichavam entre si, um homem que corria só.    25Gritou, pois, a sentinela, e o disse ao rei. Respondeu o rei: Se vem só, é portador de novas. Vinha, pois, o mensageiro aproximando-se cada vez mais.    26Então a sentinela viu outro homem que corria, e gritou ao porteiro, e disse: Eis que lá vem outro homem correndo só. Então disse o rei: Também esse traz novas.    27Disse mais a sentinela: O correr do primeiro parece ser o correr de Aimaaz, filho de Zadoque. Então disse o rei: Este é homem de bem, e virá com boas novas.    28Gritou, pois, Aimaaz, e disse ao rei: Paz! E inclinou-se ao rei com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o Senhor teu Deus, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor.    29Então perguntou o rei: Vai bem o mancebo Absalão? Respondeu Aimaaz: Quando Joabe me mandou a mim, o servo do rei, vi um grande alvoroço; porem nao sei o que era.    30Disse-lhe o rei: Põe-te aqui ao lado. E ele se pôs ao lado, e esperou de pé.    31Nisso chegou o cuchita, e disse: Novas para o rei meu senhor. Pois que hoje o Senhor te vingou da mão de todos os que se levantaram contra ti.    32Então perguntou o rei ao cuchita: Vai bem o mancebo Absalão? Respondeu o cuchita: Sejam como aquele mancebo os inimigos do rei meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazerem mal.    33Pelo que o rei ficou muito comovido e, subindo à sala que estava por cima da porta, pôs-se a chorar; e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!   

Chapter 19

1Disseram a Joabe: Eis que o rei está chorando e se lamentando por Absalão.    2Então a vitória se tornou naquele dia em tristeza para todo o povo, porque nesse dia o povo ouviu dizer: O rei está muito triste por causa de seu filho.    3E nesse dia o povo entrou furtivamente na cidade, como o faz quando, envergonhado, foge da peleja.    4Estava, pois, o rei com o rosto coberto, e clamava em alta voz: Meu filho Absalão, Absalão meu filho, meu filho!    5Então entrou Joabe na casa onde estava o rei, e disse: Hoje envergonhaste todos os teus servos, que livraram neste dia a tua vida, a vida de teus filhos e filhas, e a vida de tuas mulheres e concubinas,    6amando aos que te odeiam, e odiando aos que te amam. Porque hoje dás a entender que nada valem para ti nem chefes nem servos; pois agora entendo que se Absalão vivesse, e todos nós hoje fôssemos mortos, ficarias bem contente.    7Levanta-te, pois, agora; sai e fala ao coração de teus servos. Porque pelo Senhor te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e isso te será pior do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora.    8Pelo que o rei se levantou, e se sentou à porta; e avisaram a todo o povo, dizendo: Eis que o rei está sentado à porta. Então todo o povo veio apresentar-se diante do rei. Ora, Israel havia fugido, cada um para a sua tenda.    9Entrementes todo o povo, em todas as tribos de Israel, andava altercando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, e nos livrou das mãos dos filisteus; e agora fugiu da terra por causa de Absalão.    10Também Absalão, a quem ungimos sobre nós, morreu na peleja. Agora, pois, porque vos calais, e não fazeis voltar o rei?    11Então o rei Davi mandou dizer a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Falai aos anciãos de Judá, dizendo: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o rei para sua casa? Porque a palavra de todo o Israel tem chegado ao rei, até a sua casa.    12Vós sois meus irmãos; meus ossos e minha carne sois vós; por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei?    13Dizei a Amasa: Porventura não és tu meu osso e minha carne? Assim me faça Deus e outro tanto, se não fores chefe do exercito diante e mim para sempre, em lugar de Joabe.    14Assim moveu ele o coração de todos os homens de Judá, como se fosse o de um só homem; e enviaram ao rei, dizendo: Volta, com todos os teus servos.    15Então o rei voltou, e chegou até o Jordão; e Judá veio a Gilgal, para encontrar-se com o rei, a fim de fazê-lo passar o Jordão.    16Ora, apressou-se Simei, filho de Gêra, benjamita, que era de Baurim, e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi;    17e com ele mil homens de Benjamim, como também Ziba, servo da casa de Saul, e seus quinze filhos, e seus vinte servos com ele; desceram apressadamente ao Jordão adiante do rei,    18atravessando o vau para trazer a casa do rei e para fazer o que aprouvesse a ele. Quando o rei ia passar o Jordão, Simei, filho de Gêra, se prostrou diante dele,    19e lhe disse: Não me impute meu senhor à minha culpa, e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém; não conserve o rei isso no coração.    20Porque eu, teu servo, deveras confesso que pequei; por isso eis que eu sou o primeiro, de toda a casa de José, a descer ao encontro do rei meu senhor.    21Respondeu Abisai, filho de Zeruia, dizendo: Não há de ser morto Simei por haver amaldiçoado ao ungido do Senhor?    22Mas Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que hoje me sejais adversários? Será morto alguém hoje em Israel? pois não sei eu que hoje sou rei sobre Israel?    23Então disse o rei a Simei: Não morrerás. E o rei lho jurou.    24Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei, e não cuidara dos pés, nem fizera a barba, nem lavara as suas vestes desde o dia em que o rei saíra até o dia em que voltou em paz.    25E sucedeu que, vindo ele a Jerusalém a encontrar-se com o rei, este lhe perguntou: Por que não foste comigo, Mefibosete?    26Respondeu ele: O rei meu senhor, o meu servo me enganou. Porque o teu servo dizia: Albardarei um jumento, para nele montar e ir com o rei; pois o teu servo é coxo.    27E ele acusou falsamente o teu servo diante do rei meu senhor; porém o rei meu senhor é como um anjo de Deus; faze, pois, o que bem te parecer.    28Pois toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa. E que direito mais tenho eu de clamar ainda ao rei.    29Ao que lhe respondeu o rei: Por que falas ainda de teus negócios? Já decidi: Tu e Ziba reparti as terras.    30Então disse Mefibosete ao rei: Deixe que ele tome tudo, uma vez que o rei meu senhor já voltou em paz à sua casa.    31Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim, e passou com o rei o Jordão, para acompanhá-lo até a outra banda do rio.    32E era Barzilai mui velho, da idade de oitenta anos; e ele tinha provido o rei de víveres enquanto este se demorara em Maanaim, pois era homem muito rico.    33Disse, pois, o rei a Barzilai: Passa tu comigo e eu te sustentarei em Jerusalém, em minha companhia.    34Barzilai, porém, respondeu ao rei: Quantos anos viverei ainda, para que suba com o rei a Jerusalém.    35Oitenta anos tenho hoje; poderei eu discernir entre e bom e o mau? poderá o teu servo perceber sabor no que comer e beber? poderei eu mais ouvir a voz dos cantores e das cantoras? e por que será o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor?    36O teu servo passará com o rei até um pouco além do Jordão. Por que me daria o rei tal recompensa?    37Deixa voltar o teu servo, para que eu morra na minha cidade, junto à sepultura de meu pai e de minha mãe. Mas eis aí o teu servo Quimã; passe ele com o rei meu senhor, e faze-lhe o que for do teu agrado.    38Ao que disse o rei: Quimã passará comigo, e eu lhe farei o que te parecer bem, e tudo quanto me pedires te farei.    39Havendo, pois, todo o povo passado o Jordão, e tendo passado também o rei, beijou o rei a Barzilai, e o abençoou; e este voltou para o seu lugar.    40Dali passou o rei a Gilgal, e Quimã com ele; e todo o povo de Judá, juntamente com a metade do povo de Israel, conduziu o rei.    41Então todos os homens de Israel vieram ter com o rei, e lhe disseram: Por que te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e fizeram passar o Jordão o rei e a sua casa, e todos os seus homens com ele?    42Responderam todos os homens de Judá aos homens de Israel: Porquanto o rei é nosso parente: Por que vos irais por isso. Acaso temos comido à custa do rei, ou nos deu ele algum presente?    43Ao que os homens de Israel responderam aos homens de Judá: Dez partes temos no rei; mais temos nós em Davi do que vós. Por que, pois, fizestes pouca conta de nós. Não foi a nossa palavra a primeira, para tornar a trazer o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judá foi mais forte do que a palavra dos homens de Israel.   

Chapter 20

1Ora, sucedeu achar-se ali um homem de Belial, cujo nome era Sebá, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a buzina, e disse: Não temos parte em Davi, nem herança no filho de Jessé; cada um à sua tenda, ó Israel!    2Então todos os homens de Israel se separaram de Davi, e seguiram a Sebá, filho de Bicri; porém os homens de Judá seguiram ao seu rei desde o Jordão até Jerusalém.    3Quando Davi chegou à sua casa em Jerusalém, tomou as dez concubinas que deixara para guardarem a casa, e as pôs numa casa, sob guarda, e as sustentava; porém não entrou a elas. Assim estiveram encerradas até o dia da sua morte, vivendo como viúvas.    4Disse então o rei a Amasa: Convoca-me dentro de três dias os homens de Judá, e apresenta-te aqui.    5Foi, pois, Amasa para convocar a Judá, porém demorou-se além do tempo que o rei lhe designara.    6Então disse Davi a Abisai: Mais mal agora nos fará Sebá, filho de Bicri, do que Absalão; toma, pois, tu os servos de teu senhor, e persegue-o, para que ele porventura não ache para si cidades fortificadas, e nos escape à nossa vista.    7Então saíram atrás dele os homens de Joabe, e os quereteus, e os peleteus, e todos os valentes; saíram de Jerusalém para perseguirem a Sebá, filho de Bicri.    8Quando chegaram à pedra grande que está junto a Gibeão, Amasa lhes veio ao encontro. Estava Joabe cingido do seu traje de guerra que vestira, e sobre ele um cinto com a espada presa aos seus lombos, na sua bainha; e, adiantando-se ele, a espada caiu da bainha.    9E disse Joabe a Amasa: Vais bem, meu irmão? E Joabe, com a mão direita, pegou da barba de Amasa, para o beijar.    10Amasa, porém, não reparou na espada que está na mão de Joabe; de sorte que este o feriu com ela no ventre, derramando-lhe por terra as entranhas, sem feri-lo segunda vez; e ele morreu. Então Joabe e Abisai, seu irmão, perseguiram a Sebá, filho de Bicri.    11Mas um homem dentre os servos de Joabe ficou junto a Amasa, e dizia: Quem favorece a Joabe, e quem é por Davi, siga a Joabe.    12E Amasa se revolvia no seu sangue no meio do caminho. E aquele homem, vendo que todo o povo parava, removeu Amasa do caminho para o campo, e lançou sobre ele um manto, porque viu que todo aquele que chegava ao pé dele parava.    13Mas removido Amasa do caminho, todos os homens seguiram a Joabe, para perseguirem a Sebá, filho de Bicri.    14Então Sebá passou por todas as tribos de Israel até Abel e Bete-Maacá; e todos os beritas, ajuntando-se, também o seguiram.    15Vieram, pois, e cercaram a Sebá em Abel de Bete-Maacá; e levantaram contra a cidade um montão, que se elevou defronte do muro; e todo o povo que estava com Joabe batia o muro para derrubá-lo.    16Então uma mulher sábia gritou de dentro da cidade: Ouvi! ouvi! Dizei a Joabe: Chega-te cá, para que eu te fale.    17Ele, pois, se chegou perto dela; e a mulher perguntou: Tu és Joabe? Respondeu ele: Sou. Ela lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. Disse ele: Estou ouvindo.    18Então falou ela, dizendo: Antigamente costumava-se dizer: Que se peça conselho em Abel; e era assim que se punha termo às questões.    19Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras destruir uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do Senhor?    20Então respondeu Joabe, e disse: Longe, longe de mim que eu tal faça, que eu devore ou arruíne!    21A coisa não é assim; porém um só homem da região montanhosa de Efraim, cujo nome é Sebá, filho de Bicri, levantou a mão contra o rei, contra Davi; entregai-me só este, e retirar-me-ei da cidade. E disse a mulher a Joabe: Eis que te será lançada a sua cabeça pelo muro.    22A mulher, na sua sabedoria, foi ter com todo o povo; e cortaram a cabeça de Sebá, filho de Bicri, e a lançaram a Joabe. Este, pois, tocou a buzina, e eles se retiraram da cidade, cada um para sua tenda. E Joabe voltou a Jerusalém, ao rei.    23Ora, Joabe estava sobre todo o exército de Israel; e Benaías, filho de Jeoiada, sobre os quereteus e os peleteus;    24e Adorão sobre a gente de trabalhos forçados; Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;    25Seva era escrivão; Zadoque e Abiatar, sacerdotes;    26e Ira, o jairita, era o oficial-mor de Davi.   

Chapter 21

1Nos dias de Davi houve uma fome de três anos consecutivos; pelo que Davi consultou ao Senhor; e o Senhor lhe disse: E por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas.    2Então o rei chamou os gibeonitas e falou com eles (ora, os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do restante dos amorreus; e os filhos de Israel tinham feito pacto com eles; porém Saul, no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá, procurou feri-los);    3perguntou, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça. e como hei de fazer expiação, para que abençoeis a herança do Senhor?    4Então os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com a sua casa; nem tampouco cabe a nós matar pessoa alguma em Israel. Disse-lhes Davi: Que quereis que vos faça?    5Responderam ao rei: Quanto ao homem que nos consumia, e procurava destruir-nos, de modo que não pudéssemos subsistir em termo algum de Israel,    6de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor. E o rei disse: Eu os darei.    7O rei, porém, poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor que entre eles houvera, isto é, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.    8Mas o rei tomou os dois filhos de Rizpa, filha de Aías, que ela tivera de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que ela tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita,    9e os entregou na mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o Senhor; e os sete caíram todos juntos. Foi nos primeiros dias da sega que foram mortos, no princípio a sega da cevada.    10Então Rizpa, filha de Aías, tomando um pano de cilício, estendeu-o para si sobre uma pedra e, desde o princípio da sega até que a água caiu do céu sobre os corpos, não deixou que se aproximassem deles as aves do céu de dia, nem os animais do campo de noite:    11Quando foi anunciado a Davi o que fizera Rizpa, filha de Aías, concubina de Saul,    12ele foi e tomou os ossos de Saul e os de Jônatas seu filho, aos homens de Jabes-Gileade, que os haviam furtado da praça de Bete-Sã, onde os filisteus os tinham pendurado quando mataram a Saul em Gilboa;    13e trouxe dali os ossos de Saul e os de Jônatas seu filho; e ajuntaram a eles também os ossos dos enforcados.    14Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai; e fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto Deus se aplacou para com a terra.    15De novo tiveram os filisteus uma guerra contra Israel. E desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejara contra os filisteus, que Davi se cansou.    16E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante, cuja lança tinha o peso de trezentos, siclos de bronze, e que cingia uma espada nova, intentou matar Davi.    17Porém, Abisai, filho de Zeruia, o socorreu; e, ferindo ao filisteu, o matou. Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à batalha, para que não apagues a lâmpada de Israel.    18Aconteceu depois disto que houve em Gobe ainda outra peleja contra os filisteus; então Sibecai, o husatita, matou Safe, que era dos filhos do gigante.    19Houve mais outra peleja contra os filisteus em Gobe; e El-Hanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, matou Golias, o giteu, de cuja lança a haste era como órgão de tecelão.    20Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha seis dedos em cada mão, e seis em cada pé, vinte e quatro por todos; também este era descendente do gigante.    21Tendo ele desafiado a Israel, Jônatas, filho de Simei, irmão de Davi, o matou.    22Estes quatro nasceram ao gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.   

Chapter 22

1Davi dirigiu ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo:    2O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador.    3É meu Deus, a minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras.    4Ao Senhor invocarei, pois é digno de louvor; assim serei salvo dos meus inimigos.    5As ondas da morte me cercaram, as torrentes de Belial me atemorizaram.    6Cordas do Seol me cingiram, laços de morte me envolveram.    7Na minha angústia invoquei ao Senhor; sim, a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.    8Então se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram; abalaram-se porque ele se irou.    9Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca um fogo devorador, que pôs carvões em chamas.    10Ele abaixou os céus, e desceu; e havia escuridão debaixo dos seus pés.    11Montou num querubim, e voou; apareceu sobre as asas do vento.    12E por tendas pôs trevas ao redor de si, ajuntamento de águas, espessas nuvens do céu.    13Pelo resplendor da sua presença acenderam-se brasas de fogo.    14Do céu trovejou o Senhor, o Altíssimo fez soar a sua vóz.    15Disparou flechas, e os dissipou; raios, e os desbaratou.    16Então apareceram as profundezas do mar; os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão do Senhor, pelo assopro do vento das suas narinas.    17Estendeu do alto a sua mão e tomou-me; tirou-me das muitas águas.    18Livrou-me do meu possante inimigo, e daqueles que me odiavam; porque eram fortes demais para mim.    19Encontraram-me no dia da minha calamidade, porém o Senhor se fez o meu esteio.    20Conduziu-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.    21Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça; conforme a pureza e minhas mãos me retribuiu.    22Porque guardei os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.    23Pois todos os seus preceitos estavam diante de mim, e dos seus estatutos não me desviei.    24Fui perfeito para com ele, e guardei-me da minha iniqüidade.    25Por isso me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos meus olhos.    26Para com o benigno te mostras benigno; para com o perfeito te mostras perfeito,    27para com o puro te mostras puro, mas para com o perverso te mostras avesso.    28Livrarás o povo que se humilha, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás.    29Porque tu, Senhor, és a minha candeia; e o Senhor alumiará as minhas trevas.    30Pois contigo passarei pelo meio dum esquadrão; com o meu Deus transporei um muro.    31Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito, e a palavra do Senhor é fiel; é ele o escudo de todos os que nele se refugiam.    32Pois quem é Deus, senão o Senhor? e quem é rocha, senão o nosso Deus?    33Deus é a minha grande fortaleza; e ele torna perfeito o meu caminho.    34Faz ele os meus pés como os das gazelas, e me põe sobre as minhas alturas.    35Ele instrui as minhas mãos para a peleja, de modo que os meus braços podem entesar um arco de bronze.    36Também me deste o escudo da tua salvação, e tua brandura me engrandece.    37Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos.    38Persegui os meus inimigos e os destruí, e nunca voltei atrás sem que os consumisse.    39Eu os consumi, e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram; sim, cairam debaixo dos meus pés.    40Pois tu me cingiste de força para a peleja; prostraste debaixo de mim os que se levantaram contra mim.    41Fizeste que me voltassem as costas os meus inimigos, aqueles que me odiavam, para que eu os destruísse.    42Olharam ao redor, mas não houve quem os salvasse; clamaram ao Senhor, mas ele não lhes respondeu.    43Então os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei.    44Também me livraste das contendas do meu povo; guardaste-me para ser o cabeça das nações; um povo que eu não conhecia me serviu.    45Estrangeiros, com adulação, se submeteram a mim; ao ouvirem de mim, me obedeceram.    46Os estrangeiros desfaleceram e, tremendo, sairam os seus esconderijos.    47O Senhor vive; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação,    48o Deus que me deu vingança, e sujeitou povos debaixo de mim,    49e me tirou dentre os meus inimigos; porque tu me exaltaste sobre os meus adversarios; tu me livraste do homem violento.    50Por isso, ó Senhor, louvar-te-ei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.    51Ele dá grande livramento a seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e a sua descendência para sempre.   

Chapter 23

1São estas as últimas palavras de Davi: Diz Davi, filho de Jessé, diz a homem que foi exaltado, o ungido do Deus de Jacó, o suave salmista de Israel.    2O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha língua.    3Falou o Deus de Israel, a Rocha de Israel me disse: Quando um justo governa sobre os homens, quando governa no temor de Deus,    4será como a luz da manhã ao sair do sol, da manhã sem nuvens, quando, depois da chuva, pelo resplendor do sol, a erva brota da terra.    5Pois não é assim a minha casa para com Deus? Porque estabeleceu comigo um pacto eterno, em tudo bem ordenado e seguro; pois não fará ele prosperar toda a minha salvação e todo o meu desejo?    6Porém os ímpios todos serão como os espinhos, que se lançam fora, porque não se pode tocar neles;    7mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.    8São estes os nomes dos valentes de Davi: Josebe-Bassebete, o taquemonita; era este principal dos três; foi ele que, com a lança, matou oitocentos de uma vez.    9Depois dele Eleazar, filho de Dodó, filho de Aoí, um dos três valentes que estavam com Davi, quando desafiaram os filisteus que se haviam reunido para a peleja, enquanto os homens de Israel se retiravam.    10Este se levantou, e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar pegada à espada; e naquele dia o Senhor operou um grande livramento; e o povo voltou para junto de Eleazar, somente para tomar o despojo.    11Depois dele era Samá, filho de Agé, o hararita. Os filisteus se haviam ajuntado em Leí, onde havia um terreno cheio de lentilhas; e o povo fugiu de diante dos filisteus.    12Samá, porém, pondo-se no meio daquele terreno, defendeu-o e matou os filisteus, e o Senhor efetuou um grande livramento.    13Também três dos trinta cabeças desceram, no tempo da sega, e foram ter com Davi, à caverna de Adulão; e a tropa dos filisteus acampara no vale de Refaim.    14Davi estava então no lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.    15E Davi, com saudade, exclamou: Quem me dera beber da água da cisterna que está junto a porta de Belém!    16Então aqueles três valentes romperam pelo arraial dos filisteus, tiraram água da cisterna que está junto a porta de Belém, e a trouxeram a Davi; porém ele não quis bebê-la, mas derramou-a perante o Senhor;    17e disse: Longe de mim, ó Senhor, que eu tal faça! Beberia eu o sangue dos homens que foram com risco das suas vidas? De maneira que não a quis beber. Isto fizeram aqueles três valentes.    18Ora, Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era chefe dos trinta; e este alçou a sua lança contra trezentos, e os matou, e tinha nome entre os três.    19Porventura não era este o mais nobre dentre os trinta? portanto se tornou o chefe deles; porém aos primeiros três não chegou.    20Também Benaías, filho de Jeoiada, filho dum homem de Cabzeel, valoroso e de grandes feitos, matou os dois filhos de Ariel de Moabe; depois desceu, e matou um leão dentro duma cova, no tempo da neve.    21Matou também um egípcio, homem de temível aspecto; tinha este uma lança na mão, mas Benaías desceu a ele com um cajado, arrancou-lhe da mão a lança, e com ela o matou.    22Estas coisas fez Benaías, filho de Jeoiada, pelo que teve nome entre os três valentes.    23Dentre os trinta ele era o mais afamado, porém aos três primeiros não chegou. Mas Davi o pôs sobre os seus guardas.    24Asael, irmão de Joabe, era um dos trinta; El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;    25Samá, o harodita; Elica, o harodita;    26Jelez, o paltita; Ira, filho de Iques, o tecoíta;    27Abiezer, o anatotita; Mebunai, o husatita;    28Zalmom, o aoíta; Maarai, o netofatita;    29Helebe, filho de Baaná, o netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá dos filhos de Benjamim;    30Benaías, o piratonita; Hidai, das torrentes de Gaás;    31Abi-Albom, o arbatita; Azmavete, o barumita;    32Eliabá, o saalbonita; Bene-Jásen; e Jônatas;    33Samá, o hararita; Aião, filho de Sarar, o hararita;    34Elifelete, filho de Acasbai, filho do maacatita; Eliã, filho de Aitofel, o gilonita;    35Hezrai, o carmelita; Paarai, o arbita;    36Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, o gadita;    37Zeleque, o amonita; Naarai, o beerotita, o que trazia as armas de Joabe, filho de Zeruia;    38Ira, o itrita; Garebe, o itrita;    39Urias, o heteu; trinta e sete ao todo.   

Chapter 24

1A ira do Senhor tornou a acender-se contra Israel, e o Senhor incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.    2Disse, pois, o rei a Joabe, chefe do exército, que estava com ele: Percorre todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o seu número.    3Então disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o Senhor teu Deus a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei meu senhor o vejam. Mas por que tem prazer nisto o rei meu senhor;    4Todavia a palavra do rei prevaleceu contra Joabe, e contra os chefes do exército; Joabe, pois, saiu com os chefes do exército da presença do rei para numerar o povo de Israel.    5Tendo eles passado o Jordão, acamparam-se em Aroer, à direita da cidade que está no meio do vale de Gade e na direção de Jazer;    6em seguida foram a Gileade, e a terra de Tatim-Hódsi; dali foram a Da-Jaã, e ao redor até Sidom;    7depois foram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus; e saíram para a banda do sul de Judá, em Berseba.    8Assim, tendo percorrido todo o país, voltaram a Jerusalém, ao cabo de nove meses e vinte dias.    9Joabe, pois, deu ao rei o resultado da numeração do povo. E havia em Israel oitocentos mil homens valorosos, que arrancavam da espada; e os homens de Judá eram quinhentos mil.    10Mas o coração de Davi o acusou depois de haver ele numerado o povo; e disse Davi ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém agora, ó Senhor, rogo-te que perdoes a iniqüidade do teu servo, porque tenho procedido mui nesciamente.    11Quando, pois, Davi se levantou pela manhã, veio a palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo:    12Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe qual delas queres que eu te faça.    13Veio, pois, Gade a Davi, e fez-lho saber dizendo-lhe: Queres que te venham sete anos de fome na tua terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, enquanto estes te perseguirem; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de dar àquele que me enviou.    14Respondeu Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.    15Então enviou o Senhor a peste sobre Israel, desde a manhã até o tempo determinado; e morreram do povo, desde Dã até Berseba, setenta mil homens.    16Ora, quando o anjo estendeu a mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta; retira agora a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.    17E, vendo Davi ao anjo que feria o povo, falou ao Senhor, dizendo: Eis que eu pequei, e procedi iniquamente; porém estas ovelhas, que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai.    18Naquele mesmo dia veio Gade a Davi, e lhe disse: Sobe, levanta ao Senhor um altar na eira de Araúna, o jebuseu:    19Subiu, pois, Davi, conforme a palavra de Gade, como o Senhor havia ordenado.    20E olhando Araúna, viu que vinham ter com ele o rei e os seus servos; saiu, pois, e inclinou-se diante do rei com o rosto em terra.    21Perguntou Araúna: Por que vem o rei meu senhor ao seu servo? Respondeu Davi: Para comprar de ti a eira, a fim de edificar nela um altar ao Senhor, para que a praga cesse de sobre o povo.    22Então disse Araúna a Davi: Tome e ofereça o rei meu senhor o que bem lhe parecer; eis aí os bois para o holocausto, e os trilhos e os aparelhos dos bois para lenha.    23Tudo isto, ó rei, Araúna te oferece. Disse mais Araúna ao rei: O Senhor teu Deus tome prazer em ti.    24Mas o rei disse a Araúna: Não! antes to comprarei pelo seu valor, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Comprou, pois, Davi a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata.    25E edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. Assim o Senhor se tornou propício para com a terra, e cessou aquela praga de sobre Israel.   

1 Kings

Chapter 1

1Ora, o rei Davi era já velho, de idade mui avançada; e por mais que o cobrissem de roupas não se aquecia.    2Disseram-lhe, pois, os seus servos: Busque-se para o rei meu senhor uma jovem donzela, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e durma no seu seio, para que o rei meu senhor se aqueça.    3Assim buscaram por todos os termos de Israel uma jovem formosa; e acharam Abisague, a sunamita, e a trouxeram ao rei.    4Era a jovem sobremaneira formosa; e cuidava do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu.    5Então Adonias, filho de Hagite, se exaltou e disse: Eu reinarei. E preparou para si carros e cavaleiros, e cinqüenta homens que corressem adiante dele.    6Ora, nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? Além disso, era ele muito formoso de parecer; e era mais moço do que Absalão.    7E teve entendimento com Joabe, filho de Zeruia, e com o sacerdote Abiatar, os quais aderiram a ele e o ajudavam.    8Mas Zadoque, o sacerdote, e Benaías, filho de Jeoiada, e Natã, o profeta, e Simei, e Rei, e os valentes que Davi tinha, não eram por Adonias.    9Adonias matou ovelhas, bois e animais cevados, junto à pedra de Zoelete, que está perto de En-Rogel; e convidou a todos os seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os homens de Judá, servos do rei;    10porém a Natã, o profeta, e a Benaías, e aos valentes, e a Salomão, seu irmão, não os convidou.    11Então falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias, filho de Hagite, reina? e que nosso senhor Davi não o sabe?    12Vem, pois, agora e deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua vida, e a de teu filho Salomão.    13Vai à presença do rei Davi, e dize-lhe: Não juraste, ó rei meu senhor, à tua serva, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e se assentará no meu trono? Por que, pois, reina Adonias?    14Eis que, estando tu ainda a falar com o rei, eu também entrarei depois de ti, e confirmarei as tuas palavras.    15Foi, pois, Bate-Seba à presença do rei na sua câmara. Ele era mui velho; e Abisague, a sunamita, o servia.    16Bate-Seba inclinou a cabeça, e se prostrou perante o rei. Então o rei lhe perguntou: Que queres?    17Respondeu-lhe ela: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo Senhor teu Deus, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e se assentará no meu trono.    18E agora eis que Adonias reina; e tu, ó rei meu senhor, não o sabes.    19Ele matou bois, animais cevados e ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, general do exército; mas a teu servo Salomão não o convidou.    20Mas, ó rei meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti, para que lhes declares quem há de assentar-se no teu trono depois de ti.    21Doutro modo sucederá que, quando o rei meu senhor dormir com seus pais, eu e Salomão meu filho seremos tidos por ofensores.    22Enquanto ela ainda falava com o rei, eis que chegou o profeta Natã.    23E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. Entrou Natã à presença do rei, inclinou-se perante ele com o rosto em terra,    24e disse: ç rei meu senhor, acaso disseste: Adonias reinará depois de mim, e se assentará no meu trono?    25Pois ele hoje desceu, e matou bois, animais cevados e ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e aos chefes do exército, e ao sacerdote Abiatar; e eis que comem e bebem perante ele, e dizem: Viva o rei Adonias!    26Porém a mim teu servo, e ao sacerdote Zadoque, e a Benaías, filho de Jeoiada, e ao teu servo Salomão, não convidou.    27Foi feito isso da parte do rei meu senhor? e não fizeste saber a teu servo quem havia de assentar-se no teu trono depois de ti?    28Respondeu o rei Davi: Chamai-me a Bate-Seba. E ela entrou à presença do rei, e ficou de pé diante dele.    29Então o rei jurou, dizendo: Vive o Senhor, o qual remiu a minha alma de toda a angústia,    30que, assim como te jurei pelo Senhor Deus de Israel, dizendo: Teu filho Salomão há de reinar depois de mim, e ele se assentará no meu trono, em meu lugar; assim mesmo o cumprirei hoje.    31Então Bate-Seba, inclinando-se com o rosto em terra perante o rei, fez-lhe reverência e disse: Viva para sempre o rei Davi meu senhor!    32Depois disse o rei Davi: Chamai-me a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaías, filho de Jeoiada. E estes entraram à presença do rei.    33E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor, fazei montar meu filho Salomão na minha mula, e levai-o a Giom.    34E Zadoque, o sacerdote, com Natã, o profeta, ali o ungirão rei sobre Israel. E tocareis a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão!    35Então subireis após ele, e ele virá e se assentará no meu trono; pois reinará em meu lugar, porquanto o tenho designado para ser príncipe sobre Israel e sobre Judá.    36Ao que Benaías, filho de Jeoiada, respondeu ao rei, dizendo: Amém; assim o diga também o Senhor Deus do rei meu senhor.    37Como o Senhor foi com o rei meu senhor, assim seja ele com Salomão, e faça que o seu trono seja maior do que o trono do rei Davi meu senhor.    38Pelo que desceram Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaías, filho de Jeoiada, e os quereteus, e os peleteus, e fizeram montar Salomão na mula que era do rei Davi, e o levaram a Giom.    39Então Zadoque, o sacerdote, tomou do tabernáculo o vaso do azeite e ungiu a Salomão. Então tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!    40E todo o povo subiu após ele, tocando flauta e alegrando-se sobremaneira, de modo que a terra retiniu com o seu clamor.    41Adonias e todos os convidados que estavam com ele o ouviram, ao acabarem de comer. E ouvindo Joabe o soar das trombetas, disse: Que quer dizer este alvoroço na cidade?    42Ele ainda estava falando, quando chegou Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote; e disse Adonias: Entra, porque és homem de bem, e trazes boas novas.    43Respondeu Jônatas a Adonias: Deveras! O rei Davi, nosso senhor, constituiu rei a Salomão.    44E o rei enviou com ele Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaías, filho de Jeoiada, os quereteus e os peleteus; e eles o fizeram montar na mula do rei.    45E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, ungiram-no rei em Giom; e dali subiram cheios de alegria, e a cidade está alvoroçada. Este é o clamor que ouvistes.    46E Salomão já está assentado no trono do reino.    47Além disso os servos do rei vieram abençoar o nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Faça teu Deus o nome de Salomão mais célebre do que o teu nome, e faça o seu trono maior do que o teu trono. E o rei se inclinou no leito.    48Também assim falou o rei: Bendito o Senhor Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu trono, e que os meus olhos o vissem.    49Então, tomados de pavor, levantaram-se todos os convidados que estavam com Adonias, e cada qual se foi seu caminho.    50Adonias, porém, temeu a Salomão e, levantando-se, foi apegar-se às pontas do altar.    51E foi dito a Salomão: Eis que Adonias teme ao rei Salomão; pois que se apegou às pontas do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não matará o seu servo à espada.    52Ao que disse Salomão: Se ele se houver como homem de bem, nem um só de seus cabelos cairá em terra; se, porém, se houver dolosamente, morrerá.    53Então o rei Salomão deu ordem, e tiraram Adonias do altar. E vindo ele, inclinou-se perante o rei Salomão, o qual lhe disse: Vai para tua casa.   

Chapter 2

1Ora, aproximando-se o dia da morte de Davi, deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo:    2Eu vou pelo caminho de toda a terra; sê forte, pois, e porta-te como homem.    3Guarda as ordenanças do Senhor teu Deus, andando nos seus caminhos, e observando os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus preceitos e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores,    4e para que o Senhor confirme a palavra que falou acerca de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem os seus caminhos, andando perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca te faltará sucessor ao trono de Israel.    5Tu sabes também o que me fez Joabe, filho de Zeruia, a saber, o que fez aos dois chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jeter, os quais ele matou, e em tempo de paz derramou o sangue de guerra, manchando com ele o cinto que tinha nos lombos, e os sapatos que trazia nos pés.    6Faze, pois, segundo a tua sabedoria, e não permitas que suas cãs desçam à sepultura em paz.    7Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa de benevolência, e estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim se houveram comigo, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.    8E eis que também contigo está Simei, filho de Gêra, benjamita, de Baurim, que me lançou atroz maldição, no dia em que eu ia a Maanaim; porém ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu lhe jurei pelo Senhor, dizendo: Não te matarei à espada.    9Agora, porém, não o tenhas por inocente; pois és homem sábio, e bem saberás o que lhe hás de fazer; farás com que as suas cãs desçam à sepultura com sangue.    10Depois Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.    11E foi o tempo que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou trinta e três anos.    12Salomão, pois, assentou-se no trono de Davi, seu pai; e o seu reino se fortificou sobremaneira.    13Então Adonias, filho de Hagite, veio a Bate-Seba, mãe de Salomão; e perguntou ela: De paz é a tua vinda? Respondeu ele: É de paz.    14E acrescentou: Uma palavra tenho que dizer-te. Respondeu ela: Fala.    15Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e que todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar; contudo o reino se transferiu e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo Senhor.    16Agora uma só coisa te peço; não ma recuses. Ela lhe disse: Fala.    17E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não to recusará) , que me dê por mulher a Abisague, a sunamita.    18Respondeu Bate-Seba: Pois bem; eu falarei por ti ao rei.    19Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão, para falar-lhe por Adonias. E o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela; então, assentando-se no seu trono, mandou que pusessem um trono para a rainha-mãe; e ela se assentou à sua direita.    20Então disse ela: Só uma pequena coisa te peço; não ma recuses. Respondeu-lhe o rei: Pede, minha mãe, porque não ta recusarei.    21E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, por mulher a teu irmão Adonias.    22Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E por que pedes Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu irmão mais velho); sim, para ele, e também para Abiatar, o sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.    23E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida.    24Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me estabeleceu casa, como tinha dito, que hoje será morto Adonias.    25E o rei Salomão deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual feriu a Adonias, de modo que morreu.    26Também a Abiatar, o sacerdete, disse o rei: Vai para Anatote, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje não te matarei, porquanto levaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porquanto participaste de todas as aflições de meu pai.    27Salomão, pois, expulsou Abiatar, para que não fosse sacerdote do Senhor, assim cumprindo a palavra que o Senhor tinha dito acerca da casa de Eli em Siló.    28Ora, veio esta notícia a Joabe (pois Joabe se desviara após Adonias, ainda que não se tinha desviado após Absalão) ; pelo que Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor, e apegou-se as pontas do altar.    29E disseram ao rei Salomão: Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor; e eis que está junto ao altar. Então Salomão enviou Benaías, filho de Jeoiada, dizendo: Vai, mata-o.    30Foi, pois, Benaías ao tabernáculo do Senhor, e disse a Joabe: Assim diz o rei: Sai daí. Respondeu Joabe: Não! porém aqui morrerei. E Benaías tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.    31Ao que lhe disse o rei: Faze como ele disse; mata-o, e sepulta-o, para que tires de sobre mim e de sobre a casa de meu pai o sangue que Joabe sem causa derramou.    32Assim o Senhor fará recair o sangue dele sobre a sua cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele, e os matou à espada, sem que meu pai Davi o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner, chefe do exército de Israel, e a Amasa, filho de Jeter, chefe do exército de Judá.    33Assim recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e sobre a cabeça da sua descendência para sempre; mas a Davi, e à sua descendência, e à sua casa, e ao seu trono, o Senhor dará paz para sempre.    34Então Benaías, filho de Jeoiada, subiu e, arremetendo contra Joabe, o matou. E foi sepultado em sua casa, no deserto.    35Em lugar dele o rei pôs a Benaías, filho de Jeoiada, sobre o exército; e a Zadoque, o sacerdote, pôs em lugar de Abiatar.    36Depois o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Edifica para ti uma casa em Jerusalém, habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra parte.    37E fica sabendo que, no dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, de certo hás de morrer. O teu sangue será sobre a tua cabeça.    38Respondeu Simei ao rei: Boa é essa palavra; como tem dito o rei meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias.    39Sucedeu porém que, ao cabo de três anos, dois servos de Simei fugiram para Aquis, filho de Maacá, rei de Gate. E deram parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.    40Então Simei se levantou, albardou o seu jumento e foi a Gate ter com Aquis, em busca dos seus servos; assim foi Simei, e os trouxe de Gate.    41Disseram a Salomão que Simei fora de Jerusalém a Gate, e já havia voltado.    42Então o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Não te conjurei pelo Senhor e não te protestei, dizendo: No dia em que saíres para qualquer parte, sabe de certo que hás de morrer? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi.    43Por que, então, não guardaste o juramento do Senhor, e a ordem que te dei?    44Disse-lhe mais: Bem sabes tu, e o teu coração reconhece toda a maldade que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o Senhor fará recair a tua maldade sobre a tua cabeça.    45Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi será confirmado perante o Senhor para sempre:    46E o rei deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual saiu, e feriu a Simei, de modo que morreu. Assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.   

Chapter 3

1Ora, Salomão aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por mulher a filha dele; e a trouxe à cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a casa do Senhor, e a muralha de Jerusalém em redor.    2Entretanto o povo oferecia sacrifícios sobre os altos, porque até aqueles dias ainda não se havia edificado casa ao nome do Senhor.    3E Salomão amava ao Senhor, andando nos estatutos de Davi, seu pai; exceto que nos altos oferecia sacrifícios e queimava incenso.    4Foi, pois, o rei a Gibeão para oferecer sacrifícios ali, porque aquele era o principal dentre os altos; mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar.    5Em Gibeão apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos, e disse-lhe: Pede o que queres que eu te dê.    6Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu servo Dai, meu pai, porquanto ele andou diante de ti em verdade, em justiça, e em retidão de coração para contigo; e guardaste-lhe esta grande benevolência, e lhe deste um filho, que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia.    7Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai. E eu sou apenas um menino pequeno; nao sei como sair, nem como entrar.    8Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão.    9Dá, pois, a teu servo um coração entendido para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem poderia julgar a este teu tão grande povo?    10E pareceu bem aos olhos do Senhor o ter Salomão pedido tal coisa.    11Pelo que Deus lhe disse: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos, mas pediste entendimento para discernires o que é justo,    12eis que faço segundo as tuas palavras. Eis que te dou um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual não se levantará.    13Também te dou o que não pediste, assim riquezas como glória; de modo que não haverá teu igual entre os reis, por todos os teus dias.    14E ainda, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi,    15Então Salomão acordou, e eis que era sonho. E, voltando ele a Jerusalém, pôs-se diante da arca do pacto do Senhor, sacrificou holocaustos e preparou sacrifícios pacíficos, e deu um banquete a todos os seus servos.    16Então vieram duas mulheres prostitutas ter com o rei, e se puseram diante dele.    17E disse-lhe uma das mulheres: Ah, meu senhor! eu e esta mulher moramos na mesma casa; e tive um filho, estando com ela naquela casa.    18E sucedeu que, no terceiro dia depois de meu parto, também esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma pessoa estranha estava conosco na casa; somente nós duas estávamos ali.    19Ora, durante a noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.    20E ela se levantou no decorrer da noite, tirou do meu lado o meu filho, enquanto a tua serva dormia, e o deitou no seu seio, e a seu filho morto deitou-o no meu seio.    21Quando me levantei pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando eu para ele à luz do dia, eis que não era o filho que me nascera.    22Então disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto. Replicou a primeira: Não; o morto é teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.    23Então disse o rei: Esta diz : Este que vive é meu filho, e teu filho o morto; e esta outra diz: Não; o morto é teu filho, e meu filho o vivo.    24Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante dele.    25E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo, e dai a metade a uma, e metade a outra.    26Mas a mulher cujo filho er suas entranhas se lhe enterneceram por seu filho), e disse: Ah, meu senhor! dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis. A outra, porém, disse: Não será meu, nem teu; dividi-o.    27Respondeu, então, o rei: Dai à primeira o menino vivo, e de modo nenhum o mateis; ela é sua mãe.    28E todo o Israel ouviu a sentença que o rei proferira, e temeu ao rei; porque viu que havia nele a sabedoria de Deus para fazer justiça.   

Chapter 4

1Assim foi Salomão rei sobre todo o Israel.    2E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, era sacerdote;    3Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Jeosafá, filho de Ailude, cronista;    4Benaías, filho de Jeoiada, estava sobre o exército; Zadoque e Abiatar eram sacerdotes;    5Azarias, filho de Natã, estava sobre os intendentes; Zabude, filho de Natã, era o oficial-mor, amigo do rei;    6Aisar, o mordomo; e Adonirão, filho de Abda, estava sobre a gente de trabalhos forçados.    7Salomão tinha doze intendentes sobre todo o Israel, que proviam de mantimentos ao rei e à sua casa; e cada um tinha que prover mantimentos para um mês no ano.    8São estes os seus nomes: Bene-Hur, na região montanhosa de Efraim.    9Bene-Dequer, em Macaz, Saalabim, Bete-Semes e Elom-Bete-Hanã;    10Bene-Hesede, em Arubote; também este tinha Socó e toda a terra de Jefer;    11Bene-Abinadabe, em toda a região alta de Dor; tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher;    12Baaná, filho de Ailude, em Taanaque e Megido, e em toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jizreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá, para além de Jocmeão;    13o filho de Geber, em Ramote-Gileade; tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha a região de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de bronze:    14Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim;    15Aimaaz, em Naftali; também este tomou a Basemate, filha de Salomão, por mulher;    16Baaná, filho de Hasai, em Aser e em Alote;    17Jeosafá, filho de Paruá, em Issacar;    18Simei, filho de Elá, em Benjamim;    19Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Siom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; havia um só intendente naquela terra.    20Eram, pois, os de Judá e Israel numerosos, como a areia que está à beira do mar; e, comendo e bebendo, se alegravam.    21E dominava Salomão sobre todos os reinos, desde o rio até a terra dos filisteus e até o termo do Egito; eles pagavam tributo, e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.    22O provimento diário de Salomão era de trinta coros de flor de farinha, e sessenta coros e farinha;    23dez bois cevados, vinte bois de pasto e cem ovelhas, afora os veados, gazelas, cabras montesas e aves cevadas.    24Pois dominava ele sobre toda a região e sobre todos os reis daquém do rio, desde Tifsa até Gaza; e tinha paz por todos os lados em redor.    25Judá e Israel habitavam seguros, desde Dã até Berseba, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, por todos os dias de Salomão.    26Salomão tinha também quarenta mil manjedouras para os cavalos dos seus carros, e doze mil cavaleiros.    27Aqueles intendentes, pois, cada um no seu mês, proviam de mantimentos o rei Salomão e todos quantos se chegavam à sua mesa; coisa nenhuma deixavam faltar.    28Também traziam, cada um segundo seu cargo, a cevada e a palha para os cavalos e os ginetes, para o lugar em que estivessem.    29Ora, Deus deu a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e conhecimentos multiplos, como a areia que está na praia do mar.    30A sabedoria de Salomão era maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.    31Era ele ainda mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, o ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e a sua fama correu por todas as nações em redor.    32Proferiu ele três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.    33Dissertou a respeito das árvores, desde o cedro que está no Líbano até o hissopo que brota da parede; também dissertou sobre os animais, as aves, os répteis e os peixes.    34De todos os povos vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão, e da parte de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.   

Chapter 5

1Hirão, rei de Tiro, enviou os seus servos a Salomão, quando ouviu que o haviam ungido rei em lugar de seu pai; porquanto Hirão fora sempre muito amigo de Davi.    2Salomão, pois, mandou dizer a Hirão.    3Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome do Senhor seu Deus, por causa das guerras com que o cercaram, até que o Senhor lhe pôs os inimigos debaixo dos seus pés.    4Agora, porém, o Senhor meu Deus me tem dado descanso de todos os lados: adversário não há, nem calamidade alguma.    5Pretendo, pois, edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, como falou o senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono, ele edificará uma casa ao meu nome.    6Portanto, dá ordem agora que do Líbano me cortem cedros; os meus servos estarão com os teus servos; eu te pagarei o salário dos teus servos, conforme tudo o que disseres; porque tu sabes que entre nós ninguém há que saiba cortar madeira como os sidônios.    7Quando Hirão ouviu as palavras de Salomão, muito se alegrou, e disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filho sábio sobre este tão grande povo.    8E Hirão mandou dizer a Salomão: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei tudo quanto desejas acerca das madeiras de cedro e de cipreste.    9Os meus servos as levarão do Líbano até o mar, e farei conduzi-las em jangadas pelo mar até o lugar que me designares; ali as desamarrarei, e tu as receberás; também farás o meu desejo, dando sustento à minha casa.    10Assim dava Hirão a Salomão madeira de cedro e madeira de cipreste, conforme todo o seu desejo.    11E Salomão dava a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte , coros de azeite batido; isso fazia anualmente.    12Deu, pois, o Senhor a Salomão sabedoria, como lhe tinha prometido. E houve paz entre Hirão e Salomão; e fizeram aliança entre si.    13Também e rei Salomão fez, dentre todo o Israel, uma leva de gente para trabalho forçado; e a leva se compunha de trinta mil homens.    14E os enviava ao Líbano por turnos, cada mês dez mil; um mês estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa; e Adonirão estava sobre a leva.    15Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que talhavam pedras nas montanhas,    16afora os mestres de obra que estavam sobre aquele serviço, três mil e trezentes, os quais davam as ordens aos trabalhadores.    17Por ordem do rei eles cortaram grandes pedras, de grande preço, para fundarem a casa em pedras lavradas.    18Lavraram-nas, pois, os edificadores de Salomão, e os de Hirão, e os gebalitas, e prepararam as madeiras e as pedras para edificar a casa.   

Chapter 6

1Sucedeu, pois, que no ano quatrocentos e oitenta depois de saírem os filhos de Israel da terra do Egito, no quarto ano do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive, que é o segundo mês, começou-se a edificar a casa do Senhor.    2Ora, a casa que e rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados de comprimento, vinte côvados de largura, e trinta côvados de altura.    3E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura.    4E fez para a casa janelas de gelósias fixas.    5Edificou andares em torno da casa, contra a parede, tanto do templo como do oráculo, fazendo assim câmaras laterais ao seu redor.    6A câmara de baixo era de cinco côvados, a do meio de seis côvados, e a terceira de sete côvados de largura. E do lado de fora, ao redor da casa, fez pilastras de reforço, para que as vigas não se apoiassem nas paredes da casa.    7E edificava-se a casa com pedras lavradas na pedreira; de maneira que nem martelo, nem machado, nem qualquer outro instrumento de ferro se ouviu na casa enquanto estava sendo edificada.    8A porta para as câmaras laterais do meio estava à banda direita da casa; e por escadas espirais subia-se ao andar do meio, e deste ao terceiro.    9Assim, pois, edificou a casa, e a acabou, cobrindo-a com traves e pranchas de cedro.    10Também edificou os andares, contra toda a casa, de cinco côvados de altura, e os ligou à casa com madeira de cedro.    11Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:    12Quanto a esta casa que tu estás edificando, se andares nos meus estatutos, e executares os meus preceitos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, que falei a Davi, teu pai;    13e habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel.    14Salomão, pois, edificou aquela casa, e a acabou.    15Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de cedro; desde o soalho da casa até e teto, tudo cobriu com madeira por dentro; e cobriu o soalho da casa com tábuas de cipreste.    16A vinte côvados do fundo da casa fez de tábuas de cedro uma divisão, de altura igual à do teto; e por dentro a preparou para o oráculo, isto é, para a lugar santíssimo.    17E era a casa, isto é, o templo fronteiro ao oráculo, de quarenta côvados de comprido.    18O cedro da casa por dentro era lavrado de botões e flores abertas; tudo era cedro; pedra nenhuma se via.    19No meio da casa, na parte mais interior, preparou o oráculo, para pôr ali a arca do pacto do Senhor.    20E o oráculo era, por dentro, de vinte côvados de comprimento, vinte de largura e vinte de altura; e o cobriu de ouro puro. Também cobriu de cedro o altar.    21Salomão, pois, cobriu a casa por dentro de ouro puro; e estendeu cadeias de ouro diante do oráculo, que cobriu também de ouro.    22Assim cobriu inteiramente de ouro a casa toda; também cobriu de ouro todo oe altar doe oráculo.    23No oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um com dez côvados de altura.    24Uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a outra de cinco côvados; dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até a extremidade da outra.    25Assim era também o outro querubim; ambos os querubins eram da mesma medida e do mesmo talho.    26Um querubim tinha dez côvados de altura, e assim também o outro.    27E pôs os querubins na parte mais interior da casa. As asas dos querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa parede, e a do outro na outra parede, e as suas asas no meio da casa tocavam uma na outra.    28Também cobriu de ouro os querubins.    29Quanto a todas as paredes da casa em redor, entalhou-as de querubins, de palmas e de palmas abertas, tanto na parte mais interior como na mais exterior.    30Também cobriu de ouro o soalho da casa, de uma e de outra parte.    31E para a entrada do oráculo fez portas de madeira de oliveira; a verga com os umbrais faziam a quinta parte da parede.    32Assim fez as duas portas de madeira de oliveira; e entalhou-as de querubins, de palmas e de flores abertas, que cobriu de ouro também estendeu ouro sobre os querubins e sobre as palmas.    33Assim também fez para a porta do templo umbrais de madeira de oliveira, que constituíam a quarta parte da parede;    34E eram as duas partes de madeira de cipreste; e as duas folhas duma porta eram dobradiças, como também as duas folhas da outra porta.    35E as lavrou de querubins, de palmas e de flores abertas; e as cobriu de ouro acomodado ao lavor.    36Também edificou o átrio interior de três ordens de pedras lavradas e de uma ordem de vigas de cedro.    37No quarto ano se pôs o fundamento da casa do Senhor, no mês de zive.    38E no undécimo ano, no mês de bul, que é o oitavo mês, se acabou esta casa com todas as suas dependências, e com tudo o que lhe convinha. Assim levou sete anos para edificá-la.   

Chapter 7

1Salomão edificou também a sua casa, levando treze anos para acabá-la.    2Edificou ainda a casa do bosque de Líbano, de cem côvados de comprimento, cinqüenta de largura e trinta de altura, sobre quatro ordens de colunas de cedros, e vigas de cedro sobre as colunas.    3E por cima estava coberta de cedro sobre as câmaras, que estavam sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem.    4E havia três ordens de janelas, e uma janela estava defronte da outra janela, em três fileiras.    5Todas as portas e esquadrias eram quadradas; e uma janela estava defronte da outra, em três fileiras.    6Depois fez um pórtico de colunas, de cinqüenta côvados de comprimento e trinta de largura; e defronte dele outro pórtico, com suas respectivas colunas e degraus.    7Também fez o pórtico para o trono onde julgava, isto é, o pórtico do juízo, o qual era coberto de cedro desde o soalho até o teto.    8E em sua casa, em que morava, havia outro átrio por dentro do pórtico, de obra semelhante à deste; também para a filha de Faraó, que ele tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico.    9Todas estas casas eram de pedras de grande preço, cortadas sob medida, tendo as suas faces por dentro e por fora serradas à serra; e isto desde o fundamento até as beiras do teto, e por fora até o grande átrio.    10Os fundamentos eram de pedras de grande preço, pedras grandes, de dez e de oito côvados,    11e por cima delas havia pedras de grande preço, lavradas sob medida, e madeira de cedro.    12O átrio grande tinha em redor três ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o átrio interior da casa do Senhor e o pórtico da casa.    13O rei Salomão mandou trazer de Tiro a Hirão.    14Era ele filho de uma viúva, da tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de Tiro, que trabalhava em bronze; ele era cheio de sabedoria, de entendimento e de ciência para fazer toda sorte de obras de bronze. Este veio ter com o rei Salomão, e executou todas as suas obras.    15Formou as duas colunas de bronze; a altura de cada coluna era de dezoito côvados; e um fio de doze côvados era a medida da circunferência de cada uma das colunas;    16também fez dois capitéis de bronze fundido para pôr sobre o alto das colunas; de cinco côvados era a altura dum capitel, e de cinco côvados também a altura do outro.    17Havia redes de malha, e grinaldas entrelaçadas, para os capitéis que estavam sobre o alto das colunas: sete para um capitel e sete para o outro.    18Assim fez as colunas; e havia duas fileiras de romãs em redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre o alto das colunas; assim fez com um e outro capitel.    19Os capitéis que estavam sobre o alto das colunas, no pórtico, figuravam lírios, e eram de quatro covados.    20Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também justamente em cima do bojo que estava junto à rede; e havia duzentas romãs, em fileiras em redor, sobre um e outro capitel.    21Depois levantou as colunas no pórtico do templo; levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a caluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.    22Sobre o alto das colunas estava a obra de lírios. E assim se acabou a obra das colunas.    23Fez também o mar de fundição; era redondo e media dez côvados duma borda à outra, cinco côvados de altura e trinta de circunferência.    24Por baixo da sua borda em redor havia betões que o cingiam, dez em cada côvado, cercando aquele mar em redor; duas eram as fileiras destes botões, fundidas juntamente com o mar.    25E firmava-se sobre doze bois, três dos quais olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente; e o mar descansava sobre eles, e as partes posteriores deles estavam para a banda de dentro.    26A sua grossura era de três polegadas, e a borda era como a de um copo, como flor de lírio; ele levava dois mil batos.    27Fez também as dez bases de bronze; cada uma tinha quatro côvados de comprimento, quatro de largura e três de altura.    28E a estrutura das bases era esta: tinham elas almofadas, as quais estavam entre as junturas;    29e sobre as almofadas que estavam entre as junturas havia leões, bois, e querubins, bem como os havia sobre as junturas em cima; e debaixo dos leões e dos bois havia grinaldas pendentes.    30Cada base tinha quatro rodas de bronze, e eixos de bronze; e os seus quatro cantos tinham suportes; debaixo da pia estavam estes suportes de fundição, tendo eles grinaldas de cada lado.    31A sua boca, dentro da coroa, e em cima, era de um côvado; e era redonda segundo a obra dum pedestal, de côvado e meio; e também sobre a sua boca havia entalhes, e as suas almofadas eram quadradas, não redondas.    32As quatro rodas estavam debaixo das almofadas, e os seus eixos estavam na base; e era a altura de cada roda de côvado e meio.    33O feitio das rodas era como o de uma roda de carro; seus eixos, suas cambas, seus raios e seus cubos, todos eram fundidos.    34Havia quatro suportes aos quatro cantos de cada base, os quais faziam parte da própria base.    35No alto de cada base havia um cinto redondo, de meio côvado de altura; também sobre o topo de cada base havia esteios e almofadas que faziam parte dela.    36E nas placas dos seus esteios e nas suas almofadas lavrou querubins, leões e palmas, segundo o espaço que havia em cada uma, com grinaldas em redor.    37Deste modo fez as dez bases: todas com a mesma fundição, a mesma medida e o mesmo entalhe.    38Também fez dez pias de bronze; em cada uma cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro côvados; e cada uma delas estava sobre uma das dez bases.    39E pôs cinco bases à direita da casa, e cinco à esquerda; porém o mar pôs ao lado direito da casa para a banda do oriente, na direção do sul.    40Hirão fez também as caldeiras, as pás e as bacias; assim acabou de fazer toda a obra que executou para o rei Salomão, para a casa do Senhor,    41a saber: as duas colunas, os globos dos capitéis que estavam sobre o alto das colunas, e as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam sobre o alto das colunas,    42e as quatrocentas romãs para as duas redes, a saber, duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas;    43as dez bases, e as dez pias sobre as bases;    44o mar, e os doze bois debaixo do mesmo;    45as caldeiras, as pás e as bacias; todos estes objetos que Hirão fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor, eram de bronze polido.    46O rei os fez fundir na planície do Jordão, num terreno argiloso que havia entre Sucote e Zaretã.    47E Salomão deixou de pesar esses objetos devido ao seu excessivo número; não se averiguou o peso do bronze.    48Também fez Salomão todos os utensílios para a casa do Senhor: o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição;    49os castiçais, cinco à direita e cinco esquerda, diante do oráculo, de ouro puro; as flores, as lâmpadas e as tenazes, também de ouro;    50e as taças, as espevitadeiras, as bacias, as colheres e os braseiros, de ouro puro; e os gonzos para as portas da casa interior, para o lugar santíssimo, e os das portas da casa, isto é, do templo, também de ouro.    51Assim se acabou toda a obra que o rei Salomão fez para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha consagrado, a saber, a prata, o ouro e os vasos; e os depositou nos tesouros da casa do senhor.   

Chapter 8

1Então congregou Salomão diante de si em Jerusalém os anciãos de Israel, e todos os cabeças das tribos, os chefes das casas paternas, dentre os filhos de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que é Sião, a arca do pacto do Senhor:    2De maneira que todos os homens de Israel se congregaram ao rei Salomão, na ocasião da festa, no mês de etanim, que é o sétimo mes.    3E tendo chegado todos os anciãos de Israel, os sacerdotes alçaram a arca;    4e trouxeram para cima a arca do Senhor, e a tenda da revelação, juntamente com todos os utensílios sagrados que havia na tenda; foram os sacerdotes e os levitas que os trouxeram para cima.    5E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se ajuntara diante dele, estavam diante da arca, imolando ovelhas e bois, os quais não se podiam contar nem numerar, pela sua multidão.    6E os sacerdotes introduziram a arca do pacto do Senhor no seu lugar, no oráculo da casa, no lugar santíssimo, debaixo das asas dos querubins.    7Pois os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca, e cobriam por cima a arca e os seus varais.    8Os varais sobressaíam tanto que as suas pontas se viam desde o santuário diante do oráculo, porém de fora não se viam; e ali estão até o dia de hoje.    9Nada havia na arca, senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera, junto a Horebe, quando o Senhor, fez u pacto com os filhos de Israel, ao sairem eles da terra do Egito.    10E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor;    11de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé para ministrarem, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor.    12Então falou Salomão: O Senhor disse que habitaria na escuridão.    13Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação.    14Então o rei virou o rosto, e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação ficou em pe.    15E disse Salomão: Bendito seja e Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai, e pela sua mão cumpriu a palavra que disse:    16Desde o dia em que eu tirei do Egito o meu povo Israel, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel para se edificar ali uma casa em que estivesse o meu nome; porém escolhi a Davi, para que presidisse sobre o meu povo Israel.    17Ora, Davi, meu pai, propusera em seu coração edificar uma casa ao nome de Senhor, Deus de Israel.    18Mas o Senhor disse a Davi, meu pai: Quanto ao teres proposto no teu coração o edificar casa ao meu nome, bem fizeste em o propor no teu coração.    19Todavia, tu não edificarás a casa; porém teu filho, que sair de teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome.    20E o Senhor cumpriu a palavra que falou; porque me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como falou o Senhor, e edifiquei uma casa, ao nome do Senhor, Deus de Israel.    21E ali constituí lugar para a arca em que está o pacto do Senhor, que ele fez com nossos pais quando os tirou da terra de Egito.    22Depois Salomão se pôs diante do altar do Senhor, em frente de toda a congregação de Israel e, estendendo as mãos para os céus,    23disse: ç Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima no céu nem em baixo na terra, que guardas o pacto e a benevolência para com os teus servos que andam diante de ti com inteireza de coração;    24que cumpriste com teu servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste; porque com a tua boca o disseste, e com a tua mão o cumpriste, como neste dia se vê.    25Agora, pois, ó Senhor, Deus de Israel, faz a teu servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste ao dizeres: Não te faltará diante de mim sucessor, que se assente no trono de Israel; contanto que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante e mim como tu andaste.    26Agora também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra, que disseste a teu servo Davi, meu pai.    27Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o céu, e até o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei!    28Contudo atende à oração de teu servo, e à sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti;    29para que os teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer, voltado para este lugar.    30Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem voltados para este lugar. Sim, ouve tu do lugar da tua habitação no céu; ouve, e perdoa.    31Se alguém pecar contra o seu próximo e lhe for exigido que jure, e ele vier jurar diante do teu altar nesta casa,    32ouve então do céu, age, e julga os teus servos; condena ao culpado, fazendo recair sobre a sua cabeça e seu proceder, e justifica ao reto, retribuindo-lhe segundo a sua retidão.    33Quando o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo, por ter pecado contra ti; se eles voltarem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem e fizerem súplicas a ti nesta casa,    34ouve então do céu, e perdoa a pecado do teu povo Israel, e torna a levá-lo à terra que deste a seus pais.    35Quando o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,    36ouve então do céu, e perdoa o pecado dos teus servos e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que devem andar; e envia chuva sobre a tua terra que deste ao teu povo em herança.    37Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se o seu inimigo os cercar na terra das suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver;    38toda oração, toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as suas mãos para esta casa,    39ouve então do céu, lugar da tua habitação, perdoa, e age, retribuindo a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens);    40para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.    41Também quando o estrangeiro, que não é do teu povo Israel, vier de terras remotas por amor do teu nome    42(porque ouvirão do teu grande nome, e da tua forte mão, e do teu braço estendido), quando vier orar voltado para esta casa,    43ouve do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei.    44Quando o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem ao Senhor, voltados para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,    45ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa.    46Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para a terra inimiga, longínqua ou próxima;    47se na terra aonde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos e procedemos perversamente, cometemos iniqüidade;    48se voltarem a ti de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra de seus inimigos que os tenham levado em cativeiro, e orarem a ti, voltados para a sua terra, que deste a seus pais, para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,    49ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa;    50perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti, perdoa todas as transgressões que houverem cometido contra ti, e dá-lhes alcançar misericórdia da parte dos que os levarem cativos, para que se compadeçam deles;    51porque são o teu povo e a tua herança, que tiraste da terra do Egito, do meio da fornalha de ferro.    52Estejam abertos os teus olhos à súplica do teu servo e à súplica do teu povo Israel, a fim de os ouvires sempre que clamarem a ti.    53Pois tu, ó Senhor Jeová, os separaste dentre todos os povos da terra, para serem a tua herança como falaste por intermédio de Moisés, teu servo, quando tiraste do Egito nossos pais.    54Sucedeu pois que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para o céu, se levantou de diante do altar do Senhor,    55pôs-se em pé, e abençoou em alta voz a toda a congregação de Israel, dizendo:    56Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse; não falhou nem sequer uma de todas as boas palavras que falou por intermédio de Moisés, seu servo.    57O Senhor nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais; não nos deixe, nem nos abandone;    58mas incline a si os nossos corações, a fim de andarmos em todos os seus caminhos, e guardarmos os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus preceitos, que ordenou a nossos pais.    59E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o Senhor, estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que defenda ele a causa do seu servo e a causa do seu povo Israel, como cada dia o exigir,    60para que todos os povos da terra, saibam que o Senhor é Deus, e que não há outro.    61E seja o vosso coração perfeito para com o Senhor nosso Deus, para andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus mandamentos, como hoje o fazeis.    62Então o rei e todo o Israel com ele ofereceram sacrifícios perante o Senhor.    63Ora, Salomão deu, para o sacrifício pacífico que ofereceu ao Senhor, vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor.    64No mesmo dia o rei santificou o meio do átrio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali ofereceu o holocausto, a oferta de cereais e a gordura das ofertas pacíficas, porque o altar de bronze que está diante do Senhor era muito pequeno para nele caberem o holocausto, a oferta de cereais, e a gordura das ofertas pacíficas.    65No mesmo tempo celebrou Salomão a festa, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, vinda desde a entrada de Hamate e desde o rio do Egito, perante a face do Senhor nosso Deus, por sete dias, e mais sete dias (catorze dias ao todo).    66E no oitavo dia despediu o povo, e todos bendisseram ao rei; então se foram às suas tendas, alegres e de coração contente, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Davi seu servo, e a Israel seu povo.   

Chapter 9

1Sucedera pois que, tendo Salomão acabado de edificar a casa do Senhor, e a casa do rei, e tudo quanto lhe aprouve fazer,    2apareceu-lhe o Senhor segunda vez, como lhe tinha aparecido em Gibeão.    3E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica, que fizeste perante mim; santifiquei esta casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.    4Ora, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com eqüidade, fazendo conforme tudo o que te ordenei, e guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,    5então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como prometi a teu pai Davi, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de Israel.    6Se, porém, vós e vossos filhos de qualquer maneira vos desviardes e nao me seguirdes, nem guadardardes os meus mandamentos e os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, curvando-vos perante eles,    7então exterminarei a Israel da terra que lhe dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por provérbio e motejo entre todos os povos.    8E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará e assobiará, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa?    9E lhe responderão: E porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da terra do Egito a seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e perante eles se encurvaram, e os serviram; por isso o Senhor trouxe sobre eles todo este mal.    10Ao fim dos vinte anos em que Salomão edificara as duas casas, a casa do Senhor e a casa do rei,    11como Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de cipreste, e ouro segundo todo o seu desejo, deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra da Galiléia.    12Hirão, pois, saiu de Tiro para ver as cidades que Salomão lhe dera; porém não lhe agradaram.    13Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? De sorte que são chamadas até hoje terra de Cabul.    14Hirão enviara ao rei cento e vinte talentos de ouro.    15A razão da leva de gente para trabalho forçado que o rei Salomão fez é esta: edificar a casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também Hazor, e Megido, e Gezer.    16Pois Faraó, rei do Egito, tendo subido, tomara a Gezer e a queimara a fogo, e matando os cananeus que moravam na cidade, dera-a em dote a sua filha, mulher de Salomão.    17Salomão edificou Gezer, Bete-Horom a baixa,    18Baalate, Tamar no deserto daquela terra,    19como também todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, as cidades dos carros as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis edificar em Jerusalém, no Líbano, e em toda a terra de seu domínio.    20Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus, que não eram dos filhos de Israel,    21a seus filhos, que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão lhes impôs tributo de trabalho forçado, até hoje.    22Mas dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum; porém eram homens de guerra, e seus servos, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.    23Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra.    24Subiu, porém, a filha de Faraó da cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edificara; então ele edificou Milo.    25E Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e ofertas pacíficas sobre a altar que edificara ao Senhor, queimando com eles incenso sobre o altar que estava perante o Senhor, depois que acabou de edificar a casa.    26Também o rei Salomão fez uma frota em Eziom-Geber, que está junto a Elote, na praia do Mar Vermelho, na terra de Edom.    27Hirão mandou com aquela frota, em companhia dos servos de Salomão, os seus próprios servos, marinheiros que conheciam o mar;    28os quais foram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão.   

Chapter 10

1Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão, no que concerne ao nome do Senhor, veio prová-lo por enigmas.    2E chegou a Jerusalém com uma grande comitiva, com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e, tendo-se apresentado a Salomão, conversou com ele acerca de tudo o que tinha ne coração.    3E Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas; não houve nada que o rei não lhe soubesse explicar.    4Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, a casa que edificara,    5as iguarias da sua mesa, o assentar dos seus oficiais, as funções e os trajes dos seus servos, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou estupefata,    6e disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra, acerca des teus feitos e da tua sabedoria.    7Contudo eu não o acreditava, até que vim e os meus olhos o viram. Eis que não me disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi.    8Bem-aventurados os teus homens! Bem-aventuradas estes teus servos, que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria!    9Bendito seja o Senhor teu Deus, que se agradou de ti e te colocou no trono de Israel! Porquanto o Senhor amou Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para executares juízo e justiça.    10E deu ela ao rei cento e vinte talentos de ouro, especiarias em grande quantidade e pedras preciosas; nunca mais apareceu tamanha abundância de especiarias como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.    11Também a frota de Hirão, que de Ofir trazia ouro, trouxe dali madeira de almugue em quantidade, e pedras preciosas.    12Desta madeira de almugue fez e rei balaústres para a casa do Senhor, e para a casa de rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; não se trouxe nem se viu mais tal madeira de almugue, até o dia de hoje.    13E o rei salomão deu à rainha de Sabà tudo o que ela desejou, tudo quanto pediu, além de que lhe dera espontaneamente, da sua munificência real. Então voltou e foi para a sua terra, ela e os seus servos.    14Ora, o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro,    15além do que vinha dos vendedores ambulantes, e do tráfico dos negociantes, e de todos as reis da Arábia, e dos governadores do país.    16Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; de seiscentos siclos de ouro mandou fazer cada pavês;    17do mesmo modo fez também trezentos escudos de ouro batido; de três minas de auro mandou fazer cada escudo. Então e rei os pôs na casa do bosque de Líbano.    18Fez mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro puríssimo.    19Tinha o trono seis degraus, e o alto do trono era redondo pelo espaldar; de ambos os lados tinha braços junto ao assento, e dois leões em pé junto aos braços.    20E sobre os seis degraus havia doze leões de ambos os lados; outro tal não se fizera em reino algum.    21Também todos os vasos de beber de rei Salomão eram de ouro, e todos os vasos da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia nenhum de prata, porque nos dias de Salomão a prata não tinha estimação alguma.    22Porque o rei tinha no mar uma frota de Társis, com a de Hirão; de três em três anos a frota de Társis voltava, trazendo ouro e prata, marfim, bugios e pavões.    23Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria.    24E toda a terra buscava a presença de Salomão para ouvir a sabedoria que Deus lhe tinha posto no coração.    25Cada um trazia seu presente, vasos de prata, vasos de ouro, vestidos, armaduras, especiarias, cavalos e mulas; isso faziam cada ano.    26Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, e os distribuiu pelas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém.    27E o rei tornou a prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância como os sicômoros que há pelas campinas.    28Os cavalos que Salomão tinha eram trazidos do Egito e de Coa; os mercadores do rei os recebiam de Coa por preço determinado.    29E subia e saía um carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e um cavalo por cento e cinqüenta; e assim, por intermédio desses mercadores, eram exportados para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.   

Chapter 11

1Ora, o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias,    2das nações de que o Senhor dissera aos filhos de Israel: Não ireis para elas, nem elas virão para vós; doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão, levado pelo amor.    3Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.    4Pois sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e e seu coração já não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu pai;    5Salomão seguiu a Astarete, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas.    6Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor, e não perseverou em seguir, como fizera Davi, seu pai.    7Nesse tempo edificou Salomão um alto a Quemós, abominação dos moabitas, sobre e monte que está diante de Jerusalém, e a Moleque, abominação dos amonitas.    8E assim fez para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus deuses.    9Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto e seu coração se desviara do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera,    10e lhe ordenara expressamente que não seguisse a outros deuses. Ele, porém, não guardou o que o Senhor lhe ordenara.    11Disse, pois, o Senhor a Salomão: Porquanto houve isto em ti, que não guardaste a meu pacto e os meus estatutos que te ordenei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo.    12Contudo não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei.    13Todavia não rasgarei o reino todo; mas uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e por amor de Jerusalém, que escolhi.    14O Senhor levantou contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; o qual era da estirpe real de Edom.    15Porque sucedeu que, quando Davi esteve em guerra contra Edom, tendo Jeabe, o chefe do exército, subido a enterrar os mortos, e ferido a todo varão em Edom    16(porque Joabe ficou ali seis meses com todo o Israel, até que destruiu a todo varão em Edom),    17Hadade, que era ainda menino, fugiu para o Egito com alguns edemeus, servos de seu pai.    18Levantando-se, pois, de Midiã, foram a Parã; e tomando consigo homens de Parã, foram ao Egito ter com Faraó, rei do Egito, o qual deu casa a Hadade, proveu-lhe a subsistência, e lhe deu terras.    19E Hadade caiu tanto em graça a Faraó, que este lhe deu por mulher a irmã de sua mulher, a irmã da rainha Tafnes.    20Ora, desta irmã de Tafnes nasceu a Hadade seu filho Genubate, a qual Tafnes criou na casa de Faraó, onde Genubate esteve entre os filhos de rei.    21Ouvindo, pois, Hadade no Egito que Davi adormecera com seus pais, e que Jeabe, chefe do exército, era morto, disse o Faraó: Deixa-me ir, para que eu volte à minha terra.    22Perguntou-lhe Faraó: Que te falta em minha companhia, que procuras partir para a tua terra? Respondeu ele: Nada; todavia, peço que me deixes ir.    23Deus levantou contra Salomão ainda outro adversário, Rezom, filho de Eliadá, que tinha fugido de seu senhor Hadadézer, rei de Zobá.    24Pois ele ajuntara a si homens, e se fizera capitão de uma tropa, quando Davi matou os de Zebá; e, indo-se para Damasco, habitaram ali; e fizeram-no rei em Damasco.    25E foi adversário de Israel por todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadade fazia; detestava a Israel, e reinava sobre a Síria.    26Também Jeroboão, filho de Nebate, efrateu de Zeredá, servo de Salomão, cuja mãe era viúva, por nome Zeruá, levantou a mão contra o rei.    27E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei: Salomão tinha edificado a Milo, e cerrado a brecha da cidade de Davi, seu pai.    28Ora, Jeroboão era homem forte e valente; e vendo Salomão que este mancebo era laborioso, colocou-o sobre toda a carga imposta à casa de José.    29E sucedeu naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o profeta Aías, o silonita, o encontrou no caminho; este se tinha vestido duma capa nova; e os dois estavam sós no campo.    30Então Aías pegou na capa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços.    31E disse a Jeroboão: Toma estes dez pedaços para ti, porque assim diz e Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez tribos.    32Ele, porém, terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.    33Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemés, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos amonitas; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos, e para guardarem os meus estatutos e os meus preceitos, como o fez Davi, seu pai.    34Todavia não tomarei da sua mão o reino todo; mas deixá-lo-ei governar por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos.    35Mas da mão de seu filho tomarei e reino e to darei a ti, isto é, as dez tribos.    36Todavia a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para ali pôr o meu nome.    37Então te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma, e serás rei sobre Israel.    38E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares polos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como o fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como o fiz para Davi, e te darei Israel.    39E por isso afligirei a descendência de Davi, todavia não para sempre.    40Pelo que Salomão procurou matar Jeroboão; porém este se levantou, e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei de Egito, onde esteve até a morte de Salomão.    41Quanto ao restante dos atos de Salomão, e a tudo o que ele fez, e à sua sabedoria, porventura não está escrito no livro dos atos de Salomão?    42O tempo que Salomão reinou em Jerusalém sobre todo o Israel foi quarenta anos.    43E Salomão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 12

1Foi então Roboão para Siquém, porque todo o Israel se congregara ali para fazê-lo rei.    2E Jeroboão, filho de Nebate, que estava ainda no Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do Egito.    3E mandaram chamá-lo; Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram, e falaram a Roboão, dizendo:    4Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado juro que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.    5Ele lhes respondeu: Ide-vos até o terceiro dia, e então voltai a mim. E o povo se foi.    6Teve o rei Roboão conselho com os anciãos que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e perguntou-lhes: como aconselhais vós que eu responda a este povo?    7Eles lhe disseram: Se hoje te tornares servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, eles serão para sempre teus servos.    8Ele, porém, deixou o conselho que os anciãos lhe deram, e teve conselho com os mancebos que haviam crescido com ele, e que assistiam diante dele,    9perguntando-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me disse: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?    10E os mancebos que haviam crescido com ele responderam-lhe: A este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.    11Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões.    12Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a Roboão ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.    13E o rei respondeu ao povo asperamente e, deixando o conselho que os anciãos lhe haviam dado,    14falou-lhe conforme o conselho dos mancebos, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda o aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.    15O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta mudança vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor dissera por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.    16Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, respondeu-lhe, dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no filho de Jessé. Âs tuas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi! Então Israel se foi para as suas tendas.    17(Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.)    18Então o rei Roboão enviou-lhes Adorão, que estava sobre a leva de tributários servis; e todo o Israel o apedrejou, e ele morreu. Pelo que o rei Roboão se apressou a subir ao seu carro e fugiu para Jerusalém.    19Assim Israel se rebelou contra a casa de Davi até o dia de hoje.    20Sucedeu então que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a congregação, e o fizeram rei sobre todo o Israel; e não houve ninguém que seguisse a casa de Davi, senão somente a tribo de Judá.    21Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta mil homens escolhidos, destros para a guerra, para pelejarem contra a casa de Israel a fim de restituírem o reino a Roboãa, filho de Salomão.    22Veio, porém, a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo:    23Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá e de Benjamim, e ao resto do povo, dizendo:    24Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque de mim proveio isto. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo o seu mandado.    25Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e habitou ali; depois, saindo dali, edificou Penuel.    26Disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino para a casa de Davi.    27Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor, em Jerusalém, o seu coração se tornará para o seu senhor, Roboão, rei de Judá; e, matando-me, voltarão para Roboão, rei de Judá.    28Pelo que o rei, tendo tomado conselho, fez doisvado e meio. ouro; e disse ao povo: Basta de subires a Jerusalém; eis aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.    29E pôs um em Betel, e o outro em Dã.    30Ora, isto se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã para adorar o ídolo.    31Também fez casas nos altos, e constituiu sacerdotes dentre o povo, que não eram dos filhos de Levi.    32E Jeroboão ordenou uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a festa que se celebrava em Judá, e sacrificou no altar. Semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que tinha feito; também em Betel estabeleceu os sacerdotes dos altos que fizera.    33Sacrificou, pois, no altar, que fizera em Betel, no dia décimo quinto do oitavo mês, mês que ele tinha escolhido a seu bel prazer; assim ordenou uma festa para os filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando incenso.   

Chapter 13

1Eis que, por ordem do Senhor, veio de Judá a Betel um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso.    2E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor, dizendo: Altar, altar! assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias; e qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti.    3E deu naquele mesmo dia um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou; Eis que o altar se fenderá, e a cinza que está sobre ele se derramará.    4Sucedeu pois que, ouvindo o rei Jeroboão a palavra que o homem de Deus clamara contra o altar de Betel, estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Pegai-o! E logo, a mão que estendera contra ele secou-se, de modo que não podia tornar a trazê-la a si.    5E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, conforme o sinal que o homem de Deus, por ordem do Senhor, havia dado.    6Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus: Suplica ao Senhor teu Deus, e roga por mim, para que se me restitua a minha mão. Pelo que o homem de Deus suplicou ao Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e ficou como dantes.    7Disse então o rei ao homem de Deus: Vem comigo a minha casa, e conforta-te, e dar-te-ei uma recompensa.    8Mas o homem de Deus respondeu ao rei: Ainda que me desses metade da tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar.    9Porque assim me ordenou o Senhor pela sua palavra, dizendo: Não comas pão, nem bebas água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.    10Ele, pois, se foi por outro caminho, e não voltou pelo caminho por onde viera a Betel.    11Ora, morava em Betel um velho profeta. Seus filhos vieram contar-lhe tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel; e as palavras que ele dissera ao rei, contaram-nas também a seu pai.    12Perguntou-lhes seu pai: Por que caminho se foi? pois seus filhos tinham visto o caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá.    13Então disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. E albardaram-lhe o jumento, no qual ele montou.    14E tendo ido após o homem de Deus, achou-o sentado debaixo de um carvalho, e perguntou-lhe: És tu o homem de Deus que vieste de Judá? Respondeu ele: Sou.    15Então lhe disse: Vem comigo a casa, e come pão.    16Mas ele tornou: Não posso voltar contigo, nem entrar em tua casa; nem tampouco comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar;    17porque me foi mandado pela palavra de Senhor: Ali não comas pão, nem bebas água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.    18Respondeu-lhe o outro: Eu também sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. Mas mentia-lhe.    19Assim o homem voltou com ele, comeu pão em sua casa, e bebeu água.    20Estando eles à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta que o tinha feito voltar;    21e ele clamou ao homem de Deus que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à ordem do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara,    22mas voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de que te dissera: Não comas pão, nem bebas água; o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais.    23E, havendo eles comido e bebido, albardou o jumento para o profeta que fizera voltar.    24Este, pois, se foi, e um leão o encontrou no caminho, e o matou; o seu cadáver ficou estendido no caminho, e o jumento estava parado junto a ele, e também o leão estava junto ao cadáver.    25E, passando por ali alguns homens, viram o cadáver estendido no caminho, e o leão ao lado dele. Foram, pois, e o disseram na cidade onde o velho profeta habitava.    26Quando o profeta que o fizera voltar do caminho ouviu isto, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do Senhor; por isso o Senhor o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o Senhor lhe dissera.    27E disse a seus filhos: Albardai-me e jumento. Eles lho albardaram.    28Então foi e achou o cadáver estendido no caminho, e o jumento e o leão, que estavam parados junto ao cadáver; o leão não o havia devorado, nem havia despedaçado o jumento.    29Então e profeta levantou o cadáver do homem de Deus e, pondo-o em cima do jumento, levou-o consigo; assim veio o velho profeta à cidade para o chorar e o sepultar.    30E colocou o cadáver no seu próprio sepulcro; e prantearam-no, dizendo: Ah, irmão meu!    31Depois de o haver sepultado, disse a seus filhos. Quando eu morrer, sepultai-me no sepulcro em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus ossos junto aos ossos dele.    32Porque certamente se cumprirá o que, pela palavra de Senhor, clamou, contra o altar que está em Betel, como tambem contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samária.    33Nem depois destas coisas deixou Jeroboão e seu mau caminho, porém tornou a fazer dentre todo o povo sacerdotes dos lugares altos; e a qualquer que o queria consagrava sacerdote dos lugares altos.    34E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para destruí-la e extingui-la da face da terra.   

Chapter 14

1Naquele tempo adoeceu Abias, filho de Jeroboão.    2E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías, o qual falou acerca de mim que eu seria rei sobre este povo.    3Leva contigo dez pães, alguns bolos e uma botija de mel, e vai ter com ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.    4Assim, pois, fez a mulher de Jeroboão; e, levantando-se, foi a Siló, e entrou na casa de Aías. Este já não podia ver, pois seus olhos haviam cegado por causa da velhice.    5O Senhor, porém, dissera a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, que está doente. Assim e assim lhe falarás; porque há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra.    6Sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, ao entrar ela pela porta, disse: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras novas.    7Vai, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te exaltei do meio do povo, e te constituí príncipe sobre o meu povo de Israel,    8e rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti; todavia não tens sido como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que me seguiu de todo o coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos;    9mas tens praticado o mal, pior do que todos os que foram antes de ti, e foste fizeste para ti outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me lançaste para trás das tuas costas;    10portanto, eis que trarei o mal sobre a casa de Jeroboão, e exterminarei de Jeroboão todo homem, escravo ou livre, em Israel, e lançarei fora os remanescentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe.    11Quem morrer a Jeroboão na cidade, comê-lo-ão os cães; e o que lhe morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu; porque o Senhor o disse.    12Levanta-te, pois, e vai-te para tua casa; ao entrarem os teus pés na cidade, o menino morrerá.    13E todo o Israel o pranteará, e o sepultará; porque de Jeroboão só este entrará em sepultura, porquanto, dos da casa de Jeroboão, só nele se achou alguma coisa boa para com o Senhor Deus de Israel.    14O Senhor, porém, levantará para si um rei sobre Israel, que destruirá a casa de Jeroboão nesse dia. - E agora, que será?    15Ferirá o Senhor a Israel, como se agita a cana nas águas; e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio, porquanto fizeram os seus aserins, provocando o Senhor à ira.    16E entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a Israel.    17Então a mulher de Jeroboão se levantou e partiu, e veio para Tirza; chegando ela ao limiar da casa, o menino morreu.    18E todo o Israel o sepultou e o pranteou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de seu servo Aías, o profeta.    19Quanto ao restante dos atos de Jeroboão, como guerreou, e como reinou, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.    20E o tempo que Jeroboão reinou foi vinte e dois anos. E dormiu com seus pais; e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar.    21Reinou em Judá Roboão, filho de Salomão. Tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera dentre todas as tribos de Israel para pôr ali o seu nome. E era o nome de sua mãe Naama, a amonita.    22E fez Judá o que era mau aos olhos do Senhor; e, com os seus pecados que cometeram, provocaram-no a zelos, mais do que o fizeram os seus pais.    23Porque também eles edificaram altos, e colunas, e aserins sobre todo alto outeiro e debaixo de toda árvore frondosa;    24e havia também sodomitas na terra: fizeram conforme todas as abominações dos povos que o Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de Israel.    25Ora, sucedeu que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém,    26e tomou os tesouros da casa de Senhor e os tesouros da casa do rei; levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito.    27Em lugar deles, fez o rei Roboão escudos de bronze, e os entregou nas mãos dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei.    28E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor os da guarda levavam os escudos, e depois tornavam a pô-los na câmara da guarda.    29Quanto ao restante dos atos de Reboão, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    30Houve guerra continuamente entre Roboão e Jeroboão.    31E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles na cidade de Davi. Era o nome de sua mãe Naama, a amonita. E Abião, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 15

1No décimo oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, começou Abião a reinar sobre Judá.    2Reinou três anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maacá, filha de Absalão.    3Ele andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; o seu coração não foi perfeito para com o Senhor seu Deus como o coração de Davi, seu pai.    4Mas por amor de Davi o Senhor lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando a seu filho depois dele, e confirmando a Jerusalem;    5porque Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, e não se desviou de tudo o que lhe ordenou em todos os dias da sua vida, a não ser no caso de Urias, o heteu.    6Ora, houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os dias da vida de Roboão.    7Quanto ao restante dos atos de Abião, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá? Também houve guerra entre Abião e Jeroboão.    8Abião dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Asa, seu filho, reinou em seu lugar.    9No vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, começou Asa a reinar em Judá,    10e reinou quarenta e um anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maacá, filha de Absalão.    11Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai.    12Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que seus pais tinham feito.    13E até a Maacá, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um abominável ídolo para servir de Asera; e Asa desfez esse ídolo, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.    14Os altos, porém, não foram tirados; todavia o coração de Asa foi reto para com o Senhor todos os seus dias.    15E trouxe para a casa do Senhor as coisas que seu pai havia consagrado, e as coisas que ele mesmo consagrara: prata, ouro e vasos.    16Ora, houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.    17Pois Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá, e edificou Ramá, para que a ninguém fosse permitido sair, nem entrar a ter com Asa, rei de Judá.    18Então Asa tomou toda a prata e ouro que ficaram nos tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos. E o rei Asa os enviou a Bene-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:    19Haja aliança entre mim e ti, como houve entre meu pai e teu pai. Eis que aqui te mando um presente de prata e de ouro; vai, e anula a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que ele se retire de mim.    20Bene-Hadade, pois, deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os capitães dos seus exércitos contra as cidades de Israel; e feriu a Ijom, a Dã, a Abel-Bete-Maacá, e a todo o distrito de Quinerote, com toda a terra de Naftali.    21E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar Ramá, e ficou em Tirza.    22Então o rei Asa fez apregoar por toda a Judá que todos, sem exceção, trouxessem as pedras de Ramá, e a madeira com que Baasa a edificava; e com elas o rei Asa edificou Geba de Benjamim e Mizpá.    23Quanto ao restante de todos os atos de Asa, e todo o seu poder, e tudo quanto fez, e as cidades que edificou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá? Porém, na velhice, ficou, enfermo dos pés.    24E Asa dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles na cidade de Davi seu pai; e Jeosafá, seu filho reinou em seu lugar.    25Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no segundo ano de Asa, rei de Judá, e reinou sobre Israel dois anos.    26E fez o que era mau aos olhos de Senhor, andando nos caminhos de seu pai, e no seu pecado com que tinha feito Israel pecar.    27Conspirou contra ele Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, e o feriu em Gibetom, que pertencia aos filisteus; pois Nadabe e todo o Israel sitiavam a Gibetom.    28Matou-o, pois, Baasa no terceiro ano de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.    29E logo que começou a reinar, feriu toda a casa de Jeroboão; a ninguém de Jeroboão que tivesse fôlego deixou de destruir totalmente, conforme a palavra do Senhor que ele falara por intermédio de seu servo Aías, o silonita,    30por causa dos pecados que Jeroboão cometera, e com que fizera Israel pecar, e por causa da provocação com que provocara à ira o Senhor Deus de Israel.    31Quanto ao restante dos atos de Nadabe, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    32Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.    33No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro anos.    34E fez o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito Israel pecar.   

Chapter 16

1Então veio a palavra do Senhor a Jeú, filho de Hanâni, contra Baasa, dizendo:    2Porquanto te exaltei do pó, e te constituí chefe sobre o meu povo Israel, e tu tens andado no caminho de Jeroboão, e tens feito o meu povo Israel pecar, provocando-me à ira com os seus pecados,    3eis que exterminarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da casa dele; sim, tornarei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate.    4Quem morrer a Baasa na cidade, comê-lo-ão os cães; e o que lhe morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu.    5Quanto ao restante dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    6E Baasa dormiu com seus pais, e foi sepultado em Tirza. Então Elá, seu filho, reinou em seu lugar.    7Assim veio também a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanâni, contra Baasa e contra a casa dele, não somente por causa de todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, de modo a provocá-lo à ira com a obra de suas mãos, tornando-se como a casa de Jeroboão, mas também porque exterminara a casa de Jeroboão.    8No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de Baasa, começou a reinar em Tirza sobre Israel, e reinou dois anos.    9E Zinri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou contra ele. Ora, Elá achava-se em Tirza bebendo e embriagando-se em casa de Arza, que era o seu mordomo em Tirza.    10Entrou, pois, Zinri e o feriu, e o matou, no ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.    11Quando ele começou a reinar, logo que se assentou no seu trono, feriu toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem de seus parentes, nem de seus amigos.    12Assim destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme a palavra do Senhor, que ele falara contra Baasa por intermédio do profeta Jeú,    13por causa de todos os pecados de Baasa, e dos pecados de Elá, seu filho, com que pecaram, e com que fizeram Israel pecar, provocando à ira, com as suas vaidades, o Senhor Deus de Israel.    14Quanto ao restante dos atos de Elá, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    15No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza. Estava o povo acampado contra Gibetom, que pertencia aos filisteus.    16E o povo que estava acampado ouviu dizer: Zinri conspirou, e matou o rei; pelo que no mesmo dia, no arraial, todo o Israel constituiu rei sobre Israel a Onri, chefe do exercito.    17Então Onri subiu de Gibetom com todo o Israel, e cercaram Tirza.    18Vendo Zinri que a cidade era tomada, entrou no castelo da casa do rei, e queimou-a sobre si; e morreu,    19por causa dos pecados que cometera, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão, e no pecado que este cometera, fazendo Israel pecar.    20Quanto ao restante dos atos de Zinri, e à conspiração que fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    21Então o povo de Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tíbni, filho de Ginate, para fazê-lo rei, e a outra metade seguia a Onri.    22Mas o povo que seguia a Onri prevaleceu contra o que seguia a Tíbni, filho de Ginate; de sorte que Tíbni morreu, e Onri reinou.    23No trigésimo primeiro ano de Asa, rei de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel, e reinou doze anos. Reinou seis anos em Tirza.    24E de Semer comprou o outeiro de Samária por dois talentos de prata, e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samária, do nome de Semer, dono do outeiro.    25E fez Onri o que era mau aos olhos do Senhor; pior mesmo do que todos os que o antecederam.    26Pois ele andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos pecados com que este fizera Israel pecar, provocando à ira, com as suas vaidades, o Senhor Deus de Israel.    27Quanto ao restante dos atos que Onri fez, e ao poder que manifestou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    28Onri dormiu com seus pais, e foi sepultado em Samária. E Acabe, seu filho, reinou em seu ugar.    29No trigésimo oitavo ano de Asa, rei de Judá, começou Acabe, filho de Onri, a reinar sobre Israel; e reinou sobre Israel em Samária vinte e dois anos.    30E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que o antecederam.    31E, como se fosse pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal, e o adorou;    32e levantou um altar a Baal na casa de Baal que ele edificara em Samária;    33também fez uma asera. De maneira que Acabe fez muito mais para provocar à ira o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que o antecederam.    34Em seus dias Hiel, o betelita, edificou Jericó. Quando lançou os seus alicerces, morreu-lhe Abirão, seu primogênito; e quando colocou as suas portas, morreu-lhe Segube, seu filho mais moço; conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Josué, filho de Num.   

Chapter 17

1Então Elias, o tisbita, que habitava em Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, em cuja presença estou, que nestes anos não haverá orvalho nem chuva, senão segundo a minha palavra.    2Depois veio a Elias a palavra do Senhor, dizendo:    3Retira-te daqui, vai para a banda de oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está ao oriente do Jordão.    4Beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.    5Partiu, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; foi habitar junto ao ribeiro de Querite, que está ao oriente do Jordão.    6E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à tarde; e ele bebia do ribeiro.    7Mas, decorridos alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido chuva na terra.    8Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo:    9Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente.    10Levantou-se, pois, e foi para Sarepta. Chegando ele à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d'água, para eu beber.    11Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um bocado de pão contigo.    12Ela, porém, respondeu: Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de farinha na vasilha, e um pouco de azeite na botija; e eis que estou apanhando uns dois gravetos, para ir prepará-lo para mim e para meu filho, a fim de que o comamos, e morramos.    13Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás para ti e para teu filho.    14Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.    15Ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e ela e a sua casa, durante muitos dias.    16Da vasilha a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias.    17Depois destas coisas aconteceu adoecer o filho desta mulher, dona da casa; e a sua doença se agravou tanto, que nele não ficou mais fôlego.    18Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares meu filho?    19Respondeu-lhe ele: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama.    20E, clamando ao Senhor, disse: ç Senhor meu Deus, até sobre esta viúva, que me hospeda, trouxeste o mal, matando-lhe o filho?    21Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, dizendo: ç Senhor meu Deus, faze que a vida deste menino torne a entrar nele.    22O Senhor ouviu a voz de Elias, e a vida do menino tornou a entrar nele, e ele reviveu.    23E Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa, e o entregou a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive:    24Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.   

Chapter 18

1Depois de muitos dias veio a Elias a palavra do Senhor, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe; e eu mandarei chuva sobre a terra.    2Então Elias foi apresentar-se a Acabe. E a fome era extrema em Samária.    3Acabe chamou a Obadias, o mordomo (ora, Obadias temia muito ao Senhor;    4pois sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas e os escondeu, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentou com pão e água);    5e disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água, e a todos os rios. Pode ser ser que achemos erva para salvar a vida dos cavalos e mulas, de maneira que não percamos todos os os animais.    6E repartiram entre si a terra, para a percorrerem; e foram a sós, Acabe por um caminho, e Obadias por outro.    7Quando, pois, Obadias já estava em caminho, eis que Elias se encontrou com ele; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se com o rosto em terra e disse: És tu, meu senhor Elias?    8Respondeu-lhe ele: Sou eu. Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.    9Ele, porém, disse: Em que pequei, para que entregues teu servo na mão de Acabe, para ele me matar?    10Vive o Senhor teu Deus, que não há nação nem reino aonde o meu senhor não tenha mandado em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está; então fazia-os jurar que não te haviam achado.    11Agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.    12E será que, apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te levará não sei para onde; e, vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando ele, matar-me-á. Todavia eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade.    13Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do Senhor, como escondi cem dos profetas do Senhor, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentei com pão e água:    14E agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui! Ele me matará.    15E disse Elias: Vive o Senhor dos exércitos, em cuja presença estou, que dereras hoje hei de apresentar-me a ele.    16Então foi Obadias encontrar-se com Acabe, e lho anunciou; e Acabe foi encontrar-se com Elias.    17E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel?    18Respondeu Elias: Não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os baalins.    19Agora pois manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.    20Então Acabe convocou todos os filhos de Israel, e reuniu os profetas no monte Carmelo.    21E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada.    22Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor; mas os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens.    23Dêem-se-nos, pois, dois novilhos; e eles escolham para si um dos novilhos, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; e eu prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.    24Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por meio de fogo, esse será Deus. E todo o povo respondeu, dizendo: É boa esta palavra.    25Disse, pois, Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós: um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do Senhor, vosso deus, mas não metais fogo ao sacrifício.    26E, tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no, e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que tinham feito.    27Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem.    28E eles clamavam em altas vozes e, conforme o seu costume, se retalhavam com facas e com lancetas, até correr o sangue sobre eles.    29Também sucedeu que, passado o meio dia, profetizaram eles até a hora de se oferecer o sacrifício da tarde. Porém não houve voz; ninguém respondeu, nem atendeu.    30Então Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que havia sido derrubado.    31Tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome;    32e com as pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez em redor do altar um rego, em que podiam caber duas medidas de semente.    33Então armou a lenha, e dividiu o novilho em pedaços, e o pôs sobre a lenha, e disse: Enchei de água quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.    34Disse ainda: fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. De novo disse: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.    35De maneira que a água corria ao redor do altar; e ele encheu de água também o rego.    36Sucedeu pois que, sendo já hora de se oferecer o sacrifício da tarde, o profeta Elias se chegou, e disse: ç Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas.    37Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.    38Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.    39Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o rosto em terra e disseram: O senhor é Deus! O Senhor é Deus!    40Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal! que nenhum deles escape: Agarraram-nos; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, onde os matou.    41Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de abundante chuva.    42Acabe, pois, subiu para comer e beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo e, inclinando-se por terra, meteu o rosto entre os joelhos.    43E disse ao seu moço: Sobe agora, e olha para a banda do mar. E ele subiu, olhou, e disse: Não há nada. Então disse Elias: Volta lá sete vezes.    44Sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem, do tamanho da mão dum homem: Então disse Elias: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça.    45E sucedeu que em pouco tempo o céu se enegreceu de nuvens e vento, e caiu uma grande chuva. Acabe, subindo ao carro, foi para Jizreel:    46E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até a entrada de Jizreel.   

Chapter 19

1Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os profetas.    2Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles.    3Quando ele viu isto, levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a Berseba, que pertence a Judá, deixou ali o seu moço.    4Ele, porém, entrou pelo deserto caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, dizendo: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.    5E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu; e eis que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come.    6Ele olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a deitar-se.    7O anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-o, e lhe disse: Levanta-te e come, porque demasiado longa te será a viagem.    8Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força desse alimento caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.    9Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E eis que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias?    10Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.    11Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor: E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto;    12e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada.    13E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?    14Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.    15Então o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; quando lá chegares, ungirás a Hazael para ser rei sobre a Síria.    16E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás para ser profeta em teu lugar.    17E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.    18Todavia deixarei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.    19Partiu, pois, Elias dali e achou Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, estando ele com a duodécima; chegando-se Elias a Eliseu, lançou a sua capa sobre ele.    20Então, deixando este os bois, correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. Respondeu-lhe Elias: Vai, volta; pois, que te fiz eu?    21Voltou, pois, de o seguir, tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.   

Chapter 20

1Ora, Bene-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e havia com ele trinta e dois reis, e cavalos e carros. Então subiu, cercou a Samária, e pelejou contra ela.    2E enviou à cidade mensageiros a Acabe, rei de Israel, a dizer-lhe: Assim diz: Bene-Hadade:    3A tua prata e o teu ouro são meus; e também, das tuas mulheres e dos teus filhos, os melhores são meus.    4Ao que respondeu o rei de Israel, dizendo: Conforme a tua palavra, ó rei meu senhor, sou teu, com tudo quanto tenho.    5Tornaram a vir os mensageiros, e disseram: Assim fala Bene-Hadade, dizendo: Enviei-te, na verdade, mensageiros que dissessem: Tu me hás de entregar a tua prata e o teu ouro, as tuas mulheres e os teus filhos;    6todavia amanhã a estas horas te enviarei os meus servos, os quais esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; e há de ser que tudo o que de precioso tiveres, eles tomarão consigo e o levarão.    7Então o rei de Israel chamou todos os anciãos da terra, e disse: Notai agora, e vede como esse homem procura o mal; pois mandou pedir-me as minhas mulheres, os meus filhos, a minha prata e o meu ouro, e não os neguei.    8Responderam-lhe todos os anciãos e todo o povo: Não lhe dês ouvidos, nem consintas.    9Pelo que disse aos mensageiros de Bene-Hadade: Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que a princípio mandaste pedir a teu servo, farei; porém isto não posso fazer. Voltaram os mensageiros, e lhe levaram a resposta.    10Tornou Bene-Hadade a enviar-lhe mensageiros, e disse: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se o pó de Samária bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue.    11O rei de Israel, porém, respondeu: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge das armas como aquele que as depõe.    12E sucedeu que, ouvindo ele esta palavra, estando a beber com os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos em ordem. E eles se puseram em ordem contra a cidade.    13E eis que um profeta, chegando-se a Acabe, rei de Israel, lhe disse: Assim diz o Senhor: Viste toda esta grande multidão eis que hoje ta entregarei nas mãos, e saberás que eu sou o Senhor.    14Perguntou Acabe: Por quem? Respondeu ele: Assim diz o Senhor: Pelos moços dos chefes das províncias. Ainda perguntou Acabe: Quem começará a peleja? Respondeu ele: Tu.    15Então contou os moços dos chefes das províncias, e eram duzentos e trinta e dois; e depois deles contou todo o povo, a saber, todos os filhos de Israel, e eram sete mil.    16Saíram, pois, ao meio-dia. Bene-Hadade, porém, estava bebendo e se embriagando nas tendas, com os reis, os trinta e dois reis que o ajudavam.    17E os moços dos chefes das províncias saíram primeiro; e Bene-Hadade enviou espias, que lhe deram aviso, dizendo: Saíram de Samária uns homens.    18Ao que ele disse: Quer venham eles tratar de paz, quer venham à peleja, to-mai-os vivos.    19Saíram, pois, da cidade os moços dos chefes das provincias, e o exército que os seguia.    20E eles mataram cada um o seu adversário. Então os sírios fugiram, e Israel os perseguiu; mas Bene-Hadade, rei da Síria, escapou a cavalo, com alguns cavaleiros.    21E saindo o rei de Israel, destruiu os cavalos e os carros, e infligiu aos sírios grande derrota.    22Então o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vai, fortalece-te; atenta bem para o que hás de fazer; porque decorrido um ano, o rei da Síria subirá contra ti.    23Os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses são deuses dos montes, por isso eles foram mais fortes do que nós; mas pelejemos com eles na planície, e por certo prevaleceremos contra eles.    24Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e substitui-os por capitães;    25arregimenta outro exército, igual ao exército que perdeste, cavalo por cavalo, e carro por carro; pelejemos com eles na planicie, e por certo prevaleceremos contra eles. Ele deu ouvidos ao que disseram, e assim fez.    26Passado um ano, Bene-Hadade arregimentou os sírios, e subiu a Afeque, para pelejar contra Israel.    27Também os filhos de Israel foram arregimentados e, providos de víveres, marcharam contra eles. E os filhos de Israel acamparam-se defronte deles, como dois pequenos rebanhos de cabras; mas os sírios enchiam a terra.    28Nisso chegou o homem de Deus, e disse ao rei de Israel: Assim diz o Senhor: Porquanto os sírios disseram: O Senhor é Deus dos montes, e não Deus dos vales, entregarei nas tuas mãos toda esta grande multidão, e saberás que eu sou o Senhor.    29Assim, pois, estiveram acampados sete dias, uns defronte dos outros. Ao sétimo dia a peleja começou, e num só dia os filhos de Israel mataram dos sírios cem mil homens da infantaria.    30E os restantes fugiram para Afeque, e entraram na cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens que restavam. Bene-Hadade, porém, fugiu, e veio à cidade, onde se meteu numa câmara interior.    31Disseram-lhe os seus servos: Eis que temos ouvido dizer que os reis da casa de Israel são reis clementes; ponhamos, pois, sacos aos lombos, e cordas aos pescoços, e saiamos ao rei de Israel; pode ser que ele te poupe a vida.    32Então cingiram sacos aos lombos e cordas aos pescoços e, indo ter com o rei de Israel, disseram-lhe: Diz o teu servo Bene-Hadade: Deixa-me viver, rogo-te. Ao que disse Acabe: Pois ainda vive? É meu irmão.    33Aqueles homens, tomando isto por bom presságio, apressaram- se em apanhar a sua palavra, e disseram: Bene-Hadade é teu irmão! Respondeu-lhes ele: Ide, trazei-me. Veio, pois, Bene-Hadade à presença de Acabe; e este o fez subir ao carro.    34Então lhe disse Bene-Hadade: Eu te restituirei as cidades que meu pai tomou a teu pai; e farás para ti praças em Damasco, como meu pai as fez em Samária. E eu, respondeu Acabe, com esta aliança te deixarei ir. E fez com ele aliança e o deixou ir.    35Ora, certo homem dentre os filhos dos profetas disse ao seu companheiro, pela palavra do Senhor: Fere-me, peço-te. Mas o homem recusou feri-lo.    36Pelo que ele lhe disse: Porquanto não obedeceste à voz do Senhor, eis que, em te apartando de mim, um leão te matará. E logo que se apartou dele um leão o encontrou e o matou.    37Depois o profeta encontrou outro homem, e disse-lhe: Fere-me, peço-te. E aquele homem deu nele e o feriu.    38Então foi o profeta, pôs-se a esperar e rei no caminho, e disfarçou-se, cobrindo os olhos com o seu turbante.    39E passando o rei, clamou ele ao rei, dizendo: Teu servo estava no meio da peleja; e eis que um homem, voltando-se, me trouxe um outro, e disse: Guarda-me este homem; se ele de qualquer maneira vier a faltar, a tua vida responderá pela vida dele, ou então pagarás um talento de prata.    40E estando o teu servo ocupado de uma e de outra parte, eis que o homem desapareceu. Ao que lhe respondeu o rei de Israel: Esta é a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste.    41Então ele se apressou, e tirou o turbante de sobre os seus olhos; e o rei de Israel o reconheceu, que era um dos profetas.    42E disse ele ao rei: Assim diz o Senhor: Porquanto deixaste escapar da mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida responderá pela sua vida, e o teu povo pelo seu povo.    43E o rei de Israel seguiu para sua casa, desgostoso e indignado, e veio a Samária.   

Chapter 21

1Sucedeu depois destas coisas que, tendo Nabote, o jizreelita, uma vinha em Jizrreel, junto ao palácio de Acabe, rei de Samária,    2falou este a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, porque está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor; ou, se desejares, dar-te-ei o seu valor em dinheiro.    3Respondeu, porém, Nabote a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.    4Então Acabe veio para sua casa, desgostoso e indignado, por causa da palavra que Nabote, o jizreelita, lhe falara; pois este lhe dissera: Não te darei a herança de meus pais. Tendo-se deitado na sua cama, virou a rosto, e não quis comer.    5Mas, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Por que está o teu espírito tão desgostoso que não queres comer?    6Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, o jizreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Ele, porém, disse: Não te darei a minha vinha.    7Ao que Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita.    8Então escreveu cartas em nome de Acabe e, selando-as com o sinete dele, mandou-as aos anciãos e aos nobres que habitavam com Nabote na sua cidade.    9Assim escreveu nas cartas: Apregoai um jejum, e ponde Nabote diante do povo.    10E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois conduzi-o para fora, e apedrejai-o até que morra.    11Pelo que os homens da cidade dele, isto é, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que ela lhes mandara.    12Apregoaram um jejum, e puseram Nabote diante do povo.    13Também vieram dois homens, filhos de Belial, e sentaram-se defronte dele; e estes filhos de Belial testemunharam contra Nabote perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. Então o conduziram para fora da cidade e o apedrejaram, de sorte que morreu.    14Depois mandaram dizer a Jezabel : Nabote foi apedrejado e morreu.    15Ora, ouvindo Jezabel que Nabote fora apedrejado e morrera, disse a Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha de Nabote, e jizreelita, a qual ele recusou dar-te por dinheiro; porque Nabote já não vive, mas é morto.    16Quando Acabe ouviu que Nabote já era morto, levantou-se para descer à vinha de Nabote, o jizreelita, a fim de tomar posse dela.    17Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:    18Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samária. Eis que está na vinha de Nabote, aonde desceu a fim de tomar posse dela.    19E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão também o teu próprio sangue.    20Ao que disse Acabe a Elias: Já me achaste, ó inimigo meu? Respondeu ele: Achei-te; porque te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do Senhor.    21Eis que trarei o mal sobre ti; lançarei fora a tua posteridade, e arrancarei de Acabe todo homem, escravo ou livre, em Israel;    22e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação com que me provocaste à ira, fazendo Israel pecar.    23Também acerca de Jezabel falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jizreel.    24Quem morrer a Acabe na cidade, os cães o comerão; e o que lhe morrer no campo, as aves do céu o comerão.    25(Não houve, porém, ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, sendo instigado por Jezabel, sua mulher.    26E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme tudo o que fizeram os amorreus, os quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel.)    27Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, cobriu de saco a sua carne, e jejuou; e jazia em saco, e andava humildemente.    28Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:    29Não viste que Acabe se humilha perante mim? Por isso, porquanto se humilha perante mim, não trarei o mal enquanto ele viver, mas nos dias de seu filho trarei o mal sobre a sua casa.   

Chapter 22

1Passaram-se três anos sem haver guerra entre a Síria e Israel.    2No terceiro ano, porém, desceu Jeosafá, rei de Judá, a ter com o rei de Israel.    3E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da mão do rei da Síria?    4Então perguntou a Jeosafá: Irás tu comigo à peleja, a Ramote-Gileade? Respondeu Jeosafá ao rei de Israel: Como tu és sou eu, o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.    5Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Rogo-te, porém, que primeiro consultes a palavra do Senhor.    6Então o rei de Israel ajuntou os profetas, cerca de quatrocentos homens, e perguntou-lhes: Irei à peleja contra Ramote- Gileade, ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.    7Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?    8Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor - Micaías, filho de Inlá; porém eu o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Ao que disse Jeosafá: Não fale o rei assim.    9Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse: Traze-me depressa Micaías, filho de Inlá.    10Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da porta de Samária; e todos os profetas profetizavam diante deles.    11E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam consumidos.    12Do mesmo modo também profetizavam todos os profetas, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.    13O mensageiro que fora chamar Micaías falou-lhe, dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei; seja, pois, a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom.    14Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser, isso falarei.    15Quando ele chegou à presença do rei, este lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixaremos de ir? Respondeu-lhe ele: Sobe, e serás bem sucedido, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.    16E o rei lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que não me fales senão a verdade em nome do Senhor?    17Então disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.    18Disse o rei de Israel a Jeosafá: Não te disse eu que ele não profetizaria o bem a meu respeito, mas somente o mal?    19Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a ele, à sua direita e à sua esquerda.    20E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.    21Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que modo?    22Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.    23Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca dentes da casa dele; sim, tornarei a tua casa como a casa de respeito de ti.    24Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegando-se, feriu a Micaías na face e disse: Por onde passou de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?    25Respondeu Micaías: Eis que tu o verás naquele dia, quando entrares numa câmara interior, para te esconderes.    26Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do rei,    27dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e sustentai-o a pão e água, até que eu volte em paz.    28Replicou Micaías: Se tu voltares em paz, o senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!    29Assim o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, subiram a Ramote-Gileade.    30E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entrou na peleja.    31Ora, o rei da Síria tinha ordenado aos capitães dos carros, que eram trinta e dois, dizendo: Não pelejeis nem contra pequeno nem contra grande, senão só contra o rei de Israel.    32E sucedeu que, vendo os capitães dos carros a Jeosafá, disseram: Certamente este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para pelejar com ele, e Jeosafá gritou.    33Vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo.    34Então um homem entesou o seu arco, e atirando a esmo, feriu o rei de Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo que ele disse ao seu carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.    35E a peleja tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei foi sustentado no carro contra os sírios; porém à tarde ele morreu; e o sangue da ferida corria para o fundo do carro.    36Ao pôr do sol passou pelo exército a palavra: Cada um para a sua cidade, e cada um para a sua terra!    37Morreu, pois, o rei, e o levaram para Samária, e ali o sepultaram.    38E lavaram o seu carro junto ao tanque de Samária, e os cães lamberam-lhe o sangue, conforme a palavra que o Senhor tinha dito; ora, as prostitutas se banhavam ali.    39Quanto ao restante dos atos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa de marfim que construiu, e a todas as cidades que edificou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    40Assim dormiu Acabe com seus pais. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.    41Ora, Jeosafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel.    42Era Jeosafá da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili.    43E andou em todos os caminhos de seu pai Asa; não se desviou deles, mas fez o que era reto aos olhos do Senhor. Todavia os altos não foram tirados e o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos.    44E Jeosafá teve paz com o rei de Israel.    45Quanto ao restante dos atos de Jeosafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    46Também expulsou da terra o restante dos sodomitas, que ficaram nos dias de seu pai Asa    47Nesse tempo não havia rei em Edom; um vice-rei governava.    48E Jeosafá construiu navios de Társis para irem a Ofir em busca de ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber.    49Então Acazias, filho de Acabe, disse a Jeosafá: Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Jeosafá, porém, não quis.    50Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles na cidade de Davi, seu pai. E em seu lugar reinou seu filho Jeorão.    51Ora, Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria no ano dezessete de Jeosafá, rei de Judá, e reinou dois anos sobre Israel.    52E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou no caminho de seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho de Nebate, que fez Israel pecar.    53Serviu a Baal, e o adorou, provocando à ira o Senhor Deus de Israel, conforme tudo quanto seu pai fizera.   

2 Kings

Chapter 1

1Depois da morte de Acabe, Moabe se rebelou contra Israel.    2Ora, Acazias caiu pela grade do seu quarto alto em Samária, e adoeceu; e enviou mensageiros, dizendo-lhes: Ide, e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.    3O anjo do Senhor, porém, disse a Elias, o tisbita: Levanta- te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samária, e dize-lhes: Porventura não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?    4Agora, pois, assim diz o Senhor: Da cama a que subiste não descerás, mas certamnente morrerás. E Elias se foi.    5Os mensageiros voltaram para Acazias, que lhes perguntou: Que há, que voltastes?    6Responderam-lhe eles: Um homem subiu ao nosso encontro, e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou, e dizei-lhe: Assim diz o Senhor: Porventura não há Deus em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama a que subiste não descerás, mas certamente morrerás.    7Pelo que ele lhes indagou: Qual era a aparência do homem que subiu ao vosso encontro e vos falou estas palavras?    8Responderam-lhe eles: Era um homem vestido de pelos, e com os lombos cingidos dum cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o tisbita.    9Então o rei lhe enviou um chefe de cinqüenta, com os seus cinqüenta. Este subiu a ter com Elias que estava sentado no cume do monte, e disse-lhe: ç homem de Deus, o rei diz: Desce.    10Mas Elias respondeu ao chefe de cinqüenta, dizendo-lhe: Se eu, pois, sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então desceu fogo do céu, e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.    11Tornou o rei a enviar-lhe outro chefe de cinqüenta com os seus cinqüenta. Este lhe falou, dizendo: ç homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa.    12Também a este respondeu Elias: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então o fogo de Deus desceu do céu, e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.    13Ainda tornou o rei a enviar terceira vez um chefe de cinqüenta com os seus cinqüenta. E o terceiro chefe de cinqüenta, subindo, veio e pôs-se de joelhos diante de Elias e suplicou-lhe, dizendo: ç homem de Deus, peço-te que seja preciosa aos teus olhos a minha vida, e a vida destes cinqüenta teus servos.    14Eis que desceu fogo do céu, e consumiu aqueles dois primeiros chefes de cinqüenta, com os seus cinqüenta; agora, porém, seja preciosa aos teus olhos a minha vida.    15Então o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este; não tenhas medo dele. Levantou-se, pois, e desceu com ele ao rei.    16E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura é porque não há Deus em Israel, para consultares a sua palavra? Portanto, desta cama a que subiste não descerás, mas certamente morrerás.    17Assim, pois, morreu conforme a palavra do Senhor que Elias falara. E Jorão começou a reinar em seu lugar no ano segundo de Jeorão, filho de Jeosafá, rei de Judá; porquanto Acazias não tinha filho.    18Ora, o restante dos feitos de Acazias, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?   

Chapter 2

1Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias partiu de Gilgal com Eliseu.    2Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me envia a Betel. Eliseu, porém disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim desceram a Betel.    3Então os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o sei; calai-vos.    4E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me envia a Jericó. Ele, porém, disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim vieram a Jericó.    5Então os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o sei; calai-vos.    6E Elias lhe disse: Fica-te aqui, porque o senhor me envia ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim ambos foram juntos.    7E foram cinqüenta homens dentre os filhos dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; e eles dois pararam junto ao Jordão.    8Então Elias tomou a sua capa e, dobrando-a, feriu as águas, as quais se dividiram de uma à outra banda; e passaram ambos a pé enxuto.    9Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu espírito.    10Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.    11E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.    12O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai! o carro de Israel, e seus cavaleiros! E não o viu mais. Pegou então nas suas vestes e as rasgou em duas partes;    13tomou a capa de Elias, que dele caíra, voltou e parou à beira do Jordão.    14Então, pegando da capa de Elias, que dele caíra, feriu as águas e disse: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Quando feriu as águas, estas se dividiram de uma à outra banda, e Eliseu passou.    15Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte dele em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vindo ao seu encontro, inclinaram-se em terra diante dele.    16E disseram-lhe: Eis que entre os teus servos há cinqüenta homens valentes. Deixa-os ir, pedimos-te, em busca do teu senhor; pode ser que o Espírito do Senhor o tenha arrebatado e lançado nalgum monte, ou nalgum vale. Ele, porém, disse: Não os envieis.    17Mas insistiram com ele, até que se envergonhou; e disse-lhes: Enviai. E enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém não o acharam.    18Então voltaram para Eliseu, que ficara em Jericó; e ele lhes disse: Não vos disse eu que não fôsseis?    19Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que a situação desta cidade é agradável, como vê o meu senhor; porém as águas são péssimas, e a terra é estéril.    20E ele disse: Trazei-me um jarro novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.    21Então saiu ele ao manancial das águas e, deitando sal nele, disse: Assim diz o Senhor: Sarei estas águas; não mais sairá delas morte nem esterilidade.    22E aquelas águas ficaram sãs, até o dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu disse.    23Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, dizendo: Sobe, calvo; sobe, calvo!    24E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou em nome do Senhor. Então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.    25E dali foi para o monte Carmelo, de onde voltou para Samária.   

Chapter 3

1Ora, Jorão, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samária, no décimo oitavo ano de Jeosafá, rei de Judá, e reinou doze anos.    2Fez o que era mau aos olhos do Senhor, porém não como seu pai, nem como sua mãe; pois tirou a coluna de Baal que seu pai fizera.    3Contudo aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que este fizera Israel pecar, e deles não se apartou.    4Ora, Messa, rei dos moabitas, era criador de ovelhas, e pagava de tributo ao rei de Israel cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã.    5Sucedeu, porém, que, morrendo Acabe, o rei dos moabitas se rebelou contra o rei de Israel.    6Por isso, nesse mesmo tempo Jorão saiu de Samária e fez revista de todo o Israel.    7E, pondo-se em marcha, mandou dizer a Jeosafá, rei de Judá: O rei dos moabitas rebelou-se contra mim; irás tu comigo a guerra contra os moabitas? Respondeu ele: Irei; como tu és sou eu, o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.    8E perguntou: Por que caminho subiremos? Respondeu-lhe Jorão: Pelo caminho do deserto de Edom.    9Partiram, pois, o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom; e andaram rodeando durante sete dias; e não havia água para o exército nem para o gado que os seguia.    10Disse então o rei de Israel: Ah! o Senhor chamou estes três reis para entregá-los nas mãos dos moabitas.    11Perguntou, porém, Jeosafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por quem consultemos ao Senhor? Então respondeu um dos servos do rei de Israel, e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias.    12Disse Jeosafá: A palavra do Senhor está com ele. Então o rei de Israel, e Jeosafá, e o rei de Edom desceram a ter com ele.    13Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai ter com os profetas de teu pai, e com os profetas de tua mãe. O rei de Israel, porém, lhe disse: Não; porque o Senhor chamou estes três reis para entregá-los nas mãos dos moabitas.    14Respondeu Eliseu: Vive o Senhor dos exércitos, em cuja presença estou, que se eu não respeitasse a presença de Jeosafá, rei de Judá, não te contemplaria, nem te veria.    15Agora, contudo, trazei-me um harpista. E sucedeu que, enquanto o harpista tocava, veio a mão do Senhor sobre Eliseu.    16E ele disse: Assim diz o Senhor: Fazei neste vale muitos poços.    17Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento, nem vereis chuva; contudo este vale se encherá de água, e bebereis vós, os vossos servos e os vossos animais.    18E ainda isso é pouco aos olhos do Senhor; também entregará ele os moabitas nas vossas mãos,    19e ferireis todas as cidades fortes e todas as cidades escolhidas, cortareis todas as boas árvores, tapareis todas as fontes d'água, e cobrireis de pedras todos os bons campos.    20E sucedeu que, pela manhã, à hora de se oferecer o sacrifício, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom, e a terra se encheu d'água:    21Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham subido para pelejarem contra eles, convocaram-se todos os que estavam em idade de pegar armas, e daí para cima, e puseram-se às fronteiras.    22Levantaram-se os moabitas de madrugada e, resplandecendo o sol sobre as águas, viram diante de si as águas vermelhas como sangue;    23e disseram: Isto é sangue; certamente os reis pelejaram entre si e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas!    24Quando, porém, chegaram ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e bateram os moabitas, os quais fugiram diante deles; e ainda entraram na terra, ferindo ali também os moabitas.    25E arrasaram as cidades; e cada um deles lançou pedras em todos os bons campos, entulhando-os; taparam todas as fontes d'água, e cortaram todas as boas árvores; somente a Quir-Haresete deixaram ficar as pedras; contudo os fundeiros a cercaram e a feriram.    26Vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens que arrancavam da espada, para romperem contra o rei de Edom; porém não puderam.    27Então tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro, pelo que houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se dele, e voltaram para a sua terra.   

Chapter 4

1Ora uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos.    2Perguntou-lhe Eliseu: Que te hei de fazer? Dize-me o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.    3Disse-lhe ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.    4Depois entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos; deita azeite em todas essas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.    5Então ela se apartou dele. Depois, fechada a porta sobre si e sobre seus filhos, estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia.    6Cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Chega-me ainda uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. Então o azeite parou.    7Veio ela, pois, e o fez saber ao homem de Deus. Disse-lhe ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.    8Sucedeu também certo dia que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer.    9E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.    10Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós se recolherá ali.    11Sucedeu que um dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou.    12Então disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Ele a chamou, e ela se apresentou perante ele.    13Pois Eliseu havia dito a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao chefe do exército? Ao que ela respondera: Eu habito no meio do meu povo.    14Então dissera ele: Que se há de fazer, pois por ela? E Geazi dissera: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho.    15Pelo que disse ele: Chama-a. E ele a chamou, e ela se pôs à porta.    16E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo, abraçarás um filho. Respondeu ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.    17Mas a mulher concebeu, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte como Eliseu lhe dissera.    18Tendo o menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os segadores.    19Disse a seu pai: Minha cabeça! minha cabeça! Então ele disse a um moço: Leva-o a sua mae.    20Este o tomou, e o levou a sua mãe; e o menino esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então morreu.    21Ela subiu, deitou-o sobre a cama do homem de Deus e, fechando sobre ele a porta, saiu.    22Então chamou a seu marido, e disse: Manda-me, peço-te, um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte.    23Disse ele: Por que queres ir ter com ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem.    24Então ela fez albardar a jumenta, e disse ao seu moço: Guia e anda, e não me detenhas no caminhar, senão quando eu to disser.    25Partiu pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita;    26corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem teu filho? Ela respondeu: Vai bem.    27Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus, apegou- se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou.    28Então disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?    29Ao que ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na mão, e vai. Se encontrares alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino.    30A mãe do menino, porém, disse: Vive o senhor, e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou, e a seguiu.    31Geazi foi adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentidos. Pelo que voltou a encontrar-se com Eliseu, e o informou, dizendo: O menino não despertou.    32Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama.    33Então ele entrou, fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao Senhor.    34Em seguida subiu na cama e deitou-se sobre o menino, pondo a boca sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus olhos, e as mãos sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a carne do menino aqueceu.    35Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; então o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos.    36Eliseu chamou a Geazi, e disse: Chama essa sunamita. E ele a chamou. Quando ela se lhe apresentou, disse ele :Toma o teu filho.    37Então ela entrou, e prostrou-se a seus pés, inclinando-se à terra; e tomando seu filho, saiu.    38Eliseu voltou a Gilgal. E havia fome na terra; e os filhos dos profetas estavam sentados na sua presença. E disse ao seu moço: Põe a panela grande ao lume, e faze um caldo de ervas para os filhos dos profetas.    39Então um deles saiu ao campo a fim de apanhar ervas, e achando uma parra brava, colheu dela a sua capa cheia de colocíntidas e, voltando, cortou-as na panela do caldo, não sabendo o que era.    40Assim tiraram de comer para os homens. E havendo eles provado o caldo, clamaram, dizendo: ç homem de Deus, há morte na panela! E não puderam comer.    41Ele, porém, disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e disse: Tirai para os homens, a fim de que comam. E já não havia mal nenhum na panela.    42Um homem veio de Baal-Salisa, trazendo ao homem de Deus pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes no seu alforje. Eliseu disse: Dá ao povo, para que coma.    43Disse, porém, seu servo: Como hei de pôr isto diante de cem homens? Ao que tornou Eliseu: Dá-o ao povo, para que coma; porque assim diz o Senhor: Comerão e sobejará.    44Então lhos pôs diante; e comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.   

Chapter 5

1Ora, Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito, porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios; era homem valente, porém leproso.    2Os sírios, numa das suas investidas, haviam levado presa, da terra de Israel, uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã.    3Disse ela a sua senhora: Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária! Pois este o curaria da sua lepra.    4Então Naamã foi notificar a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.    5Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Foi, pois, e levou consigo dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa.    6Também levou ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra.    7Tendo o rei de Israel lido a carta, rasgou as suas vestes, e disse: Sou eu Deus, que possa matar e vivificar, para que este envie a mim um homem a fim de que eu o cure da sua lepra? Notai, peço-vos, e vede como ele anda buscando ocasião contra mim.    8Quando Eliseu, o homem de Deus, ouviu que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir ter comigo, e saberá que há profeta em Israel.    9Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu.    10Então este lhe mandou um mensageiro, a dizer-lhe: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne tornará a ti, e ficarás purificado.    11Naamã, porém, indignado, retirou-se, dizendo: Eis que pensava eu: Certamente ele sairá a ter comigo, pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor seu Deus, passará a sua mão sobre o lugar, e curará o leproso.    12Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? não poderia eu lavar-me neles, e ficar purificado? Assim se voltou e se retirou com indignação.    13Os seus servos, porém, chegaram-se a ele e lhe falaram, dizendo: Meu pai, se o profeta te houvesse indicado alguma coisa difícil, porventura não a terias cumprido? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado.    14Desceu ele, pois, e mergulhou-se no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne dum menino, e ficou purificado.    15Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que do teu servo recebas um presente.    16Ele, porém, respondeu: Vive o Senhor, em cuja presença estou, que não o receberei. Naamã instou com ele para que o tomasse; mas ele recusou.    17Ao que disse Naamã: Seja assim; contudo dê-se a este teu servo terra que baste para carregar duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.    18Nisto perdoe o Senhor ao teu servo: Quando meu amo entrar na casa de Rimom para ali adorar, e ele se apoiar na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor ao teu servo.    19Eliseu lhe disse: Vai em paz.    20Quando Naamã já ia a uma pequena distância, Geazi, moço de Eliseu, o homem de Deus, disse: Eis que meu senhor poupou a este sírio Naamã, não recebendo da mão dele coisa alguma do que trazia; vive o Senhor, que hei de correr atrás dele, e receber dele alguma coisa.    21Foi pois, Geazi em alcance de Naamã. Este, vendo que alguém corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo, e perguntou: Vai tudo bem?    22Respondeu ele: Tudo vai bem. Meu senhor me enviou a dizer-te: Eis que agora mesmo vieram a mim dois mancebos dos filhos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de roupa.    23Disse Naamã: Sê servido de tomar dois talentos. E instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de roupa, e pô-los sobre dois dos seus moços, os quais os levaram adiante de Geazi.    24Tendo ele chegado ao outeiro, tomou-os das mãos deles e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, e eles se foram.    25Mas ele entrou e pôs-se diante de seu amo. Então lhe perguntou Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma.    26Eliseu porém, lhe disse: Porventura não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou do seu carro ao teu encontro? Era isto ocasião para receberes prata e roupa, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?    27Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então Geazi saiu da presença dele leproso, branco como a neve.   

Chapter 6

1Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito demais para nós.    2Vamos, pois até o Jordão, tomemos de lá cada um de nós, uma viga, e ali edifiquemos para nós um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide.    3Disse-lhe um deles: Digna-te de ir com os teus servos. E ele respondeu: Eu irei.    4Assim foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortavam madeira.    5Mas sucedeu que, ao derrubar um deles uma viga, o ferro do machado caiu na água; e ele clamou, dizendo: Ai, meu senhor! ele era emprestado.    6Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? E ele lhe mostrou o lugar. Então Eliseu cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.    7E disse: Tira-o. E ele estendeu a mão e o tomou.    8Ora, o rei da Síria fazia guerra a Israel; e teve conselho com os seus servos, dizendo: Em tal e tal lugar estará o meu acampamento.    9E o homem de Deus mandou dizer ao rei de Israel: Guarda-te de passares por tal lugar porque os sírios estão descendo ali.    10Pelo que o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem de Deus lhe falara, e de que o tinha avisado, e assim se salvou. Isso aconteceu não uma só vez, nem duas.    11Turbou-se por causa disto o coração do rei da Síria que chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel?    12Respondeu um dos seus servos: Não é assim, ó rei meu senhor, mas o profeta Eliseu que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir.    13E ele disse: Ide e vede onde ele está, para que eu envie e mande trazê-lo. E foi-lhe dito; Eis que está em Dotã.    14Então enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais vieram de noite e cercaram a cidade.    15Tendo o moço do homem de Deus se levantado muito cedo, saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros. Então o moço disse ao homem de Deus: Ai, meu senhor! que faremos?    16Respondeu ele: Não temas; porque os que estão conosco são mais do que os que estão com eles.    17E Eliseu orou, e disse: ç senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.    18Quando os sírios desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor, e disse: Fere de cegueira esta gente, peço-te. E o Senhor os feriu de cegueira, conforme o pedido de Eliseu.    19Então Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samária.    20E sucedeu que, chegando eles a Samária, disse Eliseu: Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os olhos, e viram; e eis que estavam no meio de Samária.    21Quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai?    22Respondeu ele: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam, e se vão para seu senhor.    23Preparou-lhes, pois, um grande banquete; e eles comeram e beberam; então ele os despediu, e foram para seu senhor. E as tropas dos sírios desistiram de invadir a terra de Israel.    24Sucedeu, depois disto, que Bene-Hadade, rei da Síria, ajuntando todo o seu exército, subiu e cercou Samária.    25E houve grande fome em Samária, porque mantiveram o cerco até que se vendeu uma cabeça de jumento por oitenta siclos de prata, e a quarta parte dum cabo de esterco de pombas por cinco siclos de prata.    26E sucedeu que, passando o rei de Israel pelo muro, uma mulher lhe gritou, dizendo: Acode-me, ó rei meu Senhor.    27Mas ele lhe disse: Se o Senhor não te acode, donde te acudirei eu? da eira ou do lagar?    28Contudo o rei lhe perguntou: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o comamos, e amanhã comeremos o meu filho.    29cozemos, pois, o meu filho e o comemos; e ao outro dia lhe disse eu: Dá cá o teu filho para que o comamos; e ela escondeu o seu filho.    30Ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou as suas vestes (ora, ele ia passando pelo muro); e o povo olhou e viu que o rei trazia saco por dentro, sobre a sua carne.    31Então disse ele: Assim me faça Deus, e outro tanto, se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, lhe ficar hoje sobre os ombros.    32Estava então Eliseu sentado em sua casa, e também os anciãos estavam sentados com ele, quando o rei enviou um homem adiante de si; mas, antes que o mensageiro chegasse a Eliseu, disse este aos anciãos: Vedes como esse filho de homicida mandou tirar-me a cabeça? Olhai quando vier o mensageiro, fechai a porta, e empurrai-o para fora com a porta. Porventura não vem após ele o ruído dos pés do seu senhor?    33Quando Eliseu ainda estava falando com eles, eis que o mensageiro desceu a ele; e disse: Eis que este mal vem do Senhor; por que, pois, esperaria eu mais pelo Senhor ?   

Chapter 7

1Então disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã, por estas horas, haverá uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samária.    2porém o capitão em cujo braço o rei se apoiava respondeu ao homem de Deus e disse: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poderia isso suceder? Disse Eliseu: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comeras.    3Ora, quatro homens leprosos estavam à entrada da porta; e disseram uns aos outros: Para que ficamos nós sentados aqui até morrermos?    4Se dissermos: Entremos na cidade; há fome na cidade, e morreremos aí; e se ficarmos sentados aqui, também morreremos. Vamo-nos, pois, agora e passemos para o arraial dos sírios; se eles nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem, tão somente morreremos.    5Levantaram-se, pois, ao crepúsculo, para irem ao arraial dos sírios; e, chegando eles à entrada do arraial, eis que não havia ali ninguém.    6Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios um ruído de carros e de cavalos, como de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem sobre nós.    7Pelo que se levantaram e fugiram, ao crepúsculo; deixaram as suas tendas, os seus cavalos e os seus jumentos, isto é, o arraial tal como estava, e fugiram para salvarem as suas vidas.    8Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, comeram e beberam; e tomando dali prata, ouro e vestidos, foram e os esconderam; depois voltaram, entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa e a esconderam.    9Então disseram uns aos outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nós nos calamos. Se esperarmos até a luz da manhã, algum castigo nos sobrevirá; vamos, pois, agora e o anunciemos à casa do rei.    10Vieram, pois, bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos sírios e eis que lá não havia ninguém, nem voz de homem, porém só os cavalos e os jumentos atados, e as tendas como estavam.    11Assim chamaram os porteiros, e estes o anunciaram dentro da casa do rei.    12E o rei se levantou de noite, e disse a seus servos: Eu vos direi o que é que os sírios nos fizeram. Bem sabem eles que estamos esfaimados; pelo que saíram do arraial para se esconderem no campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então os tomaremos vivos, e entraremos na cidade.    13Então um dos seus servos respondeu, dizendo: Tomem-se, pois, cinco dos cavalos do resto que ficou aqui dentro (eis que eles estão como toda a multidão dos israelitas que ficaram aqui de resto, e que se vêm extenuando), e enviemo-los, e vejamos.    14Tomaram pois dois carros com cavalos; e o rei os enviou com mensageiros após o exército dos sírios, dizendo-lhe: Ide, e vede.    15E foram após ele até o Jordão; e eis que todo o caminho estava cheio de roupas e de objetos que os sírios, na sua precipitação, tinham lançado fora; e voltaram os mensageiros, e o anunciaram ao rei.    16Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos sírios. Assim houve uma medida de farinha por um siclo e duas medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do Senhor.    17O rei pusera à porta o capitão em cujo braço ele se apoiava; e o povo o atropelou na porta, de sorte que morreu, como falara o homem de Deus quando o rei descera a ter com ele.    18Porque, quando o homem de Deus falara ao rei, dizendo: Amanhã, por estas horas, haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de farinha por um siclo, à porta de Samária,    19aquele capitão respondera ao homem de Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu poderia isso suceder? e ele dissera: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comerás.    20E assim foi; pois o povo o atropelou à porta, e ele morreu.   

Chapter 8

1Ora Eliseu havia falado àquela mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o Senhor chamou a fome, e ela virá sobre a terra por sete anos.    2A mulher, pois, levantou-se e fez conforme a palavra do homem de Deus; foi com a sua família, e peregrinou na terra dos filisteus sete anos.    3Mas ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus, e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras.    4Ora, o rei falava a Geazi, o moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito.    5E sucedeu que, contando ele ao rei como Eliseu ressuscitara aquele que estava morto, eis que a mulher cujo filho ressuscitara veio clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras. Então disse Geazi: ç rei meu senhor, esta é a mulher, e este o seu filho a quem Eliseu ressuscitou.    6O rei interrogou a mulher, e ela lhe contou o caso. Então o rei lhe designou um oficial, ao qual disse: Faze restituir-lhe tudo quanto era seu, e todas as rendas das terras desde o dia em que deixou o país até agora.    7Depois veio Eliseu a Damasco. E estando Bene-Hadade, rei da Síria, doente, lho anunciaram, dizendo: O homem de Deus chegou aqui.    8Então o rei disse a Hazael: Toma um presente na tua mão, vai encontrar-te com o homem de Deus e por meio dele consulta ao Senhor, dizendo: Sararei eu desta doença?    9Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele, e levou consigo um presente, a saber, quarenta camelos carregados de tudo o que havia de bom em Damasco. Ao chegar, apresentou-se a ele e disse: Teu filho Bene-Hadade, rei da Síria, enviou-me a ti para perguntar: sararei eu desta doença?    10Respondeu-lhe Eliseu: Vai e dize-lhe: Hás de sarar. Contudo o Senhor me mostrou que ele morrerá.    11E olhou para Hazael, fitando nele os olhos até que este ficou confundido; e o homem de Deus chorou.    12Então disse Hazael: Por que meu senhor está chorando? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel: Porás fogo às suas fortalezas, matarás à espada os seus mancebos, despedaçarás os seus pequeninos e fenderás as suas mulheres grávidas.    13Ao que disse Hazael: Que é o teu servo, que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? Respondeu Eliseu: O Senhor mostrou-me que tu hás de ser rei da Síria.    14Então apartou-se de Eliseu, e voltou ao seu senhor, o qual lhe perguntou: Que te disse Eliseu? Respondeu ele: Disse-me que certamente sararás.    15Ao outro dia Hazael tomou um cobertor, molhou-o na água e o estendeu sobre o rosto do rei, de modo que este morreu. E Hazael reinou em seu lugar.    16Ora, no ano quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, Jeorão, filho de Jeosafá, rei de Judá, começou a reinar.    17Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.    18E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque tinha por mulher a filha de Acabe; e fez o que era mau aos olhos do Senhor.    19Todavia o Senhor não quis destruir a Judá, por causa de Davi, seu servo, porquanto lhe havia prometido que lhe daria uma lâmpada, a ele e a seus filhos, para sempre.    20Nos seus dias os edomitas se rebelaram contra o domínio de Judá, e constituiram um rei para si.    21Pelo que Jeorão passou a Zair, com todos os seus carros; e ele se levantou de noite, com os chefes dos carros, e feriu os edomitas que o haviam cercado; mas o povo fugiu para as suas tendas.    22Assim os edomitas ficaram rebelados contra o domínio de Judá até o dia de hoje. Também Libna se rebelou nesse mesmo tempo.    23O restante dos atos de Jeorão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas de Judá?    24Jeorão dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles na cidade de Davi. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.    25No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.    26Acazias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. O nome de sua mãe era Atalia; era neta de Onri, rei de Israel.    27Ele andou no caminho da casa de Acabe, e fez o que era mau aos olhos do Senhor, como a casa de Acabe, porque era genro de Acabe.    28Ora, ele foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, a pelejar contra Hazael, rei da Síria; e os sírios feriram a Jorão.    29Então voltou o rei Jorão para se curar em Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram em Ramá, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá, para ver Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, porquanto estava doente.   

Chapter 9

1Depois o profeta Eliseu chamou um dos filhos dos profetas, e lhe disse: Cinge os teus lombos, toma na mão este vaso de azeite e vai a Ramote-Gileade;    2quando lá chegares, procura a Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi; entra, faze que ele se levante do meio de seus irmãos, e leva-o para uma câmara interior.    3Toma, então, o vaso de azeite, derrama-o sobre a sua cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. Então abre a porta, foge e não te detenhas.    4Foi, pois, o jovem profeta, a Ramote-Gileade.    5E quando chegou, eis que os chefes do exército estavam sentados ali; e ele disse: Chefe, tenho uma palavra para te dizer. E Jeú perguntou: A qual de todos nós? Respondeu ele: A ti, chefe!    6Então Jeú se levantou, e entrou na casa; e o mancebo derramou-lhe o azeite sobre a cabeça, e lhe disse: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel.    7Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor.    8Pois toda a casa de Acabe perecerá; e destruirei de Acabe todo filho varão, tanto o escravo como o livre em Israel.    9Porque hei de fazer a casa de Acabe como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías.    10Os cães comerão a Jezabel no campo de Jizreel; não haverá quem a enterre. Então o mancebo abriu a porta e fugiu.    11Saiu então Jeú aos servos de seu senhor; e um lhe perguntou: Vai tudo bem? Por que veio a ti esse louco? E ele lhes respondeu: Bem conheceis o homem e o seu falar.    12Mas eles replicaram. É mentira; dize-no-lo, pedimos-te. Ao que disse Jeú: Assim e assim ele me falou, dizendo: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel.    13Então se apressaram, e cada um tomou a sua capa e a pôs debaixo dele, no mais alto degrau; e tocaram a buzina, e disseram: Jeú reina!    14Assim Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi, conspirou contra Jorão. (Ora, tinha Jorão cercado a Ramote-Gileade, ele e todo o Israel, por causa de Hazael, rei da Síria;    15porém o rei Jorão tinha voltado para se curar em Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria.) E disse Jeú: Se isto é o vosso parecer, ninguém escape nem saia da cidade para ir dar a nova em Jizreel.    16Então Jeú subiu a um carro, e foi a Jizreel; porque Jorão estava acamado ali; e também Acazias, rei de Judá, descera para ver Jorão.    17O atalaia que estava na torre de Jizreel viu a tropa de Jeú, que vinha e disse: Vejo uma tropa. Disse Jorão: Toma um cavaleiro, e envia-o ao seu encontro a perguntar: Há paz?    18E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse: Assim diz o rei: Há paz? Respondeu Jeú: Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim. E o atalaia deu aviso, dizendo: Chegou a eles o mensageiro, porém não volta.    19Então Jorão enviou outro cavaleiro; e, chegando este a eles, disse Assim diz o rei: Há paz? Respondeu Jeú: Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim.    20E o atalaia deu aviso, dizendo: Também este chegou a eles, porém não volta; e o andar se parece com o andar de Jeú, filho de Ninsi porque anda furiosamente.    21Disse Jorão: Aparelha-me o carro! E lho aparelharam. Saiu Jorão, rei de Israel, com Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro para irem ao encontro de Jeú, e o encontraram no campo de Nabote, o jizreelita.    22E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há paz, Jeú? Respondeu ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?    23Então Jorão deu volta, e fugiu, dizendo a Acazias: Há traição, Acazias!    24Mas Jeú, entesando o seu arco com toda a força, feriu Jorão entre as espáduas, e a flecha lhe saiu pelo coração; e ele caiu no seu carro.    25Disse então Jeú a Bidcar, seu ajudante: Levanta-o, e lança-o no campo da herança de Nabote, o jizreelita; pois lembra-te de indo eu e tu juntos a cavalo após seu pai Acabe, o Senhor pôs sobre ele esta sentença, dizendo:    26Certamente vi ontem o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos, diz o Senhor; e neste mesmo campo te retribuirei, diz o Senhor. Agora, pois, levanta-o, e lança-o neste campo, conforme a palavra do Senhor.    27Quando Acazias, rei de Judá, viu isto, fugiu pelo caminho da casa do jardim. E Jeú o perseguiu, dizendo: A este também! Matai-o! Então o feriram no carro, à subida de Gur, que está junto a Ibleão; mas ele fugiu para Megido, e ali morreu.    28E seus servos o levaram num carro a Jerusalém, e o sepultaram na sua sepultura junto a seus pais, na cidade de Davi.    29Ora, Acazias começara a reinar sobre Judá no ano undécimo de Jorão, filho de Acabe.    30Depois Jeú veio a Jizreel; o que ouvindo Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, e enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janela.    31Quando Jeú entrava pela porta, disse ela: Teve paz Zinri, que matou a seu senhor ?    32Ao que ele levantou o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? quem? E dois ou três eunucos olharam para ele.    33Então disse ele: Lançai-a daí abaixo. E lançaram-na abaixo; e foram salpicados com o sangue dela a parede e os cavalos; e ele a atropelou.    34E tendo ele entrado, comeu e bebeu; depois disse: Olhai por aquela maldita, e sepultai-a, porque é filha de rei.    35Foram, pois, para a sepultar; porém não acharam dela senão a caveira, os pés e as palmas das mãos.    36Então voltaram, e lho disseram. Pelo que ele disse: Esta é a palavra do Senhor, que ele falou por intermédio de Elias, o tisbita, seu servo, dizendo: No campo de Jizreel os cães comerão a carne de Jezabel,    37e o seu cadáver será como esterco sobre o campo, na herdade de Jizreel; de modo que não se poderá dizer: Esta é Jezabel.   

Chapter 10

1Ora, Acabe tinha setenta filhos em Samária. E Jeú escreveu cartas, e as enviou a Samária, aos chefes de Jizreel, aos anciãos, e aos aios dos filhos de Acabe, dizendo:    2Logo que vos chegar esta carta, visto que estão convosco os filhos de vosso senhor, como também carros, e cavalos, e uma cidade fortificada, e armas,    3escolhei o melhor e mais reto dos filhos de vosso senhor, ponde-o sobre o trono de seu pai, e pelejai pela casa de vosso senhor.    4Eles, porém, temeram muitíssimo, e disseram: Eis que dois reis não lhe puderam resistir; como, pois, poderemos nós resistir-lhe?    5Então o que tinha cargo da casa, o que tinha cargo da cidade, os anciãos e os aios mandaram dizer a Jeú: Nós somos teus servos, e tudo quanto nos ordenares faremos; a homem algum constituiremos rei. Faze o que parecer bem aos teus olhos.    6Depois lhes escreveu outra carta, dizendo: Se sois comigo, e se quereis ouvir a minha voz, tomai as cabeças dos homens, filhos de vosso senhor, e amanhã a estas horas vinde ter comigo a Jizreel: Ora, os filhos do rei, que eram setenta, estavam com os grandes da cidade, que os criavam.:    7Sucedeu pois, que, chegada a eles a carta, tomaram os setenta filhos do rei e os mataram; puseram as cabeças deles nuns cestos, e lhas mandaram a Jizreel.    8Veio um mensageiro e lhe anunciou, dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as em dois montões à entrada da porta, até pela manhã.    9Ao sair ele pela manhã, parou, e disse a todo o povo: Vós sois justos; eis que eu conspirei contra o meu senhor, e o matei; mas quem feriu a todos estes?    10Sabei, pois, agora que, da palavra do senhor, que o Senhor falou contra a casa de Acabe, nada cairá em terra; porque o Senhor tem feito o que falou por intermédio de seu servo Elias.    11E Jeú feriu todos os restantes da casa de Acabe em Jizreel, como também a todos os seus grandes, os seus amigos íntimos, e os seus sacerdotes, até não lhe deixar ficar nenhum de resto.    12Então Jeú se levantou e partiu para ir a Samária. E, estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores,    13encontrou-se com os irmãos de Acazias, rei de Judá, e perguntou: Quem sois vós? Responderam eles: Somos os irmãos de Acazias; e descemos a saudar os filhos do rei e os filhos da rainha.    14Então disse ele: Apanhai-os vivos. E eles os apanharam vivos, quarenta e dois homens, e os mataram junto ao poço de Bete-Equede, e a nenhum deles deixou de resto.    15E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo? Respondeu Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão. E ele lhe deu a mão; e Jeú fê-lo subir consigo ao carro,    16e disse: Vem comigo, e vê o meu zelo para com o Senhor. E fê-lo sentar consigo no carro.    17Quando Jeú chegou a Samária, feriu a todos os que restavam de Acabe em Samária, até os destruir, conforme a palavra que o Senhor dissera a Elias.    18Depois ajuntou Jeú todo o povo, e disse-lhe: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú, porém, muito o servirá.    19Pelo que chamai agora à minha presença todos os profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não falte nenhum, porque tenho um grande sacrifício a fazer a Baal; aquele que faltar não viverá. Jeú, porém, fazia isto com astúcia, para destruir os adoradores de Baal.    20Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma assembléia solene. E eles a apregoaram.    21Também Jeú enviou mensageiros por todo o Israel; e vieram todos os adoradores de Baal, de modo que não ficou deles homem algum que não viesse. E entraram na casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal, de um lado a outro.    22Então disse ao que tinha a seu cargo as vestimentas: Tira vestimentas para todos os adoradores de Baal. E eles lhes tirou para fora as vestimentas.    23E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal, e disse aos adoradores de Baal: Examinai, e vede bem, que porventura não haja entre vós algum servo do Senhor, mas somente os adoradores de Baal. dom; porém não puderam.    24Assim entraram para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora, Jeú tinha posto de prontidão do lado de fora oitenta homens, e lhes tinha dito: Aquele que deixar escapar algum dos homens que eu vos entregar nas mãos, pagará com a própria vida a vida dele.    25Sucedeu, pois, que, acabando de fazer o holocausto, disse Jeú aos da sua guarda, e aos oficiais: Entrai e matai-os! não escape nenhum! Então os feriram ao fio da espada; e os da guarda e os oficiais os lançaram fora e, entrando no santuário da casa de Baal,    26tiraram as colunas que nela estavam, e as queimaram.    27Também quebraram a coluna de Baal, e derrubaram a casa de Baal, fazendo dela uma latrina, como é até o dia de hoje.    28Assim Jeú exterminou de Israel a Baal.    29Todavia Jeú não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez Israel pecar, a saber, dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em Dã.    30Ora, disse o Senhor a Jeú: Porquanto executaste bem o que é reto aos meus olhos, e fizeste à casa de Acabe conforme tudo quanto eu tinha no meu coração, teus filhos até a quarta geração se assentarão no trono de Israel.    31Mas Jeú não teve o cuidado de andar de todo o seu coração na lei do Senhor Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, com os quais este fez Israel pecar.    32Naqueles dias começou o Senhor a diminuir os termos de Israel. Hazael feriu a Israel em todas as suas fronteiras,    33desde o Jordão para o nascente do sol, a toda a terra de Gileade, aos gaditas, aos rubenitas e aos manassitas, desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, por toda a Gileade e Basã.    34Ora, o restante dos atos de Jeú, e tudo quanto fez, e todo o seu poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    35Jeú dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samária. Em seu lugar reinou seu filho Jeoacaz.    36Os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samária foram vinte e oito anos.   

Chapter 11

1Vendo pois Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se, e destruiu toda a descendência real.    2Mas Jeoseba, filha do rei Jorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, furtando-o dentre os filhos do rei, aos quais matavam na recâmara, e o escondeu de Ataliá, a ele e à sua ama, de sorte que não o mataram.    3E esteve com ela escondido na casa do Senhor seis anos; e Atalia reinava sobre o país.    4No sétimo ano, porém, Jeoiada mandou chamar os centuriões dos caritas e os oficiais da guarda, e fê-los entrar consigo na casa do Senhor; e fez com eles um pacto e, ajuramentando-os na casa do Senhor, mostrou-lhes o filho do rei.    5Então lhes ordenou, dizendo: Eis aqui o que haveis de fazer: uma terça parte de vós, os que entrais no sábado, fará a guarda da casa do rei;    6outra terça parte estará à porta Sur; e a outra terça parte à porta detrás dos da guarda. Assim fareis a guarda desta casa, afastando a todos.    7As duas companhias, a saber, todos os que saem no sábado, farão a guarda da casa do Senhor junto ao rei;    8e rodeareis o rei, cada um com as suas armas na mão, e aquele que entrar dentro das fileiras, seja morto; e estai vós com o rei quando sair e quando entrar.    9Fizeram, pois, os centuriões conforme tudo quanto ordenara o sacerdote Jeoiada; e tomando cada um os seus homens, tanto os que entravam no sábado como os que saíam no sábado, vieram ter com o sacerdote Jeoiada.    10O sacerdote entregou aos centuriões as lanças e os escudos que haviam sido do rei Davi, e que estavam na casa do Senhor.    11E os da guarda, cada um com as armas na mão, se puseram em volta do rei, desde o lado direito da casa até o lado esquerdo, ao longo do altar e da casa.    12Então Jeoiada lhes apresentou o filho do rei, pôs-lhe a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei e o ungiram e, batendo palmas, clamaram: Viva o rei!    13Quando Atalia ouviu o vozerio da guarda e do povo, foi ter com o povo na casa do Senhor;    14e olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme o costume, e os capitães e os trombeteiros junto ao rei; e todo o povo da terra se alegrava e tocava trombetas. Então Atalia rasgou os seus vestidos, e clamou: Traição! Traição!    15Então Jeoiada, o sacerdote, deu ordem aos centuriões que comandavam as tropas, dizendo-lhes: Tirai-a para fora por entre as fileiras, e a quem a seguir matai-o à espada. Pois o sacerdote dissera: Não seja ela morta na casa do Senhor.    16E lançaram-lhe as mãos e ela foi pelo caminho da entrada dos cavalos à casa do rei, e ali a mataram.    17Ora, Jeoiada firmou um pacto entre o Senhor e o rei e o povo, pelo qual este seria o povo do Senhor; como também firmou pacto entre o rei e o povo.    18Então todo o povo da terra entrou na casa de Baal, e a derrubaram; como também os seus altares, e as suas imagens, totalmente quebraram; e a Matã, sacerdote de Baal, mataram diante dos altares. Também o sacerdote pôs vigias sobre a casa do Senhor.    19E tomou os centuriões, os caritas, a guarda, e todo o povo da terra; e conduziram da casa do Senhor o rei, e foram pelo caminho da porta da guarda, à casa do rei; e ele se assentou no trono dos reis.    20E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram Atalia à espada junto à casa do rei.    21Joás tinha sete anos quando começou a reinar.   

Chapter 12

1Foi no ano sétimo de Jeú que Joás começou a reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zíbia, de Berseba.    2E Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Jeoiada o instruiu.    3Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.    4Disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas consagradas que se trouxer à casa do Senhor, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que cada um trouxer voluntariamente para a casa do Senhor,    5recebam-no os sacerdotes, cada um dos seus conhecidos, e reparem os estragos da casa, todo estrago que se achar nela.    6Sucedeu porém que, no vigésimo terceiro ano do rei Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado os estragos da casa.    7Então o rei Joás chamou o sacerdote Jeoiada e os demais sacerdotes, e lhes disse: Por que não reparais os estragos da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, mas entregai-o para o reparo dos estragos da casa.    8E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do povo, e em não mais serem os encarregados de reparar os estragos da casa.    9Mas o sacerdote Jeoiada tomou uma arca , fez um buraco na tampa, e a pôs ao pé do altar, à mão direita de quem entrava na casa do Senhor. E os sacerdotes que guardavam a entrada metiam ali todo o dinheiro que se trazia à casa do Senhor.    10Sucedeu pois que, vendo eles que já havia muito dinheiro na arca, o escrivão do rei e o sumo sacerdote vinham, e ensacavam e contavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor.    11E entregavam o dinheiro, depois de pesado, nas mãos dos que faziam a obra e que tinham a seu cargo a casa do Senhor; e eles o distribuíam aos carpinteiros, e aos edificadores que reparavam a casa do Senhor;    12como também aos pedreiros e aos cabouqueiros; e para se comprar madeira e pedras de cantaria a fim de repararem os estragos da casa do Senhor, e para tudo quanto exigia despesa para se reparar a casa.    13Todavia, do dinheiro que se trazia à casa do Senhor, não se faziam nem taças de prata, nem espevitadeiras, nem bacias, nem trombetas, nem vaso algum de ouro ou de prata para a casa do Senhor;    14porque o davam aos que faziam a obra, os quais reparavam com ele a casa do Senhor.    15E não se tomavam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro para o dar aos que faziam a obra, porque eles se haviam com fidelidade.    16Mas o dinheiro das ofertas pela culpa, e o dinheiro das ofertas pelo pecado, não se trazia à casa do Senhor; era para os sacerdotes.    17Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou. Depois Hazael virou o rosto para marchar contra Jerusalém.    18Pelo que Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas consagradas que Jeosafá, Jeorão e Acazias, seus pais, reis de Judá, tinham consagrado, e tudo o que ele mesmo tinha oferecido, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da casa do Senhor e na casa do rei, e o mandou a Hazael, rei da Síria, o qual se desviou de Jerusalém.    19Ora, o restante dos atos de Joás, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    20Levantaram-se os servos de Joás e, conspirando contra ele, o feriram na casa de Milo, junto ao caminho que desce para Sila.    21Foram Jozacar, filho de Simeate, e Jeozabade, filho de Somer, seus servos que o feriram, e ele morreu. Sepultaram-no com seus pais na cidade de Davi. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 13

1No vigésimo terceiro ano de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, começou a reinar Jeoacaz, filho de Jeú, sobre Israel, em Samária, e reinou dezessete anos.    2E fez o que era mau aos olhos do Senhor, porque seguiu os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar; não se apartou deles.    3Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e o entregou continuadamente na mão de Hazael, rei da Síria, e na mão de Bene-Hadade, filho de Hazael.    4Jeoacaz, porém, suplicou diante da face do Senhor; e o senhor o ouviu, porque viu a opressão com que o rei da Síria oprimia a Israel,    5(pelo que o Senhor deu um libertador a Israel, de modo que saiu de sob a mão dos sírios; e os filhos de Israel habitaram nas suas tendas, como dantes.    6Contudo não se apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, com os quais ele fizera Israel pecar, porém andaram neles; e também a Asera ficou em pé em Samária.)    7porque, de todo o povo, não deixara a Jeoacaz mais que cinqüenta cavaleiros, dez carros e dez mil homens de infantaria; porquanto o rei da Síria os tinha destruído e os tinha feito como o pó da eira.    8Ora, o restante dos atos de Jeoacaz, e tudo quanto fez, e o seu poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    9E Jeoacaz dormiu com seus pais; e o sepultaram em Samária. E Jeoás, seu filho, reinou em seu lugar.    10No ano trinta e sete de Joás, rei de Judá, começou a reinar Jeoás, filho de Jeoacaz, sobre Israel, em Samária, e reinou dezesseis anos.    11E fez o que era mau aos olhos do Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar, porém andou neles.    12Ora, o restante dos atos de Jeoás, e tudo quanto fez, e o seu poder, com que pelejou contra Amazias, rei de Judá, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    13Jeoás dormiu com seus pais, e Jeroboão se assentou no seu trono. Jeoás foi sepultado em Samária, junto aos reis de Israel.    14Estando Eliseu doente da enfermidade de que morreu, Jeoás, rei de Israel, desceu a ele e, chorando sobre ele exclamou: Meu pai, meu pai! carro de Israel, e seus cavaleiros!    15E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E ele tomou um arco e flechas.    16Então Eliseu disse ao rei de Israel: Põe a mão sobre o arco. E ele o fez. Eliseu pôs as suas mãos sobre as do rei,    17e disse: Abre a janela para o oriente. E ele a abriu. Então disse Eliseu: Atira. E ele atirou. Prosseguiu Eliseu: A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás os sírios em Afeque até os consumir.    18Disse mais: Toma as flechas. E ele as tomou. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra. E ele a feriu três vezes, e cessou.    19Ao que o homem de Deus se indignou muito contra ele, e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então feririas os sírios até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os sirios.    20Depois morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra à entrada do ano.    21E sucedeu que, estando alguns a enterrarem um homem, viram uma dessas tropas, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu. Logo que ele tocou os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés.    22Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel todos os dias de Jeoacaz.    23O Senhor, porém, teve misericórdia deles, e se compadeceu deles, e se tornou para eles, por amor do seu pacto com Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir nem lançá-los da sua presença    24Ao morrer Hazael, rei da Síria, Bene-Hadade, seu filho, reinou em seu lugar.    25E Jeoás, filho de Jeoacaz, retomou das mãos de Bene-Hadade, filho de Hazael, as cidades que este havia tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel.   

Chapter 14

1No segundo ano de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel, começou a reinar Amazias, filho de Joás, rei de Judá.    2Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jeoadim, de Jerusalém.    3E fez o que era reto aos olhos do Senhor, ainda que não como seu pai Davi; fez, porém, conforme tudo o que fizera Joás, seu pai.    4Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.    5Sucedeu que, logo que o reino foi confirmado na sua mão matou aqueles seus servos que haviam matado o rei, seu pai;    6porém os filhos dos assassinos não matou, segundo o que está escrito no livro da lei de Moisés, conforme o Senhor deu ordem, dizendo: Não serão mortos os pais por causa dos filhos, nem os filhos por causa dos pais; mas cada um será morto pelo seu próprio pecado.    7Também matou dez mil edomitas no Vale do Sal, e tomou em batalha a sela; e chamou o seu nome Jocteel, nome que conserva até hoje.    8Então Amazias enviou mensageiros a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel, dizendo: Vem, vejamo-nos face a face.    9Mandou, porém, Jeoás, rei de Israel, dizer a Amazias, rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o cardo.    10Na verdade feriste Edom, e o teu coração se ensoberbeceu; gloria-te disso, e fica em tua casa; pois, por que te entremeterias no mal, para caíres tu, e Judá contigo?    11Amazias, porém, não o quis ouvir. De modo que Jeoás, rei de Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de Judá, viram-se face a face, em Bete-Semes, que está em Judá.    12Então Judá foi derrotado diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.    13E Jeoás, rei de Israel, aprisionou Amazias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Acazias, em Bete-Semes e, vindo a Jerusalém, rompeu o seu muro desde a porta de Efraim até a porta da esquina, quatrocentos covados.    14E tomou todo o ouro e a prata e todos os vasos que se achavam na casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei, como também reféns, e voltou para Samária.    15Ora, o restante dos atos de Jeoás, o que fez, e o seu poder, e como pelejou contra Amazias, rei de Judá, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    16E dormiu Jeoás com seus pais, e foi sepultado em Samária, junto aos reis de Israel. Jeroboão, seu filho, reinou em seu lugar.    17Amazias, filho de Joás, rei de Judá, viveu quinze anos depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel.    18Ora, o restante dos atos de Amazias, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?    19Conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis; porém enviaram após ele até Laquis, e ali o mataram.    20Então o trouxeram sobre cavalos; e ele foi sepultado em Jerusalém, junto a seus pais, na cidade de Davi.    21E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que tinha dezesseis anos, e fê-lo rei em lugar de Amazias, seu pai.    22Ele edificou a Elate, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.    23No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samária, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos.    24E fez o que era mau aos olhos do Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.    25Foi ele que restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até o mar da Arabá, conforme a palavra que o Senhor, Deus de Israel, falara por intermédio de seu servo Jonas filho do profeta Amitai, de Gate-Hefer.    26Porque viu o Senhor que a aflição de Israel era muito amarga, e que não restava nem escravo, nem livre, nem quem socorresse a Israel.    27E ainda não falara o Senhor em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém o livrou por meio de Jeroboão, filho de Jeoás.    28Ora, o restante dos atos de Jeroboão, e tudo quanto fez o seu poder, como pelejou e como reconquistou para Israel Damasco e Hamate, que tinham sido de Judá, porventura não estão escritos no livro das crônicas de Israel?    29E Jeroboão dormiu com seus pais, os reis de Israel. E Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 15

1No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá.    2Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e dois anos, em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jecolia, de Jerusalém.    3E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai.    4Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.    5E o Senhor feriu o rei, de modo que ficou leproso até o dia da sua morte; e habitou numa casa separada; e Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra.    6Ora, o restante dos atos de Azarias, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    7E Azarias dormiu com seus pais, e com eles o sepultaram na cidade de Davi: E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.    8No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samária, seis meses.    9E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.    10Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele; feriu-o diante do povo, matou-o e reinou em seu lugar.    11Ora o restante dos atos de Zacarias está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.    12Esta foi a palavra do Senhor, que ele falara a Jeú, dizendo: Teus filhos, até a quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi.    13Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês em Samária.    14E Menaém, filho de Gadi, subindo de Tirza, veio a Samária; feriu a Salum, filho de Jabes, em Samária, matou-o e reinou em seu lugar.    15Ora, o restante dos atos de Salum, e a conspiração que fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.    16Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como tambem a seus termos desde Tirza; porque não lha tinham aberto, por isso a feriu; e fendeu a todas as mulheres grávidas que nela estavam.    17No ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez anos em Samária.    18E fez o que era mau aos olhos do Senhor; em todos os seus dias nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.    19Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a firmar o reino na sua mão.    20Menaém exigiu este dinheiro de todos os poderosos e ricos em Israel, para o dar ao rei da Assíria, de cada homem cinqüenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não se demorou ali na terra.    21Ora, o restante dos atos de Menaém, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?    22Menaém dormiu com seus pais. E Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar.    23No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, Pecaías, filho de Menaém, começou a reinar sobre Israel em Samária, e reinou dois anos.    24E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.    25E Peca, chefe das suas tropas, filho de Remalias, conspirou contra ele, e o feriu em Samária, no castelo da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié; e com Peca estavam cinqüenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.    26Ora, o restante dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.    27No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá, Peca, filho de Remalias, começou a reinar sobre Israel, em Samária, e reinou vinte anos.    28E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.    29Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser rei da Assíria e tomou Ijom, Abel-Bete-Maacá, Janoa, Quedes, Hazor, Gileade e Galiléia, toda a terra de Naftali; e levou cativos os habitantes para a Assiria.    30E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, o feriu e matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias.    31Ora, o restante dos atos de Peca, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.    32No segundo ano de Peca, filho de Remalias, rei de Israel, começou a reinar Jotão, filho de Uzias, rei de Judá.    33Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jenisa, filha de Zadoque.    34E fez o que era reto aos olhos do Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai Uzias.    35Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles. Pois ele que edificou a porta alta da casa do Senhor.    36Ora, o restante dos atos de Jotão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    37Naqueles dias começou o Senhor a enviar contra Judá Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias.    38E Jotão dormiu com seus pais, e com eles foi, sepultado na cidade de Davi, seu pai. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 16

1No ano dezessete de Peca, filho de Remalia começou a reinar Acaz, filho de Jotão, rei de Judá.    2Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do Senhor seu Deus, como tinha feito Davi, seu pai,    3mas andou no caminho dos reis de Israel, e até fez passar pelo fogo o seu filho, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.    4Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa.    5Então subiu Rezim, rei da Síria, com Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra Jerusalém, para lhe fazer guerra; e cercaram a Acaz, porém não puderam vencê-lo.    6Nesse mesmo tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate a Síria, lançando fora dela os judeus; e os sírios vieram a Elate, e ficaram habitando ali até o dia de hoje.    7Então Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe, e livra-me das mãos do rei da Síria, e das mãos do rei de Israel, os quais se levantaram contra mim.    8E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei, e mandou um presente ao rei da Assíria.    9E o rei da Assíria lhe deu ouvidos e, subindo contra Damasco, tomou-a, levou cativo o povo para Quir, e matou Rezim.    10Então o rei Acaz foi a Damasco para se encontrar com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e, vendo o altar que estava em Damasco, enviou ao sacerdote Urias a figura do altar, e o modelo exato de toda a sua obra.    11E Urias, o sacerdote, edificou o altar; conforme tudo o que o rei Acaz lhe tinha enviado de Damasco, assim o fez o sacerdote Urias, antes que o rei Acaz viesse de Damasco.    12Tendo o rei vindo de Damasco, viu o altar; e, acercando-se do altar, ofereceu sacrifício sobre ele;    13queimou o seu holocausto e a sua oferta de cereais, derramou a sua libação, e espargiu o sangue dos seus sacrifícios pacíficos sobre o altar.    14E o altar de bronze, que estava perante o Senhor, ele o tirou da parte fronteira da casa, de entre o seu altar e a casa do Senhor, e o colocou ao lado setentrional do seu altar.    15E o rei Acaz ordenou a Urias, o sacerdote, dizendo: No grande altar queima o holocausto da manhã, como também a oferta de cereais da noite, o holocausto do rei e a sua oferta de cereais, o holocausto de todo o povo da terra, a sua oferta de cereais e as suas libações; e todo o sangue dos holocaustos, e todo o sangue dos sacrifícios espargirás nele; porém o altar de bronze ficará ao meu dispor para nele inquirir.    16Assim fez Urias, o sacerdote, conforme tudo quanto o rei Acaz lhe ordenara.    17Também o rei Acaz cortou as almofadas das bases, e de cima delas removeu a pia; tirou o mar de sobre os bois de bronze, que estavam debaixo dele, e o colocou sobre um pavimento de pedra.    18Também o passadiço coberto para uso no sábado, que tinham construído na casa, e a entrada real externa, retirou da casa do Senhor, por causa do rei da Assíria.    19Ora, o restante dos atos de Acaz, e o que fez porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    20E dormiu Acaz com seus pais, e com eles foi sepultado na cidade de Davi. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 17

1No ano duodécimo de Acaz, rei de Judá, começou a reinar Oséias, filho de Elá, e reinou sobre Israel, em Samária nove anos.    2E fez o que era mau aos olhos do Senhor, contudo não como os reis de Israel que foram antes dele.    3Contra ele subiu Salmanasar, rei da Assiria; e Oséias ficou sendo servo dele e lhe pagava tributos.    4O rei da Assíria , porém, achou em Oséias conspiração; porque ele enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava, como dantes, os tributos anuais ao rei da Assíria; então este o encerrou e o pôs em grilhões numa prisão.    5E o rei da Assíria subiu por toda a terra, e chegando a Samária sitiou-a por três anos.    6No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou Samária, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e junto a Habor, o rio de Gozã, e nas cidades dos medos.    7Assim sucedeu, porque os filhos de Israel tinham pecado contra o Senhor seu Deus que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mãe de Faraó, rei do Egito, e porque haviam temido a outros deuses,    8e andado segundo os costumes das nações que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel, e segundo os que os reis de Israel introduziram.    9Também os filhos de Israel fizeram secretamente contra o Senhor seu Deus coisas que não eram retas. Edificaram para si altos em todas as suas cidades, desde a torre das atalaias até a cidade fortificada;    10Levantaram para si colunas e aserins em todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores frondosas;    11queimaram incenso em todos os altos, como as nações que o Senhor expulsara de diante deles; cometeram ações iníquas, provocando à ira o Senhor,    12e serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis isso.    13Todavia o Senhor advertiu a Israel e a Judá pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.    14Eles porém, não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como fizeram seus pais, que não creram no Senhor seu Deus;    15rejeitaram os seus estatutos, e o seu pacto, que fizera com os pais deles, como também as advertências que lhes fizera; seguiram a vaidade e tornaram-se vãos, como também seguiram as nações que estavam ao redor deles, a respeito das quais o Senhor lhes tinha ordenado que não as imitassem.    16E, deixando todos os mandamentos do Senhor seu Deus, fizeram para si dois bezerros de fundição, e ainda uma Asera; adoraram todo o exército do céu, e serviram a Baal.    17Fizeram passar pelo fogo seus filhos, suas filhas, e deram- se a adivinhações e encantamentos; e venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, provocando-o à ira.    18Pelo que o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; não ficou senão somente a tribo de Judá.    19Nem mesmo Judá havia guardado os mandamentos do Senhor seu Deus; antes andou nos costumes que Israel introduzira.    20Pelo que o Senhor rejeitou toda a linhagem de Israel, e os oprimiu, entregando-os nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da sua presença.    21Pois rasgara Israel da casa de Davi; e eles fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate, o qual apartou Israel de seguir o Senhor, e os fez cometer um grande pecado.    22Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha cometido; nunca se apartaram deles;    23até que o Senhor tirou Israel da sua presença, como falara por intermédio de todos os seus servos os profetas. Assim foi Israel transportado da sua terra para a Assíria, onde está até o dia de hoje.    24Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samária em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samária em herança, e habitaram nas suas cidades.    25E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali, não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre eles leões, que mataram alguns deles.    26Pelo que foi dito ao rei da Assíria: A gente que transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samária, não conhece a lei do deus da terra; por isso ele tem enviado entre ela leões que a matam, porquanto não conhece a lei do deus da terra.    27Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite ali, e lhes ensine a lei do deus da terra.    28Veio, pois, um dos sacerdotes que eles tinham transportado de Samária, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao Senhor.    29Todavia as nações faziam cada uma o seu próprio deus, e os punham nas casas dos altos que os samaritanos tinham feito, cada nação nas cidades que habitava.    30Os de Babilônia fizeram e Sucote-Benote; os de Cuta fizeram Nergal; os de Hamate fizeram Asima;    31os aveus fizeram Nibaz e Tartaque: e os sefarvitas queimavam seus filhos no fogo e a adrameleque e a Anameleque, deuses de Sefarvaim.    32Temiam também ao Senhor, e dentre o povo fizeram para si sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos lugares altos.    33Assim temiam ao Senhor, mas também serviam a seus próprios deuses, segundo o costume das nações do meio das quais tinham sido transportados.    34Até o dia de hoje fazem segundo os antigos costumes: não temem ao Senhor; nem fazem segundo os seus estatutos, nem segundo as suas ordenanças; nem tampouco segundo a lei, nem segundo o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel,    35com os quais o Senhor tinha feito um pacto, e lhes ordenara, dizendo: Não temereis outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem lhes oferecereis sacrificios;    36mas sim ao Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande poder e com braço estendido, a ele temereis, a ele vos inclinareis, e a ele oferecereis sacrifícios.    37Quanto aos estatutos, às ordenanças, à lei, e ao mandamento, que para vós escreveu, a esses tereis cuidado de observar todos os dias; e não temereis outros deuses;    38e do pacto que fiz convosco não vos esquecereis. Não temereis outros deuses,    39mas ao Senhor vosso Deus temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.    40Contudo eles não ouviram; antes fizeram segundo o seu antigo costume.    41Assim estas nações temiam ao Senhor, mas serviam também as suas imagens esculpidas; também seus filhos, e os filhos de seus filhos fazem até o dia de hoje como fizeram seus pais.   

Chapter 18

1Ora, sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá.    2Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Abi, filha de Zacarias.    3Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.    4Tirou os altos, quebrou as colunas, e deitou abaixo a Asera; e despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera (porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso), e chamou-lhe Neüstã.    5Confiou no Senhor Deus de Israel, de modo que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.    6Porque se apegou ao Senhor; não se apartou de o seguir, e guardou os mandamentos que o Senhor ordenara a Moisés.    7Assim o Senhor era com ele; para onde quer que saísse prosperava. Rebelou-se contra o rei da Assíria, e recusou servi-lo.    8Feriu os filisteus até Gaza e os seus termos, desde a torre dos atalaias até a cidade fortificada.    9No quarto ano do rei Ezequias que era o sétimo ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, Salmanasar, rei da Assíria, subiu contra Samária, e a cercou    10e, ao fim de três anos, tomou-a. No ano sexto de Ezequias, que era o ano nono de Oséias, rei de Israel, Samária foi tomada.    11Depois o rei da Assíria levou Israel cativo para a Assíria, e os colocou em Hala, e junto ao Habor, rio de Gozã, e nas cidades dos medos;    12porquanto não obedeceram à voz do senhor seu Deus, mas violaram o seu pacto, nada ouvindo nem fazendo de tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado.    13No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou.    14Pelo que Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o que me impuseres suportarei. Então o rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro.    15Assim deu Ezequias toda a prata que se achou na casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei.    16Foi nesse tempo que Ezequias, rei de Judá, cortou das portas do templo do Senhor, e dos umbrais, o ouro de que ele mesmo os cobrira, e o deu ao rei da Assíria.    17Contudo este enviou de Laquis Tartã, Rabe-Sáris e Rabsaqué, com um grande exército, ao rei Ezequias, a Jerusalém; e subiram, e vieram a Jerusalém. E, tendo chegado, pararam ao pé do aqueduto da piscina superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro.    18Havendo eles chamado o rei, saíram-lhes ao encontro Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.    19E Rabsaqué lhes disse: Dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?    20Dizes (são, porém, palavras vãs): Há conselho e poder para a guerra. Em quem, pois, agora confias, que contra mim te revoltas?    21Estás confiando nesse bordão de cana quebrada, que é o Egito; o qual, se alguém nele se apoiar, entrar-lhe-á pela mão e a traspassará; assim é Faraó, rei do Egito para com todos os que nele confiam.    22Se, porém, me disserdes: No Senhor nosso Deus confiamos; porventura não é esse aquele cujos altos e altares Ezequias tirou dizendo a Judá e a Jerusalém: Perante, este altar adorareis em Jerusalém?    23Ora pois faze uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria: dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles.    24Como, então, poderias repelir um só príncipe dos menores servos de meu senhor, quando estás confiando no Egito para obteres carros e cavaleiros?    25Porventura teria eu subido sem o Senhor contra este lugar para o destruir? Foi o Senhor que me disse: sobe contra esta terra e a destrói.    26Então disseram Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Rogamos-te que fales aos teus servos em aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales na língua judaica, aos ouvidos do povo que está em cima do muro.    27Rabsaqué, porém, lhes disse: Porventura mandou-me meu senhor para falar estas palavras a teu senhor e a ti, e não aos homens que estão sentados em cima do muro que juntamente convosco hão de comer o seu excremento e beber a sua urina ?    28Então pondo-se em pé, Rabsaqué clamou em alta voz, na língua judaica, dizendo: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria.    29Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da minha mão;    30nem tampouco vos faça Ezequias confiar no Senhor, dizendo: Certamente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue na mão do rei da Assíria.    31Não deis ouvidos a Ezequias; pois assim diz o rei da Assíria: Fazei paz comigo, e saí a mim; e coma cada um da sua vide e da sua figueira, e beba cada um a água da sua cisterna;    32até que eu venha, e vos leve para uma terra semelhante à vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de azeite de oliveiras e de mel; para que vivais e não morrais. Não deis ouvidos a Ezequias, quando vos envenena, dizendo: O Senhor nos livrará.    33Porventura os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria?    35Dentre todos os deuses das terras, quais são os que livraram a sua terra da minha mão, para que o Senhor livre Jerusalém da minha mão?    36Que é feito dos deuses de Hamate e de Arpade? Que é feito dos deuses de Sefarvaim, de Hena e de Iva? porventura livraram Samária da minha mão?    36O povo, porém, ficou calado, e não lhe respondeu uma só palavra, porque o rei ordenara, dizendo: Não lhe respondais.    37Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias com as vestes rasgadas, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué.   

Chapter 19

1Quando o rei Ezequias ouviu isto rasgou as suas vestes, cobriu-se de saco, e entrou na casa do Senhor.    2Então enviou Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes, cobertos de sacos, ao profeta Isaías, filho de Amoz.    3Eles lhe disseram: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia, de vituperação e de blasfêmia; porque os filhos chegaram ao parto, e não há força para os dar à luz.    4Bem pode ser que o Senhor teu Deus tenha ouvido todas as palavras de Rabsaque, a quem o seu senhor, o rei da Assiria, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenda as palavras que o senhor teu Deus ouviu. Faze, pois, oração pelo resto que ainda fica.    5Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaias.    6E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram.    7Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma nova, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair na sua terra.    8Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna, porque soubera que o rei havia partido de Laquis.    9E o rei, ouvindo dizer acerca de Tiraca, rei da Etiópia: Eis que saiu para te fazer guerra, tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo:    10Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.    11Eis que já tens ouvido o que os reis da Assíria fizeram a todas as terras, destruindo-as totalmente; e tu serias poupado?    12Porventura os deuses das nações a quem meus pais destruíram, puderam livrá-las, a saber, Gozã, Harã, Rezefe, e os filhos de Eden que estavam em Telassar?    13Que é feito do rei de Hamate, do rei de Arpade, do rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva?    14Ezequias, pois, tendo recebido a carta das mãos dos mensageiros, e tendo-a lido, subiu à casa do Senhor, e a estendeu perante o Senhor.    15E Ezequias orou perante o Senhor, dizendo: ó Senhor Deus de Israel, que estás assentado sobre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra.    16Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, ç Senhor, os teus olhos, e vê; e ouve as palavras de Senaqueribe, com as quais enviou seu mensageiro para afrontar o Deus vivo.    17Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria têm assolado as nações e as suas terras,    18e lançado os seus deuses no fogo porquanto não eram deuses mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.    19Agora, pois, Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus.    20Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ouvi o que me pediste no tocante a Senaqueribe, rei da Assíria.    21Esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.    22A quem afrontaste e blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os olhos ao alto? Contra o Santo de Israel!    23Por meio de teus mensageiros afrontaste o Senhor, e disseste: Com a multidão de meus carros subi ao alto dos montes, aos lados do Líbano; cortei os seus altos cedros, e as suas mais formosas faias, e entrei na sua mais distante pousada, no bosque do seu campo fértil.    24Eu cavei, e bebi águas estrangeiras; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios do Egito.    25Porventura não ouviste que já há muito tempo determinei isto, e já desde os dias antigos o planejei? Agora, porém, o executei, para que fosses tu que reduzisses as cidades fortificadas a montões desertos.    26Por isso os moradores delas tiveram pouca força, ficaram pasmados e confundidos; tornaram-se como a erva do campo, como a relva verde, e como o feno dos telhados, que se queimam antes de amadurecer.    27Eu, porém, conheço o teu assentar, o teu sair e o teu entrar, bem como o teu furor contra mim.    28Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.    29E isto te será por sinal: Este ano comereis o que nascer por si mesmo, e no ano seguinte que daí proceder; e no terceiro ano semeai e comei, e plantai vinhas, e comei os seus frutos.    30Pois o que escapou da casa de Judá, e ficou de resto, tornará a lançar raízes para baixo, e dará fruto para cima.    31Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião os que escaparem; o zelo do Senhor fará isto.    32Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, nem contra ela levantará tranqueira.    33Pelo caminho por onde veio, por esse mesmo voltará, e nesta cidade não entrará, diz o Senhor.    34Porque eu defenderei esta cidade para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.    35Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles: e, levantando-se os assírios pela manhã cedo, eis que aqueles eram todos cadáveres.    36Então Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou e, voltando, habitou em Nínive.    37E quando ele estava adorando na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada e fugiram para a terra de Arará. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 20

1Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz, o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás.    2Então o rei virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:    3Lembra-te agora, ó Senhor, te peço, de como tenho andado diante de ti com fidelidade e integridade de coração, e tenho feito o que era reto aos teus olhos. E Ezequias chorou muitíssimo.    4E sucedeu que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:    5Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas. Eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.    6Acrescentarei aos teus dias quinze anos; e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim, e por amor do meu servo Davi.    7Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos e ponde-a sobre a úlcera; e ele sarará.    8Perguntou, pois, Ezequias a Isaías: Qual é o sinal de que o Senhor me sarará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do Senhor?    9Respondeu Isaías: Isto te será sinal, da parte do Senhor, de que o Senhor cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus atrás?    10Então disse Ezequias: É fácil que a sombra decline dez graus; não seja assim, antes volte a sombra dez graus atrás.    11Então o profeta Isaías clamou ao Senhor, que fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que já tinha declinado no relógio de sol de Acaz.    12Naquele tempo Berodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque ouvira que Ezequias tinha estado doente.    13E Ezequias deu audiência aos mensageiros, e lhes mostrou toda a casa de seu tesouro, a prata e o ouro, as especiarias e os melhores ungüentos, a sua casa de armas e tudo quanto havia nos seus tesouros; coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio.    14Então o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e lhe perguntou: Que disseram aqueles homens, e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: Vieram de um país mui remoto, de Babilônia.    15E disse ele: Que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; não há coisa nenhuma nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse.    16Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor:    17Eis que vêm dias em que será levado para a Babilônia tudo quanto houver em minha casa, bem como o que os teus pais entesouraram até o dia de hoje; não ficará coisa alguma, diz o Senhor.    18E até mesmo alguns de teus filhos, que procederem de ti, e que tu gerares, levarão; e eles serão eunucos no paço do rei de Babilônia.    19Então disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: Pois não é assim, se em meus dias vai haver paz e segurança?    20Ora, o restante dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água para a cidade, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    21E Ezequias dormiu com seus pais. E Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 21

1Manassés tinha doze anos quando começou a reinar, e reinou cinquenta e cinco anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hefzibá.    2E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as abominações das nações que o Senhor desterrara de diante dos filhos de Israel.    3Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez uma Asera como a que fizera Acabe, rei de Israel, e adorou a todo o exército do céu, e os serviu.    4E edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém porei o meu nome.    5Também edificou altares a todo o exército do céu em ambos os átrios da casa do Senhor.    6E até fez passar seu filho pelo fogo, e usou de augúrios e de encantamentos, e instituiu adivinhos e feiticeiros; fez muito mal aos olhos do Senhor, provocando-o à ira.    7Também pôs a imagem esculpida de Asera, que tinha feito, na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre;    8e não mais farei andar errante o pé de Israel desta terra que tenho dado a seus pais, contanto que somente tenham cuidado de fazer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei que Moisés, meu servo, lhes ordenou.    9Eles, porém, não ouviram; porque Manassés de tal modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.    10Então o Senhor falou por intermédio de seus servos os profetas, dizendo:    11Porquanto Manassés, rei de Judá, cometeu estas abominações, fazendo pior do que tudo quanto fizeram os amorreus, que foram antes dele, e com os seus ídolos fez Judá também pecar;    12por isso assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que trago tais males sobre Jerusalém e Judá, que a qualquer que deles ouvir lhe ficarão retinindo ambos os ouvidos.    13Estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samária e o prumo da casa de Acabe; e limparei Jerusalém como quem limpa a escudela, limpando-a e virando-a sobre a sua face.    14Desampararei os restantes da minha herança, e os entregarei na mão de seus inimigos. tornar-se-ão presa e despojo para todos os seus inimigos;    15porquanto fizeram o que era mau aos meus olhos, e me provocaram à ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até hoje.    16Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu Jerusalém de um a outro extremo, afora o seu pecado com que fez Judá pecar fazendo o que era mau aos olhos do Senhor.    17Quanto ao restante dos atos de Manassés, e a tudo quanto fez, e ao pecado que cometeu, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    18E Manassés dormiu com seus pais, e foi sepultado no jardim da sua casa, no jardim de Uzá. E Amom, seu filho, reinou em seu lugar.    19Amom tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou dois anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Mesulemete, filha de Haniz, de Jotba.    20Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fizera Manassés, seu pai;    21e andou em todo o caminho em que seu pai andara, e serviu os ídolos que ele tinha servido, e os adorou.    22Assim deixou o Senhor, Deus de seus pais, e não andou no caminho do Senhor.    23E os servos de Amom conspiraram contra ele, e o mataram em sua casa.    24O povo da terra, porém, matou a todos os que conspiraram contra o rei Amom, e constituiu Josias, seu filho, rei em seu lugar.    25Quanto ao restante dos atos de Amom, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?    26E o puseram na sua sepultura, no jardim de Uzá. E Josias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 22

1Josias tinha oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate.    2Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o camimho de Davi, seu pai, não se apartando dele nem para a direita nem para a esquerda.    3No ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à casa do Senhor, dizendo-lhe:    4Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido do povo;    5e que só entreguem na mão dos mestres de obra que estão encarregados da casa do Senhor; e que estes o dêem aos que fazem a obra, aos que estão na casa do Senhor para repararem os estragos da casa,    6aos carpinteiros, aos edificadores, e aos pedreiros. e que comprem madeira e pedras lavradas, a fim de repararem a casa.    7Contudo não se tomava conta a eles do dinheiro que se lhes entregava nas mãos, porquanto se haviam com fidelidade.    8Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias entregou o livro a Safã, e ele o leu.    9Depois o escrivão Safã veio ter com o rei e, dando ao rei o relatório, disse: Teus servos despejaram o dinheiro que se achou na casa, e o entregaram na mão dos mestres de obra que estão encarregados da casa do Senhor.    10Safã, o escrivão, falou ainda ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias me entregou um livro. E Safã o leu diante do rei.    11E sucedeu que, tendo o rei ouvido as palavras do livro da lei, rasgou as suas vestes.    12Então o rei deu ordem a Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a Safã, o escrivão, e Asaías, servo do rei, dizendo:    13Ide, consultai ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto acerca de nós está escrito.    14Então o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Ticvá, filho de Harás, o guarda das vestiduras (ela habitava então em Jerusalém, na segunda parte), e lhe falaram.    15E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:    16Assim diz o Senhor: Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus habitantes, conforme todas as palavras do livro que o rei de Judá leu.    17Porquanto me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará.    18Todavia ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Quanto às palavras que ouviste,    19porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus habitantes, isto é, que se haviam de tornar em assolação e em maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor.    20Pelo que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então voltaram, levando a resposta ao rei.   

Chapter 23

1Então o rei deu ordem, e todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele.    2Subiu o rei à casa do Senhor, e com ele todos os homens de Judá, todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas, e todo o povo, desde o menor até o maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.    3Então o rei, pondo-se em pé junto à coluna, fez um pacto perante o Senhor, de andar com o Senhor, e guardar os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, confirmando as palavras deste pacto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este pacto.    4Também o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas da entrada, que tirassem do templo do Senhor todos os vasos que tinham sido feitos para Baal, e para a Asera, e para todo o exército do céu; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles para Betel.    5Destituiu os sacerdotes idólatras que os reis de Judá haviam constituído para queimarem incenso sobre os altos nas cidades de Judá, e ao redor de Jerusalém, como também os que queimavam incenso a Baal, ao sol, à lua, aos planetas, e a todo o exército do céu.    6Tirou da casa do Senhor a Asera e, levando-a para fora de Jerusalém até o ribeiro de Cedrom, ali a queimou e a reduziu a pó, e lançou o pó sobre as sepulturas dos filhos do povo.    7Derrubou as casas dos sodomitas que estavam na casa do Senhor, em que as mulheres teciam cortinas para a Asera.    8Tirou das cidades de Judá todos os sacerdotes, e profanou os altos em que os sacerdotes queimavam incenso desde Geba até Berseba; e derrubou os altos que estavam às portas junto à entrada da porta de Josué, o chefe da cidade, à esquerda daquele que entrava pela porta da cidade.    9Todavia os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar do Senhor em Jerusalém, porém comiam pães ázimos no meio de seus irmãos.    10Profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fosse passar seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque.    11Tirou os cavalos que os reis de Judá tinham consagrado ao sol, à entrada da casa do Senhor, perto da câmara do camareiro Natã-Meleque, a qual estava no recinto; e os carros do sol queimou a fogo.    12Também o rei derrubou os altares que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, os quais os reis de Judá tinham feito, como também os altares que Manassés fizera nos dois átrios da casa do Senhor; e, tendo-os esmigalhado, os tirou dali e lançou o pó deles no ribeiro de Cedrom.    13O rei profanou também os altos que estavam ao oriente de Jerusalém, à direita do Monte de Corrupção, os quais Salomão, rei de Israel, edificara a Astarote, abominação dos sidônios, a Quemós, abominação dos moabitas, e a Milcom, abominação dos filhos de Amom.    14Semelhantemente quebrou as colunas, e cortou os aserins, e encheu os seus lugares de ossos de homens.    15Igualmente o altar que estava em Betel, e o alto feito por Jeroboão, filho de Nebate, que fizera Israel pecar, esse altar e o alto ele os derrubou; queimando o alto, reduziu-o a pó, e queimou a Asera.    16E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte, e mandou tirar os ossos das sepulturas e os queimou sobre aquele altar, e assim o profanou, conforme a palavra do Senhor proclamada pelo homem de Deus que predissera estas coisas.    17Então perguntou: Que monumento é este que vejo? Responderam- lhe os homens da cidade: É a sepultura do homem de Deus que veio de Judá e predisse estas coisas que acabas de fazer contra este altar de Betel.    18Ao que disse Josias: Deixai-o estar; ninguém mexa nos seus ossos. Deixaram estar, pois, os seus ossos juntamente com os do profeta que viera de Samária.    19Josias tirou também todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samária, e que os reis de Israel tinham feito para provocarem o Senhor à ira, e lhes fez conforme tudo o que havia feito em Betel.    20E a todos os sacerdotes dos altos que encontrou ali, ele os matou sobre os respectivos altares, onde também queimou ossos de homens; depois voltou a Jerusalém.    21Então o rei deu ordem a todo o povo dizendo: Celebrai a páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito neste livro do pacto.    22Pois não se celebrara tal páscoa desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá.    23Foi no décimo oitavo ano do rei Josias que esta páscoa foi celebrada ao Senhor em Jerusalém.    24Além disso, os adivinhos, os feiticeiros, os terafins, os ídolos e todas abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, Josias os extirpou, para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor.    25Ora, antes dele não houve rei que lhe fosse semelhante, que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças, conforme toda a lei de Moisés; e depois dele nunca se levantou outro semelhante.    26Todavia o Senhor não se demoveu do ardor da sua grande ira, com que ardia contra Judá por causa de todas as provocações com que Manassés o provocara.    27E disse o Senhor: Também a Judá hei de remover de diante da minha face, como removi a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa da qual eu disse: Estará ali o meu nome.    28Ora, o restante dos atos de Josias, e tudo quanto fez, por ventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    29Nos seus dias subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro; e Faraó-Neco o matou em Megido, logo que o viu.    30De Megido os seus servos o levaram morto num carro, e o trouxeram a Jerusalém, onde o sepultaram no seu sepulcro. E o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias, ungiram-no, e o fizeram rei em lugar de seu pai.    31Jeoacaz tinha vinte e três anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.    32Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam feito.    33Ora, Faraó-Neco mandou prendê-lo em Ribla, na terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs o tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro.    34Também Faraó-Neco constituiu rei a Eliaquim, filho de Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe mudou o nome em Jeoiaquim; porém levou consigo a Jeoacaz, que conduzido ao Egito, ali morreu.    35E Jeoiaquim deu a Faraó a prata e o ouro; porém impôs à terra uma taxa, para fornecer esse dinheiro conforme o mandado de Faraó. Exigiu do povo da terra, de cada um segundo a sua avaliação, prata e ouro, para o dar a Faraó-Neco.    36Jeoiaquim tinha vinte e cinco ano quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zebida, filha de Pedaías, de Ruma.    37Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam feito.   

Chapter 24

1Nos seus dias subiu Nabucodonozor, rei de Babilônia, e Jeoiaquim ficou sendo seu servo por três anos; mas depois se rebelou contra ele.    2Então o Senhor enviou contra Jeoiaquim tropas dos caldeus, tropas dos sírios, tropas dos moabitas e tropas dos filhos de Amom; e as enviou contra Judá, para o destruírem, conforme a palavra que o Senhor falara por intermédio de seus servos os profetas.    3Foi, na verdade, por ordem do Senhor que isto veio sobre Judá para removê-lo de diante da sua face, por causa de todos os pecados cometidos por Manassés,    4bem como por causa do sangue inocente que ele derramou; pois encheu Jerusalém de sangue inocente; e por isso o Senhor não quis perdoar.    5Ora, o restante dos atos de Jeoiaquim, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?    6Jeoiaquim dormiu com seus pais. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.    7O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra, porque o rei de Babilônia tinha tomado tudo quanto era do rei do Egito desde o rio do Egito até o rio Eufrates.    8Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém.    9Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seu pai tinha feito.    10Naquele tempo os servos de Nabucodonozor, rei de Babilônia, subiram contra Jerusalém, e a cidade foi sitiada.    11E Nabucodonozor, rei de Babilônia, chegou diante da cidade quando já os seus servos a estavam sitiando.    12Então saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei da Babilônia, ele, e sua mãe, e seus servos, e seus príncipes, e seus oficiais; e, no ano oitavo do seu reinado, o rei de Babilônia o levou preso.    13E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; e despedaçou todos os vasos de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera no templo do Senhor, como o Senhor havia dito.    14E transportou toda a Jerusalém, como também todos os príncipes e todos os homens valentes, deu mil cativos, e todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra.    15Assim transportou Joaquim para Babilônia; como também a mãe do rei, as mulheres do rei, os seus oficiais, e os poderosos da terra, ele os levou cativos de Jerusalém para Babilônia.    16Todos os homens valentes, em número de sete mil, e artífices e ferreiros em número de mil, todos eles robustos e destros na guerra, a estes o rei de Babilônia levou cativos para Babilônia.    17E o rei de Babilônia constituiu rei em lugar de Joaquim a Matanias, seu tio paterno, e lhe mudou o nome em Zedequias.    18Zedequias tinha vinte e um anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.    19Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Jeoiaquim.    20Por causa da ira do Senhor, assim sucedeu em Jerusalém, e em Judá, até que ele as lançou da sua presença. E Zedequias se rebelou contra o rei de Babilônia.   

Chapter 25

1E sucedeu que, ao nono ano do seu reinado, no décimo dia do décimo mês, Nabucodonozor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém com todo o seu exército, e se acampou contra ela; levantaram contra ela tranqueiras em redor.    2E a cidade ficou sitiada até o décimo primeiro ano do rei Zedequias    3Aos nove do quarto mês, a cidade se via tão apertada pela fome que não havia mais pão para o povo da terra.    4Então a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta entre os dois muros, a qual estava junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade em redor), e o rei se foi pelo caminho da Arabá.    5Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei, e o alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se dispersou.    6Então prenderam o rei, e o fizeram subir a Ribla ao rei de Babilônia, o qual pronunciou sentença contra ele.    7Degolaram os filhos de Zedequias à vista dele, vasaram-lhe os olhos, ataram-no com cadeias de bronze e o levaram para Babilônia.    8Ora, no quinto mês, no sétimo dia do mês, no ano décimo nono de Nabucodonozor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém Nebuzaradão, capitão da guarda, servo do rei de Babilônia;    9e queimou a casa do Senhor e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; todas as casas de importância, ele as queimou.    10E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derrubou os muros em redor de Jerusalém.    11Então o resto do povo que havia ficado na cidade, e os que já se haviam rendido ao rei de babilônia, e o resto da multidão, Nebuzaradão, capitão da guarda, levou cativos.    12Mas dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores.    13Ademais os caldeus despedaçaram as colunas de bronze que estavam na casa do Senhor, como também as bases e o mar de bronze que estavam na casa do senhor e levaram esse bronze para Babilônia. ,    14Também tomaram as caldeiras, as pás, as espevitadeiras, as colheres, e todos os utensilios de bronze, com que se ministrava,    15como também os braseiros e as bacias; tudo o que era de ouro, o capitão da guarda levou em ouro, e tudo o que era de prata, em prata.    16As duas colunas, o mar, e as bases, que Salomão fizera para a casa do Senhor, o bronze de todos esses utensilios era de peso imensurável.    17A altura duma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela havia um capitel de bronze, cuja altura era de três côvados; em redor do capitel havia uma rede e romãs, tudo de bronze; e semelhante a esta era a outra coluna com a rede.    18O capitão da guarda tomou também Seraías, primeiro sacerdote, Sofonias, segundo sacerdote, e os três guardas da entrada.    19Da cidade tomou um oficial, que tinha cargo da gente de guerra, e cinco homens dos que viam a face do rei e que se achavam na cidade, como também o escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se achavam na cidade.    20Tomando-os Nebuzaradão, capitão da guarda, levou-os ao rei de Babilônia, a Ribla.    21Então o rei de Babilônia os feriu e matou em Ribla, na terra de Hamate. Assim Judá foi levado cativo para fora da sua terra.    22Quanto ao povo que tinha ficado, na terra de Judá, Nabucodonozor, rei de Babilônia, que o deixara ficar, pôs por governador sobre ele Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã.    23Ouvindo, pois, os chefes das forças, eles e os seus homens, que o rei de Babilônia pusera Gedalias por governador, vieram ter com Gedalias, a Mizpá, a saber: Ismael, filho de Netanias, Joanã, filho de Careá, Seraías, filho de Tanumete netofatita, e Jaazanias, filho do maacatita, eles e os seus homens.    24E Gedalias lhe jurou, a eles e aos seus homens, e lhes disse: Não temais ser servos dos caldeus; ficai na terra, e servi ao rei de Babilônia, e bem vos irá.    25Mas no sétimo mês Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, da descendência real, veio com dez homens, e feriram e mataram Gedalias, como também os judeus e os caldeus que estavam com ele em Mizpá.    26Então todo o povo, tanto pequenos como grandes, e os chefes das forças, levantando-se, foram para o Egito, porque temiam os caldeus.    27Depois disso sucedeu que, no ano trinta e sete do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no dia vinte e sete do décimo segundo mês, Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no ano em que começou a reinar, levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, tirando-o da casa da prisão;    28e lhe falou benignamente, e pôs o seu trono acima do trono dos reis que estavam com ele em Babilônia.    29Também lhe fez mudar as vestes de prisão; e ele comeu da mesa real todos os dias da sua vida.    30E, quanto à sua subsistência, esta lhe foi dada de contínuo pelo rei, a porção de cada dia no seu dia, todos os dias da sua vida.   

1 Chronicles

Chapter 1

1Adão, Sete, Enos,    2Quenã, Maalalel, Jarede,    3Enoque, Matusalém, Lameque,    4Noé, Sem, Cão e Jafé.    5Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.    6Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma.    7Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.    8Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e Canaã.    9Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã.    10Cuche foi pai de Ninrode, o qual foi o primeiro a ser poderoso na terra:    11De Mizraim descenderam os ludeus, os anameus, os leabeus, os naftueus,    12os patrusins, os casluins (dos quais procederam os filisteus) e os caftoreus.    13Canaã foi pai de Sidom, seu primogênito, e de Hete,    14e dos jebuseus, dos amorreus, dos girgaseus,    15dos heveus, dos arqueus, dos sineus,    16dos arvadeus, dos zemareus e dos hamateus.    17Os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude, Arã, Uz, Hul, Geter e Meseque.    18Arfaxade foi pai de Selá; e Selá foi pai de Eber.    19A Eber nasceram dois filhos: o nome dum foi Pelegue, pois nos seus dias se repartiu a terra; e o nome do seu irmão foi Joctã.    20Joctã foi pai de Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá,    21Hadorão, Uzal, Diclá,    22Ebal, Abimael, Sebá,    23Ofir, Havilá e Jobabe; todos esses foram filhos de Joctã.    24Sem, Arfaxade, Selá;    25Eber, Pelegue, Reú;    26Serugue, Naor, Tera;    27Abrão, que é Abraão.    28Os filhos de Abraão: Isaque e Ismael.    29Estas são as suas gerações: o primogênito de Ismael, Nebaiote; depois Quedar, Adbeel, Mibsão,    30Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema,    31Jetur, Nafis e Quedemá; esses foram os filhos de Ismael.    32Quanto aos filhos de Quetura, concubina de Abraão, esta deu à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Os filhos de Jocsã foram Sebá e Dedã.    33Os filhos de Midiã: Efá, Efer, Hanoque, Abidá e Eldá; todos esses foram filhos de Quetura.    34Abraão foi pai de Isaque. Os filhos de Isaque: Esaú e Israel.    35Os filhos de Esaú: Elifaz, Reuel, Jeús, Jalão e Corá.    36Os filhos de Elifaz: Temã, Omar, Zefi, Gatã, Quenaz, Timna e Amaleque.    37Os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá.    38Os filhos de Seir: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás, Disom, Eser e Disã.    39Os filhos de Lotã: Hori, e Homã; e a irmã de Lotã foi Timna.    40Os filhos de Sobal: Aliã, Manaate, Ebal, Sefi e Onã. Os filhos de Zibeão: Aías e Anás.    41Anás foi pai de Disom. Os filhos de Disom: Hanrão, Esbã, Itrã e Querã.    42Os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Jaacã. Os filhos de Disã: Uz e Arã.    43Estes foram os reis que reinaram na terra de Edom, antes que houvesse rei sobre os filhos de Israel: Belá, filho de Beor; e era o nome da sua cidade Dinabá.    44Morreu Belá, e reinou em seu lugar Jobabe, filho de Zerá, de Bozra.    45Morreu Jobabe, e reinou em seu lugar Husão, da terra dos temanitas.    46Morreu Husão, e reinou em seu lugar Hadade, filho de Bedade, que derrotou os midianitas no campo de Moabe; e era o nome da sua cidade Avite.    47Morreu Hadade, e reinou em seu lugar Sâmela, de Masreca.    48Morreu Sâmela, e reinou em seu lugar Saul, de Reobote junto ao rio.    49Morreu Saul, e reinou em seu lugar Baal-Ranã, filho de Acbor.    50Morreu Baal-Hanã, e Hadade reinou em seu lugar; e era o nome da sua cidade Paí. O nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.    51E morreu Hadade. Os príncipes de Edom foram: o príncipe Timna, o príncipe Aliá, o príncipe Jetete,    52o príncipe Aolíbama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom,    53o príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar,    54o príncipe Magdiel, o príncipe lrã. Estes foram os príncipes de Edom.   

Chapter 2

1Foram estes os filhos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom,    2Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser.    3Os filhos de Judá: Er, Onã e Selá; estes três lhe nasceram da filha de Suá, a cananéia. E Er, o primogênito de Judá, foi mau aos olhos do Senhor, que o matou:    4Tamar, nora de Judá, lhe deu à luz Pérez e Zerá. Ao todo os filhos de Judá foram cinco.    5Os filhos de Perez: Hezrom e Hamul:    6Os filhos de Zerá: Zinri, Etã, Hemã, Calcol e Dara; cinco ao todo.    7Os filhos de Carmi: Acar, o perturbador de Israel, que pecou no anátema.    8De Etã foi filho Azarias.    9Os filhos que nasceram a Hezrom: Jerameel, Rão e Quelubai.    10Rão foi pai de Aminadabe, e Aminadabe de Nasom, príncipe dos filhos de Judá;    11Nason foi pai de Salmom, e Salmom de Boaz;    12Boaz foi pai de Obede, e Obede de Jessé;    13a Jessé nasceram Eliabe, seu primogênito, Abinadabe o segundo, Siméia o terceiro,    14Netanel o quarto, Radai o quinto,    15Ozen o sexto e Davi o sétimo;    16e foram suas irmãs Zeruia e Abigail. Os filhos de Zeruia foram: Abisai, Joabe e Asael, três.    17Abigail deu à luz Amasa; o pai de Amasa foi Jeter, o ismaelita.    18A Calebe, filho de Hezrom, nasceram filhos de Azuba, sua mulher, e de Jeriote; e os filhos dela foram estes: Jeser, Sobabe e Ardom.    19Morreu Azuba; e Calebe tomou para si Efrata, da qual lhe nasceu Hur.    20Hur foi pai de îri, e îri de Bezaleel.    21Então Hezrom, tendo já sessenta anos, tomou por mulher a filha de Maquir, pai de Gileade; e conheceu-a, e ela lhe deu à luz Segube.    22Segube foi pai de Jair, o qual veio a ter vinte e três cidades na terra de Gileade.    23Mas Gesur e Arã tomaram deles Havote-Jair, e Quenate e suas aldeias, sessenta cidades. Todos estes foram filhos de Maquir, pai de Gileade.    24Depois da morte de Hezrom, em Calebe de Efrata, Abia, mulher de Hezrom, lhe deu Asur, pai de Tecoa.    25Os filhos de Jerameel, primogênito de Jezrom, foram: Rão, o primogênito, Buna, Orem, Ozem e Aías.    26Jerameel teve outra mulher, cujo nome era Atara, a qual foi mãe de Onã.    27Os filhos de Rão, primogênito de Jerameel, foram: Maaz, Jamim e Equer.    28Os filhos de Onã, foram: Samai e Jada; e os filhos de Samai: Nadabe e Abisur.    29O nome da mulher de Abisur era Abiail, que lhe deu à luz Abã e Molide.    30Os filhos de Nadabe: Selede e Apaim; e Selede morreu sem filhos.    31O filho de Apaim: Isi; o filho de Isi: Sesã; o filho de Sesã: Alai.    32Os filhos de Jada, irmão de Samai: Jeter e Jônatas; e Jeter morreu sem filhos.    33Os filhos de Jônatas: Pelete e Zaza. Esses foram os filhos de Jerameel.    34Sesã não teve filhos, mas filhas. E tinha Sesã um servo egípcio, cujo nome era Jará:    35Deu, pois, Sesã sua filha por mulher a Jará, seu servo; e ela lhe deu à luz Atai.    36Atai foi pai de Natã, Natã de Zabade,    37Zabade de Eflal, Eflal de Obede,    38Obede de Jeú, Jeú de Azarias,    39Azarias de Helez, Helez de Eleasá,    40Eleasá de Sismai, Sismai de Salum,    41Salum de Jecamias, e Jecamias de Elisama.    42Os filhos de Calebe, irmão de Jerameel: Messa, seu primogênito, que foi o pai de Zife, e os filhos de Maressa, pai de Hebrom.    43Os filhos de Hebrom: Corá, Tapua, Requem e Sema.    44Sema foi pai de Raão, pai de Jorqueão; e Requem foi pai de Samai.    45O filho de Samai foi Maom; e Maom foi pai de Bete-Zur.    46Efá, a concubina de Calebe, teve Harã, Moza e Gazez; e Harã foi pai de Gazez.    47Os filhos de Jadai: Regem, Jotão, Gesã, Pelete, Efá e Saafe.    48Maacá, concubina de Calebe, deu à luz Seber e Tiraná.    49Deu à luz também Saafe, pai de Madmana, e Seva, pai de Macbena e de Gibeá; e a filha de Calebe foi Acsa.    50Estes foram os filhos de Calebe, filho de Hur, o primogênito de Efrata: Sobal, pai de Quiriate-Jearim,    51Salma, pai de Belém, e Harefe, pai de Bete-Gader.    52Os filhos de Sobal, pai de Quiriate-Jearim, foram: Haroé e metade dos menuotes.    53As famílias de Quiriate-Jearim: os itreus, os puteus, os sumateus e os misraeus; destes saíram os zorateus e os estaloeus.    54Os filhos de Salma: Belém, os netofatitas, Atarote-Bete-Joabe, metade dos manaatitas e os zoritas.    55As famílias dos escribas que habitavam em Jabes: os tiratitas, os simeatitas e os sucatitas; estes são os queneus que descenderam de Hamate, pai da casa de Recabe.   

Chapter 3

1Estes foram os filhos de Davi que lhe nasceram em Hebrom: o primogênito Amnom, de Ainoã, a jizreelita; o segundo Daniel, de Abigail, a carmelita;    2O terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto Adonias, filho de Hagite;    3O quinto Sefatias, de Abital; o sexto Itreão, de Eglá, sua mulher.    4Seis lhe nasceram em Hebrom, onde reinou sete anos e seis meses; e reinou trinta e três anos em Jerusalém.    5Estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, Sobabe, Natã e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Sua, filha de Amiel.    6Nasceram-lhe mais: Ibar, Elisama, Elifelete,    7Nogá, Nefegue, Jafia,    8Elisama, Eliadá e Elifelete, nove.    9Todos estes foram filhos de Davi, afora os filhos das concubinas; e Tamar foi irmã deles.    10Filho de Salomão foi Roboão, de quem foi filho Abias, de quem foi filho Asa, de quem foi filho Jeosafá,    11de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Acazias, de quem foi filho Joás,    12de quem foi filho Amazias, de quem foi filho Jotão,    13de quem foi filho Acaz, de quem foi filho Ezequias, de quem foi filho Manassés,    14de quem foi filho Amom, e de quem foi filho Josias.    15Os filhos de Josias: o primogênito Joanã, o segundo Jeoiaquim, o terceiro Zedequias, o quarto Salum.    16Os filhos de Jeoiaquim: Jeconias, seu filho, e Zedequias, seu filho.    17Os filhos de Jeconias, o deportado: Sealtiel, seu filho,    18Malquirão, Pedaías, Senazar, Jecamias, Hosama e Nedabias.    19Os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; e os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias, e Selomite, irmã destes;    20e Hasubá, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede, cinco.    21Hananias foi pai de Pelatias; Pelatias de Jesaías; Jesaías de Refaías; Refaías de Arnã; Arnã de Obadias; e Obadias de Secanias.    22Os filhos de Secanias: Semaías e os filhos deste: Hatus, Igal, Bariá, Nearias e Safate, seis.    23Os filhos de Nearias: Elioenai, Ezequias e Azricão, três.    24E os filhos de Elioenai: Hodavias, Eliasibe, Pelaías, Acube, Joanã, Delaías e Anani, sete.   

Chapter 4

1Os filhos de Judá: Pérez, Hezrom, Carmi, Hur e Sobal.    2Reaías, filho de Sobal, foi pai de Jaate, e Jaate de Aümai e Laade; estas são as famílias dos zoratitas.    3Estes foram os filhos de Etã: Jizreel, Ismá, e Idbás; e o nome da irmã deles era Hazelelponi;    4e mais Penuel, pai de Gedor, e Ézer, pai de Husá; estes foram os filhos de Hur, o primogênito de Efrata, pai de Belém.    5Asur, pai de Tecoa, tinha duas mulheres: Helá e Naará.    6Naará deu-lhe à luz Aüzão, Hefer, Temêni e Haastári; estes foram os filhos de Naará.    7E os filhos de Helá: Zerete, Izar e Etnã.    8Coz foi pai de Anube e Zobeba, e das famílias de Acarel, filho de Harum.    9Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos (sua mãe lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz)..    10Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me abençoes, e estendas os meus termos; que a tua mão seja comigo e faças que do mal eu não seja afligido! E Deus lhe concedeu o que lhe pedira.    11Quelube, irmão de Suá, foi pai de Meir; e este foi pai de Estom.    12Estom foi pai de Bete-Rafa, Paséia e Teína, que foi pai de Ir-Naás; estes foram os homens, de Reca.    13Os filhos de Quenaz: Otniel e Seraías; e Otniel foi pai de Hatate    14e Meonotai, que foi pai de Ofra; Seraías foi pai de Joabe, fundador de Ge-Harasim, cujos habitantes foram artífices.    15Os filhos de Calebe, filho de Jefoné: æru, Elá e Naã; e Elá foi pai de Quenaz:    16Os filhos de Jealelel: Zife, Zifá, Tíria e Asareel.    17Os filhos de Ezra: Jeter, Merede, Efer e Jalom; e ela deu à luz Miriã, Samai, e Isbá, pai de Estemoa,    18cuja mulher judia deu à luz Jerede, pai de Gedor, Heber, pai de Socó, e Jecutiel, pai de Zanoa; e estes foram os filhos de Bitia, filha de Faraó, que Merede tomou.    19Os filhos da mulher de Hodias, irmã de Naã, foram os pais de Queila, o garmita, e Estemoa, o maacatita.    20Os filhos de Simão: Amnom, Rina, Bene-Hanã e Tilom; e os filhos de Isi: Zoete e Bene-Zoete.    21Os filhos de Selá, filho de Judá: Er, pai de Leca, Lada, pai de Maressa, e as famílias da casa dos que fabricavam linho, em Bete-Asbéia;    22como também Joquim, e os homens de Cozeba, e Joás e Sarafe, os quais dominavam sobre Moabe, e Jasúbi-Leém. (Estes registros são antigos.)    23Estes foram os oleiros, os habitantes de Netaim e de Gedera; e moravam ali com o rei para o seu serviço.    24Os filhos de Simeão: Nemuel, Jamim, Jaribe, Zerá e Saul,    25de quem foi filho Salum, de quem foi filho Mibsão, de quem foi filho Misma.    26Os filhos de Misma: Jamuel, seu filho, de quem foi filho Zacur, de quem foi filho Simei.    27Simei teve dezesseis filhos e seis filhas; porém seus irmãos não tiveram muitos filhos, nem se multiplicou toda a sua família tanto como as dos filhos de Judá.    28Eles habitaram em Berseba, Molada, Hazar-Sual,    29Bila, Ezem, Tolade,    30Betuel, Horma, Ziclague,    31Bete-Marcabote, Hazar-Susim, Bete-Biri e Saraim; essas foram as suas cidades até o reinado de Davi.    32As suas aldeias foram: Etã, Aim, Rimom, Toquem e Asã, cinco cidades,    33com todas as suas aldeias, que estavam em redor destas cidades, até Baal. Estas foram as suas habitações e as suas genealogias.    34Ora, Mesobabe, Jamleque, Josa, filho dc Amazias,    35Joel, Jeú, filho de Josibias, filho de Seraías, filho de Asiel,    36Elioenai, Jaacobá, Jesoaías, Asaías, Adiel, Jesimiel, Benaías,    37e Ziza, filho de Sifi, filho de Alom, filho de Jedaías, filho de Sínri, filho de Semaías    38estes, registrados por nome, foram príncipes nas suas famílias; e as famílias de seus pais se multiplicaram grandemente.    39Chegaram até a entrada de Gedor, ao lado oriental do vale, em busca de pasto para os seus rebanhos;    40e acharam pasto abundante e bom, e a terra era espaçosa, quieta e pacífica; pois os que antes habitavam ali eram descendentes de Cão.    41Estes que estão inscritos por nome, vieram nos dias de Ezequias, rei de Judá, e destruíram as tendas e os meunins que se acharam ali, e os exterminaram totalmente até o dia de hoje, e habitaram em lugar deles; porque ali havia pasto para os seus rebanhos.    42Também deles, isto é, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram ao monte Seir, tendo por capitães Pelatias, Nearias, Refaías e Uziel, filhos de Isi,    43e, matando o restante dos amalequitas, que havia escapado, ficaram habitando ali até o dia de hoje.   

Chapter 5

1Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas, porquanto profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel, de sorte que a sua genealogia não é contada segundo o direito da primogenitura;    2pois Judá prevaleceu sobre seus irmãos, e dele proveio o príncipe; porém a primogenitura foi de José);    3os filhos de Rúben o primogênito de Israel: Hanoque, Palu, Hezrom e Carmi.    4Os filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho Simei,    5de quem foi filho Mica, de quem foi filho Reaías, de quem foi filho Baal,    6de quem foi filho Beera, a quem Tilgate-Pilneser levou cativo; ele foi príncipe dos rubenitas.    7E seus irmãos, pelas suas famílias, quando se fez a genealogia das suas gerações, foram: o chefe Jeiel, Zacarias,    8Belá, filho de Azaz, filho de Sema, filho de Joel, que habitou em Aroer até Nebo e Baal-Meom;    9ao oriente habitou até a entrada do deserto, desde o rio Eufrates; porque seu gado se tinha multiplicado na terra de Gileade.    10E nos dias de Saul fizeram guerra aos hagarenos, que caíram pela sua mão; e eles habitaram nas suas tendas em toda a região oriental de Gileade.    11E os filhos de Gade habitaram defronte deles na terra de Basã, até Salca:    12o chefe Joel, Safã o segundo, Janai e Safate em Basã,    13e seus irmãos, segundo as suas casas paternas: Micael, Mesulão, Sebá, Jorai, Jacã, Ziá e Eber, sete.    14Estes foram os filhos de Abiail, filho de Huri, filho de Jaroá, filho de Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de Buz;    15Aí, filho de Abdiel, filho de Guni, chefe das casas paternas.    16E habitaram em Gileade, em Basã, e nas suas aldeias, como também em todos os arrabaldes de Sarom até os seus termos.    17Todos estes foram registrados, segundo as suas genealogias, nos dias de Jotão, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, rei de Israel.    18Os rubenitas, os gaditas, e a meia tribo de Manassés tinham homens valentes, que traziam escudo e espada e entesavam o arco, e que eram destros na guerra, quarenta e quatro mil setecentos e sessenta, que saíam à peleja.    19Fizeram guerra aos hagarenos, bem como a Jetur, a Nafis e a Nodabe,    20e foram ajudados contra eles, de sorte que os hagarenos e todos quantos estavam com eles foram entregues em sua mão; porque clamaram a Deus na peleja, e ele lhes deu ouvidos, porquanto confiaram nele.    21E levaram o gado deles: cinqüenta mil camelos, duzentos e cinqüenta mil ovelhas e dois mil jumentos; e também cem mil homens,    22pois muitos caíram mortos, porque de Deus era a peleja; e ficaram habitando no lugar deles até o cativeiro.    23Os filhos da meia tribo de Manassés habitaram naquela terra; e multiplicaram-se desde Basã até Baal-Hermom, Senir, e o monte Hermom.    24E estes foram os cabeças de suas casas paternas, a saber: Efer, Isi, Eliel, Azriel, Jeremias, Hodavias e Jadiel, homens valentes, homens de nome, e chefes das suas casas paternas.    25Cometeram, porém, transgressões contra o Deus de seus pais, e se prostituíram, seguindo os deuses dos povos da terra, os quais Deus destruíra de diante deles.    26Pelo que o Deus de Israel excitou o espírito de Pul, rei da Assíria, e o espírito de Tilgate-Pilneser, rei da Assíria, que os levaram cativos, a saber: os rubenitas, os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os transportaram para Hala, Habor, Hara, e para o rio de Gozã, onde estão até o dia de hoje.   

Chapter 6

1Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merári.    2Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.    3Os filhos de Anrão: Arão, Moisés e Miriã; e os filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.    4Eleazar foi pai de Finéias, Finéias de Abisua,    5Abisua de Buqui, Buqui de Uzi,    6Uzi de Zeraías, Zeraías de Meraiote,    7Meraiote de Amarias, Amarias de Aitube,    8Aitube de Zadoque, Zadoque de Aimaaz,    9Aimaaz de Azarias, Azarias de Joanã,    10Joanã de Azarias, que exerceu o sacerdócio na casa que Salomão edificou em Jerusalém;    11Azarias foi pai de Amarias, Amarias de Aitube,    12Aitube de Zadoque, Zadoque de Salum,    13Salum de Hilquias, Hilquias de Azarias,    14Azarias de Seraías, Seraías de Jeozadaque;    15e Jeozadaque foi levado cativo quando o Senhor levou em cativeiro Judá e Jerusalém por intermédio de Nabucodonozor.    16Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merári.    17Estes são os nomes dos filhos de Gérson: Líbni e Simei.    18Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.    19Os filhos de Merári: Mali e Musi. Estas são as famílias dos levitas, segundo as casas de seus pais.    20De Gérson: Líbni, de quem foi filho Jaate, de quem foi filho Zima,    21de quem foi filho Joá, de quem foi filho Ido, de quem foi filho Zerá, de quem foi filho Jeaterai:    22Os filhos de Coate: Aminadabe, de quem foi filho Corá, de quem foi filho Assir,    23de quem foi filho Elcana, de quem foi filho Ebiasafe, de quem foi filho Assir,    24de quem foi filho Taate, de quem foi filho Uriel, de quem foi filho Uzias, de quem foi filho Saul.    25Os filhos de Elcana: Amasai e Aimote,    26de quem foi filho Elcana, de quem foi filho Zofai, de quem foi filho Naate,    27de quem foi filho Eliabe, de quem foi filho Jeroão, de quem foi filho Elcana.    28E os filhos de Samuel: Joel, seu primogênito, e Abias, o segundo.    29Os filhos de Merári: Mali, de quem foi filho Líbni, de quem foi filho Simei, de quem foi filho Uzá,    30de quem foi filho Siméia, de quem foi filho Hagias, de quem foi filho Asaías.    31Estes são os que Davi constituiu sobre o serviço de canto da casa do Senhor, depois: que a arca teve repouso.    32Ministravam com cântico diante do tabernáculo da tenda da revelação, até que Salomão edificou a casa do Senhor em Jerusalém; e exerciam o seu ministério segundo a sua ordem.    33São estes: pois, os que ali estavam com seus filhos: dos filhos dos coatitas, Hemã, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel,    34filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá,    35filho de Zufe, filho de Elcana:, filho de Maate, filho de Amasai,    36filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias,    37filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá,    38filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel.    39E seu irmão Asafe estava à sua direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de Siméia,    40filho de Micael, filho de Baaséias, filho de Malquias,    41filho de Etni, filho de Zerá, filho de Adaías,    42filho de Etã, filho de Zima, filho de Simei,    43filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi.    44E à esquerda estavam seus irmãos, os filhos de Merári: Etã, filho de Quísi, filho de Abdi, filho de Maluque,    45filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias,    46filho de Anzi, filho de Bani, filho de Semer,    47filho de Mali, filho de Musi, filho de Merári, filho de Levi.    48Mas Arão e seus irmãos, os levitas, foram designados para todo o serviço do tabernáculo da casa de Deus.    49Mas Arão e seus filhos ofereciam os sacrifícios sobre o altar do holocausto e o incenso sobre o altar do incenso, para todo o serviço do lugar santíssimo, e para fazer expiação a favor de Israel, conforme tudo quanto Moisés, servo de Deus, havia ordenado:    50Estes foram os filhos de Arão: Eleazar, de quem foi filho Finéias, de quem foi filho Abisua,    51de quem foi filho Buqui, de quem foi filho Uzi, de quem foi filho Zeraías,    52de quem foi filho Meraiote, de quem foi filho Amarias, de quem foi filho Aitube,    53de quem foi filho Zadoque, de quem foi filho Aimaaz.    54Ora, estas foram as suas habitações, segundo os seus acampamentos nos seus termos, a saber: aos filhos de Arão, das famílias dos coatitas (porque lhes caiu a primeira sorte),    55deram-lhes Hebrom, na terra de Judá, e os campos que a rodeiam;    56porém os campos da cidade e as suas aldeias, deram-nos a Calebe, filho de Jefone.    57E aos filhos de Arão deram as cidades de refúgio: Hebrom, Libna e seus campos, Jatir, Estemoa e seus campos,    58Hilem e seus campos, Debir e seus campos,    59Asã e seus campos, Bete-Senues e seus campos;    60e da tribo de Benjamim: Geba e seus campos, Alemete e seus campos, Anatote e seus campos; todas as suas cidades, pelas suas famílias, foram treze.    61Mas aos filhos de Coate, aos restantes da família da tribo, por sorte caíram dez cidades da meia tribo, da metade de Manassés;    62aos filhos de Gérsom segundo as suas famílias, cairam treze cidades das tribos de Issacar, Aser, Naftali e Manassés, em Basã;    63e aos filhos de Merári, segundo as suas famílias, por sorte caíram doze cidades das tribos de Rúben Gade e Zebulom.    64Assim os filhos de Israel deram aos levitas estas cidades e seus campos.    65Deram-lhes por sorte, da tribo dos filhos de Judá, da tribo dos filhos de Simeão, e da tribo dos filhos de Benjamim, estas cidades que são mencionadas nominalmente.    66Algumas das famílias dos filhos de Coate receberam da tribo de Efraim cidades de seus termos.    67Deram-lhes as cidades de refúgio: Siquém e seus campos, na região montanhosa de Efraim, como também Gezer e seus campos.    68Jocmeão e seus campos, Bete-Horom e seus campos,    69Aijalom e seus campos, e Gate-Rimom e seus campos;    70e da meia tribo de Manassés, Aner e seus campos, e Bileã e seus campos, deram-nos aos restantes da família dos filhos de Coate.    71Aos filhos de Gérson deram, da família da meia tribo de Manassés, Golã, em Basã, e seus campos, e Astarote e seus campos;    72e da tribo de Issacar: Quedes e seus campos, Daberate e seus campos,    73Ramote e seus campos, e Aném e seus campos;    74e da tribo de Aser: Masal e seus campos, Abdom e seus campos,    75Hucoque e seus campos, e Reobe e seus campos;    76e da tribo de Naftali: Quedes, em Galiléia, e seus campos, Hamom e seus campos, e Quiriataim e seus campos.    77Aos restantes dos filhos de Merári deram, da tribo de Zebulom, Rimono e seus campos, Tabor e seus campos;    78e dalém do Jordão, na altura de Jericó, ao oriente do Jordão, deram, da tribo de Rúben Bezer, no deserto, e seus campos, Jaza e seus campos,    79Quedemote e seus campos, e Mefaate e seus campos;    80e da tribo de Gade, Ramote, em Gileade, e seus campos, Maanaim e seus campos.    81Hesbom e seus campos, e Jazer e seus campos.   

Chapter 7

1Os filhos de Issacar foram: Tola, Pua, Jasube e Sinrom, quatro.    2Os filhos de Tola: Uzi, Refaias, Jeriel, Jamai, lbsão e Semuel, chefes das suas casas paternas, da linhagem de Tola, homens valentes nas suas gerações; o seu número nos dias de Davi foi de vinte e dois mil e seiscentos.    3Os filhos de Uzi: Izraías e mais os filhos de Izraías: Micael, Obadias, Joel e Issijá, cinco, todos eles chefes.    4E houve com eles, nas suas gerações, segundo as suas casas paternas, em tropas de gente de guerra, trinta e seis mil; pois tiveram muitas mulheres e filhos.    5E seus irmãos, em todas as famílias de Issacar, varões valentes, todos contados pelas suas genealogias, foram oitenta e sete mil.    6Os filhos de Benjamim: Beiá, Bequer e Jediael, três.    7Os filhos de Belá: Ezbom, Uzi, Uziel; Jerimote e Iri, cinco chefes de casas paternas, homens valentes, os quais foram contados pelas suas genealogias vinte e dois:    8Os filhos de Bequer: Zemira, Joás, Eliézer, Elioenai, Onri, Jerimote, Abias, Anatote e Alemete; todos estes foram filhos de Bequer.    9E foram contados pelas suas genealogias, segundo as suas gerações, chefes das suas casas paternas, homens valentes, vinte mil e duzentos.    10Os filhos de Jediael: Bilã, e mais os filhos de Bilã: Jeús, Benjamim, Eúde, Quenaaná, Zetã, Társis e Aisaar.    11Todos estes filhos de Jediael, segundo os chefes das casas paternas, homens valentes, foram dezessete mil e duzentos, que podiam sair no exército à peleja.    12E também Supim, e Hupim, os filhos de Ir, com Husim, o filho de Aer.    13Os filhos de Naftali: Jaziel, Guni, Jezer e salum, filho de Bila.    14Os filhos de Manassés: Asriel, que teve da sua mulher; a sua concubina, a sira, teve a Maquir, pai de Gileade;    15e Maquir tomou mulheres para Hupim e Supim; a irmã dele se chamava Maacar. Foi o nome do segundo Zelofeade; e Zelofeade teve filhas.    16Maacá, mulher de Maquir, teve um filho, e chamou o seu nome Peres, e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos: Ulão e Raquém.    17De Ulão foi filho Beda. Esses foram os filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés.    18Sua irmã Hamolequete teve Isode, Abiezer e Maclá.    19E foram os filhos de Semida: Aiã, Siquém, Líqui e Anião. que    20Os filhos de Efraim: Sutela, de quem foi filho Berede, de quem foi filho Taate, de quem foi filho Eleadá, de quem foi filho Taate,    21de quem foi filho Zabade, de quem foi filho Sutela; e Ezer e Eleade, aos quais os homens de Tate, naturais da terra, mataram, por terem descido para tomar o seu gado.    22E Efraim, seu pai, os pranteou por muitos dias, pelo que seus irmãos vieram para o consolar.    23Depois juntou-se com sua mulher, e concebendo ela, teve um filho, ao qual ele deu o nome de Berias, porque as coisas iam mal na sua casa.    24Sua filha foi Seerá, que edificou a Bete-Horom, a baixa e a alta, como também a Uzem-Seerá.    25Foi seu filho Refa, como também Resefe, de quem foi filho Tela, de quem foi filho Taã,    26de quem foi filho Ladã, de quem foi filho Amiúde, de quem foi filho Elisama,    27de quem foi filho Num, de quem foi filho Josué:    28Ora, as suas possessões e as suas habitações foram Betel e suas aldeias, e ao oriente Naarã, e ao ocidente Gezer e suas aldeias, e Siquém e suas aldeias, até Gaza e suas aldeias;    29e da banda dos filhos de Manassés, Bete-Seã e suas aldeias, Taanaque e suas aldeias, Megido e suas aldeias, e Dor e suas aldeias. Nesses lugares habitaram os filhos de José, filho de Israel.    30Os filhos de Aser: Imná, Isvá, Isvi, Berias e Sera, irmã deles:    31Os filhos de Berias: Heber e Malquiel; este foi o pai de Birzavite.    32Heber foi pai de Jaflete, Somer, Hotão e Suá, irmã deles.    33Os filhos de Jaflete: Pasaque, Bimal e Asvate; esses foram os filhos de Jaflete.    34Os filhos de Semer: Aí, Roga, Jeubá e Arã:    35Os filhos de seu irmão Helem: Zofa, Imna, Seles e Amal.    36Os filhos de Zofa: Suá, Harnefer, Sual, Beri, Inra,    37Bezer, Hode, Samá, Silsa, Itrã e Beera.    38Os filhos de Jeter: Jefoné, Pispa e Ara.    39Os filhos de Ula: Ará, Haniel e Rízia.    40Todos esses foram filhos de Aser, chefes das casas paternas, homens escolhidos e valentes, chefes dos príncipes; e o número deles, contados segundo as suas genealogias para o serviço de guerra, foi vinte e seis mil homens.   

Chapter 8

1Benjamim foi pai de Belá, seu primogênito, de Asbel o segundo, e de Aará o terceiro,    2de Noá o quarto, e de Rafa o quinto.    3Belá teve estes filhos: Adar, Gêra, Abiúde,    4Abisua, Naamã, Aoá,    5Gêra, Sefufã e Hurão.    6Estes foram os filhos de Eúde, que foram os chefes das casas paternas dos habitantes de Geba, e que foram levados cativos para Manaate;    7Naamã, Aías e Gêra; este os transportou; foi ele pai de Uzá e Aiúde.    8Saaraim teve filhos na terra de Moabe, depois que despedira Husim e Baara, suas mulheres.    9E de Hodes, sua mulher, teve Jobabe, Zíbia, Messa, Malcã,    10Jeuz, Saquias e Mirma; esses foram seus filhos:, chefes de casas paternas:    11De Husim teve Abitube e Elpaal.    12Os filhos de Elpaal: Eber, Misã, Semede (este edificou Ono e Lode e suas aldeias),    13Berias e Sema (estes foram chefes de casas paternas dos habitantes de Aijalom, os quais afugentaram os habitantes de Gatel ,    14Aiô, Sasaque e Jerimote.    15Zebadias, Arade, Eder,    16Micael, Ispá e Joá foram filhos de Berias;    17Zebadias, Mesulão, Hizqui, Heber,    18Ismerai, Izlias e Jobabe foram filhos de Elpaal;    19Jaquim, Zicri, Zabdi,    20Elienai, Ziletai, Eliel,    21Adaías, Beraías e Sinrate foram filhos de Simei;    22Ispã, Eber, Eliel,    23Abdom, Zicri, Hanã,    24Hananias, Elão, Antotias,    25Ifdéias e Penuel foram filhos de Sasaque;    26Sanserai, Searias, Atalias,    27Jaaresias, Elias e Zicri foram filhos de Jeroão.    28Estes foram chefes de casas paternas, segundo as suas gerações, homens principais; e habitaram em Jerusalém.    29E em Gibeão habitaram o pai de Gibeão, cuja mulher se chamava Maacá,    30e seu filho primogênito Abdom, depois Zur, Quiz, Baal, Nadabe,    31Gedor, Aiô, Zequer e Miclote.    32Miclote foi pai de Siméia; também estes habitaram em Jerusalém defronte de seus irmãos.    33Ner foi pai de Quis, e Quis de Saul; Saul foi pai de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.    34Filho de Jônatas foi Meribe-Baal; e Meribe-Baal foi pai de Mica.    35Os filhos de Mica foram: Pitom, Meleque, Tareá e Acaz.    36Acaz foi pai de Jeoada; Jeoada foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de Moza;    37Moza foi pai de Bineá, de quem foi filho Rafa, de quem foi filho Eleasá, de quem foi filho Azel.    38Azel teve seis filhos, cujos nomes foram: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; todos estes foram filhos de Azel.    39Os filhos de Eseque, seu irmão: Ulão, seu primogênito, Jeús o segundo, e Elifelete o terceiro.    40Os filhos de Ulão foram homens heróis, valentes, e flecheiros destros; e tiveram muitos filhos, e filhos de filhos, cento e cinqüenta. Todos estes foram dos filhos de Benjamim.   

Chapter 9

1Todo o Israel, pois, foi arrolado por genealogias, que estão inscritas no livro dos reis de Israel; e Judá foi transportado para Babilônia, por causa da sua infidelidade.    2Ora, os primeiros a se restabelecerem nas suas possessões e nas suas cidades foram de Israel, os sacerdotes, os levitas, e os netinins.    3E alguns dos filhos de Judá, de Benjamim, e de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém:    4Utai, filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bari, dos filhos de Pérez, filho de Judá;    5dos silonitas: Asaías o primogênito, e seus filhos;    6dos filhos de Zerá: Jeuel e seus irmãos, seiscentos e noventa;    7dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Hodavias, filho de Hassenua;    8Ibnéias, filho de Jeroão; Elá, filho de Uzi, filho de Mícri; Mesulão, filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de Ibnijas;    9e seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e cinqüenta e seis. Todos estes homens foram chefes de casas paternas, segundo as casas de seus pais.    10E dos sacerdotes: Jedaías, Jeoiaribe e Jaquim;    11Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote. filho de Aitube, regente da casa de Deus;    12Adaías, filho de Jeroão, filho de Pasur, filho de Malquias; Maasai, filho de Adiel, filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite, filho de Imer;    13como também seus irmãos, chefes de suas casas paternas, mil setecentos e sessenta, homens capacitados para o serviço a casa de Deus.    14E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, dos filhos de Merári:    15Baquebacar, Heres, Galal, e Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe;    16Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedútun; e Berequias, filho de Asa, filho de Elcana, morador das aldeias dos netofatitas.    17Foram porteiros: Salum, Acube, Talmom, Aimã, e seus irmãos, sendo Salum o chefe;    18e até aquele tempo estavam de guarda à porta do rei, que ficava ao oriente. Estes foram os porteiros para os arraiais dos filhos de Levi.    19Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e seus irmãos da casa de seu pai, os coraítas estavam encarregados do serviço como guardas das entradas do tabernáculo, como seus pais também tinham sido encarregados do arraial do Senhor, sendo guardas da entrada.    20Finéias, filho de Eleazar, dantes era guia entre eles; e o Senhor era com ele.    21Zacarias, filho de Meselemias, guardava a porta da tenda da revelação.    22Todos estes, escolhidos para serem guardas das entradas, foram duzentos e doze; e foram contados por suas genealogias, nas suas aldeias. Davi e Samuel, o vidente, os constituíram nos seus respectivos cargos.    23Tinham, pois, eles e seus filhos o cargo das portas da casa do Senhor, a saber, da casa da tenda, como guardas.    24Os porteiros estavam aos quatro lados, ao oriente, ao ocidente, ao norte e ao sul:    25Seus irmãos, que moravam nas suas aldeias, deviam de tempo em tempo vir por sete dias para servirem com eles.    26pois os quatro porteiros principais, que eram levitas, estavam encarregados das câmaras e dos tesouros da casa de Deus.    27E se alojavam à roda da casa de Deus. Porque a sua guarda lhes estava entregue, e tinham o encargo de abri-la cada manhã.    28Alguns deles estavam encarregados dos utensílios do serviço, pois estes por conta eram trazidos e por conta eram tirados.    29Outros estavam encarregados dos móveis e de todos os utensílios do santuário, como também da flor de farinha, do vinho, do azeite, do incenso e das especiarias.    30Os que confeccionavam as especiarias eram dos filhos dos sacerdotes.    31Matitias, um dos levitas, o primogênito de Salum, o coraíta, estava encarregado de tudo o que se cozia em sertãs.    32E seus irmãos, dentre os filhos dos coatitas, alguns tinham o cargo dos pães da proposição, para os prepararem de sábado em sábado.    33Estes são os cantores, chefes de casas paternas dos levitas, que moravam nas câmaras e estavam isentos de outros serviços, porque de dia e de noite se ocupavam naquele serviço.    34Estes foram chefes de casas paternas dos levitas, em suas gerações; e estes habitaram em Jerusalém.    35Em Gibeão habitou Jeiel, pai de Hibeão (e era o nome de sua mulher Maacá);    36seu filho primogênito foi Abdom; depois Zur, Quis, Baal, Ner, Nadabe,    37Gedor, Aiô, Zacarias e Miclote.    38Miclote foi pai de Simeão; também estes habitaram em Jerusalém defronte d‰ seus irmaos.    39Ner foi pai de Quis; Quis de Saul; e Saul de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.    40Filho de Jônatas foi Meribe-Baal; Meribe-Baal foi pai de Mica.    41Os filhos de Mica: Pitom, Meleque, Tareá, e Acaz.    42Acaz foi pai de Jará; Jará foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de Moza;    43Moza foi pai de Bineá, de quem foi filho Refaías, de quem foi filho Eleasá, de quem foi filho Azel.    44Azel teve seis filhos, cujos nomes são: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; estes foram os filhos de Azel.   

Chapter 10

1Ora, os filisteus pelejaram contra Israel; e os homens de Israel, fugindo de diante dos filisteus, caíram mortos no monte Gilboa.    2Os filisteus perseguiram a Saul e seus filhos, e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul.    3A peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, e ele foi ferido pelos flecheiros.    4Então disse Saul: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que que não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a sua espada, e se lançou sobre ela.    5Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, lançou-se também sobre sua espada, e morreu.    6Assim morreram Saul e seus três filhos; morreu toda a sua casa juntamente.    7Quando todos os homens de Israel que estavam no vale viram que Israel havia fugido, e que Saul eram mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram, e vindo os filisteus, habitaram nelas.    8No dia seguinte, quando os filisteus vieram para despojar os mortos acharam Saul e seus filhos estirados no monte Gilboa.    9Então o despojaram, tomaram a sua cabeça e as suas armas, e enviaram mensageiros pela terra dos filisteus em redor, para levarem a boa nova a seus ídolos e ao povo.    10Puseram as armas dele na casa de seus deuses, e pregaram-lhe a cabeça na casa de Dagom.    11Quando, pois, toda a Jabes-Gileade ouviu tudo quanto os filisteus haviam feito a Saul,    12todos os homens valentes se levantaram e, tomando o corpo de Saul e os corpos de seus filhos, trouxeram-nos: a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo o terebinto em Jabes, e jejuaram sete dias.    13Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar,    14e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.   

Chapter 11

1Então todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebron, dizendo: Eis que somos teus ossos e tua carne.    2Já dantes, quando Saul ainda era rei, eras tu o que fazias Israel sair, e entrar; também o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentaras o meu povo Israel; tu seras príncipe sobre o meu povo Israel.    3Assim vieram todos os anciãos de Israel ao rei, a Hebrom; e Davi fez com eles um pacto em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel, conforme a palavra do Senhor por intermédio de Samuel.    4Então Davi, com todo o Israel, partiu para Jerusalém , que é Jebus; e estavam ali os jebuseus, habitantes da terra.    5E disseram os habitantes de Jebus a Davi: Tu não entrarás aqui. Não obstante isso, Davi tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.    6Davi disse: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e capitão. E Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro, pelo que foi feito chefe.    7Então Davi habitou na fortaleza, e por isso foi chamada cidade de Davi.    8E edificou a cidade ao redor, desde Milo em diante; e Joabe reparou o resto da cidade.    9Davi tornava-se cada vez mais forte; porque o Senhor dos exércitos era com ele.    10São estes os chefes dos valentes de Davi, que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor, no tocante a Israel.    11Esta é a relação dos valentes de Davi: Jasobeão, filho dum hacmonita, o chefe dos trinta, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, duma só vez os matou.    12Depois dele, Eleazar, filho de Dodó, o aoíta; ele estava entre os três valentes.    13Este esteve com Davi em Pas-Damim, quando os filisteus ali se ajuntaram à peleja, onde havia um pedaço de campo cheio de cevada; e o povo fugia de diante dos filisteus.    14Mas eles se puseram no meio daquele campo, e o defenderam, e mataram os filisteus; e o Senhor os salvou com uma grande vitória.    15Três dos trinta chefes desceram à penha; a ter com Davi, na caverna de Adulão; e o exército dos filisteus estara acampado no vale de Refaim.    16Davi estava então no lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.    17E Davi, ofegante, exclamou: Quem me dera beber da água do poço de Belém, que está junto à porta!    18Então aqueles três romperam pelo arraial dos filisteus, tiraram água do poço de Belém, que estava junto à porta, e a trouxeram a Davi; porém Davi não a quis beber, mas a derramou perante o Senhor,    19dizendo: Não permita meu Deus que eu faça isso! Beberia eu o sangue da vida destes homens? Pois com perigo das suas vidas a trouxeram. Assim, não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes.    20Abisai, irmão de Joabe, era o chefe dos três; o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, os matou, e teve nome entre os três.    21Ele foi mais ilustre do que os outros dois, pelo que foi feito chefe deles; todavia não igualou aos primeiros três.    22Havia também Benaías, filho de Jeoiada, filho de um homem valente de Cabzeel, autor de grandes feitos; este matou dois filhos de Ariel de Moabe; depois desceu e matou um leão dentro duma cova, no tempo da neve.    23Matou também um egípcio, homem de grande altura, de cinco côvados. O egípcio tinha na mão uma lança como o órgão de tecelão; mas Benaías desceu contra ele com um cajado, arrancou-lhe da mão a lança e com ela o matou.    24Estas coisas fez Benaías, filho de Jeoiada, pelo que teve nome entre os três valentes.    25e o mais ilustre, contudo não igualou aos primeiros três; e Davi o pôs sobre os da sua guarda.    26Os valentes dos exércitos: Asael, irmão de Joabe; El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;    27Samote, o harorita; Helez, o pelonita;    28Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o anatotita;    29Sibecai, o husatita; Ilai, o aoíta;    30Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita;    31Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; Benaías, o piratonita;    32Hurai, dos ribeiros de Gaás; Abiel, o arbatita;    33Azmavete, o baarumita; Eliabá, o saalbonita;    34dos filhos de Hasem, o gizonita: Jônatas, filho de Sage, o hararita;    35Aião, filho de Sacar, o hararita; Elifal, filho de Ur.    36Hefer, o mequeratita; Aías, o pelonita;    37Hezro, o carmelita; , Naarai, filho de Ebzai;    38Joel, irmão de Natã; Mibar, filho de Harri;    39Zeleque, o amonita; Naarai, o berotita, escudeiro de Joabe, filho de Zeniia;    40Ira, o itrita; Garebe, o itrita;    41Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai;    42Adina, filho de Siza, o rubenita, chefe dos rubenitas, e com ele trinta;    43Hanã, filho de Maacá; Jeosafá, o mitnita;    44Uzias, o asteratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita;    45Jediael, filho de Sínri, e Joá, seu irmão, o tizita;    46Eliel, o maavita; Jeribai e Josavias, filhos de Elnaão; Itma, o moabita;    47Eliel, Obede e Jaasiel, o mezobaíta   

Chapter 12

1Ora, estes são os que vieram a Davi a Ziclague, estando ele ainda tolhido nos seus movimentos por causa de Saul, filho de Quis; e eram dos valentes que o ajudaram na guerra.    2Eram archeiros, e usavam tanto da mão direita como da esquerda em atirar pedras com fundas e em disparar flechas com o arco; eram dos irmãos de Saul, benjamitas.    3Aizer, o chefe, e Joás, filhos de Semaá, o gibeatita; Jeziel e Pelete, filhos de Azmavete; Beraca e Jeú, o anatotita;    4Ismaías, o gibeonita, valente entre os trinta, e chefe deles; Jeremias, Jaaziel, Joanã e Jozabade, o gederatita;    5Eluzai, Jerimote, Bealias, Semarias e Sefatias, o harufita;    6Elcana, Issias, Azarel, Joezer e Jasobeão, os coraítas;    7e Joela e Zebadias, filhos de Jeroão de Ged or.    8Dos gaditas se passaram para Davi, ao lugar forte no deserto, homens valentes adestrados para a guerra, que sabiam manejar escudo e lança; seus rostos eram como rostos de leões, e eles eram tão ligeiros como corças sobre os montes.    9Ezer era o chefe, Obadias o segundo, Eliabe o terceiro,    10Mismana o quarto, Jeremias o quinto,    11Atai o sexto, Eliel o sétimo,    12Joanã o oitavo, Elzabade o nono,    13Jeremias o décimo, Macbanai o undécimo.    14Estes, dos filhos de Gade, foram os chefes do exército; o menor valia por cem, e o maior por mil.    15Estes são os que passaram o Jordão no mês primeiro, quando ele transbordava por todas as suas ribanceiras, e puseram em fuga todos os dois vales ao oriente e ao ocidente.    16Igualmente alguns dos filhos de Benjamim e de Judá vieram a Davi, ao lugar forte.    17Davi saiu-lhes ao encontro e lhes disse: Se viestes a mim pacificamente para me ajudar, o meu coração se unirá convosco; porém se é para me entregar aos meus inimigos, sem que haja mal nas minhas mãos, o Deus de nossos pais o veja e o repreenda.    18Então veio o espírito sobre Amasai, chefe dos trinta, que disse: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz contigo, e paz com quem te ajuda! pois que teu Deus te ajuda. E Davi os recebeu, e os fez chefes de tropas.    19Também de Manassés alguns se passaram para Davi; foi quando ele veio com os filisteus para a batalha contra Saul; todavia não os ajudou, pois os chefes dos filisteus tendo feito conselho, o despediram, dizendo: Com perigo de nossas cabeças ele se passará para Saul, seu senhor:    20Voltando ele, pois, a Ziclague, passaram-se para ele, de Manassés: Adná, Jozabade, Jediael, Micael, Jozabade, Eliú e Ziletai, chefes de milhares dos de Manassés.    21E estes ajudaram a Davi contra a tropa de saqueadores, pois todos eles eram heróis valentes, e foram chefes no exército.    22De dia em dia concorriam a Davi para o ajudar, até que se fez um grande exército, como o exército de Deus.    23Ora, estes são os números dos chefes armados para a peleja, que vieram a Davi em Hebrom, para transferir a ele o reino de Saul, conforme a palavra do Senhor:    24dos filhos de Judá, que traziam escudo e lança, seis mil e oitocentos, armados para a peleja;    25dos filhos de Simeão, homens valentes para pelejar, sete mil e cem;    26dos filhos de Levi quatro mil e seiscentos;    27Jeoiada, que era o chefe da casa de Arão, e com ele três mil e setecentos;    28e Zadoque, ainda jovem, homem valente, com vinte e dois príncipes da casa de seu pai;    29dos filhos de Benjamim, irmãos de Saul, três mil, porque até então a maior parte deles se tinha conservado fiel à casa de Saul;    30dos filhos de Efraim vinte mil e oitocentos homens valentes, homens de nome nas casas de seus pais;    31da meia tribo de Manassés dezoito mil, que foram designados por nome para virem fazer Davi rei;    32dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, entendidos na ciência dos tempos para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos sob suas ordens;    33de Zebulom, dos que podiam sair no exército, cinqüenta mil, ordenados para a peleja com todas as armas de guerra, como também destros para ordenarem a batalha, e não eram de coração dobre;    34de Naftali, mil chefes, e com eles trinta e sete mil com escudo e lança;    35dos danitas vinte e oito mil e seiscentos, destros para ordenarem a batalha;    36de Aser, dos que podiam sair no exército e ordenar a batalha, quarenta mil;    37da outra banda do Jordão, dos rubenitas e gaditas, e da meia tribo de Manassés, com toda sorte de instrumentos de guerra para pelejar, cento e vinte mil.    38Todos estes, homens de guerra, que sabiam ordenar a batalha, vieram a Hebrom com inteireza de coração, para constituir Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o resto de Israel estava de um só coração para constituir Davi rei.    39E estiveram ali com Davi três dias, comendo e bebendo, pois seus irmãos lhes tinham preparado as provisões.    40Também da vizinhança, e mesmo desde Issacar, Zebulom e Naftali, trouxeram sobre jumentos, e camelos, e mulos e bois, pão, provisões de farinha, pastas de figos e cachos de passas, vinho e azeite, bois e gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel.   

Chapter 13

1Ora, Davi consultou os chefes dos milhares, e das centenas, a saber, todos os oficiais.    2E disse Davi a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece, e se isto vem do Senhor nosso Deus, enviemos mensageiros por toda parte aos nossos outros irmãos que estão em todas as terras de Israel, e com eles aos sacerdotes e levitas nas suas cidades, e nos seus campos, para que se reunam conosco,    3e tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque não a buscamos nos dias de Saul.    4E toda a congregação concordou em que assim se fizesse; porque isso pareceu reto aos olhos de todo o povo.    5Convocou, pois, Davi todo o Israel desde Sior, o ribeiro do Egito, até a entrada de Hamate, para trazer de Quiriate-Jearim a arca de Deus.    6E Davi, com todo o Israel, subiu a Baalá, isto é, a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali a arca de Deus, a qual se chama pelo nome do Senhor, que habita entre os querubins.    7Levaram a arca de Deus sobre um carro novo, tirando-a da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro.    8Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus com todas as suas forças, cantando e tocando harpas, alaúdes, tamboris, címbalos e trombetas.    9Quando chegaram a eira de Quidom, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque os bois tropeçavam.    10Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante Deus.    11E Davi se encheu de desgosto porque o Senhor havia irrompido contra Uzá; pelo que chamou aquele lugar Pérez-Uzá, como se chama até o dia de hoje.    12Temeu Davi a Deus naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus?    13Pelo que não trouxe a arca a si para a cidade de Davi, porém a fez retirar para a casa de Obede-Edom, o giteu.    14Assim ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que lhe pertencia.   

Chapter 14

1Hirão, rei de Tiro, mandou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, pedreiros e carpinteiros para lhe edificarem uma casa.    2Então percebeu Davi que o Senhor o tinha confirmado rei sobre Israel; porque o seu reino tinha sido muito exaltado por amor do seu povo Israel.    3Davi tomou em Jerusalém ainda outras mulheres, e teve ainda filhos e filhas.    4Estes, pois, são os nomes dos filhos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão,    5Ibar, Elisua, Elpelete,    6Nogá, Nefegue, Jafia,    7Elisama, Beeliada e Elifelete.    8Quando os filisteus ouviram que Davi havia sido ungido rei sobre todo o Israel, subiram todos em busca dele; o que ouvindo Davi, logo saiu contra eles.    9Ora, os filisteus tinham vindo e feito uma arremetida pelo vale de Refaim.    10Então Davi consultou a Deus, dizendo: Subirei contra os filisteus, e nas minhas mãos os entregarás?: E o Senhor lhe disse: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos.    11E subiram os filisteus a Baal-Perazim, onde Davi os derrotou; e disse Davi: por minha mão Deus fez uma brecha nos meus inimigos, como uma brecha feita pelas águas. Pelo que chamaram aquele lugar Baal-Perazim:    12E deixaram ali os seus deuses, que, por ordem de Davi, foram queimados a fogo.    13Mas os filisteus tornaram a fazer uma arremetida pelo vale.    14Tornou Davi a consultar a Deus, que lhe respondeu: Não subirás atrás deles; mas rodeia-os por detrás e vem sobre eles por defronte dos balsameiros;    15e será que, ouvindo tu um ruído de marcha pelas copas dos balsameiros, sairás à peleja; porque Deus terá saído diante de ti para ferir o exército dos filisteus.    16E fez Davi como Deus lhe ordenara; e desbarataram o exército dos filisteus desde Gibeão até Gezer:    17Assim a fama de Davi se espalhou por todas aquelas terras, e o Senhor pôs o temor dele sobre todas aquelas gentes.   

Chapter 15

1Davi fez para si casas na cidade de Davi; também preparou um lugar para a arca de Deus, e armou-lhe uma tenda:    2Então disse Davi: Ninguém deve levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o Senhor os elegeu para levarem a arca de Deus, e para o servirem para sempre.    3Convocou, pois, Davi todo o Israel a Jerusalém, para fazer subir a arca do Senhor ao seu lugar, que lhe tinha preparado.    4E reuniu os filhos de Arão e os levitas.    5dos filhos de Coate, Uriel, o chefe, e de seus irmãos cento e vinte;    6dos filhos de Merári, Asaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos e vinte;    7dos filhos de Gérson Joel, o chefe, e de seus irmãos cento e trinta;    8dos filhos de Elizafã, Semaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos;    9dos filhos de Hebrom, Eliel, o chefe, e de seus irmãos oitenta;    10dos filhos de Uziel, Aminadabe, o chefe, e de seus irmãos cento e doze.    11Então chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar, e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe,    12e disse-lhes: Vós sois os chefes das casas paternas entre os levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do Senhor Deus de Israel ao lugar que lhe preparei.    13Porquanto da primeira vez vós não a levastes, o Senhor fez uma brecha em nós, porque não o buscamos segundo a ordenança:    14Santificaram-se, pois, os sacerdotes e os levitas para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel.    15E os levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelos varais que nela havia, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor.    16E Davi ordenou aos chefes dos levitas que designassem alguns de seus irmãos como cantores, para tocarem com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, e levantarem a voz com alegria.    17Designaram, pois, os levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos, a Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merári, seus irmãos, a Etã, filho de Cusaías;    18e com eles a seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, Bene, Jaaziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Benaías, Maaséias, Matitias, Elifeleu e Micnéias, e Obede-Edom e Jeiel, os porteiros.    19Assim os cantores Hemã, Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de bronze;    20e Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias e Benaías, com alaúdes adaptados ao soprano;    21e Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias, com harpas adaptadas ao baixo, para dirigirem;    22e Quenanias, chefe dos levitas, estava encarregado dos cânticos e os dirigia, porque era entendido;    23e Berequias e Elcana eram porteiros da arca;    24e Sebanias, Jeosafá, Netanel, Amasai, Zacarias, Benaías e Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; e Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca.    25Sucedeu pois que Davi, os anciãos de Israel, os capitães dos milhares foram, com alegria, para fazer subir a arca do pacto do Senhor, da casa de Obede-Edem.    26E sucedeu que, havendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca do pacto dó Senhor, sacrificaram sete novilhos e sete carneiros.    27Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e juntamente com eles Quenanias, diretor do canto; Davi levava também sobre si um éfode de linho.    28Assim todo o Israel fez subir a arca do pacto do Senhor com vozes de júbilo, ao som de buzinas, trombetas e címbalos, juntamente com alaúdes e harpas.    29E sucedeu que, chegando a arca do pacto do Senhor à cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, olhou duma janela e, vendo Davi dançar e saltar, desprezou-o no seu coração.   

Chapter 16

1Trouxeram, pois, a arca de Deus e a colocaram no meio da tenda que Davi lhe tinha armado; e ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus.    2Tendo Davi acabado de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do Senhor.    3Então repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um pão, um pedaço de carne e um bolo de passas.    4Também designou alguns dos levitas por ministros perante a arca do Senhor, para celebrarem, e para agradecerem e louvarem ao Senhor Deus de Israel, a saber:    5Asafe, o chefe, e Zacarias, o segundo depois dele; Jeiel, Semiramote, Jeiel, Matitias, Eliabe, Benaías, Obede-Edom e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos;    6e Benaías e Jaaziel, os sacerdotes, tocavam trombetas continuamente perante a arca do pacto de Deus.    7Foi nesse mesmo dia que Davi, pela primeira vez, ordenou que pelo ministério de Asafe e de seus irmãos se dessem ações de graças ao Senhor, nestes termos:    8Louvai ao Senhor, invocai o seu nome; fazei conhecidos entre os povos os seus feitos.    9Cantai-lhe, salmodiai-lhe, falai de todas as suas obras maravilhosas.    10Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor.    11Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.    12Lembrai-vos das obras maravilhosas que ele tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca,    13vós, descendência de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos.    14Ele é o Senhor nosso Deus; em toda a terra estão os seus juízos.    15Lembrai-vos perpetuamente do seu pacto, da palavra que prescreveu para mil geraçoes;    16do pacto que fez com Abraão, do seu juramento a Isaque,    17o qual também a Jacó confirmou por estatuto, e a Israel por pacto eterno,    18dizendo: A ti te darei a terra de Canaã, quinhão da vossa herança.    19Quando eram poucos em número, sim, mui poucos, e estrangeiros na terra,    20andando de nação em nação, e dum reino para outro povo,    21a ninguém permitiu que os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis,    22dizendo: Não toqueis os meus ungidos, e não façais mal aos meus profetas.    23Cantai ao Senhor em toda a terra; proclamai de dia em dia a sua salvação.    24Publicai entre as nações a sua gloria, entre todos os povos as suas maravilhas.    25Porque grande é o Senhor, e mui digno de louvor; também é mais temível do que todos os deuses.    26Pois todos os deuses dos povos são ídolos, porém o Senhor fez os céus.    27Diante dele há honra e majestade; há força e alegria no seu lugar.    28Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.    29Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei presentes, e vinde perante ele; adorai ao Senhor vestidos de trajes santos.    30Trema diante dele toda a terra; o mundo se acha firmado, de modo que se não pode abalar.    31Alegre-se o céu, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O Senhor reina.    32Brama o mar e a sua plenitude; exulte o campo e tudo o que nele há;    33então jubilarão as árvores dos bosques perante o Senhor, porquanto vem julgar a terra.    34Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.    35E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, e ajunta-nos, e livra-nos das nações, para que demos graças ao teu santo nome, e exultemos no teu louvor.    36Bendito seja o Senhor Deus de Israel, de eternidade a eternidade. Então todo o povo disse: Amém! e louvou ao Senhor.    37Davi, pois, deixou ali, diante da arca do pacto do Senhor, Asafe e seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo a exigência de cada dia.    38Também deixou Obeede-Edom , com seus irmãos, sessenta e oito; Obede-Edomsa filho de Jedútum e Hosa, para serem porteiros;    39e deixou Zadoque, o sacerdote, e seus irmãos, os sacerdotes, diante do tabernáculo do Senhor, no alto que havia em Gibeao,    40para oferecerem holocaustos ao Senhor continuamente, pela manhã e à tarde, sobre o altar dos holocaustos; e isto segundo tudo o que está escrito na lei que o Senhor tinha ordenado a Israel;    41e com eles Hemã, e Jedútum e os demais escolhidos, que tinham sido nominalmente designados, para darem graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.    42Estavam Hemã e Jedútun encarregados das trombetas e dos címbalos para os que os haviam de tocar, e dos outros instrumentos para os cânticos de Deus; e os filhos de Jedútun estavam à porta.    43Então todo o povo se retirou, cada um para a sua casa; e Davi voltou para abençoar a sua casa.   

Chapter 17

1Tendo Davi começado a morar em sua casa, disse ao profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de cedro, mas a arca do pacto do Senhor está debaixo de cortinas.    2Então Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque Deus é contigo.    3Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra de Deus veio à Natã, dizendo:    4Vai e dize a Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás casa para eu habitar;    5porque em nenhuma casa morei, desde o dia em que fiz subir Israel até o dia e hoje, mas fui de tenda em tenda, e de tabernáculo em tabernáculo.    6Por todas as partes por onde tenho andado com todo o Israel, porventura falei eu jamais uma palavra a algum dos juízes de Israel, a quem ordenei que apascentasse o meu povo, dizendo: Por que não me tendes edificado uma casa de cedro?    7Agora, pois, assim dirás a meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel;    8e estive contigo por onde quer que andavas, e de diante de ti exterminei todos os teus inimigos; também te farei um nome como o nome dos grandes que estão na terra.    9Designarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que ele habite no seu lugar, e nunca mais seja perturbado; e nunca mais debilitarão os filhos da perversidade, como dantes,    10e como desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel; e subjugarei todos os teus inimigos. Também te declaro que o Senhor te edificará uma casa.    11Quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, levantarei a tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino.    12Esse me edificará casa, e eu firmarei o seu trono para sempre.    13Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha misericórdia não retirarei dele, como a retirei daquele que foi antes de ti;    14mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e para sempre o seu trono será firme.    15Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.    16Então entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?,    17E isto foi pouco aos teus olhos, O Deus; também falaste da casa do teu servo para tempos distantes, e me consideras como a um homem ilustre, ó Senhor Deus.    18Que mais te dirá Davi, acerca da honra feita ao teu servo? pois tu bem conheces o teu servo.    19O Senhor! por amor do teu servo, e segundo o teu coração, fizeste todas estas grandezas, tornando conhecidas todas estas grandes coisas.    20O Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há Deus fora de ti, segundo tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos.    21Também quem há como o teu povo Israel, única gente na terra a quem Deus foi remir para ser seu povo, fazendo-te nome por meio de feitos grandes e terríveis, expulsando as nações de diante do teu povo, que remiste do Egito?    22Pois fizeste o teu povo Israel povo teu para sempre; e tu, Senhor, te fizeste seu Deus.    23Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a palavra que falaste acerca da teu servo, e acerca da sua casa, e faze como falaste.    24E seja o teu nome estabelecido e glorificado para sempre, e diga-se: O Senhor dos exércitos é o Deus de Israel, sim, é Deus para Israel; permaneça firme diante de ti a casa de Davi, teu servo.    25Porque tu, Deus meu, revelaste ao teu servo que lhe edificarias casa; pelo que o teu servo achou confiança para orar em tua presença.    26Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus, e falaste este bem acerca do teu servo.    27E agora foste servido abençoar a casa do teu servo, para que permaneça para sempre diante de ti; porque tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre.   

Chapter 18

1Depois disto Davi derrotou os filisteus, e os subjugou e tomou das mãos deles Gate e as suas aldeias.    2Também derrotou os moabitas, e estes lhe ficaram sujeitos, pagando-lhe tributos.    3Davi derrotou também Hadadézer, rei de Zobá, junto a Hamate, quando foi estabelecer o seu domínio junto ao rio Eufrates.    4E Davi lhe tomou mil carros, sete mil cavaleiros e vinte mil homens de infantaria; e jarretou todos os cavalos dos carros; porém reservou deles para cem carros.    5E quando os sírios de Damasco vieram para ajudar a Hadadézer, rei de Zobá, Davi matou deles vinte e dois mil homens.    6Então Davi pôs guarnições entre os sírios de Damasco, e os sirios lhe ficaram sujeitos, pagando-lhe tributos; e o Senhor dava vitória a Davi, por onde quer que ia.    7Davi tomou os escudos de ouro que tinham sido dos servos de Hadadézer, e os trouxe a Jerusalém.    8Também de Tibate, e de Cum, cidades de Hadadézer, Davi tomou muitíssimo bronze, de que Salomão fez o mar de bronze, as colunas, e os utensílios de bronze.    9Ora, quando Toú, rei de Hamate, ouviu que Davi destruíra todo o exército de Hadadézer, rei de Zobá,    10mandou seu filho Hadorão ao rei Davi, para o saudar, e para o felicitar por haver pelejado contra Hadadézer e por tê-lo destruído (porque Hadadézer fazia guerra a Toú). Enviou-lhe também toda sorte de utensílios de ouro, de prata e de bronze. l    11A estes também o rei Davi consagrou ao Senhor, juntamente com a prata e o ouro que trouxera de todas as nações dos edomeus, dos moabitas, dos amonitas, dos filisteus e dos amalequitas.    12Além disso Abisai, filho de Zeruia, matou dezoito mil edomeus no Vale do Sal.    13E pôs guarnições em Edom, e todos os edomeus ficaram sujeitos a Davi; e o Senhor dava vitória a Davi, por onde quer que ia.    14Dari, pois, reinou sobre todo o Israel; e julgava, e fazia justiça a todo o seu povo.    15Joabe, filho de Zeruia, tinha o cargo do exército; Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;    16Zadoque, filho de Aiuube, e Abimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; Sarsa era escrivão;    17Benaías, filho de Jeoiada, tinha o cargo dos quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram os primeiros junto ao rei.   

Chapter 19

1Aconteceu, depois disto, que Naás, rei dos amonitas, morreu; e seu filho reinou em seu lugar.    2Então disse Davi: usarei de benevolência para com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou de benevolência para comigo. Pelo que Davi enviou mensageiros para o consolarem acerca de seu pai. Mas quando os servos de Davi chegaram à terra dos amonitas, a Hanum, para o consolarem,    3disseram os príncipes dos amonitas a Hanum: Pensas que Davi quer honrar a teu pai, porque te mandou consoladores? Não vieram ter contigo os seus servos a esquadrinhar, a transtornar e a espiar a terra?    4Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, raspou-lhes a barba, e lhes cortou as vestes pelo meio até o alto das coxas, e os despediu.    5Então foram alguns e avisaram a Davi acerca desses homens; pelo que ele mandou mensageiros ao seu encontro, pois estavam sobremaneira envergonhados. Disse o rei: Ficai em Jericó até que vos torne a crescer a barba, e então voltai.    6Vendo os amonitas que se tinham feito odiosos para com Davi, Hanum e os amonitas enviaram mil talentos de prata, para alugarem para si carros e cavaleiros de Mesopotâmia, de Arã-Maacá e de Zobá.    7E alugaram para si trinta e dois mil carros e o rei de Maacá com a sua gente, os quais vieram e se acamparam diante de Medeba; também os amonitas se ajuntaram das suas cidades e vieram para a guerra.    8Davi, quando soube disto, enviou Joabe e todo o exército de homens valentes.    9Os amonitas saíram e ordenaram a batalha à porta da cidade; porém os reis que tinham vindo se puseram à parte no campo.    10Ora, quando Joabe viu que a batalha estava ordenada contra ele pela frente e pela retaguarda, escolheu os melhores dentre os homens de Israel, e os pôs em ordem contra os sirios;    11e o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e eles se puseram em ordem de batalha contra os amonitas.    12E disse Joabe: Se os sírios forem mais fortes do que eu, tu virás socorrer-me; e, se os amonitas forem mais fortes do que tu, então eu te socorrerei a ti.    13Esforça-te, e pelejemos varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer.    14Então se chegou Joabe, e o povo que estava com ele, diante dos sírios, para a batalha; e estes fugiram de diante dele.    15Vendo, pois, os amonitas que os sírios tinham fugido, fugiram eles também de diante de Abisai, irmão de Joabe, e entraram na cidade. Então Joabe voltou para Jerusalém.    16Ora, vendo-se os sírios derrotados diante de Israel, enviaram mensageiros, e fizeram sair os sírios que habitavam além do rio; e tinham por comandante Sofaque, chefe do exército de Hadadézer.    17Avisado disto, Davi ajuntou todo o Israel, passou o Jordão e, indo ao encontro deles, ordenou contra eles a batalha. Tendo Davi ordenado a batalha contra os sírios, pelejaram estes contra ele.    18Mas os sírios fugiram de diante de Israel; e Davi matou deles os homens de sete mil carros, e quarenta mil homens da infantaria; matou também Sofaque, chefe do exército.    19Vendo, pois, os servos de Hadadézer que tinham sido derrotados diante de Israel, fizeram paz cem Davi, e e serviram; e os sírios nunca mais quiseram socorrer os amonitas.   

Chapter 20

1Aconteceu pois que, na primavera, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, Joabe levou a flor do exército, e devastou a terra dos amonitas, e foi, e pôs cerco a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. E Joabe bateu Rabá, e a destruiu.    2Tirando Davi a coroa da cabeça do rei deles, achou nela o peso dum talento de ouro, e havia nela pedras preciosas; e foi posta sobre a cabeça de Davi. E ele levou da cidade mui grande despojo.    3Também fez sair o povo que estava nela e o fez trabalhar com serras, com trilhos de ferro e com machado, e assim fez Davi a todas as cidades dos amonitas. Então voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.    4Depois disso levantou-se guerra em Gezer com os filisteus; então Sibecai, o husatita, matou Sipai, dos filhos do gigante; e eles ficaram subjugados.    5Tornou a haver guerra com os filisteus; e El-Hanã, filho de Jair, matou Lami, irmão de Golias, o giteu, cuja lança tinha a haste como órgão de tecelão,    6Houve ainda outra guerra em Gate, onde havia um homem de grande estatura, que tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão e seis em cada pé, e que também era filho do gigante.    7Tendo ele insultado a Israel, Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o matou.    8Esses nasceram ao gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão dos seus servos.   

Chapter 21

1Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar Israel.    2E disse Davi a Joabe e aos príncipes de povo: Ide, cantai a Israel desde Berseba até Dã; e trazei-me a conta, para que eu saiba o número deles.    3Então disse Joabe: O Senhor acrescente ao seu povo cem vezes tanto como ele é! Porventura, é rei meu senhor, não são teus os servos de meu senhor? Por que requer isto e meu senhor. Por que traria ele culpa sobre Israel?    4Todavia a palavra de rei prevaleceu contra Joabe. Pelo que saiu Joabe, e passou por todo o Israel; depois voltou para Jerusulém.    5E Joabe deu a Davi o resultado da numeração do povo. E era todo o Israel um milhão e cem mil homens que arrancavam da espada; e de Judá quatrocentos e setenta mil homens que arrancavam da espada.    6Mas entre eles Joabe não contou os de Levi e Benjamim, porque a palavra do rei lhe foi abominável.    7E este negócio desagradou a Deus, pelo que feriu Israel.    8Então disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal coisa; agora porém, peço-te, tira a iniqüidade de teu servo, porque procedi mui loucamente.    9Falou o Senhor a Gade, o vidente de Davi, dizendo:    10Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu ta faça.    11E Gade veio a Davi, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe o que quiseres:    12ou três anos de fome; ou seres por três meses consumido diante de teus adversários, enquanto a espada de teus inimigos te alcance; ou que por três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor façam destruição por todos os termos de Israel. Vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me enviou.    13Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque mui grandes são as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens.    14Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens.    15E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, estando ele prestes a destrui-la, o Senhor olhou e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta; agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.    16E Davi, levantando os olhos, viu o anjo do Senhor, que estava entre a terra e o céu, tendo na mão uma espada desembainhada estendida sobre Jerusalém. Então Davi e os anciãos, cobertos de sacos, se prostraram sobre os seus rostos.    17E dissemorreram Saul e seus três filhos; morreu toda a sua o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e procedi muito mal; mas estas ovelhas, que fizeram? Seja tua mão, Senhor Deus meu, contra mim e contra a casa de meu pai, porem não contra o teu povo para castigá-lo com peste.    18Então o anjo do Senhor ordenou a Gade que dissesse a Davi para subir e levantar um altar ao Senhor na eira de Ornã, o jebuseu.    19Subiu, pois, Davi, conforme a palavra que Gade falara em nome do Senhor.    20E, virando-se Ornã, viu o anjo; e seus quatro filhos, que estavam com ele, se esconderam. Ora, Ornã estava debulhando trigo.    21Quando Davi se vinha chegando a Ornã, este olhou e o viu e, saindo da terra, prostrou-se diante dele com o rosto em terra.    22Então disse Davi a Ornã: Dá-me o lugar da eira pelo seu valor, para eu edificar nele um altar ao Senhor, para que cesse esta praga de sobre o povo.    23Respondeu Ornã a Davi: Toma-o para ti, e faça o rei meu senhor o que lhe parecer bem. Eis que dou os bois para holocaustos, os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de cereais; tudo dou.    24Mas o rei Davi disse a Ornã: Não, antes quero comprá-lo pelo seu valor; pois não tomarei para o Senhor o que é teu, nem oferecerei holocausto que não me custe nada.    25E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso de seiscentos siclos de ouro.    26Então Davi edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas; e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu do céu, com fogo sobre o altar de holocausto.    27E o Senhor deu ordem ao anjo, que tomou a meter a sua espada na bainha.    28Nesse mesmo tempo, vendo Davi que o Senhor lhe respondera na eira de Ornã, o jebuseu, ofereceu ali os seus sacrifícios.    29Pois o tabernáculo do Senhor que Moisés fizera no deserto, e o altar do holocausto, estavam naquele tempo no alto de Gibeão;    30mas Davi não podia ir perante ele para consultar a Deus, porque estava atemorizado por causa da espada do anjo do Senhor.   

Chapter 22

1Então disse Davi: Esta é a casa de Senhor Deus, e este é o altar de holocausto para Israel.    2Então Davi deu ordem que se ajuntassem os estrangeiros que estavam na terra de Israel, e encarregou pedreiros de lavrarem pedras de cantaria para edificar a casa de Deus,    3Também aparelhou ferro em abundância, para os pregos das portas das entradas e para as junturas; como também bronze em abundância, sem pesá-lo;    4e madeira de cedro sem conta, porque os sidonios e tírios traziam a Davi cedro em abundancia    5Porque dizia Davi: Salomão, meu filho, ainda é moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o Senhor deve ser magnífica em excelência, de renome e glória em todas as terras; eu, pois, agora lhe farei os preparativos. Assim fez Davi grandes preparativos antes da sua morte.    6Então chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma casa ao Senhor Deus de Israel.    7Disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração a proposito de edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus.    8A palavra do Senhor, porém, veio a mim, dizendo: Tu tens derramado muito sangue, e tens feito grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derrumado na terra, perante mim.    9Eis que te nascerá um filho, que será homem de repouso; porque lhe darei repouso de todos os seus inimigos ao redor; portanto Salomão será o seu nome, e eu darei paz e descanso a Israel nos seus dias.    10Ele edificará uma casa ao meu nome. Ele me será por filho, e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para sempre.    11Agora, meu filho, o Senhor seja contigo; prospera, e edifica a casa de Senhor teu Deus, como ele falou a respeito de ti.    12Tão somente te dê o Senhor prudência e entendimento para governares sobre Israel, e para guardares a lei do Senhor teu Deus.    13Então prosperarás, se tiveres cuidado de guardar os estatutos e os juízos que o Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel. Esforça-te, e tem bem ânimo; não temas, nem te espantes.    14Com trabalhos penosas preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro que por sua abundância, não se pesou; também madeira e pedras preparei; e tu os aumentarás ainda.    15Além disso tens trabalhadores em grande número, canteiros, pedreiros e carpinteiros, e toda sorte de peritos em toda espécie de obra.    16Do ouro, da prata, da bronze e do ferro não há conta. Levanta-te, pois; mãos à obra! E o Senhor seja contigo!    17Também Davi deu ordem a todos os chefes de Israel que ajudassem a Salomão, seu filho, dizendo:    18Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repouso por todos os lados? Pois entregou na minha mão os habitantes da terra; e a terra foi subjugada diante do Senhor e diante do seu povo.    19Disponde, pois, agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus; e levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus, para que a arca do pacto do Senhor e os vasos sagrados de Deus sejam trazidos, para a casa que se há de edificar ao nome do Senhor.   

Chapter 23

1Ora, sendo Davi já velho e cheio de dias, fez Salomão, seu filho, rei sobre Israel.    2E reuniu todos os chefes de Israel, como também os sacerdotes e levitas.    3Foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo o seu registo, trinta e oito mil homens.    4Deste número vinte e quatro mil promoverão a obra da casa do Senhor; seis mil servirão como oficiais e juízes;    5quatro mil como porteiros; e quatro mil para louvarem ao Senhor com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi.    6Davi os repartiu por turmas segundo os filhos de Levi: Gérsom, Coate e Merári.    7Dos gersonitas: Ladã e Simei.    8Os filhos de Ladã: Jeiel o chefe, Zetão e Joel, três.    9Os filhos de Simei: Selomite, Haziel e Arã, três; estes foram os chefes das casas paternas de Ladã.    10Os filhos de Simei: Jaate, Zina, Jeús e Berias; estes foram os filhos de Simei, quatro.    11Jaate era o chefe, e Ziza o segundo. Mas Jeús e Berias não tiveram muitos filhos; pelo que estes, contados juntos, se tornaram uma só casa paterna.    12Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel, quatro.    13Os filhos de Anrão: Arão e Moisés. Arão foi separado para consagrar as coisas santíssimas, ele e seus filhos, eternamente para queimarem incenso diante do Senhor, e o servirem, e pronunciarem bençãos em nome de Deus para sempre.    14Mas quanto a Moisés, homem de Deus, seus filhos foram contados entre os da tribo de Davi.    15Os filhos de Moisés: Gerson e Eliézer.    16De Gérson: Sebuel o chefe.    17De Eliézer: Reabias o chefe; e Eliézer não teve outros filhos; porém os filhos de Reabias foram muito numerosos.    18De Izar: Selomite o chefe.    19Os filhos: de Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, e Jecameão o quarto.    20Os filhos de Uziel: Mica o chefe. Issias o segundo.    21Os filhos de Merári: Mali e Musi. Os filhos de Mali: Eleazar e Quis.    22Eleazar morreu, não tendo filhos, mas tão somente filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos, tomaram-nas por mulheres.    23Os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote, três.    24Esses são os filhos de Levi segundo as suas casas paternas, isto é, segundo os chefes das casas paternas, conforme o número dos que foram registrados pelos seus: nomes, individualmente, da idade de vinte anos para cima, os quais trabalhavam no serviço da casa do Senhor.    25Pois Davi disse: O Senhor Deus de Israel deu repouso ao seu povo; e ele habita em Jerusalém para sempre.    26Também os levitas não terão mais de levar o tabernáculo e todos os objetos pertencentes ao serviço do mesmo.    27Eis porque, segundo as ultimas palavras de Davi, foram contados os levitas da idade de vinte anos para cima.    28Porque o seu cargo seria o de assistirem aos filhos de Arão no serviço da casa do Senhor, nos átrios, e nas câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e em qualquer trabalho para o serviço da casa de Deus,    29cuidando dos pães da proposição, e da flor de farinha para a oferta de cereais, quer seja de bolos ázimos, quer seja do que se assa na panela, quer seja do que é misturado com azeite, e de toda sorte de medidas e pesos;    30e de estarem cada manhã em pé para render graças e louvor ao Senhor, e semelhantemente à tarde.    31e oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado.    32Também teriam a seu cargo a tenda da revelação, o lugar santo, e os filhos de Arão, seus irmãos, no serviço da casa do Senhor.   

Chapter 24

1As turmas dos filhos de Arão foram estas: os filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.    2Mas Nadabe e Abiú morreram antes de seu pai, e não tiveram filhos; por isso Eleazar e Itamar exerciam o sacerdócio.    3E Davi, juntamente com Zadoque, dos filhos de Eleazar, e com Aimeleque, dos filhos de Itamar, os distribuiu segundo os deveres do seu serviço.    4E acharam-se mais chefes dentre os filhos de Eleazar do que dentre os filhos de Itamar; e assim foram distribuídos: dos filhos de Eleazar, chefes das casas paternas, dezesseis; e dos filhos de Itamar, segundo as suas casas paternas, oito.    5Assim foram distribuídos por sortes, tanto uns como os outros; porque havia príncipes do santuário e príncipes de Deus, tanto dentre os filhos de Eleazar, como dentre os filhos de Itamar.    6E os registrou Semaías, filho de Netanel, o escrivão dentre os levitas, diante do rei, dos príncipes, de Zadoque, o sacerdote, de Aimeleque, filho de Abiatar, e dos chefes das casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas, tomando-se uma casa paterna para Eleazar, e outra para Itamar.    7Assim a primeira sorte saiu a Jeoiaribe, a segunda a Jedaías,    8a terceira a Harim, a quarta a Seorim,    9a quinta a Malquias, a sexta a Miamim,    10a sétima a Hacoz, a oitava a Abias,    11a nona a Jesuá, a décima a Secanias,    12a undécima a Eliasibe, a duodécima a Jaquim,    13a décima terceira a Hupá, a décima quarta a Jesebeabe,    14a décima quinta a Bilga, a décima sexta a Imer,    15a décima sétima a Hezir, a décima oitava a Hapizes,    16a décima nona a Petaías, a vigésima a Jeezquel,    17a vigésima primeira a Jaquim, a vigésima segunda a Gamul,    18a vigésima terceira a Delaías, a vigésima quarta a Maazias.    19Esta foi a distribuição deles no seu serviço, para entrarem na casa do Senhor, segundo lhes fora ordenado por Arão, seu pai, como o Senhor Deus de Israel lhe tinha mandado.    20Do restante dos filhos de Levi: dos filhos de Anrão, Subael; dos filhos de Subael, Jedeías.    21Quanto a Reabias: dos filhos de Reabias, Issijá o chefe;    22dos izaritas, Selomote; dos filhos de Selomote, Jaate;    23dos filhos de Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, Jecameão o quarto;    24dos filhos de Uziel, Mica; dos filhos de Mica, Samir;    25o irmão de Mica, Issijá; dos filhos de Issijá, Zacarias.    26Os filhos de Merári, Mali e Musi; dos filhos de Jaazias, Beno;    27os filhos de Merári: de Jaazias: Beno, Soão, Zacur e Ibri;    28de Mali, Eleazar; e este não teve filhos.    29Quanto a Quis: dos filhos de Quis, Jerameel;    30e os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote. Esses foram os filhos dos levitas, segundo as suas casas paternas.    31Estes também, como seus irmãos, os filhos de Arão, lançaram sortes diante do rei Davi, de Zadoque, de Aimeleque, e dos chefes das casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas; assim fizeram, tanto para o chefe de casa paterna, como para o seu irmão menor.   

Chapter 25

1Também Davi juntamente com os capitães do exército, separou para o serviço alguns dos filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedútum para profetizarem com harpas, com alaúdes, e com címbalos. Este foi o número dos homens que fizeram a obra: segundo o seu serviço:    2dos filhos de Asafe: Zacur, José, Netanias e Asarela, filhos de Asafe, a cargo de Asafe, que profetizava sob as ordens do rei.    3De Jedútum os filhos de Jedútun: Gedalias, e Zeri, Jesaías, Hasabias e Matitias, seis, a cargo de seu pai, Jedútum que profetizava com a harpa, louvando ao Senhor e dando-lhe graças.    4De Hemã, os filhos de Hemã: Buquias, Matanias, Uziel, Sebuel, Jerimote, Hananias, Hanâni, Eliatá, Gidálti, e Românti-Ezer, Josbecasa, Malóti, Hotir e Maaziote.    5Todos estes foram filhos de Hemã, o vidente do rei, segundo a promessa de Deus de exaltá-lo. Deus dera a Hemã catorze filhos e três filhas.    6Todos estes estavam sob a direção de seu pai para a música na casa do Senhor, com címbalos, alaúdes e harpas para o serviço da casa de Deus. E Asafe, Jedútun e Hemã estavam sob as ordens do rei.    7Era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos em cantar ao Senhor, todos eles mestres, duzentos e oitenta e oito.    8E determinaram os seus cargos por sortes, todos igualmente, tanto o pequeno como o grande, assim o mestre como o discípulo.    9A primeira sorte, que era de Asafe, saiu a José; a segunda a Gedalias, que com seus irmãos e filhos eram doze;    10a terceira a Zacur, seus filhos e irmãos, doze;    11a quarta a Izri, seus filhos e irmãos, doze;    12a quinta a Netanias, seus filhos e irmaos, doze;    13a sexta a Buquias, seus filhos e irmãos, doze;    14a sétima a Jesarela, seus filhos e irmãos, doze;    15a oitava a Jesaías, seus filhos e irmãos, doze;    16a nona a Matanias, seus filhos e irmãos, doze;    17a décima a Simei, seus filhos e irmãos, doze;    18a undécima a Azarel, seus filhos e irmãos, doze;    19a duodécima a Hasabias, seus filhos e irmãos, doze;    20a décima terceira a Subael, seus filhos: e irmãos, doze;    21a décima quarta a Matitias, seus filhos e irmãos, doze;    22a décima quinta a Jerimote, seus filhos e irmãos, doze;    23a décima sexta a Hananias, seus filhos e irmãos, doze;    24a décima sétima a Josbecasa, seus filhos e irmãos, doze;    25a décima oitava a Hanâni, seus filhos e irmãos, doze;    26a décima nona a Malóti, seus filhos e irmãos, doze;    27a vigésima a Eliatá, seus filhos e irmãos, doze;    28a vigésima primeira a Hotir, seus filhos e irmãos, doze;    29a vigésima segunda a Gidálti, seus filhos e irmãos, doze;    30a vigésima terceira a Maaziote, seus filhos e irmãos, doze;    31a vigésima quarta a Românti-Ezer, seus filhos e irmãos, doze.   

Chapter 26

1Quanto às turmas dos porteiros: Meselemias, filho de Coré, dos filhos de Asafe.    2E foram os filhos de Meselemias: Zacarias o primogênito, Jediael o segundo, Zebadias o terceiro, Jatniel o quarto,    3Elão o quinto, Jeoanã o sexto, Elioenai, o sétimo.    4Os filhos de Obede-Edom foram: Semaías o primogênito, Jeozabade o segundo, Joá o terceiro, Sacar o quarto, Netanel o quinto,    5Amiel o sexto, Issacar o sétimo, Peuletai o oitavo; porque Deus o tinha abençoado.    6Também a seu filho Semaías nasceram filhos, que dominaram sobre a casa de seu pai porque foram varões valentes.    7Os filhos de Semaías: Otni, Rafael, Obede e Elzabade, com seus irmãos, homens valentes, Eliú e Semaquias.    8Todos estes foram dos filhos de Obede-Edom; eles e seus filhos e irmãos, homens capazes e de força para o serviço, eram sessenta e dois, de Obede-Edom.    9Os filhos e os irmãos de Meselemias, homens valentes, foram dezoito.    10De Hosa, dos filhos de Merári, foram filhos: Sínri o chefe (ainda que não era o primogênito, contudo seu pai o constituiu chefe),    11Hilquias o segundo, Tebalias o terceiro, e Zacarias o quarto; todos os filhos e irmãos de Hosa foram treze.    12Destes se fizeram as turmas dos porteiros, isto é, dos homens principais, tendo cargos como seus irmaos, para ministrarem na casa do Senhor.    13E lançaram sortes, assim os pequenos como os grandes, segundo as suas casas paternas, para cada porta.    14E caiu a sorte do oriente a Selemias. Depois se lançou a sorte por seu filho Zacarias, conselheiro entendido, e saiu-lhe a do norte.    15A Obede-Edom a do sul; e a seus filhos a casa dos depósitos.    16A Supim e Hosa a do ocidente; perto da porta Salequete, junto ao caminho da subida, uma guarda defronte de outra guarda.    17Ao oriente estavam seis levitas, ao norte quatro por dia, ao sul quatro por dia, porém para a casa dos depósitos de dois em dois.    18Para Parbar, ao ocidente, quatro junto ao caminho, e dois junto a Parbar.    19Essas foram as turmas dos porteiros dentre os filhos dos coraítas, e dentre os filhos de Merári.    20E dos levitas, Aías tinha cargo dos tesouros da casa de Deus e dos tesouros das ofertas dedicadas.    21Quanto aos filhos de Ladã, os filhos dos gersonitas que pertencem a Ladã, chefes das casas paternas de Ladã; Jeiéli.    22Os filhos de Jeiéli: Zetão e Joel, seu irmão; estes tinham cargo dos tesouros da casa do Senhor.    23Dos anramitas, dos izaritas:, dos hebronitas, dos uzielitas.    24Sebuel, filho de Gérsom o filho de Moisés, que era chefe dos tesouros.    25Seus irmãos: de Eliézer foi filho Reabias, de quem foi filho Jesaías, de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Zicri, de quem foi filho Selomote.    26Este Selomote e seus irmãos tinham a seu cargo todos os tesouros das ofertas dedicadas, que o rei Davi e os chefes das casas paternas, chefes de milhares, e de centenas, e chefes do exército tinham dedicado.    27Dos despojos das guerras dedicaram ofertas para consertarem a casa do Senhor.    28Também tudo quanto fora dedicado por Samuel, o vidente, Saul, filho de Quis, Abner, filho de Ner, e Joabe, filho de Zeruia, isto é, tudo quanto qualquer havia dedicado estava sob a guarda de Selomote e seus irmãos.    29Dos izaritas, Quenanias e seus filhos foram postos sobre Israel para os negócios de fora, como oficiais e juízes.    30Dos hebronitas foram Hasabias e seus irmãos, homens valentes, mil e setecentos, que tinham a seu cargo Israel, ao ocidente do Jordão, em todos os negócios do Senhor e no serviço do rei.    31Jerias era o chefe dos hebronitas, segundo as suas gerações conforme as casas paternas. No ano quarenta do reino de Davi foram procurados, e acharam-se entre eles varões valentes em Jazer de Gileade.    32A ele e a seus irmãos, dois mil e setecentos homens valentes, chefes das casas paternas, o rei Davi constituiu sobre os rubenitas e os gaditas, e a meia tribo dos manassitas, para todos os serviços de Deus, e para todos os negócios do rei.   

Chapter 27

1Ora, os filhos de Israel segundo o seu número, os chefes das casas paternas, e os chefes dos milhares e das centenas, com os seus oficiais, que serviam ao rei em todos os negócios das turmas que entravam e saíam de mês em mês, em todos os meses do ano, eram em cada turma vinte e quatro mil.    2sobre a primeira turma, no primeiro mês, estava Jasobeão, filho de Zabdiel; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    3Era ele descendente de Pérez, e chefe de todos os comandantes do exército para o primeiro mês.    4Sobre a turma do segundo mês estava Dodai, o aoíta, com a sua turma, cujo chefe era Miclote; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    5O terceiro comandante do exército, para o terceiro mês, era o chefe Benaías, filho do sacerdote Jeoiada; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    6Este é aquele Benaías que era o varão valente entre os trinta e comandava os trinta; e da sua turma era seu filho Amizabade.    7O quarto, do quarto mês, era Asael, irmão de Joabe, e depois dele Zebadia; seu filho; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    8O quinto, do quinto mês:, Samute, o israíta; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    9O sexto, do sexto mês: Ira, filho de Iques, o tecoíta; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    10O sétimo, do sétimo mês:, Helez, o pelonita, descendente de Efraim; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    11O oitavo, do oitavo mês, Sibecai, o husatita, dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    12O nono, do nono mês, Abiezer, o anatotita, dos benjamitas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    13O décimo, do décimo mês, Maarai, o netofatita, dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    14O undécimo, do undécimo mês, Benaías, o piratonita, dos filhos de Efraim; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    15O duodécimo, do duodécimo mês, Heldai, o netofatita, de Otniel; e em sua turma havia vinte e quatro mil.    16Sobre as tribos de Israel estavam estes: sobre os rubenitas era chefe Eliézer, filho de Zicri; sobre os simeonitas, Sefatias, filho de Maacá;    17sobre os levitas, Hasabias, filho de Quemuel; sobre os aronitas, Zadoque;    18sobre Judá, , Eliu:, um dos irmãos de Davi; sobre Issacar, Onri, filho de Micael;    19sobre Zebulom, Ismaías, filho de Obadias; sobre Naftali, Jerimote, filho de Azrriel;    20sobre os filhos de Efraim, Oséias, filho de Azazias; sobre a meia tribo de Manassés, Joel, filho de Pedaías;    21sobre a meia tribo de Manassés em Gileade, Ido, filho de Zacarias; sobre Benjamim, Jaasiel, filho de Abner;    22sobre Dã, Azarel, filho de Jeroão. Esses eram os chefes das tribos de Israel.    23Não tomou, porém, Davi o número dos de vinte anos para baixo, porquanto o Senhor tinha dito que havia de multiplicar Israel como as estrelas do céu.    24Joabe, filho de Zeruia, tinha começado a numerá-los, porém não acabou, porquanto viera por isso ira sobre Israel; pelo que o número não foi posto no livro das crônicas do rei Davi.    25Sobre os tesouros do rei estava Azmavete, filho de Adiel; sobre os tesouros dos campos, das cidades, das aldeias e das torres, Jônatas, filho de Uzias;    26sobre os que faziam a obra do campo, na lavoura da terra, Ezri, filho de Quelube;    27sobre as vinhas, Simei, o ramatita; sobre o produto das vides nas adegas do vinho, Zabdi, o sifmita;    28sobre os olivais e sicômoros que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; sobre os armazéns do azeite, Joás;    29sobre o gado que pastava em Sarom, Sitrai, o saronita; sobre o gado dos vales, Safate, filho de Adlai;    30sobre os camelos, Obil, o ismaelita; sobre as jumentas, Jedeías, o meronotita;    31e sobre o gado miúdo, Jaziz, o hagrita. Todos esses eram os intendentes dos bens do rei Davi.    32Jônatas, tio de Davi, era conselheiro, homem entendido, e escriba; ele e Jeiel, filho de Hacmôni, assistiam os filhos do rei;    33Aitofel era conselheiro do rei; Husai, o arquita, era amigo o rei;    34depois de Aitotel, Jeoiada, filho de Benaías, e Abiatar foram conselheiros; e Joabe era chefe do exército do rei.   

Chapter 28

1Ora, Davi convocou a Jerusalém todos os chefes de Israel, os chefes das tribos, os chefes das turmas que serviam o rei, os chefes de mil, e os chefes de cem, e os intendentes de todos os bens e possessões do rei e de seus filhos, como também os oficiais e os homens mais valorosos e valentes.    2Então o rei Davi se pôs em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos meus e povo meu. Em meu coração havia eu proposto edificar uma casa de repouso para a arca do pacto de Senhor, e para o escabelo dos pés do nossó Deus, e tinha feito os preparativos para a edificar.    3Mas Deus me disse: Tu não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e tens derramado muito sangue.    4Todavia o Senhor Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para ser rei sobre Israel para sempre; porque a Judá escolheu por príncipe, e na casa de Judá a casa de meu pai, e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel.    5E, de todos os meus filhos (porque muitos filhos me deu o Senhor), escolheu ele o meu filho Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor sobre Israel,    6e me disse: Teu filho Salomão edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para me ser por filho, e eu lhe serei por pai.    7Estabelecerei o seu reino para sempre, se ele perseverar em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como o faz no dia de hoje.    8Agora, pois, à vista de todo o Israel, a congregação do Senhor, e em presença de nosso Deus, que nos ouve, observai e buscai todos os mandamentos do Senhor vosso Deus, para que possuais esta boa terra, e a deixeis por herança a vossos filhos depois de, vos, para sempre.    9E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.    10Agora toma cuidado, porque o Senhor te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra.    11Então Davi deu a Salomão, seu filho, o modelo do alpendre com as suas casas, as suas tesourarias, os seus cenáculos e as suas recâmaras interiores, como também da casa do propiciatório;    12e também o modelo de tudo o que tinha em mente para os átrios da casa do Senhor, para todas as câmaras em redor, para os tesouros da casa de Deus e para os tesouros das coisas sagradas;    13também para as turmas dos sacerdotes e dos levitas, para toda a obra do serviço da casa do Senhor e para todos os vasos do serviço da casa do Senhor,    14especificando o peso do ouro para os vasos de ouro, para todos os vasos de cada espécie de serviço, o peso da prata para todos os vasos de prata, para todos os vasos de cada espécie de serviço;    15o peso para os castiçais de ouro e suas lâmpadas, o peso do ouro para cada castiçal e as suas lâmpadas, e o peso da prata para os castiçais de prata, para cada castiçal e as suas lâmpadas, segundo o uso de cada castiçal;    16o peso do ouro para as mesas dos pães da proposição, para cada mesa; como também da prata para as mesas de prata;    17e o ouro puro para os garfos, as bacias e os jarros; para as taças de ouro, o peso para cada taça; como também para as taças de prata, o peso para cada taça,    18e para o altar do incenso, o peso de ouro refinado; como também o ouro para o modelo do carro dos querubins que, de asas estendidas, cobririam a arca do pacto do Senhor.    19Tudo isso se me fez entender, disse Davi, por escrito da mão do Senhor, a saber, todas as obras deste modelo.    20Disse, pois, Davi a seu filho Salomão: Esforça-te e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas, nem te desalentes, pois o Senhor Deus, meu Deus, é contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que seja acabada toda a obra para o serviço da casa do Senhor.    21Eis aí as turmas dos sacerdotes e dos levitas para todo o serviço da casa de Deus; e estará contigo para toda a obra todo homem bem disposto e perito em qualquer espécie de serviço; também os chefes e todo o povo estarão inteiramente às tuas ordens.   

Chapter 29

1Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e a obra é grande, porque o palácio não é para homem, mas para o Senhor Deus.    2Eu, pois, com todas as minhas forças tenho preparado para a casa de meu Deus o ouro para as obras de ouro, a prata para as de prata, o bronze para as de bronze, o ferro para as de ferro e a madeira para as de madeira; pedras de oberilo, pedras de engaste, pedras de ornato, pedras de várias cores, toda sorte de pedras preciosas, e mármore em abundância.    3Além disso, porque pus o meu afeto na casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho, eu o dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:    4três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata refinada, para cobrir as paredes das casas;    5ouro para as obras e ouro, e prata para as de prata, para toda a obra a ser feita por mão de artífices. Quem, pois, está disposto a fazer oferta voluntária, consagrando-se hoje ao Senhor?    6Então os chefes das casas paternas, os chefes das tribos de Israel, e os chefes de mil e de cem, juntamente com os intendentes da obra do rei, fizeram ofertas voluntárias;    7e deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos e dez mil , dracmas de ouro, e dez mil talentos de prata, dezoito mil talentos de bronze, e cem mil talentos de ferro.    8E os que tinham pedras preciosas deram-nas para o tesouro da casa do Senhor, que estava ao cargo de Jeiel, o gersonita.    9E o povo se alegrou das ofertas voluntárias que estes fizeram, pois de um coração perfeito as haviam oferecido ao Senhor; e também o rei Davi teve grande alegria.    10Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade.    11Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos.    12Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.    13Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos, e louvamos o teu glorioso nome.    14Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos fazer ofertas tão voluntariamente? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos.    15Porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos, como o foram todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não há permanência:    16ç Senhor, Deus nosso, toda esta abundância, que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua.    17E bem sei, Deus meu, que tu sondas o coração, e que te agradas da retidão. Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, ofereceu voluntariamente.    18O Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva para sempre no coração do teu povo estas disposições e estes pensamentos, e encaminha o seu coração para ti.    19E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhes e os teus estatuto, e para fazer todas estas coisas, e para edificar o palácio para o qual tenha providenciado.    20Então disse Davi a toda a congregação: Bendizei ao Senhor vosso Deus! E toda a congregação bendisse ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se e prostraram-se perante a Senhor e perante o rei.    21E no dia seguinte imolaram sacrifícios ao Senhor e lhe ofereceram em holocausto mil novilhos, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações, e sacrifícios em abundância a favor de todo o Israel.    22E comeram e beberam naquele dia perante o Senhor, com grande gozo. E pela segunda vez proclamaram rei a Salomão, filho de Davi, e o ungiram ao Senhor para ser príncipe, e a Zadoque para ser sacerdote.    23Assim Salomão se assentou no trono do Senhor, como rei em lugar de seu pai Davi, e prosperou; e todo o Israel lhe prestou obediência.    24E todos os chefes, e os homens poderosos, e também todos os filhos do rei Davi se submeteram ao rei Salomão.    25E o Senhor engrandeceu muito a Salomão à vista de todo o Israel, e deu-lhe tal majestade real qual antes dele não teve nenhum rei em Israel.    26Assim Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel.    27O tempo que reinou sobre Israel foi quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém trinta e três.    28E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e honra; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar.    29Ora, os atos do rei Davi, desde os primeiros até os últimos, estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente, e nas crônicas do profeta Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente,    30com todo o seu reinado e o seu poder e os acontecimentos que sobrevieram a ele, a Israel, e a todos os reinos daquelas terras.   

2 Chronicles

Chapter 1

1Ora, Salomão, filho de Davi, fortaleceu-se no seu reino, e o Senhor seu Deus era com ele, e muito o engrandeceu.    2E falou Salomão a todo o Israel, aos chefes de mil e de cem, e aos juízes, e a todos os principes em todo o Israel, chefes das casas paternas.    3E foi Salomão, e toda a congregação com ele, ao alto que estava em Gibeão porque ali estava a tenda da revelação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto.    4Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de Quiriate-Jearim ao lugar que lhe preparara; pois lhe havia armado uma tenda em Jerusalém.    5Também o altar de bronze feito por Bezaleel, filho de Uri, filho de Hur, estava ali diante do tabernáculo do Senhor; e Salomão e a congregação o buscavam.    6E Salomão ofereceu ali sacrifícios perante o Senhor, sobre o altar de bronze que estava junto à tenda da revelação; ofereceu sobre ele mil holocaustos.    7Naquela mesma noite Deus apareceu a Salomão, e lhe disse: Pede o que queres que eu te dê.    8E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande benevolência para com meu pai Davi, e a mim me fizeste rei em seu lugar.    9Agora, pois, ó Senhor Deus, confirme-se a tua promessa, dada a meu pai Davi; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra.    10Dá-me, pois, agora sabedoria e conhecimento, para que eu possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderá julgar este teu povo, que é tão grande?    11Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento para poderes julgar o meu povo, sobre o qual te fiz reinar,    12sabedoria e conhecimento te são dados; também te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, nem haverá depois de ti rei que tenha coisas semelhantes.    13Assim Salomão veio a Jerusalém, do alto que estava em Gibeão, de diante da tenda da revelação; e reinou sobre Israel.    14Salomão ajuntou carros e cavaleiros; teve mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, que colocou nas cidades dos carros e junto de si em Jerusalém.    15E o rei tornou o ouro e a prata tão comuns em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância como os sicômoros que há na baixada.    16Os cavalos que Salomão tinha eram trazidos do Egito e de Coa; e os mercadores do rei os recebiam de Coa por preço determinado.    17E faziam subir e sair do Egito cada carro por seiscentos siclos de prata, e cada cavalo por cento e cinqüenta; e assim por meio deles eram exportados para todos os reis dos heteus, e para os reis da Síria.   

Chapter 2

1Ora, resolveu Salomão edificar uma casa ao nome do Senhor, como também uma casa real para si.    2Designou, pois, Salomão setenta mil homens para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem pedras na montanha, e três mil e seiscentos inspetores sobre eles.    3E Salomão mandou dizer a Hurão, rei de Tiro: Como fizeste com Davi, meu pai, mandando-lhe cedros para edificar uma casa em que morasse, assim também fazem comigo.    4Eis que vou edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus e lha consagrar para queimar perante ele incenso aromático, para apresentar continuamente, o pão da preposição, e para oferecer os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas do Senhor nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel.    5A casa que vou edificar há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.    6Mas quem é capaz de lhe edificar uma casa, visto que o céu e até o céu dos céus o não podem conter? E quem sou eu, para lhe edificar uma casa, a não ser para queimar incenso perante ele?    7Agora, pois, envia-me um homem hábil para trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em púrpura, em carmesim, e em azul, e que saiba lavrar ao buril, para estar com os peritos que estão comigo em Judá e em Jerusalém, os quais Davi, meu pai, escolheu.    8Manda-me também madeiras de cedro, de cipreste, e de algumins do Líbano; porque bem sei eu que os teus servos sabem cortar madeira no Líbano; e eis que os meus servos estarão com os teus servos,    9a fim de me prepararem madeiras em abundância, porque a casa que vou edificar há de ser grande e maravilhosa.    10E aos teus servos, os trabalhadores que cortarem a madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, vinte mil coros de cevada, vinte mil e batos de vinho e vinte mil batos de azeite.    11Hurão, rei de Tiro, mandou por escrito resposta a Salomão, dizendo: Porquanto o Senhor ama o seu povo, te constituiu rei sobre ele.    12Disse mais Hurão: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que fez o céu e a terra, que deu ao rei Davi um filho sábio, de grande prudência e entendimento para edificar uma casa ao Senhor, e uma casa real para si.    13Agora, pois, envio um homem perito, de entendimento, a saber, Hurão- Abi,    14filho duma mulher das filhas de Dã, e cujo pai foi um homem de Tiro; este sabe trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em púrpura, em azul, em linho fino, e em carmesim, e é hábil para toda obra de buril, e para toda espécie de engenhosas invenções; para que lhe seja designado um lugar juntamente com os teus peritos, e com os peritos de teu pai Davi, meu senhor.    15Agora mande meu senhor para os seus servos o trigo, a cevada, o azeite, e o vinho, de que falou;    16e nós cortaremos tanta madeira do Líbano quanta precisares, e a levaremos em jangadas pelo mar até Jope, e tu mandarás transportá-la para Jerusalém.    17Salomão contou todos os estrangeiros que havia na terra de Israel, segundo o recenseamento que seu pai Davi fizera; e acharam-se cento e cinqüenta e três mil e seiscentos.    18E deles separou setenta mil para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem madeira na montanha, como também três mil e seiscentos inspetores para fazerem trabalhar o povo.   

Chapter 3

1Então Salomão começou a edificar a casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu.    2Começou a edificar no segundo dia do segundo mês, no quarto ano do seu reinado.    3Estes foram os fundamentos que Salomão pôs para edificar a casa de Deus. O comprimento em côvados, segundo a primitiva medida, era de sessenta côvados, e a largura de vinte côvados:    4O pórtico que estava na frente tinha vinte côvados de comprimento, correspondendo à largura da casa, e a altura era de cento e vinte; e por dentro o revestiu de ouro puro.    5A câmara maior forrou com madeira de cipreste e a cobriu de ouro fino, no qual gravou palmas e cadeias.    6Para ornamento guarneceu a câmara de pedras preciosas; e o ouro era ouro de Parvaim.    7Também revestiu de ouro as traves e os umbrais, bem como as paredes e portas da câmara, e lavrou querubins nas paredes.    8Fez também a câmara santíssima, cujo comprimento era de vinte côvados, correspondendo à largura da casa, e a sua largura era de vinte côvados; e a revestiu de ouro fino, do peso de seiscentos talentos.    9O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro. Também revestiu de ouro os cenáculos.    10Também fez na câmara santíssima dois querubins de madeira, e os cobriu de ouro.    11As asas dos querubins tinham vinte côvados de comprimento: uma asa de um deles, tendo cinco côvados, tocava na parede da casa, e a outra asa, tendo também cinco côvados, tocava na asa do outro querubim;    12também a asa deste querubim, tendo cinco côvados, tocava na parede da casa, e a outra asa, tendo igualmente cinco côvados, estava unida à asa do primeiro querubim.    13Assim as asas destes querubins se estendiam por vinte côvados; eles estavam postos em pé, com os rostos virados para â camara.    14Também fez o véu de azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins.    15Diante da casa fez duas colunas de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel que estava sobre cada uma era de cinco côvados.    16Também fez cadeias no oráculo, e as pôs sobre o alto das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias.    17E levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; e chamou o nome da que estava à direita Jaquim, e o nome da que estava à esquerda Boaz.   

Chapter 4

1Além disso fez um altar de bronze de vinte côvados de comprimento, vinte de largura e dez de altura.    2Fez também o mar de fundição; era redondo e media dez côvados duma borda à outra, cinco de altura e trinta de circunferencia.    3Por baixo da borda figuras de bois que cingiam o mar ao redor, dez em cada côvado, contornando-o todo; os bois estavam em duas fileiras e foram fundidos juntamente com o mar.    4O mar estava assentado sobre doze bois, três dos quais olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul, e três para o oriente; e o mar estava posto sobre os bois, cujas ancas estavam todas para a banda de dentro.    5Tinha quatro dedos de grossura; e a sua borda foi feita como a borda dum copo, como a flor dum lírio; e cabiam nele mais de três mil batos.    6Fez também dez pias; e pôs cinco à direita e cinco à esquerda, para lavarem nelas; isto é, lavaram nelas o que pertencia ao holocausto. Porém o mar era para os sacerdotes se lavarem nele.    7E fez dez castiçais de ouro, segundo o que fora ordenado a respeito deles, e pô-los no templo, cinco à direita e cinco à esquerda.    8Também fez dez mesas, e pô-las no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; e fez ainda cem bacias de ouro.    9Fez mais o átrio dos sacerdotes, e o átrio grande, e as suas portas, as quais revestiu de bronze.    10E pôs o mar ao lado direito da casa, a sudeste.    11Hurão fez ainda as caldeiras, as pás e as bacias. Assim completou Hurão a obra que fazia para o rei Salomão na casa de Deus:    12as duas colunas, os globos, e os dois capitéis no alto das colunas; as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam no alto das colunas;    13e as quatrocentas romãs para as duas redes, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas.    14Também fez as bases, e as pias sobre as bases;    15o mar, e os doze bois debaixo dele.    16Semelhantemente as caldeiras, as pás, os garfos e todos os vasos, os fez Hurão-Abi de bronze luzente para o rei Salomão, para a casa do Senhor.    17Na campina do Jordão os fundiu o rei, na terra argilosa entre Sucote e Zeredá.    18Salomão fez todos estes vasos em grande abundância, de sorte que o peso do bronze não se podia averiguar.    19Assim fez Salomão todos os vasos que eram para a casa de Deus, o altar de ouro, as mesas para os pães da proposição,    20os castiçais com as suas lâmpadas, de ouro puro, para arderem perante o oráculo, segundo a ordenança;    21as flores, as lâmpadas e as tenazes, de ouro puríssimo,    22como também as espevitadeiras, as bacias, as colheres e os braseiros, de ouro puro. Quanto à entrada da casa, tanto as portas internas, do lugar santíssimo, como as portas da casa, isto é, do santuário, eram de ouro.   

Chapter 5

1Assim se completou toda a obra que Salomão fez para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha consagrado, a saber, a prata, e ouro e todos os vasos, e os pôs nos tesouros da casa de Deus.    2Então Salomão congregou em Jerusalém os anciãos de Israel, e todos as cabeças das tribos, os chefes das casas paternas dos filhos de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que é Sião, a arca do pacto do Senhor.    3E todos os homens de Israel se congregaram ao rei na festa, no sétimo mês.    4E, tendo chegado todos os anciãos de Israel; os levitas levantaram a arca;    5e fizeram subir a arca, a tenda da revelação e todos os utensílios sagrados que estavam na tenda; os sacerdotes levitas os levaram.    6Então o rei Salomão e toda a congregação de Israel, que se havia reunido a ele diante da arca, sacrificavam carneiros e bois, que não se podiam contar nem numerar por causa da sua multidão.    7Assim trouxeram os sacerdotes a arca do pacto do Senhor para o seu lugar, no oráculo da casa, no lugar santíssimo, debaixo das asas dos querubins.    8Porque os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e os seus varais:    9Os varais eram tão compridos que as suas pontas se viam perante o oráculo, mas não se viam de fora; e ali tem estado a arca até o dia de hoje.    10Na arca não havia coisa alguma senão as duas tábuas que Moisés ali tinha posto em Horebe, quando o Senhor fez um pacto com os filhos de Israel, ao saíram eles do Egito.    11Quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os sacerdotes que se achavam presentes se tinham santificado, sem observarem a ordem das suas turmas;    12também os levitas que eram cantores, todos eles, a saber, Asafe, Remã, Jedútum e seus filhos, e seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com alaúdes e com harpas, estavam em pé ao lado oriental do altar, e juntamente com eles cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas) ,    13quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor,    14de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.   

Chapter 6

1Então disse Salomão: O Senhor disse que habitaria nas trevas.    2E eu te construí uma casa para morada, um lugar para a tua eterna habitação.    3Então o rei virou o rosto e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação estava em pé.    4E ele disse: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que pelas suas mãos cumpriu o que falou pela sua boca a Davi, meu pai, dizendo:    5Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egito não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edificar nela uma casa em que estivese o meu nome, nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel;    6mas escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi para que estivesse sobre o meu povo Israel.    7Davi, meu pai, teve no seu coração o propósito de edificar uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.    8Mas o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto tiveste no teu coração o propósito de edificar uma casa ao meu nome, fizeste bem em ter isto no teu coração.    9Contudo tu não edificarás a casa, mas teu filho, que há de proceder de teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome.    10Assim cumpriu o Senhor a palavra que falou; pois eu me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei sobre o trono de Israel, como prometeu o Senhor, e edifiquei a casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.    11E pus nela a arca, em que está o pacto que o Senhor fez com os filhos de Israel.    12Depois Salomão se colocou diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos    13(pois Salomão tinha feito uma plataforma de bronze, de cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura, a qual tinha posto no meio do átrio; a ela assomou e, pondo-se de joelhos perante toda a congregação de Israel, estendeu as mãos para o céu),    14e disse: ç Senhor, Deus de Israel, não há, nem no céu nem na terra, Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os teus servos que andam perante ti de todo o seu coração;    15que cumpriste ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste; sim, pela tua boca o disseste, e pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia.    16Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, cumpre ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe promete-te, dizendo: Nunca te faltará varão diante de mim, que se assente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem o seu caminho para andarem na minha lei, como tu andaste diante de mim.    17Agora pois, Senhor, Deus de Israel, confirme-se a tua palavra, que falaste ao teu servo Davi.    18Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho edificado!    19Contudo, atende à oração e à súplica do teu servo, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz diante de ti;    20que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa, sim, para o lugar de que disseste que ali porias o teu nome; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.    21Ouve as súplicas do teu servo, e do teu povo Israel, que fizerem neste lugar; sim, ouve do lugar da tua habitação, do céu; e, ouvindo, perdoa.    22Se alguém pecar contra o seu próximo, e lhe for exigido que jure, e ele vier jurar perante o teu altar, nesta casa,    23ouve então do céu, age, e julga os teus servos: paga ao culpado, fazendo recair sobre a sua cabeça o seu proceder, e justifica ao reto, retribuindo-lhe segundo a sua retidão.    24Se o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo, por ter pecado contra ti; e eles se converterem, e confessarem o teu nome, e orarem e fizerem súplicas diante de ti nesta casa,    25ouve então do céu, e perdoa os pecados do teu povo Israel, e torna a levá-los para a terra que lhes deste a eles e a seus pais.    26Se o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado contra ti; se orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,    27ouve então do céu, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o b décima quarta a Jesebeabe, envia chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança.    28Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se os seus inimigos os cercarem nas suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver;    29toda oração e toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa,    30ouve então do céu, lugar da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração dos filhos dos homens)    31para que te temam e andem nos teus caminhos todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.    32Assim também ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel, quando vier de um país remoto por amor do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa,    33ouve então do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei.    34Se o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem a ti, voltados para esta cidade que escolheste e para a casa que edifiquei ao teu nome,    35ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa.    36Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima;    37se na terra para onde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, cometemos iniqüidade, procedemos perversamente;    38se eles se arrependerem de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os tenham levado cativos, e orarem voltados para a sua terra, que deste a seus pais, e para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,    39ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti.    40Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus ouvidos atentos à oração que se fizer neste lugar.    41Levanta-te pois agora, Senhor Deus, e vem para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza; sejam os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, vestidos de salvação, e os teus santos se regozijem no bem.    42Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido; lembra-te das tuas misericórdias para com teu servo Davi!   

Chapter 7

1Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa.    2E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a sua casa.    3E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, prostraram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, adoraram ao Senhor e lhe deram graças, dizendo: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.    4Então o rei e todo o povo ofereceram sacrifícios perante o Senhor.    5E o rei Salomão ofereceu em sacrifício vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todo o povo consagraram a casa de Deus.    6Os sacerdotes estavam em pé nos seus postos, como também os levitas com os instrumentos musicais do Senhor, que o rei Davi tinha feito para dar graças ao Senhor (porque a sua benignidade dura para sempre), quando Davi o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam trombetas diante deles; e todo o Israel estava em pé.    7Salomão consagrou também o meio do átrio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali ele ofereceu os holocaustos e a gordura das ofertas pacíficas; pois no altar de bronze que Salomão tinha feito não cabiam o holocausto, e a oferta de cereais e a gordura.    8Assim naquele tempo celebrou salomão a festa por sete dias, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, vinda desde a entrada de Hamate e desde o rio do Egito.    9E no oitavo dia celebraram uma assembléia solene, pois haviam celebrado por sete dias a dedicação do altar, e por sete dias a festa.    10E, no vigésimo terceiro dia do sétimo, mês, ele despediu o povo para as suas tendas, alegre e de bom ânimo pelo bem que o Senhor tinha feito a Davi e a Salomão, e a seu povo Israel.    11Assim Salomão acabou a casa do Senhor e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentara fazer na casa do Senhor e na sua própria casa, ele o realizou com êxito.    12E o Senhor apareceu de noite a Salomão e lhe disse: Eu ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício.    13Se eu cerrar o céu de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;    14e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.    15Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar.    16Pois agora escolhi e consagrei esta casa, para que nela esteja o meu nome para sempre; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração perpetuamente.    17E, quanto a ti, se andares diante de mim como andou Davi, teu pai, fazendo conforme tudo o que te ordenei, guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,    18então confirmarei o trono do teu reino, conforme o pacto que fiz com Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão que governe em Israel.    19Mas se vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e os adorardes,    20então vos arrancarei da minha terra que vos dei; e esta casa que consagrei ao meu nome, lançá-la-ei da minha presença, e farei com que ela seja por provérbio e motejo entre todos os povos.    21E desta casa, que é tão exaltada, se espantará qualquer que por ela passar, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa.    22E lhe responderão: Porquanto deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egito, e se apegaram a outros deuses, e os adoraram e os serviram; por isso trouxe sobre eles todo este mal   

Chapter 8

1Ao fim de vinte anos, nos quais Salomão tinha edificado a casa do Senhor e a sua propria casa    2Salomão edificou as casas que Salomão tinha dado, e fez habitar nelas os filhos de Israel.    3Depois foi Salomão a Hamate-Zobá, e apoderou-se dela.    4E edificou Tadmor no deserto, e todas as cidades-armazéns, que edificou em Hamate.    5Edificou também Bete-Horom, tanto a alta como a baixa, cidades fortes, com muros, portas e ferrolhos;    6como também Baalate, e todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, e todas as cidades para os seus carros e as cidades para os seus cavaleiros, e tudo quanto Salomão desejava edificar em Jerusalém, no Líbano e em toda a terra do seu domínio.    7Quanto a todo o povo que tinha ficado dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus, os quais não eram de Israel;    8a seus filhos, que ficaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não destruíram, Salomão lhes impôs tributo de trabalho forçado, até o dia de hoje.    9Mas dos filhos de Israel Salomão não fez escravo algum para a sua obra; porém eram homens de guerra, chefes dos seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.    10Estes eram os chefes dos oficiais que o rei Salomão tinha, duzentos e cinqüenta; que presidiam sobre o seu povo.    11E Salomão levou a filha do Faraó da cidade de Davi para a casa que lhe edificara; pois disse: Minha mulher não morará na casa de Davi, rei de Israel, porquanto os lugares nos quais entrou a arca do Senhor são santos.    12Então Salomão ofereceu holocaustos ao Senhor, sobre o altar do Senhor, que edificara diante do pórtico;    13e isto segundo o dever de cada dia, fazendo ofertas segundo o mandamento de Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas três festas anuais, a saber: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos.    14Também, conforme a ordem de Davi, seu pai, designou as turmas dos sacerdotes para os seus cargos, como também os levitas para os seus cargos, para louvarem a Deus e ministrarem diante dos sacerdotes, como exigia o dever de cada dia, e ainda os porteiros, pelas suas turmas, a cada porta; pois assim tinha mandado Davi, o homem de Deus.    15E os sacerdotes e os levitas não se desviaram do que lhes mandou o rei, em negócio nenhum, especialmente no tocante aos tesouros.    16Assim se executou toda a obra de Salomão, desde o dia em que se lançaram os fundamentos da casa do Senhor, até se acabar. Deste modo se completou a casa do Senhor.    17Então Salomão foi a Eziom-Geber, e a Elote, à praia do mar, na terra de Edom.    18E Hurão, por meio de seus servos, enviou-lhe navios, e servos práticos do mar; e eles foram com os servos de Salomão a Ofir, e de lá tomaram quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro, e os trouxeram ao rei Salomão.   

Chapter 9

1Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão, veio a Jerusalém para prová-lo por enigmas; trazia consigo uma grande comitiva, e camelos carregados de especiarias, e ouro em abundância, e pedras preciosas; e vindo ter com Salomão, falou com ele de tudo o que tinha no seu coração.    2E Salomão lhe respondeu a todas as perguntas; não houve nada que Salomão não lhe soubesse explicar.    3Vendo, pois, a rainha de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que ele edificara,    4e as iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus oficiais, e as funções e os trajes dos seus servos, e os seus copeiros e os trajes deles, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou estupefata.    5Então disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra acerca dos teus feitos e da tua sabedoria.    6Todavia eu não o acreditava, até que vim e os meus olhos o viram; e eis que não me contaram metade da grandeza da tua sabedoria; sobrepujaste a fama que ouvi.    7Bem-aventurados os teus homens! Bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, e ouvem a tua sabedoria!    8Bendito seja o Senhor teu Deus, que se agradou de ti, colocando-te sobre o seu trono, para ser rei pelo Senhor teu Deus! Porque teu Deus amou a Israel, para o estabelecer perpetuamente, por isso te constituiu rei sobre eles, para executares juízo e justiça.    9Então ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e especiarias em grande abundância, e pedras preciosas; e nunca houve tais especiarias quais a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.    10Também os servos de Hurão, e os servos de Salomão, que de Ofir trouxeram ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras preciosas.    11E o rei fez, da madeira de algumins, degraus para a casa do Senhor e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores, quais nunca dantes se viram na terra de Judá.    12E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou, tudo quanto lhe pediu, excedendo mesmo o que ela trouxera ao rei. Assim voltou e foi para a sua terra, ela e os seus servos.    13Ora, o peso do ouro que se trazia cada ano a Salomão era de seiscentos e sessenta e seis talentos,    14afora o que os mercadores e negociantes traziam; também todos os reis da Arábia, e os governadores do país traziam a Salomão ouro e prata.    15E o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido, empregando em cada pavês seiscentos siclos de ouro batido;    16como também trezentos escudos de ouro batido, empregando em cada escudo trezentos siclos de ouro. E o rei os depositou na casa do bosque do Líbano.    17Fez mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro puro.    18O trono tinha seis degraus e um estrado de ouro, que eram ligados ao trono, e de ambos os lados tinha braços junto ao lugar do assento, e dois leões de pé junto aos braços.    19E havia doze leões em pé de um e outro lado sobre os seis degraus; outro tal não se fizera em reino algum.    20Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os utensílios da casa do bosque do Líbano, de ouro puro; a prata reputava-se sem valor nos dias de Salomão.    21Pois o rei tinha navios que iam a Társis com os servos de Hurão; de três em três anos os navios voltavam de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões.    22Assim excedeu o rei Salomão todos os reis da terra, em riqueza e em sabedoria.    23E todos os reis da terra buscavam a presença de Salomão para ouvirem a sabedoria que Deus lhe tinha posto no coração.    24Cada um trazia o seu presente, vasos de prata, vasos de ouro, vestidos, armaduras, especiarias, cavalos e mulos, uma quota de ano em ano.    25Teve também Salomão quatro mil manjedouras para os cavalos de seus carros, doze mil cavaleiros; e os colocou nas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém.    26Ele dominava sobre todos os reis, desde o Rio Eufrates até a terra dos filisteus, e até o termo do Egito.    27Também o rei tornou a prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância como os sicômoros que há na baixada.    28E cavalos eram trazidos a Salomão do Egito e de todas as terras.    29Ora, o restante dos atos de Salomão, desde os primeiros até os últimos, porventura não estão escritos na história de Natã, o profeta, e na profecia de Aías, o silonita, e nas visões de Ido, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?    30Salomão reinou em Jerusalém quarenta anos sobre todo o Israel.    31E dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. E Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 10

1Roboão foi a Siquém, pois todo o Israel se congregara ali para fazê-lo rei.    2E Jeroboão, filho de Nebate, que estava então no Egito para onde fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do Egito.    3E mandaram chamá-lo; Jeroboão e todo o Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo:    4Teu pai fez duro o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado jugo que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.    5Ele lhes respondeu: Daqui a três dias tornai a mim. Então o povo se foi.    6E teve o rei Roboão conselho com os anciãos, que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e perguntou-lhes: Como aconselhais vós que eu responda a este povo?    7Eles lhe disseram: Se te fizeres benigno para com este povo, e lhes agradares, e lhes falares boas palavras, então eles serão teus servos para sempre.    8Mas ele deixou o conselho que os anciãos lhe deram, e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, e que assistiam diante dele.    9Perguntou-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?    10E os jovens que haviam crescido com ele responderam-lhe Assim dirás a este povo, que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: o meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.    11Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões.    12Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a Roboão, ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.    13E o rei Roboão lhes respondeu asperamente e, deixando o conselho dos anciãos,    14falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, mas eu lhe acrescentarei mais; meu pai vos castigou com açoites, mas eu vos castigarei com escorpiões.    15O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta mudança vinha de Deus, para que o Senhor confirmasse a sua palavra, a qual falara por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.    16Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, respondeu-lhe dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no filho de Jessé: Cada um as suas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi! Então todo o Israel se foi para as suas tendas:    17(Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.)    18Então o rei Roboão enviou-lhes Hadorão, que estava sobre a leva de tributários servis; mas os filhos de Israel o apedrejaram, de modo que morreu. E o rei Roboão se apressou a subir para o seu carro, e fugiu para Jerusalém.    19Assim se rebelou Israel contra a casa de Davi, até o dia de hoje.   

Chapter 11

1Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou da casa de Judá e Benjamim cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra, para pelejarem contra Israel a fim de restituírem o reino a Roboão.    2Veio, porém, a palavra do Senhor a Semaías, homem de Deus, dizendo:    3Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel em Judá e Benjamim, dizendo:    4Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos; volte cada um à sua casa, porque de mim proveio isto. Ouviram, pois, a palavra do Senhor, e desistiram de ir contra Jeroboão.    5E Roboão habitou em Jerusalém, e edificou em Judá cidades para fortalezas.    6Edificou, pois, Belém, Etã, Tecoa,    7Bete-Zur, Socó, Adulão,    8Gate, Maressa, Zife,    9Adoraim, Laquis, Azeca,    10Zorá, Aijalom e Hebrom, que estão em Judá e em Benjamim, cidades fortes.    11Fortificou estas cidades e pôs nelas capitães, e armazéns de víveres, de azeite e de vinho.    12E pôs em cada cidade paveses e lanças, e fortificou-as grandemente, de sorte que reteve Judá e Benjamim.    13Também os sacerdotes e os levitas que havia em todo o Israel recorreram a ele de todos os seus termos.    14Pois os levitas deixaram os seus arrabaldes e a sua possessão, e vieram para Judá e para Jerusalém, porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fora, para que não exercessem o ofício sacerdotal ao Senhor;    15e Jeroboão constituiu para si sacerdotes, para os altos, e para os demônios, e para os bezerros que fizera.    16Além desses, de todas as tribos de Israel, os que determinaram no seu coração buscar ao Senhor Deus de Israel, também vieram a Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao Senhor Deus de seus pais.    17Assim fortaleceram o reino de Judá e corroboraram a Roboão, filho de Salomão, por três anos; porque durante três anos andaram no caminho de Davi e Salomão.    18Roboão tomou para si, por mulher, a Maalate, filha de Jerimote, filho de Davi; e a Abiail, filha de Eliabe, filho de Jessé,    19a qual lhe deu os filhos Jeús, Semarias e Zaao.    20Depois dela tomou a Maacá, filha de Absalão; esta lhe deu Abias, Atai, Ziza e Selomite.    21Amava Roboão a Maacá, filha de Absalão, mais do que a todas as suas outras mulheres e concubinas; pois tinha tomado dezoito mulheres e sessenta concubinas, e gerou vinte e oito filhos e sessenta filhas.    22E Roboão designou Abias, filho de Maacá, chefe e príncipe entre os seus irmãos, porque queria fazê-lo rei.    23Também usou de prudência, distribuindo todos os seus filhos por entre todas as terras de Judá e Benjamim, por todas as cidades fortes; e deu-lhes víveres em abundância, e procurou para eles muitas mulheres.   

Chapter 12

1E sucedeu que, quando ficou estabelecido o reino de Roboão, e havendo o rei se tornado forte, ele deixou a lei do Senhor, e com ele todo o Israel.    2Pelo que, no quinto ano da rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque eles tinham transgredido contra o Senhor)    3com mil e duzentes carros e sessenta mil cavaleiros; era inumerável a gente que vinha com ele do Egito: líbios, suquitas e etíopes;    4E tomou as cidades fortificadas de Judá, e chegou até Jerusalém.    5Então Semaías, o profeta, fei ter com Roboão e com os príncipes de Judá que se tinham ajuntado em Jerusalém por causa de Sisaque, e disse-lhes: Assim diz o Senhor: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei na mão de Sisaque.    6Então se humilharam os príncipes de Israel e o rei, e disseram: O Senhor é justo.    7Quando, pois, o Senhor viu que se humilhavam, veio a palavra do Senhor a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; mas dar-lhes-ei algum socorro, e o meu furor não será derramado sobre Jerusalém por mão de Sisaque.    8Todavia eles lhe serão servos, para que conheçam a diferença entre a minha servidão e a servidão dos reinos da terra.    9Subiu, pois, Sisaque, rei do Egito, contra Jerusalém, e levou os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; levou tudo. Levou até os escudos de ouro que Salomão fizera.    10E o rei Roboão fez em lugar deles escudos de bronze, e os entregou na mão dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei.    11E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor, vinham os da guarda e os levavam; depois tornavam a pô-los na câmara da guarda.    12E humilhando-se ele, a ira do Senhor se desviou dele, de modo que não o destruiu de todo; porque ainda havia coisas boas em Judá.    13Fortaleceu-se, pois, o rei Roboão em Jerusalém, e reinou. Roboão tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera dentre todas as tribos de Israel, para pôr ali o seu nome. E era o nome de sua mãe Naama, a amonita.    14Ele fez o que era mau, porquanto não dispôs o seu coração para buscar ao Senhor.    15Ora, os atos de Roboão, desde os primeiros até os últimos, porventura não estão escritos nas histórias de Semaías, o profeta, e de Ido, o vidente, na relação das genealogias? Houve guerra entre Roboão e Jeroboão por todos os seus dias.    16E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi. E Abias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 13

1No ano décimo oitavo do rei Jeroboão começou Abias a reinar sobre Judá.    2Três anos reinou em Jerusalém; o nome de sua mãe era Micaías, filha de Uriel de Gibeá. E houve guerra entre Abias e Jeroboão.    3Abias dispôs-se para a peleja com um exército de varões valentes, quatrocentos mil homens escolhidos; e Jeroboão dispôs contra ele a batalha com oitocentos mil homens escolhidos, todos homens valentes.    4Então Abias pôs-se em pé em cima do monte Zemaraim, que está na região montanhosa de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel:    5Porventura não vos convém saber que o Senhor Deus de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por um pacto de sal?    6Contudo levantou-se Jeroboão, filho de Nebate, servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra seu senhor;    7e ajuntaram-se a ele homens vadios filhos de Belial, e fortaleceram-se contra Roboão, filho de Salomão, sendo Roboão ainda moço e indeciso de coração, e nao podendo resistir-lhes.    8E agora julgais poder resistir ao reino do Senhor, que está na mão dos filhos de Davi, visto que sois uma grande multidão, e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para deuses.    9Não lançastes fora os sacerdotes do Senhor, filhos de Arão, e os levitas, e não fizestes para vós sacerdotes, como o fazem os povos das outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se, trazendo um novilho e sete carneiros, logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.    10Mas, quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca o deixamos. Temos sacerdotes que ministram ao Senhor, os quais são filhos de Arão, e os levitas para o seu serviço.    11Queimam perante o Senhor cada manhã e cada tarde holocausto e incenso aromático; também dispõem os pães da proposição sobre a mesa de ouro puro, e o castiçal de ouro e as suas lâmpadas para se acenderem cada tarde; porque nós temos guardado os preceitos do Senhor nosso Deus; mas vós o deixastes.    12Eis que Deus está conosco, à nossa frente, como também os seus sacerdotes com as trombetas, para tocarem alarme contra vós. O filhos de Israel, não pelejeis contra o Senhor Deus de vossos pais; porque não sereis bem sucedidos.    13Jeroboão, porém, armou uma emboscada, para dar sobre Judá pela retaguarda; de maneira que as suas tropas estavam em frente de Judá e a emboscada por detrás.    14Então os de Judá olharam para trás, e eis que tinham de pelejar por diante e pela retaguarda; então clamaram ao Senhor, e os sacerdotes tocaram as trombetas.    15E os homens de Judá deram o brado de guerra; e sucedeu que, bradando eles, Deus feriu Jeroboão e todo o Israel diante de Abias e de Judá.    16E os filhos de Israel fugiram de diante de Judá, e Deus lhos entregou nas suas maos.    17De maneira que Abias e o seu povo fizeram grande matança entre eles; pois que caíram mortos de Israel quinhentos mil homens escolhidos.    18Assim foram humilhados os filhos de Israel naquele tempo, e os filhos de Judá prevaleceram, porque confiaram no Senhor Deus de seus pais.    19E Abias foi perseguindo Jeroboão, e tomou-lhe cidades: Betel e seus arrabaldes, Jesana e seus arrabaldes, e Efrom e seus arrabaldes.    20Jeroboão não recobrou mais a sua força nos dias de Abias; e o Senhor o feriu, e ele morreu.    21Abias, porém, se fortaleceu, e tomou para si catorze mulheres, e teve vinte e dois filhos e dezesseis filhas.    22O restante dos atos de Abias, os seus caminhos e as suas palavras, estão escritos no comentário do profeta Ido.   

Chapter 14

1Abias dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Asa, seu filho, reinou em seu lugar; nos seus dias a terra esteve em paz por dez anos.    2E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor seu Deus;    3removeu os altares estranhos, e os altos, quebrou as colunas, cortou os aserins,    4e mandou a Judá que buscasse ao Senhor, Deus de seus pais, e que observasse a lei e o mandamento.    5Também removeu de todas as cidades de Judá os altos e os altares de incenso; e sob ele o reino esteve em paz.    6Edificou cidades fortificadas em Judá; porque a terra estava em paz, e não havia guerra contra ele naqueles anos, porquanto o Senhor lhe dera repouso.    7Disse, pois, a Judá: Edifiquemos estas cidades, e cerquemo-las de muros e torres, portas e ferrolhos; a terra ainda é nossa porque buscamos ao Senhor nosso Deus; nós o buscamos, e ele nos deu repouso de todos os lados. Edificaram, pois, e prosperaram.    8Ora, tinha Asa um exército de trezentos mil homens de Judá, que traziam pavês e lança; e duzentos e oitenta mil de Benjamim, que traziam escudo e atiravam com arco; todos estes eram homens valentes.    9E Zerá, o etíope, saiu contra eles, com um exército de um milhão de homens, e trezentos carros, e chegou até Maressa.    10Então Asa saiu contra ele, e ordenaram a batalha no vale de Zefatá, junto a Maressa.    11E Asa clamou ao Senhor seu Deus, dizendo: ç Senhor, nada para ti é ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força. Acuda-nos, pois, o Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome viemos contra esta multidão. ç Senhor, tu és nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem.    12E o Senhor desbaratou os etíopes diante de Asa e diante de Judá; e os etíopes fugiram.    13Asa e o povo que estava com ele os perseguiram até Gerar; e caíram tantos dos etíopes que já não havia neles resistência alguma; porque foram quebrantados diante do Senhor, e diante do seu exército. Os homens de Judá levaram dali mui grande despojo.    14Feriram todas as cidades nos arredores de Gerar, porque veio sobre elas o terror da parte do Senhor; e saquearam todas as cidades, pois havia nelas muito despojo.    15Também feriram as malhadas do gado, e levaram ovelhas em abundância, e camelos, e voltaram para Jerusalém.   

Chapter 15

1Então veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odede,    2que saiu ao encontro de Asa e lhe disse: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá e Benjamim: O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele; se o buscardes, o achareis; mas se o deixardes, ele vos deixará.    3Ora, por muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei.    4Quando, porém, na sua angústia voltaram para o Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, o acharam.    5E naqueles tempos não havia paz nem para o que saia, nem para o que entrava, mas grandes perturbações estavam sobre todos os habitantes daquelas terras.    6Pois nação contra nação e cidade contra cidade se despedaçavam, porque Deus as conturbara com toda sorte de aflições.    7Vós, porém, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra terá uma recompensa.    8Asa, tendo ouvido estas palavras, e a profecia do profeta filho de Odede, cobrou ânimo e lançou fora as abominações de toda a terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim, e renovou o altar do Senhor, que estava diante do pórtico do Senhor.    9E congregou todo o Judá e Benjamim, e os de Efraim, Manassés e Simeão que com eles peregrinavam; pois que muitos e Israel tinham vindo a ele quando viram que o Senhor seu Deus era com ele.    10Ajuntaram-se em Jerusalém no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa.    11E no mesmo dia ofereceram em sacrifício ao Senhor, do despojo que trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas.    12E entraram no pacto de buscarem ao Senhor, Deus de seus pais, de todo o seu coração e de toda a sua alma;    13e de que todo aquele que não buscasse ao Senhor, Deus de Israel, fosse morto, tanto pequeno como grande, tanto homem como mulher.    14E prestaram juramento ao Senhor em alta voz, com júbilo, ao som de trombetas e buzinas.    15E todo o Judá se alegrou deste juramento; porque de todo o seu coração juraram, e de toda a sua vontade buscaram ao Senhor, e o acharam; e o Senhor lhes deu descanso ao redor.    16O rei Asa depôs Maacá, sua mãe, para que não fosse mais rainha, porquanto ela fizera um abominável ídolo para servir de Asera, ao qual Asa derrubou e, despedaçando-o, o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.    17Os altos, porém, não se tiraram de Israel; contudo o coração de Asa foi perfeito todos os seus dias.    18E trouxe para a casa de Deus as coisas que seu pai tinha consagrado, e as que ele mesmo tinha consagrado: prata, ouro e utensílios.    19E não mais houve guerra até o ano trigésimo quinto do reinado de Asa.   

Chapter 16

1No trigésimo sexto ano do reinado de Asa, Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá e edificou a Ramá, para não deixar ninguém sair nem entrar para Asa, rei de Judá.    2Então Asa tirou a prata e o ouro dos tesouros da casa do Senhor, e da casa do rei, e enviou mensageiros a Bene-Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:    3Haja aliança entre mim e ti, como havia entre meu pai e o teu. Eis que te envio prata e ouro; vai, pois, e rompe a sua aliança com Baasa, rei de Israel, para que se retire de mim.    4E Bene-Hadade deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os comandantes dos seus exércitos contra as cidades de Israel, os quais feriram Ijom, Dã, Abel-Maim e todas as cidades-armazéns de Naftali.    5E tendo Baasa notícia disto, cessou de edificar a Ramá, e não continuou a sua obra.    6Então o rei Asa tomou todo o Judá, e eles levaram as pedras de Ramá, e a sua madeira, com que Baasa edificara; e com elas edificou Geba e Mizpá.    7Naquele mesmo tempo veio Hanâni, o vidente, ter com Asa, rei de Judá, e lhe disse: Porque confiaste no rei da Síria, e não confiaste no Senhor teu Deus, por isso o exército do rei da Síria escapou da tua mão.    8Porventura não foram os etíopes e os líbios um grande exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Confiando tu, porém, no Senhor, ele os entregou nas mãos.    9Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte a favor daqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisto procedeste loucamente, pois desde agora haverá guerras contra ti.    10Então Asa, indignado contra o vidente, lançou-o na casa do tronco, porque estava enfurecido contra ele por causa disto; também nesse mesmo tempo Asa oprimiu alguns do povo.    11Eis que os atos de Asa, desde os primeiros até os últimos, estão escritos no livro dos reis de Judá e de Israel.    12No ano trinta e nove do seu reinado Asa caiu doente dos pés; e era mui grave a sua enfermidade; e nem mesmo na enfermidade buscou ao Senhor, mas aos médicos.    13E Asa dormiu com seus pais, morrendo no ano quarenta e um do seu reinado.    14E o sepultaram no sepulcro que tinha cavado para si na cidade de Davi, havendo-o deitado na cama, que se enchera de perfumes e de diversas especiarias preparadas segundo a arte dos perfumistas; e destas coisas fizeram-lhe uma grande queima.   

Chapter 17

1Jeosafá, seu filho, reinou em seu lugar, e fortaleceu-se contra Israel.    2Pôs forças armadas em todas as cidades fortes de Judá e dispôs guarnições na terra de Judá, como também nas cidades de Efraim que Asa, seu pai, tinha tomado.    3E o Senhor era com Jeosafá, porque andou conforme os primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou aos baalins;    4antes buscou ao Deus de seu pai, e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel.    5Por isso o Senhor confirmou o reino na sua mão; e todo o Judá trouxe presentes a Jeosafá; e ele teve riquezas e glória em abundância.    6E encorajou-se o seu coração nos caminhos do Senhor; e ele tirou de Judá os altos e os aserins.    7No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá;    8e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão.    9E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo.    10Então caiu o temor do Senhor sobre todos os reinos das terras que estavam ao redor de Judá, de modo que não fizeram guerra contra Jeosafá.    11Alguns dentre os filisteus traziam presentes a Jeosafá, e prata como tributo; e os árabes lhe trouxeram rebanhos: sete mil e setecentos carneiros, e sete mil e setecentos bodes.    12Assim Jeosafá ia-se tornando cada vez mais poderoso; e edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá;    13e teve grande quantidade de munições nas cidades de Judá, e soldados, homens valorosos, em Jerusalém.    14Este é o número deles segundo as suas casas paternas: de Judá os comandantes de mil: o comandante Adná, com trezentos mil homens valorosos;    15após ele o comandante Jeoanã com duzentos e oitenta mil;    16após ele Amasias, filho de Zicri, que voluntariamente se entregou ao Senhor, e com ele duzentos mil valorosos;    17e de Benjamim: Eliadá, homem destemido, com duzentos mil armados de arco e de escudo;    18e após ele Jeozabade, com cento e oitenta mil armados para a guerra.    19Estes estavam no serviço do rei, afora os que o rei tinha posto nas cidades fortes por todo o Judá.   

Chapter 18

1Tinha, pois, Jeosafá riquezas e glória em abundância, e aparentou-se com Acabe.    2Ao cabo de alguns anos foi ter com Acabe em Samária. E Acabe matou ovelhas e bois em abundância, para ele e para o povo que o acompanhava; e o persuadiu a subir com ele a Ramote-Gileade.    3Perguntou Acabe, rei de Israel, a Jeosafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote-Gileade? E respondeu-lhe Jeosafá: Como tu és sou eu, e o meu povo como o teu povo; seremos contigo na guerra.    4Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Consulta hoje a palavra do Senhor.    5Então o rei de Israel ajuntou os profetas, quatrocentos homens, e lhes perguntou: Iremos à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque Deus a entregará nas mãos do rei.    6Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor a quem possamos consultar?    7Ao que o rei de Israel respondeu a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; eu, porém, o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas sempre o mal; é Micaías, filho de Inlá. Mas Jeosafá disse: Não fale o rei assim.    8Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse: Traze aqui depressa Micaías, filho de Inlá.    9Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da porta de Samária; e todos os profetas profetizavam diante deles.    10E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam consumidos.    11E todos os profetas profetizavam o mesmo, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem sucedido, pois o Senhor a entregará nas mãos do rei.    12O mensageiro que fora chamar Micaías lhe falou, dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei: seja, pois, também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom.    13Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que meu Deus me disser, isso falarei.    14Quando ele chegou à presença do rei, este lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixarei de ir? Respondeu ele: Subi, e sereis bem sucedidos; e eles serão entregues nas vossas mãos.    15Mas o rei lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que não me fales senão a verdade em nome do Senhor?    16Respondeu ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne em paz cada um para sua casa.    17Então o rei de Israel disse a Jeosafá: Não te disse eu que ele não profetizaria a respeito de mim o bem, porém o mal?    18Prosseguiu Micaías: Ouvi, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé à sua direita e à sua esquerda.    19E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe, rei de Israel, a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.    20Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. Perguntou-lhe o Senhor: De que modo?    21E ele disse: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor. Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.    22Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca destes teus profetas; o Senhor é quem falou o mal a respeito de ti.    23Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegando-se, feriu a Micaías na face e disse: Por que caminho passou de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?    24Respondeu Micaías: Eis que tu o verás naquele dia, quando entrares numa câmara interior para te esconderes.    25Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o govenador da cidade, e a Joás, filho do rei,    26dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e sustentai-o a pão e água até que eu volte em paz.    27Mas disse Micaías: se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!    28Subiram, pois, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, a Ramote-Gileade.    29E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais. Disfarçou- se, pois, o rei de Israel, e eles entraram na peleja.    30Ora, o rei da Síria dera ordens aos capitães dos seus carros, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, senão só contra o rei de Israel.    31Pelo que os capitães dos carros, quando viram a Jeosafá, disseram: Este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para pelejar contra ele; mas Jeosafá clamou, e o Senhor o socorreu, e os desviou dele.    32Pois vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo.    33Então um homem entesou e seu arco e, atirando a esmo, feriu o rei de Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo que ele disse ao carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.    34E a peleja tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei de Israel foi sustentado no carro contra os sírios até a tarde; porém ao pôr do sol morreu.   

Chapter 19

1Jeosafá, rei de Judá, voltou em paz à sua casa em Jerusalém.    2Mas Jeú, filho de Hanâni, a vidente, saiu ao encontro do rei Jeosafá e lhe disse: Devias tu ajudar o ímpio, e amar aqueles que odeiam ao Senhor? Por isso virá sobre ti grande ira da parte do Senhor.    3Contudo, alguma virtude se acha em ti, porque tiraste para fora da terra as aserotes, e dispuseste o teu coração para buscar a Deus.    4Habitou, pois, Jeosafá em Jerusalém; e tornou a passar pelo povo desde Berseba até a região montanhosa de Efraim, fazendo com que voltasse ao Senhor Deus de seus pais.    5Estabeleceu juízes na terra, em todas as cidades fortes de Judá, de cidade em cidade;    6e disse aos juízes: Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, mas da parte do Senhor, e ele está convosco no julgamento.    7Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; tomai cuidado no que fazeis; porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes.    8Também em Jerusalém estabeleceu Jeosafá alguns dos levitas e dos sacerdotes e dos chefes das casas paternas de Israel sobre e juízo da parte do Senhor, e sobre as causas civis. E voltaram para Jerusalém.    9E deu-lhes ordem, dizendo: Assim procedei no temor do Senhor, com fidelidade e com coração perfeito.    10Todas as vezes que se vos submeter qualquer controvérsia da parte de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue, entre lei e mandamento, entre estatutos e juízos, admoestai- os a que se não façam culpados para com o Senhor, e deste modo venha grande ira sobre vós e sobre vossos irmãos. Procedei assim, e não vos fareis culpados.    11E eis que Amarias, o sumo sacerdete, presidirá sobre vós em todos os negócios do Senhor; e Zebadias, filho de Ismael, príncipe da casa de Judá, em todos os negócios do rei; também os levitas serão oficiais perante vós. Procedei corajosamente e seja o Senhor com os retos.   

Chapter 20

1Depois disto sucedeu que os moabitas, e os amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Jeosafá para lhe fazerem guerra.    2Vieram alguns homens dar notícia a Jeosafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi.    3Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá.    4E Judá se ajuntou para pedir socorro ao Senhor; de todas as cidades de Judá vieram para buscarem ao Senhor.    5Jeosafá pôs-se em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do Senhor, diante do átrio novo,    6e disse: ç Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu? e não és tu que governas sobre todos os reinos das nações? e na tua mão há poder e força, de modo que não há quem te possa resistir.    7ç nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?    8E habitaram nela, e nela edificaram um santuário ao teu nome, dizendo:    9Se algum mal nos sobrevier, espada, juízo, peste, ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti, pois teu nome está nesta casa, e clamaremos a ti em nossa aflição, e tu nos ouvirás e livrarás.    10Agora, pois, eis que os homens de Amom, de Moabe, e do monte Seir, pelos quais não permitiste que passassem os filhos de Israel, quando vinham da terra do Egito, mas deles se desviaram e não os destruíram -    11eis como nos recompensam, vindo para lançar-nos fora da tua herança, que nos fizeste herdar.    12ç nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti.    13E todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também os seus pequeninos, as suas mulheres, e os seus filhos.    14Então veio o Espírito do Senhor no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaías, filho de Jeiel, filho de Matanias o levita, dos filhos de Asafe,    15e disse: Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá. Assim vos diz o Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, porque a peleja não é vossa, mas de Deus.    16Amanhã descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis na extremidade do vale, defronte do deserto de Jeruel.    17Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados e vede o livramento que o Senhor vos concederá, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor está convosco.    18Então Jeosafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram perante o Senhor, para o adorarem.    19E levantaram-se os levitas dos filhos dos coatitas e dos filhos dos coraítas, para louvarem ao Senhor Deus de Israel, em alta voz.    20Pela manhã cedo se levantaram saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém. Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis bem sucedidos.    21Tendo ele tomado conselho com o povo, designou os que haviam de cantar ao Senhor e louvá-lo vestidos de trajes santos, ao saírem diante do exército, e dizer: Dai graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.    22Ora, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram desbaratados.    23Pois os homens de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, acabando eles com os moradores do monte Seir, ajudaram a destruir-se uns aos outros.    24Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram cadáveres que jaziam por terra, não havendo ninguém escapado.    25Quando Jeosafá e o seu povo vieram para saquear os seus despojos, acharam entre eles gado em grande número, objetos de valor e roupas, assim como jóias preciosas, e tomaram para si tanto que não podiam levar mais; por três dias saquearam o despojo, porque era muito.    26Ao quarto dia eles se ajuntaram no vale de Beraca; pois ali louvaram ao Senhor. Por isso aquele lugar é chamado o vale de Beraca, até o dia de hoje.    27Então, voltando dali todos os homens de Judá e de Jerusalém com Jeosafá à frente deles, retornaram a Jerusalém com alegria; porque o Senhor os fizera regozijar-se, sobre os seus inimigos.    28Vieram, pois, a Jerusalém com alaúdes, com harpas e com trombetas, para a casa do Senhor.    29Então veio o temor de Deus sobre todos os reinos daqueles países, quando eles ouviram que o Senhor havia pelejado contra os inimigos de Israel.    30Assim o reino de Jeosafá ficou em paz; pois que o seu Deus lhe deu repouso ao redor.    31E Jeosafá reinou sobre Judá; era da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Azuba, filha de Sili.    32Ele andou no caminho de Asa, seu pai, e não se desviou dele, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor.    33Contudo os altos não foram tirados; nem tinha o povo ainda disposto o seu coração para o Deus de seus pais.    34Ora, o restante dos atos de Jeosafá, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito nas crônicas de Jeú, filho de Hanâni, que estão inseridas no livro dos reis de Israel.    35Depois disto Jeosafá, rei de Judá, se aliou com Acazias, rei de Israel, que procedeu impiamente;    36aliou-se com ele para construírem navios que fossem a Társis; e construíram os navios em Eziom-Geber.    37Então Eliézer, filho de Dodavaú, de Maressa, profetizou contra Jeosafá, dizendo: Porquanto te aliaste com Acazias, o Senhor destruiu as tuas obras. E os navios se despedaçaram e não puderam ir a Társis.   

Chapter 21

1Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e com eles foi sepultado na cidade de Davi. E Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar.    2E tinha irmãos, filhos de Jeosafá: Azarias, Jeiel, Zacarias, Asarias, Micael e Sefatias; todos estes foram filhos de Jeosafá, rei de Judá.    3Seu pai lhes dera grandes dádivas, em prata, em ouro e em objetos preciosos, juntamente com cidades fortes em Judá; mas o reino deu a Jeorão, porque ele era o primogênito.    4Ora, tendo Jeorão subido ao reino de seu pai, e havendo-se fortificado, matou todos os seus irmãos à espada, como também alguns dos príncipes de Israel.    5Jeorão tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.    6E andou no caminho dos reis de Israel, como faz Acabe, porque tinha a filha de Acabe por mulher; e fazia o que parecia mal aos olhos do senhor.    7Contudo o Senhor não quis destruir a casa de Davi, em atenção ao pacto que tinha feito com ele, e porque tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lâmpada, a ele e a seus filhos.    8Nos dias de Jeorão os edomeus se revoltaram contra o domínio de Judá, e constituíram para si um rei.    9Pelo que Jeorão passou adiante com os seus chefes e com todos os seus carros; e, levantando-se de noite, desbaratou os edomeus, que tinham cercado a ele e aos capitães dos carros.    10Todavia os edomeus ficaram revoltados contra o domínio de Judá até o dia de hoje. Nesse mesmo tempo Libna também se revoltou contra o seu domínio, porque ele deixara ao Senhor, Deus de seus pais.    11Ele fez também altos nos montes de Judá, induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e impeliu Judá a prevaricar.    12Então lhe veio uma carta da parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o Senhor, Deus de Davi teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Jeosafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá;    13mas andaste no caminho dos reis de Israel e induziste Judá e os habitantes de Jerusalém a idolatria semelhante à idolatria da casa de Acabe, e também mataste teus irmãos, da casa de teu pai, os quais eram melhores do que tu;    14eis que o Senhor ferirá com uma grande praga o teu povo, os teus filhos, as tuas mulheres e toda a tua fazenda;    15e tu terás uma grave enfermidade; a saber, um mal nas tuas entranhas, ate que elas saiam, de dia em dia, por causa do mal.    16E o Senhor despertou contra Jeorão o espírito dos filisteus e dos árabes que estão da banda dos etíopes.    17Estes subiram a Judá e, dando sobre ela, levaram toda a fazenda que se achou na casa do rei, como também seus filhos e suas mulheres; de modo que não lhe ficou filho algum, senão Jeoacaz, o mais moço de seus filhos.    18E depois de tudo isso o Senhor o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incurável.    19No decorrer do tempo, ao fim de dois anos, saíram-lhe as entranhas por causa da doença, e morreu desta horrível enfermidade. E o seu povo não lhe queimou aromas como queimara a seus pais.    20Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar de si saudades; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.   

Chapter 22

1Então os habitantes de Jerusalém fizeram reinar em seu lugar Acazias, seu filho mais moço, porque a tropa que viera com os árabes ao arraial tinha matado todos os mais velhos. Assim reinou Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.    2Tinha quarenta e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri.    3Ele também andou nos caminhos da casa de Acabe, porque sua mãe era sua conselheira para proceder impiamente.    4E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fez a casa de Acabe; porque eles eram seus conselheiros depois da morte de seu pai, para sua perdição.    5Andando nos conselhos deles foi com Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, a guerrear contra Hazael, rei da Síria, junto a Ramote-Gileade; e os sírios feriram Jorão,    6o qual voltou para curar-se em Jizreel das feridas que lhe fizeram em Ramá, quando ele pelejava contra Hazael, rei da Síria. E Acazias, filho de Jeorão, rei de judá, desceu para visitar Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, por estar ele doente.    7Foi por vontade de Deus que Acazias, para sua ruína visitou Jorão; pois, quando chegou, saiu com Jorão contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o Senhor tinha ungido para exterminar a casa de Acabe.    8E quando Jeú executava juízo contra a casa de Acabe, achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que o serviam, e os matou.    9Depois buscou a Acazias, o qual foi preso quando se escondia em Samária, trouxeram-no a Jeú e o mataram. Então o sepultaram, pois disseram: É filho de Jeosafá, que buscou ao Senhor de toda o seu coração. E já não tinha a casa de Acazias ninguém que fosse capaz de reinar.    10Vendo Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a estirpe real da casa de Judá.    11Mas Jeosabeate, filha do rei, tomou Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, que estavam para ser mortos, e o pôs com a sua ama na câmara dos leitos. Assim Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Jeoiada e irmã de Acazias, o escondeu de Atalia, de modo que ela não o matou.    12E esteve com eles seis anos, escondido na casa de Deus; e Atalia reinou sobre a terra.   

Chapter 23

1Ora, no sétimo ano Jeoiada, cobrando ânimo, tomou consigo em aliança os capitães de cem, Azarias, filho de Jeroão, Ismael, filho de Jeoanã, Azarias, filho de Obede, Maaséias, filho de Adaías, e Elisafaté, filho de Zicri.    2Estes percorreram a Judá, ajuntando os levitas de todas as cidades de Judá e os chefes das casas paternas de Israel; e vieram para Jerusalém.    3E toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa de Deus. E Jeoiada lhes disse: Eis que reinará o filho do rei, como o Senhor falou a respeito dos filhos de Davi.    4Isto é o que haveis de fazer: uma terça parte de vós, isto é, dos sacerdotes e dos levitas que entram no sábado, servirá de porteiros às entradas;    5outra terça parte estará junto à casa do rei; e a outra terça parte à porta do Fundamento; e todo o povo estará nos átrios da casa do Senhor.    6Não entre, porém, ninguém na casa da Senhor, senão os sacerdotes e os levitas que ministram; estes entrarão, porque são santos; mas todo o povo guardará a ordenança do Senhor.    7E os levitas cercarão o rei de todos os lados, cada um com as suas armas na mão; e qualquer que entrar na casa seja morto; mas acompanhai vós o rei, quando entrar e quando sair.    8Fizeram, pois, os levitas e todo o Judá conforme tudo o que ordenara e sacerdote Jeoiada; e tomou cada um os seus homens, tanto os que haviam de entrar no sábado como os que haviam de sair, pois o sacerdote Jeoiada não despediu as turmas.    9Também o sacerdote Jeoiada deu aos capitães de cem as lanças, os paveses e os escudos que tinham pertencido ao rei Davi, os quais estavam na casa de Deus.    10E dispôs todo o povo, cada um com as suas armas na mão, desde o lado direito até o lado esquerdo da casa, por entre o altar e a casa, ao redor do rei.    11Então tiraram para fora o filho do rei e, pondo-lhe a coroa e o testemunho, o fizeram rei; e Jeoiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei!    12Ouvindo, pois, Atalia a voz de povo que corria e louvava ao rei, veio ao povo na casa do Senhor;    13e quando olhou, eis que o rei estava junto à sua coluna, à entrada, e os capitães e os trombeteiros perto do rei; e todo o povo da terra se alegrava, e tocava trombetas; e também os cantores tocavam instrumentos musicais, e dirigiam os cânticos de louvor. Então Atalia, rasgando os seus vestidos, clamou: Traição! Traição!    14Nisso o sacerdote Jeoiada trouxe para fora os centuriões que estavam sobre o exército e disse-lhes: Trazei-a por entre as fileiras, e o que a seguir seja morto à espada. Pois o sacerdote dissera: Não a mateis na casa do Senhor.    15Então deitaram as mãos nela; e ela foi até a entrada da porta dos cavalos, que dá para a casa do rei, e ali a mataram.    16E Jeoiada firmou um pacto entre si e o povo todo e o rei, pelo qual seriam o povo do Senhor.    17Depois todo o povo entrou na casa de Baal, e a derrubaram; quebraram os seus altares e as suas imagens, e a Matã, sacerdote de Baal, mataram diante dos altares.    18E Jeoiada dispôs guardas na casa do Senhor, sob a direção dos sacerdotes levíticos a quem Davi designara na casa do Senhor para oferecerem com alegria e com cânticos os holocaustos do Senhor, como está escrito na lei de Moisés, e segundo a ordem de Davi.    19Colocou porteiros às portas da casa do Senhor, para que não entrasse nela ninguém imundo no tocante a coisa alguma.    20E tomou os centuriões, os nobres, os governadores do povo e todo o povo da terra; e conduziram da casa do Senhor o rei e, passando pela porta superior para a casa do rei, fizeram-no sentar no trono real.    21Assim todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram Atalia à espada.   

Chapter 24

1Tinha Joás sete anos quando começou a reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zíbia, de Berseba.    2E Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor por todos os dias do sacerdote Jeoiada.    3E tomou Jeoiada para ele duas mulheres, das quais teve filhos e filhas.    4Depois disso Joás resolveu renovar a casa do Senhor.    5Reuniu, pois, os sacerdotes e os levitas e lhes disse: Saí pelas cidades de Judá, e levantai dinheiro de todo a Israel, anualmente, para reparar a casa do vosso Deus; e vede que apresseis este negócio: contudo os levitas não o apressaram.    6Pelo que o rei chamou Jeoiada, o chefe, e lhe perguntou: Por que não tens obrigado os levitas a trazerem de Judá e de Jerusalém o imposto ordenado por Moisés, servo do Senhor, à congregação de Israel, para a tenda do testemunho?    7Pois os filhos de Atalia, aquela mulher ímpia, tinham arruinado a casa de Deus; e até empregaram todas as coisas sagradas da casa do Senhor no serviço dos baalins.    8O rei, pois, deu ordem; e fizeram uma arca, e a puseram do lado de fora, à porta da casa do Senhor.    9E publicou-se em Judá e em Jerusalém que trouxessem ao Senhor o imposto que Moisés, o servo de Deus, havia ordenado a Israel no deserto.    10Então todos os príncipes e todo o povo se alegraram, e trouxeram o imposto e o lançaram na arca, até que ficou cheia.    11E quando era trazida a arca pelas mãos dos levitas ao recinto do rei, na ocasião em que viam que havia muito dinheiro, vinham o escrivão do rei e o deputado do sumo sacerdote, esvaziavam a arca e, tomando-a, tornavam a levá-la ao seu lugar. Assim faziam dia após dia, e ajuntaram dinheiro em abundância.    12E o rei e Jeoiada davam-no aos encarregados da obra da casa do Senhor; e assalariaram pedreiros e carpinteiros para renovarem a casa do Senhor, como tambem os que trabalhavam em ferro e em bronze para repararem a casa do Senhor.    13Assim os encarregados da obra faziam com que o serviço da reparação progredisse nas suas mãos; e restituíram a casa de Deus a seu estado anterior, e a consolidaram.    14Depois de acabarem a obra trouxeram ao rei e a Jeoiada o resto do dinheiro, e dele se fizeram utensílios para a casa do Senhor, para serem usados no ministério e nos holocaustos, e colheres, e vasos de ouro e de prata. E se ofereciam holocaustos continuamente na casa do Senhor, por todos os dias de Jeoiada.    15Jeoiada, porém, envelheceu e, cheio de dias, morreu; tinha cento e trinta anos quando morreu.    16E o sepultaram na cidade de Davi com os reis, porque tinha feito o bem em Israel, e para com Deus e sua casa.    17E depois da morte de Jeoiada vieram os príncipes de Judá e prostraram-se diante do rei; então o rei lhes deu ouvidos.    18E eles, abandonando a casa do Senhor, Deus de seus pais, serviram aos aserins e aos ídolos; de sorte que veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa.    19Contudo Deus enviou profetas entre eles para os fazer tornar ao Senhor, os quais protestaram contra eles; mas eles não lhes deram ouvidos.    20E o Espírito de Deus apoderou-se de Zacarias, filho do sacerdote Jeoiada, o qual se pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor, de modo que não possais prosperar? Porquanto abandonastes o Senhor, também ele vos abandonou.    21Mas conspiraram contra ele e por ordem do rei, o apedrejaram no átrio da casa do Senhor.    22Assim o rei Joás não se lembrou da bondade que lhe fizera Jeoiada pai de Zacarias, antes matou-lhe o filho, o qual morrendo disse: Veja-o o Senhor, e o retribua.    23Decorrido um ano, o exército da Síria subiu contra Joás; e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo todos os seus príncipes, e enviaram todo o seu despojo ao rei de Damasco.    24O exército dos sírios viera com poucos homens, contudo o Senhor entregou nas suas mãos um exército mui grande, porquanto abandonaram o Senhor, Deus de seus pais. Assim executaram juízo contra Joás.    25Quando os sírios se retiraram dele, deixaram-no gravemente ferido; então seus servos conspiraram contra ele por causa do sangue dos filhos do sacerdote Jeoiada, e o mataram na sua cama, e assim morreu; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.    26Estes foram os que conspiraram contra ele Zabade, filho de Simeate a amonita, e Jeozabade, filho de Sinrite a moabita.    27Ora, quanto a seus filhos, e ao grande número de oráculos pronunciados contra ele, e à restauração da casa de Deus, eis que estão escritos no comentário do livro dos reis. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 25

1Amazias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jeoadã, de Jerusalém.    2Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas não o fez com coração perfeito.    3Quando o reino já lhe tinha sido confirmado, ele matou os seus servos que tinham assassinado o rei seu pai.    4Contudo não matou os filhos deles mas fez segundo está escrito na lei: no livro de Moisés, como o Senhor ordenou, dizendo: Não morrerão os pais pelos filhos nem os filhos pelos pais; mas cada um morrerá pelo seu pecado.    5Depois Amazias congregou Judá e o colocou, segundo as suas casas paternas sob comandantes de milhares e de centenas, por todo o Judá e Benjamim; e os contou de vinte anos para cima, e achou deles trezentos mil escolhidos que podiam ir à guerra e sabiam manejar lança e escudo.    6Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem talentos de prata.    7Veio ter com ele, porém, um homem de Deus, dizendo: ç rei, não deixes ir contigo o exército de Israel, porque o Senhor não é com Israel, a saber, com todos os filhos de Efraim.    8Mas se julgas que assim serás forte para a peleja, Deus te fará cair diante do inimigo; pois Deus tem poder para ajudar e para fazer cair.    9Então perguntou Amazias ao homem de Deus: Mas que se fará dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? Respondeu o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te dar do que isso.    10Então Amazias separou as tropas que lhe tinham vindo de Efraim, para que voltassem para a sua terra; pelo que muito se acendeu a ira deles contra Judá, e voltaram para a sua terra ardendo em ira.    11Amazias, cobrando ânimo, conduziu o seu povo, e foi ao Vale do Sal, onde matou dez mil dos filhos de Seir.    12Os filhos de Judá prenderam vivos outros dez mil, e trazendo-os ao cume da rocha, lançaram-nos dali abaixo, de modo que todos foram despedaçados.    13Mas os homens das tropas que Amazias despedira, não deixando que fossem com ele à batalha, deram sobre as cidades de Judá, desde Samária até Bete-Horom, e dos seus habitantes mataram três mil, e saquearam grande despojo.    14Quando Amazias veio da matança dos edomeus, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir e os elevou para serem os seus deuses, prostrando-se diante deles e queimando-lhes incenso.    15Pelo que o Senhor se irou contra Amazias e lhe enviou um profeta, que lhe disse: Por que buscaste os deuses deste povo, os quais não livraram o seu próprio povo da tua mão?    16Enquanto ele ainda falava com o rei, este lhe respondeu: Fizemos-te conselheiro do rei? Cala-te! Por que haverias de ser morto? Então o profeta calou, havendo dito: Sei que Deus resolveu destruir-te, porquanto fizeste isto, e não deste ouvidos a meu conselho.    17Tendo Amazias, rei de Judá, tomado conselho, mandou dizer a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel: Vem, vejamo-nos face a face.    18Mas Jeoás, rei de Israel, mandou responder a Amazias, rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o cardo.    19Tu dizes a ti mesmo: Eis que feri Edom. Assim o teu coração se eleva para te gloriares. Agora, pois, fica em tua casa; por que te meterias no mal, para caíres tu e Judá contigo?    20Amazias, porém, não lhe deu ouvidos; pois isto vinha de Deus, para entregá-los na mão dos seus inimigos, porque buscaram os deuses de Edom.    21Subiu, pois, Jeoás, rei de Israel; e ele e Amazias, rei de Judá, se viram face a face em Bete-Semes, que pertence a Judá.    22E Judá foi desbaratado diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.    23E Jeoás, rei de Israel, prendeu Amazias, rei de Judá, filho de Joás, o filho de Jeoacaz, em Bete-Semes, e o levou a Jerusalém; e derrubou o muro de Jerusalém, desde a porta de Efraim até a porta da esquina, quatrocentos côvados.    24Também tomou todo o ouro, e toda a prata, e todos os utensílios que se acharam na casa de Deus com Obede-Edom, e os tesouros da casa do rei, e os reféns, e voltou pura Samária.    25E Amazias, filho de Joás, rei de Judá, viveu quinze anos depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel.    26Quanto ao restante dos atos de Amazias, desde os primeiros até os últimos, não estão porventura escritos no livro dos reis de Judá e de Israel?    27Desde o tempo em que Amazias se desviou do Senhor, conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis; mas perseguiram-no até Laquis, e ali o mataram.    28E o trouxeram sobre cavalos e o sepultaram junto a seus pais na cidade de Davi.   

Chapter 26

1Então todo o povo de Judá tomou a Uzias, que tinha dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de seu pai Amazias.    2Ele edificou Elote, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.    3Tinha Uzias dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e dois anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jecolia, de Jerusalém.    4Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias seu pai.    5E buscou a Deus enquanto viveu Zacarias, que o instruiu no temor de Deus; e enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar.    6Saiu e guerreou contra os filisteus, e derrubou o muro de Gate, o muro de Jabné e o muro de Asdode; e edificou cidades no país de Asdode e entre os filisteus;    7porque Deus, o ajudou contra os filisteus e contra os árabes que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas.    8Os amonitas pagaram tributo a Uzias; e a sua fama se espalhou até a entrada do Egito, pois se tornou muito poderoso.    9Também Uzias edificou torres em Jerusalém, à porta da esquina, à porta do vale e ao ângulo do muro, e as fortificou.    10Edificou torres no deserto, e cavou muitos poços, porque tinha muito gado tanto nos vales como nas campinas; e tinha lavradores e vinhateiros nos montes e nos campos férteis, pois era amigo da agricultura.    11Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra em tropas, segundo o número da sua resenha feita pelo escrivão Jeiel e o oficial Maaséias, sob as ordens de Hananias, um dos príncipes do rei.    12O número total dos chefes das casas paternas, homens valorosos, era de dois mil e seiscentos.    13E sob as suas ordens havia um exército disciplinado de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que guerreavam valorosamente, para ajudarem o rei contra os inimigos.    14Uzias proveu o exército inteiro de escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras.    15E em Jerusalém fabricou máquinas, inventadas por peritos, para que fossem colocadas nas torres e nos cantos das muralhas, a fim de se atirarem com elas flechas e grandes pedras. E voou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou poderoso.    16Mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus; pois entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso.    17Mas o sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do Senhor, homens valorosos,    18e se opuseram ao rei Uzias, dizendo-lhe: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que foram consagrados para queimarem incenso. Sai do santuário, pois cometeste uma transgressão; e não será isto para honra tua da parte do Senhor Deus.    19Então Uzias se indignou; e tinha na mão um incensário para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, nasceu-lhe a lepra na testa, perante os sacerdotes, na casa de Senhor, junto ao altar do incenso.    20Então o sumo sacerdote Azarias olhou para ele, como também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso na sua testa. E apressuradamente o lançaram fora, e ele mesmo se apressou a sair, porque o Senhor o ferira.    21Assim ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua morte; e, por ser leproso, morou numa casa separada, pois foi excluído da casa do Senhor. E Jotão, seu filho, tinha o cargo da casa do rei, julgando o povo da terra.    22Quanto ao restante dos atos de Uzias, desde os primeiros até os últimos, o profeta Isaías, filho de Amoz, o escreveu.    23Assim dormiu Uzias com seus pais, e com eles o sepultaram, isto é, no campo de sepultura que era dos reis; pois disseram: ele é leproso. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 27

1Tinha Jotão vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jerusa, filha de Zadoque,    2Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Uzias, seu pai; todavia não invadiu o templo do Senhor. Mas o povo ainda se corrompia.    3Ele construiu a porta superior da casa do Senhor, e edificou extensivamente sobre o muro de Ofel.    4Também edificou cidades na região montanhosa de Judá, e castelos e torres nos bosques.    5Guerreou contra o rei dos amonitas e prevaleceu sobre eles; de modo que os amonitas naquele ano lhe deram cem talentos de prata, dez mil coros de trigo e dez mil de cevada. Isso lhe trouxeram os amonitas também no segundo e no terceiro ano.    6Assim Jotão se tornou poderoso, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor seu Deus.    7Ora, o restante dos atos de Jotão, e todas as suas guerras e os seus caminhos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá.    8Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém.    9E Jotão dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 28

1Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E não fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai;    2mas andou nos caminhos dos reis de Israel, e até fez imagens de fundição para os baalins.    3Também queimava incenso no vale do filho de Hinom, e queimou seus filhos no fogo, conforme as abominações das nações que o senhor expulsara de diante dos filhos de Israel.    4E sacrificava e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa.    5Pelo que o Senhor seu Deus o entregou na mão do rei dos sírios, os quais o derrotaram e tomaram-lhe em cativeiro grande multidão de presos, que levaram para Damasco. Foi também entregue na mão do rei de Israel, o qual lhe infligiu grande derrota,    6pois Peca, filho de Remalias, matou em Judá, num só dia cento e vinte mil todos homens valentes; porquanto haviam abandonado o Senhor, Deus de seus pais.    7E Zicri, varão poderoso de Efraim matou Maaséias, filho do rei, e Azricão, e mordomo, e Elcana, o segundo depois do rei.    8E os filhos de Israel levaram cativos de seus irmãos duzentos mil, mulheres filhos e filhas; também saquearam deles grande despojo, que levaram para Samária.    9Mas estava ali um profeta do Senhor, cujo nome era Odede, o qual saiu ao encontro do exército que vinha para Samária, e lhe disse: Eis que, irando-se o Senhor Deus de vossos pais contra Judá, os entregou na vossa mão, e vós os matastes com uma raiva que chegou até o céu.    10E agora vós quereis sujeitar a vós os filhos de Judá e de Jerusalém, como escravos e escravas; porventura não sois vós mesmos culpados para com o Senhor vosso Deus?    11Agora, pois, ouvi-me, e tornai a enviar os cativos que trouxestes dentre vossos irmãos, pois o ardor da ira do Senhor está sobre vós.    12Então alguns dos chefes dos efraimitas, a saber, Azarias, filho de Joanã, Berequias, filho de Mesilemote, Jeizquias, filho de Salum, e Amasa, filho de Hadlai, se levantaram contra os que voltavam da guerra,    13e lhes disseram: Não fareis entrar aqui estes cativos; porque, além da nossa culpa contra o Senhor, o que vós quereis fazer acrescentaria mais a nossos pecados e a nossas culpas; pois já temos grande culpa, e o ardor da ira do Senhor está sobre Israel.    14Então os homens armados deixaram os cativos e o despojo diante dos príncipes e de toda a congregação.    15E os homens já mencionados por nome se levantaram e tomaram os cativos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam nus; vestiram-nos, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os ungiram; e, levando sobre jumentos todos os que estavam fracos, conduziram-nos a Jericó, a cidade das palmeiras, a seus irmãos. Depois voltaram para Samária.    16Naquele tempo o rei Acaz mandou pedir socorro ao rei da Assíria.    17Pois de novo os edomeus, tendo invadido Judá, a derrotaram e levaram prisioneiros.    18Também os filisteus tinham invadido as cidades da baixada e do sul de Judá, e tinham tomado Bete-Semes, Aijalom, Gederote, Socó e suas aldeias, Timna e suas aldeias, e Ginzo e suas aldeias, estabelecendo-se ali.    19Pois o Senhor humilhou Judá por causa do rei Acaz, porque este se houve desenfreadamente em Judá, havendo desprezado ao Senhor.    20E veio a ele Tilgate-Pilneser, rei da Assíria, e o pôs em aperto, em vez de fortalecê-lo.    21Pois Acaz saqueou a casa do Senhor, e a casa do rei, e dos príncipes, e deu os despojos por tributo ao rei da Assíria; porém isso não o ajudou.    22No tempo da sua angústia houve-se com ainda maior desprezo pelo Senhor, este mesmo rei Acaz.    23Pois sacrificou aos deuses de Damasco, que o tinham derrotado, e disse: Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, portanto eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim. Eles, porém, foram a ruína dele e de todo o Israel.    24Ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus, fê-los em pedaços, e fechou as portas da casa do Senhor; e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém.    25Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar incenso a outros deuses, assim provocando à ira o Senhor, Deus de seus pais.    26Ora, o restante dos seus atos e de todos os seus caminhos, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito no livro dos reis de Judá e de Israel.    27E Acaz dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade, em Jerusalém; pois não o puseram nos sepulcros dos reis de Israel. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 29

1Ezequias começou a reinar quando tinha vinte e cinco anos; e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias.    2Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai.    3Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou.    4Fez vir os sacerdotes e os levitas e, ajuntando-os na praça oriental,    5disse-lhes: Ouvi-me, ó levitas; santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santo lugar a imundícia.    6Porque nossos pais se houveram traiçoeiramente, e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor nosso Deus; deixaram-no e, desviando os seus rostos da habitação do Senhor, voltaram-lhe as costas.    7Também fecharam as portas do alpendre, apagaram as lâmpadas, e não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos no santo lugar ao Deus de Israel.    8Pelo que veio a ira do Senhor sobre Judá e Jerusalém, e ele os entregou para serem motivo de espanto, de admiração e de escárnio, como vós o estais vendo com os vossos olhos.    9Porque eis que nossos pais caíram à espada, e nossos filhos, nossas filhas e nossas mulheres estão por isso em cativeiro.    10Agora tenho no coração o propósito de fazer um pacto com o Senhor, Deus de Israel, para que se desvie de nós o ardor da sua ira.    11Filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos escolheu para estardes diante dele a fim de o servir, e para serdes seus ministros e queimardes incenso.    12Então se levantaram os levitas: Maate, filho de Amasai, e Joel, filho de Azarias, dos filhos dos coatitas; e dos filhos de Merári: Quis, filho de Abdi, e Azurias, filho de Jealelel; e dos gersonitas: Joá, filho de Zima, e Edem filho de Joá;    13e dos filhos de Elizafã: Sínri e Jeuel; dos filhos de Asafe; Zacarias e Matanias;    14e dos filhos de Hemã: Jeuel e Simei; e dos filhos de Jedutun: Semaías e Uziel.    15Ajuntaram seus irmãos, santificaram-se e entraram conforme a ordem do rei, segundo as palavras do Senhor, para purificarem a casa do Senhor.    16Também os sacerdotes entraram na parte interior da casa do Senhor para a limparem, e tirarem para fora, ao átrio da casa do Senhor, toda a imundícia que acharem no templo do Senhor; e os levitas a tomaram e a levaram para fora, ao ribeiro de Cedrom.    17Começaram a santificá-la no primeiro dia do primeiro mês, e ao oitavo dia do mês chegaram ao alpendre do Senhor, e santificaram a casa do Senhor em oito dias; no décimo sexto dia do primeiro mês acabaram.    18Então foram ter com o rei Ezequias no palácio, e disseram: Acabamos de limpar toda a casa do Senhor, como também o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a mesa dos pães da proposição com todos os seus utensílios.    19Todos os utensílios que o rei Acaz, no seu reinado, lançou fora, na sua infidelidade, já os preparamos e santificamos; e eis que estão diante do altar do Senhor.    20Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor.    21E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre o altar do Senhor.    22Os sacerdotes pois imolaram os novilhos, e tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e espargiram o sangue sobre o altar.    23Então trouxeram os bodes, como oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as mãos;    24e os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo pecado por todo o Israel.    25Também dispôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas conforme a ordem de Davi, e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio de seus profetas.    26E os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas.    27E Ezequias ordenou que se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel.    28Então toda a congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o holocausto.    29Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os que estavam com ele se prostraram e adoraram.    30E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram.    31Então Ezequias disse: Agora que vos consagrastes ao Senhor chegai-vos e trazei sacrifícios e ofertas em ação de graças a casa do Senhor. E a congregação trouxe sacrifícios e ofertas em ação de graças, e todos os que estavam dispostos de coração trouxeram holocaustos.    32E o número dos holocaustos que a congregação trouxe foi de setenta novilhos, cem carneiros e duzentos cordeiros, tudo isso em holocausto ao Senhor.    33Houve também, de coisas consagradas, seiscentos bois e três mil ovelhas.    34Eram, porém, mui poucos os sacerdotes, de modo que não podiam esfolar todos os holocaustos; pelo que seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até se acabar a obra, e até que os outros sacerdotes se santificassem, pois os levitas foram mais retos de coração, para se santificarem, do que os sacerdotes.    35E houve também holocaustos em abundância, juntamente com a gordura das ofertas pacíficas, e com as ofertas de libação para cada holocausto. Assim se restabeleceu o ministério da casa do Senhor.    36E Ezequias regozijou-se, e com ele todo o povo, por causa daquilo que Deus tinha preparado a favor do povo; pois isto se fizera de improviso.   

Chapter 30

1Depois disso Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá, e escreveu cartas a Efraim e a Manassés, para que viessem à casa do Senhor em Jerusalém, a fim de celebrarem a páscoa ao Senhor Deus de Israel.    2Pois o rei tivera conselho com os príncipes e com toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês.    3Pois não a puderam celebrar no tempo próprio porque não se tinham santificado sacerdotes em número suficiente, e porque o povo não se tinha ajuntado em Jerusalém.    4Isto pareceu bem aos olhos do rei e de toda a congregação.    5E decretaram que se fizesse proclamação por todo o Israel, desde Berseba até Dã para que viessem celebrar a páscoa ao Senhor, Deus de Israel, em Jerusalém; porque muitos não a tinham celebrado como está escrito.    6Foram pois, os correios com as cartas, do rei e dos, seus príncipes, por todo o Israel e Judá, segundo a ordem do rei, dizendo: Filhos de Israel, voltai para o Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, para que ele se volte para o restante de vós que escapastes da mão dos reis da Assíria.    7Não sejais como vossos pais e vossos irmãos, que foram infiéis para com o Senhor, Deus de seus pais, de modo que os entregou à desolação como vedes.    8Não endureçais agora a vossa cerviz, como fizeram vossos pais; mas submetei-vos ao Senhor, e entrai no seu santuário que ele santificou para sempre, e servi ao Senhor vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós.    9Pois, se voltardes para o Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia diante dos que os levaram cativos, e tornarão para esta terra; porque o Senhor vosso Deus é clemente e compassivo, e não desviará de vós o seu rosto, se voltardes para ele.    10Os correios, pois, foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraím e Manassés, até Zebulom; porém riam-se e zombavam deles.    11Todavia alguns de Aser, e de Manassés, e de Zebulom, se humilharam e vieram a Jerusalém.    12E a mão de Deus esteve com Judá, dando-lhes um só coração para cumprirem a ordem do rei e dos príncipes conforme a palavra do Senhor.    13E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a festa dos pães ázimos no segundo mês, uma congregação mui grande.    14E, levantando-se, tiraram os altares que havia em Jerusalém; também tiraram todos os altares de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom.    15Então imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocaustos à casa do Senhor.    16Tomaram os seus lugares, segundo a sua ordem, conforme a lei de Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes espargiram o sangue, que recebiam da mão dos levitas.    17Pois havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas tiveram que imolar os cordeiros da páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao Senhor.    18Porque uma multidão do povo, muitos de Efraím e Manassés, Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe todo aquele    19que dispõe o seu coração para buscar a Deus, o Senhor, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário.    20E o Senhor ouviu Ezequias, e sarou o povo.    21E os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com grande alegria; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos fortemente retinintes, cantando ao Senhor.    22E Ezequias falou benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do Senhor. Assim comeram as ofertas da festa por sete dias, sacrificando ofertas pacíficas, e dando graças ao Senhor, Deus de seus pais.    23E, tendo toda a congregação resolvido celebrar outros sete dias, celebraram por mais sete dias com alegria.    24Pois Ezequias, rei de Judá, apresentou à congregação para os sacrifícios mil novilhos e sete mil ovelhas; e os príncipes apresentaram à congregação mil novilhos e dez mil ovelhas; e os sacerdotes se santificaram em grande número.    25E regozijaram-se toda a congregação de Judá, juntamente com os sacerdotes e levitas, e toda a congregação dos que vieram de Israel, como também os estrangeiros que vieram da terra de Israel e os que habitavam em Judá.    26Assim houve grande alegria em Jerusalém, pois desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, não tinha havido coisa semelhante em Jerusalém.    27Então os levitas sacerdotes se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até a santa habitação de Deus, até o céu.   

Chapter 31

1Acabado tudo isso, todos os israelitas que ali estavam saíram às cidades de Judá e despedaçaram as colunas, cortaram os aserins, e derrubaram os altos e altares por toda a Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até os destruírem de todo. Depois voltaram todos os filhos de Israel para as suas cidades, cada um para sua possessão.    2E Ezequias estabeleceu as turmas dos sacerdotes e levitas, turma por turma, cada um segundo o seu serviço, tanto os sacerdotes como os levitas, para os holocaustos e as ofertas pacíficas, para ministrarem, renderem ações de graças e cantarem louvores nas portas do arraial do Senhor.    3A contribuição da fazenda do rei foi designada para os holocaustos: os holocaustos da manhã e da tarde, e os holocaustos dos sábados, das luas novas e das festas fixas, como está escrito na lei do Senhor.    4Além disso ordenou ao povo que morava em Jerusalém que desse a porção pertencente aos sacerdotes e aos levitas, para que eles se dedicassem à lei do Senhor.    5Logo que esta ordem se divulgou, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias de trigo, mosto, azeite, mel e todo produto do campo; também trouxeram em abundância o dízimo de tudo.    6Os filhos de Israel e de Judá que habitavam nas cidades de Judá também trouxeram o dízimo de bois e de ovelhas, e o dízimo das coisas dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus, e depositaram-nos em montões.    7No terceiro mês começaram a formar os montões, e no sétimo mês acabaram.    8Vindo, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel.    9Então perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles montões.    10Respondeu-lhe Azarias, o sumo sacerdote, que era da casa de Zadoque, dizendo: Desde que o povo começou a trazer as ofertas para a casa do Senhor, tem havido o que comer e de que se fartar, e ainda nos tem sobejado bastante, porque o Senhor abençoou ao seu povo; e os sobejos constituem esta abastança.    11Então ordenou Ezequias que se preparassem câmaras na casa do Senhor; e as prepararam.    12Ali recolheram fielmente as ofertas, os dízimos e as coisas dedicadas; e tinha o cargo disto o levita Conanias, e depois dele Simei, seu irmão.    13E Jeiel, Azazias, Naate, Asael, Jerimote, Jozabade, Eliel, Ismaquias, Maate e Benaías eram superintendentes sob a direção de Conanias e de Simei, seu irmão, por decreto do rei Ezequias e de Azarias, o chefe da casa de Deus.    14E o levita Coré, filho de Imná, e guarda da porta oriental, estava encarregado das ofertas voluntárias que se faziam a Deus, para distribuir as ofertas do Senhor e as coisas santíssimas.    15E debaixo das suas ordens estavam Edem, Miniamim, Jesuá, Semaías, Amarias e Secanias, nas cidades dos sacerdotes, para fazerem com fidelidade a distribuição a seus irmãos, segundo as suas turmas, tanto aos pequenos como aos grandes,    16exceto os que estavam contados pelas genealogias, varões da idade de três anos para cima, todos os que entravam na casa do Senhor, para o seu serviço diário nos seus cargos segundo as suas turmas.    17Quanto ao registro dos sacerdotes, era feito segundo as suas casas paternas; e o dos levitas da idade de vinte anos para cima era feito segundo os seus cargos nas suas turmas.    18Os sacerdotes eram arrolados com todos os seus pequeninos, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, por toda a congregação; porque estes se dedicavam fielmente às coisas consagradas.    19Também para os filhos de Arão os sacerdotes que estavam nos campos dos arrabaldes das suas cidades, em cada cidade, havia homens designados por nome para distribuírem porções a todo homem entre os sacerdotes e a todos os arrolados entre os levitas.    20Assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e fiel perante o Senhor seu Deus.    21E toda a obra que empreendeu no serviço da casa de Deus, e de acordo com a lei e os mandamentos, para buscar a seu Deus, ele a fez de todo o seu coração e foi bem sucedido.   

Chapter 32

1Depois destas coisas e destes atos de fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria e, entrando em Judá, acampou-se contra as cidades fortes, a fim de apoderar-se delas.    2Quando Ezequias viu que Senaqueribe tinha vindo com o propósito de guerrear contra Jerusalém,    3teve conselho com os seus príncipes e os seus poderosos, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram.    4Assim muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que corria pelo meio da terra, dizendo: Por que viriam os reis da Assíria, e achariam tantas águas?    5Ezequias, cobrando ânimo, edificou todo o muro que estava demolido, levantando torres sobre ele, fez outro muro por fora, fortificou a Milo na cidade de Davi, e fez armas e escudos em abundância.    6Então pôs oficiais de guerra sobre o povo e, congregando-os na praça junto à porta da cidade, falou-lhes ao coração, dizendo:    7Sede corajosos, e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, pois há conosco um maior do que o que está com ele.    8Com ele está um braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear por nós. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá.    9Depois disso Senaqueribe, rei da Assíria, enquanto estava diante de Laquis, com todas as suas forças, enviou os seus servos a Jerusalém a Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo:    10Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais vós, para vos deixardes sitiar em Jerusalém?    11Porventura não vos engana Ezequias, para vos fazer morrer à fome e à sede, quando diz: O Senhor nosso Deus nos livrará das mãos do rei da Assíria?    12Esse mesmo Ezequias não lhe tirou os altos e os altares, e não ordenou a Judá e a Jerusalém, dizendo: Diante de um só altar adorareis, e sobre ele queimareis incenso?    13Não sabeis vós o que eu e meus pais temos feito a todos os povos de outras terras? Puderam de qualquer maneira os deuses das nações daquelas terras livrar a sua terra da minha mão?    14Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, o que pôde livrar o seu povo da minha mão, para que o vosso Deus vos possa livrar da minha mão?    15Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis crédito. Porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum, pôde livrar o seu povo da minha mão, nem da mão de meus pais; quanto menos o vosso Deus vos poderá livrar da minha mão?    16E os servos de Senaqueribe falaram ainda mais contra o Senhor Deus, e contra o seu servo Ezequias.    17Ele também escreveu cartas para blasfemar do Senhor Deus de Israel, dizendo contra ele: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo da minha mão, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo da minha mão.    18E clamaram em alta voz, na língua dos judeus, ao povo de Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, a fim de tomarem a cidade.    19E falaram do Deus de Jerusalém como dos deuses dos povos da terra, que são obras das mãos dos homens.    20Mas o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso, e clamaram ao céu.    21Então o Senhor enviou um anjo que destruiu no arraial do rei da Assíria todos os guerreiros valentes, e os principes, e os chefes. Ele, pois, envergonhado voltou para a sua terra; e, quando entrou na casa de seu deus, alguns dos seus próprios filhos o mataram ali à espada.    22Assim o Senhor salvou Ezequias, e os moradores de Jerusalém, da mão de Senaqueribe, rei da Assíria, e da mão de todos; e lhes deu descanso de todos os lados.    23E muitos trouxeram presentes a Jerusalém ao Senhor, e coisas preciosas a Ezequias, rei de Judá, de modo que desde então ele foi exaltado perante os olhos de todas as nações.    24Naqueles dias Ezequias, adoecendo, estava à morte: e orou ao Senhor o qual lhe respondeu, e lhe deu um sinal.    25Mas Ezequias não correspondeu ao benefício que lhe fora feito, pois o seu coração se exaltou; pelo que veio grande ira sobre ele, e sobre Judá e Jerusalém.    26Todavia Ezequias humilhou-se pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém; de modo que a grande ira do Senhor não veio sobre eles nos dias de Ezequias.    27E teve Ezequias riquezas e honra em grande abundância; proveu-se de tesourarias para prata, ouro, pedras preciosas, especiarias, escudos, e toda espécie de objetos desejáveis;    28também de celeiros para o aumento de trigo, de vinho, e de azeite; e de estrebarias para toda a casta de animais, e de currais para os rebanhos.    29Além disso edificou para si cidades, e teve rebanhos e manadas em abundância; pois Deus lhe tinha dado muitíssima fazenda.    30Também foi Ezequias quem tapou o manancial superior das águas de Giom, fazendo-as correr em linha reta pelo lado ocidental da cidade de Davi. Ezequias, pois, prosperou em todas as suas obras.    31Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de Babilônia, que lhe foram enviados a perguntarem acerca do prodígio que fora feito na sua terra, Deus o desamparou para experimentá-lo, e para saber tudo o que havia no seu coração.    32Ora, o restante dos atos de Ezequias, e as suas boas obras, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amoz, no livro dos reis de Judá e de Israel.    33E Ezequias dormiu com seus pais, e o sepultaram no mais alto dos sepulcros dos filhos de Davi; e todo o Judá e os habitantes de Jerusalém lhe renderam honras na sua morte. E Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 33

1Tinha Manassés doze anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e cinco anos em Jerusalém.    2E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as abominações dos povos que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.    3Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado; e levantou altares aos baalins, e fez aserotes, e adorou a todo o exército do céu, e o serviu.    4Também edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente.    5Edificou altares a todo o exército do céu, nos dois átrios da casa do Senhor.    6Além disso queimou seus filhos como sacrifício no vale do filho de Hinom; e usou de augúrios e de encantamentos, e dava-se a artes mágicas, e instituiu adivinhos e feiticeiros; sim, fez muito mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.    7Também a imagem esculpida do ídolo que tinha feito, ele a colocou na casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para sempre;    8e nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei a vossos pais; contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, toda a lei, os estatutos e as ordenanças dados por intermédio de Moisés.    9Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que eles fizeram o mal ainda mais do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.    10Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos.    11Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os comandantes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias de bronze, o levaram para Babilônia.    12E estando ele angustiado, suplicou ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais;    13sim, orou a ele; e Deus se aplacou para com ele, e ouviu-lhe a súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era Deus.    14Ora, depois disso edificou um muro do lado de fora da cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, até a entrada da porta dos peixes; e fê-lo passar ao redor de Ofel, e o levantou muito alto; também pôs oficiais do exército em todas as cidades fortificadas de Judá.    15Tirou da casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da casa do Senhor, e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade.    16Também reparou o altar do Senhor, e ofereceu sobre ele sacrifícios de ofertas pacíficas e de ações de graças; e ordenou a Judá que servisse ao Senhor Deus de Israel.    17Contudo o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor seu Deus.    18O restante dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israelram os seus altares e as suas imagens, e a Matã, sacerdote de    19Também a sua oração, e como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos e pôs os aserins e as imagens esculpidas antes de se ter humilhado, eis que estão escritos nas crônicas dos videntes.    20E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa; e Amom, seu filho, reinou em seu lugar.    21Tinha Amom vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou dois anos em Jerusalém.    22Fez o que era mau aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai Amom sacrificou a todas as imagens esculpidas que Manassés, seu pai, tinha feito, e as serviu.    23Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se humilhara; pelo contrário multiplicou Amom os seus delitos.    24E conspiraram contra ele os seus servos, e o mataram em sua casa.    25Mas o povo da terra matou todos os que conspiraram contra o rei Amom, e fez reinar em lugar dele seu filho Josias.   

Chapter 34

1Tinha Josias oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém.    2Fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda.    3Pois no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar Judá e Jerusalém, dos altos, dos aserins e das imagens esculpidas e de fundição.    4Foram derribados na presença dele os altares dos baalins; e ele derribou os altares de incenso que estavam acima deles; os aserins e as imagens esculpidas e de fundição ele os quebrou e reduziu a pó, que espargiu sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado.    5E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares; e purificou Judá e Jerusalém.    6E nas cidades de Manassés, de Efraim, de Simeão e ainda até Naftali, em seus lugares assolados ao redor,    7derribou os altares, reduziu a pó os aserins e as imagens esculpidas, e cortou todos os altares de incenso por toda a terra de Israel. Então, voltou para Jerusalém.    8No décimo oitavo ano do seu reinado, havendo já purificado a terra e a casa, ele enviou Safã, filho de Azalias, Maaséias, o governador da cidade, e Joá, filho de Joacaz, o cronista, para repararem a casa do Senhor seu Deus.    9E foram ter com Hilquias, o sumo sacerdote, e entregaram o dinheiro que se tinha trazido à casa de Deus, e que os levitas, guardas da entrada, tinham recebido da mão de Manassés, de Efraim e de todo o resto de Israel, como também, de todo o Judá e Benjamim, e dos habitantes de Jerusalém.    10E eles o entregaram nas mãos dos oficiais que eram superintendentes da casa do Senhor; estes o deram aos que faziam a obra e que trabalhavam na casa do Senhor, para consertarem e repararem a casa.    11Deram-no aos carpinteiros e aos edificadores, a fim de comprarem pedras lavradas, e madeiras para as junturas e para servirem de vigas para as casas que os reis de Judá tinham destruído.    12E os homens trabalhavam fielmente na obra; e os superintendentes sobre eles eram Jaate e Obadias, levitas, dos filhos de Merári, como também Zacarias e Mesulão, dos filhos dos coatitas, para adiantarem a obra; e todos os levitas que eram entendidos em instrumentos de música.    13Estavam sobre os carregadores e dirigiam todos os que trabalhavam em qualquer sorte de serviço; também dentre os levitas eram os escrivães, os oficiais e os porteiros.    14Ora, quando estavam tirando o dinheiro que se tinha trazido à casa do Senhor, Hilquias, o sacerdote, achou o livro da lei do Senhor dada por intermédio de Moisés.    15Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã.    16Safã levou o livro ao rei, e deu conta também ao rei, dizendo: Teus servos estão fazendo tudo quanto se lhes encomendou.    17Tomaram o dinheiro que se achou na casa do Senhor, e o entregaram nas mãos dos superintendentes e nas mãos dos que fazem a obra.    18Safã, o escrivão, falou ainda ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias entregou-me um livro. E Safã leu nele perante o rei.    19Quando o rei ouviu as palavras da lei, rasgou as suas vestes.    20E o rei ordenou a Hilquias, a Aicão, filho de Safã, a Abdom, filho de Mica, a Safã, o escrivão, e a Asaías, servo do rei, dizendo:    21Ide, consultai ao Senhor por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou; pois grande é o furor do Senhor que se tem derramado sobre nos por não terem os nossos pais guardado a palavra do Senhor, para fazerem conforme tudo quanto está escrito neste livro.    22Então Hilquias e os enviados do rei foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Hasra, o guarda das vestiduras (ela habitava então em Jerusalém na segunda parte); e lhe falaram a esse respeito.    23E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:    24Assim diz o Senhor: Eis que trarei o mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá.    25Porque me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor se derramará sobre este lugar, e não se apagará.    26Todavia ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Quanto às palavras que ouviste,    27porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor.    28Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao rei.    29Então o rei mandou reunir todos os anciãos de Judá e de Jerusalém;    30e o rei subiu à casa do Senhor, com todos os homens de Judá, e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o menor até o maior; e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.    31E o rei pôs-se em pé em seu lugar, e fez um pacto perante o Senhor, de andar após o Senhor, e de guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, a fim de cumprir as palavras do pacto, que estavam escritas naquele livro.    32Também fez com que todos quantos se achavam em Jerusalém e em Benjamim o firmassem; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o pacto de Deus, do Deus de seus pais.    33E Josias tirou todas as abominações de todas as terras que eram dos filhos de Israel; e ainda fez que todos quantos se achavam em Israel servissem ao Senhor seu Deus. E, enquanto ele viveu, não deixaram de seguir ao Senhor, Deus de seus pais.   

Chapter 35

1Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em Jerusalém; imolou-se o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês.    2E estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos, e os animou a servirem na casa do Senhor.    3E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e que estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que Salomão, filho de Davi, rei de Israel, edificou; não tereis mais esta carga sobre os vossos ombros. Agora servi ao Senhor vosso Deus e ao seu povo Israel;    4preparai-vos segundo as vossas casas paternas, e segundo as vossas turmas, conforme o preceito de Davi, rei de Israel, e o de Salomão, seu filho.    5E estai no lugar santo segundo as divisões das casas paternas de vossos irmãos, os filhos do povo, e haja para cada divisão uma parte de uma família levítica.    6Também imolai a páscoa, e santificai-vos, e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a palavra do Senhor dada por intermédio de Moisés.    7Ora, Josias deu aos filhos do povo, a todos que ali estavam, cordeiros e cabritos do rebanho em número de trinta mil, todos para os sacrifícios da páscoa, e três mil novilhos; isto era da fazenda do rei.    8Também os seus príncipes fizeram ofertas voluntárias ao povo, aos sacerdotes e aos levitas; Hilquias, Zacarias e Jeiel, chefes da casa de Deus, deram aos sacerdotes, para os sacrifícios da páscoa, dois mil e seiscentos cordeiros e cabritos e trezentos novilhos.    9Também Conanias, e Semaías e Netanel, seus irmãos, como também Hasabias, Jeiel e Jozabade, chefes dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrifícios da páscoa, cinco mil cordeiros e cabritos e quinhentos novilhos.    10Assim se preparou o serviço, e puseram-se os sacerdotes nos seus postos, e os levitas pelas suas turmas, conforme a ordem do rei.    11Então imolaram a páscoa; e os sacerdotes espargiam o sangue que recebiam das mãos dos levitas, e estes esfolavam as reses.    12E puseram à parte os holocaustos para os distribuírem aos filhos do povo, segundo as divisões das casas paternas, a fim de que os oferecessem ao Senhor, como está escrito no livro de Moisés; e assim fizeram com os novilhos.    13Assaram a páscoa ao fogo, segundo a ordenança; e as ofertas sagradas cozeram em panelas em caldeirões e em tachos, e prontamente as repartiram entre todo o povo.    14Depois prepararam o que era preciso para si e para os sacerdotes; porque os sacerdotes, filhos de Arão, se ocuparam até a noite em oferecer os holocaustos e a gordura; pelo que os levitas prepararam para si e para os sacerdotes, filhos de Arão.    15Os cantores, filhos de Asafe, estavam no seu posto, segundo o mandado de Davi, de Asafe, de Hemã e de Jedútum vidente do rei; como também os porteiros estavam a cada porta; não precisaram se desviar do seu serviço, porquanto seus irmãos, os levitas preparavam o necessário para eles.    16Assim se estabeleceu todo o serviço do Senhor naquele dia, para celebrar a páscoa, e para oferecer holocaustos sobre o altar do Senhor, segundo a ordem do rei Josias.    17E os filhos de Israel que ali estavam celebraram a páscoa naquela ocasião e, durante sete dias, a festa dos pães ázimos.    18Nunca se celebrara em Israel uma páscoa semelhante a essa, desde os dias do profeta Samuel; e nenhum dos reis de Israel celebrara tal páscoa como a que Josias celebrou com os sacerdotes e levitas, e todo o Judá e Israel que ali estavam, e os habitantes de Jerusalém.    19Foi no décimo oitavo ano do reinado de Josias que se celebrou esta páscoa.    20Depois de tudo isso, havendo Josias já preparado o templo, subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquêmis, junto ao Eufrates; e Josias lhe saiu ao encontro.    21Neco, porém, mandou-lhe mensageiros, dizendo: Que tenho eu que fazer contigo, rei de Judá? Não é contra ti que venho hoje, mas contra a casa à qual faço guerra; e Deus mandou que me apressasse. Deixa de te opores a Deus, que está comigo, para que ele não te destrua.    22Todavia Josias não quis virar dele o seu rosto, mas disfarçou-se para pelejar contra ele e, não querendo ouvir as palavras de Neco, que saíram da boca de Deus, veio pelejar no vale de Megido.    23E os flecheiros atiraram ao rei Josias. Então o rei disse a seus servos: Tirai-me daqui, porque estou gravemente ferido.    24Seus servos o removeram do carro e pondo-o no seu segundo carro, o trouxeram a Jerusalém. Ele morreu, e foi sepultado nos sepulcros de seus pais. E todo o Judá e Jerusalém prantearam a Josias.    25Também Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras têm falado de Josias nas suas lamentações até o dia de hoje; e as estabeleceram por costume em Israel; e eis que estão escritas nas Lamentações.    26Ora, o restante dos atos de Josias, e as suas boas obras em conformidade com o que está escrito na lei do Senhor,    27e os seus atos, desde os primeiros até os últimos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá.   

Chapter 36

1O povo da terra tomou Jeoacaz, filho de Josias, e o constituiu rei em lugar de seu pai, em Jerusalém.    2Tinha Jeoacaz vinte e três anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém.    3Porquanto o rei do Egito o depôs em Jerusalém, e condenou a terra a pagar um tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro.    4Então o rei do Egito constituiu Eliaquim, irmão de Jeoacaz, rei sobre Judá e Jerusalém, e mudou-lhe o nome em Jeoiaquim; mas a seu irmão, Jeoacaz, Neco o tomou e o levou para o Egito.    5Tinha Jeoiaquim vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus.    6Contra ele subiu Nabucodonozor, rei de Babilônia, e o amarrou com cadeias a fim de o levar para Babilônia.    7Também alguns dos vasos da casa do Senhor levou Nabucodonozor para Babilônia, e pô-los no seu templo em Babilônia.    8Ora, o restante dos atos de Jeoiaquim, e as abominações que praticou, e o que se achou contra ele, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.    9Tinha Joaquim oito anos quando começou a reinar, e reinou três meses e dez dias em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do Senhor.    10Na primavera seguinte o rei Nabucodonozor mandou que o levassem para Babilônia, juntamente com os vasos preciosos da casa do Senhor; e constituiu a Zedequias, irmão de Joaquim, rei sobre Judá e Jerusalém.    11Tinha Zedequias vinte e um anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém.    12E fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus: e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que lhe falava da parte do Senhor.    13Também rebelou-se contra o rei Nabucodonozor, que o tinha ajuramentado por Deus. Mas endureceu a sua cerviz e se obstinou no seu coração, para não voltar ao Senhor, Deus de Israel.    14Além disso todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam cada vez mais a sua infidelidade, seguindo todas as abominações dos gentios; e profanaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado para si em Jerusalém.    15E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes persistentemente por intermédio de seus mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.    16Eles, porém, zombavam dos mensageiros de Deus, desprezando as suas palavras e mofando dos seus profetas, até que o furor do Senhor subiu tanto contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.    17Por isso fez vir sobre eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus mancebos à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos mancebos, nem das donzelas, nem dos velhos nem dos decrépitos; entregou-lhos todos nas mãos.    18E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para Babilônia.    19Também queimaram a casa de Deus, derribaram os muros de Jerusalém, queimaram a fogo todos os seus palácios, e destruíram todos os seus vasos preciosos.    20E aos que escaparam da espada, a esses levou para Babilônia; e se tornaram servos dele e de seus filhos, até o tempo do reino da Pérsia,    21para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.    22Ora, no primeiro ano de Ciro, rei da pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:    23Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo suba, e o Senhor seu Deus seja com ele.   

Ezra

Chapter 1

1No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:    2Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.    3Quem há entre vós de todo o seu povo (seja seu Deus com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.    4E todo remanescente, seja qual for o lugar em que é peregrino, seja ajudado pelos homens desse lugar com prata, com ouro, com bens e com animais, afora a oferta voluntária para a casa de Deus, que está em Jerusalém.    5Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá e Benjamim e os sacerdotes, e os levitas, todos aqueles cujo espírito Deus despertara, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.    6E todos os seus vizinhos os ajudaram com utensílios de prata, com ouro, com bens, com animais e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu voluntariamente.    7Também o rei Ciro tirou os utensílios que pertenciam à casa do Senhor e que Nabucodonozor tinha trazido de Jerusalém e posto na casa de seus deuses.    8Ciro, rei da Pérsia, tirou-os pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá.    9Este é o número deles: Trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove incensários,    10trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata e mil outros utensílios.    11Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram conduzidos de Babilônia para Jerusalém.   

Chapter 2

1Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, a quem Nabucodonozor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade;    2os quais vieram com Zorobabel Jesuá Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel.    3Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.    4Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.    5Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.    6Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, dois mil oitocentos e doze.    7Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.    8Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco.    9Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.    10Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.    11Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.    12Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.    13Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.    14Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis.    15Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro.    16Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.    17Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.    18Os filhos de Jora, cento e doze.    19Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.    20Os filhos de Gibar, noventa e cinco.    21Os filhos de Belém, cento e vinte e três.    22Os homens de Netofá, cinqüenta e seis.    23Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.    24Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.    25Os filhos de Quiriate-Arim, de Cefira e de Beerote, setecentos e quarenta e três    26Os filhos de Ramá e de Gaba, seiscentos e vinte e um.    27Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.    28Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.    29Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois.    30Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis.    31Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.    32Os filhos de Harim, trezentos e vinte.    33Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.    34Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.    35Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.    36Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três.    37Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois.    38Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.    39Os filhos de Harim, mil e dezessete.    40Os levitas os filhos de Jesuá, e de Cadmiel, dos filhos de , Hodavias, setenta e quatro.    41Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.    42Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, ao todo, cento e trinta e nove.    43Os netinins: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,    44os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,    45os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,    46os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,    47os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,    48os filhos de Rezin, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,    49os filhos de Uzá, os filhos de Paséia, os filhos de Besai,    50os filhos de Asná, os filhos de Meunim, os filhos dos nefusins,    51os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hurur,    52os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,    53os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,    54os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa.    55Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,    56os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,    57os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim os filhos de Ami.    58Todos os netinins e os filhos dos servos de Salomão foram trezentos e noventa e dois.    59Estes foram os que subiram de Tel-Mela, de Tel-Harsa, de Querube, de Adã e de Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e sua linhagem eram de Israel:    60os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois.    61E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.    62Estes procuraram o seu registro entre os que estavam arrolados nas genealogias, mas não foi encontrado; pelo que, por imundos, foram excluídos do sacerdócio;    63e o governador lhes intimou que não comessem das coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.    64Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil trezentos e sessenta,    65afora os seus servos, e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também havia duzentos cantores e cantoras.    66Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;    67os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.    68Alguns dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a edificarem no seu lugar;    69conforme as suas posses, deram para a tesouraria da obra, em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil minas, e cem vestes sacerdotais.    70Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os netinins, habitaram nas suas cidades, e todo o Israel nas suas cidades.   

Chapter 3

1Quando chegou o sétimo mês, estando já os filhos de Israel nas suas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém.    2Então se levantou Jesuá, filho de Jozadaque, com seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos; e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, homem de Deus.    3Colocaram o altar sobre a sua base (pois o terror estava sobre eles por causa dos povos das terras e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e à tarde.    4E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito, e ofereceram holocaustos diários segundo o número ordenado para cada dia,    5e em seguida o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as festas fixas do Senhor, como também os de qualquer que fazia oferta voluntária ao Senhor.    6Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram a oferecer holocaustos ao Senhor; porém ainda não haviam sido lançados os alicerces do templo do Senhor.    7Deram dinheiro aos pedreiros e aos carpinteiros; como também comida e bebida, e azeite aos sidônios, e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.    8Ora, no segundo ano da sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro para Jerusalém, deram início à obra e constituíram os levitas da idade de vinte anos para cima, para superintenderem a obra da casa do Senhor.    9Então se levantaram Jesuá com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para superintenderem os que faziam a obra na casa de Deus; como também os filhos de Henadade, com seus filhos e seus irmãos, os levitas.    10Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, os sacerdotes trajando suas vestes, apresentaram-se com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao Senhor, segundo a ordem de Davi, rei de Israel.    11E cantavam a revezes, louvando ao Senhor e dando-lhe graças com estas palavras: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo levantou grande brado, quando louvaram ao Senhor, por se terem lançado os alicerces da casa do Senhor.    12Muitos, porém, dos sacerdotes e dos levitas, e dos chefes das casas paternas, os idosos que tinham visto a primeira casa, choraram em altas vozes quando, a sua vista, foi lançado o fundamento desta casa; também muitos gritaram de júbilo;    13de maneira que não podia o povo distinguir as vozes do júbilo das vozes do choro do povo; porque o povo bradava em tão altas vozes que o som se ouvia de mui longe.   

Chapter 4

1Ora, ouvindo os adversários de Judá e de Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel,    2chegaram-se a Zorobabel e aos chefes das casas paternas, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o vosso Deus; como também nós lhe temos sacrificado desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui.    3Responderam-lhes, porém, Zorobabel e Jesuá e os outros chefes das casas paternas de Israel: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.    4Então o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e os inquietava, impedindo-os de edificar;    5e assalariaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, por todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até o reinado de Dario, rei da Pérsia.    6No reinado de Assuero, no princípio do seu reino, escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém.    7Também nos dias de Artaxerxes escreveram Bislão, Mitredate, Tabeel, e os companheiros destes, a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta foi escrita em caracteres aramaicos, e traduzida na língua aramaica.    8Reum, o comandante, e Sinsai, o escrivão, escreveram uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, do teor seguinte,    9isto é, escreveram Reum, o comandante, Sinsai, o escrivão, e os seus companheiros, os juízes, os governadores, os oficiais, os persas, os homens de Ereque, os babilônios, os susanquitas, isto é, os elamitas,    10e as demais nações que o grande e afamado Osnapar transportou, e que fez habitar na cidade de Samária e no restante da província dalém do Rio.    11Eis, pois, a cópia da carta que mandaram ao rei Artaxerxes: Teus servos, os homens de além do Rio, assim escrevem:    12Saiba o rei que os judeus que subiram de ti a nós foram a Jerusalém e estão reedificando aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros e reparando os seus fundamentos.    13Agora saiba o rei que, se aquela cidade for reedificada e os muros forem restaurados, eles não pagarão nem tributo, nem imposto, nem pedágio; e assim se danificará a fazenda dos reis.    14Agora, visto que comemos do sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei,    15para que se busque no livro das crônicas de teus pais; e acharás no livro das crônicas e saberás que aquela é uma cidade rebelde, e danosa a reis e províncias, e que nela houve rebelião em tempos antigos; por isso é que ela foi destruída.    16Nós, pois, estamos avisando ao rei que, se aquela cidade for reedificada e os seus muros forem restaurados, não terás porção alguma a oeste do Rio.    17Então o rei enviou esta resposta a Reum, o comandante, e a Sinsai, o escrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samária e no restante do país a oeste do Rio: 'Paz.    18A carta que nos enviastes foi claramente lida na minha presença.    19E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que desde tempos antigos aquela cidade se tem levantado contra os reis, e que nela se tem feito rebelião e sedição.    20E tem havido reis poderosos sobre Jerusalém, os quais dominavam igualmente toda a província dalém do Rio; e a eles se pagavam tributos, impostos e pedágio.    21Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não seja edificada aquela cidade até que eu dê ordem.    22E guardai-vos de serdes remissos nisto; não suceda que o dano cresça em prejuízo dos reis.    23Então, logo que a cópia da carta do rei Artaxerxes foi lida perante Reum e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, foram eles apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força e com violência.    24Então cessou a obra da casa de Deus, que estava em Jerusalém, ficando interrompida até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.   

Chapter 5

1Ora, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.    2Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de Deus, que os ajudavam.    3Naquele tempo vieram ter com eles Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, e assim lhes perguntaram: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?    4Ainda lhes perguntaram: Quais são os nomes dos homens que constroem este edifício?    5Os olhos do seu Deus, porém, estavam sobre os anciãos dos judeus, de modo que eles não os impediram, até que o negócio se comunicasse a Dario, e então chegasse resposta por carta sobre isso.    6A cópia da carta que Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, os governadores, que estavam deste lado do Rio, enviaram ao rei Dario;    7enviaram-lhe um relatório, no qual estava escrito: Ao rei Dario toda a paz.    8Saiba o rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e já a madeira está sendo posta nas paredes, e esta obra vai-se fazendo com diligência, e se adianta em suas mãos.    9Então perguntamos àqueles anciãos, falando-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?    10Além disso lhes perguntamos pelos seus nomes, para tos declararmos, isto é, para te escrevermos os nomes dos homens que entre eles são os chefes.    11E esta é a resposta que nos deram: Nós somos servos do Deus do céu e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada, a qual um grande rei de Israel edificou e acabou.    12Mas depois que nossos pais provocaram à ira o Deus do céu, ele os entregou na mão de Nabucodonozor, o caldeu, rei de Babilônia, o qual destruiu esta casa, e transportou o povo para Babilônia.    13Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro baixou decreto para que esta casa de Deus fosse reedificada.    14E até os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonozor tinha tomado do templo que estava em Jerusalém e levado para o templo de Babilônia, o rei Siro os tirou do templo de Babilônia, e eles foram entregues a um homem cujo nome era Sesbazar, a quem ele tinha constituído governador;    15e disse-lhe: Toma estes utensílios, vai, e leva-os para o templo que está em Jerusalém, e reedifique-se a casa de Deus no seu lugar.    16Então veio o dito Sesbazar, e lançou os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém; de então para cá ela vem sendo edificada, não estando ainda concluída.    17Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se nos arquivos reais, ali em Babilônia, para ver se é verdade haver um decreto do rei Ciro para se reedificar esta casa de Deus em Jerusalém, e sobre isto nos faça o rei saber a sua vontade.   

Chapter 6

1Então o rei Dario o decretou, e foi feita uma busca nos arquivos onde se guardavam os tesouros em Babilônia.    2E em Ecbatana, a capital, que está na província da Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim:    3No primeiro ano do rei Ciro, o rei Ciro baixou um decreto com respeito à casa de Deus em Jerusalém: Seja edificada a casa, o lugar em que se oferecem sacrifícios, e sejam os seus fundamentos bem firmes; a sua altura será de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados,    4com três carreiras de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará do tesouro do rei.    5Além disso sejam restituídos os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonozor tirou do templo em Jerusalém e levou para Babilônia, e que se tornem a levar para o templo em Jerusalém, cada um para o seu lugar, e tu os porás na casa de Deus.'    6Agora, pois, Tatenai, governador de além do Rio, Setar- Bozenai, e os vossos companheiros, os governadores, que estais além do Rio, retirai-vos desse lugar;    7deixai de impedir a obra desta casa de Deus; edifiquem o governador dos judeus e os seus anciãos esta casa de Deus no seu lugar.    8Além disso, por mim se decreta o que haveis de fazer para com esses anciãos dos judeus, para a edificação desta casa de Deus, a saber, que da fazenda do rei, dos tributos da província dalém do Rio, se pague prontamente a estes homens toda a despesa.    9Igualmente o que for necessário, como novilhos, carneiros e cordeiros, para holocaustos ao Deus do céu; também trigo, sal, vinho e azeite, segundo a palavra dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes isso de dia em dia sem falta;    10para que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus do céu, e orem pela vida do rei e de seus filhos.    11Também por mim se decreta que a todo homem que alterar este decreto, se arranque uma viga da sua casa e que ele seja pregado nela; e da sua casa se faça por isso um monturo.    12O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome derribe todos os reis e povos que estenderem a mão para alterar o decreto e para destruir esta casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario, baixei o decreto. Que com diligência se execute.    13Então Tatenai, o governador a oeste do Rio, Setar-Bozenai, e os seus companheiros executaram com toda a diligência o que mandara o rei Dario.    14Assim os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia de Ageu o profeta e de Zacarias, filho de Ido. Edificaram e acabaram a casa de acordo com o mandado do Deus de Israel, e de acordo com o decreto de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.    15E acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.    16E os filhos de Israel, os sacerdotes e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a dedicação desta casa de Deus com alegria.    17Ofereceram para a dedicação desta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros e quatrocentos cordeiros; e como oferta pelo pecado por todo o Israel, doze bodes, segundo o número das tribos de Israel.    18E puseram os sacerdotes nas suas divisões e os levitas nas suas turmas, para o serviço de Deus em Jerusalém, conforme o que está escrito no livro de Moisés.    19E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês.    20Pois os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos estavam limpos. E imolaram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.    21Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra para buscarem o Senhor, Deus de Israel;    22e celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com alegria; porque o Senhor os tinha alegrado, tendo mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa de Deus, o Deus de Israel.   

Chapter 7

1Ora, depois destas coisas, no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,    2filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube,    3filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote,    4filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui,    5filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote -    6este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.    7Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos netinins, no sétimo ano do rei Artaxerxes.    8No quinto mês Esdras chegou a Jerusalém, no sétimo ano deste rei.    9Pois no primeiro dia do primeiro mês ele partiu de Babilônia e no primeiro dia do quinto mês chegou a Jerusalém, graças à mão benéfica do seu Deus sobre ele.    10Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.    11Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu a Esdras, o sacerdote, o escriba instruído nas palavras dos mandamentos do Senhor e dos seus estatutos para Israel:    12Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu: Saudações.    13Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir a Jerusalém, vá contigo.    14Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para indagares a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme a lei do teu Deus, a qual está na tua mão;    15e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel cuja habitação está em Jerusalém,    16com toda a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, e com as ofertas voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente as oferecerem para a casa do seu Deus, que está em Jerusalem;    17portanto com toda a diligência comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, e cordeiros, com as suas ofertas de cereais e as suas ofertas de libações, e os oferecerás sobre o altar da casa do vosso Deus, que está em Jerusalém.    18Também o que a ti e a teus irmãos parecer bem fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Deus.    19Os vasos que te foram dados para o serviço da casa do teu Deus, entrega-os todos perante ele, o Deus de Jerusalém.    20E tudo o mais que for necessário para a casa do teu Deus, e que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei.    21E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros que estão na província dalém do Rio, que tudo quanto vos exigir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, prontamente se lhe conceda,    22até cem talentos de prata cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, e sal à vontade.    23Tudo quanto for ordenado pelo Deus do céu, isso precisamente se faça para a casa do Deus do céu; pois, por que haveria ira sobre o reino do rei e de seus filhos?    24Também vos notificamos acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netinins, e outros servos desta casa de Deus, que não será lícito exigir-lhes nem tributo, nem imposto, nem pedágio.    25E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, constitui magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está na província dalém do Rio, isto é, todos os que conhecem as leis do teu Deus; e ensina-as ao que não as conhece.    26E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, com zelo se lhe execute a justiça: quer seja morte, quer desterro, quer confiscação de bens, quer prisão.    27Bendito seja o Senhor Deus de nossos pais, que pôs no coração do rei este desejo de ornar a casa do Senhor, que está em Jerusalém;    28e que estendeu sobre mim a sua benevolência perante o rei e os seus conselheiros e perante todos os príncipes poderosos do rei. Assim encorajado pela mão do Senhor, meu Deus, que estava sobre mim, ajuntei dentre Israel alguns dos homens principais para subirem comigo.   

Chapter 8

1Estes, pois, são os chefes de suas casas paternas, e esta é a genealogia dos que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei Artaxerxes:    2Dos filhos de Finéias, Gérson; dos filhos de Itamar, Daniel; dos filhos de Davi, Hatus;    3dos filhos de Secanias, dos filhos de Parós, Zacarias; e com ele, segundo as genealogias dos varões, se contaram cento e cinqüenta;    4dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e com ele duzentos homens;    5dos filhos de Zatu, Secanias, o filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens;    6dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e com ele cinqüenta homens;    7dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e com ele setenta homens;    8dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e com ele oitenta homens; e    9dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e com ele duzentos e dezoito homens;    10dos filhos de Bani, Selomite, o filho de Josifias, e com ele cento e sessenta homens;    11dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai, e com ele vinte e oito homens;    12dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e com ele cento e dez homens;    13dos filhos de Adonicão, que eram os últimos, eis os seus nomes: Elifelete, Jeuel e Semaías, e com eles sessenta homens;    14e dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e com eles setenta homens.    15Ajuntei-os à margem do rio que corre para Ava; e ficamos ali acampados três dias. Então passei em revista o povo e os sacerdotes, e não achei ali nenhum dos filhos de Levi.    16Mandei, pois, chamar Eliézer, Ariel, Semaías, Elnatã, Jaribe, Elnatã, Natã, Zacarias e Mesulão, os chefes, como também, Joiaribe e Elnatã, que eram mestres.    17E os enviei a Ido, chefe em Casífia, e lhes pus na boca palavras para dizerem a Ido e aos seus irmãos, os netinins, em Casífia, que nos trouxessem ministros para a casa do nosso Deus.    18E, pela boa mão de nosso Deus sobre nós, trouxeram-nos um homem entendido, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de Israel; e Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito;    19e Hasabias, e com ele Jesaías, dos filhos de Merári, com seus irmãos e os filhos deles, vinte;    20e dos netinins, que Davi e os príncipes tinham dado para o serviço dos levitas, duzentos e vinte, todos eles mencionados por nome.    21Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda.    22Pois tive vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos dito ao rei: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu poder e a sua ira estão contra todos os que o deixam.    23Nós, pois, jejuamos, e pedimos isto ao nosso Deus; e ele atendeu às nossas orações.    24Então separei doze dos principais dentre os sacerdotes: Serebias e Hasabias, e com eles dez dos seus irmãos;    25e pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos, a oferta para a casa do nosso Deus, que o rei, os seus conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel que estava ali haviam oferecido;    26entreguei-lhes nas mãos seiscentos e cinqüenta talentos de prata, e em vasos de prata cem talentos; e cem talentos de ouro;    27e vinte taças de ouro no valor de mil dáricos, e dois vasos de bronze claro e brilhante, tão precioso como o ouro.    28E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e santos são estes vasos; como também esta prata e este ouro são ofertas voluntárias, oferecidas ao Senhor, Deus de vossos pais.    29Vigiai, pois, e guardai-os até que os peseis na presença dos principais dos sacerdotes e dos levitas, e dos príncipes das casas paternas de Israel, em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor.    30Então os sacerdotes e os levitas receberam o peso da prata, e do ouro, e dos vasos, a fim de os trazerem para Jerusalém, para a casa do nosso Deus.    31Então partimos do rio Ava, no dia doze do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e a mão do nosso Deus estava sobre nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e dos que nos armavam ciladas pelo caminho.    32Chegamos, pois, a Jerusalém, e repousamos ali três dias.    33No quarto dia se pesou a prata, e o ouro, e os vasos, na casa do nosso Deus, para as mãos de Meremote filho do sacerdote Urias; e com ele estava Eleazar, filho de Finéias, e com eles os levitas Jozabade, filho de Jesuá, e Noadias, filho de Binuí.    34Tudo foi entregue por número e peso; e o peso de tudo foi registrado na ocasião.    35Os exilados que tinham voltado do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros, e doze bodes em oferta pelo pecado; tudo em holocausto ao Senhor.    36Então entregaram os editos do rei aos sátrapas do rei, e aos governadores a oeste do Rio; e estes ajudaram o povo e a casa de Deus.   

Chapter 9

1Ora, logo que essas coisas foram terminadas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, das abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos epípcios e dos amorreus;    2pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos; de maneira que a raça santa se tem misturado com os povos de outras terras; e até os oficiais e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.    3Ouvindo eu isto, rasguei a minha túnica e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me sentei atônito.    4Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci sentado atônito até a oblação da tarde.    5A hora da oblação da tarde levantei-me da minha humilhação, e com a túnica e o manto rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos ao Senhor meu Deus,    6e disse: Ó meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar o meu rosto a ti, meu Deus; porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até o céu.    7Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje temos estado em grande culpa, e por causa das nossas iniqüidades fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, à rapina e à confusão do rosto, como hoje se vê.    8Agora, por um pequeno momento se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar um restante que escape, e para nos dar estabilidade no seu santo lugar, a fim de que o nosso Deus nos alumie os olhos, e nos dê um pouco de refrigério em nossa escravidão;    9pois somos escravos; contudo o nosso Deus não nos abandonou em nossa escravidão, mas estendeu sobre nós a sua benevolência perante os reis da Pérsia, para nos dar a vida, a fim de levantarmos a casa do nosso Deus e repararmos as suas assolações, e para nos dar um abrigo em Judá e em Jerusalém.    10Agora, ó nosso Deus, que diremos depois disto? Pois temos deixado os teus mandamentos,    11os quais ordenaste por intermédio de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que estais entrando para a possuir, é uma terra imunda pelas imundícias dos povos das terras, pelas abominações com que, na sua corrupção, a encheram duma extremidade à outra.    12Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre.    13E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniqüidades, e ainda nos deixaste este remanescente;    14tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse?    15Ó Senhor Deus de Israel, justo és, pois ficamos qual um restante que escapou, como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti em nossa culpa; e, por causa disto, ninguém há que possa subsistir na tua presença.   

Chapter 10

1Ora, enquanto Esdras orava e fazia confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a ele, de Israel, uma grande congregação de homens, mulheres, e crianças; pois o povo chorava amargamente.    2Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel.    3Agora, pois, façamos um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os que delas são nascidos, conforme o conselho do meu Senhor, e dos que tremem ao mandamento do nosso Deus; e faça-se conforme a lei.    4Levanta-te; pois a ti pertence este negócio, e nós somos contigo; tem bom ânimo, e faze-o.    5Então Esdras se levantou, e ajuramentou os principais dos sacerdotes, os levitas, e todo o Israel, de que fariam conforme esta palavra; e eles juraram.    6Em seguida Esdras se levantou de diante da casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de Eliasibe; e, chegando lá, não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da infidelidade dos do cativeiro.    7E fizeram passar pregão por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalem;    8e que todo aquele que dentro de três dias não viesse, segundo o conselho dos oficiais e dos anciãos, toda a sua fazenda se pusesse em interdito, e fosse ele excluído da congregação dos que voltaram do cativeiro.    9Pelo que todos os homens de Judá e de Benjamim dentro de três dias se ajuntaram em Jerusalém. Era o nono mês, aos vinte dias do mês; e todo o povo se assentou na praça diante da casa de Deus, tremendo por causa deste negócio e por causa das grandes chuvas.    10Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes transgredido, e casastes com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de Israel.    11Agora, pois, fazei confissão ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos das terras, e das mulheres estrangeiras.    12E toda a congregação respondeu em alta voz: Conforme as tuas palavras havemos de fazer.    13Porém o povo é muito; também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora. Isso não é obra de um dia nem de dois, pois somos muitos os que transgredimos neste negócio.    14Ponham-se os nossos oficiais por toda a congregação, e todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estrangeiras venham em tempos apontados, e com eles os anciãos e juízes de cada cidade, até que se desvie de nós o ardor da ira do nosso Deus no tocante a este negócio.    15(Somente Jônatas, filho de Asael, e Jazéias, filho de Ticvá, se opuseram a isso; e Mesulão, e Sabetai, o levita, os apoiaram.)    16Assim o fizeram os que tornaram do cativeiro: foram indicados o sacerdote Esdras e certos homens, cabeças de casas paternas, segundo as suas casas paternas, cada um designado por nome; e assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para averiguar este negócio.    17E no primeiro dia do primeiro mês acabaram de tratar de todos os homens que tinham casado com mulheres estrangeiras.    18Entre os filhos dos sacerdotes acharam-se estes que tinham casado com mulheres estrangeiras: dos filhos de Jesuá, filho de Jozadaque, e seus irmãos, Maaséias, Eliézer, Jaribe e Gedalias.    19E deram a sua mão, comprometendo-se a despedirem suas mulheres; e, achando-se culpados, ofereceram um carneiro do rebanho pela sua culpa.    20Dos filhos de Imer: Hanâni e Zebadias.    21Dos filhos de Harim: Maaséias, Elias, Semaías, Jeiel e Uzias.    22E dos filhos de Pasur: Elioenai, Maaséias, Ismael, Netanel, Jozabade e Elasa.    23Dos levitas: Jozabade, Simei, Quelaías (este é Quelita) , Petaías, Judá e Eliézer.    24Dos cantores: Eliasibe. Dos porteiros: Salum, Telem e îri.    25E de Israel, dos filhos de Parós: Ramias, Izias, Malquias, Miamim, Eleazar, Hasabias e Benaías.    26Dos filhos de Elão: Matanias, Zacarias, Jeiel, Abdi, Jerimote e Elias.    27Dos filhos de Zatu: Elioenai, Eliasibe, Matanias, Jerimote, Zabade e Aziza.    28Dos filhos de Bebai: Jeoanã, Hananias, Zabai e Atlai.    29Dos filhos de Bani: Mesulão, Maluque, Adaías, Jasube, Seal e Jerimote.    30Dos filhos de Paate-Moabe: Adná, Quelal, Benaías, Maaséias, Matanias, Bezaleel, Binuí e Manassés.    31Dos filhos de Harim: Eliézer, Issijá, Malquias, Semaías, Simeão,    32Benjamim, Maluque e Semarias.    33Dos filhos de Hasum: Matenai, Matatá, Zabade, Elifelete, Jeremai, Manassés e Simei.    34Dos filhos de Bani: Maadai, Anrão e Uel,    35Benaías, Bedéias, Queluí,    36Vanias, Meremote, Eliasibe,    37Matanias, Matenai e Jaasu.    38Dos filhos de Binuí: Simei,    39Selemias, Natã, Adaías,    40Macnadbai, Sasai, Sarai,    41Azarel, Selemias, Semarias,    42Salum, Amarias e José.    43Dos filhos de Nebo: Jeiel, Matitias, Zabade, Zebina, Jadai, Joel e Benaías.    44Todos estes tinham tomado mulheres estrangeiras; e se despediram das mulheres e dos filhos.   

Nehemiah

Chapter 1

1Palavras de Neemias, filho de Hacalias. Ora, sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a capital,    2que veio Hanâni, um de meus irmãos, com alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que tinham escapado e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.    3Eles me responderam: Os restantes que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande aflição e opróbrio; também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo.    4Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu,     5e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos:    6Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando eu os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai pecamos;     7na verdade temos procedido perversamente contra ti, e não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a teu servo Moisés.     8Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a teu servo Moisés, dizendo: Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos;     9mas se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.     10Eles são os teus servos e o teu povo, que resgataste com o teu grande poder e com a tua mão poderosa.     11Ó Senhor, que estejam atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que se deleitam em temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. (Era eu então copeiro do rei.)    

Chapter 2

1Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimos do rei Artaxerxes, quando o vinho estava posto diante dele, que eu apanhei o vinho e o dei ao rei. Ora, eu nunca estivera triste na sua presença.     2E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, visto que não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração. Então temi sobremaneira.     3e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não há de estar triste o meu rosto, estando na cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas pelo fogo?     4Então o rei me perguntou: Que me pedes agora? Orei, pois, ao Deus do céu,     5e disse ao rei: Se for do agrado do rei, e se teu servo tiver achado graça diante de ti, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.     6Então o rei, estando a rainha assentada junto a ele, me disse: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu certo prazo.     7Eu disse ainda ao rei: Se for do agrado do rei, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Rio, para que me permitam passar até que eu chegue a Judá;     8como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de que me dê madeira para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu Deus sobre mim.     9Então fui ter com os governadores dalém do Rio, e lhes entreguei as cartas do rei. Ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros.     10O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, ficaram extremamente agastados de que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.     11Cheguei, pois, a Jerusalém, e estive ali três dias.     12Então de noite me levantei, eu e uns poucos homens comigo; e não declarei a ninguém o que o meu deus pusera no coração para fazer por Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão aquele que eu montava.     13Assim saí de noite pela porta do vale, até a fonte do dragão, e até a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam demolidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.     14E passei adiante até a porta da fonte, e à piscina do rei; porém não havia lugar por onde pudesse passar o animal que eu montava.     15Ainda de noite subi pelo ribeiro, e contemplei o muro; e virando, entrei pela porta do vale, e assim voltei.     16E não souberam os magistrados aonde eu fora nem o que eu fazia; pois até então eu não havia declarado coisa alguma, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos demais que faziam a obra.     17Então eu lhes disse: Bem vedes vós o triste estado em que estamos, como Jerusalém está assolada, e as suas portas queimadas a fogo; vinde, pois, e edifiquemos o muro de Jerusalém, para que não estejamos mais em opróbrio.     18Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, e bem assim as palavras que o rei me tinha dito. Eles disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.     19O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?     20Então lhes respondi: O Deus do céu é que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos: mas vós não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém.    

Chapter 3

1Então se levantou Eliasibe, o sumo sacerdote, juntamente com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os batentes. Consagraram-na até a torre dos cem, até a torre de Henanel.     2E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.     3Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.     4Ao seu lado fez os reparos Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz; ao seu lado Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; ao seu lado Zadoque, filho de Baaná;    5ao lado destes repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o pescoço os serviço do Senhor.     6Joiada, filho de Paséia, e Mesulão, filho de Besodéias, repararam a porta velha, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes com seus ferrolhos e trancas.     7Junto deles fizeram os reparos Melatias, o gibeonita, e Jadom, o meronotita, homens de Gibeão e de Mizpá, que pertenciam ao domínio do governador dalém do Rio;     8ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém até o muro largo.     9Ao seu lado fez os reparos Refaías, filho de Hur, governador da metade do distrito de Jerusalém;     10ao seu lado Jedaías, filho de Harumafe, defronte de sua casa; ao seu lado Hatus, filho de Hasabnéias.     11Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de Paate-Moabe, repararam outra parte, como também a torre dos fornos;     12e ao seu lado Salum, filho de Haloés, governador da outra metade do distrito de Jerusalém, ele e as suas filhas.     13A porta do vale, repararam-na Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas, como também mil côvados de muro até a porto do monturo.     14A porta do monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, governador do distrito Bete-Haquerem; este a edificou, e lhe assentou os batentes com seus ferrolhos e trancas.     15A porta da fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hoze, governador do distrito de Mizpá; edificou-a e a cobriu, e lhe assentou os batentes, com seus ferrolhos e trancas; edificou também o muro da piscina de Selá, do jardim do rei, até os degraus que descem da cidade de Davi.     16Depois dele Neemias, filho de Azbuque, governador da metade do distrito de Bete-Zur, fez os reparos até defronte dos sepulcros de Davi, até a piscina artificial, e até a casa dos homens poderosos.     17Depois dele fizeram os reparos os levitas: Reum, filho de Bani, e ao seu lado, Hasabias, governador da metade do distrito de Queila, por seu distrito;     18depois dele seus irmãos, Bavai, filho de Henadade, governador da outra metade do distrito de Queila.     19Ao seu lado Ézer, filho de Jesuá, governador de Mizpá, reparou outra parte, defronte da subida para a casa das armas, no ângulo.     20Depois dele reparou Baruque, filho de Zabai, outra parte, desde o ângulo até a porta da casa de Eliasibe, o sumo sacerdote.     21Depois dele reparou Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz, outra parte, deste a porta da casa de Eliasibe até a extremidade da mesma.     22Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes que habitavam na campina;     23depois Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa.     24Depois dele reparou Binuí, filho de Henadade, outra porte, desde a casa de Azarias até o ângulo e até a esquina.     25Palal, filho de Uzai, reparou defronte do ângulo, e a torre que se projeta da casa real superior, que está junto ao átrio da guarda; depois dele Pedaías, filho de Parós.     26(Ora, os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até a torre que se projeta.)     27Depois repararam os tecoítas outra parte, defronte da grande torre que se projeta, e até o muro de Ofel.     28Para cima da porta dos cavalos fizeram os reparos os sacerdotes, cada um defronte da sua casa;     29depois dele Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa; e depois dele Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental.     30Depois dele repararam outra parte Hananias, filho de Selemias, e Hanum, o sexto filho de Zalafe. Depois dele reparou Mesulão, filho de Berequias, uma parte defronte da sua câmara.     31Depois dele reparou Malquias, um dos ourives, uma parte até a casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta da guarda, e até a câmara superior da esquina.     32E entre a câmara da esquina e a porta das ovelhas repararam os ourives e os mercadores.    

Chapter 4

1Ora, quando Sambalate ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira,indignou-se muito e escarneceu dos judeus;    2e falou na presença de seus irmãos e do exército de Samária, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas?    3Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita, que disse: Ainda que edifiquem,vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra.    4Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro.    5Não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores.    6Assim edificamos o muro; e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.    7Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, o amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo;    8e coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão    9Nós, porém, oramos ao nosso Deus, e pusemos guarda contra eles de dia e de noite.    10Então disse Judá: Desfalecem as forças dos carregadores, e há muito escombro; não poderemos edificar o muro.     11E os nossos inimigos disseram: Nada saberão nem verão, até que entremos no meio deles, e os matemos, e façamos cessar a obra.    12Mas sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram: De todos os lugares de onde moram subirão contra nós.    13Pelo que nos lugares baixos por detrás do muro e nos lugares abertos, dispus o povo segundo suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos.     14Olhei, levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.    15Quando os nossos inimigos souberam que nós tínhamos sido avisados, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um para a sua obra.    16Desde aquele dia metade dos meus moços trabalhavam na obra, e a outra metade empunhava as lanças, os escudos, os arcos, e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá.    17Os que estavam edificando o muro, e os carregadores que levavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a sua arma;    18e cada um dos edificadores trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam. E o que tocava a trombeta estava no meu lado.    19Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos separados no muro, longe uns dos outros;    20em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco. O nosso Deus pelejará por nós.    21Assim trabalhávamos na obra; e metade deles empunhava as lanças desde a subida da alva até o sair das estrelas.    22Também nesse tempo eu disse ao povo: Cada um com o seu moço pernoite em Jerusalém, para que de noite nos sirvam de guardas, e de dia trabalhem.    23Desta maneira nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me acompanhavam largávamos as nossas vestes; cada um ia com a arma à sua direita.    

Chapter 5

1Então se levantou um grande clamor do povo e de duas mulheres contra os judeus, seus irmãos.    2Pois havia alguns que diziam: Nós, nossos filhos e nossas filhas somos muitos; que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos.    3Também havia os que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas casas, para conseguirmos trigo durante esta fome.    4Havia ainda outros que diziam: Temos tomado dinheiro emprestado até para o tributo do rei sobre os nossos campos e as nossas vinhas.    5Ora, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como os filhos deles; e eis que estamos sujeitando nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo, pois outros têm os nossos campos e as nossas vinhas.    6Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei.    7Então consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles uma grande assembléia.    8E disse-lhes: Nós, segundo as nossas posses, temos resgatado os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações; e vós venderíeis os vossos irmãos, ou seriam vendidos a nós? Então se calaram, e não acharam o que responder.    9Disse mais: Não é bom o que fazeis; porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos povos, os nosso inimigos? 10Também eu, meus irmãos e meus moços lhes temos emprestado dinheiro e trigo. Deixemos, peço-vos este ganho.    11Restituí-lhes hoje os seus campos, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que deles tendes exigido.    12Então disseram: Nós lho restituiremos, e nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamando os sacerdotes, fi-los jurar que fariam conforme prometeram.    13Também sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus da sua casa e do seu trabalho todo homem que não cumprir esta promessa; assim mesmo seja ele sacudido e despojado. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a sua promessa.    14Além disso, desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até o anos trinta e dois do rei Artaxerxes, isto é, por doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.    15Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; e até os seus moços dominavam sobre o povo. Porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.    16Também eu prossegui na obra deste muro, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.    17Sentavam-se à minha mesa cento e cinqüenta homens dentre os judeus e os magistrados, além dos que vinham ter conosco dentre as nações que estavam ao redor de nós.    18Ora, o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também se preparavam aves e, de dez em dez dias, provisão de toda qualidade de vinho. Todavia, nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era pesada.    19Lembra-te de mim para teu bem, ó meu Deus, e de tudo quanto tenho feito em prol deste povo   

Chapter 6

1Quando Sambalate, Tobias e Gesem, o arábio, e o resto dos nossos inimigos souberam que eu já tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais,    2Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém, intentavam fazer-me mal.    3E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?    4Do mesmo modo mandaram dizer-se quatro vezes; e do mesmo modo lhes respondi.    5Então Sambalate, ainda pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta aberta na mão,    6na qual estava escrito: Entre as nações se ouviu, e Gesem o diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos, e por isso tu estás edificando o muro, e segundo se diz, queres fazer-te rei deles;    7e que constituíste profetas para proclamarem a respeito de ti em Jerusalém: Há rei em Judá. Ora, estas coisas chegarão aos ouvidos do rei; vem pois, agora e consultemos juntamente.    8Então mandei dizer-lhe: De tudo o que dizes, coisa nenhuma sucedeu, mas tu mesmo o inventas.    9Pois todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos hão de largar a obra, e não se efetuará. Mas agora, ó Deus, fortalece as minhas mãos.    10Fui à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel, que estava em recolhimento; e disse ele: Ajuntemo-nos na casa de Deus, dentro do templo, e fechemos as suas portas, pois virão matar-te; sim, de noite virão matar-te.    11Eu, porém, respondi: Um homem como eu fugiria? e quem há que, sendo tal como eu, possa entrar no templo e viver? De maneira nenhuma entrarei.    12E percebi que não era Deus que o enviara; mas ele pronunciou essa profecia contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o haviam subornado.    13Eles o subornaram para me atemorizar, a fim de que eu assim fizesse, e pecasse, para que tivessem de que me infamar, e assim vituperassem.     14Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias, e dos demais profetas que procuravam atemorizar-me.     15Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinqüenta e dois dias.     16Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus.    17Além disso, naqueles dias o nobres de Judá enviaram muitas cartas a Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles.     18Pois muitos em Judá estavam ligados a ele por juramento, por ser ele genro de Secanias, filho de Ará, e por haver seu filho Joanã casado com a filha de Mesulão, filho de Berequias.     19Também as boas ações dele contavam perante mim, e as minhas palavras transmitiam a ele. Tobias, pois, escrevia cartas para me atemorizar.    

Chapter 7

1Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas,    2pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos;     3e eu lhes disse: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa.     4Ora, a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco, e ainda as casa não estavam edificadas.    5Então o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que tinham subido primeiro e achei escrito nele o seguinte:     6Este são os filhos da província que subiram do cativeiro dentre os exilados, que Nabucodonozor, rei da Babilônia, transportara e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade,    7os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Azarias, Raamias, Naamâni, Mardoqueu, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o número dos homens do povo de Israel:    8foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois;    9os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois;    10os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e dois;    11os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, dois mil oitocentos e dezoito;     12os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro;     13os filhos de Zatu, oitocentos e quarenta e cinco;     14os filhos de Zacai, setecentos e sessenta;    15os filhos de Binuí, seiscentos e quarenta e oito;    16os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e oito;    17os filhos de Azgade, dois mil trezentos e vinte e dois;    18os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e sete;    19os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e sete;     20os filhos de Adim, seiscentos e cinqüenta e cinco;     21os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito;     22os filhos de Hasum, trezentos e vinte e oito;     23os filhos de Bezai, trezentos e vinte e quatro;     24os filhos de Harife, cento e doze;     25os filhos de Gibeão, noventa e cinco;     26os filhos de Belém e de Netofá, cento e oitenta e oito;     27os homens de Anatote, cento e vinte e oito;     28os homens de Bete-Azmavete, quarenta e dois;     29os homens de Quiriate-Jeriam, de Cefira, e de Beerote, setecentos e quarenta e três;     30os homens de Ramá e Gaba, seiscentos e vinte e um;     31os homens de Micmás, cento e vinte e dois;     32os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três;     33os homens do outro Nebo, cinqüenta e dois;     34os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro;     35os filhos de Harim, trezentos e vinte;     36os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco;     37os filhos de Lode, de hadide e de Ono, setecentos e vinte e um;     38os filhos de Senaá, três mil novecentos e trinta.    39Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três;     40os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois;     41os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete;     42os filhos de Harim, mil e dezessete;     43Os levitas: os filhos de Jesuá, de Cadmiel, dos filhos de Hodevá, setenta e quatro.    44Os cantores: os filhos de Asafe, cento e quarenta e oito.    45Os porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, cento e trinta e oito.    46Os netinis: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,    47os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,     48os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Salmai,     49os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os filhos de Gaar,    50os filhos de Recaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda,    51os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de Paséia,    52os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de Nefusesim,     53os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hacur,     54os filhos de Bazlite, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,    55os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,    56os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa,    57os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soforete, os filhos de Perida,    58os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,    59os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Paquerete-Hazebaim e os filhos de Amom.    60Todos os netinins e os filhos dos servos de Salomão, eram trezentos e noventa e dois.    61Estes foram os que subiram de Tel-Mela, Tel-Harsa, Querube, Adom, e Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e as sua linhagem eram de Israel:     62os filhos de Dalaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e quarenta e dois.    63E dos sacerdotes: os filhos de Hobaías, os filhos Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomara por mulher uma das filhas Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.     64Estes buscaram o seu registro entre os arrolados nos registros genealógicos, mas não foi encontrado; pelo que, tidos por imundos, foram excluídos do sacerdócio.    65E o governador lhes disse que não comesse das coisas sagradas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.    66Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil trezentos e sessenta;    67afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinham duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras.    68Os seus cavalos foram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;     69os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; e os seus jumentos, seis mil setecentos e vinte.     70Ora, alguns dos cabeças das casas paternas contribuíram para a obra. O governador deu para a tesouraria mil dários de ouro, cinqüenta bacias, e quinhentas e trinta vestes sacerdotais.    71E alguns dos cabeças das casas paternas deram para a tesouraria da obra vinte mil dáricos de ouro, e duas mil e duzentas minas de prata.    72O que o resto do povo deu foram vinte mil dáricos de ouro, duas mil minas de prata, e sessenta e sete vestes sacerdotais.    73Os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, alguns dentre o povo, os netinins e todo o Israel habitaram nas suas cidades. Quando chegou o sétimo mês, já se achavam os filhos de Israel nas suas cidades.   

Chapter 8

1Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel.    2E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.    3E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.    4Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.    5E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.    6Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo povo, levantando as mãos, respondeu: Amém! amém! E, inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.    7Também Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube; Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas explicavam ao povo a lei; e o povo estava em pé no seu lugar.    8Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura.    9E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.    10Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força.    11Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.    12Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas.    13Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei;    14e acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês;    15e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito.    16Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.    17E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo.    18E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo dia houve uma assembléia solene, segundo a ordenança.   

Chapter 9

1Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com terra sobre as cabeças.    2E os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniquidades de seus pais.    3E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus.    4Então Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenâni se puseram em pé sobre os degraus dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus.    5E os levitas Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em eternidade. Bendito seja o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda benção e louvor.    6Tu, só tu, és Senhor; tu fizeste o céu e o céu dos céus, juntamente com todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela existe, os mares e tudo quanto neles já, e tu os conservas a todos, e o exército do céu te adora.    7Tu és o Senhor, o Deus que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão;    8e achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele o pacto de que darias à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e tu cumpriste as tuas palavras, pois és justo.    9Também viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho;    10e o operaste sinais e prodígios contra Faraó; e contra todos os seus servos, e contra todo o povo da sua terra; pois sabias com que soberba eles os haviam tratado; e assim adquiriste renome, como hoje se vê.    11Fendente o mar diante deles, de modo que passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas impetuosas.    12Além disso tu os guiaste de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir.    13Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons estatutos e mandamentos;    14o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e lhes ordenaste mandamentos e estatutos e uma lei, por intermédio de teu servo Moisés.    15Do céu lhes deste pão quando tiveram fome, e da rocha fizeste brotar água quando tiveram sede; e lhes ordenaste que entrassem para possuir a terra que com juramento lhes havias prometido dar.    16Eles, porém, os nossos pais, se houveram soberbamente e endureceram a cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos,    17recusando ouvir-te e não se lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no meio deles; antes endureceram a cerviz e, na sua rebeldia, levantaram um chefe, a fim de voltarem para sua servidão. Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em beneficência, e não os abandonaste.    18Ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias,    19todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os abandonaste no deserto. A coluna de nuvem não se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir.    20Também lhes deste o teu bom espírito para os ensinar, e o teu maná não retiraste da tua boca, e água lhes deste quando tiveram sede.    21Sim, por quarenta anos os sustentaste no deserto; não lhes faltou coisa alguma; a sua roupa não envelheceu, e o seus pés não se incharam.    22Além disso lhes deste reinos e povos, que lhes repartiste em porções; assim eles possuíram a terra de Siom, a saber; a terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.    23Outrossim mulplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, e os introduziste na terra de que tinhas dito a seus pais que nela entrariam para a possuírem.    24Os filhos, pois, entraram e possuíram a terra; e abateste perante eles, os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste nas mãos, como também os seus reis, e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade.    25Tomaram cidades fortificadas e uma terra fértil, e possuíram casas cheias de toda sorte de coisas boas, cisternas cavadas, vinhas e olivais, e árvores frutíferas em abundância; comeram, pois, fartaram-se e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade.    26Não obstante foram desobedientes, e se rebelaram contra ti; lançaram a tua lei para trás das costas, e mataram os teus profetas que protestavam contra eles para que voltassem a ti; assim cometeram grandes provocações.    27Pelo que os entregaste nas mãos dos seus adversários, que os afligiram; mas no templo da sua angústia, quando eles clamaram a ti, tu os ouviste do céu; e segundo a multidão das tuas misericórdias lhes deste libertadores que os libertaram das mãos de seus adversários.    28Mas, tendo alcançado repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti,; portanto tu os deixavas nas mãos dos seus inimigos, de modo que estes dominassem sobre eles; todavia quando eles voltavam e clamavam a ti, tu os ouvias do céu, e segundo a tua misericórdia os livraste muitas vezes;     29e testemunhaste contra eles, para os fazerdes voltar para a tua lei; contudo eles se houveram soberbamente, e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais viverá o homem que os cumprir; viraram o ombro, endureceram a cerviz e não quiseram ouvir.    30Não obstante, por muitos anos os aturaste, e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito, por intermédio dos teus profetas; todavia eles não quiseram dar ouvidos; pelo que os entregaste nas mãos dos povos de outras terras.    31Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.    32Agora, pois, ó nosso Deus, Deus grande, poderoso e temível, que guardas o pacto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, a nossos reis, a nossos príncipes, a nossos sacerdotes, a nossos profetas, a nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até o dia de hoje.    33Tu, porém, és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, mas nós perversamente.    34Os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes, e os nossos pais não têm guardado a tua lei, nem têm dado ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, com que testificaste contra eles.    35Porque eles, no seu reino, na muita abundância de bens que lhes deste, na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, não te serviram, nem se converteram de suas más obras.    36Eis que hoje somo escravos; e quanto à terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos escravos nela.    37E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; também eles dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado como bem lhes apraz, e estamos em grande angústia.    38Contudo, por causa de tudo isso firmamos um pacto e o escrevemos; e selam-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.   

Chapter 10

1Os que selaram foram: Neemias, o governador, filho de Hacalias, Zedequias,    2Seraías, Azarias, Jeremias,    3Pasur, Amarias, Malquias,     4Hatus, Sebanias, Maluque,    5Harim, Meremote, Obadias,    6Daniel, Ginetom, Baruque,    7Mesulão, Abias, Miamim,    8Maazias, Bilgai e Semaías;estes foram os sacerdotes.    9E os levitas: Jesuá, filho de Azanias, Binuí, dos filhos de Henadade, Cadmiel,    10e seus irmãos, Sebanias, Hodias, Quelita, Pelaías, Hanã,    11Mica, Reobe, Hasabias,     12Zacur, Serebias, Sebanias,     13Hodias, Bani e Benínu.    14Os chefes do povo: Parós, Paate-Moabe, Elão, Zatu, Bani,    15Buni, Azgade, Bebai,    16Adonias, Bigvai, Adim,    17Ater, Ezequias, Azur,    18Hodias, Asum, Bezai,    19Harife, Anotote, Nobai,     20Magpias, Mesulão, Hezir,    21Mesezabel, Zadoque, Jadua,     22Pelatias, Hanã, Anaías,     23Oséias, Hananias, Ananías,     24Haloés, Pilá, Sobeque,     25Reum, Hasabna, Maaséias,     26Aías, Hanã, Anã,     27Maluque, Harim e Baaná.    28E o resto do povo, os sacerdotes, os porteiros, os cantores, os netinins, e todos os que se tinham separado dos povos de outras terras para seguir a lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os que tinham conhecimento e entendimento,    29aderiram a seus irmãos, os seus nobres, e convieram num juramento sob pena de maldição de que andariam na lei de Deus, a qual foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos;    30de que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos;    31de que, se os povos da terra trouxessem no dia de sábado qualquer mercadoria ou quaisquer cereais para venderem, nada lhes compraríamos no sábado, nem em dia santificado; e de que abriríamos mão do produto do sétimo ano e da cobrança nele de todas as dívidas.    32Também sobre nós impusemos ordenanças, obrigando-nos a dar a cada ano a terça parte dum siclo para o serviço da casa do nosso Deus;    33para os pães da proposição, para a contínua oferta de cereais, para o contínuo holocausto dos sábados e das luas novas, para as festas fixas, para as coisas sagradas, para as ofertas pelo pecado a fim de fazer expiação por Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.    34E nós, os sacerdotes, os levitas e o povo lançamos sortes acerca da oferta da lenha que havíamos de trazer à casa do nosso Deus, segundo as nossas casas paternas, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do Senhor nosso Deus, como está escrito na lei.    35Também nos obrigamos a trazer de ano em ano à casa do Senhor as primícias de todos os frutos de todas as árvores;    36e a trazer os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei, e os primogênitos das nossas manadas e dos nossos rebanhos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes que ministram na casa do nosso Deus;    37e as primícias da nossa mas, e as nossas ofertas alçadas, e o fruto de toda sorte de árvores, para as câmaras da casa de nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; pois eles, os levitas, recebem os dízimos em todas as cidades por onde temos lavoura.    38E o sacerdote, filho de Arão, deve estar com os levitas quando estes receberem os dízimos; e os levitas devem trazer o dízimo dos dízimos à casa do nosso Deus, para as câmaras, dentro da tesouraria.    39Pois os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas dos cereais, do mosto e do azeite para aquelas câmaras, em que estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores; e assim não negligenciarmos a casa do nosso Deus.   

Chapter 11

1Ora, os príncipes do povo habitaram em Jerusalém; e o restante do povo lançou sortes, para atirar um de cada dez que habitasse na santa cidade de Jerusalém, ficando nove nas outras cidades.    2E o povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereceram para habitar em Jerusalém.    3Estes, pois, são os chefes da província que habitaram em Jerusalém; porém nas cidades de Judá habitou cada um na sua possessão, nas suas cidades, a saber, Israel, os sacerdotes, os levitas, os netinins e os filhos dos servos de Salomão.    4E habitaram em Jerusalém alguns dos filhos de Judá e dos filhos de Benjamim. Dos filhos de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalelel, dos filhos de Pérez;    5e Maaséias, filho de Baruque, filho de Col-Hoze, filho de Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, filho de Silôni.    6Todos os filhos de Pérez que habitaram em Jerusalém foram quatrocentos e sessenta e oito homens valentes.    7São estes os filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Joede, filho de Pedaías, filho de Colaías, filho de Maaséias, filho de Itiel, filho de Jesaías.    8E depois dele Gabai, Salai, ...novecentos e vinte e oito.    9Joel, filho de Zicri, superintendente sobre eles; e Judá, filho de Senua, o segundo sobre a cidade.    10Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim,    11Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Altube, príncipe sobre a casa de Deus;    12e seus irmãos que faziam a obra da casa, oitocentos e vinte e dois; e Adaías, filho de Jeroão, filho de Pelalias, filho de Anzi, filho de Zacarias, filha de Pasur, filho de Malquias,    13e seus irmãos, cabeças de casas paternas, duzentos e quarenta e dois; e Amassai, filho de Azarel, filho de Aazai, filho de Mesilemote, filho de Imer,    14e os irmãos deles, homens valentes, cento e vinte e oito; e o superintendente sobre eles era Zabdiel, filho de Hagedolim.    15Dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, filho de Buni;    16Sabetai e Jozabade, dos cabeças dos levitas, presidiam o serviço externo da casa de Deus;    17Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe, o dirigente que iniciava as ações de graças na oração, e Baquebuquias, o segundo entre seus irmãos; depois Abda, filho de Samua, filho de Galal, filho de Jedútun.    18Todos os levitas na santa cidade foram duzentos e oitenta e quatro.    19Também os porteiros, Acube, Talmom, e seus irmãos, os guardas das portas, foram cento e sessenta e dois.    20O resto de Israel e dos sacerdotes e levitas, habitou em todas as cidades de Judá, cada um na sua herança.    21Os netinins, porém, habitaram em Ofel; e Ziá e Gispa presidiram sobre eles.    22O superintendente dos levitas em Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, dos filhos de Asafe, os cantores; ele estava encarregado do serviço da casa de Deus.    23Pois havia uma ordem da parte do rei acerca deles, e uma norma para os cantores, estabelecendo o dever de cada dia.    24E Petaías, filho de Mesezabel, dos filhos de Zerá, filho de Judá, estava às ordens do rei, em todos os negócios concernentes ao povo.    25E quanto às aldeias com os seus campos, alguns dos filhos de Judá habitaram em Quiriate-Arba e seus arrabaldes, em Dibom e seus arrabaldes, e em Jecabzeel e suas aldeias;    26em Jesuá, em Molada, em Bete-Pelete,    27Em Hazar-Sual, em Berseba e seus arrabaldes,    28em Ziclague, em Mecona e seus arrabaldes,    29em En-Rimom, em Zorá, em Jarmute,    30em Zanoa, em Adulão e suas aldeias, em Laquis e seus campos, e em Azeca e seus arrabaldes. Acamparam-se, pois, desde Berseba até o vale do Hinom.    31Os filhos de Benjamim também habitaram desde Geba em diante, em Micmás e Aíja, em Betel e seus arrabaldes,    32em Anatote, em Nobe, em Ananias,    33em Hazor, em Ramá, em Gitaim,    34em Hadide, em Zeboim, em Nebalate,    35em Lode, e em Ono, vale dos artífices.    36E dos levitas que habitavam em Judá, algumas turmas foram unidas a Benjamim.   

Chapter 12

1Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesuá: Seraías, Jeremias, Esdras,    2Amarias, Maluque, Hatus,    3Ido, Ginetói, Abias,    4Secanias, Reum, Meremote,    5Miamim, Maadias, Bilga,    6Semaías, Joiaribe, Jedaías,    7Salu, Amoque, Hilquias e Jedaías; estes foram os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos dias de Jesuá.    8E os levitas: Jesuá, Binuí, Cadmiel, Serebias, Judá, Matanias; este e seus irmãos dirigiam os louvores.    9E Baquebuquias e Uni, seus irmãos, estavam defronte deles segundo os seus cargos.    10Jesuá foi pai de Joiaquim, Joiaquim de Eliasibe, Eliasibe de Joiada,    11Joiada de Jonatã, e Jonatã de Jadua.    12E nos dias de Joiaquim foram sacerdotes, chefes das casas paternas: por Seraías, Meraías; por Jeremias, Hananias;    13por Esdras, Mesulão; por Amarias, Jeoanã;    14por Malúqui, Jonatã; por Sebanias, José;    15por Harim, Adná; por Meraiote, Helcai;    16por Ido, Zacarias; por Gineton, Mesulão;    17por Abias, Zicri; por Miniamim, por Moadias, Piltai;    18por Bilga, Samua; por Semaías, Jeonatã;    19por Joiaribe, Matenai; por Jedaías, Uzi;    20por Salai, Calai; por Amoque, Eber;    21por Hilquias, Hasabias; por Jedaías, Netanel.    22Nos dias de Eliasibe, Joiada, Joanã e Jadua foram inscritos, dos levitas, os chefes das casas paternas; e assim também os dos sacerdotes, no reinado de Dário, o persa.    23Os filhos de Levi, chefes de casas paternas, foram inscritos no livro das crônicas, até os dias de Joanã, filho de Eliasibe.    24Foram, pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serebias, Jesuá, filho de Cadmiel, e seus irmãos que ficavam defronte deles, turma contra turma, para louvarem e darem graças, segundo a ordem de Davi, homem de Deus.    25Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom, e Acube eram porteiros, e faziam a guarda junto aos celeiros das portas.    26Estes viveram nos dias de Joiaquim, filho de Jesuá, filho de Jozadaque, como também nos dias de Neemias, o governador, e do sacerdote Esdras, o escriba.    27Ora, na dedicação dos muros de Jerusalém buscaram os levitas de todos os lugares, para os trazerem a Jerusalém, a fim de celebrarem a dedicação com alegria e com ações de graças, e com canto, címbalos, alaúdes e harpas.    28Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém, como das aldeias do netofatitas;    29como também de Bete-Gilgal, e dos campos de Geba e Azmavete; pois os cantores tinham edificado para si aldeias ao redor de Jerusalém.    30E os sacerdotes e os levitas se purificaram, e purificaram o povo, as portas e o muro.    31Então fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro, e constituí duas grandes companhias para darem graças e andarem em procissão, uma das quais foi para a direita sobre o muro, em direção à porta do monturo;    32e após ela seguiam Hosaías, e a metade dos príncipes de Judá,    33e Azarias, Esdras, Mesulão,    34Judá, Benjamim, Semaías, e Jeremias;    35e dos filhos dos sacerdotes, levando trombetas, Zacarias, filho de Jonatã, filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe.    36e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanâni, com os instrumento musicais de Davi, homem de Deus; e Esdras, o escriba, ia adiante deles.    37À entrada da porta da fonte subiram diretamente as escadas da cidade de Davi onde começa a subida do muro, acima da casa de Davi, até a porta das águas a leste.    38A outra companhia dos que davam graças foi para a esquerda, seguindo-os eu com a metade do povo, sobre o muro, passando pela torre dos fornos até a muralha larga,    39e seguindo por cima da porta de Efraim, e da porta velha, e da porta dos peixes, e pela torre de Hananel, e a torre dos Cem até a porta das ovelhas; e pararam à porta da guarda.    40Assim as duas companhias dos que davam graças pararam na casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados que estavam comigo,     41e os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias, com trombetas,     42com também Maaséias, Semaías, Eleazar, Uzi, Jeoanã, Malquias, Elão, e Ézer; e os cantores cantavam, tendo Jezraías por dirigente.    43Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe.    44No mesmo dia foram nomeados homens sobre as câmaras do tesouro para as ofertas alçadas, as primícias e os dízimos, para nelas recolherem, dos campos, das cidades, os quinhões designados pela lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá se alegrava por estarem os sacerdotes e os levitas no seu posto,    45observando os preceitos do seu Deus, e os da purificação, como também o fizeram os cantores e porteiros, conforme a ordem de Davi e de seu filho Salomão.    46Pois desde a antigüidade, já nos dias de Davi e de Asafe, havia um chefe dos cantores, e havia cânticos de louvor e de ação de graça a Deus.    47Pelo que todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as suas porções destinadas aos levitas, e os levitas separavam as porções destinadas aos filhos de Arão.   

Chapter 13

1Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na assembléias de Deus;    2porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água, mas contra eles assalariaram Balaão para os amaldiçoar; contudo o nosso Deus converteu a maldição em benção.    3Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão mista.    4Ora, antes disto Eliasibe, sacerdote, encarregado das câmaras da casa de nosso Deus, se aparentara com Tobias,    5e lhe fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as ofertas alçadas para os sacerdotes.    6Mas durante todo este tempo não estava eu em Jerusalém, porque no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei da Babilônia, fui ter com o rei; mas a cabo de alguns dias pedi licença ao rei,    7e vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de Deus.    8Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara.    9Então, por minha ordem purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente com as ofertas de cereais e o incenso.    10Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo.    11Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto.    12Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite.    13E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos.    14Por isto, Deus meu, lembra-te de mim, e não risques as beneficências que eu tenho feito para a casa do meu Deus e para o serviço dela.    15Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos.    16E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém.    17Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado?    18Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado.    19E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.    20Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes.    21Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado.    22Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia.    23Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas;    24e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo.    25Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos.    26Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar.    27E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?    28Também um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.    29Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdocio, como tambem o pacto do sacerdocio e dos levitas.    30Assim os purifiquei de tudo que era estrangeiro, e determinei os cargos para os sacerdotes e para os levitas, cada um na sua função;    31como também o que diz respeito à oferta da lenha em tempos determinados, e bem assim às primícias. Lembra-te de mim, Deus meu, para o meu bem.   

Esther

Chapter 1

1Sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e seis províncias,    2que, estando o rei Assuero assentado no seu trono do seu reino em Susã, a capital,    3no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, estando assim perante ele o poder da Pérsia e da Média, os nobres e os oficiais das províncias.     4Nessa ocasião ostentou as riquezas do seu glorioso reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber cento e oitenta dias.     5E, acabado aqueles dias, deu o rei um banquete a todo povo que se achava em Susã, a capital, tanto a grandes como a pequenos, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.    6As cortinas eram de pano branco verde e azul celeste, atadas com cordões de linho fino e de púrpura a argola de prata e a colunas de mármore; os leitos eram de ouro e prata sobre um pavimento mosaico de pórfiro, de mármore, de madrepérola e de pedras preciosas.    7Dava-se de beber em copos de ouro, os quais eram diferentes uns dos outros; e havia vinho real em abundância, segundo a generosidade do rei.    8E bebiam como estava prescrito, sem constrangimento; pois o rei tinha ordenado a todos os oficiais do palácio que fizessem conforme a vontade de cada um.    9Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres no palácio do rei Assuero.    10Ao sétimo dia, o rei, estando já o seu coração alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigta, Abagta, Zétar e Carcás, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,    11que introduzissem à presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, pois era formosíssima.    12A rainha Vasti, porém, recusou atender à ordem do rei dada por intermédio dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e se inflamou de ira.    13Então perguntou o rei aos sábios que conheciam os tempos (pois assim se tratavam os negócios do rei, na presença de todos os que sabiam a lei e o direito;    14e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes da Pérsia e da Média, que viam o rosto do rei e ocupavam os primeiros assentos no reino)    15o que se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por não haver cumprido a ordem do rei Assuero dada por intermédio dos eunucos.    16Respondeu Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente contra o rei pecou a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes, e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.    17Pois o que a rainha fez chegará ao conhecimento de todas as mulheres, induzindo-as a desprezarem seus maridos quando se disser: O rei Assuero mandou que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, e ela não veio.    18E neste mesmo dia as princesas da Pérsia e da Média, sabendo do que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá muito desprezo e indignação.    19Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se entre as leis dos persas e dos medos para que não seja alterado, que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e dê o rei os seus direitos de rainha a outra que seja melhor do que ela.    20E quando o decreto que o rei baixar for publicado em todo o seu reino, grande como é, todas as mulheres darão honra a seus maridos, tanto aos nobres como aos humildes.    21Pareceu bem este conselho ao rei e aos príncipes; e o rei fez conforme a palavra de Memucã,    22enviando cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua, mandando que cada homem fosse senhor em sua casa, e que falasse segundo a língua de seu povo.    

Chapter 2

1Passadas estas coisas e aplacada a ira do rei Assuero, lembrou-se ele de Vasti, do que ela fizera e do que se decretara a seu respeito.    2Então disseram os servos do rei que lhe ministravam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.    3Ponha o rei em todas as províncias do seu reino oficiais que ajuntem todas as moças virgens e formosas em Susã, a capital, na casa das mulheres, sob a custódia de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e dêem-se-lhes os seus cosméticos.    4E a donzela que agradar ao rei seja rainha em lugar de Vasti. E isso pareceu bem ao rei; e ele assim fez.    5Havia então em Susã, a capital, certo judeu, benjamita, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis,    6que tinha sido levado de Jerusalém com os cativos que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, o qual nabucodonosor, rei de Babilônia, transportara.    7Criara ele Hadassa, isto é, Ester, filha de seu tio, pois não tinha ela nem pai nem mãe; e era donzela esbelta e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por filha.    8Tendo se divulgado a ordem do rei e o seu edito, e ajuntando-se muitas donzelas em Susã, a capital, sob a custódia de Hegai, levaram também Ester ao palácio do rei, à custódia de Hegai, guarda das mulheres.    9E a donzela gradou-lhe, e alcançou o favor dele; pelo que ele se apressou em dar-lhe os cosméticos e os devidos alimentos, como também sete donzelas escolhidas do palácio do rei; e a fez passar com as suas donzelas ao melhor lugar na casa das mulheres.    10Ester, porém, não tinha declarado o seu povo nem a sua parentela, pois Mardoqueu lhe tinha ordenado que não o declarasse.    11E cada dia Mardoqueu passeava diante do pátio da casa das mulheres, para lhe informar como Ester passava e do que lhe sucedia.    12Ora, quando chegava a vez de cada donzela vir ao Rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo prescrito para as mulheres, por doze meses (pois assim se cumpriam os dias de seus preparativos, a saber, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias e ungüentos em uso entre as mulheres);    13desta maneira vinha a donzela ao rei: dava-lhe tudo quanto ela quisesse para levar consigo da casa das mulheres para o palácio do rei;    14à tarde ela entrava, e pela manhã voltava para a segunda casa das mulheres, à custódia de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; ela não tornava mais ao rei, salvo se o rei desejasse, e fosse ela chamada por nome.    15Ora, quando chegou a vez de Ester, filha de Abiail, tio de mardoqueu, que a tomara por sua filha, para ir ao rei, coisa nenhuma pediu senão o que indicou Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. Mas Ester alcançava graça aos olhos de todos quantos a viam.    16Ester foi levada ao rei Assuero, ao palácio real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano de seu reinado.    17E o rei amou a Ester mais do que a todas mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e afez rainha em lugar de Vasti.    18Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era um banquete em honra de Ester; e concedeu alívio às províncias, e fez presentes com régia liberalidade.    19Quando pela segunda vez se ajuntavam as virgens, Mardoqueu estava sentado à porta do rei.    20Ester, porém, como Mardoqueu lhe ordenara, não tinha declarado a sua parentela nem o seu povo: porque obedecia as ordens de Mardoqueu como quando estava sendo criada em casa dele.    21Naqueles dias, estando Mardoqueu sentado à porta do rei, dois eunucos do rei, os guardas da porta, Bigtã e Teres, se indignaram e procuravam tirar a vida ao rei Assuero.    22E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, que revelou à rainha Ester; e Ester o disse ao rei em nome de Mardoqueu.    23Quando se investigou o negócio e se achou ser verdade, ambos foram enforcados; e isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.    

Chapter 3

1Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, e o exaltou, pondo-lhe o assento acima dos de todos os príncipes que estavam com ele.     2E todos os servos do rei que estavam à porta do rei se inclinavam e se prostravam perante Hamã, porque assim ordenara o rei a seu respeito: porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.    3Então os servos do rei que estavam à porta do rei disseram a Mardoqueu: Por que transgrides a ordem do rei?    4E sucedeu que, dizendo-lhe eles isso dia após dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se o procedimento de Mardoqueu seria tolerado; pois ele lhes tinha declarado que era judeu.    5Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor.    6Mas, achou pouco tirar a vida somente a Mardoqueu; porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu. Por esse motivo Hamã procurou destruir todos os judeus, o povo de Mardoqueu, que havia em todo o reino de Assuero.    7No primeiro mês, que é o mês de nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, para cada dia e para mês, até o duodécimo, que é o mês de adar.     8E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumprem as leis do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo.     9Se bem parecer ao rei, decrete-se que seja destruído; e eu pagarei dez mil talentos de prata aos encarregados dos negócios do rei, para os recolherem ao tesouro do rei.     10Então o rei tirou do seu dedo o anel, e o deu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o inimigo dos judeus;    11e disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada, como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos.     12Então foram chamados os secretários do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo e, conforme tudo, quando Hamã ordenou, se escreveu aos sátrapas do rei, e aos governadores que havia sobre todas as províncias, e aos príncipes de todos os povos; a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.     13Entiaram-se as cartas pelos correios a todas províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e para que lhes saqueassem os bens.     14Uma cópia do documento havia de ser publicada como decreto em cada província, para que todos os povos estivessem preparados para aquele dia.     15Os correios saíram às pressas segundo a ordem do rei, e o decreto foi proclamado em Susã, a capital. Então, o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa.   

Chapter 4

1Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, vestiu-se de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, clamando com grande e amargo clamor;    2e chegou até diante da porta do rei, pois ninguém vestido de saco podia entrar elas portas do rei.    3Em todas as províncias aonde chegava a ordem do rei, e o seu decreto, havia entre os judeus grande pranto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em saco e em cinza.     4Quando vieram as moças de Ester e os eunucos lho fizeram saber, a rainha muito se entristeceu; e enviou roupa para Mardoqueu, a fim de que, despindo-lhe o saco, lha vestissem; ele, porém, não a aceitou.     5Então Ester mandou chamar Hataque, um dos eunucos do rei, que este havia designado para a servir, e o mandou ir ter com Mardoqueu para saber que era aquilo, e por que era.     6Hataque, pois, saiu a ter com Mardoqueu à praça da cidade, diante da porta do rei;    7e Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido, como também a soma exata do dinheiro que Hamã prometera pagar ao tesouro do rei pela destruição dos judeus.     8Também lhe deu a cópia do decreto escrito que se publicara em susã para os destruir, para que a mostrasse a Ester, e lha explicasse, ordenando-lhe que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia e lhe fizesse súplica ao seu povo.     9Veio, pois, Hataque, e referiu a Ester as palavras de Mardoqueu.     10Então falou Ester a Hataque, mandando-o dizer a Mardoqueu:    11Todos os servos do rei, e o povo das províncias do rei, bem sabem que, para todo homem ou mulher que entrar à presença do rei no pátio interior sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, a menos que o rei estenda para ele o cetro de ouro, para que viva; mas eu já há trinta dias não sou chamada para entrar a ter com o rei.     12E referiram a Mardoqueu as palavras de Ester.     13Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares no palácio do rei, terás mais sorte para escapar do que todos os outros judeus.     14Pois, se de todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?    15De novo Ester mandou-os responder a Mardoqueu:    16Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci.     17Então Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenara.   

Chapter 5

1Ao terceiro dia Ester se vestiu de trajes reais, e se pôs no pátio interior do palácio do rei, defronte da sala do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono, na sala real, defronte da entrada.     2E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que estava em pé no pátio, ela alcançou favor dele; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro que tinha na sua mão. Ester, pois, chegou-se e tocou na ponta do cetro.     3Então o rei lhe disse: O que é, rainha Ester? qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.     4Ester respondeu: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que tenho preparado para o rei.     5Então disse o rei: Fazei Hamã apressar-se para que se cumpra a vontade de Ester. Vieram, pois, o rei e Hamã ao banquete que Ester tinha preparado.     6De novo disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? e se te dará, ainda que seja metade do reino.     7Ester respondeu, dizendo; Eis a minha petição e o meu rogo:    8Se tenho alcançado favor do rei, e se parecer bem ao rei concerder-me a minha petição e cumprir o meu rogo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei.     9Então naquele dia Hamã saiu alegre e de bom ânimo; porém, vendo Mardoqueu à porta do rei, e que ele não se levantava nem tremia diante dele, Hamã se encheu de furor contra Mardoqueu.     10Contudo Hamã se refreou, e foi para casa; enviou e mandou vir os seus amigos, e Zéres, sua mulher.     11E contou-lhes Hamã a glória de suas riquezas, a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o havia exaltado sobre os príncipes e servos do rei.     12E acrescentou: Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que preparou, senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o rei.     13Todavia tudo isso não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu sentado à porta do rei.     14Então lhe disseram Zéres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinquenta côvados de altura, e pela manhã dize ao rei que nela seja enforcado Mardoqueu; e então entra alegre com o rei para o banquete. E este conselho agradou a Hamã, que mandou fazer a forca.   

Chapter 6

1Naquela mesma noite fugiu do rei o sono; então ele mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do rei.     2E achou-se escrito que Mardoqueu tinha denunciado Bigtã e Teres, dois dos eunucos do rei, guardas da porta, que tinham procurado tirar a vida ao rei Assuero.     3E o rei perguntou: Que honra, ou dignidade, foi conferida a Mardoqueu por Isso? Responderam os moços do rei que o serviam: Coisa nenhuma se lhe fez.     4Então disse o rei: Quem está no pátio? Ora, Hamã acabara de entrar no pátio exterior do palácio real para falar com o rei, a fim de que se enforcasse Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado.     5E os servos do rei lhe responderam: Eis que Hamã está esperando no pátio. E disse o rei que entrasse.     6Hamã, pois, entrou. Perguntou-lhe o rei: Que se fará ao homem a quem o rei se agrada honrar? Então Hamã disse consigo mesmo: A quem se agradaria o rei honrar mais do que a mim?    7Pelo que disse Hamã ao rei: Para o homem a quem o rei se agrada honrar,    8sejam trazidos trajes reais que o rei tenha usado, e o cavalo em que o rei costuma andar, e ponha-se-lhe na cabeça uma coroa real;    9sejam entregues os trajes e o cavalo à mão dum dos príncipes mais nobres do rei, e vistam deles aquele homem a quem o rei se agrada honrar, e façam-no andar montado pela praça da cidade, e proclamem diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei se agrada honrar!    10Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma os trajes e o cavalo como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está sentado à porta do rei; e não deixes falhar coisa alguma de tudo quanto disseste.     11Hamã, pois, tomou os trajes e o cavalo e vestiu a Mardoqueu, e o fez andar montado pela praça da cidade, e proclamou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei se agrada honrar!    12Depois disto Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se recolheu a toda pressa para sua casa, lamentando-se e de cabeça coberta.     13E contou Hamã a Zerés, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então os seus sábios e Zerés, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da linhagem dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele.     14Enquanto estes ainda falavam com ele, chegaram os eunucos do rei, e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.   

Chapter 7

1Entraram, pois, o rei e Hamã para se banquetearem com a rainha Ester.     2Ainda outra vez disse o rei a Ester, no segundo dia, durante o banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? Até metade do reino se te dará.     3Então respondeu a rainha Ester, e disse: Ó rei! se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo;    4porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do rei.     5Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é e onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?    6Respondeu Ester: Um adversário e inimigo, este perverso Hamã! Então Hamã ficou aterrorizado perante o rei e a rainha.     7E o rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho e entrou no jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar à rainha Ester pela sua vida, porque viu que já o mal lhe estava determinado pelo rei.     8Ora, o rei voltou do jardim do palácio à sala do banquete do vinho; e Hamã havia caído prostrado sobre o leito em que estava Ester. Então disse o rei: Porventura quereria ele também violar a rainha perante mim na minha própria casa? Ao sair essa palavra da boca do rei, cobriram a Hamã o rosto.     9Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam diante do rei: Eis que a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para Mardoqueu, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então disse o rei: Enforcai-o nela.     10Enforcaram-no, pois, na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu. Então o furor do rei se aplacou.   

Chapter 8

1Naquele mesmo dia deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, o inimigo dos judeus. E Mardoqueu apresentou-se perante o rei, pois Ester tinha declarado o que ele era.     2O rei tirou o seu anel que ele havia tomado a Hamã, e o deu a Mardoqueu. E Ester encarregou Mardoqueu da casa de Hamã.     3Tornou Ester a falar perante o rei e, lançando-se-lhe aos pés, com lágrimas suplicou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o intento que este projetara contra os judeus.     4Então o rei estendeu para Ester o cetro de ouro. Ester, pois, levantou-se e, pondo-se em pé diante do rei,    5disse: Se parecer bem ao rei, e se eu tenho alcançado o seu favor, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado, escreva-se que se revoguem as cartas concebidas por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para destruir os judeus que há em todas as províncias do rei.     6Pois como poderei ver a calamidade que sobrevirá ao meu povo? ou como poderei ver a destruição da minha parentela?    7Então disse o rei Assuero à rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele enforcaram, porquanto estenderá as mãos contra os judeus.     8Escrevei vós também a respeito dos judeus, em nome do rei, como vos parecer bem, e selai-o com o anel do rei; pois um documento escrito em nome do rei e selado com o anel do rei não se pode revogar.     9Então foram chamados os secretários do rei naquele mesmo tempo, no terceiro mês, que é o mês de sivã, no vigésimo terceiro dia; e se escreveu conforme tudo quanto Mardoqueu ordenou a respeito dos judeus, aos sátrapas, aos governadores e aos príncipes das províncias, que se estendem da Índia até a Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo conforme a sua língua; como também aos judeus segundo o seu modo de escrever e conforme a tua língua.     10Mardoqueu escreveu as cartas em nome do rei Assuero e, selando-as com anel do rei, enviou-as pela mão dos correios montados, que cavalgavam sobre ginetes que se usavam no serviço real e que eram da coudelaria do rei.     11Nestas cartas o rei concedia aos judeus que havia em cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, matarem e esterminarem todas as forças do povo e da província que os quisessem assaltar, juntamente com os seus pequeninos e as suas mulheres, e que saqueassem os seus bens,    12num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, do dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar.     13E uma cópia da carta, que seria divulgada como decreto em todas as províncias, foi publicada entre todos os povos, para que os judeus estivessem preparados para aquele dia, a fim de se vingarem de seus inimigos.     14Partiram, pois, os correios montados em ginetes que se usavam no serviço real, apressados e impelidos pela ordem do rei; e foi proclamado o decreto em Susã, a capital.     15Então Mardoqueu saiu da presença do rei, vestido de um traje real azul celeste e branco, trazendo uma grande coroa de ouro, e um manto de linho fino e de púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou.     16E para os judeus houve luz e alegria, gozo e honra.     17Também em toda a província, e em toda cidade, aonde chegava a ordem do rei ao seu decreto, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e festas; e muitos, dentre os povos da terra, se fizeram judeus, pois o medo dos judeus tinha caído sobre eles.   

Chapter 9

1Ora, no duodécimo mês que é o mês de adar, no dia treze do mês, em que a ordem do rei e o seu decreto estavam para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorar-se deles, sucedeu o contrário, de modo que os judeus foram os que se assenhorearam do que os odiavam.     2Ajuntaram-se, pois os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles povos.     3E todos os príncipes das províncias, os sátrapas, os governadores e os que executavam os negócios do rei auxiliavam aos judeus, porque tinha caído sobre eles o medo de Mardoqueu.    4Pois Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama se espalhava por todas as províncias, porque o homem ia se tornando cada vez mais poderoso.    5Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos a golpes de espada, matando-os e destruindo-os; e aos que os odiavam trataram como quiseram.     6E em Susã, a capital, os judeus mataram e destruíram quinhentos homens;    7como também mataram Parsandata, Dalfom, Aspata,    8Porata, Adalia, Aridata,    9Parmasta, Arisai, Aridai e Vaizata,    10os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus; porém ao despojo não estederam a mão.     11Nesse mesmo dia veio ao conhecimento do rei o número dos mortos em Susã, a capital.     12E disse o rei à rainha Ester: Em Susã, a capital, os judeus mataram e destruíram quinhentos homens e os dez filhos de Hamã; que não teriam feito nas demais províncias do rei? Agora, qual é a tua petição? e te será concedida; e qual é ainda o teu rogo? e atender-se-á.     13Respondeu Ester: Se parecer bem ao rei, conceda aos judeus se acham em Susã que façam ainda amanhã conforme o decreto de hoje; e que os dez filhos de Hamã sejam pendurados na forca.     14Então o rei mandou que assim se fizesse; e foi publicado em edito em Susã, e os dez filhos de Hamã foram dependurados.     15Os judeus que se achavam em Susã reuniram-se também no dia catorze do mês de adar, e mataram em Susã trezentos homens; porém ao despojo não estenderam a mão.     16Da mesma sorte os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram em defesa das suas vidas, e tiveram repouso dos seus inimigos, matando dos que os odiavam setenta e cinco mil; porém ao despojo não estenderam a mão.     17Sucedeu isso no dia treze do mês de adar e no dia catorze descansaram, e o fizeram dia de banquetes e de alegria.     18Mas os judeus que se achavam em Susã se ajuntaram no dia treze como também no dia catorze; e descansaram no dia quinze, fazendo-o dia de banquetes e de alegria.     19Portanto os judeus das aldeias, que habitam nas cidades não muradas, fazem do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes, e de festas, e dia de mandarem porções escolhidas uns aos outros.     20mardoqueu escreveu estas coisas, e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe,    21ordenando-lhes que guardassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos,    22como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o mês em que se lhes mudou a tristeza em alegria, e o pranto em dia de festa, a fim de que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções escolhidas uns aos outros, e dádivas aos pobres.     23E os judeus se comprometeram a fazer como já tinham começado, e como Mardoqueu lhes tinha escrito;    24porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus, e tinha lançado Pur, isto é, a sorte, para os assolar e destruir;    25mas quando isto veio perante o rei, ordenou ele por cartas que o mau intento que Hamã formara contra os judeus recaísse sobre a sua cabeça, e que ele e seus filhos fossem pendurados na forca.     26Por isso aqueles dias se chamaram Purim, segundo o nome Pur. portanto, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que tinham testemunhado nesse sentido, e do que lhes havia sucedido,    27os judeus concordaram e se comprometeram por si, sua descendência, e por todos os que haviam de unir-se com eles, a não deixarem de guardar estes dois dias, conforme o que se escreveras a respeito deles, e segundo o seu tempo determinado, todos os anos;    28e a fazerem com que esses dias fossem lembrados e guardados por toda geração, família, província e cidade; e que esses dias de Purim não fossem revogados entre os judeus, e que a memória deles nunca perecesse dentre a sua descendência.     29Então a rainha Ester, filha de Abiail, e o judeu Mardoqueu escreveram cartas com toda a autoridade para confirmar esta segunda carta a respeito de Purim,    30e enviaram-nas a todos os judeus, às cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras de paz e de verdade,    31para confirmar esses dias de Purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mardoqueu e a rainha Ester lhes tinham ordenado, e como eles se haviam obrigado por si e pela sua descendência no tocante a seus jejuns e suas lamentações.     32A ordem de Ester confirmou o que dizia respeito ao Purim; e foi isso registrado nos anais.   

Chapter 10

1O rei Assuero impôs tributo à terra e às ilhas do mar.     2Quanto a todos os atos do seu poder e do seu valor, e a narrativa completa da grandeza de Mardoqueu, com que o rei o exaltou, porventura não estão eles escritos no livro dos anais dos reis da Média e da Pérsia?    3Pois o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande entre os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, porque procurava o bem-estar do seu povo, e falava pela paz de toda sua nação.    

Job

Chapter 1

1Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal.    2Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.    3Possuía ele sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas, tendo também muitíssima gente ao seu serviço; de modo que este homem era o maior de todos os do Oriente.    4Iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs para comerem e beberem com eles.    5E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.    6Ora, chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.    7O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.    8Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?    9Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde?    10Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra.    11Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face!    12Ao que disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.    13Certo dia, quando seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho em casa do irmão mais velho,    14veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;    15e deram sobre eles os sabeus, e os tomaram; mataram os moços ao fio da espada, e só eu escapei para trazer-te a nova.    16Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e so eu escapei para trazer-te a nova.    17Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Os caldeus, dividindo-se em três bandos, deram sobre os camelos e os tomaram; e mataram os moços ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.    18Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho;    19e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto, deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.    20Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou;    21e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.    22Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.   

Chapter 2

1Chegou outra vez o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor; e veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.    2Então o Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? Respondeu Satanás ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.    3Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.    4Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.    5Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de ti na tua face!    6Disse, pois, o Senhor a Satanás: Eis que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida.    7Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça.    8E Jó, tomando um caco para com ele se raspar, sentou-se no meio da cinza.    9Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre.    10Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.    11Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo esse mal que lhe havia sucedido, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, Bildade o suíta e Zofar o naamatita; pois tinham combinado para virem condoer- se dele e consolá-lo.    12E, levantando de longe os olhos e não o reconhecendo, choraram em alta voz; e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó para o ar sobre as suas cabeças.    13E ficaram sentados com ele na terra sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.   

Chapter 3

1Depois disso abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.    2E Jó falou, dizendo:    3Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: Foi concebido um homem!    4Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.    5Reclamem-no para si as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; espante-o tudo o que escurece o dia.    6Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses.    7Ah! que estéril seja aquela noite, e nela não entre voz de regozijo.    8Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam os dias, que são peritos em suscitar o leviatã.    9As estrelas da alva se lhe escureçam; espere ela em vão a luz, e não veja as pálpebras da manhã;    10porquanto não fechou as portas do ventre de minha mãe, nem escondeu dos meus olhos a aflição.    11Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à luz?    12Por que me receberam os joelhos? e por que os seios, para que eu mamasse?    13Pois agora eu estaria deitado e quieto; teria dormido e estaria em repouso,    14com os reis e conselheiros da terra, que reedificavam ruínas para si,    15ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;    16ou, como aborto oculto, eu não teria existido, como as crianças que nunca viram a luz.    17Ali os ímpios cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.    18Ali os presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator.    19O pequeno e o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor.    20Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma;    21que anelam pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros escondidos;    22que muito se regozijam e exultam, quando acham a sepultura?    23Sim, por que se concede luz ao homem cujo caminho está escondido, e a quem Deus cercou de todos os lados?    24Pois em lugar de meu pão vem o meu suspiro, e os meus gemidos se derramam como água.    25Porque aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece.    26Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso; mas vem a perturbação.   

Chapter 4

1Então respondeu Elifaz, o temanita, e disse:    2Se alguém intentar falar-te, enfadarte-ás? Mas quem poderá conter as palavras?    3Eis que tens ensinado a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas.    4As tuas palavras têm sustentado aos que cambaleavam, e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.    5Mas agora que se trata de ti, te enfadas; e, tocando-te a ti, te desanimas.    6Porventura não está a tua confiança no teu temor de Deus, e a tua esperança na integridade dos teus caminhos?    7Lembra-te agora disto: qual o inocente que jamais pereceu? E onde foram os retos destruídos?    8Conforme tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam o mesmo.    9Pelo sopro de Deus perecem, e pela rajada da sua ira são consumidos.    10Cessa o rugido do leão, e a voz do leão feroz; os dentes dos leõezinhos se quebram.    11Perece o leão velho por falta de presa, e os filhotes da leoa andam dispersos.    12Ora, uma palavra se me disse em segredo, e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.    13Entre pensamentos nascidos de visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo,    14sobrevieram-me o espanto e o tremor, que fizeram estremecer todos os meus ossos.    15Então um espírito passou por diante de mim; arrepiaram-se os cabelos do meu corpo.    16Parou ele, mas não pude discernir a sua aparencia; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, então ouvi uma voz que dizia:    17Pode o homem mortal ser justo diante de Deus? Pode o varão ser puro diante do seu Criador?    18Eis que Deus não confia nos seus servos, e até a seus anjos atribui loucura;    19quanto mais aos que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e que são esmagados pela traça!    20Entre a manhã e a tarde são destruidos; perecem para sempre sem que disso se faça caso.    21Se dentro deles é arrancada a corda da sua tenda, porventura não morrem, e isso sem atingir a sabedoria?   

Chapter 5

1Chama agora; há alguém que te responda; E a qual dentre os entes santos te dirigirás?    2Pois a dor destrói o louco, e a inveja mata o tolo.    3Bem vi eu o louco lançar raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação:    4Seus filhos estão longe da segurança, e são pisados nas portas, e não há quem os livre.    5A sua messe é devorada pelo faminto, que até dentre os espinhos a tira; e o laço abre as fauces para a fazenda deles.    6Porque a aflição não procede do pó, nem a tribulação brota da terra;    7mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima.    8Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a Deus entregaria a minha causa;    9o qual faz coisas grandes e inescrutáveis, maravilhas sem número.    10Ele derrama a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos.    11Ele põe num lugar alto os abatidos; e os que choram são exaltados à segurança.    12Ele frustra as maquinações dos astutos, de modo que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito.    13Ele apanha os sábios na sua própria astúcia, e o conselho dos perversos se precipita.    14Eles de dia encontram as trevas, e ao meio-dia andam às apalpadelas, como de noite.    15Mas Deus livra o necessitado da espada da boca deles, e da mão do poderoso.    16Assim há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a boca.    17Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.    18Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.    19Em seis angústias te livrará, e em sete o mal não te tocará.    20Na fome te livrará da morte, e na guerra do poder da espada.    21Do açoite da língua estarás abrigado, e não temerás a assolação, quando chegar.    22Da assolação e da fome te rirás, e dos animais da terra não terás medo.    23Pois até com as pedras do campo terás a tua aliança, e as feras do campo estarão em paz contigo.    24Saberás que a tua tenda está em paz; visitarás o teu rebanho, e nada te faltará.    25Também saberás que se multiplicará a tua descendência e a tua posteridade como a erva da terra.    26Em boa velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.    27Eis que isso já o havemos inquirido, e assim o é; ouve-o, e conhece-o para teu bem.   

Chapter 6

1Então Jó, respondendo, disse:    2Oxalá de fato se pesasse a minhá magoa, e juntamente na balança se pusesse a minha calamidade!    3Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido temerárias.    4Porque as flechas do Todo-Poderoso se cravaram em mim, e o meu espírito suga o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.    5Zurrará o asno montês quando tiver erva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?:    6Pode se comer sem sal o que é insípido? Ou há gosto na clara do ovo?    7Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são para mim qual comida repugnante.    8Quem dera que se cumprisse o meu rogo, e que Deus me desse o que anelo!    9que fosse do agrado de Deus esmagar-me; que soltasse a sua mão, e me exterminasse!    10Isto ainda seria a minha consolação, e exultaria na dor que não me poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo.    11Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que me porte com paciência?    12É a minha força a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?    13Na verdade não há em mim socorro nenhum. Não me desamparou todo o auxílio eficaz?    14Ao que desfalece devia o amigo mostrar compaixão; mesmo ao que abandona o temor do Todo-Poderoso.    15Meus irmãos houveram-se aleivosamente, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,    16os quais se turvam com o gelo, e neles se esconde a neve;    17no tempo do calor vão minguando; e quando o calor vem, desaparecem do seu lugar.    18As caravanas se desviam do seu curso; sobem ao deserto, e perecem.    19As caravanas de Tema olham; os viandantes de Sabá por eles esperam.    20Ficam envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem.    21Agora, pois, tais vos tornastes para mim; vedes a minha calamidade e temeis.    22Acaso disse eu: Dai-me um presente? Ou: Fazei-me uma oferta de vossos bens?    23Ou: Livrai-me das mãos do adversário? Ou: Resgatai-me das mãos dos opressores ?    24Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.    25Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o que a vossa argüição reprova?    26Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?    27Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.    28Agora, pois, por favor, olhai para, mim; porque de certo à vossa face não mentirei.    29Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça; sim, mudai de parecer, que a minha causa é justa.    30Há iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?   

Chapter 7

1Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?    2Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,    3assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.    4Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.    5A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.    6Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança.    7Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem.    8Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.    9Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir.    10Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar o conhecerá mais.    11Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.    12Sou eu o mar, ou um monstro marinho, para que me ponhas uma guarda?    13Quando digo: Confortar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha queixa,    14então me espantas com sonhos, e com visões me atemorizas;    15de modo que eu escolheria antes a estrangulação, e a morte do que estes meus ossos.    16A minha vida abomino; não quero viver para sempre; retira-te de mim, pois os meus dias são vaidade.    17Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento,    18e cada manhã o visites, e cada momento o proves?    19Até quando não apartarás de mim a tua vista, nem me largarás, até que eu possa engolir a minha saliva?    20Se peco, que te faço a ti, ó vigia dos homens? Por que me fizeste alvo dos teus dardos? Por que a mim mesmo me tornei pesado?    21Por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; tu me buscarás, porém eu não serei mais.   

Chapter 8

1Então respondeu Bildade, o suíta, dizendo:    2Até quando falarás tais coisas, e até quando serão as palavras da tua boca qual vento impetuoso?    3Perverteria Deus o direito? Ou perverteria o Todo-Poderoso a justiça?    4Se teus filhos pecaram contra ele, ele os entregou ao poder da sua transgressão.    5Mas, se tu com empenho buscares a Deus, e ,ao Todo-Poderoso fizeres a tua súplica,    6se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.    7Embora tenha sido pequeno o teu princípio, contudo o teu último estado aumentará grandemente.    8Indaga, pois, eu te peço, da geração passada, e considera o que seus pais descobriram.    9Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra, são uma sombra.    10Não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu entendimento não proferirão palavras?    11Pode o papiro desenvolver-se fora de um pântano. Ou pode o junco crescer sem água?    12Quando está em flor e ainda não cortado, seca-se antes de qualquer outra erva.    13Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; a esperança do ímpio perecerá,    14a sua segurança se desfará, e a sua confiança será como a teia de aranha.    15Encostar-se-á à sua casa, porém ela não subsistirá; apegar-se-lhe-á, porém ela não permanecerá.    16Ele está verde diante do sol, e os seus renovos estendem-se sobre o seu jardim;    17as suas raízes se entrelaçam junto ao monte de pedras; até penetra o pedregal.    18Mas quando for arrancado do seu lugar, então este o negará, dizendo: Nunca te vi.    19Eis que tal é a alegria do seu caminho; e da terra outros brotarão.    20Eis que Deus não rejeitará ao reto, nem tomará pela mão os malfeitores;    21ainda de riso te encherá a boca, e os teus lábios de louvor.    22Teus aborrecedores se vestirão de confusão; e a tenda dos ímpios não subsistirá.   

Chapter 9

1Então Jó respondeu, dizendo:    2Na verdade sei que assim é; mas como pode o homem ser justo para com Deus?    3Se alguém quisesse contender com ele, não lhe poderia responder uma vez em mil.    4Ele é sábio de coração e poderoso em forças; quem se endureceu contra ele, e ficou seguro?    5Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e os transtorna no seu furor;    6o que sacode a terra do seu lugar, de modo que as suas colunas estremecem;    7o que dá ordens ao sol, e ele não nasce; o que sela as estrelas;    8o que sozinho estende os céus, e anda sobre as ondas do mar;    9o que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as recâmaras do sul;    10o que faz coisas grandes e insondáveis, e maravilhas que não se podem contar.    11Eis que ele passa junto a mim, e, nao o vejo; sim, vai passando adiante, mas não o percebo.    12Eis que arrebata a presa; quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?    13Deus não retirará a sua ira; debaixo dele se curvaram os aliados de Raabe;    14quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher as minhas palavras para discutir com ele?    15Embora, eu seja justo, não lhe posso responder; tenho de pedir misericórdia ao meu juiz.    16Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia crer que ele estivesse escutando a minha voz.    17Pois ele me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.    18Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.    19Se fosse uma prova de força, eis-me aqui, diria ele; e se fosse questão de juízo, quem o citaria para comparecer?    20Ainda que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse perfeito, então ela me declararia perverso:    21Eu sou inocente; não estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida.    22Tudo é o mesmo, portanto digo: Ele destrói o reto e o ímpio.    23Quando o açoite mata de repente, ele zomba da calamidade dos inocentes.    24A terra está entregue nas mãos do ímpio. Ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?    25Ora, os meus dias são mais velozes do que um correio; fogem, e não vêem o bem.    26Eles passam como balsas de junco, como águia que se lança sobre a presa.    27Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu aspecto, e tomarei alento;    28então tenho pavor de todas as minhas dores; porque bem sei que não me terás por inocente.    29Eu serei condenado; por que, pois, trabalharei em vão?    30Se eu me lavar com água de neve, e limpar as minhas mãos com sabão,    31mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.    32Porque ele não é homem, como eu, para eu lhe responder, para nos encontrarmos em juízo.    33Não há entre nós árbitro para pôr a mão sobre nós ambos.    34Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror;    35então falarei, e não o temerei; pois eu não sou assim em mim mesmo.   

Chapter 10

1Tendo tédio à minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma:    2Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.    3Tens prazer em oprimir, em desprezar a obra das tuas mãos e favorecer o desígnio dos ímpios?    4Tens tu olhos de carne? Ou vês tu como vê o homem?    5São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem,    6para te informares da minha iniqüidade, e averiguares o meu pecado,    7ainda que tu sabes que eu não sou ímpio, e que não há ninguém que possa livrar-me da tua mão?    8As tuas mãos me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir?    9Lembra-te, pois, de que do barro me formaste; e queres fazer-me tornar ao pó?    10Não me vazaste como leite, e não me coalhaste como queijo?    11De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.    12Vida e misericórdia me tens concedido, e a tua providência me tem conservado o espírito.    13Contudo ocultaste estas coisas no teu coração; bem sei que isso foi o teu desígnio.    14Se eu pecar, tu me observas, e da minha iniqüidade não me absolverás.    15Se for ímpio, ai de mim! Se for justo, não poderei levantar a minha cabeça, estando farto de ignomínia, e de contemplar a minha miséria.    16Se a minha cabeça se exaltar, tu me caças como a um leão feroz; e de novo fazes maravilhas contra mim.    17Tu renovas contra mim as tuas testemunhas, e multiplicas contra mim a tua ira; reveses e combate estão comigo.    18Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olhos nenhuns me vissem!    19Então fora como se nunca houvera sido; e da madre teria sido levado para a sepultura.    20Não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento;    21antes que me vá para o lugar de que não voltarei, para a terra da escuridão e das densas trevas,    22terra escuríssima, como a própria escuridão, terra da sombra trevosa e do caos, e onde a própria luz é como a escuridão.   

Chapter 11

1Então respondeu Zofar, o naamatita, dizendo:    2Não se dará resposta à multidão de palavras? ou será justificado o homem falador?    3Acaso as tuas jactâncias farão calar os homens? e zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?    4Pois dizes: A minha doutrina é pura, e limpo sou aos teus olhos.    5Mas, na verdade, oxalá que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra ti,    6e te fizesse saber os segredos da sabedoria, pois é multiforme o seu entendimento; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade.    7Poderás descobrir as coisas profundas de Deus, ou descobrir perfeitamente o Todo-Poderoso?    8Como as alturas do céu é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o Seol; que poderás tu saber?    9Mais comprida é a sua medida do que a terra, e mais larga do que o mar.    10Se ele passar e prender alguém, e chamar a juízo, quem o poderá impedir?    11Pois ele conhece os homens vãos; e quando vê a iniqüidade, não atentará para ela?    12Mas o homem vão adquirirá entendimento, quando a cria do asno montês nascer homem.    13Se tu preparares o teu coração, e estenderes as mãos para ele;    14se há iniqüidade na tua mão, lança-a para longe de ti, e não deixes a perversidade habitar nas tuas tendas;    15então levantarás o teu rosto sem mácula, e estarás firme, e não temerás.    16Pois tu te esquecerás da tua miséria; apenas te lembrarás dela como das águas que já passaram.    17E a tua vida será mais clara do que o meio-dia; a escuridão dela será como a alva.    18E terás confiança, porque haverá esperança; olharás ao redor de ti e repousarás seguro.    19Deitar-te-ás, e ninguém te amedrontará; muitos procurarão obter o teu favor.    20Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, e para eles não haverá refúgio; a sua esperança será o expirar.   

Chapter 12

1Então Jó respondeu, dizendo:    2Sem dúvida vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria.    3Mas eu tenho entendimento como, vos; eu não vos sou inferior. Quem não sabe tais coisas como essas?    4Sou motivo de riso para os meus amigos; eu, que invocava a Deus, e ele me respondia: o justo e reto servindo de irrisão!    5No pensamento de quem está seguro há desprezo para a desgraça; ela está preparada para aquele cujos pés resvalam.    6As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; os que trazem o seu deus na mão!    7Mas, pergunta agora às alimárias, e elas te ensinarão; e às aves do céu, e elas te farão saber;    8ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes o mar to declararão.    9Qual dentre todas estas coisas não sabe que a mão do Senhor fez isto?    10Na sua mão está a vida de todo ser vivente, e o espírito de todo o gênero humano.    11Porventura o ouvido não prova as palavras, como o paladar prova o alimento?    12Com os anciãos está a sabedoria, e na longura de dias o entendimento.    13Com Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento.    14Eis que ele derriba, e não se pode reedificar; ele encerra na prisão, e não se pode abrir.    15Ele retém as águas, e elas secam; solta-as, e elas inundam a terra.    16Com ele está a força e a sabedoria; são dele o enganado e o enganador.    17Aos conselheiros leva despojados, e aos juízes faz desvairar.    18Solta o cinto dos reis, e lhes ata uma corda aos lombos.    19Aos sacerdotes leva despojados, e aos poderosos transtorna.    20Aos que são dignos da confiança emudece, e tira aos anciãos o discernimento.    21Derrama desprezo sobre os príncipes, e afrouxa o cinto dos fortes.    22Das trevas descobre coisas profundas, e traz para a luz a sombra da morte.    23Multiplica as nações e as faz perecer; alarga as fronteiras das nações, e as leva cativas.    24Tira o entendimento aos chefes do povo da terra, e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho.    25Eles andam nas trevas às apalpadelas, sem luz, e ele os faz cambalear como um ébrio.   

Chapter 13

1Eis que os meus olhos viram tudo isto, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.    2O que vós sabeis também eu o sei; não vos sou inferior.    3Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus.    4Vós, porém, sois forjadores de mentiras, e vós todos, médicos que não valem nada.    5Oxalá vos calásseis de todo, pois assim passaríeis por sábios.    6Ouvi agora a minha defesa, e escutai os argumentos dos meus lábios.    7Falareis falsamente por Deus, e por ele proferireis mentiras?    8Fareis aceitação da sua pessoa? Contendereis a favor de Deus?    9Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como quem zomba de um homem?    10Certamente vos repreenderá, se em oculto vos deixardes levar de respeitos humanos.    11Não vos amedrontará a sua majestade? E não cairá sobre vós o seu terror?    12As vossas máximas são provérbios de cinza; as vossas defesas são torres de barro.    13Calai-vos perante mim, para que eu fale, e venha sobre mim o que vier.    14Tomarei a minha carne entre os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão.    15Eis que ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante dele.    16Também isso será a minha salvação, pois o ímpio não virá perante ele.    17Ouvi atentamente as minhas palavras, e chegue aos vossos ouvidos a minha declaração.    18Eis que já pus em ordem a minha causa, e sei que serei achado justo:    19Quem é o que contenderá comigo? Pois então me calaria e renderia o espírito.    20Concede-me somente duas coisas; então não me esconderei do teu rosto:    21desvia a tua mão rara longe de mim, e não me amedronte o teu terror.    22Então chama tu, e eu responderei; ou eu falarei, e me responde tu.    23Quantas iniqüidades e pecados tenho eu? Faze-me saber a minha transgressão e o meu pecado.    24Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?    25Acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?    26Pois escreves contra mim coisas amargas, e me fazes herdar os erros da minha mocidade;    27também pões no tronco os meus pés, e observas todos os meus caminhos, e marcas um termo ao redor dos meus pés,    28apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome, e como um vestido, ao qual rói a traça.   

Chapter 14

1O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e cheio de inquietação.    2Nasce como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece.    3Sobre esse tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo contigo?    4Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.    5Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles.    6Desvia dele o teu rosto, para que ele descanse e, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.    7Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos.    8Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó,    9contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova.    10O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está?    11Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,    12assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.    13Oxalá me escondesses no Seol, e me ocultasses até que a tua ira tenha passado; que me determinasses um tempo, e te lembrasses de mim!    14Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha mudança.    15Chamar-me-ias, e eu te responderia; almejarias a obra de tuas mãos.    16Então contarias os meus passos; não estarias a vigiar sobre o meu pecado;    17a minha transgressão estaria selada num saco, e ocultarias a minha iniqüidade.    18Mas, na verdade, a montanha cai e se desfaz, e a rocha se remove do seu lugar.    19As águas gastam as pedras; as enchentes arrebatam o solo; assim tu fazes perecer a esperança do homem.    20Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu rosto e o despedes.    21Os seus filhos recebem honras, sem que ele o saiba; são humilhados sem que ele o perceba.    22Sente as dores do seu próprio corpo somente, e só por si mesmo lamenta.   

Chapter 15

1Então respondeu Elifaz, o temanita:    2Porventura responderá o sábio com ciência de vento? E encherá do vento oriental o seu ventre,    3argüindo com palavras que de nada servem, ou com razões com que ele nada aproveita?    4Na verdade tu destróis a reverência, e impedes a meditação diante de Deus.    5Pois a tua iniqüidade ensina a tua boca, e escolhes a língua dos astutos.    6A tua própria boca te condena, e não eu; e os teus lábios testificam contra ti.    7És tu o primeiro homem que nasceu? Ou foste dado à luz antes dos outeiros?    8Ou ouviste o secreto conselho de Deus? E a ti só reservas a sabedoria?    9Que sabes tu, que nós não saibamos; que entendes, que não haja em nós?    10Conosco estão os encanecidos e idosos, mais idosos do que teu pai.    11Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus, ou da palavra que te trata benignamente?    12Por que te arrebata o teu coração, e por que flamejam os teus olhos,    13de modo que voltas contra Deus o teú espírito, e deixas sair tais palavras da tua boca?    14Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?    15Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos;    16quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água?    17Escuta-me e to mostrarei; contar-te-ei o que tenho visto    18(o que os sábios têm anunciado e seus pais não o ocultaram;    19aos quais somente era dada a terra, não havendo estranho algum passado por entre eles);    20Todos os dias passa o ímpio em angústia, sim, todos os anos que estão reservados para o opressor.    21O sonido de terrores está nos seus ouvidos; na prosperidade lhe sobrevém o assolador.    22Ele não crê que tornará das trevas, mas que o espera a espada.    23Anda vagueando em busca de pão, dizendo: Onde está? Bem sabe que o dia das trevas lhe está perto, à mão.    24Amedrontam-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra ele, como um rei preparado para a peleja.    25Porque estendeu a sua mão contra Deus, e contra o Todo-Poderoso se porta com soberba;    26arremete contra ele com dura cerviz, e com as saliências do seu escudo;    27porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura, e criou carne gorda nas ilhargas;    28e habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguem deveria morar, que estavam a ponto de tornar-se em montões de ruínas;    29não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões.    30Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus ramos, e ao sopro da boca de Deus desaparecerá.    31Não confie na vaidade, enganando-se a si mesmo; pois a vaidade será a sua recompensa.    32Antes do seu dia se cumprirá, e o seu ramo não reverdecerá.    33Sacudirá as suas uvas verdes, como a vide, e deixará cair a sua flor como a oliveira.    34Pois a assembléia dos ímpios é estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.    35Concebem a malícia, e dão à luz a iniqüidade, e o seu coração prepara enganos.   

Chapter 16

1Então Jó respondeu, dizendo:    2Tenho ouvido muitas coisas como essas; todos vós sois consoladores molestos.    3Não terão fim essas palavras de vento? Ou que é o que te provoca, para assim responderes?    4Eu também poderia falar como vós falais, se vós estivésseis em meu lugar; eu poderia amontoar palavras contra vós, e contra vós menear a minha cabeça;    5poderia fortalecer-vos com a minha boca, e a consolação dos meus lábios poderia mitigar a vossa dor.    6Ainda que eu fale, a minha dor naõ se mitiga; e embora me cale, qual é o meu alívio?    7Mas agora, ó Deus, me deixaste exausto; assolaste toda a minha companhia.    8Tu me emagreceste, e isso constitui uma testemunha contra mim; contra mim se levanta a minha magreza, e o meu rosto testifica contra mim.    9Na sua ira ele me despedaçou, e me perseguiu; rangeu os dentes contra mim; o meu adversário aguça os seus olhos contra mim.    10Os homens abrem contra mim a boca; com desprezo me ferem nas faces, e contra mim se ajuntam à uma.    11Deus me entrega ao ímpio, nas mãos dos iníquos me faz cair.    12Descansado estava eu, e ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço, e me despedaçou; colocou-me por seu alvo;    13cercam-me os seus flecheiros. Atravessa-me os rins, e não me poupa; derrama o meu fel pela terra.    14Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim como um guerreiro.    15Sobre a minha pele cosi saco, e deitei a minha glória no pó.    16O meu rosto todo está inflamado de chorar, e há sombras escuras sobre as minhas pálpebras,    17embora não haja violência nas minhas maos, e seja pura a minha oração.    18ó terra, não cubras o meu sangue, e não haja lugar em que seja abafado o meu clamor!    19Eis que agora mesmo a minha testemunha está no céu, e o meu fiador nas alturas.    20Os meus amigos zombam de mim; mas os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus,    21para que ele defenda o direito que o homem tem diante de Deus e o que o filho do homem tem perante, o seu proximo.    22Pois quando houver decorrido poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei.   

Chapter 17

1O meu espírito está quebrantado, os meus dias se extinguem, a sepultura me está preparada!    2Deveras estou cercado de zombadores, e os meus olhos contemplam a sua provocação!    3Dá-me, peço-te, um penhor, e sê o meu fiador para contigo; quem mais há que me dê a mão?    4Porque aos seus corações encobriste o entendimento, pelo que não os exaltarás.    5Quem entrega os seus amigos como presa, os olhos de seus filhos desfalecerão.    6Mas a mim me pôs por motejo dos povos; tornei-me como aquele em cujo rosto se cospe.    7De mágoa se escureceram os meus olhos, e todos os meus membros são como a sombra.    8Os retos pasmam disso, e o inocente se levanta contra o ímpio.    9Contudo o justo prossegue no seu caminho e o que tem mãos puras vai crescendo em força.    10Mas tornai vós todos, e vinde, e sábio nenhum acharei entre vós.    11Os meus dias passaram, malograram-se os meus propósitos, as aspirações do meu coração.    12Trocam a noite em dia; dizem que a luz está perto das trevas. el,    13Se eu olhar o Seol como a minha casa, se nas trevas estender a minha cama,    14se eu clamar à cova: Tu és meu pai; e aos vermes: Vós sois minha mãe e minha irmã;    15onde está então a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver?    16Acaso descerá comigo até os ferrolhos do Seol? Descansaremos juntos no pó?   

Chapter 18

1Então respondeu Bildade, o suíta:    2Até quando estareis à procura de palavras? considerai bem, e então falaremos.    3Por que somos tratados como gado, e como estultos aos vossos olhos?    4Oh tu, que te despedaças na tua ira, acaso por amor de ti será abandonada a terra, ou será a rocha removida do seu lugar?    5Na verdade, a luz do ímpio se apagará, e não resplandecerá a chama do seu fogo.    6A luz se escurecerá na sua tenda, e a lâmpada que está sobre ele se apagará.    7Os seus passos firmes se estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará.    8Pois por seus próprios pés é ele lançado na rede, e pisa nos laços armados.    9A armadilha o apanha pelo calcanhar, e o laço o prende;    10a corda do mesmo está-lhe escondida na terra, e uma armadilha na vereda.    11Terrores o amedrontam de todos os lados, e de perto lhe perseguem os pés.    12O seu vigor é diminuído pela fome, e a destruição está pronta ao seu lado.    13São devorados os membros do seu corpo; sim, o primogênito da morte devora os seus membros.    14Arrancado da sua tenda, em que confiava, é levado ao rei dos terrores.    15Na sua tenda habita o que não lhe pertence; espalha-se enxofre sobre a sua habitação.    16Por baixo se secam as suas raízes, e por cima são cortados os seus ramos.    17A sua memória perece da terra, e pelas praças não tem nome.    18É lançado da luz para as trevas, e afugentado do mundo.    19Não tem filho nem neto entre o seu povo, e descendente nenhum lhe ficará nas moradas.    20Do seu dia pasmam os do ocidente, assim como os do oriente ficam sobressaltados de horror.    21Tais são, na verdade, as moradas do, impio, e tal é o lugar daquele que não conhece a Deus.   

Chapter 19

1Então Jó respondeu:    2Até quando afligireis a minha alma, e me atormentareis com palavras?    3Já dez vezes me haveis humilhado; não vos envergonhais de me maltratardes?    4Embora haja eu, na verdade, errado, comigo fica o meu erro.    5Se deveras vos quereis engrandecer contra mim, e me incriminar pelo meu opróbrio,    6sabei então que Deus é o que transtornou a minha causa, e com a sua rede me cercou.    7Eis que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! mas não há justiça.    8com muros fechou ele o meu caminho, de modo que não posso passar; e pôs trevas nas minhas veredas.    9Da minha honra me despojou, e tirou-me da cabeça a coroa.    10Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; arrancou a minha esperança, como a, uma árvore.    11Acende contra mim a sua ira, e me considera como um de seus adversários.    12Juntas as suas tropas avançam, levantam contra mim o seu caminho, e se acampam ao redor da minha tenda.    13Ele pôs longe de mim os meus irmãos, e os que me conhecem tornaram-se estranhos para mim.    14Os meus parentes se afastam, e os meus conhecidos se esquecem de, mim.    15Os meus domésticos e as minhas servas me têm por estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.    16Chamo ao meu criado, e ele não me responde; tenho que suplicar-lhe com a minha boca.    17O meu hÁlito é intolerável à minha mulher; sou repugnante aos filhos de minhã mae.    18Até os pequeninos me desprezam; quando me levanto, falam contra mim.    19Todos os meus amigos íntimos me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim.    20Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e só escapei com a pele dos meus dentes.    21Compadecei-vos de mim, amigos meus; compadecei-vos de mim; pois a mão de Deus me tocou.    22Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne não vos fartais?    23Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro!    24Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha!    25Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.    26E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus;    27vê-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!    28Se disserdes: Como o havemos de perseguir! e que a causa deste mal se acha em mim,    29temei vós a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.   

Chapter 20

1Então respondeu Zofar, o naamatita:    2Ora, os meus pensamentos me fazem responder, e por isso eu me apresso.    3Estou ouvindo a tua repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responde por mim.    4Não sabes tu que desde a antigüidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,    5o triunfo dos iníquos é breve, e a alegria dos ímpios é apenas dum momento?    6Ainda que a sua exaltação suba até o ceu, e a sua cabeça chegue até as nuvens,    7contudo, como o seu próprio esterco, perecerá para sempre; e os que o viam perguntarão: Onde está?    8Dissipar-se-á como um sonho, e não será achado; será afugentado qual uma visão da noite.    9Os olhos que o viam não o verão mais, nem o seu lugar o contemplará mais.    10Os seus filhos procurarão o favor dos pobres, e as suas mãos restituirão os seus lucros ilícitos.    11Os seus ossos estão cheios do vigor da sua juventude, mas este se deitará com ele no pó.    12Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da sua língua,    13ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca,    14contudo a sua comida se transforma nas suas entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides.    15Engoliu riquezas, mas vomitá-las-á; do ventre dele Deus as lançará.    16Veneno de áspides sorverá, língua de víbora o matará.    17Não verá as correntes, os rios e os ribeiros de mel e de manteiga.    18O que adquiriu pelo trabalho, isso restituirá, e não o engolirá; não se regozijará conforme a fazenda que ajuntou.    19Pois que oprimiu e desamparou os pobres, e roubou a casa que não edificou.    20Porquanto não houve limite à sua cobiça, nada salvará daquilo em que se deleita.    21Nada escapou à sua voracidade; pelo que a sua prosperidade não perdurará.    22Na plenitude da sua abastança, estará angustiado; toda a força da miséria virá sobre ele.    23Mesmo estando ele a encher o seu estômago, Deus mandará sobre ele o ardor da sua ira, que fará chover sobre ele quando for comer.    24Ainda que fuja das armas de ferro, o arco de bronze o atravessará.    25Ele arranca do seu corpo a flecha, que sai resplandecente do seu fel; terrores vêm sobre ele.    26Todas as trevas são reservadas paro os seus tesouros; um fogo não assoprado o consumirá, e devorará o que ficar na sua tenda.    27Os céus revelarão a sua iniqüidade, e contra ele a terra se levantará.    28As rendas de sua casa ir-se-ão; no dia da ira de Deus todas se derramarão.    29Esta, da parte de Deus, é a porção do ímpio; esta é a herança que Deus lhe reserva.   

Chapter 21

1Então Jó respondeu:    2Ouvi atentamente as minhas palavras; seja isto a vossa consolação.    3Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai.    4É porventura do homem que eu me queixo? Mas, ainda que assim fosse, não teria motivo de me impacientar?    5Olhai para mim, e pasmai, e ponde a mão sobre a boca.    6Quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne estremece de horror.    7Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder?    8Os seus filhos se estabelecem à vista deles, e os seus descendentes perante os seus olhos.    9As suas casas estão em paz, sem temor, e a vara de Deus não está sobre eles.    10O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e não aborta.    11Eles fazem sair os seus pequeninos, como a um rebanho, e suas crianças andam saltando.    12Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e regozijam-se ao som da flauta.    13Na prosperidade passam os seus dias, e num momento descem ao Seol.    14Eles dizem a Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos.    15Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará, se lhe fizermos orações?    16Vede, porém, que eles não têm na mão a prosperidade; esteja longe de mim o conselho dos ímpios!    17Quantas vezes sucede que se apague a lâmpada dos ímpios? que lhes sobrevenha a sua destruição? que Deus na sua ira lhes reparta dores?    18que eles sejam como a palha diante do vento, e como a pragana, que o redemoinho arrebata?    19Deus, dizeis vós, reserva a iniqüidade do pai para seus filhos, mas é a ele mesmo que Deus deveria punir, para que o conheça.    20Vejam os seus próprios olhos a sua ruina, e beba ele do furor do Todo-Poderoso.    21Pois, que lhe importa a sua casa depois de morto, quando lhe for cortado o número dos seus meses?    22Acaso se ensinará ciência a Deus, a ele que julga os excelsos?    23Um morre em plena prosperidade, inteiramente sossegado e tranqüilo;    24com os seus baldes cheios de leite, e a medula dos seus ossos umedecida.    25Outro, ao contrário, morre em amargura de alma, não havendo provado do bem.    26Juntamente jazem no pó, e os vermes os cobrem.    27Eis que conheço os vossos pensamentos, e os maus intentos com que me fazeis injustiça.    28Pois dizeis: Onde está a casa do príncipe, e onde a tenda em que morava o ímpio?    29Porventura não perguntastes aos viandantes? e não aceitais o seu testemunho,    30de que o mau é preservado no dia da destruição, e poupado no dia do furor?    31Quem acusará diante dele o seu caminho? e quem lhe dará o pago do que fez?    32Ele é levado para a sepultura, e vigiam-lhe o túmulo.    33Os torrões do vale lhe são doces, e o seguirão todos os homens, como ele o fez aos inumeráveis que o precederam.    34Como, pois, me ofereceis consolações vãs, quando nas vossas respostas só resta falsidade?   

Chapter 22

1Então respondeu Elifaz, o temanita:    2Pode o homem ser de algum proveito a Deus? Antes a si mesmo é que o prudenté será proveitoso.    3Tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos?    4É por causa da tua reverência que te repreende, ou que entra contigo em juízo?    5Não é grande a tua malícia, e sem termo as tuas iniqüidades?    6Pois sem causa tomaste penhôres a teus irmaos e aos nus despojaste dos vestidos.    7Não deste ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão.    8Mas ao poderoso pertencia a terra, e o homem acatado habitava nela.    9Despediste vazias as viúvas, e os braços dos órfãos foram quebrados.    10Por isso é que estás cercado de laços, e te perturba um pavor repentino,    11ou trevas de modo que nada podes ver, e a inundação de águas te cobre.    12Não está Deus na altura do céu? Olha para as mais altas estrelas, quão elevadas estão!    13E dizes: Que sabe Deus? Pode ele julgar através da escuridão?    14Grossas nuvens o encobrem, de modo que não pode ver; e ele passeia em volta da abóbada do céu.    15Queres seguir a vereda antiga, que pisaram os homens iníquos?    16Os quais foram arrebatados antes do seu tempo; e o seu fundamento se derramou qual um rio.    17Diziam a Deus: retira-te de nós; e ainda: Que é que o Todo-Poderoso nos pode fazer?    18Contudo ele encheu de bens as suas casas. Mas longe de mim estejam os conselhos dos ímpios!    19Os justos o vêem, e se alegram: e os inocentes escarnecem deles,    20dizendo: Na verdade são exterminados os nossos adversários, e o fogo consumiu o que deixaram.    21Apega-te, pois, a Deus, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem.    22Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as suas palavras no teu coração.    23Se te voltares para o Todo-Poderoso, serás edificado; se lançares a iniqüidade longe da tua tenda,    24e deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir entre as pedras dos ribeiros,    25então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata preciosa.    26Pois então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus.    27Tu orarás a ele, e ele te ouvirá; e pagarás os teus votos.    28Também determinarás algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos.    29Quando te abaterem, dirás: haja exaltação! E Deus salvará ao humilde.    30E livrará até o que não é inocente, que será libertado pela pureza de tuas mãos.   

Chapter 23

1Então Jó respondeu:    2Ainda hoje a minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu gemido.    3Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal!    4Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos.    5Saberia as palavras com que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse.    6Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos.    7Ali o reto pleitearia com ele, e eu seria absolvido para sempre por meu Juiz.    8Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não o percebo;    9procuro-o à esquerda, onde ele opera, mas não o vejo; viro-me para a direita, e não o diviso.    10Mas ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me ele, sairei como o ouro.    11Os meus pés se mantiveram nas suas pisadas; guardei o seu caminho, e não me desviei dele.    12Nunca me apartei do preceito dos seus lábios, e escondi no meu peito as palavras da sua boca.    13Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará.    14Pois cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo.    15Por isso me perturbo diante dele; e quando considero, tenho medo dele.    16Deus macerou o meu coração; o Todo-Poderoso me perturbou.    17Pois não estou desfalecido por causa das trevas, nem porque a escuridão cobre o meu rosto.   

Chapter 24

1Por que o Todo-Poderoso não designa tempos? e por que os que o conhecem não vêem os seus dias?    2Há os que removem os limites; roubam os rebanhos, e os apascentam.    3Levam o jumento do órfão, tomam em penhor o boi da viúva.    4Desviam do caminho os necessitados; e os oprimidos da terra juntos se escondem.    5Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem eles ao seu trabalho, procurando no ermo a presa que lhes sirva de sustento para seus filhos.    6No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio.    7Passam a noite nus, sem roupa, não tendo coberta contra o frio.    8Pelas chuvas das montanhas são molhados e, por falta de abrigo, abraçam-se com as rochas.    9Há os que arrancam do peito o órfão, e tomam o penhor do pobre;    10fazem que estes andem nus, sem roupa, e, embora famintos, carreguem os molhos.    11Espremem o azeite dentro dos muros daqueles homens; pisam os seus lagares, e ainda têm sede.    12Dentro das cidades gemem os moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu clamor.    13Há os que se revoltam contra a luz; não conhecem os caminhos dela, e não permanecem nas suas veredas.    14O homicida se levanta de madrugada, mata o pobre e o necessitado, e de noite torna-se ladrão.    15Também os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.    16Nas trevas minam as casas; de dia se conservam encerrados; não conhecem a luz.    17Pois para eles a profunda escuridão é a sua manhã; porque são amigos das trevas espessas.    18São levados ligeiramente sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não tornam pelo caminho das vinhas.    19A sequidão e o calor desfazem as, águas da neve; assim faz o Seol aos que pecaram.    20A madre se esquecerá dele; os vermes o comerão gostosamente; não será mais lembrado; e a iniqüidade se quebrará como árvore.    21Ele despoja a estéril que não dá à luz, e não faz bem à viúva.    22Todavia Deus prolonga a vida dos valentes com a sua força; levantam-se quando haviam desesperado da vida.    23Se ele lhes dá descanso, estribam-se, nisso; e os seus olhos estão sobre os caminhos deles.    24Eles se exaltam, mas logo desaparecem; são abatidos, colhidos como os demais, e cortados como as espigas do trigo.    25Se não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas palavras?   

Chapter 25

1Então respondeu Bildade, o suíta:    2Com Deus estão domínio e temor; ele faz reinar a paz nas suas alturas.    3Acaso têm número os seus exércitos? E sobre quem não se levanta a sua luz?    4Como, pois, pode o homem ser justo diante de Deus, e como pode ser puro aquele que nasce da mulher?    5Eis que até a lua não tem brilho, e as estrelas não são puras aos olhos dele;    6quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um vermezinho!   

Chapter 26

1Então Jó respondeu:    2Como tens ajudado ao que não tem força e sustentado o braço que não tem vigor!    3como tens aconselhado ao que não tem sabedoria, e plenamente tens revelado o verdadeiro conhecimento!    4Para quem proferiste palavras? E de quem é o espírito que saiu de ti?    5Os mortos tremem debaixo das águas, com os que ali habitam.    6O Seol está nu perante Deus, e não há coberta para o Abadom.    7Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.    8Prende as águas em suas densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas.    9Encobre a face do seu trono, e sobre ele estende a sua nuvem.    10Marcou um limite circular sobre a superfície das águas, onde a luz e as trevas se confinam.    11As colunas do céu tremem, e se espantam da sua ameaça.    12Com o seu poder fez sossegar o mar, e com o seu entendimento abateu a Raabe.    13Pelo seu sopro ornou o céu; a sua mão traspassou a serpente veloz.    14Eis que essas coisas são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pequeno é o sussurro que dele, ouvimos! Mas o trovão do seu poder, quem o poderá entender?   

Chapter 27

1E prosseguindo Jó em seu discurso, disse:    2Vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que me amargurou a alma;    3enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz,    4não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha língua pronunciará engano.    5Longe de mim que eu vos dê razão; até que eu morra, nunca apartarei de mim a minha integridade.    6ë minha justiça me apegarei e não a largarei; o meu coração não reprova dia algum da minha vida.    7Seja como o ímpio o meu inimigo, e como o perverso aquele que se levantar contra mim.    8Pois qual é a esperança do ímpio, quando Deus o cortar, quando Deus lhe arrebatar a alma?    9Acaso Deus lhe ouvirá o clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?    10Deleitar-se-á no Todo-Poderoso, ou invocará a Deus em todo o tempo?    11Ensinar-vos-ei acerca do poder de Deus, e não vos encobrirei o que está com o Todo-Poderoso.    12Eis que todos vós já vistes isso; por que, pois, vos entregais completamente à vaidade?    13Esta é da parte de Deus a porção do ímpio, e a herança que os opressores recebem do Todo-Poderoso:    14Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada; e a sua prole não se fartará de pão.    15Os que ficarem dele, pela peste serão sepultados, e as suas viúvas não chorarão.    16Embora amontoe prata como pó, e acumule vestes como barro,    17ele as pode acumular, mas o justo as vestirá, e o inocente repartirá a prata.    18A casa que ele edifica é como a teia da aranha, e como a cabana que o guarda faz.    19Rico se deita, mas não o fará mais; abre os seus olhos, e já se foi a sua riqueza.    20Pavores o alcançam como um dilúvio; de noite o arrebata a tempestade.    21O vento oriental leva-o, e ele se vai; sim, varre-o com ímpeto do seu lugar:    22Pois atira contra ele, e não o poupa, e ele foge precipitadamente do seu poder.    23Bate palmas contra ele, e assobia contra ele do seu lugar.   

Chapter 28

1Na verdade, há minas donde se extrai a prata, e também lugar onde se refina o ouro:    2O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre.    3Os homens põem termo às trevas, e até os últimos confins exploram as pedras na escuridão e nas trevas mais densas.    4Abrem um poço de mina longe do lugar onde habitam; são esquecidos pelos viajantes, ficando pendentes longe dos homens, e oscilam de um lado para o outro.    5Quanto à terra, dela procede o pão, mas por baixo é revolvida como por fogo.    6As suas pedras são o lugar de safiras, e têm pó de ouro.    7A ave de rapina não conhece essa vereda, e não a viram os olhos do falcão.    8Nunca a pisaram feras altivas, nem o feroz leão passou por ela.    9O homem estende a mão contra a pederneira, e revolve os montes desde as suas raízes.    10Corta canais nas pedras, e os seus olhos descobrem todas as coisas preciosas.    11Ele tapa os veios d'água para que não gotejem; e tira para a luz o que estava escondido.    12Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento?    13O homem não lhe conhece o caminho; nem se acha ela na terra dos viventes.    14O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo.    15Não pode ser comprada com ouro fino, nem a peso de prata se trocará.    16Nem se pode avaliar em ouro fino de Ofir, nem em pedras preciosas de berilo, ou safira.    17Com ela não se pode comparar o ouro ou o vidro; nem se trocara por jóias de ouro fino.    18Não se fará menção de coral nem de cristal; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a das pérolas.    19Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro.    20Donde, pois, vem a sabedoria? Onde está o lugar do entendimento?    21Está encoberta aos olhos de todo vivente, e oculta às aves do céu.    22O Abadom e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos um rumor dela.    23Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar.    24Porque ele perscruta até as extremidades da terra, sim, ele vê tudo o que há debaixo do céu.    25Quando regulou o peso do vento, e fixou a medida das águas;    26quando prescreveu leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões;    27então viu a sabedoria e a manifestou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.    28E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento.   

Chapter 29

1E prosseguindo Jó no seu discurso, disse:    2Ah! quem me dera ser como eu fui nos meses do passado, como nos dias em que Deus me guardava;    3quando a sua lâmpada luzia sobre o minha cabeça, e eu com a sua luz caminhava através das trevas;    4como era nos dias do meu vigor, quando o íntimo favor de Deus estava sobre a minha tenda;    5quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo, e os meus filhos em redor de mim;    6quando os meus passos eram banhados em leite, e a rocha me deitava ribeiros de azeite!    7Quando eu saía para a porta da cidade, e na praça preparava a minha cadeira,    8os moços me viam e se escondiam, e os idosos se levantavam e se punham em pé;    9os príncipes continham as suas palavras, e punham a mão sobre a sua boca;    10a voz dos nobres emudecia, e a língua se lhes pegava ao paladar.    11Pois, ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; e vendo-me algum olho, dava testemunho de mim;    12porque eu livrava o miserável que clamava, e o órfão que não tinha quem o socorresse.    13A bênção do que estava a perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da viúva.    14vestia-me da retidão, e ela se vestia de mim; como manto e diadema era a minha justiça.    15Fazia-me olhos para o cego, e pés para o coxo;    16dos necessitados era pai, e a causa do que me era desconhecido examinava com diligência.    17E quebrava os caninos do perverso, e arrancava-lhe a presa dentre os dentes.    18Então dizia eu: No meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias como a areia;    19as minhas raízes se estendem até as águas, e o orvalho fica a noite toda sobre os meus ramos;    20a minha honra se renova em mim, e o meu arco se revigora na minhã mão.    21A mim me ouviam e esperavam, e em silêncio atendiam ao meu conselho.    22Depois de eu falar, nada replicavam, e minha palavra destilava sobre eles;    23esperavam-me como à chuva; e abriam a sua boca como à chuva tardia.    24Eu lhes sorria quando não tinham confiança; e não desprezavam a luz do meu rosto;    25eu lhes escolhia o caminho, assentava-me como chefe, e habitava como rei entre as suas tropas, como aquele que consola os aflitos.   

Chapter 30

1Mas agora zombam de mim os de menos idade do que eu, cujos pais teria eu desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho.    2Pois de que me serviria a força das suas mãos, homens nos quais já pereceu o vigor?    3De míngua e fome emagrecem; andam roendo pelo deserto, lugar de ruínas e desolação.    4Apanham malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento são as raízes dos zimbros.    5São expulsos do meio dos homens, que gritam atrás deles, como atrás de um ladrão.    6Têm que habitar nos desfiladeiros sombrios, nas cavernas da terra e dos penhascos.    7Bramam entre os arbustos, ajuntam-se debaixo das urtigas.    8São filhos de insensatos, filhos de gente sem nome; da terra foram enxotados.    9Mas agora vim a ser a sua canção, e lhes sirvo de provérbio.    10Eles me abominam, afastam-se de mim, e no meu rosto não se privam de cuspir.    11Porquanto Deus desatou a minha corda e me humilhou, eles sacudiram de si o freio perante o meu rosto.    12ë direita levanta-se gente vil; empurram os meus pés, e contra mim erigem os seus caminhos de destruição.    13Estragam a minha vereda, promovem a minha calamidade; não há quem os detenha.    14Vêm como por uma grande brecha, por entre as ruínas se precipitam.    15Sobrevieram-me pavores; é perseguida a minha honra como pelo vento; e como nuvem passou a minha felicidade.    16E agora dentro de mim se derrama a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim.    17De noite me são traspassados os ossos, e o mal que me corrói não descansa.    18Pela violência do mal está desfigurada a minha veste; como a gola da minha túnica, me aperta.    19Ele me lançou na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza.    20Clamo a ti, e não me respondes; ponho-me em pé, e não atentas para mim.    21Tornas-te cruel para comigo; com a força da tua mão me persegues.    22Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele, e dissolves-me na tempestade.    23Pois eu sei que me levarás à morte, e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes.    24Contudo não estende a mão quem está a cair? ou não clama por socorro na sua calamidade?    25Não chorava eu sobre aquele que estava aflito? ou não se angustiava a minha alma pelo necessitado?    26Todavia aguardando eu o bem, eis que me veio o mal, e esperando eu a luz, veio a escuridão.    27As minhas entranhas fervem e não descansam; os dias da aflição me surpreenderam.    28Denegrido ando, mas não do sol; levanto-me na congregação, e clamo por socorro.    29Tornei-me irmão dos chacais, e companheiro dos avestruzes.    30A minha pele enegrece e se me cai, e os meus ossos estão queimados do calor.    31Pelo que se tornou em pranto a minha harpa, e a minha flauta em voz dos que choram.   

Chapter 31

1Fiz pacto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?    2Pois que porção teria eu de Deus lá de cima, e que herança do Todo-Poderoso lá do alto?    3Não é a destruição para o perverso, e o desastre para os obradores da iniqüidade?    4Não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos?    5Se eu tenho andado com falsidade, e se o meu pé se tem apressado após o engano    6(pese-me Deus em balanças fiéis, e conheça a minha integridade);    7se os meus passos se têm desviado do caminho, e se o meu coraçao tem seguido os meus olhos, e se qualquer mancha se tem pegado às minhas mãos;    8então semeie eu e outro coma, e seja arrancado o produto do meu campo.    9Se o meu coração se deixou seduzir por causa duma mulher, ou se eu tenho armado traição à porta do meu próximo,    10então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela.    11Pois isso seria um crime infame; sim, isso seria uma iniqüidade para ser punida pelos juízes;    12porque seria fogo que consome até Abadom, e desarraigaria toda a minha renda.    13Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles pleitearam comigo,    14então que faria eu quando Deus se levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que lhe responderia?    15Aquele que me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos plasmou na madre?    16Se tenho negado aos pobres o que desejavam, ou feito desfalecer os olhos da viúva,    17ou se tenho comido sozinho o meu bocado, e não tem comido dele o órfão também    18(pois desde a minha mocidade o órfão cresceu comigo como com seu pai, e a viúva, tenho-a guiado desde o ventre de minha mãe);    19se tenho visto alguém perecer por falta de roupa, ou o necessitado não ter com que se cobrir;    20se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com os velos dos meus cordeiros;    21se levantei a minha mão contra o órfao, porque na porta via a minha ajuda;    22então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço da sua juntura.    23Pois a calamidade vinda de Deus seria para mim um horror, e eu não poderia suportar a sua majestade.    24Se do ouro fiz a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança;    25se me regozijei por ser grande a minha riqueza, e por ter a minha mão alcança o muito;    26se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, quando ela caminhava em esplendor,    27e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão;    28isso também seria uma iniqüidade para ser punida pelos juízes; pois assim teria negado a Deus que está lá em cima.    29Se me regozijei com a ruína do que me tem ódio, e se exultei quando o mal lhe sobreveio    30(mas eu não deixei pecar a minha boca, pedindo com imprecação a sua morte);    31se as pessoas da minha tenda não disseram: Quem há que não se tenha saciado com carne provida por ele?    32O estrangeiro não passava a noite na rua; mas eu abria as minhas portas ao viandante;    33se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando a minha iniqüidade no meu seio,    34porque tinha medo da grande multidão, e o desprezo das famílias me aterrorizava, de modo que me calei, e não saí da porta...    35Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis a minha defesa, que me responda o Todo-Poderoso! Oxalá tivesse eu a acusação escrita pelo meu adversário!    36Por certo eu a levaria sobre o ombro, sobre mim a ataria como coroa.    37Eu lhe daria conta dos meus passos; como príncipe me chegaria a ele    38Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem;    39se comi os seus frutos sem dinheiro, ou se fiz que morressem os seus donos;    40por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.   

Chapter 32

1E aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.    2Então se acendeu a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; acendeu-se a sua ira contra Jó, porque este se justificava a si mesmo, e não a Deus.    3Também contra os seus três amigos se acendeu a sua ira, porque não tinham achado o que responder, e contudo tinham condenado a Jó.    4Ora, Eliú havia esperado para falar a Jó, porque eles eram mais idosos do que ele.    5Quando, pois, Eliú viu que não havia resposta na boca daqueles três homens, acendeu-se-lhe a ira.    6Então respondeu Eliú, filho de Baraquel, o buzita, dizendo: Eu sou de pouca idade, e vós sois, idosos; arreceei-me e temi de vos declarar a minha opinião.    7Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria.    8Há, porém, um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido.    9Não são os velhos que são os sábios, nem os anciãos que entendem o que é reto.    10Pelo que digo: Ouvi-me, e também eu declararei a minha opinião.    11Eis que aguardei as vossas palavras, escutei as vossas considerações, enquanto buscáveis o que dizer.    12Eu, pois, vos prestava toda a minha atenção, e eis que não houve entre vós quem convencesse a Jó, nem quem respondesse às suas palavras;    13pelo que não digais: Achamos a sabedoria; Deus é que pode derrubá-lo, e não o homem.    14Ora ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras.    15Estão pasmados, não respondem mais; faltam-lhes as palavras.    16Hei de eu esperar, porque eles não falam, porque já pararam, e não respondem mais?    17Eu também darei a minha resposta; eu também declararei a minha opinião.    18Pois estou cheio de palavras; o espírito dentro de mim me constrange.    19Eis que o meu peito é como o mosto, sem respiradouro, como odres novos que estão para arrebentar.    20Falarei, para que ache alívio; abrirei os meus lábios e responderei:    21Que não faça eu acepção de pessoas, nem use de lisonjas para com o homem.    22Porque não sei usar de lisonjas; do contrário, em breve me levaria o meu Criador.   

Chapter 33

1Ouve, pois, as minhas palavras, ó Jó, e dá ouvidos a todas as minhas declaraçoes.    2Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.    3As minhas palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com sinceridade o que sabem.    4O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.    5Se podes, responde-me; põe as tuas palavras em ordem diante de mim; apresenta-te.    6Eis que diante de Deus sou o que tu és; eu também fui formado do barro.    7Eis que não te perturbará nenhum medo de mim, nem será pesada sobre ti a minha mão.    8Na verdade tu falaste aos meus ouvidos, e eu ouvi a voz das tuas palavras. Dizias:    9Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e não há em mim iniqüidade.    10Eis que Deus procura motivos de inimizade contra mim, e me considera como o seu inimigo.    11Põe no tronco os meus pés, e observa todas as minhas veredas.    12Eis que nisso não tens razão; eu te responderei; porque Deus e maior do que o homem.    13Por que razão contendes com ele por não dar conta dos seus atos?    14Pois Deus fala de um modo, e ainda de outro se o homem não lhe atende.    15Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama;    16então abre os ouvidos dos homens, e os atemoriza com avisos,    17para apartar o homem do seu desígnio, e esconder do homem a soberba;    18para reter a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.    19Também é castigado na sua cama com dores, e com incessante contenda nos seus ossos;    20de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma a comida apetecível.    21Consome-se a sua carne, de maneira que desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora aparecem.    22A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida aos que trazem a morte.    23Se com ele, pois, houver um anjo, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem o que lhe é justo,    24então terá compaixão dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate.    25Sua carne se reverdecerá mais do que na sua infância; e ele tornará aos dias da sua juventude.    26Deveras orará a Deus, que lhe será propício, e o fará ver a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.    27Cantará diante dos homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.    28Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz.    29Eis que tudo isto Deus faz duas e três vezes para com o homem,    30para reconduzir a sua alma da cova, a fim de que seja iluminado com a luz dos viventes.    31Escuta, pois, ó Jó, ouve-me; cala-te, e eu falarei.    32Se tens alguma coisa que dizer, responde-me; fala, porque desejo justificar-te.    33Se não, escuta-me tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria.   

Chapter 34

1Prosseguiu Eliú, dizendo:    2Ouvi, vós, sábios, as minhas palavras; e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim.    3Pois o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida.    4O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.    5Pois Jó disse: Sou justo, e Deus tirou-me o direito.    6Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.    7Que homem há como Jó, que bebe o escárnio como água,    8que anda na companhia dos malfeitores, e caminha com homens ímpios?    9Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.    10Pelo que ouvi-me, vós homens de entendimento: longe de Deus o praticar a maldade, e do Todo-Poderoso o cometer a iniqüidade!    11Pois, segundo a obra do homem, ele lhe retribui, e faz a cada um segundo o seu caminho.    12Na verdade, Deus não procederá impiamente, nem o Todo-Poderoso perverterá o juízo.    13Quem lhe entregou o governo da terra? E quem lhe deu autoridade sobre o mundo todo?    14Se ele retirasse para si o seu espírito, e recolhesse para si o seu fôlego,    15toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.    16Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto, inclina os ouvidos às palavras que profiro.    17Acaso quem odeia o direito governará? Quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso?    18aquele que diz a um rei: ó vil? e aos príncipes: ó ímpios?    19que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos?    20Eles num momento morrem; e à meia-noite os povos são perturbados, e passam, e os poderosos são levados não por mão humana.    21Porque os seus olhos estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos.    22Não há escuridão nem densas trevas, onde se escondam os obradores da iniqüidade.    23Porque Deus não precisa observar por muito tempo o homem para que este compareça perante ele em juízo.    24Ele quebranta os fortes, sem inquiriçao, e põe outros em lugar deles.    25Pois conhecendo ele as suas obras, de noite os transtorna, e ficam esmagados.    26Ele os fere como ímpios, à vista dos circunstantes;    27porquanto se desviaram dele, e não quiseram compreender nenhum de seus caminhos,    28de sorte que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos.    29Se ele dá tranqüilidade, quem então o condenará? Se ele encobrir o rosto, quem então o poderá contemplar, quer seja uma nação, quer seja um homem só?    30para que o ímpio não reine, e não haja quem iluda o povo.    31Pois, quem jamais disse a Deus: Sofri, ainda que não pequei;    32o que não vejo, ensina-me tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer?    33Será a sua recompensa como queres, para que a recuses? Pois tu tens que fazer a escolha, e não eu; portanto fala o que sabes.    34Os homens de entendimento dir-me-ão, e o varão sábio, que me ouvir:    35Jó fala sem conhecimento, e às suas palavras falta sabedoria.    36Oxalá que Jó fosse provado até o fim; porque responde como os iníquos.    37Porque ao seu pecado acrescenta a rebelião; entre nós bate as palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.   

Chapter 35

1Disse mais Eliú:    2Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?    3Porque dizes: Que me aproveita? Que proveito tenho mais do que se eu tivera pecado?    4Eu te darei respostas, a ti e aos teus amigos contigo.    5Atenta para os céus, e vê; e contempla o firmamento que é mais alto do que tu.    6Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás com isso?    7Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão?    8A tua impiedade poderia fazer mal a outro tal como tu; e a tua justiça poderia aproveitar a um filho do homem.    9Por causa da multidão das opressões os homens clamam; clamam por socorro por causa do braço dos poderosos.    10Mas ninguém diz: Onde está Deus meu Criador, que inspira canções durante a noite;    11que nos ensina mais do que aos animais da terra, e nos faz mais sábios do que as aves do céu?    12Ali clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância os maus.    13Certo é que Deus não ouve o grito da vaidade, nem para ela atentará o Todo-Poderoso.    14Quanto menos quando tu dizes que não o vês. A causa está perante ele; por isso espera nele.    15Mas agora, porque a sua ira ainda não se exerce, nem grandemente considera ele a arrogância,    16por isso abre Jó em vão a sua boca, e sem conhecimento multiplica palavras.   

Chapter 36

1Prosseguiu ainda Eliú e disse:    2Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.    3De longe trarei o meu conhecimento, e ao meu criador atribuirei a justiça.    4Pois, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que tem perfeito conhecimento.    5Eis que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despre grande é no poder de entendimento.    6Ele não preserva a vida do ímpio, mas faz justiça aos aflitos.    7Do justo não aparta os seus olhos; antes com os reis no trono os faz sentar para sempre, e assim são exaltados.    8E se estão presos em grilhões, e amarrados com cordas de aflição,    9então lhes faz saber a obra deles, e as suas transgressões, porquanto se têm portado com soberba.    10E abre-lhes o ouvido para a instrução, e ordena que se convertam da iniqüidade.    11Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em prosperidade, e os seus anos em delícias.    12Mas se não o ouvirem, à espada serão passados, e expirarão sem conhecimento.    13Assim os ímpios de coração amontoam, a sua ira; e quando Deus os põe em grilhões, não clamam por socorro.    14Eles morrem na mocidade, e a sua vida perece entre as prostitutas.    15Ao aflito livra por meio da sua aflição, e por meio da opressão lhe abre os ouvidos.    16Assim também quer induzir-te da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto; e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.    17Mas tu estás cheio do juízo do ímpio; o juízo e a justiça tomam conta de ti.    18Cuida, pois, para que a ira não te induza a escarnecer, nem te desvie a grandeza do resgate.    19Prevalecerá o teu clamor, ou todas as forças da tua fortaleza, para que não estejas em aperto?    20Não suspires pela noite, em que os povos sejam tomados do seu lugar.    21Guarda-te, e não declines para a iniqüidade; porquanto isso escolheste antes que a aflição.    22Eis que Deus é excelso em seu poder; quem é ensinador como ele?    23Quem lhe prescreveu o seu caminho? Ou quem poderá dizer: Tu praticaste a injustiça?    24Lembra-te de engrandecer a sua obra, de que têm cantado os homens.    25Todos os homens a vêem; de longe a contempla o homem.    26Eis que Deus é grande, e nós não o conhecemos, e o número dos seus anos não se pode esquadrinhar.    27Pois atrai a si as gotas de água, e do seu vapor as destila em chuva,    28que as nuvens derramam e gotejam abundantemente sobre o homem.    29Poderá alguém entender as dilatações das nuvens, e os trovões do seu pavilhão?    30Eis que ao redor de si estende a sua luz, e cobre o fundo do mar.    31Pois por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância.    32Cobre as mãos com o relâmpago, e dá-lhe ordem para que fira o alvo.    33O fragor da tempestade dá notícia dele; até o gado pressente a sua aproximação.   

Chapter 37

1Sobre isso também treme o meu coração, e salta do seu lugar.    2Dai atentamente ouvidos ao estrondo da voz de Deus e ao sonido que sai da sua boca.    3Ele o envia por debaixo de todo o céu, e o seu relâmpago até os confins da terra.    4Depois do relâmpago ruge uma grande voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e não retarda os raios, quando é ouvida a sua voz.    5Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos.    6Pois à neve diz: Cai sobre a terra; como também às chuvas e aos aguaceiros: Sede copiosos.    7Ele sela as mãos de todo homem, para que todos saibam que ele os fez.    8E as feras entram nos esconderijos e ficam nos seus covis.    9Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o frio.    10Ao sopro de Deus forma-se o gelo, e as largas águas são congeladas.    11Também de umidade carrega as grossas nuvens; as nuvens espalham relâmpagos.    12Fazem evoluções sob a sua direção, para efetuar tudo quanto lhes ordena sobre a superfície do mundo habitável:    13seja para disciplina, ou para a sua terra, ou para beneficência, que as faça vir.    14A isto, Jó, inclina os teus ouvidos; pára e considera as obras maravilhosas de Deus.    15Sabes tu como Deus lhes dá as suas ordens, e faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?    16Compreendes o equilíbrio das nuvens, e as maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos;    17tu cujas vestes são quentes, quando há calma sobre a terra por causa do vento sul?    18Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um espelho fundido?    19Ensina-nos o que lhe diremos; pois nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas.    20Contar-lhe-ia alguém que eu quero falar. Ou desejaria um homem ser devorado?    21E agora o homem não pode olhar para o sol, que resplandece no céu quando o vento, tendo passado, o deixa limpo.    22Do norte vem o áureo esplendor; em Deus há tremenda majestade.    23Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender; grande é em poder e justiça e pleno de retidão; a ninguém, pois, oprimirá.    24Por isso o temem os homens; ele não respeita os que se julgam sábios.   

Chapter 38

1Depois disso o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho, dizendo:    2Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?    3Agora cinge os teus lombos, como homem; porque te perguntarei, e tu me responderás.    4Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento.    5Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu com o cordel?    6Sobre que foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou a pedra de esquina,    7quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?    8Ou quem encerrou com portas o mar, quando este rompeu e saiu da madre;    9quando eu lhe pus nuvens por vestidura, e escuridão por faixas,    10e lhe tracei limites, pondo-lhe portas e ferrolhos,    11e lhe disse: Até aqui virás, porém não mais adiante; e aqui se quebrarão as tuas ondas orgulhosas?    12Desde que começaram os teus dias, deste tu ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar,    13para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela?    14A terra se transforma como o barro sob o selo; e todas as coisas se assinalam como as cores dum vestido.    15E dos ímpios é retirada a sua luz, e o braço altivo se quebranta.    16Acaso tu entraste até os mananciais do mar, ou passeaste pelos recessos do abismo?    17Ou foram-te descobertas as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?    18Compreendeste a largura da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isso.    19Onde está o caminho para a morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar,    20para que às tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas para a sua casa?    21De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande o número dos teus dias!    22Acaso entraste nos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,    23que eu tenho reservado para o tempo da angústia, para o dia da peleja e da guerra?    24Onde está o caminho para o lugar em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?    25Quem abriu canais para o aguaceiro, e um caminho para o relâmpago do trovão;    26para fazer cair chuva numa terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há gente;    27para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer a tenra relva?    28A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?    29Do ventre de quem saiu o gelo? E quem gerou a geada do céu?    30Como pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.    31Podes atar as cadeias das Plêiades, ou soltar os atilhos do Oriom?    32Ou fazer sair as constelações a seu tempo, e guiar a ursa com seus filhos?    33Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o seu domínio sobre a terra?    34Ou podes levantar a tua voz até as nuvens, para que a abundância das águas te cubra?    35Ou ordenarás aos raios de modo que saiam? Eles te dirão: Eis-nos aqui?    36Quem pôs sabedoria nas densas nuvens, ou quem deu entendimento ao meteoro?    37Quem numerará as nuvens pela sabedoria? Ou os odres do céu, quem os esvaziará,    38quando se funde o pó em massa, e se pegam os torrões uns aos outros?    39Podes caçar presa para a leoa, ou satisfazer a fome dos filhos dos leões,    40quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?    41Quem prepara ao corvo o seu alimento, quando os seus pintainhos clamam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?   

Chapter 39

1Sabes tu o tempo do parto das cabras montesas, ou podes observar quando é que parem as corças?    2Podes contar os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu parto?    3Encurvam-se, dão à luz as suas crias, lançam de si a sua prole.    4Seus filhos enrijam, crescem no campo livre; saem, e não tornam para elas:    5Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao asno veloz,    6ao qual dei o ermo por casa, e a terra salgada por morada?    7Ele despreza o tumulto da cidade; não obedece os gritos do condutor.    8O circuito das montanhas é o seu pasto, e anda buscando tudo o que está verde.    9Quererá o boi selvagem servir-te? ou ficará junto à tua manjedoura?    10Podes amarrar o boi selvagem ao arado com uma corda, ou esterroará ele após ti os vales?    11Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho?    12Fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha à tua eira?    13Movem-se alegremente as asas da avestruz; mas é benigno o adorno da sua plumagem?    14Pois ela deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó,    15e se esquece de que algum pé os pode pisar, ou de que a fera os pode calcar.    16Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; embora se perca o seu trabalho, ela está sem temor;    17porque Deus a privou de sabedoria, e não lhe repartiu entendimento.    18Quando ela se levanta para correr, zomba do cavalo, e do cavaleiro.    19Acaso deste força ao cavalo, ou revestiste de força o seu pescoço?    20Fizeste-o pular como o gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas.    21Escarva no vale, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados.    22Ri-se do temor, e não se espanta; e não torna atrás por causa da espada.    23Sobre ele rangem a aljava, a lança cintilante e o dardo.    24Tremendo e enfurecido devora a terra, e não se contém ao som da trombeta.    25Toda vez que soa a trombeta, diz: Eia! E de longe cheira a guerra, e o trovão dos capitães e os gritos.    26É pelo teu entendimento que se eleva o gavião, e estende as suas asas para o sul?    27Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?    28Mora nas penhas e ali tem a sua pousada, no cume das penhas, no lugar seguro.    29Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de longe.    30Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos, ela aí está.   

Chapter 40

1Disse mais o Senhor a Jó:    2Contenderá contra o Todo-Poderoso o censurador? Quem assim argúi a Deus, responda a estas coisas.    3Então Jó respondeu ao Senhor, e disse:    4Eis que sou vil; que te responderia eu? Antes ponho a minha mão sobre a boca.    5Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.    6Então, do meio do redemoinho, o Senhor respondeu a Jó:    7Cinge agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás.    8Farás tu vão também o meu juízo, ou me condenarás para te justificares a ti?    9Ou tens braço como Deus; ou podes trovejar com uma voz como a dele?    10Orna-te, pois, de excelência e dignidade, e veste-te de glória e de esplendor.    11Derrama as inundações da tua ira, e atenta para todo soberbo, e abate-o.    12Olha para todo soberbo, e humilha-o, e calca aos pés os ímpios onde estão.    13Esconde-os juntamente no pó; ata-lhes os rostos no lugar escondido.    14Então também eu de ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.    15Contempla agora o hipopótamo, que eu criei como a ti, que come a erva como o boi.    16Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre.    17Ele enrija a sua cauda como o cedro; os nervos das suas coxas são entretecidos.    18Os seus ossos são como tubos de bronze, as suas costelas como barras de ferro.    19Ele é obra prima dos caminhos de Deus; aquele que o fez o proveu da sua espada.    20Em verdade os montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam.    21Deita-se debaixo dos lotos, no esconderijo dos canaviais e no pântano.    22Os lotos cobrem-no com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.    23Eis que se um rio trasborda, ele não treme; sente-se seguro ainda que o Jordão se levante até a sua boca.    24Poderá alguém apanhá-lo quando ele estiver de vigia, ou com laços lhe furar o nariz?   

Chapter 41

1Poderás tirar com anzol o leviatã, ou apertar-lhe a língua com uma corda?    2Poderás meter-lhe uma corda de junco no nariz, ou com um gancho furar a sua queixada?    3Porventura te fará muitas súplicas, ou brandamente te falará?    4Fará ele aliança contigo, ou o tomarás tu por servo para sempre?    5Brincarás com ele, como se fora um pássaro, ou o prenderás para tuas meninas?    6Farão os sócios de pesca tráfico dele, ou o dividirão entre os negociantes?    7Poderás encher-lhe a pele de arpões, ou a cabeça de fisgas?    8Põe a tua mão sobre ele; lembra-te da peleja; nunca mais o farás!    9Eis que é vã a esperança de apanhá-lo; pois não será um homem derrubado só ao vê-lo?    10Ninguém há tão ousado, que se atreva a despertá-lo; quem, pois, é aquele que pode erguer-se diante de mim?    11Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois tudo quanto existe debaixo de todo céu é meu.    12Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da sua grande força, nem da graça da sua estrutura.    13Quem lhe pode tirar o vestido exterior? Quem lhe penetrará a couraça dupla?    14Quem jamais abriu as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o terror.    15As suas fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada como por um selo apertado.    16Uma à outra se chega tão perto, que nem o ar passa por entre elas.    17Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar.    18Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.    19Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.    20Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.    21O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.    22No seu pescoço reside a força; e diante dele anda saltando o terror.    23Os tecidos da sua carne estão pegados entre si; ela é firme sobre ele, não se pode mover.    24O seu coração é firme como uma pedra; sim, firme como a pedra inferior dumá mó.    25Quando ele se levanta, os valentes são atemorizados, e por causa da consternação ficam fora de si.    26Se alguém o atacar com a espada, essa não poderá penetrar; nem tampouco a lança, nem o dardo, nem o arpão.    27Ele considera o ferro como palha, e o bronze como pau podre.    28A seta não o poderá fazer fugir; para ele as pedras das fundas se tornam em restolho.    29Os bastões são reputados como juncos, e ele se ri do brandir da lança.    30Debaixo do seu ventre há pontas agudas; ele se estende como um trilho sobre o lodo.    31As profundezas faz ferver, como uma panela; torna o mar como uma vasilha de ungüento.    32Após si deixa uma vereda luminosa; parece o abismo tornado em brancura de cãs.    33Na terra não há coisa que se lhe possa comparar; pois foi feito para estar sem pavor.    34Ele vê tudo o que é alto; é rei sobre todos os filhos da soberba.   

Chapter 42

1Então respondeu Jó ao Senhor:    2Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.    3Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? por isso falei do que não entendia; coisas que para mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia.    4Ouve, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me responderas.    5Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.    6Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.    7Sucedeu pois que, acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.    8Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.    9Então foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a Jó.    10O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía.    11Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.    12E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.    13Também teve sete filhos e três filhas.    14E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque.    15E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.    16Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração.    17Então morreu Jó, velho e cheio de dias.   

Psalms

Chapter 1

1Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;    2antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.    3Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.    4Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha que o vento espalha.    5Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos;    6porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína.   

Chapter 2

1Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão?    2Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:    3Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.    4Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.    5Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá, dizendo:    6Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte.    7Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.    8Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.    9Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.    10Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.    11Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor.    12Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.   

Chapter 3

1Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos se levantam contra mim.    2Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele em Deus.    3Mas tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim, a minha glória, e aquele que exulta a minha cabeça.    4Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde.    5Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta.    6Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor.    7Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu! pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos ímpios.    8A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção.   

Chapter 4

1Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.    2Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?    3Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.    4Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.    5Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.    6Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto.    7Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho.    8Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.   

Chapter 5

1Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos.    2Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro.    3Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio.    4Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.    5Os arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a todos os que praticam a maldade.    6Destróis aqueles que proferem a mentira; ao sanguinário e ao fraudulento o Senhor abomina.    7Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo.    8Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho.    9Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.    10Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra ti.    11Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome.    12Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como de um escudo.   

Chapter 6

1Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.    2Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.    3Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?...    4Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.    5Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?    6Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.    7Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos.    8Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.    9O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.    10Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.   

Chapter 7

1Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que me persegue, e livra-me;    2para que ele não me arrebate, qual leão, despedaçando-me, sem que haja quem acuda.    3Senhor, Deus meu, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos,    4se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu inimigo sem causa.    5persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha vida no chão, e deite no pó a minha glória.    6Ergue-te, Senhor, na tua ira; levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ordenado o juízo.    7Reúna-se ao redor de ti a assembléia dos povos, e por cima dela remonta-te ao alto.    8O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade que há em mim.    9Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins.    10O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração.    11Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.    12Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu arco;    13já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas.    14Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu a malvadez, e dará à luz a falsidade.    15Abre uma cova, aprofundando-a, e cai na cova que fez.    16A sua malvadez recairá sobre a sua cabeça, e a sua violência descerá sobre o seu crânio.    17Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor, o Altíssimo.   

Chapter 8

1Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus!    2Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador.    3Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste,    4que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?    5Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste.    6Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:    7todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,    8as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares.    9Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!   

Chapter 9

1Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.    2Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo;    3porquanto os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.    4Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente.    5Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.    6Os inimigos consumidos estão; perpétuas são as suas ruínas.    7Mas o Senhor está entronizado para sempre; preparou o seu trono para exercer o juízo.    8Ele mesmo julga o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.    9O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia.    10Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, não abandonas aqueles que te buscam.    11Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.    12Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se esquece do clamor dos aflitos.    13Tem misericórdia de mim, Senhor; olha a aflição que sofro daqueles que me odeiam, tu que me levantas das portas da morte.    14para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião e me alegre na tua salvação.    15Afundaram-se as nações na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.    16O Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos.    17Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.    18Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança dos pobres será frustrada perpetuamente.    19Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações na tua presença!    20Senhor, incute-lhes temor! Que as nações saibam que não passam de meros homens!   

Chapter 10

1Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?    2Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas que maquinaram.    3Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor.    4Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus.    5Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com desprezo.    6Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade.    7A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.    8Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão de espreita ao desamparado.    9Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.    10Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes garras.    11Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.    12Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.    13Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não inquirirás?    14Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.    15Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade, até que a descubras de todo.    16O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as nações.    17Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido,    18para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.   

Chapter 11

1No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como um pássaro?    2Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, às ocultas, aos retos de coração.    3Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?    4O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.    5O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência.    6Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo.    7Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu rosto.   

Chapter 12

1Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens.    2Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre.    3Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente,    4os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertecem; quem sobre nós é senhor?    5Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira.    6As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes.    7Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.    8Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos homens.   

Chapter 13

1Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?    2Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?    3Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;    4para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.    5Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua salvação.    6Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.   

Chapter 14

1Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.    2O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.    3Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.    4Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o Senhor?    5Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.    6Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu refúgio.    7Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.   

Chapter 15

1Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?    2Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade;    3que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta;    4aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda;    5que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.   

Chapter 16

1Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio.    2Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.    3Quanto aos santos que estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo o meu prazer.    4Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.    5Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és o sustentáculo do meu quinhão.    6As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa herança.    7Bendigo ao Senhor que me aconselha; até os meus rins me ensinam de noite.    8Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado.    9Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.    10Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.    11Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente.   

Chapter 17

1Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos.    2Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade.    3Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.    4Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento.    5Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus pés.    6A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.    7Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.    8Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,    9dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.    10Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.    11Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra.    12Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos.    13Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,    14dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.    15Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar.   

Chapter 18

1Eu te amo, ó Senhor, força minha.    2O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.    3Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.    4Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me amedrontaram.    5Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.    6Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.    7Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.    8Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador; dele saíram brasas ardentes.    9Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.    10Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.    11Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.    12Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.    13O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.    14Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.    15Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas narinas.    16Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.    17Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram mais poderosos do que eu.    18Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.    19Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.    20Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.    21Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.    22Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.    23Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.    24Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.    25Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.    26Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras contrário.    27Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.    28Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas.    29Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.    30Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.    31Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso Deus?    32Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;    33faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos meus lugares altos.    34Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.    35Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua clemência me engrandece.    36Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.    37Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de os ter consumido.    38Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.    39Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se levantam.    40Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me odeiam eu os destruo.    41Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.    42Então os esmiúço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.    43Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu não conhecia se me sujeita.    44Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se me submetem.    45Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.    46Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha salvação,    47o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,    48que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.    49Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.    50Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.   

Chapter 19

1Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.    2Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.    3Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.    4Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,    5que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.    6A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.    7A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.    8Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.    9O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.    10Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.    11Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.    12Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.    13Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.    14Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!   

Chapter 20

1O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.    2Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.    3Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.    4Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu desígnio.    5Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.    6Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.    7Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.    8Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.    9Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.   

Chapter 21

1Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua salvação quão grandemente se regozija!    2Concedeste-lhe o desejo do seu coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios.    3Pois o proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino.    4Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente.    5Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de majestade o revestes.    6Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o enches de gozo na tua presença.    7Pois o rei confia no Senhor; e pela bondade do Altíssimo permanecerá inabalável.    8A tua mão alcançará todos os teus inimigos, a tua destra alcançará todos os que te odeiam.    9Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor os consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.    10A sua prole destruirás da terra, e a sua descendência dentre os filhos dos homens.    11Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não prevalecerão.    12Porque tu os porás em fuga; contra os seus rostos assestarás o teu arco.    13Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.   

Chapter 22

1Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?    2Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego.    3Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.    4Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.    5A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos.    6Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.    7Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:    8Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.    9Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe.    10Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.    11Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda.    12Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.    13Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.    14Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.    15A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.    16Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.    17Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.    18Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.    19Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.    20Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.    21Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.    22Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.    23Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.    24Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.    25De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.    26Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente!    27Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.    28Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.    29Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.    30A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.    31Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez.   

Chapter 23

1O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.    2Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.    3Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.    4Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.    5Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.    6Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.   

Chapter 24

1Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.    2Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.    3Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?    4Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.    5Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.    6Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.    7Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.    8Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.    9Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.    10Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da Glória.   

Chapter 25

1A ti, Senhor, elevo a minha alma.    2Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre mim os meus inimigos.    3Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam; envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.    4Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.    5Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti espero o dia todo.    6Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade, porque elas são eternas.    7Não te lembres dos pecado da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, pela tua bondade, ó Senhor.    8Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.    9Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.    10Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu pacto e os seus testemunhos.    11Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande.    12Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher.    13Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.    14O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu pacto.    15Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará do laço os meus pés.    16Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e aflito.    17Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias.    18Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.    19Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio cruel.    20Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em ti me refúgio.    21A integridade e a retidão me protejam, porque em ti espero.    22Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.   

Chapter 26

1Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar.    2Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente.    3Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua verdade.    4Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores.    5Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios.    6Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do teu altar,    7para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.    8Ó Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.    9Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida a dos homens sanguinolentos,    10em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.    11Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixão de mim.    12O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações bendirei ao Senhor.   

Chapter 27

1O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?    2Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.    3Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança.    4Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.    5Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará.    6E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus inimigos que estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios de júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.    7Ouve, ó Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e responde-me.    8Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.    9Não escondas de mim o teu rosto, não rejeites com ira o teu servo, tu que tens sido a minha ajuda. Não me enjeites nem me desampares, ó Deus da minha salvação.    10Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.    11Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana, por causa dos que me espreitam.    12Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois contra mim se levantaram falsas testemunhas e os que repiram violência.    13Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos viventes.    14Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.   

Chapter 28

1A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à cova.    2Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamo, quando levanto as minhas mãos para o teu santo templo.    3Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.    4Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles merecem.    5Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem para o que as suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os reedificará    6Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas.    7O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.    8O Senhor é a força do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o seu ungido.    9Salva o teu povo, e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre.   

Chapter 29

1Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, tributai ao Senhor glória e força.    2Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes santos.    3A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.    4A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.    5A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.    6Ele faz o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de boi selvagem.    7A voz do Senhor lança labaredas de fogo.    8A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.    9A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as florestas; e no seu templo todos dizem: Glória!    10O Senhor está entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como rei, perpetuamente.    11O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.   

Chapter 30

1Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste, e não permitiste que meus inimigos se alegrassem sobre mim.    2Ó Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.    3Senhor, fizeste subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida, dentre os que descem à cova.    4Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai o seu santo nome.    5Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.    6Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado.    7Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha permanecesse forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.    8A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:    9Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?    10Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! Ó Senhor, sê o meu ajudador!    11Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;    12para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre.   

Chapter 31

1Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça!    2Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!    3Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.    4Tira-me do laço que me armaram, pois tu és o meu refúgio.    5Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus da verdade.    6Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu, porém, confio no Senhor.    7Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias,    8e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso.    9Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.    10Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.    11Por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio, sim, sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.    12Sou esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um vaso quebrado.    13Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida.    14Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus.    15Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem.    16Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua bondade.    17Não seja eu envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados sejam os ímpios, emudeçam no Seol.    18Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo.    19Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam!    20No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.    21Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo numa cidade sitiada.    22Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti clamei.    23Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o Senhor guarda os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de soberba.    24Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor.   

Chapter 32

1Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.    2Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.    3Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo.    4Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.    5Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.    6Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.    7Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.    8Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.    9Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão.    10O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.    11Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos vós que sois retos de coração.   

Chapter 33

1Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor.    2Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas.    3Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.    4Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas com fidelidade.    5Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.    6Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.    7Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos.    8Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.    9Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.    10O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.    11O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.    12Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.    13O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos homens;    14da sua morada observa todos os moradores da terra,    15aquele que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.    16Um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem o homem valente se livra pela muita força.    17O cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande força.    18Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua benignidade,    19para os livrar da morte, e para os conservar vivos na fome.    20A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo.    21Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome.    22Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos.   

Chapter 34

1Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.    2No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.    3Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.    4Busquei ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me livrou.    5Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos.    6Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de todas as suas angústias.    7O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.    8Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.    9Temei ao Senhor, vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.    10Os leõezinhos necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor, bem algum lhes faltará.    11Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.    12Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?    13Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente.    14Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.    15Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.    16A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.    17Os justos clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.    18Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.    19Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o livra.    20Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles se quebra.    21A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados.    22O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele se refugiam será condenado.   

Chapter 35

1Contende, Senhor, com aqueles que contendem comigo; combate contra os que me combatem.    2Pega do escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.    3Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize à minha alma: Eu sou a tua salvação.    4Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida; voltem atrás e se confudam os que contra mim intentam o mal.    5Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça fugir.    6Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.    7Pois sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma cova para a minha vida.    8Sobrevenha-lhes inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição.    9Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação.    10Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor, quem é como tu, que livras o fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o pobre e o necessitado, daquele que o rouba.    11Levantam-se testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu ignoro.    12Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.    13Mas, quanto a mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício, humilhava-me com o jejum, e orava de cabeça sobre o peito.    14Portava-me como o faria por meu amigo ou meu irmão; eu andava encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua mãe.    15Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam; congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me sem cessar.    16Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.    17Ó Senhor, até quando contemplarás isto? Livra-me das suas violências; salva a minha vida dos leões!    18Então te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo te louvarei.    19Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.    20Pois não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra palavras enganosas.    21Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! os nossos olhos o viram.    22Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.    23Acorda e desperta para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu.    24Justifica-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não se regozijem eles sobre mim.    25Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não digam: Nós o havemos devorado.    26Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.    27Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.    28Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia todo.   

Chapter 36

1A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.    2Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e detestada.    3As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem.    4Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.    5A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.    6A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.    7Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.    8Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;    9pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.    10Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.    11Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.    12Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar.   

Chapter 37

1Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.    2Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.    3Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em segurança.    4Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.    5Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.    6E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia.    7Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.    8Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva à prática do mal.    9Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.    10Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.    11Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.    12O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes,    13mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.    14Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu caminho.    15Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos quebrados.    16Mais vale o pouco que o justo tem, do que as riquezas de muitos ímpios.    17Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os justos.    18O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre.    19Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome se fartarão.    20Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.    21O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.    22Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor herdarão a terra, mas aqueles que são por ele amaldiçoados serão exterminados.    23Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita;    24ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a mão.    25Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.    26Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é abençoada.    27Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente.    28Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.    29Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.    30A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que é reto.    31A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus passos.    32O ímpio espreita o justo, e procura matá-lo.    33O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará quando for julgado.    34Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados.    35Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore verde na terra natal.    36Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado.    37Nota o homem íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de paz um porvir feliz.    38Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e a posteridade dos ímpios será exterminada.    39Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.    40E o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porquanto nele se refugiam.   

Chapter 38

1Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.    2Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.    3Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.    4Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.    5As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura.    6Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.    7Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha carne.    8Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do desassossego do meu coração.    9Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te é oculto.    10O meu coração está agitado; a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, até essa me deixou.    11Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância.    12Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas perniciosas,    13Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca.    14Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar.    15Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás.    16Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé.    17Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.    18Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do meu pecado.    19Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.    20Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom.    21Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.    22Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.   

Chapter 39

1Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.    2Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou.    3Escandesceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;    4Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.    5Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.    6Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.    7Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti.    8Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato.    9Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,    10Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.    11Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.    12Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais.    13Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.   

Chapter 40

1Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.    2Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.    3Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.    4Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.    5Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.    6Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocauto e oferta de expiação pelo pecado não reclamaste.    7Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:    8Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.    9Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios;    10Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.    11Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua fidelidade sempre me guardem.    12Pois males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me têm alcançado, de modo que não posso ver; são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração.    13Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu auxílio.    14Sejam à uma envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.    15Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!    16Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o Senhor.    17Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu.   

Chapter 41

1Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.    2O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.    3O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença.    4Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha alma, pois pequei contra ti.    5Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?    6E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.    7Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:    8Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará mais.    9Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.    10Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes retribua.    11Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim o meu inimigo    12Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.    13Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e amém.   

Chapter 42

1Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!    2A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?    3As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?    4Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.    5Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.    6Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.    7Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.    8Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.    9A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?    10Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?    11Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.   

Chapter 43

1Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo.    2Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?    3Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me elas ao teu santo monte, e à tua habitação.    4Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.    5Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.   

Chapter 44

1Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antigüidade.    2Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles plantaste; afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.    3Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu braço que os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto, porquanto te agradaste deles.    4Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para Jacó.    5Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome pisamos os que se levantam contra nós.    6Pois não confio no meu arco, nem a minha espada me pode salvar.    7Mas tu nos salvaste dos nossos adversários, e confundiste os que nos odeiam.    8Em Deus é que nos temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o teu nome.    9Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos exércitos.    10Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que nos odeiam nos despojam à vontade.    11Entregaste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as nações.    12Vendeste por nada o teu povo, e não lucraste com o seu preço.    13Puseste-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria àqueles que estão à roda de nós.    14Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio entre os povos.    15A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre,    16à voz daquele que afronta e blasfema, à vista do inimigo e do vingador.    17Tudo isto nos sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu pacto.    18O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas,    19para nos teres esmagado onde habitam os chacais, e nos teres coberto de trevas profundas.    20Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as nossas mãos para um deus estranho,    21porventura Deus não haveria de esquadrinhar isso? pois ele conhece os segredos do coração.    22Mas por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o matadouro.    23Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos rejeites para sempre.    24Por que escondes o teu rosto, e te esqueces da nossa tribulação e da nossa angústia?    25Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão.    26Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.   

Chapter 45

1O meu coração trasborda de boas palavras; dirijo os meus versos ao rei; a minha língua é qual pena de um hábil escriba.    2Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se derramou nos teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.    3Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua glória e majestade.    4E em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da mansidão e da justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.    5As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei; os povos caem debaixo de ti.    6O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.    7Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.    8Todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e a cássia; dos palácios de marfim os instrumentos de cordas e te alegram.    9Filhas de reis estão entre as tuas ilustres donzelas; à tua mão direita está a rainha, ornada de ouro de Ofir.    10Ouve, filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa de teu pai.    11Então o rei se afeiçoará à tua formosura. Ele é teu senhor, presta-lhe, pois, homenagem.    12A filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.    13A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de ouro.    14Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença.    15Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei.    16Em lugar de teus pais estarão teus filhos; tu os farás príncipes sobre toda a terra.    17Farei lembrado o teu nome de geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente.   

Chapter 46

1Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.    2Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares;    3ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.    4Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo.    5Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva.    6Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete.    7O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.    8Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra.    9Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.    10Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.    11O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.   

Chapter 47

1Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.    2Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra.    3Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés.    4Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou.    5Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao som de trombeta.    6Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores.    7Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com salmo.    8Deus reina sobre as nações; Deus está sentado sobre o seu santo trono.    9Os príncipes dos povos se reúnem como povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele é sumamente exaltado.   

Chapter 48

1Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo.    2De bela e alta situação, alegria de toda terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande Rei.    3Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto refúgio.    4Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram chegando.    5Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir.    6Aí se apoderou deles o tremor, sentiram dores como as de uma parturiente.    7Com um vento oriental quebraste as naus de Társis.    8Como temos ouvido, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus; Deus a estabelece para sempre.    9Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade no meio do teu templo.    10Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor até os confins da terra; de retidão está cheia a tua destra.    11Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá, por causa dos teus juízos.    12Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres.    13Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte.    14Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a morte.   

Chapter 49

1Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do mundo,    2quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres.    3A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento.    4Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa.    5Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus perseguidores,    6dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas?    7Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus,    8(pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;)    9para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova.    10Sim, ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o néscio e o estúpido, e deixam a outros os seus bens.    11O pensamento íntimo deles é que as suas casas são perpétuas e as suas habitações de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes.    12Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.    13Este é o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se satisfazem com as suas próprias palavras.    14Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação.    15Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.    16Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa aumenta.    17Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória não descerá após ele.    18Ainda que ele, enquanto vivo, se considera feliz e os homens o louvam quando faz o bem a si mesmo,    19ele irá ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a luz    20Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.   

Chapter 50

1O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra desde o nascer do sol até o seu ocaso.    2Desde Sião, a perfeição da formosura. Deus resplandece.    3O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu redor.    4Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu povo:    5Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto por meio de sacrifícios.    6Os céus proclamam a justiça dele, pois Deus mesmo é Juiz.    7Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus.    8Não te repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo perante mim.    9Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus currais.    10Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de outeiros.    11Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no campo é meu.    12Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude.    13Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?    14Oferece a Deus por sacrifício ações de graças, e paga ao Altíssimo os teus votos;    15e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.    16Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos, e em tomares o meu pacto na tua boca,    17visto que aborreces a correção, e lanças as minhas palavras para trás de ti?    18Quando vês um ladrão, tu te comprazes nele; e tens parte com os adúlteros.    19Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos.    20Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe.    21Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te argüirei, e tudo te porei à vista.    22Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que eu não vos despedace, sem que haja quem vos livre.    23Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.   

Chapter 51

1Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas tansgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.    2Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.    3Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.    4Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares.    5Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.    6Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma.    7Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.    8Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste.    9Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.    10Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.    11Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito.    12Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.    13Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti.    14Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alegremente a tua justiça.    15Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu louvor.    16Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias.    17O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.    18Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.    19Então te agradarás de sacrifícios de justiça dos holocaustos e das ofertas queimadas; então serão oferecidos novilhos sobre o teu altar.   

Chapter 52

1Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade de Deus subsiste em todo o tempo.    2A tua língua maquina planos de destruição, como uma navalha afiada, ó tu que usas de dolo.    3Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a verdade.    4Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta.    5Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos viventes.    6Os justos o verão e temerão; e se rirão dele, dizendo:    7Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza; antes confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua perversidade.    8Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de Deus para sempre e eternamente.    9Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu nome, porque é bom diante de teus santos.   

Chapter 53

1Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.    2Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.    3Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.    4Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?    5Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque Deus os rejeitou.    6Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.   

Chapter 54

1Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder.    2Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca.    3Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de si.    4Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida.    5Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade.    6De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom.    7Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.   

Chapter 55

1Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração, e não te escondas da minha súplica.    2Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,    3por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade, e com furor me perseguem.    4O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram.    5Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu.    6Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria, e encontraria descanso.    7Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.    8Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade.    9Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e contenda na cidade.    10Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniqüidade e malícia estão no meio dela.    11Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das suas ruas.    12Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me;    13mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo.    14Conservávamos juntos tranqüilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus.    15A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio íntimo.    16Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.    17De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.    18Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra mim.    19Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus.    20Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto.    21A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas.    22Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.    23Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.   

Chapter 56

1Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo.    2Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente pelejam contra mim.    3No dia em que eu temer, hei de confiar em ti.    4Em Deus, cuja palavra eu lovo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo;    5Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal.    6Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha morte.    7Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira!    8Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?    9No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está comigo.    10Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo,    11em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?    12Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei ações de graças;    13pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida?   

Chapter 57

1Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades.    2Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa.    3Ele do céu enviará seu auxílio , e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.    4Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada.    5Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra.    6Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram.    7Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu coração; cantarei, sim, cantarei louvores.    8Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.    9Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações.    10Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até as nuvens.    11Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a terra.   

Chapter 58

1Falais deveras o que é reto, vós os poderosos? Julgais retamente, ó filhos dos homens?    2Não, antes no coração forjais iniqüidade; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos.    3Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.    4Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os seus ouvidos,    5de sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador perito em encantamento.    6Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca, Senhor, os caninos aos filhos dos leões.    7Sumam-se como águas que se escoam; sejam pisados e murcham como a relva macia.    8Sejam como a lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher, que nunca viu o sol.    9Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as vossas panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo.    10O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio.    11Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.   

Chapter 59

1Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; protege-me daqueles que se levantam contra mim.    2Livra-me do que praticam a iniqüidade, e salva-me dos homens sanguinários.    3Pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor.    4Eles correm, e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares, e olha.    5Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para punir todas as nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniqüidade.    6Eles voltam à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade.    7Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus lábios; porque (pensam eles), quem ouve?    8Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todas as nações.    9Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio.    10O meu Deus com a sua benignidade virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos.    11Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso.    12Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem,    13consome-os na tua indignação; consome-os, de modo que não existem mais; para que saibam que Deus reina sobre Jacó, até os confins da terra.    14Eles tornam a vir à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade;    15vagueiam buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem.    16Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia.    17A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.   

Chapter 60

1Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos esmagaste, tu tens estado indignado; oh, restabelece-nos.    2Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme.    3Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o vinho de aturdimento.    4Deste um estandarte aos que te temem, para o qual possam fugir de diante do arco.    5Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra, e responde-nos.    6Deus falou na sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e medirei o vale de Sucote.    7Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete; Judá é o meu cetro.    8Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia darei o brado de vitória.    9Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom?    10Não nos rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair com os nossos exércitos?    11Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.    12Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.   

Chapter 61

1Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração.    2Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu.    3Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo.    4Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue no esconderijo das tuas asas.    5Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome.    6Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações.    7Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faze que a benignidade e a fidelidade o preservem.    8Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.   

Chapter 62

1Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação.    2Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado.    3Até quando acometereis um homem, todos vós, para o derrubardes, como a um muro pendido, uma cerca prestes a cair?    4Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo maldizem.    5Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.    6Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha fortaleza; não serei abalado.    7Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte rochedo e o meu refúgio.    8Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.    9Certamente que os filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens são desilusão; postos na balança, subiriam; todos juntos são mais leves do que um sopro.    10Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração.    11Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus.    12A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua obra.   

Chapter 63

1Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.    2Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória.    3Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.    4Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.    5A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios.    6quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite,    7pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas.    8A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta.    9Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra.    10Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais.    11Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.   

Chapter 64

1Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do horror do inimigo.    2Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que praticam a iniqüidade,    3os quais afiaram a sua língua como espada, e armaram por suas flechas palavras amargas.    4Para em lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem.    5Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem nos verá?    6Planejam iniqüidades; ocultam planos bem traçados; pois o íntimo e o coração do homem são inescrutáveis.    7Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos.    8Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas próprias línguas; todos aqueles que os virem fugirão.    9E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e considerarão a obra de Deus, e considerarão prudentemente os seus feitos.    10O justo se alegrará no Senhor e confiará nele, e todos os de coração reto cantarão louvores.   

Chapter 65

1A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto.    2Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne.    3Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás.    4Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.    5Com prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação, a esperança de todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar;    6tu que pela tua força consolidas os montes, cingido de poder;    7que aplacas o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos.    8Os que habitam os confins da terra são tomados de medo à vista dos teus sinais; tu fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde.    9Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado;    10enches d'água os seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva, e abençoando as suas novidades.    11Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura;    12destilam sobre as pastagens do deserto, e os outeiros se cingem de alegria.    13As pastagens revestem-se de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; por isso eles se regozijam, por isso eles cantam.   

Chapter 66

1Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.    2Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor.    3Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos.    4Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome.    5Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos homens.    6Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele.    7Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.    8Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;    9ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés.    10Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata.    11Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos.    12Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância.    13Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,    14votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu, quando eu estava na angústia.    15Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com cabritos.    16Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por mim.    17A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.    18Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;    19mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração.    20Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade.   

Chapter 67

1Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós,    2para que se conheça na terra o seu caminho e entre todas as nações a sua salvação.    3Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.    4Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgas os povos com eqüidade, e guias as nações sobre a terra.    5Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos todos.    6A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem nos abençoado.    7Deus nos tem abençoado; temam-no todas as extremidades da terra!   

Chapter 68

1Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus inimigos; fujam de diante dele os que o odeiam!    2Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.    3Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e se encham de júbilo.    4Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga sobre as nuvens, pois o seu nome é Já; exultai diante dele.    5Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada.    6Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida.    7Ó Deus! quando saías à frente do teu povo, quando caminhavas pelo deserto,    8a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel.    9Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua herança, quando estava cansada.    10Nela habitava o teu rebanho; da tua bondade, ó Deus, proveste o pobre.    11O Senhor proclama a palavra; grande é a companhia dos que anunciam as boas-novas.    12Reis de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os despojos.    13Deitados entre redis, sois como as asas da pomba cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo.    14Quando o Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Zalmom.    15Monte grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o monte de Basã!    16Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele eternamente.    17Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário.    18Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.    19Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o Deus que é a nossa salvação.    20Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte.    21Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue em suas culpas.    22Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã; fá-los-ei voltar das profundezas do mar;    23para que mergulhes o teu pé em sangue, e para que a língua dos teus cães tenha dos inimigos o seu quinhão.    24Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu Rei, no santuário.    25Iam na frente os cantores, atrás os tocadores de instrumentos, no meio as donzelas que tocavam adufes.    26Bendizei a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte de Israel.    27Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Zebulom e os chefes de Naftali.    28Ordena, ó Deus, a tua força; confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós.    29Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes.    30Repreende as feras dos caniçais, a multidão dos touros, com os bezerros dos povos. Calca aos pés as suas peças de prata; dissípa os povos que se deleitam na guerra.    31Venham embaixadores do Egito; estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus.    32Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor,    33àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que são desde a antigüidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente.    34Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua força nos firmamento.    35Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!   

Chapter 69

1Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço.    2Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge.    3Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus.    4Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de restituir o que não extorqui.    5Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não são ocultas.    6Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.    7Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu o rosto.    8Tornei-me como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para os filhos de minha mãe.    9Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.    10Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.    11Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles um provérbio.    12Aqueles que se sentem à porta falam de mim; e sou objeto das cantigas dos bêbedos.    13Eu, porém, faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação.    14Tira-me do lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das profundezas das águas.    15Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem cerre a cova a sua boca sobre mim.    16Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão.    17Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado.    18Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.    19Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários.    20Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.    21Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.    22Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma armadilha.    23Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente.    24Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira.    25Fique desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas.    26Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste.    27Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça.    28Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos.    29Eu, porém, estou aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro.    30Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.    31Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que tem pontas e unhas.    32Vejam isto os mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração.    33Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros.    34Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.    35Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão.    36E herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela.   

Chapter 70

1Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em socorrer-me.    2Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram tirar-me a vida; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.    3Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah!    4Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus.    5Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó Deus. Tu és o meu amparo e o meu libertador; Senhor, não te detenhas.   

Chapter 71

1Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido.    2Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.    3Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.    4Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel,    5Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.    6Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente.    7Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte.    8A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente.    9Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças.    10Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos,    11dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre.    12Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me.    13Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.    14Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.    15A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça a sua grandeza.    16Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente.    17Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.    18Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.    19A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti?    20Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.    21Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.    22Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel.    23Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu remiste.    24Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal.   

Chapter 72

1Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.    2Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade.    3Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com justiça.    4Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado, e esmague o opressor.    5Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações.    6Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra.    7Nos seus dias floreça a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua.    8Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.    9Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos lambam o pó.    10Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons.    11Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam.    12Porque ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.    13Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele salva.    14Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus olhos é o sangue deles.    15Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo.    16Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra.    17Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado.    18Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas.    19Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém.    20Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.   

Chapter 73

1Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.    2Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem.    3Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.    4Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo.    5Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens.    6Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido.    7Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração.    8Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão.    9Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.    10Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma.    11E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no Altíssimo?    12Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas riquezas.    13Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência,    14pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.    15Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração de teus filhos.    16Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim,    17até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles.    18Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína.    19Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de terrores.    20Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas fantasias.    21Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração,    22estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti.    23Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita.    24Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória.    25A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.    26A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre.    27Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti.    28Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.   

Chapter 74

1Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra o rebanho do teu pasto?    2Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antigüidade, que remiste para ser a tribo da tua herança, e do monte Sião, em que tens habitado.    3Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que o inimigo tem feito no santuário.    4Os teus inimigos bramam no meio da tua assembléia; põem nela as suas insígnias por sinais.    5A entrada superior cortaram com machados a grade de madeira.    6Eis que toda obra entalhada, eles a despedaçaram a machados e martelos.    7Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derrubando-a até o chão, a morada do teu nome.    8Disseram no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as sinagogas de Deus na terra.    9Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.    10Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para sempre?    11Por que reténs a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu seio, e consome-os.    12Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigüidade, operando a salvação no meio da terra.    13Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas.    14Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.    15Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios perenes.    16Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o sol.    17Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os fizeste.    18Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome.    19Não entregues às feras a alma da tua rola; não te esqueça para sempre da vida dos teus aflitos.    20Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios das moradas de violência.    21Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.    22Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o insensato te faz continuamente.    23Não te esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto daqueles que se levantam contra ti sobe continuamente.   

Chapter 75

1Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o teu nome está perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas maravilhas.    2Quando chegar o tempo determinado, julgarei retamente.    3Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu lhe fortaleci as colunas.    4Digo eu aos arrogantes: Não sejais arrogantes; e aos ímpios: Não levanteis a fronte;    5não levanteis ao alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância.    6Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação.    7Mas Deus é o que julga; a um abate, e a outro exalta.    8Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes.    9Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores ao Deus de Jacó.    10E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas.   

Chapter 76

1Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em Israel.    2Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião.    3Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a guerra.    4Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes eternos.    5Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu último sono; nenhum dos homens de força pôde usar as mãos.    6Â tua repreensão, ó Deus de Jacó, cavaleiros e cavalos ficaram estirados sem sentidos.    7Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá à tua vista, quando te irares?    8Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou,    9quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da terra.    10Na verdade a cólera do homem redundará em teu louvor, e do restante da cólera tu te cingirás.    11Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, àquele que deve ser temido.    12Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis da terra.   

Chapter 77

1Levanto a Deus a minha voz; a Deus levanto a minha voz, para que ele me ouça.    2No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada.    3Lembro-me de Deus, e me lamento; queixo-me, e o meu espírito desfalece.    4Conservas vigilantes os meus olhos; estou tão perturbado que não posso falar.    5Considero os dias da antigüidade, os anos dos tempos passados.    6De noite lembro-me do meu cântico; consulto com o meu coração, e examino o meu espírito.    7Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?    8Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para todas as gerações    9Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas ternas misericórdias?    10E eu digo: Isto é minha enfermidade; acaso se mudou a destra do Altíssimo?    11Recordarei os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antigüidade.    12Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei os teus feitos poderosos    13O teu caminho, ó Deus, é em santidade; que deus é grande como o nosso Deus?    14Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos.    15Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.    16As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram.    17As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as tuas flechas também correram de uma para outra parte.    18A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.    19Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as tuas pegadas não foram conhecidas.    20Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.   

Chapter 78

1Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.    2Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade,    3coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.    4Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.    5Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;    6para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,    7a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos;    8e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus.    9Os filhos de Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja.    10Não guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei;    11esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.    12Maravilhas fez ele à vista de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoá.    13Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como um montão.    14Também os guiou de dia por uma nuvem, e a noite toda por um clarão de fogo.    15Fendeu rochas no deserto, e deu-lhes de beber abundantemente como de grandes abismos.    16Da penha fez sair fontes, e fez correr águas como rios.    17Todavia ainda prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o Altíssimo no deserto.    18E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida segundo o seu apetite.    19Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá Deus porventura preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu povo?    20Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;    21Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;    22porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação.    23Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus;    24fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos céus.    25Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em abundância.    26Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul.    27Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do mar;    28e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas habitações.    29Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que cobiçavam.    30Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca,    31quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel.    32Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas.    33Pelo que consumiu os seus dias como um sopo, e os seus anos em repentino terror.    34Quando ele os fazia morrer, então o procuravam; arrependiam-se, e de madrugada buscavam a Deus.    35Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor.    36Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.    37Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu pacto.    38Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniqüidade, e não os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o seu furor.    39Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta.    40Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o ofenderam no ermo!    41Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram o Santo de Israel.    42Não se lembraram do seu poder, nem do dia em que os remiu do adversário,    43nem de como operou os seus sinais no Egito, e as suas maravilhas no campo de Zoã,    44convertendo em sangue os seus rios, para que não pudessem beber das suas correntes.    45Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram.    46Entregou às lagartas as novidades deles, e o fruto do seu trabalho aos gafanhotos.    47Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com chuva de pedra.    48Também entregou à saraiva o gado deles, e aos coriscos os seus rebanhos.    49E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a angústia, qual companhia de anjos destruidores.    50Deu livre curso à sua ira; não os poupou da morte, mas entregou a vida deles à pestilência.    51Feriu todo primogênito no Egito, primícias da força deles nas tendas de Cão.    52Mas fez sair o seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a um rebanho.    53Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus inimigos, o mar os submergiu.    54Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até o monte que a sua destra adquirira.    55Expulsou as nações de diante deles; e dividindo suas terras por herança, fez habitar em suas tendas as tribos de Israel.    56Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos.    57Mas tornaram atrás, e portaram-se aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco traiçoeiro.    58Pois o provocaram à ira com os seus altos, e o incitaram a zelos com as suas imagens esculpidas.    59Ao ouvir isso, Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel.    60Pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda da sua morada entre os homens,    61dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo.    62Entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança.    63Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não tiveram cântico nupcial.    64Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não fizeram pranto.    65Então o Senhor despertou como dum sono, como um valente que o vinho excitasse.    66E fez recuar a golpes os seus adversários; infligiu-lhes eterna ignomínia.    67Além disso, rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim;    68antes escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.    69Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para sempre.    70Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas;    71de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança.    72E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos.   

Chapter 79

1Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.    2Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e a carne dos teus santos aos animais da terra.    3Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse.    4Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em redor de nós.    5Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo?    6Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome;    7porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.    8Não te lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.    9Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.    10Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos.    11Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão condenados à morte.    12E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a injúria com que te injuriaram, Senhor.    13Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração publicaremos os teus louvores.   

Chapter 80

1Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins, resplandece.    2Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem salvar-nos.    3Reabilita-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.    4Ó Senhor Deus dos exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo?    5Tu os alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber lágrimas em abundância.    6Tu nos fazes objeto de escárnio entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si.    7Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.    8Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as nações, e a plantaste.    9Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas raízes, e encheu a terra.    10Os montes cobriram-se com a sua sombra, e os cedros de Deus com os seus ramos.    11Ela estendeu a sua ramagem até o mar, e os seus rebentos até o Rio.    12Por que lhe derrubaste as cercas, de modo que a vindimam todos os que passam pelo caminho?    13O javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela.    14Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e vê, e visita esta videira,    15a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti.    16Está queimada pelo fogo, está cortada; eles perecem pela repreensão do teu rosto.    17Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem que fortificaste para ti.    18E não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu nome.    19Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.   

Chapter 81

1Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; erguei alegres vozes ao Deus de Jacó.    2Entoai um salmo, e fazei soar o adufe, a suave harpa e o saltério.    3Tocai a trombeta pela lua nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa.    4Pois isso é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó.    5Ordenou-o por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egito. Ouvi uma voz que não conhecia, dizendo:    6Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos ficaram livres dos cestos.    7Na angústia clamaste e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos trovões; provei-te junto às águas de Meribá.    8Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me escutasses!    9não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante um deus estrangeiro.    10Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e eu a encherei.    11Mas o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis.    12Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações, para que andassem segundo os seus próprios conselhos.    13Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel andasse nos meus caminhos!    14Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra os seus adversários.    15Os que odeiam ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna.    16E eu te sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da rocha eu te saciaria.   

Chapter 82

1Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses:    2Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios?    3Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o desamparado.    4Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.    5Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra.    6Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.    7Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.    8Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações.   

Chapter 83

1Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível, ó Deus.    2Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça.    3Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos.    4Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel.    5Pois à uma se conluiam; aliam-se contra ti    6as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os hagarenos,    7Gebal, Amom e Amaleque, e a Filístia com os habitantes de tiro.    8Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte dos filhos de Ló.    9Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim junto ao rio Quisom,    10os quais foram destruídos em En-Dor; tornaram-se esterco para a terra.    11Faze aos seus nobres como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zebá e a Zalmuna,    12que disseram: Tomemos para nós as pastagens de Deus.    13Deus meu, faze-os como um turbilhão de pó, como a palha diante do vento.    14Como o fogo queima um bosque, e como a chama incedeia as montanhas,    15assim persegue-os com a tua tempestade, e assombra-os com o teu furacão.    16Cobre-lhes o rosto de confusão, de modo que busquem o teu nome, Senhor.    17Sejam envergonhados e conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e pereçam,    18para que saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra.   

Chapter 84

1Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!    2A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.    3Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde crie os seus filhotes, junto aos teus altares, ó Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu.    4Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.    5Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos.    6Passando pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; e a primeira chuva o cobre de bênçãos.    7Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus em Sião.    8Senhor Deus dos exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó!    9Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.    10Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade.    11Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.    12Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.   

Chapter 85

1Mostraste favor, Senhor, à tua terra; fizeste regressar os cativos de Jacó.    2Perdoaste a iniqüidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados.    3Retraíste toda a tua cólera; refreaste o ardor da tua ira.    4Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e faze cessar a tua indignação contra nós.    5Estarás para sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas as gerações?    6Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?    7Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua salvação.    8Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à insensatez.    9Certamente que a sua salvação está perto aqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra.    10A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.    11A fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu.    12O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.    13A justiça irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas.   

Chapter 86

1Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e necessitado.    2Preserva a minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia.    3Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia todo.    4Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma.    5Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam.    6Dá ouvidos, Senhor, à minha oração, e atende à voz das minhas súplicas.    7No dia da minha angústia clamo a ti, porque tu me respondes.    8Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas.    9Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome.    10Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.    11Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre.    12Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.    13Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.    14Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando de homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus olhos.    15Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e abundante em graça e em fidelidade.    16Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força ao teu servo, e a salva o filho da tua serva.    17Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles que me odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e confortado.   

Chapter 87

1O fundamento dela está nos montes santos.    2O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó.    3Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus.    4Farei menção de Raabe e de Babilônia dentre os que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu ali.    5Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio Altíssimo a estabelecerá.    6O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu ali.    7Tanto os cantores como os que tocam instrumentos dirão: Todas as minhas fontes estão em ti.   

Chapter 88

1Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.    2Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;    3porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.    4Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem forças,    5atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.    6Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas.    7Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas.    8Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles; estou encerrado e não posso sair.    9Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos.    10Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te louvar?    11Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?    12Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do esquecimento?    13Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega à tua presença.    14Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?    15Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado.    16Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de mim.    17Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.    18Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas trevas.   

Chapter 89

1Cantarei para sempre as benignidades do Senhor; com a minha boca proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade.    2Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo:    3Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:    4Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações.    5Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos.    6Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor,    7um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor?    8Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?    9Tu dominas o ímpio do mar; quando as suas ondas se levantam tu as fazes aquietar.    10Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso espalhaste os teus inimigos.    11São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.    12O norte e o sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome.    13Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua destra.    14Justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti.    15Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó Senhor, na luz da tua face,    16que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é exaltado.    17Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder.    18Porque o Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso Rei.    19Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a coroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo.    20Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi.    21A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá.    22O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá.    23Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei.    24A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder.    25Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios.    26Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação.    27Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra.    28Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme.    29Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus.    30Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças,    31se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos,    32então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade.    33Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade.    34Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios.    35Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi.    36A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim;    37será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar.    38Mas tu o repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu ungido.    39Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa, arrojando-a por terra.    40Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações.    41Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se objeto de opróbrio para os seus vizinhos.    42Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem.    43Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja;    44fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o seu trono;    45abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha.    46Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até quando arderá a tua ira como fogo?    47Lembra-te de quão breves são os meus dias; de quão efêmeros criaste todos os filhos dos homens!    48Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder do Seol?    49Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a Davi na tua fidelidade?    50Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no meu peito os insultos de todos os povos poderosos,    51com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com que têm difamado os passos do teu ungido.    52Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém.   

Chapter 90

1Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração.    2Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.    3Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!    4Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite.    5Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce;    6de manhã cresce e floresce; à tarde corta-se e seca.    7Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos conturbados.    8Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, à luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.    9Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro.    10A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos.    11Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido?    12Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.    13Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.    14Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.    15Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.    16Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.    17Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.   

Chapter 91

1Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará.    2Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.    3Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa.    4Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel.    5Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,    6nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.    7Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido.    8Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.    9Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação,    10nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.    11Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.    12Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.    13Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.    14Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome.    15Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei.    16Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação.   

Chapter 92

1Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo,    2anunciar de manhã a tua benignidade, e à noite a tua fidelidade,    3sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, ao som solene da harpa.    4Pois me alegraste, Senhor, pelos teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.    5Quão grandes são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os teus pensamentos!    6O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto:    7quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.    8Mas tu, Senhor, estás nas alturas para sempre.    9Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.    10Mas tens exaltado o meu poder, como o do boi selvagem; fui ungido com óleo fresco.    11Os meus olhos já viram o que é feito dos que me espreitam, e os meus ouvidos já ouviram o que sucedeu aos malfeitores que se levantam contra mim.    12Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano.    13Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus.    14Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes,    15para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.   

Chapter 93

1O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado.    2O teu trono está firme desde a antigüidade; desde a eternidade tu existes.    3Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os rios levantam o seu fragor.    4Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas estrondosas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas.    5Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre.   

Chapter 94

1Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!    2Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem.    3Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?    4Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade?    5Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança.    6Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao órfão.    7E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacó não o percebe.    8Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos, quando haveis de ser sábios?    9Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou aquele que formou o olho, não verá?    10Porventura aquele que disciplina as nações, não corrigirá? Aquele que instrui o homem no conhecimento,    11o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.    12Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei,    13para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio.    14Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.    15Mas o juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração.    16Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniqüidade?    17Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do silêncio.    18Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade, Senhor, me susteve.    19Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma.    20Pode acaso associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o mal tendo a lei por pretexto?    21Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o sangue inocente.    22Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu refúgio.    23Ele fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.   

Chapter 95

1Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação.    2Apresentemo-nos diante dele com ações de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor.    3Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.    4Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas.    5Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra seca.    6Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.    7Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas que ele conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua voz:    8Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de Massá no deserto,    9quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra.    10Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos;    11por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu descanso.   

Chapter 96

1Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra.    2Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação.    3Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas.    4Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses.    5Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus.    6Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário.    7Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.    8Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e entrai nos seus átrios.    9Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra.    10Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão.    11Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude.    12Exulte o campo, e tudo o que nele há; então cantarão de júbilo todas as árvores do bosque    13diante do Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade.   

Chapter 97

1O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas.    2Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e eqüidade são a base do seu trono.    3Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor.    4Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra os vê e treme.    5Os montes, como cerca, se derretem na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra.    6Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória.    7Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se gloriam de ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses.    8Sião ouve e se alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos, Senhor.    9Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és sobremodo exaltado acima de todos os deuses.    10O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios.    11A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de coração.    12Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu santo nome.   

Chapter 98

1Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.    2O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos das nações.    3Lembrou-se da sua misericórdia e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus.    4Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores.    5Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de canto.    6Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o Senhor.    7Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam;    8batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes    9diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com eqüidade.   

Chapter 99

1O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra.    2O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos.    3Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo.    4És Rei poderoso que amas a justiça; estabeleces a eqüidade, executas juízo e justiça em Jacó.    5Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés; porque ele é santo.    6Moisés e Arão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.    7Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos, e os estatutos que lhes dera.    8Tu os ouviste, Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus perdoador, embora vingador dos seus atos.    9Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.   

Chapter 100

1Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.    2Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.    3Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto.    4Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.    5Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.   

Chapter 101

1Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.    2Portar-me-ei sabiamente no caminho reto. Oh, quando virás ter comigo? Andarei em minha casa com integridade de coração.    3Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim.    4Longe de mim estará o coração perverso; não conhecerei o mal.    5Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o tolerarei.    6Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá.    7O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.    8De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade.   

Chapter 102

1Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.    2Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.    3Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.    4O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.    5Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.    6Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.    7Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.    8Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.    9Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,    10por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.    11Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.    12Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.    13Tu te lenvantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.    14Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.    15As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,    16quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,    17atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.    18Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.    19Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,    20para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;    21a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,    22quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.    23Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.    24Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.    25Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos.    26Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mundarás, e ficarão mudados.    27Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.    28Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti.   

Chapter 103

1Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.    2Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios.    3É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades,    4quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia,    5quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.    6O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos.    7Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.    8Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade.    9Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.    10Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniqüidades.    11Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem.    12Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões.    13Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.    14Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.    15Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce.    16Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais.    17Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos,    18sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem.    19O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.    20Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra!    21Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade!    22Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!   

Chapter 104

1Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de majestade,    2tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes os céus como uma cortina.    3És tu que pões nas águas os vigamentos da tua morada, que fazes das nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do vento;    4que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus ministros.    5Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum.    6Tu a cobriste do abismo, como dum vestido; as águas estavam sobre as montanhas.    7Â tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em fuga.    8Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes determinaste.    9Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não tornassem a cobrir a terra.    10És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que correm entre as colinas.    11Dão de beber a todos os animais do campo; ali os asnos monteses matam a sua sede.    12Junto delas habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto.    13Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras.    14Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento,    15o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que lhe fortalece o coração.    16Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que ele plantou,    17nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa está nos ciprestes.    18Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas para os querogrilos.    19Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso.    20Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva.    21Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.    22Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis.    23Então sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a tarde.    24Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.    25Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes.    26Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.    27Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.    28Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens.    29Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó.    30Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da terra.    31Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas suas obras;    32ele olha para a terra, e ela treme; ele toca nas montanhas, e elas fumegam.    33Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu existir.    34Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor.    35Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam mais os ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor.   

Chapter 105

1Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus feitos entre os povos.    2Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas.    3Gloriai-vos no seu santo nome; regozije-se o coração daqueles que buscam ao Senhor.    4Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.    5Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos da sua boca,    6vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.    7Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra.    8Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da palavra que ordenou para mil gerações;    9do pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque;    10o qual ele confirmou a Jacó por estatuto, e a Israel por pacto eterno,    11dizendo: A ti darei a terra de Canaã, como porção da vossa herança.    12Quando eles eram ainda poucos em número, de pouca importância, e forasteiros nela,    13andando de nação em nação, dum reino para outro povo,    14não permitiu que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis, dizendo:    15Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.    16Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o sustento do pão.    17Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo;    18feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,    19até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do Senhor o provou.    20O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos povos o libertou.    21Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda,    22para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e ensinar aos anciãos a sabedoria.    23Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão.    24E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos.    25Mudou o coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem astutamente aos seus servos.    26Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera,    27os quais executaram entre eles os seus sinais e prodígios na terra de Cão.    28Mandou à escuridão que a escurecesse; e foram rebeldes à sua palavra.    29Converteu-lhes as águas em sangue, e fez morrer os seus peixes.    30A terra deles produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis.    31Ele falou, e vieram enxames de moscas em todo o seu têrmo.    32Deu-lhes saraiva por chuva, e fogo abrasador na sua terra.    33Feriu-lhes também as vinhas e os figueirais, e quebrou as árvores da sua terra.    34Ele falou, e vieram gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável,    35que comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos.    36Feriu também todos os primogênitos da terra deles, as primícias de toda a sua força.    37E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia quem tropeçasse.    38O Egito alegrou-se quando eles saíram, porque o temor deles o dominara.    39Estendeu uma nuvem para os cobrir, e um fogo para os alumiar de noite.    40Eles pediram, e ele fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu.    41Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um rio.    42Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu servo.    43Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos.    44Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram o fruto do trabalho dos povos,    45para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis. Louvai ao Senhor   

Chapter 106

1Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.    2Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou anunciar todo o seu louvor?    3Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos.    4Lembra-te de mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo; visita-me com a tua salvação,    5para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para que me alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua herança.    6Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos perversamente.    7Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho.    8Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder.    9Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto.    10Salvou-os da mão do adversário, livrou-os do poder do inimigo.    11As águas, porém, cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou.    12Então creram nas palavras dele e cantaram-lhe louvor.    13Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho;    14mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo.    15E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.    16Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor.    17Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a companhia de Abirão;    18ateou-se um fogo no meio da congregação; e chama abrasou os ímpios.    19Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram uma imagem de fundição.    20Assim trocaram a sua glória pela figura de um boi que come erva.    21Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito,    22maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas junto ao Mar Vermelho.    23Pelo que os teria destruído, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para desviar a sua indignação, a fim de que não os destruísse.    24Também desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua promessa;    25antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do Senhor.    26Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os faria cair no deserto;    27que dispersaria também a sua descendência entre as nações, e os espalharia pelas terras.    28Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos.    29Assim o provocaram à ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre eles.    30Então se levantou Finéias, que executou o juízo; e cessou aquela praga.    31E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre.    32Indignaram-no também junto às águas de Meribá, de sorte que sucedeu mal a Moisés por causa deles;    33porque amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com seus lábios.    34Não destruíram os povos, como o Senhor lhes ordenara;    35antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras.    36Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço;    37sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios;    38e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue.    39Assim se contaminaram com as suas obras, e se prostituíram pelos seus feitos.    40Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança;    41entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam dominavam sobre eles.    42Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes foram eles humilhados.    43Muitas vezes os livrou; mas eles foram rebeldes nos seus desígnios, e foram abatidos pela sua iniqüidade.    44Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor;    45e a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a abundância da sua benignidade.    46Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os levaram cativos.    47Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor.    48Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor.   

Chapter 107

1Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre;    2digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo,    3e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul.    4Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem.    5Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma.    6E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias;    7conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem.    8Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!    9Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.    10Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferros,    11por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o conselho do Altíssimo,    12eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse.    13Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.    14Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões.    15Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!    16Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro.    17Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa das suas iniqüidades, são afligidos.    18A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da morte.    19Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.    20Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição.    21Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!    22Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo!    23Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas,    24esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo.    25Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as ondas do mar.    26Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição.    27Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino.    28Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias.    29Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas.    30Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto desejado.    31Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!    32Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembléia dos anciãos!    33Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta;    34a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que nela habitam.    35Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes.    36E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua habitação;    37semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes.    38Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado diminua.    39Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e tristeza,    40ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho.    41Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um rebanho.    42Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa a sua própria boca.    43Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor.   

Chapter 108

1Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei, sim, cantarei louvores, com toda a minha alma.    2Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.    3Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as nações.    4Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens.    5Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e seja a tua glória acima de toda a terra!    6Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos.    7Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e medirei o vale de Sucote.    8Meu é Gileade, meu é Manassés; também Efraim é o meu capacete; Judá o meu cetro.    9Moabe a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia bradarei em triunfo.    10Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?    11Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os nossos exércitos.    12Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.    13Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.   

Chapter 109

1Ó Deus do meu louvor, não te cales;    2pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra mim; falam contra mim com uma língua mentirosa.    3Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa.    4Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico à oração.    5Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.    6Põe sobre ele um ímpio, e esteja à sua direita um acusador.    7Quando ele for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração!    8Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício!    9Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua mulher!    10Andem errantes os seus filhos, e mendiguem; esmolem longe das suas habitações assoladas.    11O credor lance mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu trabalho!    12Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha pena dos seus órfãos!    13Seja extirpada a sua posteridade; o seu nome seja apagado na geração seguinte!    14Esteja na memória do Senhor a iniqüidade de seus pais; e não se apague o pecado de sua mãe!    15Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça desaparecer da terra a memória deles!    16Porquanto não se lembrou de usar de benignidade; antes perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar.    17Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste dele!    18Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim penetre ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como azeite!    19Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como o cinto com que sempre anda cingido!    20Seja este, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que falam mal contra mim!    21Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu nome; pois que é boa a tua benignidade, livra-me;    22pois sou pobre e necessitado, e dentro de mim está ferido o meu coração.    23Eis que me vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o gafanhoto.    24Os meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne perde a sua gordura.    25Eu sou para eles objeto de opróbrio; ao me verem, meneiam a cabeça.    26Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua benignidade.    27Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste.    28Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os meus adversários; mas alegre-se o teu servo!    29Vistam-se de ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua própria vergonha como dum manto!    30Muitas graças darei ao Senhor com a minha boca;    31Pois ele se coloca à direita do poder, para o salvar dos que o condenam.   

Chapter 110

1Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.    2O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos teus inimigos.    3O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade.    4Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.    5O Senhor, à tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira.    6Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará os cabeças por toda a terra.    7Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça erguida.   

Chapter 111

1Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no concílio dos retos e na congregação.    2Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem.    3Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para sempre.    4Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor.    5Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto.    6Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações.    7As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos;    8firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão.    9Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo é o seu nome.    10O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre.   

Chapter 112

1Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer!    2A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada.    3Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre.    4Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo.    5Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça;    6pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna.    7Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor.    8O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários.    9Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra.    10O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.   

Chapter 113

1Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.    2Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre.    3Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor.    4Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus.    5Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas,    6que se inclina para ver o que está no céu e na terra?    7Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado,    8para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.    9Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.   

Chapter 114

1Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó dentre um povo de língua estranha,    2Judá tornou-lhe o santuário, e Israel o seu domínio.    3O mar viu isto, e fugiu; o Jordão tornou atrás.    4Os montes saltaram como carneiros, e os outeiros como cordeiros do rebanho.    5Que tens tu, ó mar, para fugires? e tu, ó Jordão, para tornares atrás?    6E vós, montes, que saltais como carneiros, e vós outeiros, como cordeiros do rebanho?    7Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacó,    8o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em manancial.   

Chapter 115

1Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.    2Por que perguntariam as nações: Onde está o seu Deus?    3Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.    4Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem.    5Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;    6têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram;    7têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.    8Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.    9Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.    10Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.    11Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.    12O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão;    13abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes.    14Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos filhos.    15Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a terra.    16Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.    17Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;    18nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor.   

Chapter 116

1Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica.    2Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver.    3Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza.    4Então invoquei o nome do Senhor, dizendo:Ó Senhor, eu te rogo, livra-me.    5Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.    6O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva.    7Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem.    8Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar.    9Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes.    10Cri, por isso falei; estive muito aflito.    11Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos.    12Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?    13Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.    14Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo.    15Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.    16Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas cadeias.    17Oferecer-te-ei sacrifícios de ação de graças, e invocarei o nome do Senhor.    18Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo,    19nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao Senhor.   

Chapter 117

1Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o todos os povos.    2Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.   

Chapter 118

1Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.    2Diga, pois, Israel: A sua benignidade dura para sempre.    3Diga, pois, a casa de Arão: A sua benignidade dura para sempre.    4Digam, pois, os que temem ao Senhor: A sua benignidade dura para sempre.    5Do meio da angústia invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs em um lugar largo.    6O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem?    7O Senhor é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam.    8É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.    9É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos príncipes.    10Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu as exterminei.    11Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do Senhor eu as exterminei.    12Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois em nome do Senhor as exterminei.    13Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou.    14O Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha salvação.    15Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do Senhor faz proezas.    16A destra do Senhor se exalta, a destra do Senhor faz proezas.    17Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.    18O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte.    19Abre-me as portas da justiça, para que eu entre por elas e dê graças ao Senhor.    20Esta é a porta do Senhor; por ela os justos entrarão.    21Graças te dou porque me ouviste, e te tornaste a minha salvação.    22A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular.    23Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos.    24Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.    25Ó Senhor, salva, nós te pedimos; ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade.    26Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos bendizemos.    27O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da festa com cordas às pontas do altar.    28Tu és o meu Deus, e eu te darei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.    29Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. a tua palavra.   

Chapter 119

1Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que andam na lei do Senhor!    2Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração,    3que não praticam iniqüidade, mas andam nos caminhos dele!    4Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados.    5Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus estatutos!    6Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos.    7Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas retas ordenanças.    8Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente!    9Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.    10De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos.    11Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.    12Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos.    13Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca.    14Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as riquezas.    15Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos.    16Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.    17Faze bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua palavra.    18Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.    19Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.    20A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo.    21Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos.    22Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos.    23Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus estatutos.    24Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros.    25A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.    26Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos.    27Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas.    28A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra.    29Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei.    30Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças.    31Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado.    32Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração.    33Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim.    34Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração.    35Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me comprazo.    36Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça.    37Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.    38Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor.    39Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são boas.    40Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça.    41Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra.    42Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra.    43De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos.    44Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente;    45e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos.    46Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei.    47Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo.    48Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos.    49Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar.    50Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa me vivifica.    51Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei.    52Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo.    53Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei.    54Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação.    55De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei.    56Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos.    57O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras.    58De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim, segundo a tua palavra.    59Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus testemunhos.    60Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos.    61Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei.    62Â meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus retos juízos.    63Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos.    64A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos.    65Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra.    66Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.    67Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra.    68Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.    69Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardo os teus preceitos.    70Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei.    71Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.    72Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata.    73As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos.    74Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na tua palavra.    75Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são retos, e que em tua fidelidade me afligiste.    76Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo.    77Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva, pois a tua lei é o meu deleite.    78Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos.    79Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus testemunhos.    80Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não seja envergonhado.    81Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra.    82Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me consolarás tu?    83Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus estatutos.    84Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás aqueles que me perseguem?    85Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei.    86Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me!    87Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos.    88Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os testemunhos da tua boca.    89Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus.    90A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece.    91Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem.    92Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia.    93Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado.    94Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos.    95Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos.    96A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado.    97Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo.    98O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo.    99Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.    100Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos.    101Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra.    102Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui.    103Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca.    104Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade.    105Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.    106Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças.    107Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.    108Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças.    109Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua lei.    110Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus preceitos.    111Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração.    112Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim.    113Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei.    114Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra.    115Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos do meu Deus.    116Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na minha esperança.    117Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos.    118Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade.    119Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus testemunhos.    120Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus juízos.    121Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus opressores.    122Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os soberbos.    123Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.    124Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos.    125Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos.    126É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei.    127Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do que o ouro fino.    128Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de falsidade.    129Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda.    130A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.    131Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos.    132Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu nome.    133Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim iniqüidade alguma.    134Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos.    135Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos.    136Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua lei.    137Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.    138Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade.    139O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua palavra.    140A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama.    141Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos.    142A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.    143Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer.    144Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva.    145Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus estatutos.    146A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos.    147Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras.    148Os meus olhos se antecipam às vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra.    149Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua justiça.    150Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da tua lei.    151Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade.    152Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.    153Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da tua lei.    154Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra.    155A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos.    156Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus juízos.    157Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não me desvio dos teus testemunhos.    158Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra.    159Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade.    160A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre.    161Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras.    162Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo.    163Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei.    164Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças.    165Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar.    166Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos.    167A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente.    168Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti.    169Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua palavra.    170Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua palavra.    171Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos.    172Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos.    173Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus preceitos.    174Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer.    175Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças.    176Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos.   

Chapter 120

1Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu.    2Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora.    3Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?    4Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro!    5Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de Quedar!    6Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz.    7Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra.   

Chapter 121

1Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?    2O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.    3Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará.    4Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel.    5O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita.    6De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite.    7O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida.    8O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.   

Chapter 122

1Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.    2Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém!    3Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta,    4aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor.    5Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de Davi.    6Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam.    7Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios.    8Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti.    9Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.   

Chapter 123

1A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus.    2Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.    3Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos sobremodo fartos de desprezo.    4A nossa alma está sobremodo farta da zomabaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos.   

Chapter 124

1Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:    2Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,    3eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós;    4as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós;    5sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.    6Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles.    7Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.    8O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.   

Chapter 125

1Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre.    2Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre.    3Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniqüidade.    4Faze o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são retos de coração.    5Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel.   

Chapter 126

1Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando.    2Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.    3Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.    4Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul.    5Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.    6Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.   

Chapter 127

1Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.    2Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.    3Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.    4Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.    5Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.   

Chapter 128

1Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.    2Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.    3A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.    4Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.    5De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém por todos os dias da tua vida,    6e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel.   

Chapter 129

1Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel;    2gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim.    3Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos.    4O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios.    5Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião.    6Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer;    7com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes;    8nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do Senhor.   

Chapter 130

1Das profundezas clamo a ti, ó Senhor.    2Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas.    3Se tu, Senhor, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?    4Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.    5Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra.    6A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã.    7Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com ele há copiosa redenção;    8e ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades.   

Chapter 131

1Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim.    2Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo.    3Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre.   

Chapter 132

1Lembra-te, Senhor, a bem de Davi, de todas as suas aflições;    2como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacó, dizendo:    3Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que durmo;    4não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento às minhas pálpebras,    5até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de Jacó.    6Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar.    7Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés.    8Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua força.    9Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus santos.    10Por amor de Davi, teu servo, não rejeites a face do teu ungido.    11O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono.    12Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono.    13Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo:    14Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado.    15Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados.    16Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus santos exultarão    17Ali farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.    18Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa.   

Chapter 133

1Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!    2É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes;    3como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.   

Chapter 134

1Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do Senhor.    2Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor.    3Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra.   

Chapter 135

1Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor,    2vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.    3Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso.    4Porque o Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu tesouro peculiar.    5Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses.    6Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.    7Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros.    8Foi ele que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais;    9que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó e contra os seus servos;    10que feriu muitas nações, e matou reis poderosos:    11a Siom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã;    12e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo.    13O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações.    14Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos.    15Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens;    16têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;    17têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca.    18Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam.    19Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor;    20ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor.    21Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai ao Senhor.   

Chapter 136

1Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.    2Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre    3Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre;    4ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre;    5àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para sempre;    6àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura para sempre;    7àquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura para sempre;    8o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre;    9a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para sempre;    10àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a sua benignidade dura para sempre;    11e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre;    12com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre;    13àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura para sempre;    14e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura para sempre;    15mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para sempre;    16àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para sempre;    17àquele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para sempre;    18e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para sempre.    19a Siom, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre;    20e a Ogue, rei de Basã, porque a sua benignidade dura para sempre;    21e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre;    22sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre;    23que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua benignidade dura para sempre;    24e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre;    25que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para sempre.    26Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre.   

Chapter 137

1Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião.    2Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas,    3pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião.    4Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira?    5Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza.    6Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria.    7Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces.    8Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós;    9feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra.   

Chapter 138

1Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores.    2Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra.    3No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma.    4Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca;    5e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor.    6Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe.    7Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva.    8O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos.   

Chapter 139

1Senhor, tu me sondas, e me conheces.    2Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.    3Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.    4Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.    5Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.    6Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir.    7Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?    8Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.    9Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,    10ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.    11Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda;    12nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.    13Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe.    14Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.    15Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.    16Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.    17E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!    18Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.    19Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim,    20homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal.    21Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?    22Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.    23Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos;    24vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.   

Chapter 140

1Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos,    2os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projetando guerras.    3Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.    4Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos.    5Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede à beira do caminho; puseram-me armadilhas.    6Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, à voz das minhas súplicas.    7Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.    8Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito.    9Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus lábios.    10Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar!    11Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com golpe sobre golpe.    12Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do necessitado.    13Decerto os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença.   

Chapter 141

1Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo!    2Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde!    3Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!    4Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas gulodices!    5Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.    6Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras.    7Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca do Seol.    8Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa!    9Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniqüidade.    10Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente.   

Chapter 142

1Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.    2Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.    3Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.    4Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.    5A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.    6Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.    7Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.   

Chapter 143

1Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;    2e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.    3Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito.    4Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração.    5Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.    6A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti.    7Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova.    8Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.    9Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio.    10Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.    11Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação.    12E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo.   

Chapter 144

1Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;    2meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.    3Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres?    4O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.    5Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem!    6Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os!    7Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro,    8cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade.    9A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores,    10sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi.    11Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade.    12Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio.    13Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nosos campos;    14os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas!    15Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.   

Chapter 145

1Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos.    2Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos.    3Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável.    4Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciará os teus atos poderosos.    5Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei;    6falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza.    7Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua justiça.    8Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande benignidade.    9O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras.    10Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.    11Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,    12para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino.    13O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações.    14O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos.    15Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo;    16abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes.    17Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras.    18Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.    19Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva.    20O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os destrói.    21Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre.   

Chapter 146

1Louvai ao Senhor.Ó minha alma, louva ao Senhor.    2Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver.    3Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio.    4Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.    5Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus    6que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre;    7que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados;    8o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos.    9O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios.    10O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor!   

Chapter 147

1Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor.    2O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel;    3sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas;    4conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes.    5Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento.    6O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra.    7Cantai ao Senhor em ação de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus.    8Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes;    9que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam.    10Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.    11O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade.    12Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.    13Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.    14Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta;    15quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente.    16Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza,    17e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?    18Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas;    19ele revela a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel.    20Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor!   

Chapter 148

1Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas!    2Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes!    3Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes!    4Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!    5Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados.    6Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará.    7Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos;    8fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que excuta a sua palavra;    9montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros;    10feras e todo o gado; répteis e aves voadoras;    11reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra;    12mancebos e donzelas; velhos e crianças!    13Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu.    14Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor!   

Chapter 149

1Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembléia dos santos!    2Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.    3Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa.    4Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a salvação.    5Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos.    6Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão espada de dois gumes,    7para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos;    8para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;    9para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao Senhor!   

Chapter 150

1Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder!    2Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!    3Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!    4Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta!    5Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!    6Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!   

Proverbs

Chapter 1

1Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel:    2Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras de inteligência;    3para se instruir em sábio procedimento, em retidão, justiça e eqüidade;    4para se dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso.    5Ouça também, o sábio e cresça em ciência, e o entendido adquira habilidade,    6para entender provérbios e parábolas, as palavras dos sábios, e seus enigmas.    7O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.    8Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de tua mãe.    9Porque eles serão uma grinalda de graça para a tua cabeça, e colares para o teu pescoço.    10Filho meu, se os pecadores te quiserem seduzir, não consintas.    11Se disserem: Vem conosco; embosquemo-nos para derramar sangue; espreitemos sem razão o inocente;    12traguemo-los vivos, como o Seol, e inteiros como os que descem à cova;    13acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos;    14lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa;    15filho meu, não andes no caminho com eles; guarda da sua vereda o teu pé,    16porque os seus pés correm para o mal, e eles se apressam a derramar sangue.    17Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave.    18Mas estes se põem em emboscadas contra o seu próprio sangue, e as suas próprias vidas espreitam.    19Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela tira a vida dos que a possuem.    20A suprema sabedoria altissonantemente clama nas ruas; nas praças levanta a sua voz.    21Do alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras:    22Até quando, ó estúpidos, amareis a estupidez? e até quando se deleitarão no escárnio os escarnecedores, e odiarão os insensatos o conhecimento?    23Convertei-vos pela minha repreensão; eis que derramarei sobre vós o meu; espírito e vos farei saber as minhas palavras.    24Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e nao houve quem desse atenção;    25antes desprezastes todo o meu conselho, e não fizestes caso da minha repreensão;    26também eu me rirei no dia da vossa calamidade; zombarei, quando sobrevier o vosso terror,    27quando o terror vos sobrevier como tempestade, e a vossa calamidade passar como redemoinho, e quando vos sobrevierem aperto e angústia.    28Então a mim clamarão, mas eu não responderei; diligentemente me buscarão, mas não me acharão.    29Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor;    30não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão;    31portanto comerão do fruto do seu caminho e se fartarão dos seus próprios conselhos.    32Porque o desvio dos néscios os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá.    33Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará tranqüilo, sem receio do mal.   

Chapter 2

1Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,    2para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento;    3sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz;    4se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;    5então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.    6Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;    7ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham em integridade,    8guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando o caminho dos seus santos.    9Então entenderás a retidão, a justiça, a eqüidade, e todas as boas veredas.    10Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;    11o bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará;    12para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas;    13dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;    14que se alegram de fazer o mal, e se deleitam nas perversidades dos maus;    15dos que são tortuosos nas suas veredas; e iníquos nas suas carreiras;    16e para te livrar da mulher estranha, da estrangeira que lisonjeia com suas palavras;    17a qual abandona o companheiro da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus;    18pois a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para as sombras.    19Nenhum dos que se dirigirem a ela, tornara a sair, nem retomará as veredas da vida.    20Assim andarás pelo caminho dos bons, e guardarás as veredas dos justos.    21Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.    22Mas os ímpios serão exterminados da terra, e dela os aleivosos serão desarraigados.   

Chapter 3

1Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração guarde os meus mandamentos;    2porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.    3Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;    4assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.    5Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.    6Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.    7Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.    8Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.    9Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;    10assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.    11Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão;    12porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.    13Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento;    14pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro.    15Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a ela.    16Longura de dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e honra.    17Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são paz.    18É árvore da vida para os que dela lançam mão, e bem-aventurado é todo aquele que a retém.    19O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.    20Pelo seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.    21Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;    22assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.    23Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé.    24Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono será suave.    25Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier.    26Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de serem presos.    27Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.    28Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.    29Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente.    30Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o mal.    31Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.    32Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.    33A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos.    34Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.    35Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte em ignomínia.   

Chapter 4

1Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento.    2Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis o meu ensino.    3Quando eu era filho aos pés de meu, pai, tenro e único em estima diante de minha mãe,    4ele me ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive.    5Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; não te esqueças nem te desvies das palavras da minha boca.    6Não a abandones, e ela te guardará; ama-a, e ela te preservará.    7A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento.    8Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará.    9Ela dará à tua cabeça uma grinalda de graça; e uma coroa de glória te entregará.    10Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, para que se multipliquem os anos da tua vida.    11Eu te ensinei o caminho da sabedoria; guiei-te pelas veredas da retidão.    12Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; e se correres, não tropeçarás.    13Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.    14Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus.    15Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.    16Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém.    17Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.    18Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.    19O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam.    20Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instroções.    21Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração.    22Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo.    23Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.    24Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a perversidade dos lábios.    25Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti.    26Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos.    27Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.   

Chapter 5

1Filho meu, atende à minha sabedoria; inclinão teu ouvido à minha prudência;    2para que observes a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento.    3Porque os lábios da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca e mais macia do que o azeite;    4mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.    5Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do Seol.    6Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos, e ela o ignora.    7Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha boca.    8Afasta para longe dela o teu caminho, e não te aproximes da porta da sua casa;    9para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis;    10para que não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os teus trabalhos na casa do estrangeiro,    11e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,    12e digas: Como detestei a disciplina! e desprezou o meu coração a repreensão!    13e não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me instruíam inclinei o meu ouvido!    14Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e da assembléia.    15Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço.    16Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas ruas os ribeiros de águas?    17Sejam para ti só, e não para os estranhos juntamente contigo.    18Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade.    19Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.    20E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa, e abraÇarias o seio da adúltera?    21Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual observa todas as suas veredas.    22Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e pelas cordas do seu pecado será detido.    23Ele morre pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua loucura anda errado.   

Chapter 6

1Filho meu, se ficaste por fiador do teu próximo, se te empenhaste por um estranho,    2estás enredado pelos teus lábios; estás preso pelas palavras da tua boca.    3Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu próximo; vai, humilha-te, e importuna o teu próximo;    4não dês sono aos teus olhos, nem adormecimento às tuas pálpebras;    5livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinheiro.    6Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio;    7a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador,    8no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da ceifa.    9o preguiçoso, até quando ficarás deitador? quando te levantarás do teu sono?    10um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar as mãos em repouso;    11assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado.    12O homem vil, o homem iníquo, anda com a perversidade na boca,    13pisca os olhos, faz sinais com os pés, e acena com os dedos;    14perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.    15Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.    16Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina:    17olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente;    18coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal;    19testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.    20Filho meu, guarda o mandamento de, teu pai, e não abandones a instrução de tua mãe;    21ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço.    22Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.    23Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida,    24para te guardarem da mulher má, e das lisonjas da língua da adúltera.    25Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender pelos seus olhares.    26Porque o preço da prostituta é apenas um bocado de pão, mas a adúltera anda à caça da própria vida do homem.    27Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se queimem?    28Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés?    29Assim será o que entrar à mulher do seu proximo; não ficará inocente quem a tocar.    30Não é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome?    31E, se for apanhado, pagará sete vezes tanto, dando até todos os bens de sua casa.    32O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a si mesmo, quem assim procede.    33Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se apagará;    34porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará no dia da vingança.    35Não aceitará resgate algum, nem se aplacará, ainda que multipliques os presentes.   

Chapter 7

1Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos.    2Observa os meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus olhos.    3Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração.    4Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e chama ao entendimento teu amigo íntimo,    5para te guardarem da mulher alheia, da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras.    6Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu,    7vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo,    8que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua casa,    9no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão;    10e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração.    11Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés;    12ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.    13Pegou dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:    14Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.    15Por isso saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.    16Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.    17Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.    18Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.    19Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;    20um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará para casa.    21Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as lisonjas dos seus lábios o arrasta.    22Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o louco ao castigo das prisões;    23até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.    24Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca.    25Não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas veredas.    26Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os que por ela foram mortos.    27Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da morte.   

Chapter 8

1Não clama porventura a sabedoria, e não faz o entendimento soar a sua voz?    2No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas ela se coloca.    3Junto às portas, à entrada da cidade, e à entrada das portas está clamando:    4A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.    5Aprendei, ó simples, a prudência; entendei, ó loucos, a sabedoria.    6Ouvi vós, porque profiro coisas excelentes; os meus lábios se abrem para a eqüidade.    7Porque a minha boca profere a verdade, os meus lábios abominam a impiedade.    8Justas são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem perversa.    9Todas elas são retas para o que bem as entende, e justas para os que acham o conhecimento.    10Aceitai antes a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido.    11Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.    12Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e possuo o conhecimento e a discrição.    13O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio.    14Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza.    15Por mim reinam os reis, e os príncipes decretam o que justo.    16Por mim governam os príncipes e os nobres, sim, todos os juízes da terra.    17Eu amo aos que me amam, e os que diligentemente me buscam me acharão.    18Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.    19Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e a minha renda melhor do que a prata escolhida.    20Ando pelo caminho da retidão, no meio das veredas da justiça,    21dotando de bens permanentes os que me amam, e enchendo os seus tesouros.    22O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos.    23Desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes de existir a terra.    24Antes de haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias d'água.    25Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu nasci,    26quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o princípio do pó do mundo.    27Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a face do abismo,    28quando estabelecia o firmamento em cima, quando se firmavam as fontes do abismo,    29quando ele fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando traçava os fundamentos da terra,    30então eu estava ao seu lado como arquiteto; e era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;    31folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.    32Agora, pois, filhos, ouvi-me; porque felizes são os que guardam os meus caminhos.    33Ouvi a correção, e sede sábios; e não a rejeiteis.    34Feliz é o homem que me dá ouvidos, velando cada dia às minhas entradas, esperando junto às ombreiras da minha porta.    35Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o favor do Senhor.    36Mas o que pecar contra mim fará mal à sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte.   

Chapter 9

1A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas;    2já imolou as suas vítimas, misturou o seu vinho, e preparou a sua mesa.    3Já enviou as suas criadas a clamar sobre as alturas da cidade, dizendo:    4Quem é simples, volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz:    5Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado.    6Deixai a insensatez, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento.    7O que repreende ao escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que censura ao ímpio, recebe a sua mancha.    8Não repreendas ao escarnecedor, para que não te odeie; repreende ao sábio, e amar-te-á.    9Instrui ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.    10O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o conhecimento do Santo é o entendimento.    11Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.    12Se fores sábio, para ti mesmo o serás; e, se fores escarnecedor, tu só o suportarás.    13A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não conhece o pudor.    14Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade,    15chamando aos que passam e seguem direitos o seu caminho:    16Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz:    17As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.    18Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados estão nas profundezas do Seol.   

Chapter 10

1Provérbios de Salomão. Um filho sábio alegra a seu pai; mas um filho insensato é a tristeza de sua mae.    2Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.    3O Senhor não deixa o justo passar fome; mas o desejo dos ímpios ele rechaça.    4O que trabalha com mão remissa empobrece; mas a mão do diligente enriquece.    5O que ajunta no verão é filho prudente; mas o que dorme na sega é filho que envergonha.    6Bênçãos caem sobre a cabeça do justo; porém a boca dos ímpios esconde a violência.    7A memória do justo é abençoada; mas o nome dos ímpios apodrecerá.    8O sábio de coração aceita os mandamentos; mas o insensato palra dor cairá.    9Quem anda em integridade anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.    10O que acena com os olhos dá dores; e o insensato palrador cairá.    11A boca do justo é manancial de vida, porém a boca dos ímpios esconde a violência.    12O ódio excita contendas; mas o amor cobre todas as transgressões.    13Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é para as costas do que é falto de entendimento.    14Os sábios entesouram o conhecimento; porém a boca do insensato é uma destruição iminente.    15Os bens do rico são a sua cidade forte; a ruína dos pobres é a sua pobreza.    16O trabalho do justo conduz à vida; a renda do ímpio, para o pecado.    17O que atende à instrução está na vereda da vida; mas o que rejeita a repreensão anda errado.    18O que encobre o ódio tem lábios falsos; e o que espalha a calúnia é um insensato.    19Na multidão de palavras não falta transgressão; mas o que refreia os seus lábios é prudente.    20A língua do justo é prata escolhida; o coração dos ímpios é de pouco valor.    21Os lábios do justo apascentam a muitos; mas os insensatos, por falta de entendimento, morrem.    22A bênção do Senhor é que enriquece; e ele não a faz seguir de dor alguma.    23E um divertimento para o insensato o praticar a iniqüidade; mas a conduta sábia é o prazer do homem entendido.    24O que o ímpio teme, isso virá sobre ele; mas aos justos se lhes concederá o seu desejo.    25Como passa a tempestade, assim desaparece o impio; mas o justo tem fundamentos eternos.    26Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.    27O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os impios serão abreviados.    28A esperança dos justos é alegria; mas a expectação dos ímpios perecerá.    29O caminho do Senhor é fortaleza para os retos; mas é destruição para os que praticam a iniqüidade.    30O justo nunca será abalado; mas os ímpios não habitarão a terra.    31A boca do justo produz sabedoria; porém a língua perversa será desarraigada.    32Os lábios do justo sabem o que agrada; porém a boca dos ímpios fala perversidades.   

Chapter 11

1A balança enganosa é abominação para o Senhor; mas o peso justo é o seu prazer.    2Quando vem a soberba, então vem a desonra; mas com os humildes está a sabedoria.    3A integridade dos retos os guia; porém a perversidade dos desleais os destrói.    4De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte.    5A justiça dos perfeitos endireita o seu caminho; mas o ímpio cai pela sua impiedade.    6A justiça dos retos os livra; mas os traiçoeiros são apanhados nas, suas próprias cobiças.    7Morrendo o ímpio, perece a sua esperança; e a expectativa da iniqüidade.    8O justo é libertado da angústia; e o ímpio fica em seu lugar.    9O hipócrita com a boca arruína o seu proximo; mas os justos são libertados pelo conhecimento.    10Quando os justos prosperam, exulta a cidade; e quando perecem os ímpios, há júbilo.    11Pela bênção dos retos se exalta a cidade; mas pela boca dos ímpios é derrubada.    12Quem despreza o seu próximo é falto de senso; mas o homem de entendimento se cala.    13O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio.    14Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.    15Decerto sofrerá prejuízo aquele que fica por fiador do estranho; mas o que aborrece a fiança estará seguro.    16A mulher aprazível obtém honra, e os homens violentos obtêm riquezas.    17O homem bondoso faz bem à sua, própria alma; mas o cruel faz mal a si mesmo.    18O ímpio recebe um salário ilusório; mas o que semeia justiça recebe galardão seguro.    19Quem é fiel na retidão encaminha, para a vida, e aquele que segue o mal encontra a morte.    20Abominação para o Senhor são os perversos de coração; mas os que são perfeitos em seu caminho são o seu deleite.    21Decerto o homem mau não ficará sem castigo; porém a descendência dos justos será livre.    22Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da discrição.    23O desejo dos justos é somente o bem; porém a expectativa dos ímpios é a ira.    24Um dá liberalmente, e se torna mais rico; outro retém mais do que é justo, e se empobrece.    25A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado.    26Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa; mas bênção haverá sobre a cabeça do que o vende.    27O que busca diligentemente o bem, busca favor; mas ao que procura o mal, este lhe sobrevirá.    28Aquele que confia nas suas riquezas, cairá; mas os justos reverdecerão como a folhagem.    29O que perturba a sua casa herdará o vento; e o insensato será servo do entendido de coração.    30O fruto do justo é árvore de vida; e o que ganha almas sábio é.    31Eis que o justo é castigado na terra; quanto mais o ímpio e o pecador!   

Chapter 12

1O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.    2O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de perversos desígnios ele condenará.    3O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos justos, porém, nunca será, removida.    4A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos.    5Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são falsos.    6As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca dos retos, porém, os livrará.    7Transtornados serão os ímpios, e não serão mais; porém a casa dos justos permanecerá.    8Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso decoração é desprezado.    9Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que quem se honra a si mesmo e tem falta de pão.    10O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são crueis.    11O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de entendimento.    12Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos justos produz o seu próprio fruto.    13Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia.    14Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui.    15O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.    16A ira do insensato logo se revela; mas o prudente encobre a afronta.    17Quem fala a verdade manifesta a justiça; porém a testemunha falsa produz a fraude.    18Há palrador cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz saúde.    19O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento.    20Engano há no coração dos que maquinam o mal; mas há gozo para os que aconselham a paz.    21Nenhuma desgraça sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de males.    22Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.    23O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração dos tolos proclama a estultícia.    24A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário servil.    25A ansiedade no coração do homem o abate; mas uma boa palavra o alegra.    26O justo é um guia para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os faz errar.    27O preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é para o diligente.    28Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.   

Chapter 13

1O filho sábio ouve a instrução do pai; mas o escarnecedor não escuta a repreensão.    2Do fruto da boca o homem come o bem; mas o apetite dos prevaricadores alimenta-se da violência.    3O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os seus lábios traz sobre si a ruína.    4O preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança; mas o desejo do diligente será satisfeito.    5O justo odeia a palavra mentirosa, mas o ímpio se faz odioso e se cobre de vergonha.    6A justiça guarda ao que é reto no seu caminho; mas a perversidade transtorna o pecador.    7Há quem se faça rico, não tendo coisa alguma; e quem se faça pobre, tendo grande riqueza.    8O resgate da vida do homem são as suas riquezas; mas o pobre não tem meio de se resgatar.    9A luz dos justos alegra; porem a lâmpada dos impios se apagará.    10Da soberba só provém a contenda; mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.    11A riqueza adquirida às pressas diminuira; mas quem a ajunta pouco a pouco terá aumento.    12A esperança adiada entristece o coração; mas o desejo cumprido é árvore devida.    13O que despreza a palavra traz sobre si a destruição; mas o que teme o mandamento será galardoado.    14O ensino do sábio é uma fonte devida para desviar dos laços da morte.    15O bom senso alcança favor; mas o caminho dos prevaricadores é aspero:    16Em tudo o homem prudente procede com conhecimento; mas o tolo espraia a sua insensatez.    17O mensageiro perverso faz cair no mal; mas o embaixador fiel traz saúde.    18Pobreza e afronta virão ao que rejeita a correção; mas o que guarda a repreensão será honrado.    19O desejo que se cumpre deleita a alma; mas apartar-se do ma e abominação para os tolos.    20Quem anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos sofre aflição.    21O mal persegue os pecadores; mas os justos são galardoados com o bem.    22O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos; a riqueza do pecador, porém, é reservada para o justo.    23Abundância de mantimento há, na lavoura do pobre; mas se perde por falta de juízo.    24Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.    25O justo come e fica satisfeito; mas o apetite dos ímpios nunca se satisfaz.   

Chapter 14

1Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos.    2Quem anda na sua retidão teme ao Senhor; mas aquele que é perverso nos seus caminhos despreza-o.    3Na boca do tolo está a vara da soberba, mas os lábios do sábio preservá-lo-ão.    4Onde não há bois, a manjedoura está vazia; mas pela força do boi há abundância de colheitas.    5A testemunha verdadeira não mentirá; a testemunha falsa, porém, se desboca em mentiras.    6O escarnecedor busca sabedoria, e não a encontra; mas para o prudente o conhecimento é fácil.    7Vai-te da presença do homem insensato, pois nele não acharás palavras de ciência.    8A sabedoria do prudente é entender o seu caminho; porém a estultícia dos tolos é enganar.    9A culpa zomba dos insensatos; mas os retos têm o favor de Deus.    10O coração conhece a sua própria amargura; e o estranho não participa da sua alegria.    11A casa dos ímpios se desfará; porém a tenda dos retos florescerá.    12Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.    13Até no riso terá dor o coração; e o fim da alegria é tristeza.    14Dos seus próprios caminhos se fartará o infiel de coração, como também o homem bom se contentará dos seus.    15O simples dá crédito a tudo; mas o prudente atenta para os seus passos.    16O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo é arrogante e dá-se por seguro.    17Quem facilmente se ira fará doidices; mas o homem discreto é paciente;    18Os simples herdam a estultícia; mas os prudentes se coroam de conhecimento.    19Os maus inclinam-se perante os bons; e os ímpios diante das portas dos justos.    20O pobre é odiado até pelo seu vizinho; mas os amigos dos ricos são muitos.    21O que despreza ao seu vizinho peca; mas feliz é aquele que se compadece dos pobres.    22Porventura não erram os que maquinam o mal? mas há beneficência e fidelidade para os que planejam o bem.    23Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, só encaminham para a penúria.    24A coroa dos sábios é a sua riqueza; porém a estultícia dos tolos não passa de estultícia.    25A testemunha verdadeira livra as almas; mas o que fala mentiras é traidor.    26No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio.    27O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte.    28Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe.    29Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura.    30O coração tranqüilo é a vida da carne; a inveja, porém, é a podridão dos ossos.    31O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado.    32O ímpio é derrubado pela sua malícia; mas o justo até na sua morte acha refúgio.    33No coração do prudente repousa a sabedoria; mas no coração dos tolos não é conhecida.    34A justiça exalta as nações; mas o pecado é o opróbrio dos povos.    35O favor do rei é concedido ao servo que procede sabiamente; mas sobre o que procede indignamente cairá o seu furor.   

Chapter 15

1A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.    2A língua dos sábios destila o conhecimento; porém a boca dos tolos derrama a estultícia.    3Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.    4Uma língua suave é árvore de vida; mas a língua perversa quebranta o espírito.    5O insensato despreza a correção e seu pai; mas o que atende à admoestação prudentemente se haverá.    6Na casa do justo há um grande tesouro; mas nos lucros do ímpio há perturbação.    7Os lábios dos sábios difundem conhecimento; mas não o faz o coração dos tolos.    8O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos retos lhe é agradável.    9O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama ao que segue a justiça.    10Há disciplina severa para o que abandona a vereda; e o que aborrece a repreensão morrerá.    11O Seol e o Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos homens!    12O escarnecedor não gosta daquele que o repreende; não irá ter com os sábios.    13O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate.    14O coração do inteligente busca o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascenta de estultícia.    15Todos os dias do aflito são maus; mas o coração contente tem um banquete contínuo.    16Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e com ele a inquietação.    17Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio.    18O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta.    19O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos; porém a vereda dos justos é uma estrada real.    20O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua mãe.    21A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de entendimento anda retamente.    22Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem.    23O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa é!    24Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do Seol que é em baixo.    25O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da viúva.    26Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe são aprazíveis.    27O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá.    28O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más.    29Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos.    30A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos.    31O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre os sábios.    32Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento.    33O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a humildade.   

Chapter 16

1Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor.    2Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos.    3Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos.    4O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.    5Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune.    6Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal.    7Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele.    8Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça.    9O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.    10Nos lábios do rei acham-se oráculos; em juízo a sua boca não prevarica.    11O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa.    12Abominação é para os reis o praticarem a impiedade; porque com justiça se estabelece o trono.    13Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que fala coisas retas.    14O furor do rei é mensageiro da morte; mas o homem sábio o aplacará.    15Na luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor é como a nuvem de chuva serôdia.    16Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quanto mais excelente é escolher o entendimento do que a prata!    17A estrada dos retos desvia-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua vida.    18A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.    19Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.    20O que atenta prudentemente para a palavra prosperará; e feliz é aquele que confia no Senhor.    21O sábio de coração será chamado prudente; e a doçura dos lábios aumenta o saber.    22O entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida, porém a estultícia é o castigo dos insensatos.    23O coração do sábio instrui a sua boca, e aumenta o saber nos seus lábios.    24Palavras suaves são como favos de mel, doçura para a alma e saúde para o corpo.    25Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.    26O apetite do trabalhador trabalha por ele, porque a sua fome o incita a isso.    27O homem vil suscita o mal; e nos seus lábios há como que um fogo ardente.    28O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos íntimos.    29O homem violento alicia o seu vizinho, e guia-o por um caminho que não é bom.    30Quando fecha os olhos fá-lo para maquinar perversidades; quando morde os lábios, efetua o mal.    31Coroa de honra são as cãs, a qual se obtém no caminho da justiça.    32Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade.    33A sorte se lança no regaço; mas do Senhor procede toda a disposição dela.   

Chapter 17

1Melhor é um bocado seco, e com ele a tranqüilidade, do que a casa cheia de festins, com rixas.    2O servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e entre os irmãos receberá da herança.    3O crisol é para a prata, e o forno para o ouro; mas o Senhor é que prova os corações.    4O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna.    5O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador; o que se alegra da calamidade não ficará impune.    6Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais.    7Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe o lábio mentiroso!    8Pedra preciosa é a peita aos olhos de quem a oferece; para onde quer que ele se volte, serve-lhe de proveito.    9O que perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que renova a questão, afastam amigos íntimos.    10Mais profundamente entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no insensato.    11O rebelde não busca senão o mal; portanto um mensageiro cruel será enviado contra ele.    12Encontre-se o homem com a ursa roubada dos filhotes, mas não com o insensato na sua estultícia.    13Quanto àquele que torna mal por bem, não se apartará o mal da sua casa.    14O princípio da contenda é como o soltar de águas represadas; deixa por isso a porfia, antes que haja rixas.    15O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, são abomináveis ao Senhor, tanto um como o outro.    16De que serve o preço na mão do tolo para comprar a sabedoria, visto que ele não tem entendimento?    17O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão.    18O homem falto de entendimento compromete-se, tornando-se fiador na presença do seu vizinho.    19O que ama a contenda ama a transgressao; o que faz alta a sua porta busca a ruína.    20O perverso de coração nunca achará o bem; e o que tem a língua dobre virá a cair no mal.    21O que gera um tolo, para sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará.    22O coração alegre serve de bom remédio; mas o espírito abatido seca os ossos.    23O ímpio recebe do regaço a peita, para perverter as veredas da justiça.    24O alvo do inteligente é a sabedoria; mas os olhos do insensato estão nas extremidades da terra.    25O filho insensato é tristeza para seu, pai, e amargura para quem o deu à luz.    26Não é bom punir ao justo, nem ferir aos nobres por causa da sua retidão.    27Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem de entendimento é de espírito sereno.    28Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido.   

Chapter 18

1Aquele que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira sabedoria.    2O tolo não toma prazer no entendimento, mas tão somente em revelar a sua opinião.    3Quando vem o ímpio, vem também o desprezo; e com a desonra vem o opróbrio.    4Aguas profundas são as palavras da boca do homem; e a fonte da sabedoria é um ribeiro que corre.    5Não é bom ter respeito à pessoa do impio, nem privar o justo do seu direito.    6Os lábios do tolo entram em contendas, e a sua boca clama por açoites.    7A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma.    8As palavras do difamador são como bocados doces, que penetram até o íntimo das entranhas.    9Aquele que é remisso na sua obra é irmão do que é destruidor.    10Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está seguro.    11Os bens do rico são a sua cidade forte, e como um muro alto na sua imaginação.    12Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai a humildade.    13Responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha.    14O espírito do homem o sustentará na sua enfermidade; mas ao espírito abatido quem o levantará?    15O coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento;    16O presente do homem alarga-lhe o caminho, e leva-o à presença dos grandes.    17O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que vem o outro e o examina.    18A sorte faz cessar os pleitos, e decide entre os poderosos.    19um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo.    20O homem se fartará do fruto da sua boca; dos renovos dos seus lábios se fartará.    21A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.    22Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor.    23O pobre fala com rogos; mas o rico responde com durezas.    24O homem que tem muitos amigos, tem-nos para a sua ruína; mas há um amigo que é mais chegado do que um irmão.   

Chapter 19

1Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que aquele que é perverso de lábios e tolo.    2Não é bom agir sem refletir; e o que se apressa com seus pés erra o caminho.    3A estultícia do homem perverte o seu caminho, e o seu coração se irrita contra o Senhor.    4As riquezas granjeiam muitos amigos; mas do pobre o seu próprio amigo se separa.    5A testemunha falsa não ficará impune; e o que profere mentiras não escapará.    6Muitos procurarão o favor do liberal; e cada um é amigo daquele que dá presentes.    7Todos os irmãos do pobre o aborrecem; quanto mais se afastam dele os seus amigos! persegue-os com súplicas, mas eles já se foram.    8O que adquire a sabedoria é amigo de si mesmo; o que guarda o entendimento prosperará.    9A testemunha falsa não ficará impune, e o que profere mentiras perecerá.    10Ao tolo não convém o luxo; quanto menos ao servo dominar os príncipes!    11A discrição do homem fá-lo tardio em irar-se; e sua glória está em esquecer ofensas.    12A ira do rei é como o bramido o leão; mas o seu favor é como o orvalho sobre a erva.    13O filho insensato é a calamidade do pai; e as rixas da mulher são uma goteira contínua.    14Casa e riquezas são herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do Senhor.    15A preguiça faz cair em profundo sono; e o ocioso padecerá fome.    16Quem guarda o mandamento guarda a sua alma; mas aquele que não faz caso dos seus caminhos morrerá.    17O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício.    18Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites a destruí-lo.    19Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de o fazer de novo.    20Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus últimos dias.    21Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá.    22O que faz um homem desejável é a sua benignidade; e o pobre é melhor do que o mentiroso.    23O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará.    24O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à boca.    25Fere ao escarnecedor, e o simples aprenderá a prudência; repreende ao que tem entendimento, e ele crescerá na ciencia.    26O que aflige a seu pai, e faz fugir a sua mãe, é filho que envergonha e desonra.    27Cessa, filho meu, de ouvir a instrução, e logo te desviarás das palavras do conhecimento.    28A testemunha vil escarnece da justiça; e a boca dos ímpios engole a iniqüidade.    29A condenação está preparada para os escarnecedores, e os açoites para as costas dos tolos.   

Chapter 20

1O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não e sábio.    2Como o bramido do leão é o terror do rei; quem o provoca a ira peca contra a sua própria vida.    3Honroso é para o homem o desviar-se de questões; mas todo insensato se entremete nelas.    4O preguiçoso não lavra no outono; pelo que mendigará na sega, e nada receberá.    5Como águas profundas é o propósito no coração do homem; mas o homem inteligente o descobrirá.    6Muitos há que proclamam a sua própria bondade; mas o homem fiel, quem o achará?    7O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele.    8Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos joeira a todo malfeitor.    9Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?    10O peso fraudulento e a medida falsa são abominação ao Senhor, tanto uma como outra coisa.    11Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se a sua conduta é pura e reta.    12O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos.    13Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.    14Nada vale, nada vale, diz o comprador; mas, depois de retirar-se, então se gaba.    15Há ouro e abundância de pedras preciosas; mas os lábios do conhecimento são jóia de grande valor.    16Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho; e toma penhor daquele que se obriga por estrangeiros.    17Suave é ao homem o pão da mentira; mas depois a sua boca se enche de pedrinhas.    18Os projetos se confirmam pelos conselhos; assim, pois, com prudencia faze a guerra.    19O que anda mexericando revela segredos; pelo que não te metas com quem muito abre os seus lábios.    20O que amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada nas, mais densas trevas.    21A herança que no princípio é adquirida às pressas, não será abençoada no seu fim.    22Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará.    23Pesos fraudulentos são abomináveis ao Senhor; e balanças enganosas não são boas.    24Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?    25Laço é para o homem dizer precipitadamente: É santo; e, feitos os votos, então refletir.    26O rei sábio joeira os ímpios e faz girar sobre eles a roda.    27O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração.    28A benignidade e a verdade guardam o rei; e com a benignidade sustém ele o seu trono.    29A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.    30Os açoites que ferem purificam do mal; e as feridas penetram até o mais íntimo do corpo.   

Chapter 21

1Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer.    2Todo caminho do homem é reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os corações.    3Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício.    4Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos ímpios é pecado.    5Os planos do diligente conduzem à abundância; mas todo precipitado apressa-se para a penúria.    6Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a morte.    7A violência dos ímpios arrebatá-los-á, porquanto recusam praticar a justiça.    8O caminho do homem perverso é tortuoso; mas o proceder do puro é reto.    9Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla.    10A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus olhos.    11Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e, quando o sábio é instruído, recebe o conhecimento.    12O justo observa a casa do ímpio; precipitam-se os ímpios na ruína.    13Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido.    14O presente que se dá em segredo aplaca a ira; e a dádiva às escondidas, a forte indignação.    15A execução da justiça é motivo de alegria para o justo; mas é espanto para os que praticam a iniqüidade.    16O homem que anda desviado do caminho do entendimento repousará na congregação dos mortos.    17Quem ama os prazeres empobrecerá; quem ama o vinho e o azeite nunca enriquecera.    18Resgate para o justo é o ímpio; e em lugar do reto ficará o prevaricador.    19Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.    20Há tesouro precioso e azeite na casa do sábio; mas o homem insensato os devora.    21Aquele que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra.    22O sábio escala a cidade dos valentes, e derriba a fortaleza em que ela confia.    23O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua alma.    24Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; ele procede com insolente orgulho.    25O desejo do preguiçoso o mata; porque as suas mãos recusam-se a trabalhar.    26Todo o dia o ímpio cobiça; mas o justo dá, e não retém.    27O sacrifício dos ímpios é abominaçao; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!    28A testemunha mentirosa perecerá; mas o homem que ouve falará sem ser contestado.    29O homem ímpio endurece o seu rosto; mas o reto considera os seus caminhos.    30Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor.    31O cavalo prepara-se para o dia da batalha; mas do Senhor vem a vitória.   

Chapter 22

1Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e o favor é melhor do que a prata e o ouro.    2O rico e o pobre se encontram; quem os faz a ambos é o Senhor.    3O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.    4O galardão da humildade e do temor do Senhor é riquezas, e honra e vida.    5Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.    6Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.    7O rico domina sobre os pobres; e o que toma emprestado é servo do que empresta.    8O que semear a perversidade segará males; e a vara da sua indignação falhará.    9Quem vê com olhos bondosos será abençoado; porque dá do seu pão ao pobre.    10Lança fora ao escarnecedor, e a contenda se irá; cessarao a rixa e a injúria.    11O que ama a pureza do coração, e que tem graça nos seus lábios, terá por seu amigo o rei.    12Os olhos do Senhor preservam o que tem conhecimento; mas ele transtorna as palavras do prevaricador.    13Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.    14Cova profunda é a boca da adúltera; aquele contra quem o Senhor está irado cairá nela.    15A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele.    16O que para aumentar o seu lucro oprime o pobre, e dá ao rico, certamente chegará à: penuria.    17Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento.    18Porque será coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lábios.    19Para que a tua confiança esteja no senhor, a ti tos fiz saber hoje, sim, a ti mesmo.    20Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca dos conselhos e do conhecimento,    21para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que possas responder com palavras de verdade aos que te enviarem?    22Não roubes ao pobre, porque é pobre; nem oprimas ao aflito na porta;    23porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida.    24Não faças amizade com o iracundo; nem andes com o homem colérico;    25para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma.    26Não estejas entre os que se comprometem, que ficam por fiadores de dívidas.    27Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?    28Não removas os limites antigos que teus pais fixaram.    29Vês um homem hábil na sua obrar? esse perante reis assistirá; e não assistirá perante homens obscuros.   

Chapter 23

1Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti;    2e põe uma faca à tua garganta, se fores homem de grande apetite.    3Não cobices os seus manjares gostosos, porque é comida enganadora.    4Não te fatigues para seres rico; dá de mão à tua própria sabedoria:    5Fitando tu os olhos nas riquezas, elas se vão; pois fazem para si asas, como a águia, voam para o céu.    6Não comas o pão do avarento, nem cobices os seus manjares gostosos.    7Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é; ele te diz: Come e bebe; mas o seu coração não está contigo.    8Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.    9Não fales aos ouvidos do tolo; porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.    10Não removas os limites antigos; nem entres nos campos dos órfãos,    11porque o seu redentor é forte; ele lhes pleiteará a causa contra ti.    12Aplica o teu coração à instrução, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento.    13Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá.    14Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol.    15Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, ó, meu próprio;    16e exultará o meu coração, quando os teus lábios falarem coisas retas.    17Não tenhas inveja dos pecadores; antes conserva-te no temor do Senhor todo o dia.    18Porque deveras terás uma recompensa; não será malograda a tua esperança.    19Ouve tu, filho meu, e sê sábio; e dirige no caminho o teu coração.    20Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne.    21Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência cobrirá de trapos o homem.    22Ouve a teu pai, que te gerou; e não desprezes a tua mãe, quando ela envelhecer.    23Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento.    24Grandemente se regozijará o pai do justo; e quem gerar um filho sábio, nele se alegrará.    25Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se aquela que te deu à luz.    26Filho meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos.    27Porque cova profunda é a prostituta; e poço estreito é a aventureira.    28Também ela, como o salteador, se põe a espreitar; e multiplica entre os homens os prevaricadores.    29Para quem são os ais? para quem os pesares? para quem as pelejas, para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e para quem os olhos vermelhos?    30Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada.    31Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.    32No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.    33Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás perversidades.    34o serás como o que se deita no meio do mar, e como o que dorme no topo do mastro.    35E diràs: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? ainda tornarei a buscá-lo outra vez.   

Chapter 24

1Não tenhas inveja dos homens malignos; nem desejes estar com eles;    2porque o seu coração medita a violência; e os seus lábios falam maliciosamente.    3Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece;    4e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as riquezas preciosas e deleitáveis.    5O sábio é mais poderoso do que o forte; e o inteligente do que o que possui a força.    6Porque com conselhos prudentes tu podes fazer a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros.    7A sabedoria é alta demais para o insensato; ele não abre a sua boca na porta.    8Aquele que cuida em fazer o mal, mestre de maus intentos o chamarão.    9O desígnio do insensato é pecado; e abominável aos homens é o escarnecedor.    10Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena.    11Livra os que estão sendo levados à morte, detém os que vão tropeçando para a matança.    12Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá a cada um conforme a sua obra?    13Come mel, filho meu, porque é bom, e do favo de mel, que é doce ao teu paladar.    14Sabe que é assim a sabedoria para a tua alma: se a achares, haverá para ti recompensa, e não será malograda a tua esperança.    15Não te ponhas de emboscada, ó ímpio, contra a habitação do justo; nem assoles a sua pousada.    16Porque sete vezes cai o justo, e se levanta; mas os ímpios são derribados pela calamidade.    17Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não se regozije o teu coração;    18para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos seus olhos, e desvie dele, a sua ira.    19Não te aflijas por causa dos malfeitores; nem tenhas inveja dos ímpios;    20porque o maligno não tem futuro; e a lâmpada dos ímpios se apagará.    21Filho meu, teme ao Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que gostam de mudanças.    22Porque de repente se levantará a sua calamidade; e a ruína deles, quem a conhecerá?    23Também estes são provérbios dos sábios: Fazer acepção de pessoas no juízo não é bom.    24Aquele que disser ao ímpio: Justo és; os povos o amaldiçoarão, as nações o detestarão;    25mas para os que julgam retamente haverá delícias, e sobre eles virá copiosa bênção.    26O que responde com palavras retas beija os lábios.    27Prepara os teus trabalhos de fora, apronta bem o teu campo; e depois edifica a tua casa.    28Não sejas testemunha sem causa contra o teu próximo; e não enganes com os teus lábios.    29Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.    30Passei junto ao campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento;    31e eis que tudo estava cheio de cardos, e a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra estava derrubado.    32O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.    33Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso;    34assim sobrevirá a tua pobreza como um salteador, e a tua necessidade como um homem armado.   

Chapter 25

1Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá.    2A glória de Deus é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.    3Como o céu na sua altura, e como a terra na sua profundidade, assim o coração dos reis é inescrutável.    4Tira da prata a escória, e sairá um vaso para o fundidor.    5Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.    6Não reclames para ti honra na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos grandes;    7porque melhor é que te digam: Sobe, para aqui; do que seres humilhado perante o príncipe.    8O que os teus olhos viram, não te apresses a revelar, para depois, ao fim, não saberes o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo.    9Pleiteia a tua causa com o teu próximo mesmo; e não reveles o segredo de outrem;    10para que não te desonre aquele que o ouvir, não se apartando de ti a infâmia.    11Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.    12Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido obediente.    13Como o frescor de neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera o espírito dos seus senhores.    14como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez.    15Pela longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda quebranta os ossos.    16Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e o venhas a vomitar.    17Põe raramente o teu pé na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça.    18Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo.    19Como dente quebrado, e pé deslocado, é a confiança no homem desleal, no dia da angústia.    20O que entoa canções ao coração aflito é como aquele que despe uma peça de roupa num dia de frio, e como vinagre sobre a chaga.    21Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para beber;    22porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te recompensará.    23O vento norte traz chuva, e a língua caluniadora, o rosto irado.    24Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla.    25Como água fresca para o homem sedento, tais são as boas-novas de terra remota.    26Como fonte turva, e manancial poluído, assim é o justo que cede lugar diante do ímpio.    27comer muito mel não é bom; não multipliques, pois, as palavras de lisonja.    28Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.   

Chapter 26

1Como a neve no verão, e como a chuva no tempo da ceifa, assim não convém ao tolo a honra.    2Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a maldição sem causa não encontra pouso.    3O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento, e a vara para as costas dos tolos.    4Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também não te faças semelhante a ele.    5Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos.    6Os pés decepa, e o dano bebe, quem manda mensagens pela mão dum tolo.    7As pernas do coxo pendem frouxas; assim é o provérbio na boca dos tolos.    8Como o que ata a pedra na funda, assim é aquele que dá honra ao tolo.    9Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na mão dos tolos.    10Como o flecheiro que fere a todos, assim é aquele que assalaria ao transeunte tolo, ou ao ébrio.    11Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a sua estultícia.    12Vês um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele.    13Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.    14Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o faz o preguiçoso na sua cama.    15O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à boca.    16Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que sabem responder bem.    17O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas.    18Como o louco que atira tições, flechas, e morte,    19assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.    20Faltando lenha, apaga-se o fogo; e não havendo difamador, cessa a contenda.    21Como o carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.    22As palavras do difamador são como bocados deliciosos, que descem ao íntimo do ventre.    23Como o vaso de barro coberto de escória de prata, assim são os lábios ardentes e o coração maligno.    24Aquele que odeia dissimula com os seus lábios; mas no seu interior entesoura o engano.    25Quando te suplicar com voz suave, não o creias; porque sete abominações há no teu coração.    26Ainda que o seu ódio se encubra com dissimulação, na congregação será revelada a sua malícia.    27O que faz uma cova cairá nela; e a pedra voltará sobre aquele que a revolve.    28A língua falsa odeia aqueles a quem ela tenha ferido; e a boca lisonjeira opera a ruína.   

Chapter 27

1Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia.    2Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estranho, e não os teus lábios.    3Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada do que elas ambas.    4Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à inveja?    5Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto.    6Fiéis são as feridas dum amigo; mas os beijos dum inimigo são enganosos.    7O que está farto despreza o favo de mel; mas para o faminto todo amargo é doce.    8Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lugar.    9O óleo e o perfume alegram o coração; assim é o doce conselho do homem para o seu amigo.    10Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia de tua adversidade. Mais vale um vizinho que está perto do que um irmão que está longe.    11Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu tenha o que responder àquele que me vituperar.    12O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena.    13Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho, e toma penhor daquele que se obriga por uma estrangeira.    14O que bendiz ao seu amigo em alta voz, levantando-se de madrugada, isso lhe será contado como maldição.    15A goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes;    16retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra.    17Afia-se o ferro com o ferro; assim o homem afia o rosto do seu amigo.    18O que cuida da figueira comerá do fruto dela; e o que vela pelo seu senhor será honrado.    19Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.    20O Seol e o Abadom nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.    21O crisol é para a prata, e o forno para o ouro, e o homem é provado pelos louvores que recebe.    22Ainda que pisasses o insensato no gral entre grãos pilados, contudo não se apartaria dele a sua estultícia.    23Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos;    24porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?    25Quando o feno é removido, e aparece a erva verde, e recolhem-se as ervas dos montes,    26os cordeiros te proverão de vestes, e os bodes, do preço do campo.    27E haverá bastante leite de cabras para o teu sustento, para o sustento da tua casa e das tuas criadas.   

Chapter 28

1Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas os justos são ousados como o leão.    2Por causa da transgressão duma terra são muitos os seus príncipes; mas por virtude de homens prudentes e entendidos, ela subsistirá por longo tempo.    3O homem pobre que oprime os pobres, é como chuva impetuosa, que não deixa trigo nenhum.    4Os que abandonam a lei louvam os ímpios; mas os que guardam a lei pelejam contra eles.    5Os homens maus não entendem a justiça; mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente.    6Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que o rico perverso nos seus caminhos.    7O que guarda a lei é filho sábio; mas o companheiro dos comilões envergonha a seu pai.    8O que aumenta a sua riqueza com juros e usura, ajunta-a para o que se compadece do pobre.    9O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável.    10O que faz com que os retos se desviem para um mau caminho, ele mesmo cairá na cova que abriu; mas os inocentes herdarão o bem.    11O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que tem entendimento o esquadrinha.    12Quando os justos triunfam há grande, glória; mas quando os ímpios sobem, escondem-se os homens.    13O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.    14Feliz é o homem que teme ao Senhor continuamente; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal.    15Como leão bramidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre.    16O príncipe falto de entendimento é também opressor cruel; mas o que aborrece a avareza prolongará os seus dias.    17O homem culpado do sangue de qualquer pessoa será fugitivo até a morte; ninguém o ajude.    18O que anda retamente salvar-se-á; mas o perverso em seus caminhos cairá de repente.    19O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos se encherá de pobreza.    20O homem fiel gozará de abundantes bênçãos; mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune.    21Fazer acepção de pessoas não é bom; mas até por um bocado de pão prevaricará o homem.    22Aquele que é cobiçoso corre atrás das riquezas; e não sabe que há de vir sobre ele a penúria.    23O que repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua.    24O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é transgressão; esse é companheiro do destruidor.    25O cobiçoso levanta contendas; mas o que confia no senhor prosperará.    26O que confia no seu próprio coração é insensato; mas o que anda sabiamente será livre.    27O que dá ao pobre não terá falta; mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições.    28Quando os ímpios sobem, escondem-se os homens; mas quando eles perecem, multiplicam-se os justos.   

Chapter 29

1Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura.    2Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme.    3O que ama a sabedoria alegra a seu pai; mas o companheiro de prostitutas desperdiça a sua riqueza.    4O rei pela justiça estabelece a terra; mas o que exige presentes a transtorna.    5O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.    6Na transgressão do homem mau há laço; mas o justo canta e se regozija.    7O justo toma conhecimento da causa dos pobres; mas o ímpio não tem entendimento para a conhecer.    8Os escarnecedores abrasam a cidade; mas os sábios desviam a ira.    9O sábio que pleiteia com o insensato, quer este se agaste quer se ria, não terá descanso.    10Os homens sanguinários odeiam o íntegro; mas os retos procuram o seu bem.    11O tolo derrama toda a sua ira; mas o sábio a reprime e aplaca.    12O governador que dá atenção às palavras mentirosas achará que todos os seus servos são ímpios.    13O pobre e o opressor se encontram; o Senhor alumia os olhos de ambos.    14Se o rei julgar os pobres com eqüidade, o seu trono será estabelecido para sempre.    15A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.    16Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões; mas os justos verão a queda deles.    17Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu coração.    18Onde não há profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado.    19O servo não se emendará com palavras; porque, ainda que entenda, não atenderá.    20Vês um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o tolo do que para ele.    21Aquele que cria delicadamente o seu servo desde a meninice, no fim tê-lo-á por herdeiro.    22O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.    23A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.    24O que é sócio do ladrão odeia a sua própria alma; sendo ajuramentado, nada denuncia.    25O receio do homem lhe arma laços; mas o que confia no Senhor está seguro.    26Muitos buscam o favor do príncipe; mas é do Senhor que o homem recebe a justiça.    27O ímpio é abominação para os justos; e o que é reto no seu caminho é abominação para o ímpio.   

Chapter 30

1Palavras de Agur, filho de Jaqué de Massá. Diz o homem a Itiel, e a Ucal:    2Na verdade que eu sou mais estúpido do que ninguém; não tenho o entendimento do homem;    3não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.    4Quem subiu ao céu e desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos? mas amarrou as águas no seu manto? quem estabeleceu todas as extremidades da terra? qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho? Certamente o sabes!    5Toda palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nele confiam.    6Nada acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e tu sejas achado mentiroso.    7Duas coisas te peço; não mas negues, antes que morra:    8Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário;    9para que eu de farto não te negue, e diga: Quem é o Senhor? ou, empobrecendo, não venha a furtar, e profane o nome de Deus.    10Não calunies o servo diante de seu senhor, para que ele não te amaldiçoe e fiques tu culpado.    11Há gente que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.    12Há gente que é pura aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da sua imundícia.    13Há gente cujos olhos são altivos, e cujas pálpebras são levantadas para cima.    14Há gente cujos dentes são como espadas; e cujos queixais sao como facas, para devorarem da terra os aflitos, e os necessitados dentre os homens.    15A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem: Basta;    16o Seol, a madre estéril, a terra que não se farta d'água, e o fogo que nunca diz: Basta.    17Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale e devorados pelos filhos da águia.    18Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não conheço:    19o caminho da águia no ar, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem.    20Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: não pratiquei iniqüidade.    21Por três coisas estremece a terra, sim, há quatro que não pode suportar:    22o escravo quando reina; o tolo quando se farta de comer;    23a mulher desdenhada quando se casa; e a serva quando fica herdeira da sua senhora.    24Quatro coisas há na terra que são pequenas, entretanto são extremamente sábias;    25as formigas são um povo sem força, todavia no verão preparam a sua comida;    26os querogrilos são um povo débil, contudo fazem a sua casa nas rochas;    27os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos enfileirados;    28a lagartixa apanha-se com as mãos, contudo anda nos palácios dos reis.    29Há três que andam com elegância, sim, quatro que se movem airosamente:    30o leão, que é o mais forte entre os animais, e que não se desvia diante de ninguém;    31o galo emproado, o bode, e o rei à frente do seu povo.    32Se procedeste loucamente em te elevares, ou se maquinaste o mal, põe a mão sobre a boca.    33Como o espremer do leite produz queijo verde, e o espremer do nariz produz sangue, assim o espremer da ira produz contenda.   

Chapter 31

1As palavras do rei Lemuel, rei de Massá, que lhe ensinou sua mãe.    2Que te direi, filho meu? e que te direi, ó filho do meu ventre? e que te direi, ó filho dos meus votos?    3Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que destroem os reis.    4Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte;    5para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.    6Dai bebida forte ao que está para perecer, e o vinho ao que está em amargura de espírito.    7Bebam e se esqueçam da sua pobreza, e da sua miséria não se lembrem mais.    8Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do direito de todos os desamparados.    9Abre a tua boca; julga retamente, e faze justiça aos pobres e aos necessitados.    10Álefe. Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas.    11Bete. O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro.    12Guímel. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.    13Dálete. Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos.    14Hê. É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão.    15Vave. E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.    16Zaine. Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas maos.    17Hete. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.    18Tete. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.    19Iode. Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca.    20Cafe. Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas mãos.    21Lâmede. Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa estão vestidos de escarlate.    22Meme. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu vestido.    23Nune. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os anciãos da terra.    24Sâmerue. Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores.    25Aine. A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro.    26Pê. Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.    27Tsadê. Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça.    28Côfe. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo:    29Reche. Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.    30Chine. Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.    31Tau. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.   

Ecclesiastes

Chapter 1

1Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.    2Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.    3Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?    4Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre.    5O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce.    6O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos.    7Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr.    8Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.    9O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol.    10Há alguma coisa de que se possa dizer: Voê, isto é novo? ela já existiu nos séculos que foram antes de nós.    11Já não há lembrança das gerações passadas; nem das gerações futuras haverá lembrança entre os que virão depois delas.    12Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém.    13E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem.    14Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão.    15O que é torto não se pode endireitar; o que falta não se pode enumerar.    16Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.    17E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo vao.    18Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza.   

Chapter 2

1Disse eu a mim mesmo: Ora vem, eu te provarei com a alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade.    2Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve estar.    3Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne, sem deixar de me guiar pela sabedoria, e como me apoderar da estultícia, até ver o que era bom que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua vida.    4Fiz para mim obras magníficas: edifiquei casas, plantei vinhas;    5fiz hortas e jardins, e plantei neles árvores frutíferas de todas as espécies.    6Fiz tanques de águas, para deles regar o bosque em que reverdeciam as árvores.    7Comprei servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e de rebanhos, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.    8Ajuntei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, concubinas em grande número.    9Assim me engrandeci, e me tornei mais rico do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.    10E tudo quanto desejaram os meus olhos não lho neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; pois o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e isso foi o meu proveito de todo o meu trabalho.    11Então olhei eu para todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também para o trabalho que eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade e desejo vão, e proveito nenhum havia debaixo do sol.    12Virei-me para contemplar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia; pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que já se fez!    13Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.    14Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; contudo percebi que a mesma coisa lhes sucede a ambos.    15Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao estulto, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria; Então respondi a mim mesmo que também isso era vaidade.    16Pois do sábio, bem como do estulto, a memória não durará para sempre; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o estulto!    17Pelo que aborreci a vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e desejo vão.    18Também eu aborreci todo o meu trabalho em que me afadigara debaixo do sol, visto que tenho de deixá-lo ao homem que virá depois de mim.    19E quem sabe se será sábio ou estulto? Contudo, ele se assenhoreará de todo o meu trabalho em que me afadiguei, e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade.    20Pelo que eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante a todo o trabalho em que me afadigara debaixo do sol.    21Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, deixará o fruto do seu labor para ser porção de quem não trabalhou nele; também isso é vaidade e um grande mal.    22Pois, que alcança o homem com todo o seu trabalho e com a fadiga em que ele anda trabalhando debaixo do sol?    23Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho é vexação; nem de noite o seu coração descansa. Também isso é vaidade.    24Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus.    25Pois quem pode comer, ou quem pode gozar. melhor do que eu?    26Porque ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dá-lo àquele que agrada a Deus: Também isso é vaidade e desejo vão.   

Chapter 3

1Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.    2Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;    3tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;    4tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;    5tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;    6tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;    7tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;    8tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.    9Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?    10Tenho visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos dos homens para nele se exercitarem.    11Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.    12Sei que não há coisa melhor para eles do que se regozijarem e fazerem o bem enquanto viverem;    13e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus.    14Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada se lhe pode tirar; e isso Deus faz para que os homens temam diante dele:    15O que é, já existiu; e o que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o que ja se passou.    16Vi ainda debaixo do sol que no lugar da retidão estava a impiedade; e que no lugar da justiça estava a impiedade ainda.    17Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo propósito e para toda obra.    18Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os brutos.    19Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade.    20Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão.    21Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para cima, e se o espírito dos brutos desce para a terra?    22Pelo que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras; porque esse é o seu quinhão; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?   

Chapter 4

1Depois volvi-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis as lágrimas dos oprimidos, e eles não tinham consolador; do lado dos seus opressores havia poder; mas eles não tinham consolador.    2Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do que os que vivem ainda.    3E melhor do que uns e outros é aquele que ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.    4Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é e vaidade e desejo vão.    5O tolo cruza as mãos, e come a sua; própria carne.    6Melhor é um punhado com tranqüilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo.    7Outra vez me volvi, e vi vaidade debaixo do sol.    8Há um que é só, não tendo parente; não tem filho nem irmão e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas. E ele não pergunta: Para quem estou trabalhando e privando do bem a minha alma? Também isso é vaidade a e enfadonha ocupação.    9Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.    10Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.    11Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?    12E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.    13Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar,    14embora tenha saído do cárcere para reinar, ou tenha nascido pobre no seu próprio reino.    15Vi a todos os viventes que andavam debaixo do sol, e eles estavam com o mancebo, o sucessor, que havia de ficar no lugar do rei.    16Todo o povo, à testa do qual se achava, era inumerável; contudo os que lhe sucederam não se regozijarão a respeito dele. Na verdade também isso é vaidade e desejo vão.   

Chapter 5

1Guarda o teu pé, quando fores à casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos; pois não sabem que fazem mal.    2Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma na presença de Deus; porque Deus está no céu, e tu estás sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas palavras.    3Porque, da multidão de trabalhos vêm os sonhos, e da multidão de palavras, a voz do tolo.    4Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o.    5Melhor é que não votes do que votares e nao pagares.    6Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas na presença do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?    7Porque na multidão dos sonhos há vaidades e muitas palavras; mas tu teme a Deus.    8Se vires em alguma província opressão de pobres, e a perversão violenta do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso. Pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia; e há mais altos ainda sobre eles.    9O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo.    10Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade.    11Quando se multiplicam os bens, multiplicam-se também os que comem; e que proveito tem o seu dono senão o de vê-los com os seus olhos?    12Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a saciedade do rico não o deixa dormir.    13Há um grave mal que vi debaixo do sol: riquezas foram guardadas por seu donó para o seu próprio dano;    14e as mesmas riquezas se perderam por qualquer má aventura; e havendo algum filho nada fica na sua mão.    15Como saiu do ventre de sua mãe, assim também se irá, nu como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na mão.    16Ora isso é um grave mal; porque justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de ter trabalhado para o vento,    17e de haver passado todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, enfermidades e aborrecimento?    18Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: alguém comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol, todos os dias da vida que Deus lhe deu; pois esse é o seu quinhão.    19E quanto ao homem a quem Deus deu riquezas e bens, e poder para desfrutá-los, receber o seu quinhão, e se regozijar no seu trabalho, isso é dom de Deus.    20Pois não se lembrará muito dos dias da sua vida; porque Deus lhe enche de alegria o coração.   

Chapter 6

1Há um mal que tenho visto debaixo do sol, e que pesa muito sobre o homem:    2um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, de maneira que nada lhe falta de tudo quanto ele deseja, contudo Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho lho come; também isso é vaidade e grande mal.    3Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele;    4porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome;    5e ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal;    6e embora vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, - não vão todos para um mesmo lugar?    7Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo não se satisfaz o seu apetite.    8Pois, que vantagem tem o sábio sobre o tolo? e que tem o pobre que sabe andar perante os vivos?    9Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade, e desejo vão.    10Seja qualquer o que for, já há muito foi chamado pelo seu nome; e sabe-se que é homem; e ele não pode contender com o que é mais forte do que ele.    11Visto que as muitas palavras aumentam a vaidade, que vantagem tira delas o homem?    12Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, durante os poucos dias da sua vida vã, os quais gasta como sombra? pois quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?   

Chapter 7

1Melhor é o bom nome do que o melhor ungüento, e o dia da morte do que o dia do nascimento.    2Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração.    3Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.    4O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.    5Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção dos tolos.    6Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo da panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade.    7Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e a peita corrompe o coração.    8Melhor é o fim duma coisa do que o princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.    9Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos.    10Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do que estes; porque não provém da sabedoria esta pergunta.    11Tão boa é a sabedoria como a herança, e mesmo de mais proveito para os que vêem o sol.    12Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a possui.    13Considera as obras de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto?    14No dia da prosperidade regozija-te, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.    15Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade.    16Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?    17Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que morrerias antes do teu tempo?    18Bom é que retenhas isso, e que também daquilo não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso.    19A sabedoria fortalece ao sábio mais do que dez governadores que haja na cidade.    20Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.    21Não escutes a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo amaldiçoar-te;    22pois tu sabes também que muitas vezes tu amaldiçoaste a outros.    23Tudo isto provei-o pela sabedoria; e disse: Far-me-ei sábio; porém a sabedoria ainda ficou longe de mim.    24Longe está o que já se foi, e profundíssimo; quem o poderá achar?    25Eu me volvi, e apliquei o meu coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão de tudo, e para conhecer que a impiedade é insensatez e que a estultícia é loucura.    26E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são grilhões; quem agradar a Deus escapará dela; mas o pecador virá a ser preso por ela.    27Vedes aqui, isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa;    28causa que ainda busco, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas, essa não achei.    29Eis que isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitos artifícios.   

Chapter 8

1Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do seu rosto se transforma.    2Eu digo: Observa o mandamento do rei, e isso por causa do juramento a Deus.    3Não te apresses a sair da presença dele; nem persistas em alguma coisa má; porque ele faz tudo o que lhe agrada.    4Porque a palavra do rei é suprema; e quem lhe dirá: que fazes?    5Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.    6Porque para todo propósito há tempo e juízo; porquanto a miséria do homem pesa sobre ele.    7Porque não sabe o que há de suceder; pois quem lho dará a entender como há de ser?    8Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; nem que tenha poder sobre o dia da morte; nem há licença em tempo de guerra; nem tampouco a impiedade livrará aquele que a ela está entregue.    9Tudo isto tenho observado enquanto aplicava o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem para o seu próprio dano.    10Vi também os ímpios sepultados, os que antes entravam e saíam do lugar santo; e foram esquecidos na cidade onde haviam assim procedido; também isso é vaidade.    11Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal.    12Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, porque temem diante dele;    13ao ímpio, porém, não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus.    14Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Eu disse que também isso é vaidade.    15Exalto, pois, a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol.    16Quando apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria, e a ver o trabalho que se faz sobre a terra (pois homens há que nem de dia nem de noite conseguem dar sono aos seus olhos),    17então contemplei toda obra de Deus, e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; pois por mais que o homem trabalhe para a descobrir, não a achará; embora o sábio queira conhecê-la, nem por isso a poderá compreender.   

Chapter 9

1Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio, não o sabe o homem; tudo passa perante a sua face.    2Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.    3Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.    4Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto.    5Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.    6Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.    7Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras.    8Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.    9Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol.    10Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.    11Observei ainda e vi que debaixo do sol não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a peleja, nem tampouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor; mas que a ocasião e a sorte ocorrem a todos.    12Pois o homem não conhece a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando este lhes sobrevém de repente.    13Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que me pareceu grande:    14Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras.    15Ora, achou-se nela um sábio pobre, que livrou a cidade pela sua sabedoria; contudo ninguém se lembrou mais daquele homem pobre.    16Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força; todavia a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são ouvidas.    17As palavras dos sábios ouvidas em silêncio valem mais do que o clamor de quem governa entre os tolos.    18Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra; mas um só pecador faz grande dano ao bem.   

Chapter 10

1As moscas mortas fazem com que o ungüento do perfumista emita mau cheiro; assim um pouco de estultícia pesa mais do que a sabedoria e a honra.    2O coração do sábio o inclina para a direita, mas o coração do tolo o inclina para a esquerda.    3E, até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento, e ele diz a todos que é tolo.    4Se se levantar contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar; porque a deferência desfaz grandes ofensas.    5Há um mal que vi debaixo do sol, semelhante a um erro que procede do governador:    6a estultícia está posta em grande dignidade, e os ricos estão assentados em lugar humilde.    7Tenho visto servos montados a cavalo, e príncipes andando a pé como servos.    8Aquele que abrir uma cova, nela cairá; e quem romper um muro, uma cobra o morderá.    9Aquele que tira pedras é maltratado por elas, e o que racha lenha corre perigo nisso.    10Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força; mas a sabedoria é proveitosa para dar prosperidade.    11Se a cobra morder antes de estar encantada, não há vantagem no encantador.    12As palavras da boca do sábio são cheias de graça, mas os lábios do tolo o devoram.    13O princípio das palavras da sua boca é estultícia, e o fim do seu discurso é loucura perversa.    14O tolo multiplica as palavras, todavia nenhum homem sabe o que há de ser; e quem lhe poderá declarar o que será depois dele?    15O trabalho do tolo o fatiga, de sorte que não sabe ir à cidade.    16Ai de ti, ó terra, quando o teu rei é criança, e quando os teus príncipes banqueteiam de manhã!    17Bem-aventurada tu, ó terra, quando o teu rei é filho de nobres, e quando os teus príncipes comem a tempo, para refazerem as forças, e não para bebedice!    18Pela preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos a casa tem goteiras.    19Para rir é que se dá banquete, e o vinho alegra a vida; e por tudo o dinheiro responde.    20Nem ainda no teu pensamento amaldições o rei; nem tampouco na tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levarão a voz, e uma criatura alada dará notícia da palavra.   

Chapter 11

1Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.    2Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.    3Estando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a terra. Caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.    4Quem observa o vento, não semeará, e o que atenta para as nuvens não segará.    5Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.    6Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retenhas a tua mão; pois tu não sabes qual das duas prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão, igualmente boas.    7Doce é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.    8Se, pois, o homem viver muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo lembre-se dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.    9Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e anime-te o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas Deus te trará a juízo.    10Afasta, pois, do teu coração o desgosto, remove da tua carne o mal; porque a mocidade e a aurora da vida são vaidade.   

Chapter 12

1Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles;    2antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;    3no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas,    4e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas;    5como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;    6antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna,    7e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.    8Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.    9Além de ser sábio, o pregador também ensinou ao povo o conhecimento, meditando, e estudando, e pondo em ordem muitos provérbios.    10Procurou o pregador achar palavras agradáveis, e escreveu com acerto discursos plenos de verdade.    11As palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas dos mestres, as quais foram dadas pelo único pastor.    12Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é enfado da carne.    13Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.    14Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.   

Song of Solomon

Chapter 1

1O cântico dos cânticos, que é de Salomão.    2Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho.    3Suave é o cheiro dos teus perfumes; como perfume derramado é o teu nome; por isso as donzelas te amam.    4Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas recâmaras; em ti nos alegraremos e nos regozijaremos; faremos menção do teu amor mais do que do vinho; com razão te amam.    5Eu sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão.    6Não repareis em eu ser morena, porque o sol crestou-me a tez; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.    7Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: Onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes deitar pelo meio-dia; pois, por que razão seria eu como a que anda errante pelos rebanhos de teus companheiros?    8Se não o sabes, ó tu, a mais formosa entre as mulheres, vai seguindo as pisadas das ovelhas, e apascenta os teus cabritos junto às tendas dos pastores.    9A uma égua dos carros de Faraó eu te comparo, ó amada minha.    10Formosas são as tuas faces entre as tuas tranças, e formoso o teu pescoço com os colares.    11Nós te faremos umas tranças de ouro, marchetadas de pontinhos de prata.    12Enquanto o rei se assentava à sua mesa, dava o meu nardo o seu cheiro.    13O meu amado é para mim como um saquitel de mirra, que repousa entre os meus seios.    14O meu amado é para mim como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi.    15Eis que és formosa, ó amada minha, eis que és formosa; os teus olhos são como pombas.    16Eis que és formoso, ó amado meu, como amável és também; o nosso leito é viçoso.    17As traves da nossa casa são de cedro, e os caibros de cipreste.   

Chapter 2

1Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.    2Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amada entre as filhas.    3Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; com grande gozo sentei-me à sua sombra; e o seu fruto era doce ao meu paladar.    4Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.    5Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor.    6A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace.    7Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o amor, até que ele o queira.    8A voz do meu amado! eis que vem aí, saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.    9O meu amado é semelhante ao gamo, ou ao filho do veado; eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, lançando os olhos pelas grades.    10Fala o meu amado e me diz: Levanta-te, amada minha, formosa minha, e vem.    11Pois eis que já passou o inverno; a chuva cessou, e se foi;    12aparecem as flores na terra; já chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.    13A figueira começa a dar os seus primeiros figos; as vides estão em flor e exalam o seu aroma. Levanta-te, amada minha, formosa minha, e vem.    14Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me o teu semblante faze-me ouvir a tua voz; porque a tua voz é doce, e o teu semblante formoso.    15Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas; pois as nossas vinhas estão em flor.    16O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.    17Antes que refresque o dia, e fujam as sombras, volta, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes de Beter.   

Chapter 3

1De noite, em meu leito, busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, porém não o achei.    2Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma. Busquei-o, porém não o achei.    3Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; eu lhes perguntei: Vistes, porventura, aquele a quem ama a minha alma?    4Apenas me tinha apartado deles, quando achei aquele a quem ama a minha alma; detive-o, e não o deixei ir embora, até que o introduzi na casa de minha mãe, na câmara daquela que me concebeu:    5Conjuro-vos, ó filhos de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o amor, até que ele o queira.    6Que é isso que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumado de mirra, de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do mercador?    7Eis que é a liteira de Salomão; estão ao redor dela sessenta valentes, dos valentes de Israel,    8todos armados de espadas, destros na guerra, cada um com a sua espada a cinta, por causa dos temores noturnos.    9O rei Salomão fez para si um palanquim de madeira do Líbano.    10Fez-lhe as colunas de prata, o estrado de ouro, o assento de púrpura, o interior carinhosamente revestido pelas filhas de Jerusalém.    11Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a coroa de que sua mãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do seu coração.   

Chapter 4

1Como és formosa, amada minha, eis que és formosa! os teus olhos são como pombas por detrás do teu véu; o teu cabelo é como o rebanho de cabras que descem pelas colinas de Gileade.    2Os teus dentes são como o rebanho das ovelhas tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das quais cada uma tem gêmeos, e nenhuma delas é desfilhada.    3Os teus lábios são como um fio de escarlate, e a tua boca e formosa; as tuas faces são como as metades de uma roma por detrás do teu véu.    4O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para sala de armas; no qual pendem mil broquéis, todos escudos de guerreiros valentes.    5Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios.    6Antes que refresque o dia e fujam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso.    7Tu és toda formosa, amada minha, e em ti não há mancha.    8Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano. Olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde os covis dos leões, desde os montes dos leopardos.    9Enlevaste-me o coração, minha irmã, noiva minha; enlevaste- me o coração com um dos teus olhares, com um dos colares do teu pescoço.    10Quão doce é o teu amor, minha irmã, noiva minha! quanto melhor é o teu amor do que o vinho! e o aroma dos teus ungüentos do que o de toda sorte de especiarias!    11Os teus lábios destilam o mel, noiva minha; mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro dos teus vestidos é como o cheiro do Líbano.    12Jardim fechado é minha irmã, minha noiva, sim, jardim fechado, fonte selada.    13Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes; a hena juntamente com nardo,    14o nardo, e o açafrão, o cálamo, e o cinamomo, com toda sorte de árvores de incenso; a mirra e o aloés, com todas as principais especiarias.    15És fonte de jardim, poço de águas vivas, correntes que manam do Líbano!    16Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, espalha os seus aromas. Entre o meu amado no seu jardim, e coma os seus frutos excelentes!   

Chapter 5

1Venho ao meu jardim, minha irmã, noiva minha, para colher a minha mirra com o meu bálsamo, para comer o meu favo com o meu mel, e beber o meu vinho com o meu leite. Comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.    2Eu dormia, mas o meu coração velava. Eis a voz do meu amado! Está batendo: Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha, minha imaculada; porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.    3Já despi a minha túnica; como a tornarei a vestir? já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar?    4O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e o meu coração estremeceu por amor dele.    5Eu me levantei para abrir ao meu amado; e as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldravas da fechadura.    6Eu abri ao meu amado, mas ele já se tinha retirado e ido embora. A minha alma tinha desfalecido quando ele falara. Busquei-o, mas não o pude encontrar; chamei-o, porém ele não me respondeu.    7Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me, feriram-me; tiraram-me o manto os guardas dos muros.    8Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe digais que estou enferma de amor.    9Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, para que assim nos conjures?    10O meu amado é cândido e rubicundo, o primeiro entre dez mil.    11A sua cabeça é como o ouro mais refinado, os seus cabelos são crespos, pretos como o corvo.    12Os seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste.    13As suas faces são como um canteiro de bálsamo, os montões de ervas aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gotejam mirra.    14Os seus braços são como cilindros de ouro, guarnecidos de crisólitas; e o seu corpo é como obra de marfim, coberta de safiras.    15As suas pernas como colunas de mármore, colocadas sobre bases de ouro refinado; o seu semblante como o líbano, excelente como os cedros.    16O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém.   

Chapter 6

1Para onde foi o teu amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? para onde se retirou o teu amado, a fim de que o busquemos juntamente contigo?    2O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de bálsamo, para apascentar o rebanho nos jardins e para colher os lírios.    3Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele apascenta o rebanho entre os lírios.    4Formosa és, amada minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém, imponente como um exército com bandeiras.    5Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O teu cabelo é como o rebanho de cabras que descem pelas colinas de Gileade.    6Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais cada uma tem gêmeos, e nenhuma delas é desfilhada.    7As tuas faces são como as metades de uma romã, por detrás do teu véu.    8Há sessenta rainhas, oitenta concubinas, e virgens sem número.    9Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada; ela e a única de sua mãe, a escolhida da que a deu à luz. As filhas viram-na e lhe chamaram bem-aventurada; viram-na as rainhas e as concubinas, e louvaram-na.    10Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, imponente como um exército com bandeiras?    11Desci ao jardim das nogueiras, para ver os renovos do vale, para ver se floresciam as vides e se as romanzeiras estavam em flor.    12Antes de eu o sentir, pôs-me a minha alma nos carros do meu nobre povo.    13Volta, volta, ó Sulamita; volta, volta, para que nós te vejamos. Por que quereis olhar para a Sulamita como para a dança de Maanaim?   

Chapter 7

1Quão formosos são os teus pés nas sandálias, ó filha de príncipe! Os contornos das tuas coxas são como jóias, obra das mãos de artista.    2O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios.    3Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela.    4O teu pescoço como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz é como torre do Líbano, que olha para Damasco.    5A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso pelas tuas tranças.    6Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias!    7Essa tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus seios aos cachos de uvas.    8Disse eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; então sejam os teus seios como os cachos da vide, e o cheiro do teu fôlego como o das maçãs,    9e os teus beijos como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e se escoa pelos lábios e dentes.    10Eu sou do meu amado, e o seu amor é por mim.    11Vem, ó amado meu, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias.    12Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se estão abertas as suas flores, e se as romanzeiras já estão em flor; ali te darei o meu amor.    13As mandrágoras exalam perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu os guardei para ti, ó meu amado.   

Chapter 8

1Ah! quem me dera que foras como meu irmão, que mamou os seios de minha mãe! quando eu te encontrasse lá fora, eu te beijaria; e não me desprezariam!    2Eu te levaria e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me instruirias; eu te daria a beber vinho aromático, o mosto das minhas romãs.    3A sua mão esquerda estaria debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abraçaria.    4Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não acordeis nem desperteis o amor, até que ele o queira.    5Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz.    6Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor.    7As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá- lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.    8Temos uma irmã pequena, que ainda não tem seios; que faremos por nossa irmã, no dia em que ela for pedida em casamento?    9Se ela for um muro, edificaremos sobre ela uma torrezinha de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro.    10Eu era um muro, e os meus seios eram como as suas torres; então eu era aos seus olhos como aquela que acha paz.    11Teve Salomão uma vinha em Baal-Hamom; arrendou essa vinha a uns guardas; e cada um lhe devia trazer pelo seu fruto mil peças de prata.    12A minha vinha que me pertence está diante de mim; tu, ó Salomão, terás as mil peças de prata, e os que guardam o fruto terão duzentas.    13ç tu, que habitas nos jardins, os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz; faze-me, pois, também ouvi-la:    14Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho da gazela sobre os montes dos aromas.   

Isaiah

Chapter 1

1A visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.    2Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim.    3O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.    4Ah, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás.    5Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.    6Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.    7O vosso país está assolado; as vossas cidades abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença, e está devastada, como por uma pilhagem de estrangeiros.    8E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada.    9Se o Senhor dos exércitos não nos deixara alguns sobreviventes, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra.    10Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.    11De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.    12Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios?    13Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene!    14As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.    15Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.    16Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal;    17aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.    18Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã.    19Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra;    20mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse.    21Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.    22A tua prata tornou-se em escória, o teu vinho se misturou com água.    23Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva.    24portanto diz o Senhor Deus dos exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! livrar-me-ei dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos.    25Voltarei contra ti a minha mão, e purificarei como com potassa a tua escória; e tirar-te-ei toda impureza;    26e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade de justiça, cidade fiel.    27Sião será resgatada pela justiça, e os seus convertidos, pela retidão.    28Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor serão consumidos.    29Porque vos envergonhareis por causa dos terebintos de que vos agradastes, e sereis confundidos por causa dos jardins que escolhestes.    30Pois sereis como um carvalho cujas folhas são murchas, e como um jardim que não tem água.    31E o forte se tornará em estopa, e a sua obra em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem os apague.   

Chapter 2

1A visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de Jerusalém.    2Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.    3Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.    4E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.    5Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.    6Mas tu rejeitaste o teu povo, a casa de Jacó; porque estão cheios de adivinhadores do Oriente, e de agoureiros, como os filisteus, e fazem alianças com os filhos dos estrangeiros.    7A sua terra está cheia de prata e ouro, e são sem limite os seus tesouros; a sua terra está cheia de cavalos, e os seus carros não tem fim.    8Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que os seus dedos fabricaram.    9Assim, pois, o homem é abatido, e o varão é humilhado; não lhes perdoes!    10Entra nas rochas, e esconde-te no pó, de diante da espantosa presença do Senhor e da glória da sua majestade.    11Os olhos altivos do homem serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada, e só o Senhor será exaltado naquele dia.    12Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido;    13contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã;    14contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados;    15contra toda torre alta, e contra todo muro fortificado;    16e contra todos os navios de Társis, e contra toda a nau vistosa.    17E a altivez do homem será humilhada, e o orgulho dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia.    18E os ídolos desaparecerão completamente.    19Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra.    20Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem,    21para se meter nas fendas das rochas, e nas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra.    22Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz; porque em que se deve ele estimar?   

Chapter 3

1Porque eis que o Senhor Deus dos exércitos está tirando de Jerusalém e de Judá o bordão e o cajado, isto é, todo o recurso de pão, e todo o recurso de água;    2o valente e o soldado, o juiz e o profeta, o adivinho e o ancião;    3o capitão de cinqüenta e o respeitável, o conselheiro, o artífice hábil e o encantador perito;    4e dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles.    5O povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre.    6Quando alguém pegar de seu irmão na casa de seu pai, dizendo: Tu tens roupa, tu serás o nosso príncipe, e tomarás sob a tua mão esta ruína.    7Naquele dia levantará este a sua voz, dizendo: Não quero ser médico; pois em minha casa não há pão nem roupa; não me haveis de constituir governador sobre o povo.    8Pois Jerusalém tropeçou, e Judá caiu; porque a sua língua e as suas obras são contra o Senhor, para afrontarem a sua gloriosa presença.    9O aspecto do semblante dá testemunho contra eles; e, como Sodoma, publicam os seus pecados sem os disfarçar. Ai da sua alma! porque eles fazem mal a si mesmos.    10Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas obras.    11Ai do ímpio! mal lhe irá; pois se lhe fará o que as suas mãos fizeram.    12Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores, e mulheres dominam sobre eles. Ah, povo meu! os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas.    13O Senhor levanta-se para pleitear, e põe-se de pé para julgar os povos.    14O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo, e contra os seus príncipes; sois vós que consumistes a vinha; o espólio do pobre está em vossas casas.    15Que quereis vós, que esmagais o meu povo e moeis o rosto do pobre? diz o Senhor Deus dos exércitos.    16Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião são altivas, e andam de pescoço emproado, lançando olhares impudentes; e, ao andarem, vão de passos curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus pés;    17o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez.    18Naquele dia lhes trará o Senhor o ornamento dos pés, e as coifas, e as luetas;    19os pendentes, e os braceletes, e os véus;    20os diademas, as cadeias dos artelhos, os cintos, as caixinhas de perfumes e os amuletos;    21os anéis, e as jóias pendentes do nariz;    22os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e os bolsos;    23os vestidos diáfanos, e as capinhas de linho, e os turbantes, e os véus.    24E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro, e por cinto, uma corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, cinto de cilício; e queimadura em lugar de formosura.    25Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra.    26E as portas da cidade gemerão e se carpirão e, desolada, ela se sentará no pó.   

Chapter 4

1Sete mulheres naquele dia lançarão mão dum só homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos; tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio.    2Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.    3E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em Jerusalém, será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém;    4Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor.    5E criará o Senhor sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as assembléias dela, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo flamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel.    6Também haverá de dia um pavilhão para sombra contra o calor, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.   

Chapter 5

1Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado uma canção de amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía uma vinha num outeiro fertilíssimo.    2E, revolvendo-a com enxada e limpando-a das pedras, plantou- a de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas.    3Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha.    4Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? e por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?    5Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, e será devorada; derrubarei a sua parede, e sera pisada;    6e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiro; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.    7Pois a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas eis aqui derramamento de sangue; justiça, e eis aqui clamor.    8Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra!    9A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores.    10E dez jeiras de vinha darão apenas um bato, e um hômer de semente não dará mais do que uma efa.    11Ai dos que se levantam cedo para correrem atrás da bebida forte e continuam até a noite, até que o vinho os esquente!    12Têm harpas e alaúdes, tamboris e pífanos, e vinho nos seus banquetes; porém não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das mãos dele.    13Portanto o meu povo é levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres estão morrendo de fome, e a sua multidão está seca de sede.    14Por isso o Seol aumentou o seu apetite, e abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descem a glória deles, a sua multidão, a sua pompa, e os que entre eles se exultam.    15O homem se abate, e o varão se humilha, e os olhos dos altivos se abaixam.    16Mas o Senhor dos exércitos é exaltado pelo juízo, e Deus, o Santo, é santificado em justiça.    17Então os cordeiros pastarão como em seus pastos; e nos campos desertos se apascentarão cevados e cabritos.    18Ai dos que puxam a iniqüidade com cordas de falsidade, e o pecado como com tirantes de carros!    19E dizem: Apresse-se Deus, avie a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o propósito do Santo de Israel, para que o conheçamos.    20Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!    21Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu próprio conceito!    22Ai dos que são poderosos para beber vinho, e valentes para misturar bebida forte;    23dos que justificam o ímpio por peitas, e ao inocente lhe tiram o seu direito!    24Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a palha se desfaz na chama assim a raiz deles será como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porque rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do santo de Israel,    25Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e o Senhor estendeu a sua mão contra ele, e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus cadáveres eram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.    26E ele arvorará um estandarte para as nações de longe, e lhes assobiará desde a extremidade da terra; e eis que virão muito apressadamente.    27Não há entre eles cansado algum nem quem tropece; ninguém cochila nem dorme; não se lhe desata o cinto dos lombos, nem se lhe quebra a correia dos sapatos.    28As suas flechas são agudas, e todos os seus arcos retesados; os cascos dos seus cavalos são reputados como pederneira, e as rodas dos seus carros qual redemoinho.    29O seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de leão; sim, rugem e agarram a presa, e a levam, e não há quem a livre.    30E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar; e se alguém olhar para a terra, eis que só verá trevas e angústia, e a luz se escurecerá nas nuvens sobre ela.   

Chapter 6

1No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo.    2Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.    3E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.    4E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça.    5Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!    6Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;    7e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.    8Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.    9Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.    10Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado.    11Então disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que sejam assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada,    12e o Senhor tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos os lugares abandonados no meio da terra.    13Mas se ainda ficar nela a décima parte, tornará a ser consumida, como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco. A santa semente é o seu toco.   

Chapter 7

1Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas não a puderam conquistar.    2Quando deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o coração do seu povo, como se agitam as árvores do bosque à força do vento.    3Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube, ao encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina superior, na estrada do campo do lavandeiro,    4e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim e da Síria, e do filho de Remalias.    5Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo:    6Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeel.    7Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.    8Pois a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco é Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será quebrantado, e deixará de ser povo.    9Entretanto a cabeça de Efraim será Samária, e o cabeça de Samária o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer.    10De novo falou o Senhor com Acaz, dizendo:    11Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima nas alturas.    12Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei nem porei à prova o Senhor.    13Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os homens, que ainda afadigareis também ao meu Deus?    14Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.    15Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.    16Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será desolada a terra dos dois reis perante os quais tu tremes de medo.    17Mas o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá, isto é, fará vir o rei da Assíria.    18Naquele dia assobiará o Senhor às moscas que há no extremo dos rios do Egito, e às abelhas que estão na terra da Assíria.    19E elas virão, e pousarão todas nos vales desertos e nas fendas das rochas, e sobre todos os espinheirais, e sobre todos os prados.    20Naquele dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, que está além do Rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e até a barba arrancará.    21Sucederá naquele dia que um homem criará uma vaca e duas ovelhas;    22e por causa da abundância do leite que elas hão de dar, comerá manteiga; pois manteiga e mel comerá todo aquele que ficar de resto no meio da terra.    23Sucederá também naquele dia que todo lugar, em que antes havia mil vides, do valor de mil siclos de prata, será para sarças e para espinheiros.    24Com arco e flechas entrarão ali; porque as sarças e os espinheiros cobrirão toda a terra.    25Quanto a todos os outeiros que costumavam cavar com enxadas, para ali não chegarás, por medo das sarças e dos espinheiros; mas servirão de pasto para os bois, e serão pisados pelas ovelhas.   

Chapter 8

1Disse-me também o Senhor: Toma uma tábua grande e escreve nela em caracteres legíveis: Maer-Salal-Has-Baz;    2tomei pois, comigo fiéis testemunhas, a Urias sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias.    3E fui ter com a profetisa; e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz.    4Pois antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão as riquezas de Damasco, e os despojos de Samária, diante do rei da Assíria.    5E continuou o Senhor a falar ainda comigo, dizendo:    6Porquanto este povo rejeitou as águas de Siloa, que correm brandamente, e se alegrou com Rezim e com o filho de Remalias,    7eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras;    8e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará até o pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel.    9Exasperai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de terras longínquas; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços;    10Tomai juntamente conselho, e ele será frustrado; dizei uma palavra, e ela não subsistirá; porque Deus é conosco.    11Pois assim o Senhor me falou, com sua forte mão deitada em mim, e me admoestou a que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo:    12Não chameis conspiração a tudo quanto este povo chama conspiração; e não temais aquilo que ele teme, nem por isso vos assombreis.    13Ao Senhor dos exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro.    14Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e de rocha de escândalo, às duas casas de Israel; de armadilha e de laço aos moradores de Jerusalém.    15E muitos dentre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos.    16Ata o testemunho, sela a lei entre os meus discípulos.    17Esperarei no Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei.    18Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor; são como sinais e portentos em Israel da parte do Senhor dos exércitos, que habita no monte Sião.    19Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos?    20A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva.    21E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e, tendo fome, se agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, olhando para o céu em cima;    22e para a terra em baixo, e eis aí angústia e escuridão, tristeza da aflição; e para as trevas serão empurrados.   

Chapter 9

1Mas para a que estava aflita não haverá escuridão. Nos primeiros tempos, ele envileceu a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios.    2O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.    3Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos.    4Porque tu quebraste o jugo da sua carga e o bordão do seu ombro, que é o cetro do seu opressor, como no dia de Midiã.    5Porque todo calçado daqueles que andavam no tumulto, e toda capa revolvida em sangue serão queimados, servindo de pasto ao fogo.    6Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.    7Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.    8O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em Israel.    9E todo o povo o saberá, Efraim e os moradores de Samária, os quais em soberba e altivez de coração dizem:    10Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se os sicômoros, mas por cedros os substituiremos.    11Pelo que o Senhor suscita contra eles os adversários de Rezim, e instiga os seus inimigos,    12os sírios do Oriente, e os filisteus do Ocidente; e eles devoram a Israel à boca escancarada. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.    13Todavia o povo não se voltou para quem o feriu, nem buscou ao Senhor dos exércitos.    14Pelo que o Senhor cortou de Israel a cabeça e a cauda, o ramo e o junco, num mesmo dia.    15O ancião e o varão de respeito, esse é a cabeça; e o profeta que ensina mentiras, esse e a cauda.    16Porque os que guiam este povo o desencaminham; e os que por eles são guiados são devorados.    17Pelo que o Senhor não se regozija nos seus jovens, e não se compadece dos seus órfãos e das suas viúvas; porque todos eles são profanos e malfeitores, e toda boca profere doidices. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.    18Pois a impiedade lavra como um fogo que devora espinhos e abrolhos, e se ateia no emaranhado da floresta; e eles sobem ao alto em espessas nuvens de fumaça.    19Por causa da ira do Senhor dos exércitos a terra se queima, e o povo é como pasto do fogo; ninguém poupa ao seu irmão.    20Se colher da banda direita, ainda terá fome, e se comer da banda esquerda, ainda não se fartará; cada um comerá a carne de seu braço.    21Manassés será contra Efraim, e Efraim contra Manassés, e ambos eles serão contra Judá. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.   

Chapter 10

1Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades;    2para privarem da justiça os necessitados, e arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!    3Mas que fareis vós no dia da visitação, e na desolação, que há de vir de longe? a quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa riqueza?    4Nada mais resta senão curvar-vos entre os presos, ou cair entre os mortos. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.    5Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos.    6Eu a envio contra uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor lhe dou ordem, para tomar o despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos pés, como a lama das ruas.    7Todavia ela não entende assim, nem o seu coração assim o imagina; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações.    8Pois diz: Não são meus príncipes todos eles reis?    9Não é Calnó como Carquêmis? não é Hamate como Arpade? e Samária como Damasco?    10Do mesmo modo que a minha mão alcançou os reinos dos ídolos, ainda que as suas imagens esculpidas eram melhores do que as de Jerusalém e de Samária.    11como fiz a Samária e aos seus ídolos, não o farei igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos?    12Por isso acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela arrogância do seu coração e a pomba da altivez dos seus olhos.    13Porquanto diz ele: Com a força da minha mão o fiz, e com a minha sabedoria, porque sou entendido; eu removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati os que se sentavam sobre tronos.    14E achou a minha mão as riquezas dos povos como a um ninho; e como se ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei toda a terra; e não houve quem movesse a asa, ou abrisse a boca, ou chilreasse.    15Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? ou se engrandecerá a serra contra o que a maneja? como se a vara movesse o que a levanta, ou o bordão levantasse aquele que não é pau!    16Pelo que o Senhor Deus dos exércitos fará definhar os que entre eles são gordos, e debaixo da sua glória ateará um incêndio, como incêndio de fogo.    17A Luz de Israel virá a ser um fogo e o seu Santo uma labareda, que num só dia abrasará e consumirá os seus espinheiros e as suas sarças.    18Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil, desde a alma até o corpo; e será como quando um doente vai definhando.    19E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco que um menino as poderá contar.    20E acontecerá naquele dia que o resto de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu; antes se estribarão lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel.    21Um resto voltará; sim, o resto de Jacó voltará para o Deus forte.    22Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um resto dele voltará. Uma destruição está determinada, trasbordando de justiça.    23Pois uma destruição, e essa já determinada, o Senhor Deus dos exércitos executará no meio de toda esta terra.    24Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: Ó povo meu, que habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão a maneira dos egípcios;    25porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação, e a minha ira servirá para os consumir.    26E o Senhor dos exércitos suscitará contra ela um flagelo, como a matança de Midiã junto à rocha de Orebe; e a sua vara se estenderá sobre o mar, e ele a levantará como no Egito.    27E naquele dia a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será quebrado por causa da gordura.    28Os assírios já chegaram a Aiate, passaram por Migrom; em Micmás deixam depositada a sua bagagem;    29já atravessaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba; Ramá treme, Gibeá de Saul já fugiu.    30Clama com alta voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Responde-lhe, ó Anatote!    31Já se foi Madmena; os moradores de Gebim procuram refúgio.    32Hoje mesmo parará em Nobe; sacudirá o punho contra o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém.    33Eis que o Senhor Deus dos exércitos cortará os ramos com violência; e os de alta estatura serão cortados, e os elevados serão abatidos.    34E cortará com o ferro o emaranhado da floresta, e o Líbano cairá pela mão de um poderoso.   

Chapter 11

1Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.    2E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.    3E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos;    4mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com eqüidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio.    5A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.    6Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará; e o bezerro, e o leão novo e o animal cevado viverão juntos; e um menino pequeno os conduzirá.    7A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; e o leão comerá palha como o boi.    8A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e a desmamada meterá a sua mão na cova do basilisco.    9Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.    10Naquele dia a raiz de Jessé será posta por estandarte dos povos, à qual recorrerão as nações; gloriosas lhe serão as suas moradas.    11Naquele dia o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez e resto do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar.    12Levantará um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel, e es dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra.    13Também se esvaecerá a inveja de Efraim, e os vexadores de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá e Judá não vexará a Efraim.    14Antes voarão sobre os ombros des filisteus ao Ocidente; juntos despojarão aos filhos do Oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão.    15E o Senhor destruirá totalmente a língua do mar do Egito; e vibrará a sua mão contra o Rio com o seu vento abrasador, e, ferindo- o, dividi-lo-á em sete correntes, e fará que por ele passem a pé enxuto.    16Assim haverá caminho plano para e restante do seu povo, que voltar da Assíria, como houve para Israel no dia em que subiu da terra do Egito.   

Chapter 12

1Dirás, pois, naquele dia: Graças te dou, ó Senhor; porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me confortaste.    2Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque o Senhor, sim o Senhor é a minha força e o meu cântico; e se tornou a minha salvação.    3Portanto com alegria tirareis águas das fontes da salvação.    4E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei notórios os seus feitos entre os povos, proclamai quão excelso é o seu nome.    5Cantai ao Senhor; porque fez coisas grandiosas; saiba-se isso em toda a terra.    6Exulta e canta de gozo, ó habitante de Sião; porque grande é o Santo de Israel no meio de ti.   

Chapter 13

1Oráculo acerca de Babilônia, que Isaías, filho de Amoz, recebeu numa visão.    2Alçai uma bandeira sobre o monte escalvado; levantai a voz para eles; acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos príncipes.    3Eu dei ordens aos meus consagrados; sim, já chamei os meus valentes para executarem a minha ira, os que exultam arrogantemente.    4Eis um tumulto sobre os montes, como o de grande multidão! Eis um tumulto de reinos, de nações congregadas! O Senhor dos exércitos passa em revista o exército para a guerra.    5Vêm duma terra de longe, desde a extremidade do céu, o Senhor e os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquela terra.    6Uivai, porque o dia do Senhor está perto; virá do Todo-Poderoso como assolação.    7Pelo que todas as mãos se debilitarão, e se derreterá o coração de todos os homens.    8E ficarão desanimados; e deles se apoderarão dores e ais; e se angustiarão, como a mulher que está de parto; olharão atônitos uns para os outros; os seus rostos serão rostos flamejantes.    9Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente; para pôr a terra em assolação e para destruir do meio dela os seus pecadores.    10Pois as estrelas do céu e as suas constelações não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz.    11E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis.    12Farei que os homens sejam mais raros do que o ouro puro, sim mais raros do que o ouro fino de Ofir.    13Pelo que farei estremecer o céu, e a terra se movera do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira.    14E como a corça quando é perseguida, e como a ovelha que ninguém recolhe, assim cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para a sua terra.    15Todo o que for achado será traspassado; e todo o que for apanhado, cairá à espada.    16E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas.    17Eis que suscitarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco no ouro terão prazer.    18E os seus arcos despedaçarão aos mancebos; e não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as crianças.    19E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.    20Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda; nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.    21Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão as avestruzes, e os sátiros pularão ali.    22As hienas uivarão nos seus castelos, e os chacais nos seus palácios de prazer; bem perto está o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.   

Chapter 14

1Pois o Senhor se compadecerá de Jacó, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros, e se apegarão à casa de Jacó.    2E os povos os receberão, e os levarão aos seus lugares; e a casa de Israel os possuirá por servos e por servas, na terra do Senhor e cativarão aqueles que os cativaram, e dominarão os seus opressores.    3No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, e do teu tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir,    4proferirás esta parábola contra o rei de Babilônia, e dirás: Como cessou o opressor! como cessou a tirania!    5Já quebrantou o Senhor o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores;    6cetro que feria os povos com furor, com açoites incessantes, e que em ira dominava as nações com uma perseguição irresistível.    7Toda a terra descansa, e está sossegada! Rompem em brados de júbilo.    8Até as faias se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caiste ninguém sobe contra nós para nos cortar.    9O Seol desde o profundo se turbou por ti, para sair ao teu encontro na tua vinda; ele despertou por ti os mortos, todos os que eram príncipes da terra, e fez levantar dos seus tronos todos os que eram reis das nações.    10Estes todos responderão, e te dirão: Tu também estás fraco como nós, e te tornaste semelhante a nós.    11Está derrubada até o Seol a tua pompa, o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estendem e os bichos te cobrem.    12Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações!    13E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte;    14subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.    15Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo.    16Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos?    17Que punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? que a seus cativos não deixava ir soltos para suas casas?    18Todos os reis das nações, todos eles, dormem com glória, cada um no seu túmulo.    19Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, coberto de mortos atravessados a espada, como os que descem às pedras da cova, como cadáver pisado aos pés.    20Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo. Que a descendência dos malignos não seja nomeada para sempre!    21Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades.    22Levantar-me-ei contra eles, diz o Senhor dos exércitos, e exterminarei de Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho, e o neto, diz o Senhor.    23E reduzi-la-ei a uma possessão do ouriço, e a lagoas de águas; e varrê-la-ei com a vassoura da destruição, diz o Senhor dos exércitos.    24O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.    25Quebrantarei o assírio na minha terra e nas minhas montanhas o pisarei; então o seu jugo se apartará deles e a sua carga se desviará dos seus ombros.    26Este é o conselho que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações.    27Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?    28No ano em que morreu o rei Acaz, veio este oráculo.    29Não te alegres, ó Filístia toda, por ser quebrada a vara que te feria; porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente voadora.    30E os primogênitos dos pobres serão apascentados, e os necessitados se deitarão seguros; mas farei morrer de fome a tua raiz, e será destruído o teu restante.    31Uiva, ó porta; grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda derretida; porque do norte vem fumaça; e não há vacilante nas suas fileiras.    32Que se responderá pois aos mensageiros do povo? Que o Senhor fundou a Sião, e que nela acharão refúgio os aflitos do seu povo.   

Chapter 15

1Oráculo acerca de Moabe. Porque Ar foi destruída numa noite, Moabe está desfeita; porque Quir foi destruída numa noite, Moabe está desfeita.    2Subiu a filha de Dibom aos altos para chorar; por Nebo e por Medeba pranteia Moabe; em todas as cabeças há calva, e toda barba é rapada.    3Nas suas ruas cingem-se de saco; nos seus terraços e nas suas praças todos andam pranteando, e choram abundantemente.    4Assim Hesbom como Eleale andam gritando; até Jaaz se ouve a sua voz; por isso os armados de Moabe clamam; estremece-lhes a alma.    5O meu coração clama por causa de Moabe; fogem os seus nobres para Zoar, qual uma novilha de três anos; pois vão chorando pela encosta de Luíte; no caminho de Horonaim levantam um grito de destruição.    6As águas de Ninrim são desoladas; secou-se a relva, definhou a erva verde, e não há verdura alguma.    7Pelo que a abundância que ajuntaram, e o que guardaram, para além do ribeiro dos salgueiros o levam.    8Pois o pranto já rodeou os limites de Moabe; até Eglaim chegou o seu clamor, e ainda até Beer-Elim o seu rugido.    9Pois as águas de Dimom estão cheias de sangue; pelo que ainda acrescentarei mais a Dimom, um leão contra aqueles que escaparem de Moabe, e contra o restante que ficou na terra.   

Chapter 16

1Enviaram cordeiros ao governador da terra, desde Sela, pelo deserto, até o monte da filha de Sião.    2Pois como pássaros que vagueiam, como ninhada dispersa, assim são as filhas de Moabe junto aos vaus do Arnom.    3Dá conselhos, executa juízo; põe a tua sombra como a noite ao pino do meio-dia; esconde os desterrados, e não traias o fugitivo.    4Habitem entre vós os desterrados de Moabe; serve-lhes de refúgio perante a face do destruidor. Quando o homem violento tiver fim, e a destruição tiver cessado, havendo os opressores desaparecido de sobre a terra,    5então um trono será estabelecido em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e que procure a justiça e se apresse a praticar a retidão.    6Ouvimos da soberba de Moabe, a soberbíssima; da sua arrogância, da sua soberba, e da sua insolência; de nada valem as suas jactâncias.    7portanto Moabe pranteará; prantearão todos por Moabe; pelos bolos de passas de Quir-Haresete suspirareis, inteiramente desanimados.    8porque os campos de Hesbom enfraqueceram, e a vinha de Sibma; os senhores des nações derrubaram os seus ramos, que chegaram a Jazer e penetraram no deserto; os seus rebentos se estenderam e passaram além do mar.    9Pelo que prantearei, com o pranto de Jazer, a vinha de Sibma; regar-te-ei com as minhas lágrimas, ó Hesbom e Eleale; porque sobre os teus frutos de verão e sobre a tua sega caiu o grito da batalha.    10A alegria e o regozijo são tirados do fértil campo, e nas vinhas não se canta, nem há júbilo algum; já não se pisam as uvas nos lagares. Eu fiz cessar os gritos da vindima.    11Pelo que minha alma lamenta por Moabe como harpa, e o meu íntimo por Quir-Heres.    12E será que, quando Moabe se apresentar, quando se cansar nos altos, e entrar no seu santuário a orar, nada alcançará.    13Essa é a palavra que o Senhor falou no passado acerca de Moabe.    14Mas agora diz o Senhor: Dentro de três anos, tais como os anos do jornaleiro, será envilecida a glória de Moabe, juntamente com toda a sua grande multidão; e os que lhe restarem serão poucos e débeis.   

Chapter 17

1Oráculo acerca de Damasco. Eis que Damasco será tirada, para não mais ser cidade, e se tornará um montão de ruínas.    2As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos, que se deitarão sem haver quem os espante.    3E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o resto da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o Senhor dos exércitos.    4E será diminuída naquele dia a glória de Jacó, e a gordura da sua carne desaparecerá.    5E será como o segador que colhe o trigo, e que com o seu braço sega as espigas; sim, será como quando alguém colhe espigas no vale de Refaim.    6Mas ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o Senhor Deus de Israel.    7Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel.    8E não atentará para os altares, obra das suas mãos; nem olhará para o que fizeram seus dedos, para os aserins e para os altares do incenso.    9Naquele dia as suas cidades fortificadas serão como os lugares abandonados no bosque ou sobre o cume das montanhas, os quais foram abandonados ante os filhos de Israel; e haverá assolação.    10Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação, e não te lembraste da rocha da tua fortaleza; por isso, ainda que faças plantações deleitosas e ponhas nelas sarmentos de uma vide estranha,    11e as faças crescer no dia em que as plantares, e florescer na manhã desse dia, a colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis.    12Ai do bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e do rugido das nações que rugem como o rugido de impetuosas águas.    13Rugem as nações, como rugem as muitas águas; mas Deus as repreenderá, e elas fugirão para longe; e serão afugentadas como a pragana dos montes diante do vento e como a poeira num redemoinho diante do tufão.    14Ao anoitecer, eis o terror! e antes que amanheça eles já não existem. Esse é o quinhão daqueles que nos despojam, e a sorte daqueles que nos saqueiam.   

Chapter 18

1Ai da terra do roçar das asas, que está além dos rios da Etiópia;    2que envia embaixadores por mar em navios de junco sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes, a um povo de alta estatura e de tez luzidia, a um povo terrível desde o seu princípio, a uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem!    3Vede, todos vós, habitantes do mundo, e vós os moradores da terra, quando se arvorar a bandeira nos montes; e ouvi, quando se tocar a trombeta.    4Pois assim me disse o Senhor: estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da sega.    5Pois antes da sega, quando acaba a flor e o gomo se torna uva prestes a amadurecer, ele cortará com foices os sarmentos e tirará os ramos, e os lançará fora.    6Serão deixados juntos para as aves dos montes e os animais da terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles.    7Naquele tempo será levado um presente ao Senhor dos exércitos da parte dum povo alto e de tez luzidia, e dum povo terrível desde o seu princípio, uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem; um presente, sim, será levado ao lugar do nome do Senhor dos exércitos, ao monte Sião.   

Chapter 19

1Profecia acerca do Egito. Eis que o Senhor vem cavalgando numa nuvem ligeira, e entra no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro de si.    2Incitarei egípcios contra egípcios; e cada um pelejará contra o seu irmão, e cada um contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra reino.    3E o espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles; eu destruirei o seu conselho; e eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e necromantes e feiticeiros.    4Pelo que entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro; e um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor Deus dos exércitos.    5e as águas do Nilo minguarão, e o rio se esgotará e secará.    6Também os rios exalarão um fedor; diminuirão e secarão os canais do Egito; as canas e os juncos murcharão.    7Os prados junto ao Nilo, ao longo das suas margens, sim, tudo o que foi semeado junto dele secará, será arrancado, e deixará de existir.    8E os pescadores gemerão, e lamentarão todos os que lançam anzol ao Nilo, e desfalecerão os que estendem rede sobre as águas.    9Envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino, e os que tecem pano branco.    10E os que são as colunas do Egito serão esmagados, e todos os que trabalham, por salário serão entristecidos.    11Na verdade estultos são os príncipes de Zoã; o conselho dos mais sábios conselheiros de Faraó se embruteceu. Como pois a Faraó direis: Sou filho de sábios, filho de reis antigos?    12Onde estão agora os teus sábios? anunciem-te agora, e te façam saber o que o Senhor dos exércitos determinou contra o Egito.    13Estultos tornaram-se os príncipes de Zoã, enganados estão os príncipes de Mênfis; fizeram errar o Egito, os que são a pedra de esquina das suas tribos.    14O Senhor derramou no meio deles um espírito de confusão; e eles fizeram errar o Egito em todas as suas obras, como o bêbedo vai cambaleando no seu vômito.    15E não haverá para o Egito coisa alguma que possa fazer cabeça ou cauda, ramo ou junco.    16Naquele dia os egípcios serão como mulheres, e tremerão e temerão por vibrar o Senhor dos exércitos a sua mão contra eles.    17E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito que o Senhor dos exércitos determinou contra eles.    18Naquele dia haverá cinco cidades na terra do Egito que falem a língua de Canaã e façam juramento ao Senhor dos exércitos. Uma destas se chamará Cidade de destruição.    19Naquele dia haverá um altar dedicado ao Senhor no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, na sua fronteira.    20E servirá isso de sinal e de testemunho ao Senhor dos exércitos na terra do Egito; quando clamarem ao Senhor por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador, que os defenderá e os livrará.    21E o Senhor se dará a conhecer ao Egito e os egípcios conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao Senhor, e os cumprirão.    22E ferirá o Senhor aos egípcios; feri-los-á, mas também os curará; e eles se voltarão para o Senhor, que ouvirá as súplicas deles e os curará.    23Naquele dia haverá estrada do Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios.    24Naquele dia Israel será o terceiro com os egipcios e os assirios, uma benção no meio da terra;    25porquanto o Senhor dos exércitos os tem abençoado, dizendo: Bem-aventurado seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.   

Chapter 20

1No ano em que Tartã, enviado por Sargão, rei da Assíria, veio a Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;    2falou o Senhor, naquele tempo, por intermédio de Isaías, filho de Amoz, dizendo: Vai, solta o cilício de teus lombos, e descalça os sapatos dos teus pés. E ele assim o fez, andando nu e descalço.    3Então disse o Senhor: Assim como o meu servo Isaías andou três anos nu e descalço, por sinal e portento contra o Egito e contra a Etiópia,    4assim o rei da Assíria levará em cativeiro os presos do Egito, e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, nus e descalços, e com as nádegas descobertas, para vergonha do Egito.    5E assombrar-se-ão, e envergonhar-se-ão por causa da Etiopia, sua esperança, e do Egito, sua glória.    6Então os moradores desta região litorânea dirão naquele dia: Vede que tal é a nossa esperança, aquilo que buscamos por socorro, para nos livrarmos do rei da Assíria! Como pois escaparemos nós?   

Chapter 21

1Oráculo acerca do deserto do mar. Como os tufões de vento do sul, que tudo assolam, aí vem do deserto, duma terra horrível.    2Dura visão me foi manifesta: o pérfido trata perfidamente, e o destruidor anda destruindo. Sobe, ó Elão, sitia, ó Média; já fiz cessar todo o seu gemido.    3Pelo que os meus lombos estão cheios de angústia; dores apoderaram-se de mim como as dores de mulher na hora do parto; estou tão atribulado que não posso ouvir, e tão desfalecido que não posso ver.    4O meu coração se agita, o horror apavora-me; o crepúsculo, que desejava, tem-se-me tornado em tremores.    5Eles põem a mesa, estendem os tapetes, comem, bebem. Levantai-vos, príncipes, e ungi o escudo.    6Porque assim me disse o Senhor: Vai, põe uma sentinela; e ela que diga o que vir.    7Quando vir uma tropa de cavaleiros de dois a dois, uma tropa de jumentos, ou uma tropa de camelos, escute a sentinela atentamente com grande cuidado.    8Então clamou aquele que viu: Senhor, sobre a torre de vigia estou em pé continuamente de dia, e de guarda me ponho todas as noites.    9E eis aqui agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de dois a dois. Então ele respondeu e disse: Caiu, caiu Babilônia; e todas as imagens esculpidas de seus deuses são despedaçadas até o chão.    10Ah, malhada minha, e trigo da minha eira! o que ouvi do Senhor dos exércitos, Deus de Israel, isso vos tenho anunciado.    11Oráculo acerca de Dumá. Alguém clama a mim de Seir: Guarda, que horas são da noite? guarda, que horas são da noite?    12Respondeu o guarda: Vem a manhã, e também a noite; se quereis perguntar, perguntai; voltai, vinde.    13Oráculo contra a Arábia. Nos bosques da Arábia passareis a noite, ó caravanas de dedanitas.    14Saí com água ao encontro dos sedentos; ó moradores da terra de Tema, saí com pão ao encontro dos fugitivos.    15pois fogem diante das espadas, diante da espada desembainhada, e diante do arco armado, e diante da pressão da guerra.    16porque assim me disse o Senhor: Dentro de um ano, tal como os anos de jornaleiro, toda a glória de Quedar esvaecerá.    17e os restantes do número dos flecheiros, os valentes dos filhos de Quedar, serão diminuídos; porque assim o disse o Senhor, Deus de Israel.   

Chapter 22

1Oráculo acerca do vale da visão. Que tens agora, pois que com todos os teus subiste aos telhados?    2e tu que estás cheia de clamor, cidade turbulenta, cidade alegre; os teus mortos não são mortos à espada, nem mortos em guerra.    3Todos os teus homens principais juntamente fugiram, sem o arco foram presos; todos os que em ti se acharam, foram presos juntamente, embora tivessem fugido para longe.    4Portanto digo: Desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo.    5Porque dia de destroço, de atropelamento, e de confusão é este da parte do Senhor Deus dos exércitos, no vale da visão; um derrubar de muros, e um clamor até as montanhas.    6Elão tomou a aljava, juntamente com carros e cavaleiros, e Quir descobriu os escudos.    7Os teus mais formosos vales ficaram cheios de carros, e os cavaleiros postaram-se contra as portas.    8Tirou-se a cobertura de Judá; e naquele dia olhaste para as armas da casa do bosque.    9E vistes que as brechas da cidade de Davi eram muitas; e ajuntastes as águas da piscina de baixo;    10e contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes as casas, para fortalecer os muros;    11fizestes também um reservatório entre os dois muros para as águas da piscina velha; mas não olhastes para aquele que o tinha feito, nem considerastes o que o formou desde a antiguidade.    12O Senhor Deus dos exércitos vos convidou naquele dia para chorar e prantear, para rapar a cabeça e cingir o cilício;    13mas eis aqui gozo e alegria; matam-se bois, degolam-se ovelhas, come-se carne, bebe-se vinho, e se diz: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.    14Mas o Senhor dos exércitos revelou-se aos meus ouvidos, dizendo: Certamente esta maldade não se vos perdoará até que morrais, diz o Senhor Deus dos exércitos.    15Assim diz o Senhor Deus dos exércitos: Anda, vai ter com esse administrador, Sebna, o mordomo, e pergunta-lhe:    16Que fazes aqui? ou que parente tens tu aqui, para que cavasses aqui uma sepultura? Cavando em lugar alto a tua sepultura, cinzelando na rocha morada para ti mesmo!    17Eis que o Senhor te arrojará violentamente, ó homem forte, e seguramente te prenderá.    18Certamente te enrolará como uma bola, e te lançará para um país espaçoso. Ali morrerás, e ali irão os teus magníficos carros, ó tu, opróbrio da casa do teu senhor.    19E demitir-te-ei do teu posto; e da tua categoria serás derrubado.    20Naquele dia chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias,    21e vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu governo; e ele será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá.    22Porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá.    23E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme; e será como um trono de honra para a casa de seu pai.    24Nele, pois, pendurarão toda a glória da casa de seu pai, a prole e a progênie, todos os vasos menores, desde as taças até os jarros.    25Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cederá o prego fincado em lugar firme; será cortado, e cairá; e a carga que nele estava se desprenderá, porque o Senhor o disse.   

Chapter 23

1Oráculo acerca de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque ela está desolada, a ponto de não haver nela casa nem abrigo; desde a terra de Quitim lhes foi isso revelado.    2Calai-vos, moradores do litoral, vós a quem encheram os mercadores de Sidom, navegando pelo mar.    3Por sobre grandes águas foi-lhe trazida a sua provisão, a semente de Sior, a ceifa do Nilo; e ela se tornou a feira das nações.    4Envergonha-te, ó Sidom; porque o mar falou, a fortaleza do mar disse: Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei mancebos, nem eduquei donzelas.    5Quando a notícia chegar ao Egito, assim haverá dores quando se ouvirem as notícias de Tiro.    6Passai a Társis; uivai, moradores do litoral.    7É esta, porventura, a vossa cidade alegre, cuja origem é dos dias antigos, cujos pés a levavam para longe a peregrinar?    8Quem formou este desígnio contra Tiro, distribuidora de coroas, cujos mercadores eram príncipes e cujos negociantes eram os mais nobres da terra?    9O Senhor dos exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba de toda a glória, e para reduzir à ignomínia os ilustres da terra.    10Inunda como o Nilo a tua terra, ó filha de Társis; já não há mais o que te refreie.    11Ele estendeu a sua mão sobre o mar, e abalou os reinos; o Senhor deu mandado contra Canaã, para destruir as suas fortalezas.    12E disse: Não continuarás mais a te regozijar, ó oprimida donzela, filha de Sidom; levanta-te, passa a Chipre, e ainda ali não terás descanso.    13Eis a terra dos caldeus! este é o povo, não foi a Assíria. Destinou a Tiro para as feras do deserto; levantaram as suas torres de sítio; derrubaram os palácios dela; a ruínas a reduziu.    14Uivai, navios de Társis; porque está desolada a vossa fortaleza.    15Naquele dia Tiro será posta em esquecimento por setenta anos, conforme os dias dum rei; mas depois de findos os setenta anos, sucederá a Tiro como se diz na canção da prostituta.    16Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta, entregue ao esquecimento; toca bem, canta muitos cânticos, para que haja memória de ti.    17No fim de setenta anos o Senhor visitará a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta, e fornicará com todos os reinos que há sobre a face da terra.    18E será consagrado ao Senhor o seu comércio e a sua ganância de prostituta; não se entesourará, nem se guardará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o Senhor, para que comam suficientemente; e tenham vestimenta esplêndida.   

Chapter 24

1Eis que o Senhor esvazia a terra e a desola, transtorna a sua superfície e dispersa os seus moradores.    2E o que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que recebe usura, como ao que paga usura.    3De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra.    4A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.    5Na verdade a terra está contaminada debaixo dos seus habitantes; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o pacto eterno.    6Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam nela sofrem por serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e poucos homens restam.    7Pranteia o mosto, enfraquece a vide, e suspiram todos os que eram alegres de coração.    8Cessa o folguedo dos tamboris, acaba a algazarra dos jubilantes, cessa a alegria da harpa.    9Já não bebem vinho ao som das canções; a bebida forte é amarga para os que a bebem.    10Demolida está a cidade desordeira; todas as casas estão fechadas, de modo que ninguém pode entrar.    11Há lastimoso clamor nas ruas por falta do vinho; toda a alegria se escureceu, já se foi o prazer da terra.    12Na cidade só resta a desolação, e a porta está reduzida a ruínas.    13Pois será no meio da terra, entre os povos, como a sacudidura da oliveira, e como os rabiscos, quando está acabada a vindima.    14Estes alçarão a sua voz, bradando de alegria; por causa da majestade do Senhor clamarão desde o mar.    15Por isso glorificai ao Senhor no Oriente, e na região litorânea do mar ao nome do Senhor Deus de Israel.    16Dos confins da terra ouvimos cantar: Glória ao Justo. Mas eu digo: Emagreço, emagreço, ai de mim! os pérfidos tratam perfidamente; sim, os pérfidos tratam muito perfidamente.    17O pavor, e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra.    18Aquele que fugir da voz do pavor cairá na cova, e o que subir da cova o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos da terra tremem.    19A terra está de todo quebrantada, a terra está de todo fendida, a terra está de todo abalada.    20A terra cambaleia como o ébrio, e balanceia como a rede de dormir; e a sua transgressão se torna pesada sobre ela, e ela cai, e nunca mais se levantará.    21Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra.    22E serão ajuntados como presos numa cova, e serão encerrados num cárcere; e serão punidos depois de muitos dias.    23Então a lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e perante os seus anciãos manifestará a sua glória.   

Chapter 25

1ç Senhor, tu és o meu Deus; exaltarte-ei a ti, e louvarei o teu nome; porque fizeste maravilhas, os teus conselhos antigos, em fidelidade e em verdade.    2Porque da cidade fizeste um montão, e da cidade fortificada uma ruína, e do paço dos estranhos, que não seja mais cidade; e ela jamais se tornará a edificar.    3Pelo que te glorificará um povo poderoso; e a cidade das nações formidáveis te temerá:    4Porque tens sido a fortaleza do pobre, a fortaleza do necessitado na sua angústia, refúgio contra a tempestade, e sombra contra o calor, pois o assopro dos violentos é como a tempestade contra o muro.    5Como o calor em lugar seco, tu abaterás o tumulto dos estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim acabará o cântico dos violentos.    6E o Senhor dos exércitos dará neste monte a todos os povos um banquete de coisas gordurosas, banquete de vinhos puros, de coisas gordurosas feitas de tutanos, e de vinhos puros, bem purificados.    7E destruirá neste monte a coberta que cobre todos os povos, e o véu que está posto sobre todas as nações.    8Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo; porque o Senhor o disse.    9E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus; por ele temos esperado, para que nos salve. Este é o Senhor; por ele temos esperado; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos.    10Porque a mão do Senhor repousará neste monte; e Moabe será trilhado no seu lugar, assim como se trilha a palha na água do monturo.    11E estenderá as suas mãos no meio disso, assim como as estende o nadador para nadar; mas o Senhor abaterá a sua altivez juntamente com a perícia das suas mãos.    12E abaixará as altas fortalezas dos teus muros; abatê-las-á e derrubá-las-á por terra até o pó.   

Chapter 26

1Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: uma cidade forte temos, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.    2Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.    3Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.    4Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.    5porque ele tem derrubado os que habitam no alto, na cidade elevada; abate-a, abate-a até o chão; e a reduz até o pó.    6Pisam-na os pés, os pés dos pobres, e os passos dos necessitados.    7O caminho do justo é plano; tu, que és reto, nivelas a sua vereda.    8No caminho dos teus juízos, Senhor, temos esperado por ti; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma.    9Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito, dentro de mim, diligentemente te busca; porque, quando os teus juízos estão na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.    10Ainda que se mostre favor ao ímpio, ele não aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor.    11Senhor, a tua mão está levantada, contudo eles não a vêem; vê-la-ão, porém, e confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo reservado para os teus adversários os devorará.    12Senhor, tu hás de estabelecer para nós a paz; pois tu fizeste para nós todas as nossas obras.    13ç Senhor Deus nosso, outros senhores além de ti têm tido o domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome.    14Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória.    15Tu, Senhor, aumentaste a nação; aumentaste a nação e te fizeste glorioso; alargaste todos os confins da terra.    16Senhor, na angústia te buscaram; quando lhes sobreveio a tua correção, derramaram-se em oração.    17Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós diante de ti, ó Senhor!    18Concebemos nós, e tivemos dores de parto, mas isso foi como se tivéssemos dado à luz o vento; livramento não trouxemos à terra; nem nasceram moradores do mundo.    19Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair.    20Vem, povo meu, entra nas tuas câmaras, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a indignação.    21Pois eis que o Senhor está saindo do seu lugar para castigar os moradores da terra por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos.   

Chapter 27

1Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente fugitiva, e o leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão, que está no mar.    2Naquele dia haverá uma vinha deliciosa; cantai a seu respeito.    3Eu, o Senhor, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei.    4Não há indignação em mim; oxalá que fossem ordenados diante de mim em guerra sarças e espinheiros! eu marcharia contra eles e juntamente os queimaria.    5Ou, então, busquem o meu refúgio, e façai, paz comigo; sim, façam paz comigo.    6Dias virão em que Jacó lançará raízes; Israel florescerá e brotará; e eles encherão de fruto a face do mundo.    7Porventura feriu-os o Senhor como feriu aos que os feriram? ou matou-os ele assim como matou aos que por eles foram mortos?    8Com medida contendeste com eles, quando os rejeitaste; ele a removeu com o seu vento forte, no tempo do vento leste.    9Por isso se expiará a iniqüidade de Jacó; e este será todo o fruto da remoção do seu pecado: ele fará todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, de modo que os aserins e as imagens do sol não poderão ser mais levantados.    10porque a cidade fortificada está solitária, uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros, ali também se deitarão e devorarão os seus ramos.    11Quando os seus ramos se secam, são quebrados; vêm as mulheres e lhes ateiam fogo; porque este povo não é povo de entendimento; por isso aquele que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.    12Naquele dia o Senhor padejará o seu trigo desde as correntes do Rio, até o ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.    13E naquele dia se tocará uma grande trombeta; e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir; e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém.   

Chapter 28

1Ai da vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim, e da flor murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho.    2Eis que o Senhor tem um valente e poderoso; como tempestade de saraiva, tormenta destruidora, como tempestade de impetuosas águas que transbordam, ele a derrubará violentamente por terra.    3A vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim será pisada aos pés;    4e a flor murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale, será como figo que amadurece antes do verão, que, vendo-o alguém, e mal tomando-o na mão, o engole.    5Naquele dia o Senhor dos exércitos será por coroa de glória e diadema de formosura para o restante de seu povo;    6e por espírito de juízo para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até a porta.    7Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, estão tontos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no juizo.    8Pois todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de sujidade, e não há lugar que esteja limpo.    9Ora, a quem ensinará ele o conhecimento? e a quem fará entender a mensagem? aos desmamados, e aos arrancados dos seios?    10Pois é preceito sobre preceito, preceito sobre preceito; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali.    11Na verdade por lábios estranhos e por outra língua falará a este povo;    12ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.    13Assim pois a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito, preceito sobre preceito; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e fiquem quebrantados, enlaçados, e presos.    14Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo que está em Jerusalém.    15Porquanto dizeis: Fizemos pacto com a morte, e com o Seol fizemos aliança; quando passar o flagelo trasbordante, não chegará a nós; porque fizemos da mentira o nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos.    16Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que ponho em Sião como alicerce uma pedra, uma pedra provada, pedra preciosa de esquina, de firme fundamento; aquele que crer não se apressará.    17E farei o juízo a linha para medir, e a justiça o prumo; e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas inundarão o esconderijo.    18E o vosso pacto com a morte será anulado; e a vossa aliança com o Seol não subsistirá; e, quando passar o flagelo trasbordante, sereis abatidos por ele.    19Todas as vezes que passar, vos arrebatará; porque de manhã em manhã passará, de dia e de noite; e será motivo de terror o só ouvir tal notícia.    20Pois a cama é tão curta que nela ninguém se pode estender; e o cobertor tão estreito que com ele ninguém se pode cobrir.    21Porque o Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará como no vale de Gibeão, para realizar a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato.    22Agora, pois, não sejais escarnecedores, para que os vossos grilhões não se façam mais fortes; porque da parte do Senhor Deus dos exércitos ouvi um decreto de destruição completa e decisiva, sobre toda terra.    23Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; escutai, e ouvi o meu discurso.    24Porventura lavra continuamente o lavrador, para semear? ou está sempre abrindo e esterroando a sua terra?    25Não é antes assim: quando já tem nivelado a sua superfície, então espalha a nigela, semeia o cominho, lança o trigo a eito, a cevada no lugar determinado e a espelta na margem?    26Pois o seu Deus o instrui devidamente e o ensina.    27Porque a nigela não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre o cominho passa a roda de carro; mas a nigela é debulhada com uma vara, e o cominho com um pau.    28Acaso é esmiuçado o trigo? não; não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro e os seus cavalos; não se esmiúça.    29Até isso procede do Senhor dos exércitos, que é maravilhoso em conselho e grande em obra.   

Chapter 29

1Ah! Ariel, Ariel, cidade onde Davi acampou! Acrescentai ano a ano; completem as festas o seu ciclo.    2Então porei Ariel em aperto, e haverá pranto e lamentação; e ela será para mim como Ariel.    3Acamparei contra ti em redor, e te sitiarei com baluartes, e levantarei tranqueiras contra ti.    4Então serás abatida, falarás de debaixo da terra, e a tua fala desde o pó sairá fraca; e será a tua voz debaixo da terra, como a dum necromante, e a tua fala assobiará desde o pó.    5E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e a multidão dos terríveis como a pragana que passa; e isso acontecerá num momento, repentinamente.    6Da parte do Senhor dos exércitos será ela visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído, como tufão, e tempestade, e labareda de fogo consumidor.    7E como o sonho e uma visão de noite será a multidão de todas as nações que hão de pelejar contra Ariel, sim a multidão de todos os que pelejarem contra ela e contra a sua fortaleza e a puserem em aperto.    8Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sedento que sonha que está a beber, mas, acordando, desfalecido se acha, e ainda com sede; assim será a multidão de todas as nações que pelejarem contra o monte Sião.    9Pasmai, e maravilhai-vos; cegai-vos e ficai cegos; bêbedos estão, mas não de vinho, andam cambaleando, mas não de bebida forte.    10Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes.    11Pelo que toda visão vos é como as palavras dum livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não posso, porque está selado.    12Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não sei ler.    13Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor;    14portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.    15Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? e quem nos conhece?    16Vós tudo perverteis! Acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de quem o formou: Ele não tem entendimento?    17Porventura dentro ainda de muito pouco tempo não se converterá o Líbano em campo fértil? e o campo fértil não se reputará por um bosque?    18Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos a verão.    19E os mansos terão cada vez mais gozo no Senhor, e os pobres dentre os homens se alegrarão no santo de Israel.    20Porque o opressor é reduzido a nada, e não existe mais o escarnecedor, e todos os que se dão à iniqüidade são desarraigados;    21os que fazem por culpado o homem numa causa, os que armam laços ao que repreende na porta, e os que por um nada desviam o justo.    22Portanto o Senhor, que remiu a Abraão, assim diz acerca da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado, nem agora se descorará a sua face.    23Mas quando virem seus filhos a obra das minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; sim santificarão ao Santo de Jacó, e temerão ao Deus de Israel.    24E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão instrução.   

Chapter 30

1Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; e que fazem aliança, mas não pelo meu espírito, para acrescentarem pecado a pecado;    2que se põem a caminho para descer ao Egito, sem pedirem o meu conselho; para se fortificarem com a força de Faraó, e para confiarem na sombra do Egito!    3Portanto, a força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a confiança na sombra do Egito em confusão.    4Pois embora os seus oficiais estejam em Zoã, e os seus embaixadores cheguem a Hanes,    5eles se envergonharão de um povo que de nada lhes servirá, nem de ajuda, nem de proveito, porém de vergonha como também de opróbrio.    6Oráculo contra a Besta do Sul. Através da terra de aflição e de angústia, de onde vem a leoa e o leão, o basilisco, a áspide e a serpente voadora, levam às costas de jumentinhos as suas riquezas, e sobre as corcovas de camelos os seus tesouros, a um povo que de nada lhes aproveitará.    7Pois o Egito os ajuda em vão, e para nenhum fim; pelo que lhe tenho chamado Raabe que não se move.    8Vai pois agora, escreve isso numa tábua perante eles, registra-o num livro; para que fique como testemunho para o tempo vindouro, para sempre.    9Pois este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do Senhor;    10que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e profetizai-nos ilusões;    11desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de Israel deixe de estar perante nós.    12Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto como rejeitais esta palavra, e confiais na opressão e na perversidade, e sobre elas vos estribais,    13por isso esta maldade vos será como brecha que, prestes a cair, já forma barriga num alto muro, cuja queda virá subitamente, num momento.    14E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro, despedaçando-o por completo, de modo que não se achará entre os seus pedaços um caco que sirva para tomar fogo da lareira, ou tirar água da poça.    15Pois assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando, sereis salvos; no sossego e na confiança estará a vossa força. Mas não quisestes;    16antes dissestes: Não; porém sobre cavalos fugiremos; portanto fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; portanto hão de ser ligeiros os vossos perseguidores.    17Pela ameaça de um só fugirão mil; e pela ameaça de cinco vós fugireis; até que fiqueis como o mastro no cume do monte, e como o estandarte sobre o outeiro.    18Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de eqüidade; bem-aventurados todos os que por ele esperam.    19Na verdade o povo habitará em Sião, em Jerusalém; não chorarás mais; certamente se compadecerá de ti, à voz do teu clamor; e, ouvindo-a, te responderá.    20Embora vos dê o Senhor pão de angústia e água de aperto, contudo não se esconderão mais os teus mestres; antes os teus olhos os verão;    21e os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele; quando vos desviardes para a direita ou para a esquerda.    22E contaminareis a cobertura de prata das tuas imagens esculpidas, e o revestimento de ouro das tuas imagens fundidas; e as lançarás fora como coisa imunda; e lhes dirás: Fora daqui.    23Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.    24Os bois e os jumentinhos que lavram a terra, comerão forragem com sal, que terá sido padejada com a pá e com o forcado,    25Sobre todo monte alto, e todo outeiro elevado haverá ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres.    26E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor atar a contusão do seu povo, e curar a chaga da sua ferida.    27Eis que o nome do Senhor vem de longe ardendo na sua ira, e com densa nuvem de fumaça; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor;    28e a sua respiração é como o ribeiro transbordante, que chega até o pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição; e um freio de fazer errar estará nas queixadas dos povos.    29um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquele que sai ao som da flauta para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel.    30O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa, e mostrará a descida do seu braço, na indignação da sua ira, e a labareda dum fogo consumidor, e tempestade forte, e dilúvio e pedra de saraiva.    31Com a voz do Senhor será desfeita em pedaços a Assíria, quando ele a ferir com a vara.    32E a cada golpe do bordão de castigo, que o Senhor lhe der, haverá tamboris e harpas; e com combates de brandimento combaterá contra eles.    33Porque uma fogueira está, de há muito, preparada; sim, está preparada para o rei; fez-se profunda e larga; a sua pira é fogo, e tem muita lenha; o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acende.   

Chapter 31

1Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos, e têm confiança em carros, por serem muitos, e nos cavaleiros, por serem muito fortes; e não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao Senhor.    2Todavia também ele é sábio, e fará vir o mal, e não retirará as suas palavras; mas levantar-se-á contra a casa dos malfeitores, e contra a ajuda dos que praticam a iniqüidade.    3Ora os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos carne, e não espírito; e quando o Senhor estender a sua mão, tanto tropeçará quem dá auxílio, como cairá quem recebe auxílio, e todos juntamente serão consumidos.    4Pois assim me diz o Senhor: Como o leão e o cachorro do leão rugem sobre a sua presa, e quando se convoca contra eles uma multidão de pastores não se espantam das suas vozes, nem se abstem pelo seu alarido, assim o Senhor dos exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião, e sobre o seu outeiro.    5Como aves quando adejam, assim o Senhor dos exércitos protegerá a Jerusalém; ele a protegerá e a livrará, e, passando, a salvará.    6Voltai-vos, filhos de Israel, para aquele contra quem vos tendes profundamente rebelado.    7Pois naquele dia cada um lançará fora os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que vos fabricaram as vossas mãos para pecardes.    8E o assírio cairá pela espada, não de varão; e a espada, não de homem, o consumirá; e fugirá perante a espada, e os seus mancebos serão sujeitos a trabalhos forçados.    9A sua rocha passará de medo, e os seus oficiais em pânico desertarão da bandeira, diz o Senhor, cujo fogo está em Sião e em Jerusalém sua fornalha.   

Chapter 32

1Eis que reinará um rei com justiça, e com retidão governarão príncipes.    2um varão servirá de abrigo contra o vento, e um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra duma grande penha em terra sedenta.    3Os olhos dos que vêem não se ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem escutarão.    4O coração dos imprudentes entenderá o conhecimento, e a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente.    5Ao tolo nunca mais se chamará nobre, e do avarento nunca mais se dirá que é generoso.    6Pois o tolo fala tolices, e o seu coração trama iniqüidade, para cometer profanação e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar com fome o faminto e fazer faltar a bebida ao sedento.    7Também as maquinações do fraudulento são más; ele maquina invenções malignas para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre fala o que é reto.    8Mas o nobre projeta coisas nobres; e nas coisas nobres persistirá.    9Levantai-vos, mulheres que estais sossegadas e ouvi a minha voz; e vós, filhas, que estais , tão seguras, inclinai os ouvidos às minhas palavras.    10Num ano e dias vireis a ser perturbadas, ó mulheres que tão seguras estais; pois a vindima falhará, e a colheita não virá.    11Tremei, mulheres que estais sossegadas, e turbai-vos, vós que estais tão seguras; despi-vos e ponde-vos nuas, e cingi com saco os vossos lombos.    12Batei nos peitos pelos campos aprazíveis, e pela vinha frutífera;    13pela terra do meu povo, que produz espinheiros e sarças, e por todas as casas de alegria, na cidade jubilosa.    14Porque o palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta; e o outeiro e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, para alegria dos asnos monteses, e para pasto dos rebanhos;    15até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto, e o deserto se torne em campo fértil, e o campo fértil seja reputado por um bosque.    16Então o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil.    17E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego e segurança para sempre.    18O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso.    19Mas haverá saraiva quando cair o bosque; e a cidade será inteiramente abatida.    20Bem-aventurados sois vós os que semeais junto a todas as águas, que deixais livres os pés do boi e do jumento.   

Chapter 33

1Ai de ti que despojas, e que não foste despojado; e que procedes perfidamente, e que não foste tratado perfidamente! quando acabares de destruir, serás destruído; e, quando acabares de tratar perfidamente, perfidamente te tratarão.    2ç Senhor, tem misericórdia de nós; por ti temos esperado. Sê tu o nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da tribulação.    3Ao ruído do tumulto fogem os povos; à tua exaltação as nações são dispersas.    4Então ajuntar-se-á o vosso despojo como ajunta a lagarta; como os gafanhotos saltam, assim sobre ele saltarão os homens.    5O Senhor é exalçado, pois habita nas alturas; encheu a Sião de retidão e justiça.    6Será ele a estabilidade dos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria, e conhecimento; e o temor do Senhor é o seu tesouro.    7Eis que os valentes estão clamando de fora; e os embaixadores da paz estão chorando amargamente.    8As estradas estão desoladas, cessam os que passam pelas veredas; alianças se rompem, testemunhas se desprezam, e não se faz caso dos homens.    9A terra pranteia, desfalece; o Líbano se envergonha e se murcha; Sarom se tornou como um deserto; Basã e Carmelo ficam despidos de folhas.    10Agora me levantarei, diz o Senhor; agora me erguerei; agora serei exaltado.    11Concebeis palha, produzis restolho; e o vosso fôlego é um fogo que vos devorará.    12E os povos serão como as queimas de cal, como espinhos cortados que são queimados no fogo.    13Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais vizinhos, reconhecei o meu poder.    14Os pecadores de Sião se assombraram; o tremor apoderou-se dos ímpios. Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?    15Aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita o ganho da opressão; que sacode as mãos para não receber peitas; o que tapa os ouvidos para não ouvir falar do derramamento de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal;    16este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio; dar-se-lhe-á o seu pão; as suas águas serão certas.    17Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que se estende em amplidão.    18O teu coração meditará no terror, dizendo: Onde está aquele que serviu de escrivão? onde está o que pesou o tributo? onde está o que contou as torres?    19Não verás mais aquele povo feroz, povo de fala obscura, que não se pode compreender, e de língua tão estranha que não se pode entender.    20Olha para Sião, a cidade das nossas festas solenes; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas nenhuma se quebrará.    21Mas o Senhor ali estará conosco em majestade, nesse lugar de largos rios e correntes, no qual não entrará barco de remo, nem por ele passará navio grande.    22Porque o Senhor é o nosso juiz; o Senhor é nosso legislador; o Senhor é o nosso rei; ele nos salvará.    23As tuas cordas ficaram frouxas; elas não puderam ter firme o seu mastro, nem servir para estender a vela; então a presa de abundantes despojos se repartirá; e ate os coxos participarão da presa.    24E morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será perdoado da sua iniqüidade.   

Chapter 34

1Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós, povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto ele produz.    2Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele determinou a sua destruição, entregou-as à matança.    3E os seus mortos serão arrojados, e dos seus cadáveres subirá o mau cheiro; e com o seu sangue os montes se derreterão.    4E todo o exército dos céus se dissolverá, e o céu se enrolará como um livro; e todo o seu exército desvanecerá, como desvanece a folha da vide e da figueira.    5Pois a minha espada se embriagou no céu; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo.    6A espada do Senhor está cheia de sangue, está cheia de gordura, de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom.    7E os bois selvagens cairão com eles, e os novilhos com os touros; e a sua terra embriagar-se-á de sangue, e o seu pó se engrossará de gordura.    8Pois o Senhor tem um dia de vingança, um ano de retribuições pela causa de Sião.    9E os ribeiros de Edom transformarse-ão em pez, e o seu solo em enxofre, e a sua terra tornar-se-á em pez ardente.    10Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela.    11Mas o pelicano e o ouriço a possuirão; a coruja e o corvo nela habitarão; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e o prumo de vaidade.    12Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa nenhuma.    13E crescerão espinhos nos seus palácios, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e será uma habitação de chacais, um sítio para avestruzes.    14E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para si.    15Ali fará a coruja o seu ninho, e porá os seus ovos, e aninhará os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali se ajuntarão os abutres, cada fêmea com o seu companheiro.    16Buscai no livro do Senhor, e lede: nenhuma destas criaturas faltará, nenhuma será privada do seu companheiro; porque é a boca dele que o ordenou, e é o seu espírito que os ajuntou.    17Ele mesmo lançou as sortes por eles, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão; de geração em geração habitarão nela.   

Chapter 35

1O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e florescerá;    2como o narciso florescerá abundantemente, e também exultará de júbilo e romperá em cânticos; dar-se-lhe-á a glória do Líbano, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus.    3Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.    4Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis o vosso Deus! com vingança virá, sim com a recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.    5Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.    6Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.    7E a miragem tornar-se-á em lago, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.    8E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não errarão.    9Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá por ele, nem se achará nele; mas os redimidos andarão por ele.    10E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.   

Chapter 36

1No ano décimo quarto do rei Ezequias Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou.    2Ora, o rei da Assíria enviou Rabsaqué, de Laquis a Jerusalém, ao rei Ezequias, com um grande exército; e ele parou junto ao aqueduto da piscina superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro.    3Então saíram a ter com ele Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.    4E Rabsaqué lhes disse: Ora, dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?    5Bem posso eu dizer: Teu conselho e poder para a guerra são apenas vãs palavras. Em quem pois agora confias, visto que contra mim te rebelas?    6Eis que confias no Egito, aquele bordão de cana quebrada que, se alguém se apoiar nele, lhe entrará pela mão, e a furará; assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam.    7Mas se me disseres: No Senhor, nosso Deus, confiamos; porventura não é esse aquele cujos altos e cujos altares Ezequias tirou, e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este altar adorareis?    8Ora, pois, faze uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria; dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles.    9Como então poderás repelir um só príncipe dos menores servos do meu senhor, quando confias no Egito pelos carros e cavaleiros?    10Porventura subi eu agora sem o Senhor contra esta terra, para destruí-la? O Senhor mesmo me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.    11Então disseram Eliaquim, Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Pedimos- te que fales aos teus servos em aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo que está sobre o muro.    12Rabsaqué, porém, disse: Porventura mandou-me o meu senhor só ao teu senhor e a ti, para dizer estas palavras e não aos homens que estão assentados sobre o muro, que juntamente convosco hão de comer o próprio excremento e beber a propria urina?    13Então Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz na língua judaica, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria.    14Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar.    15Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: Infalivelmente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.    16Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Fazei as vossas pazes comigo, e saí a mim; e coma cada um da sua vide, e da sua figueira, e beba cada um da água da sua cisterna;    17até que eu venha, e vos leve para uma terra semelhante à vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas.    18Guardai-vos, para que não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor nos livrará. Porventura os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria?    19Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? onde estão os deuses de Sefarvaim? porventura livraram eles a Samária da minha mão?    20Quais dentre todos os deuses destes países livraram a sua terra das minhas mãos, para que o Senhor possa livrar a Jerusalém das minhas mãos?    21Eles, porém, se calaram e não lhe responderam palavra; porque havia mandado do rei, dizendo: Não lhe respondais.    22Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias, com as vestiduras rasgadas, e lhe referiram as palavras de Rabsaqué.   

Chapter 37

1Tendo ouvido isso o rei Ezequias, rasgou as suas vestes, e se cobriu de saco, e entrou na casa do Senhor.    2Também enviou Eliaquim, o mordomo, Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes, cobertos de saco, a Isaías, filho de Amoz, o profeta,    3para lhe dizerem: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia e de vitupérios, e de blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e força não há para os dar à luz.    4Porventura o Senhor teu Deus terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a quem enviou o rei da Assíria, seu amo, para afrontar o Deus vivo, e para o vituperar com as palavras que o Senhor teu Deus tem ouvido; faze oração pelo resto que ficou.    5Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaías,    6e Isaías lhes disse: Dizei a vosso amo: Assim diz o Senhor: Não temas à vista das palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram.    7Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma nova, e voltará para a sua terra; e fá-lo-ei cair morto à espada na sua própria terra.    8Voltou pois Rabsaqué, e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna; porque ouvira que se havia retirado de Laquis.    9Então ouviu ele dizer a respeito de Tiraca, rei da Etiópia: Saiu para te fazer guerra. Assim que ouviu isto, enviou mensageiros a Ezequias, dizendo:    10Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.    11Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, destruindo-as totalmente; e serás tu livrado?    12Porventura as livraram os deuses das nações que meus pais destruíram: Gozã, e Harã, e Rezefe, e os filhos de Edem que estavam em Telassar?    13Onde está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei da cidade de Sefarvaim, Hena e Iva?    14Recebendo pois Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e lendo-as, subiu à casa do Senhor; e Ezequias as estendeu perante o Senhor.    15E orou Ezequias ao Senhor, dizendo:    16O Senhor dos exércitos, Deus de Israel, tu que estás sentado sobre os querubins; tu, só tu, és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra.    17Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, Senhor, os teus olhos, e vê; e ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele mandou para afrontar o Deus vivo.    18Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria têm assolado todos os países, e suas terras,    19e lançado no fogo os seus deuses; porque deuses não eram, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.    20Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor.    21Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Portanto me fizeste a tua súplica contra Senaqueribe, rei de Assíria,    22esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, e de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.    23A quem afrontaste e de quem blasfemaste? contra quem alçaste a voz e ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Santo de Israel.    24Por meio de teus servos afrontaste o Senhor, e disseste: Com a multidão dos meus carros subi eu aos cumes dos montes, aos últimos recessos do Líbano; e cortei os seus altos cedros e as suas faias escolhidas; e entrei no seu cume mais elevado, no bosque do seu campo fértil.    25Eu cavei, e bebi as águas; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios do Egito.    26Não ouviste que já há muito tempo eu fiz isso, e que já desde os dias antigos o tinha determinado? Agora porém o executei, para que fosses tu o que reduzisses as cidades fortificadas a montões de ruínas.    27Por isso os seus moradores, dispondo de pouca força, andaram atemorizados e envergonhados; tornaram-se como a erva do campo, e como a relva verde, e como o feno dos telhados ou dum campo, que se queimaram antes de amadurecer.    28Mas eu conheço o teu sentar, o teu sair e o teu entrar, e o teu furor contra mim.    29Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu até os meus ouvidos, portanto porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.    30E isto te será por sinal: este ano comereis o que espontaneamente nascer, e no segundo ano o que daí proceder; e no terceiro ano semeai e colhei, plantai vinhas, e comei os frutos delas.    31Pois o restante da casa de Judá, que sobreviveu, tornará a lançar raízes para baixo, e dará fruto para cima.    32Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião os que escaparam; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.    33Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, ou levantará contra ela tranqueira.    34Pelo caminho por onde veio, por esse voltará; mas nesta cidade não entrará, diz o Senhor.    35Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e, por amor do meu servo Davi.    36Então saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil; e quando se levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos mortos.    37Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e habitou em Nínive.    38E sucedeu que, enquanto ele adorava na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleb, que e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada; e escaparam para a terra de Arará. E Ezar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.   

Chapter 38

1Naqueles dias Ezequias adoeceu e esteve à morte. E veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.    2Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao Senhor,    3e disse: Lembra-te agora, ó Senhor, peço-te, de que modo tenho andado diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e tenho feito o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias amargamente.    4Então veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo:    5Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos.    6Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade.    7E isto te será da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou:    8Eis que farei voltar atrás dez graus a sombra no relógio de Acaz, pelos quais já declinou com o sol. Assim recuou o sol dez graus pelos quais já tinha declinado.    9O escrito de Ezequias, rei de Judá, depois de ter estado doente, e de ter convalescido de sua enfermidade.    10Eu disse: Na tranqüilidade de meus dias hei de entrar nas portas do Seol; estou privado do resto de meus anos.    11Eu disse: Já não verei mais ao Senhor na terra dos viventes; jamais verei o homem com os moradores do mundo.    12A minha habitação já foi arrancada e arrebatada de mim, qual tenda de pastor; enrolei como tecelão a minha vida; ele me corta do tear; do dia para a noite tu darás cabo de mim.    13Clamei por socorro até a madrugada; como um leão, assim ele quebrou todos os meus ossos; do dia para a noite tu darás cabo de mim.    14Como a andorinha, ou o grou, assim eu chilreava; e gemia como a pomba; os meus olhos se cansavam de olhar para cima; ó Senhor, ando oprimido! fica por meu fiador.    15Que direi? como mo prometeu, assim ele mesmo o cumpriu; assim passarei mansamente por todos os meus anos, por causa da amargura da minha alma.    16ç Senhor por estas coisas vivem os homens, e inteiramente nelas está a vida do meu espírito; portanto restabelece-me, e faze-me viver.    17Eis que foi para minha paz que eu estive em grande amargura; tu, porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.    18Pois não pode louvar-te o Seol, nem a morte cantar-te os louvores; os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade.    19O vivente, o vivente é que te louva, como eu hoje faço; o pai aos filhos faz notória a tua verdade.    20O Senhor está prestes a salvar-me; pelo que, tangendo eu meus instrumentos, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na casa do Senhor.    21Ora Isaías dissera: Tomem uma pasta de figos, e a ponham como cataplasma sobre a úlcera; e Ezequias sarará.    22Também dissera Ezequias: Qual será o sinal de que hei de subir à casa do Senhor?   

Chapter 39

1Naquele tempo enviou Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, cartas e um presente a Ezequias; porque tinha ouvido dizer que havia estado doente e que já tinha convalescido.    2E Ezequias se alegrou com eles, e lhes mostrou a casa do seu tesouro, a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e toda a sua casa de armas, e tudo quanto se achava nos seus tesouros; coisa nenhuma houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias lhes não mostrasse.    3Então o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e lhe perguntou: Que foi que aqueles homens disseram, e donde vieram ter contigo? Respondeu Ezequias: Duma terra remota vieram ter comigo, de Babilônia.    4Ele ainda perguntou: Que foi que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.    5Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor dos exércitos:    6Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, juntamente com o que entesouraram teus pais até o dia de hoje, será levado para Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.    7E dos teus filhos, que de ti procederem, e que tu gerares, alguns serão levados cativos, para que sejam eunucos no palácio do rei de Babilônia.    8Então disse Ezequias a Isaías: Tua é a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: Porque haverá paz e verdade em meus dias.   

Chapter 40

1Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.    2Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua malícia é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus pecados.    3Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus.    4Todo vale será levantado, e será abatido todo monte e todo outeiro; e o terreno acidentado será nivelado, e o que é escabroso, aplanado.    5A glória do Senhor se revelará; e toda a carne juntamente a verá; pois a boca do Senhor o disse.    6Uma voz diz: Clama. Respondi eu: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua beleza como a flor do campo.    7Seca-se a erva, e murcha a flor, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é erva.    8Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.    9Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.    10Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e a sua recompensa diante dele.    11Como pastor ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente.    12Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com pesos e os outeiros em balanças,    13Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro o ensinou?    14Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse entendimento, e quem lhe mostrou a vereda do juízo? quem lhe ensinou conhecimento, e lhe mostrou o caminho de entendimento?    15Eis que as nações são consideradas por ele como a gota dum balde, e como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequeníssima.    16Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus animais bastam para um holocausto.    17Todas as nações são como nada perante ele; são por ele reputadas menos do que nada, e como coisa vã.    18A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar a ele?    19Quanto ao ídolo, o artífice o funde, e o ourives o cobre de ouro, e forja cadeias de prata para ele.    20O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não apodrece; procura para si um artífice perito, para gravar uma imagem que não se pode mover.    21Porventura não sabeis? porventura não ouvis? ou desde o princípio não se vos notificou isso mesmo? ou não tendes entendido desde a fundação da terra?    22E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar.    23E ele o que reduz a nada os príncipes, e torna em coisa vã os juízes da terra.    24Na verdade, mal se tem plantado, mal se tem semeado e mal se tem arraigado na terra o seu tronco, quando ele sopra sobre eles, e secam-se, e a tempestade os leva como à pragana.    25A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o Santo.    26Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma faltará.    27Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está escondido ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?    28Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu entendimento.    29Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor.    30Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão,    31mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão.   

Chapter 41

1Calai-vos diante de mim, ó ilhas; e renovem os povos as forças; cheguem-se, e então falem; cheguemo-nos juntos a juizo.    2Quem suscitou do Oriente aquele cujos passos a vitória acompanha? Quem faz que as nações se lhe submetam e que ele domine sobre reis? Ele os entrega à sua espada como o pó, e ao seu arco como pragana arrebatada pelo vento.    3Ele os persegue, e passa adiante em segurança, até por uma vereda em que com os seus pés nunca tinha trilhado.    4Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o Senhor, que sou o primeiro, e que com os últimos sou o mesmo.    5As ilhas o viram, e temeram; os confins da terra tremeram; aproximaram-se, e vieram.    6um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te.    7Assim o artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a segurou, para que não viesse a mover-se.    8Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão,    9tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei;    10não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.    11Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão.    12Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão.    13Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei.    14Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.    15Eis que farei de ti um trilho novo, que tem dentes agudos; os montes trilharás e os moerás, e os outeiros tornarás como a pragana.    16Tu os padejarás e o vento os levará, e o redemoinho os espalhará; e tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel.    17Os pobres e necessitados buscam água, e não há, e a sua língua se seca de sede; mas eu o Senhor os ouvirei, eu o Deus de Israel não os desampararei.    18Abrirei rios nos altos desnudados, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto num lago d'água, e a terra seca em mananciais.    19Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta, e a oliveira; e porei no ermo juntamente a faia, o olmeiro e o buxo;    20para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou.    21Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacó.    22Tragam-nas, e assim nos anunciem o que há de acontecer; anunciai-nos as coisas passadas, quais são, para que as consideremos, e saibamos o fim delas; ou mostrai-nos coisas vindouras.    23Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e fiquemos atemorizados.    24Eis que vindes do nada, e a vossa obra do que nada é; abominação é quem vos escolhe.    25Do norte suscitei a um que já é chegado; do nascente do sol a um que invoca o meu nome; e virá sobre os magistrados como sobre o lodo, e como o oleiro pisa o barro.    26Quem anunciou isso desde o princípio, para que o possamos saber? ou dantes, para que digamos: Ele é justo? Mas não há quem anuncie, nem tampouco quem manifeste, nem tampouco quem ouça as vossas palavras.    27Eu sou o que primeiro direi a Sião: Ei-los, ei-los; e a Jerusalém darei um mensageiro que traz boas-novas.    28E quando eu olho, não há ninguém; nem mesmo entre eles há conselheiro que possa responder palavra, quando eu lhes perguntar.    29Eis que todos são vaidade. As suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e coisa vã.   

Chapter 42

1Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações.    2Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua.    3A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade trará a justiça;    4não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.    5Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela.    6Eu o Senhor te chamei em justiça; tomei-te pela mão, e te guardei; e te dei por pacto ao povo, e para luz das nações;    7para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.    8Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.    9Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas coisas eu vos anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.    10Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra, vós, os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele, vós ilhas, e os vossos habitantes.    11Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita; exultem os que habitam nos penhascos, e clamem do cume dos montes.    12Dêem glória ao Senhor, e anunciem nas ilhas o seu louvor.    13O Senhor sai como um valente, como homem de guerra desperta o zelo; clamará, e fará grande ruído, e mostrar-se-á valente contra os seus inimigos.    14Por muito tempo me calei; estive em silêncio, e me contive; mas agora darei gritos como a que está de parto, arfando e arquejando.    15Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua erva farei secar; e tornarei os rios em ilhas, e secarei as lagoas.    16E guiarei os cegos por um caminho que não conhecem; fá-los- ei caminhar por veredas que não têm conhecido; tornarei as trevas em luz perante eles, e aplanados os caminhos escabrosos. Estas coisas lhes farei; e não os desampararei.    17Tornados para trás e cobertos de vergonha serão os que confiam em imagens esculpidas, que dizem às imagens de fundição: Vós sois nossos deuses.    18Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que possais ver.    19Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, que envio? e quem é cego como o meu dedicado, e cego como o servo do Senhor?    20Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que ele tenha os ouvidos abertos, nada ouve.    21Foi do agrado do Senhor, por amor da sua justiça, engrandecer a lei e torná-la gloriosa.    22Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas, e escondidos nas casas dos cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui.    23Quem há entre vós que a isso dará ouvidos? que atenderá e ouvirá doravante?    24Quem entregou Jacó por despojo, e Israel aos roubadores? porventura não foi o Senhor, aquele contra quem pecamos, e em cujos caminhos eles não queriam andar, e cuja lei não queriam observar?    25Pelo que o Senhor derramou sobre Israel a indignação da sua ira, e a violência da guerra; isso lhe ateou fogo ao redor; contudo ele não o percebeu; e o queimou; contudo ele não se compenetrou disso.   

Chapter 43

1Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.    2Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.    3Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e Seba.    4Visto que foste precioso aos meus olhos, e és digno de honra e eu te amo, portanto darei homens por ti, e es povos pela tua vida.    5Não temas, pois, porque eu sou contigo; trarei a tua descendência desde o Oriente, e te ajuntarei desde o Ocidente.    6Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra;    7a todo aquele que é chamado pelo meu nome, e que criei para minha glória, e que formei e fiz.    8Fazei sair o povo que é cego e tem olhos; e os surdos que têm ouvidos.    9Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isso, e mostrar-nos coisas já passadas? apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem; e para que se ouça, e se diga: Verdade é.    10Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.    11Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.    12Eu anunciei, e eu salvei, e eu o mostrei; e deus estranho não houve entre vós; portanto vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor.    13Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?    14Assim diz o Senhor, vosso Redentor, o Santo de Israel: Por amor de vós enviarei a Babilônia, e a todos os fugitivos farei embarcar até os caldeus, nos navios com que se vangloriavam.    15Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.    16Assim diz o Senhor, o que preparou no mar um caminho, e nas águas impetuosas uma vereda;    17o que faz sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitam, e jamais se levantarão; estão extintos, apagados como uma torcida.    18Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.    19Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz; porventura não a percebeis? eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo.    20Os animais do campo me honrarão, os chacais e os avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido,    21esse povo que formei para mim, para que publicasse o meu louvor.    22Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó; mas te cansaste de mim, ó Israel.    23Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com incenso.    24Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste; mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniqüidades.    25Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.    26Procura lembrar-me; entremos juntos em juizo; apresenta as tuas razães, para que te possas justificar!    27Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim.    28Pelo que profanei os príncipes do santuário; e entreguei Jacó ao anátema, e Israel ao opróbrio.   

Chapter 44

1Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.    2Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi.    3Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência;    4e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas.    5Este dirá: Eu sou do Senhor; e aquele se chamará do nome de Jacó; e aquele outro escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor; e por sobrenome tomará o nome de Israel.    6Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus.    7Quem há como eu? Que o proclame e o exponha perante mim! Quem tem anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras? Que nos anuncie as que ainda hão de vir.    8Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço nenhuma.    9Todos os artífices de imagens esculpidas são nada; e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas nada vêem nem entendem, para que eles sejam confundidos.    10Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo?    11Eis que todos os seus seguidores ficarão confundidos; e os artífices são apenas homens; ajuntem-se todos, e se apresentem; assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos.    12O ferreiro faz o machado, e trabalha nas brasas, e o forja com martelos, e o forja com o seu forte braço; ademais ele tem fome, e a sua força falta; não bebe água, e desfalece.    13O carpinteiro estende a régua sobre um pau, e com lápis esboça um deus; dá-lhe forma com o cepilho; torna a esboçá-lo com o compasso; finalmente dá-lhe forma à semelhança dum homem, segundo a beleza dum homem, para habitar numa casa.    14Um homem corta para si cedros, ou toma um cipreste, ou um carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta uma faia, e a chuva a faz crescer.    15Então ela serve ao homem para queimar: da madeira toma uma parte e com isso se aquenta; acende um fogo e assa o pão; também faz um deus e se prostra diante dele; fabrica uma imagem de escultura, e se ajoelha diante dela.    16Ele queima a metade no fogo, e com isso prepara a carne para comer; faz um assado, e dele se farta; também se aquenta, e diz: Ah! já me aquentei, já vi o fogo.    17Então do resto faz para si um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se, e lhe dirige a sua súplica dizendo: Livra-me porquanto tu és o meu deus.    18Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para que não vejam, e o coração, para que não entendam.    19E nenhum deles reflete; e não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e assei pão sobre as suas brasas; fiz um assado e dele comi; e faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-ei ao que saiu duma árvore?    20Apascenta-se de cinza. O seu coração enganado o desviou, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita?    21Lembra-te destas coisas, ó Jacó, sim, tu ó Israel; porque tu és meu servo! Eu te formei, meu servo és tu; ó Israel não te esquecerei de ti.    22Apagai as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi.    23Cantai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor fez isso; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques, e todas as árvores em vós; porque o Senhor remiu a Jacó, e se glorificará em Israel.    24Assim diz o Senhor, teu Redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e espraiei a terra (quem estava comigo?);    25que desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua ciência;    26sou eu que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos meus mensageiros; que digo de Jerusalém: Ela será habitada; e das cidades de Judá: Elas serão edificadas, e eu levantarei as suas ruínas;    27que digo ao abismo: Seca-te, eu secarei os teus rios;    28que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será lançado.   

Chapter 45

1Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão;    2eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.    3Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome.    4Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças.    5Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças.    6Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro.    7Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.    8Destilai vós, céus, dessas alturas a justiça, e chovam-na as nuvens; abra-se a terra, e produza a salvação e ao mesmo tempo faça nascer a justiça; eu, o Senhor, as criei:    9Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos?    10Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? e à mulher: Que dás tu à luz?    11Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.    12Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens.    13Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.    14Assim diz o Senhor: A riqueza do Egito, e as mercadorias da Etiópia, e os sabeus, homens de alta estatura, passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti; em grilhões virão; e, prostrando-se diante de ti, far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deus está contigo somente; e não há nenhum outro Deus.    15Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o Salvador.    16Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntos em ignomínia os que fabricam ídolos.    17Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade.    18Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.    19Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é reto.    20Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.    21Anunciai e apresentai as razões: tomai conselho todos juntos. Quem mostrou isso desde a antigüidade? quem de há muito o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.    22Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.    23Por mim mesmo jurei; já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua.    24De mim se dirá: Tão somente no senhor há justiça e força. A ele virão, envergonhados, todos os que se irritarem contra ele.    25Mas no Senhor será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel.   

Chapter 46

1Bel se encurva, Nebo se abaixa; os seus ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; essas cargas que costumáveis levar são pesadas para as bestas já cansadas.    2Eles juntamente se abaixam e se encurvam; não podem salvar a carga, mas eles mesmos vão para o cativeiro.    3Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por mim tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a madre.    4Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei.    5A quem me assemelhareis, e com quem me igualareis e me comparareis, para que sejamos semelhantes?    6Os que prodigalizam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças, assalariam o ourives, e ele faz um deus; e diante dele se prostram e adora,    7Eles o tomam sobre os ombros, o levam, e o colocam no seu lugar, e ali permanece; do seu lugar não se pode mover; e, se recorrem a ele, resposta nenhuma dá, nem livra alguém da sua tribulação.    8Lembrai-vos, disto, e considerai; trazei-o à memória, ó transgressores.    9Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;    10que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade;    11chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.    12Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça.    13Faço chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha salvação não tardará; mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel a minha glória.   

Chapter 47

1Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão sem trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais seras chamada a mimosa nem a delicada.    2Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, suspende a cauda da tua vestidura, descobre as pernas e passa os rios.    3A tua nudez será descoberta, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança, e não pouparei a homem algum.    4Quanto ao nosso Redentor, o Senhor dos exércitos é o seu nome, o Santo de Israel.    5Assenta-te calada, e entra nas trevas, ó filha dos caldeus; porque não serás chamada mais a senhora de reinos.    6Muito me agastei contra o meu povo, profanei a minha herança, e os entreguei na tua mão; não usaste de misericórdia para com eles, e até sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo.    7E disseste: Eu serei senhora para sempre; de sorte que até agora não tomaste a peito estas coisas, nem te lembraste do fim delas.    8Agora pois ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas descuidada, que dizes no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos.    9Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti, apesar da multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância dos teus encantamentos.    10Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me vê; a tua sabedoria e o teu conhecimento, essas coisas te perverteram; e disseste no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra.    11Pelo que sobre ti virá o mal de que por encantamentos não saberás livrar-te; e tal destruição cairá sobre ti, que não a poderás afastar; e virá sobre ti de repente tão tempestuosa desolação, que não a poderás conhecer.    12Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias em que te hás fatigado desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se porventura podes inspirar terror.    13Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora e te salvem os astrólogos, que contemplam os astros, e os que nas luas novas prognosticam o que há de vir sobre ti.    14Eis que são como restolho; o logo os queimará; não poderão livrar-se do poder das chamas; pois não é um braseiro com que se aquentar, nem fogo para se sentar junto dele.    15Assim serão para contigo aqueles com quem te hás fatigado, os que tiveram negócios contigo desde a tua mocidade; andarão vagueando, cada um pelo seu caminho; não haverá quem te salve.   

Chapter 48

1Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais do nome de Israel, e saístes dos lombos de Judá, que jurais pelo nome do Senhor, e fazeis menção do Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça.    2E até da santa cidade tomam o nome, e se firmam sobre o Deus de Israel; o Senhor dos exércitos é o seu nome.    3Desde a antigüidade anunciei as coisas que haviam de ser; da minha boca é que saíram, e eu as fiz ouvir; de repente as pus por obra, e elas aconteceram.    4Porque eu sabia que és obstinado, que a tua cerviz é um nervo de ferro, e a tua testa de bronze.    5Há muito tas anunciei, e as manifestei antes que acontecessem, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas, ou a minha imagem de escultura, ou a minha imagem de fundição as ordenou.    6Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura não o anunciarás? Desde agora te mostro coisas novas e ocultas, que não sabias.    7São criadas agora, e não de há muito, e antes deste dia não as ouviste, para que não digas: Eis que já eu as sabia.    8Tu nem as ouviste, nem as conheceste, nem tampouco há muito foi aberto o teu ouvido; porque eu sabia que procedeste muito perfidamente, e que eras chamado transgressor desde o ventre.    9Por amor do meu nome retardo a minha ira, e por causa do meu louvor me contenho para contigo, para que eu não te extermine.    10Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição,    11Por amor de mim, por amor de mim o faço; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória não a darei a outrem,    12Escuta-me, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último.    13Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os céus; quando eu os chamo, eles aparecem juntos.    14Ajuntai-vos todos vós, e ouvi: Quem, dentre eles, tem anunciado estas coisas? Aquele a quem o Senhor amou executará a sua vontade contra Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus.    15Eu, eu o tenho dito; também já o chamei; eu o trouxe, e o seu caminho será próspero.    16Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, eu estava ali; e agora o Senhor Deus me enviou juntamente com o seu Espírito.    17Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.    18Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar;    19também a tua descendência teria sido como a areia, e os que procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de diante de mim.    20Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo, fazei ouvir isto, e levai-o até o fim da terra; dizei: O Senhor remiu a seu servo Jacó;    21e não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas jorraram.    22Não há paz para os ímpios, diz o Senhor.   

Chapter 49

1Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: O Senhor chamou-me desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome    2e fez a minha boca qual espada aguda; na sombra da sua mão me escondeu; fez-me qual uma flecha polida, e me encobriu na sua aljava;    3e me disse: Tu és meu servo; és Israel, por quem hei de ser glorificado.    4Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus.    5E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser o seu servo, para tornar a trazer-lhe Jacó, e para reunir Israel a ele (pois aos olhos do Senhor sou glorificado, e o meu Deus se fez a minha força).    6Sim, diz ele: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te porei para luz das nações, para seres a minha salvação até a extremidade da terra.    7Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel, e o seu Santo, ao que é desprezado dos homens, ao que é aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão e se levantarão, como também os príncipes, e eles te adorarão, por amor do Senhor, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu.    8Assim diz o Senhor: No tempo aceitável te ouvi, e no dia da salvação te ajudei; e te guardarei, e te darei por pacto do povo, para restaurares a terra, e lhe dares em herança as herdades assoladas;    9para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei; eles pastarão nos caminhos, e em todos os altos desnudados haverá o seu pasto.    10Nunca terão fome nem sede; não os afligirá nem a calma nem o sol; porque o que se compadece deles os guiará, e os conduzirá mansamente aos mananciais das águas.    11Farei de todos os meus montes um caminho; e as minhas estradas serão exaltadas.    12Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles do Norte e do Ocidente, e aqueles outros da terra de Sinim.    13Cantai, ó céus, e exulta, ó terra, e vós, montes, estalai de júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo, e se compadeceu dos seus aflitos.    14Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim.    15pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.    16Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim.    17Os teus filhos pressurosamente virão; mas os teus destruidores e os teus assoladores sairão do meio de ti.    18Levanta os teus olhos ao redor, e olha; todos estes que se ajuntam vêm ter contigo. Vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como dum ornamento, e te cingirás deles como a noiva.    19Pois quanto aos teus desertos, e lugares desolados, e à tua terra destruída, serás agora estreita demais para os moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti.    20Os filhos de que foste privada ainda dirão aos teus ouvidos: Muito estreito é para mim este lugar; dá-me espaço em que eu habite.    21Então no teu coração dirás: Quem me gerou estes, visto que eu era desfilhada e solitária, exilada e errante? quem, pois, me criou estes? Fui deixada sozinha; estes onde estavam?    22Assim diz o Senhor Deus: Eis que levantarei a minha mão para as nações, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então eles trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros.    23Reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; e saberás que eu sou o Senhor, e que os que por mim esperam não serão confundidos.    24Acaso tirar-se-ia a presa ao valente? ou serão libertados os cativos de um tirano?    25Mas assim diz o Senhor: Certamente os cativos serão tirados ao valente, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei.    26E sustentarei os teus opressores com a sua propria carne, e com o seu proprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.   

Chapter 50

1Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões foi repudiada vossa mãe.    2Por que razão, quando eu vim, ninguém apareceu? quando chamei, não houve quem respondesse? Acaso tanto se encolheu a minha mão, que já não possa remir? ou não tenho poder para livrar? Eis que com a minha repreensão faço secar o mar, e torno os rios em deserto; cheiram mal os seus peixes, pois não há água, e morrem de sede:    3Eu visto os céus de negridão, e lhes ponho cilício por sua cobertura.    4O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo.    5O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás.    6Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam.    7Pois o Senhor Deus me ajuda; portanto não me sinto confundido; por isso pus o meu rosto como um seixo, e sei que não serei envergonhado.    8Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? apresentemo-nos juntos; quem é meu adversário? chegue-se para mim.    9Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos eles se envelhecerão como um vestido, e a traça os comerá.    10Quem há entre vós que tema ao Senhor? ouça ele a voz do seu servo. Aquele que anda em trevas, e não tem luz, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus.    11Eia! todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com tições acesos; andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre os tições que ateastes! Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis.   

Chapter 51

1Ouvi-me vós, os que seguis a justiça, os que buscais ao Senhor; olhai para a rocha donde fostes cortados, e para a caverna do poço donde fostes cavados.    2Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque ainda quando ele era um só, eu o chamei, e o abençoei e o multipliquei.    3Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Edem e a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se acharão nela, ação de graças, e voz de cântico.    4Atendei-me, povo meu, e nação minha, inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e estabelecerei a minha justiça como luz dos povos.    5Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus braços governarão os povos; as ilhas me aguardam, e no meu braço esperam.    6Levantai os vossos olhos para os céus e olhai para a terra em baixo; porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como um vestido; e os seus moradores morrerão semelhantemente; a minha salvação, porém, durará para sempre, e a minha justiça não será abolida.    7Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias.    8Pois a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como à lã; a minha justiça, porém, durará para sempre, e a minha salvação para todas as gerações.    9Desperta, desperta, veste-te de força, ó braço do Senhor; desperta como nos dias da antigüidade, como nas gerações antigas. Porventura não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe, e traspassou ao dragão,    10Não és tu aquele que secou o mar, as águas do grande abismo? o que fez do fundo do mar um caminho, para que por ele passassem os remidos?    11Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão com júbilo a Sião; e haverá perpétua alegria sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão.    12Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para teres medo dum homem, que é mortal, ou do filho do homem que se tornará como feno;    13e te esqueces de Senhor, o teu Criador, que estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente o dia todo por causa do furor do opressor, quando se prepara para destruir? Onde está o furor do opressor?    14O exilado cativo depressa será solto, e não morrerá para ir à sepultura, nem lhe faltará o pão.    15Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas. O Senhor dos exércitos é o seu nome.    16E pus as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu povo.    17Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor; que bebeste da taça do atordoamento, e a esgotaste.    18De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie; e de todos os filhos que criou, nenhum há que a tome pela mão.    19Estas duas coisas te aconteceram; quem terá compaixão de ti? a assolação e a ruína, a fome e a espada; quem te consolará?    20Os teus filhos já desmaiaram, jazem nas esquinas de todas as ruas, como o antílope tomado na rede; cheios estão do furor do Senhor, e da repreensão do teu Deus.    21Pelo que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada, mas não de vinho.    22Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus, que pleiteia a causa do seu povo: Eis que eu tiro da tua mão a taça de atordoamento e o cálice do meu furor; nunca mais dele beberás;    23mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem, os quais te diziam: Abaixa-te, para que passemos sobre ti; e tu puseste as tuas costas como o chão, e como a rua para os que passavam.   

Chapter 52

1Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo.    2Sacode-te do pó; levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.    3Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados.    4Pois assim diz o Senhor Deus: O meu povo desceu no princípio ao Egito, para peregrinar lá, e a Assíria sem razão o oprimiu.    5E agora, que acho eu aqui? diz o Senhor, pois que o meu povo foi tomado sem nenhuma razão, os seus dominadores dão uivos sobre ele, diz o Senhor; e o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo!    6Portanto o meu povo saberá o meu nome; portanto saberá naquele dia que sou eu o que falo; eis-me aqui.    7Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!    8Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz, juntamente exultam; porque de perto contemplam a volta do Senhor a Sião.    9Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.    10O Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.    11Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor.    12Pois não saireis apressadamente, nem ireis em fuga; porque o Senhor irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda.    13Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.    14Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens),    15assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido.   

Chapter 53

1Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor?    2Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.    3Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.    4Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.    5Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.    6Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.    7Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca.    8Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo?    9E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.    10Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.    11Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.    12Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.   

Chapter 54

1Canta, alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta de prazer com alegre canto, e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da desolada, do que os filhos da casada, diz o Senhor.    2Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas.    3Porque trasbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas.    4Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez.    5Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor, que é chamado o Deus de toda a terra.    6Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus:    7Por um breve momento te deixei, mas com grande compaixão te recolherei;    8num ímpeto de indignação escondi de ti por um momento o meu rosto; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.    9Porque isso será para mim como as águas de Noé; como jurei que as águas de Noé não inundariam mais a terra, assim também jurei que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei.    10Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, que se compadece de ti.    11e aflita arrojada com a tormenta e desconsolada eis que eu assentarei as tuas pedras com antimônio, e lançarei os teus alicerces com safiras.    12Farei os teus baluartes de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e toda a tua muralha de pedras preciosas.    13E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante.    14Com justiça serás estabelecida; estarás longe da opressão, porque já não temerás; e também do terror, porque a ti não chegará.    15Eis que embora se levantem contendas, isso não será por mim; todos os que contenderem contigo, por causa de ti cairão.    16Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas, e que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir.    17Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o Senhor.   

Chapter 55

1ç vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.    2Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e deleitai-vos com a gordura.    3Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um pacto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências prometidas a Davi.    4Eis que eu o dei como testemunha aos povos, como príncipe e governador dos povos.    5Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu a ti correrá, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou.    6Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.    7Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar.    8Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.    9Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.    10Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao semeador, e pão ao que come,    11assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.    12Pois com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores de campo baterão palmas.    13Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.   

Chapter 56

1Assim diz o Senhor: Mantende a retidão, e fazei justiça; porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça a manifestar-se.    2Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto: que se abstém de profanar o sábado, e guarda a sua mão de cometer o mal.    3E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca.    4Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem as coisas que me agradam, e abraçam o meu pacto:    5Dar-lhes-ei na minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.    6E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu pacto,    7sim, a esses os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.    8Assim diz o Senhor Deus, que ajunta os dispersos de Israel: Ainda outros ajuntarei a ele, além dos que já se lhe ajuntaram.    9Vós, todos os animais do campo, todos os animais do bosque, vinde comer.    10Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; deitados, sonham e gostam de dormir.    11E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, todos sem exceção.    12Vinde, dizem, trarei vinho, e nos encheremos de bebida forte; e o dia de amanhã será como hoje, ou ainda mais festivo.   

Chapter 57

1Perece o justo, e não há quem se importe com isso; os homens compassivos são arrebatados, e não há ninguém que entenda. Pois o justo é arrebatado da calamidade,    2entra em paz; descansam nas suas camas todos os que andam na retidão.    3Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira, linhagem do adúltero e da prostituta.    4De quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca, e deitais para fora a língua? Porventura não sois vós filhos da transgressão, estirpe da falsidade,    5que vos inflamais junto aos terebintos, debaixo de toda árvore verde, e sacrificais os filhos nos vales, debaixo das fendas dos penhascos?    6Por entre as pedras lisas do vale está o teu quinhão; estas, estas são a tua sorte; também a estas derramaste a tua libação e lhes ofereceste uma oblação. Contentar-me-ia com estas coisas?    7sobre um monte alto e levantado puseste a tua cama; e lá subiste para oferecer sacrifícios.    8Detrás das portas e dos umbrais colocaste o teu memorial; pois te descobriste a outro que não a mim, e subiste, e alargaste a tua cama; e fizeste para ti um pacto com eles; amaste a sua cama, onde quer que a viste.    9E foste ao rei com óleo, e multiplicaste os teus perfumes, e enviaste os teus embaixadores para longe, e te abateste até o Seol.    10Na tua comprida viagem te cansaste; contudo não disseste: Não há esperança; achaste com que renovar as tuas forças; por isso não enfraqueceste.    11Mas de quem tiveste receio ou medo, para que mentisses, e não te lembrasses de mim, nem te importasses? Não é porventura porque eu me calei, e isso há muito tempo, e não me temes?    12Eu publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras, elas não te aproveitarão.    13Quando clamares, livrem-te os ídolos que ajuntaste; mas o vento a todos levará, e um assopro os arrebatará; mas o que confia em mim possuirá a terra, e herdarão o meu santo monte.    14E dir-se-á: Aplanai, aplanai, preparai e caminho, tirai os tropeços do caminho do meu povo.    15Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos.    16Pois eu não contenderei para sempre, nem continuamente ficarei irado; porque de mim procede o espírito, bem como o fôlego da vida que eu criei.    17Por causa da iniqüidade da sua avareza me indignei e o feri; escondi-me, e indignei-me; mas, rebelando-se, ele seguiu o caminho do seu coração.    18Tenho visto os seus caminhos, mas eu o sararei; também o guiarei, e tornarei a dar-lhe consolação, a ele e aos que o pranteiam.    19Eu crio o fruto dos lábios; paz, paz, para o que está longe, e para o que está perto diz o Senhor; e eu o sararei.    20Mas os ímpios são como o mar agitado; pois não pode estar quieto, e as suas águas lançam de si lama e lodo.    21Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.   

Chapter 58

1Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.    2Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como se fossem um povo que praticasse a justiça e não tivesse abandonado a ordenança do seu Deus, pedem-me juízos retos, têm prazer em se chegar a Deus!,    3Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais, prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos trabalhos.    4Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fara ouvir no alto.    5Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?    6Acaso não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo?    7Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?    8Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda.    9Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente;    10e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.    11O Senhor te guiará continuamente, e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca falham.    12E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas; e tu levantarás os fundamentos de muitas gerações; e serás chamado reparador da brecha, e restaurador de veredas para morar.    13Se desviares do sábado o teu pé, e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia; se ao sábado chamares deleitoso, ao santo dia do Senhor, digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando palavras vãs;    14então te deleitarás no Senhor, e eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse.   

Chapter 59

1Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir;    2mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça.    3Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam a mentira, a vossa língua pronuncia perversidade.    4Ninguém há que invoque a justiça com retidão, nem há quem pleiteie com verdade; confiam na vaidade, e falam mentiras; concebem o mal, e dão à luz a iniqüidade.    5Chocam ovos de basiliscos, e tecem teias de aranha; o que comer dos ovos deles, morrerá; e do ovo que for pisado sairá uma víbora.    6As suas teias não prestam para vestidos; nem se poderão cobrir com o que fazem; as suas obras são obras de iniqüidade, e atos de violência há nas suas mãos.    7Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; a desolação e a destruiçao acham-se nas suas estradas.    8O caminho da paz eles não o conhecem, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortas; todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz.    9Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão.    10Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como no crepúsculo, e entre os vivos somos como mortos.    11Todos nós bramamos como ursos, e andamos gemendo como pombas; esperamos a justiça, e ela não aparece; a salvação, e ela está longe de nós.    12Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; pois as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades.    13transgredimos, e negamos o Senhor, e nos desviamos de seguir após o nosso Deus; falamos a opressão e a rebelião, concebemos e proferimos do coração palavras de falsidade.    14Pelo que o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.    15Sim, a verdade desfalece; e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o Senhor o viu, e desagradou-lhe o não haver justiça.    16E viu que ninguém havia, e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve;    17vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs na cabeça o capacete da salvação; e por vestidura pôs sobre si vestes de vingança, e cobriu-se de zelo, como de um manto.    18Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição, furor aos seus adversários, e recompensa aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua recompensa.    19Então temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol; porque ele virá tal uma corrente impetuosa, que o assopro do Senhor impele.    20E virá um Redentor a Sião e aos que em Jacó se desviarem da transgressão, diz o Senhor.    21Quanto a mim, este é o meu pacto com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca dos teus filhos, nem da boca dos filhos dos teus filhos, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre.   

Chapter 60

1Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória do Senhor.    2Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti.    3E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor da tua aurora.    4Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes se ajuntam, e vêm ter contigo; teus filhos vêm de longe, e tuas filhas se criarão a teu lado.    5Então o verás, e estarás radiante, e o teu coração estremecerá e se alegrará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão.    6A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos os de Sabá, virão; trarão ouro e incenso, e publicarão os louvores do Senhor.    7Todos os rebanhos de Quedar se congregarão em ti, os carneiros de Nebaoite te servirão; com aceitação subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha glória.    8Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas para as suas janelas?    9Certamente as ilhas me aguardarão, e vêm primeiro os navios de Társis, para trazerem teus filhos de longe, e com eles a sua prata e o seu ouro, para o nome do Senhor teu Deus, e para o Santo de Israel, porquanto ele te glorificou.    10E estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque na minha ira te feri, mas na minha benignidade tive misericórdia de ti.    11As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão; para que te sejam trazidas as riquezas das nações, e conduzidos com elas os seus reis.    12Porque a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas.    13A glória do Líbano virá a ti; a faia, o olmeiro, e o buxo conjuntamente, para ornarem o lugar do meu santuário; e farei glorioso o lugar em que assentam os meus pés.    14Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão junto às plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel.    15Ao invés de seres abandonada e odiada como eras, de sorte que ninguém por ti passava, far-te-ei uma excelência perpétua, uma alegria de geração em geração.    16E mamarás o leite das nações, e te alimentarás ao peito dos reis; assim saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.    17Por bronze trarei ouro, por ferro trarei prata, por madeira bronze, e por pedras ferro; farei pacíficos os teus oficiais e justos os teus exatores.    18Não se ouvirá mais de violência na tua terra, de desolação ou destruição nos teus termos; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas Louvor.    19Não te servirá mais o sol para luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória.    20Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua, e acabados serão os dias do teu luto.    21E todos os do teu povo serão justos; para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.    22O mais pequeno virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o Senhor, apressarei isso a seu tempo.   

Chapter 61

1O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos;    2a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;    3a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado.    4E eles edificarão as antigas ruínas, levantarão as desolações de outrora, e restaurarão as cidades assoladas, as desolações de muitas gerações.    5E haverá estrangeiros, que apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinheiros.    6Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações, e na sua glória vos gloriareis.    7Em lugar da vossa vergonha, haveis de ter dupla honra; e em lugar de opróbrio exultareis na vossa porção; por isso na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria.    8Pois eu, o Senhor, amo o juízo, aborreço o roubo e toda injustiça; fielmente lhes darei sua recompensa, e farei com eles um pacto eterno.    9E a sua posteridade será conhecida entre as nações, e os seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como descendência bendita do Senhor.    10Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita com as suas jóias.    11Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações.   

Chapter 62

1Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa.    2E as nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará.    3Também serás uma coroa de adorno na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus.    4Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará.    5Pois como o mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus    6e Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis,    7e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.    8Jurou o Senhor pela sua mão direita, e pelo braço da sua força: Nunca mais darei de comer o teu trigo aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu mosto, em que trabalhaste.    9Mas os que o ajuntarem o comerão, e louvarão ao Senhor; e os que o colherem o beberão nos átrios do meu santuário.    10Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplanai, aplanai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos.    11Eis que o Senhor proclamou até as extremidades da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua recompensa diante dele.    12E chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor; e tu serás chamada Procurada, cidade não desamparada.   

Chapter 63

1Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestiduras tintas de escarlate? este que é glorioso no seu traje, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu, que falo em justiça, poderoso para salvar.    2Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas vestes como as daquele que pisa no lagar?    3Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; eu os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor, e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.    4Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus remidos é chegado.    5Olhei, mas não havia quem me ajudasse; e admirei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu próprio braço me trouxe a vitória; e o meu furor é que me susteve.    6Pisei os povos na minha ira, e os embriaguei no meu furor; e derramei sobre a terra o seu sangue.    7Celebrarei as benignidades do Senhor, e os louvores do Senhor, consoante tudo o que o Senhor nos tem concedido, e a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que ele lhes tem concedido segundo as suas misericórdias, e segundo a multidão das suas benignidades.    8Porque dizia: Certamente eles são meu povo, filhos que não procederão com falsidade; assim ele se fez o seu Salvador.    9Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua presença os salvou; no seu amor, e na sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da antigüidade.    10Eles, porém, se rebelaram, e contristaram o seu santo Espírito; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.    11Todavia se lembrou dos dias da antigüidade, de Moisés, e do seu povo, dizendo: Onde está aquele que os fez subir do mar com os pastores do seu rebanho? Onde está o que pôs no meio deles o seu santo Espírito?    12Aquele que fez o seu braço glorioso andar à mão direita de Moisés? que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno?    13Aquele que os guiou pelos abismos, como a um cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram?    14Como ao gado que desce ao vale, o Espírito do Senhor lhes deu descanso; assim guiaste o teu povo, para te fazeres um nome glorioso.    15Atenta lá dos céus e vê, lá da tua santa e gloriosa habitação; onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura do teu coração e as tuas misericórdias para comigo estancaram.    16Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antigüidade é o teu nome.    17Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para te não temermos? Faze voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança.    18Só por um pouco de tempo o teu santo povo a possuiu; os nossos adversários pisaram o teu santuário.    19Somos feitos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste, e como os que nunca se chamaram pelo teu nome.   

Chapter 64

1Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes tremessem à tua presença,    2como quando o fogo pega em acendalhas, e o fogo faz ferver a água, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que à tua presença tremam as nações!    3Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes tremiam à tua presença.    4Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera.    5Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos; há muito tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?    6Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.    7E não há quem invoque o teu nome, que desperte, e te detenha; pois escondeste de nós o teu rosto e nos consumiste, por causa das nossas iniqüidades.    8Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.    9Não te agastes tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade; olha, pois, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo.    10As tuas santas cidades se tornaram em deserto, Sião está feita um ermo, Jerusalém uma desolação.    11A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam nossos pais, foi queimada a fogo; e todos os nossos lugares aprazíveis se tornaram em ruínas.    12Acaso conter-te-ás tu ainda sobre estas calamidades, ó Senhor? ficarás calado, e nos afligirás tanto?   

Chapter 65

1Tornei-me acessível aos que não perguntavam por mim; fui achado daqueles que não me buscavam. A uma nação que não se chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui.    2Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por um caminho que não é bom, após os seus próprios pensamentos;    3povo que de contínuo me provoca diante da minha face, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre tijolos;    4que se assenta entre as sepulturas, e passa as noites junto aos lugares secretos; que come carne de porco, achando-se caldo de coisas abomináveis nas suas vasilhas;    5e que dizem: Retira-te, e não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. Estes são fumaça no meu nariz, um fogo que arde o dia todo.    6Eis que está escrito diante de mim: Não me calarei, mas eu pagarei, sim, deitar-lhes-ei a recompensa no seu seio;    7as suas iniqüidades, e juntamente as iniqüidades de seus pais, diz o Senhor, os quais queimaram incenso nos montes, e me afrontaram nos outeiros; pelo que lhes tornarei a medir as suas obras antigas no seu seio.    8Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto num cacho de uvas, e se diz: Não o desperdices, pois há bênção nele; assim farei por amor de meus servos, para que eu não os destrua a todos.    9E produzirei descendência a Jacó, e a Judá um herdeiro dos meus montes; e os meus escolhidos herdarão a terra e os meus servos nela habitarão.    10E Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de gado, para o meu povo, que me buscou.    11Mas a vós, os que vos apartais do Senhor, os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais uma mesa para a fortuna, e que misturais vinho para o Destino    12também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porque quando chamei, não respondestes; quando falei, não ouvistes, mas fizestes o que era mau aos meus olhos, e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer.    13Pelo que assim diz o Senhor Deus: Eis que os meus servos comerão, mas vós padecereis fome; eis que os meus servos beberão, mas vós tereis sede; eis que os meus servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis;    14eis que os meus servos cantarão pela alegria de coração, mas vós chorareis pela tristeza de coração, e uivareis pela angústia de espírito.    15E deixareis o vosso nome para maldição aos meus escolhidos; e vos matará o Senhor Deus, mas a seus servos chamará por outro nome.    16De sorte que aquele que se bendisser na terra será bendito no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus olhos.    17Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão:    18Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo.    19E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.    20Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.    21E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas.    22Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos:    23Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles.    24E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei.    25O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.   

Chapter 66

1Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o do meu descanso?    2A minha mão fez todas essas coisas, e assim todas elas vieram a existir, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme da minha palavra.    3Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; quem oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Porquanto eles escolheram os seus próprios caminhos, e tomam prazer nas suas abominações,    4também eu escolherei as suas aflições, farei vir sobre eles aquilo que temiam; porque quando clamei, ninguém respondeu; quando falei, eles não escutaram, mas fizeram o que era mau aos meus olhos, e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer.    5Ouvi a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra: Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam por causa do meu nome, disseram: Seja glorificado o Senhor, para que vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos.    6uma voz de grande tumulto vem da cidade, uma voz do templo, ei-la, a voz do Senhor, que dá a recompensa aos seus inimigos.    7Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho.    8Quem jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos.    9Acaso farei eu abrir a madre, e não farei nascer? diz o Senhor. Acaso eu que faço nascer, fecharei a madre? diz o teu Deus.    10Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos os que por ela pranteastes;    11para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis, e vos deleiteis com a abundância da sua glória.    12Pois assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações como um ribeiro que trasborda; então mamareis, ao colo vos trarão, e sobre os joelhos vos afagarão.    13Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados.    14Isso vereis e alegrar-se-á o vosso coração, e os vossos ossos reverdecerão como a erva tenra; então a mão do Senhor será notória aos seus servos, e ele se indignará contra os seus inimigos.    15Pois, eis que o Senhor virá com fogo, e os seus carros serão como o torvelinho, para retribuir a sua ira com furor, e a sua repreensão com chamas de fogo.    16Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os que forem mortos pelo Senhor serão muitos.    17Os que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins após uma deusa que está no meio, os que comem da carne de porco, e da abominação, e do rato, esses todos serão consumidos, diz o Senhor.    18Pois eu conheço as suas obras e os seus pensamentos; vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas virão, e verão a minha glória.    19Porei entre elas um sinal, e os que dali escaparem, eu os enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, povos que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até as ilhas de mais longe, que não ouviram a minba fama, nem viram a minha glória; e eles anunciarão entre as nações a minha glória.    20E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, como oblação ao Senhor; sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, os trarão ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor, como os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do Senhor.    21E também deles tomarei alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor.    22Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, durarão diante de mim, diz o Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome.    23E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.    24E sairão, e verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.   

Jeremiah

Chapter 1

1As palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim;    2ao qual veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu reinado;    3e lhe veio também nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, até o fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no quinto mês.    4Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    5Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta.    6Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino.    7Mas o Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás.    8Não temas diante deles; pois eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor.    9Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse- me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca.    10Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares; e também para edificares e plantares.    11E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? Eu respondi: Vejo uma vara de amendoeira.    12Então me disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.    13Veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo: Que é que vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, que se apresenta da banda do norte.    14Ao que me disse o Senhor: Do norte se estenderá o mal sobre todos os habitantes da terra.    15Pois estou convocando todas as famílias dos reinos do norte, diz o Senhor; e, vindo, porá cada um o seu trono à entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os seus muros em redor e contra todas as cidades de Judá.    16E pronunciarei contra eles os meus juizos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas mãos.    17Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dem-lhes tudo quanto eu te ordenar; não desanimes diante deles, para que eu não te desanime diante deles.    18Eis que hoje te ponho como cidade fortificada, e como coluna de ferro e muros de bronze contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra.    19E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.   

Chapter 2

1Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    2Vai, e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me, a favor de ti, da devoção da tua mocidade, do amor dos teus desposórios, de como me seguiste no deserto, numa terra não semeada.    3Então Israel era santo para o Senhor, primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor.    4Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó, e todas as famílias da casa de Israel;    5assim diz o Senhor: Que injustiça acharam em mim vossos pais, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos?    6Eles não perguntaram: Onde está o Senhor, que nos fez subir da terra do Egito? que nos enviou através do deserto, por uma terra de charnecas e de covas, por uma terra de sequidão e densas trevas, por uma terra em que ninguém transitava, nem morava?    7E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e o seu bem; mas quando nela entrastes, contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação.    8Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os governadores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito.    9Portanto ainda contenderei convosco, diz o Senhor; e até com os filhos de vossos filhos contenderei.    10Pois passai às ilhas de Quitim, e vede; enviai a Quedar, e atentai bem; vede se jamais sucedeu coisa semelhante.    11Acaso trocou alguma nação os seus deuses, que contudo não são deuses? Mas o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito.    12Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor.    13Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.    14Acaso é Israel um servo? E ele um escravo nascido em casa? Por que, pois, veio a ser presa?    15Os leões novos rugiram sobre ele, e levantaram a sua voz; e fizeram da terra dele uma desolação; as suas cidades se queimaram, e ninguém habita nelas.    16Até os filhos de Mênfis e de Tapanes te quebraram o alto da cabeça.    17Porventura não trouxeste isso sobre ti mesmo, deixando o Senhor teu Deus no tempo em que ele te guiava pelo caminho?    18Agora, pois, que te importa a ti o caminho do Egito, para beberes as águas do Nilo? e que te importa a ti o caminho da Assíria, para beberes as águas do Eufrates?    19A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que má e amarga coisa é o teres deixado o Senhor teu Deus, e o não haver em ti o temor de mim, diz o Senhor Deus dos exércitos.    20Já há muito quebraste o teu jugo, e rompeste as tuas ataduras, e disseste: Não servirei: Pois em todo outeiro alto e debaixo de toda árvore frondosa te deitaste, fazendo-te prostituta.    21Todavia eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, de vida estranha?    22Pelo que, ainda que te laves com salitre, e uses muito sabão, a mancha da tua iniqüidade está diante de mim, diz o Senhor Deus.    23Como dizes logo: Não estou contaminada nem andei após Baal? Vê o teu caminho no vale, conhece o que fizeste; dromedária ligeira és, que anda torcendo os seus caminhos;    24asna selvagem acostumada ao deserto e que no ardor do cio sorve o vento; quem lhe pode impedir o desejo? Dos que a buscarem, nenhum precisa cansar-se; pois no mês dela, achá-la-ão.    25Evita que o teu pé ande descalço, e que a tua garganta tenha sede. Mas tu dizes: Não há esperança; porque tenho amado os estranhos, e após eles andarei.    26Como fica confundido o ladrão quando o apanham, assim se confundem os da casa de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes, e os seus sacerdotes, e os seus profetas,    27que dizem ao pau: Tu és meu pai; e à pedra: Tu me geraste. Porque me viraram as costas, e não o rosto; mas no tempo do seu aperto dir-me-ão: Levanta-te, e salvamos.    28Mas onde estão os teus deuses que fizeste para ti? Que se levantem eles, se te podem livrar no tempo da tua tribulação; porque os teus deuses, ó Judá, são tão numerosos como as tuas cidades.    29Por que disputais comigo? Todos vós transgredistes contra mim diz o Senhor.    30Em vão castiguei os vossos filhos; eles não aceitaram a correção; a vossa espada devorou os vossos profetas como um leão destruidor.    31ç geração, considerai vós a palavra do Senhor: Porventura tenho eu sido para Israel um deserto? ou uma terra de espessa escuridão? Por que pois diz o meu povo: Andamos à vontade; não tornaremos mais a ti?    32Porventura esquece-se a virgem dos seus enfeites, ou a esposa dos seus cendais? todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.    33Como ornamentas o teu caminho, para buscares o amor! de sorte que até às malignas ensinaste os teus caminhos.    34Até nas orlas dos teus vestidos se achou o sangue dos pobres inocentes; e não foi no lugar do arrombamento que os achaste; mas apesar de todas estas coisas,    35ainda dizes: Eu sou inocente; certamente a sua ira se desviou de mim. Eis que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: Não pequei.    36Por que te desvias tanto, mudando o teu caminho? Também pelo Egito serás envergonhada, como já foste envergonhada pela Assíria.    37Também daquele sairás com as mães sobre a tua cabeça; porque o Senhor rejeitou as tuas confianças, e não prosperarás com elas.   

Chapter 3

1Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela se desligar dele, e se ajuntar a outro homem, porventura tornará ele mais para ela? Não se poluiria de todo aquela terra? Ora, tu te maculaste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o Senbor.    2Levanta os teus olhos aos altos escalvados, e vê: onde é o lugar em que não te prostituíste? Nos caminhos te assentavas, esperando-os, como o árabe no deserto. Manchaste a terra com as tuas devassidões e com a tua malícia.    3Pelo que foram retidas as chuvas copiosas, e não houve chuva tardia; contudo tens a fronte de uma prostituta, e não queres ter vergonha.    4Não me invocaste há pouco, dizendo: Pai meu, tu és o guia da minha mocidade;    5Reterá ele para sempre a sua ira? ou indignar-se-á continuamente? Eis que assim tens dito; porém tens feito todo o mal que pudeste.    6Disse-me mais o Senhor nos dias do rei Josias: Viste, porventura, o que fez a apóstata Israel, como se foi a todo monte alto, e debaixo de toda árvore frondosa, e ali andou prostituindo-se?    7E eu disse: Depois que ela tiver feito tudo isso, voltará para mim. Mas não voltou; e viu isso a sua aleivosa irmã Judá.    8Sim viu que, por causa de tudo isso, por ter cometido adultério a pérfida Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu.    9E pela leviandade da sua prostituição contaminou a terra, porque adulterou com a pedra e com o pau.    10Contudo, apesar de tudo isso a sua aleivosa irmã Judá não voltou para mim de todo o seu coração, mas fingidamente, diz o Senhor.    11E o Senhor me disse: A pérfida Israel mostrou-se mais justa do que a aleivosa Judá.    12Vai, pois, e apregoa estas palavras para a banda do norte, e diz: Volta, ó pérfida Israel, diz o Senhor. Não olharei em era para ti; porque misericordioso sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira.    13Somente reconhece a tua iniqüidade: que contra o Senhor teu Deus transgrediste, e estendeste os teus favores para os estranhos debaixo de toda árvore frondosa, e não deste ouvidos à minha voz, diz o Senhor.    14Voltai, ó filhos pérfidos, diz o Senhor; porque eu sou como esposo para vós; e vos tomarei, a um de uma cidade, e a dois de uma família; e vos levarei a Sião;    15e vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência.    16E quando vos tiverdes multiplicado e frutificado na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca do pacto do Senhor; nem lhes virá ela ao pensamento; nem dela se lembrarão; nem a visitarão; nem se fará mais.    17Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor; e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, a Jerusalém; e não mais andarão obstinadamente segundo o propósito do seu coração maligno.    18Naqueles dias andará a casa de Judá com a casa de Israel; e virão juntas da terra do norte, para a terra que dei em herança a vossos pais.    19Pensei como te poria entre os filhos, e te daria a terra desejável, a mais formosa herança das nações. Também pensei que me chamarias meu Pai, e que de mim não te desviarias.    20Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente do seu marido, assim aleivosamente te houveste comigo, ó casa de Israel, diz o Senhor.    21Nos altos escalvados se ouve uma voz, o pranto e as súplicas dos filhos de Israel; porque perverteram o seu caminho, e se esqueceram do Senhor seu Deus.    22Voltai, ó filhos infiéis, eu curarei a vossa infidelidade. Responderam eles: Eis-nos aqui, vimos a ti, porque tu és o Senhor nosso Deus.    23Certamente em vão se confia nos outeiros e nas orgias nas montanhas; deveras no Senhor nosso Deus está a salvação de Israel.    24A coisa vergonhosa, porém, devorou o trabalho de nossos pais desde a nossa mocidade os seus rebanhos e os seus gados os seus filhos e as suas filhas.    25Deitemo-nos em nossa vergonha, e cubra-nos a nossa confusão, porque temos pecado contra o Senhor nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do Senhor nosso Deus.   

Chapter 4

1Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, se voltares para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim, e não andares mais vagueando;    2e se jurares: Como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão; então nele se bendirão as nações, e nele se gloriarão.    3Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Lavrai o vosso terreno alqueivado, e não semeeis entre espinhos.    4Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitadores de Jerusalém, para que a minha indignação não venha a sair como fogo, e arda de modo que ninguém o possa apagar, por causa da maldade das vossas obras.    5Anunciai em Judá, e publicai em Jerusalém; e dizei: Tocai a trombeta na terra; gritai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas.    6Arvorai um estandarte no caminho para Sião; buscai refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte um mal, sim, uma grande destruição.    7Subiu um leão da sua ramada, um destruidor de nações; ele já partiu, saiu do seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam assoladas, e ninguém habite nelas.    8Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e uivai, porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.    9Naquele dia, diz o Senhor, desfalecerá o coração do rei e o coração dos príncipes; os sacerdotes pasmarão, e os profetas se maravilharão.    10Então disse eu: Ah, Senhor Deus! verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; entretanto a espada penetra-lhe até a alma.    11Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém: Um vento abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto, aproxima-se da filha do meu povo, não para cirandar, nem para alimpar,    12mas um vento forte demais para isto virá da minha parte; agora também pronunciarei eu juízos contra eles.    13Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho são os seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! pois estamos arruinados!    14Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão em ti os teus maus pensamentos?    15Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama a calamidade desde o monte de Efraim.    16Anunciai isto às nações; eis, proclamai contra Jerusalém que vigias vêm de uma terra remota; eles levantam a voz contra as cidades de Judá.    17Como guardas de campo estão contra ela ao redor; porquanto ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.    18O teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas; essa e a tua iniquidade, e amargosa é, chegando até o coração.    19Ah, entranhas minhas, entranhas minhas! Eu me torço em dores! Paredes do meu coração! O meu coração se aflige em mim. Não posso calar; porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra.    20Destruição sobre destruição se apregoa; porque já toda a terra está assolada; de repente são destruídas as minhas tendas, e as minhas cortinas num momento.    21Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?    22Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.    23Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz.    24Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam.    25Observei e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu tinham fugido.    26Vi também que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira.    27Pois assim diz o Senhor: Toda a terra ficará assolada; de todo, porém, não a consumirei.    28Por isso lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão; porquanto assim o disse eu, assim o propus, e não me arrependi, nem me desviarei disso.    29Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros fogem todas as cidades; entram pelas matas, e trepam pelos penhascos; todas as cidades ficam desamparadas, e já ninguém habita nelas.    30Agora, pois, ó assolada, que farás? Embora te vistas de escarlate, e te adornes com enfeites de ouro, embora te pintes em volta dos olhos com antimônio, debalde te farias bela; os teus amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.    31Pois ouvi uma voz, como a de mulher que está de parto, a angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro filho; a voz da filha de Sião, ofegante, que estende as mãos, dizendo: Ai de mim agora! porque a minha alma desfalece por causa dos assassinos.   

Chapter 5

1Dai voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora, e informai- vos, e buscai pelas suas praças a ver se podeis achar um homem, se há alguém que pratique a justiça, que busque a verdade; e eu lhe perdoarei a ela.    2E ainda que digam: Vive o Senhor; de certo falsamente juram.    3ç Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade? feriste-os, porém não lhes doeu; consumiste-os, porém recusaram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; recusaram-se a voltar.    4Então disse eu: Deveras eles são uns pobres; são insensatos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem a justiça do seu Deus.    5Irei aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, e a justiça do seu Deus; mas aqueles de comum acordo quebraram o jugo, e romperam as ataduras.    6Por isso um leão do bosque os matará, um lobo dos desertos os destruirá; um leopardo vigia contra as suas cidades; todo aquele que delas sair será despedaçado; porque são muitas as suas transgressões, e multiplicadas as suas apostasias.    7Como poderei perdoar-te? pois teus filhos me abandonaram a mim, e juraram pelos que não são deuses; quando eu os tinha fartado, adulteraram, e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.    8Como cavalos de lançamento bem nutridos, andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.    9Acaso não hei de castigá-los por causa destas coisas? diz o Senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?    10Subi aos seus muros, e destruí-os; não façais, porém, uma destruição final; tirai os seus ramos; porque não são do Senhor.    11Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.    12Negaram ao Senhor, e disseram: Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá; nem veremos espada nem fome.    13E até os profetas se farão como vento, e a palavra não está com eles; assim se lhes fará.    14Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos: Porquanto proferis tal palavra, eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca, e este povo em lenha, de modo que o fogo o consumirá.    15Eis que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor; é uma nação durável, uma nação antiga, uma nação cuja língua ignoras, e não entenderás o que ela falar.    16A sua aljava é como uma sepultura aberta; todos eles são valentes.    17E comerão a tua sega e o teu pão, que teus filhos e tuas filhas haviam de comer; comerão os teus rebanhos e o teu gado; comerão a tua vide e a tua figueira; as tuas cidades fortificadas, em que confias, abatê-las-ão à espada.    18Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição final.    19E quando disserdes: Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas? então lhes dirás: Como vós me deixastes, e servistes deuses estranhos na vossa terra, assim servireis estrangeiros, em terra que não e vossa.    20Anunciai isto na casa de Jacó, e proclamai-o em Judá, dizendo:    21Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis:    22Não me temeis a mim? diz o Senhor; não tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem traspassar.    23Mas este povo é de coração obstinado e rebelde; rebelaram-se e foram-se.    24E não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva, tanto a temporã como a tardia, a seu tempo, e nos conserva as semanas determinadas da sega.    25As vossas iniqüidades desviaram estas coisas, e os vossos pecados apartaram de vos o bem.    26Porque ímpios se acham entre o meu povo; andam espiando, como espreitam os passarinheiros. Armam laços, apanham os homens.    27Qual gaiola cheia de pássaros, assim as suas casas estão cheias de dolo; por isso se engrandeceram, e enriqueceram.    28Engordaram-se, estão nédios; também excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados.    29Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?    30Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra:    31os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?   

Chapter 6

1Fugi para segurança vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém! Tocai a buzina em Tecoa, e levantai o sinal sobre Bete- Haquerem; porque do norte vem surgindo um grande mal, sim, uma grande destruição.    2A formosa e delicada, a filha de Sião, eu a exterminarei.    3Contra ela virão pastores com os seus rebanhos; levantarão contra ela as suas tendas em redor e apascentarão, cada um no seu lugar.    4Preparai a guerra contra ela; levantai-vos, e subamos ao meio-dia. Ai de nós! que ja declina o dia, que já se vão estendendo as sombras da tarde.    5Levantai-vos, e subamos de noite, e destruamos os seus palácios.    6Porque assim diz o Senhor dos exércitos: Cortai as suas árvores, e levantai uma tranqueira contra Jerusalém. Esta é a cidade que há de ser castigada; só opressão há no meio dela.    7Como o poço conserva frescas as suas águas, assim ela conserva fresca a sua maldade; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuadamente.    8Sê avisada, ó Jerusalém, para que não me aparte de ti; para que eu não te faça uma assolação, uma terra não habitada.    9Assim diz o Senhor dos exércitos: Na verdade respigarão o resto de Israel como uma vinha; torna a tua mão, como o vindimador, aos ramos.    10A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, e eles não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor se lhes tornou em opróbrio; nela não têm prazer.    11Pelo que estou cheio de furor do Senhor; estou cansado de o conter; derrama-o sobre os meninos pelas ruas, e sobre a assembléia dos jovens também; porque até o marido com a mulher serão presos, e o velho com o que está cheio de dias.    12As suas casas passarão a outros, como também os seus campos e as suas mulheres; porque estenderei a minha mão contra os habitantes da terra, diz o Senhor.    13Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede perfidamente.    14Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.    15Porventura se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem tampouco sabem que coisa é envergonhar- se. Portanto cairão entre os que caem; quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor.    16Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas. Mas eles disseram: Não andaremos nele.    17Também pus atalaias sobre vós dizendo: Estai atentos à voz da buzina. Mas disseram: Não escutaremos.    18Portanto ouvi, vós, nações, e informa-te tu, ó congregação, do que se faz entre eles!    19Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei o mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras; e quanto à minha lei, rejeitaram-na.    20Para que, pois, me vem o incenso de Sabá, ou a melhor cana aromática de terras remotas? Vossos holocaustos não são aceitáveis, nem me agradam os vossos sacrifícios.    21Portanto assim diz o Senhor: Eis que armarei tropeços a este povo, e tropeçarão neles pais e filhos juntamente; o vizinho e o seu amigo perecerão.    22Assim diz o Senhor: Eis que um povo vem da terra do norte, e uma grande nação se levanta das extremidades da terra.    23Arco e lança trarão; são cruéis, e não usam de misericórdia; a sua voz ruge como o mar, e em cavalos vêm montados, dispostos como homens para a batalha, contra ti, ó filha de Sião.    24Ao ouvirmos a notícia disso, afrouxam-se as nossas mãos; apoderam-se de nós angústia e dores, como as de parturiente.    25Não saiais ao campo, nem andeis pelo caminho; porque espada do inimigo e espanto há por todos os lados.    26ç filha do meu povo, cingi-te de saco, e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único, em pranto de grande amargura; porque de repente virá o destruidor sobre nós.    27Por acrisolador e examinador te pus entre o meu povo, para que proves e examines o seu caminho.    28Todos eles são os mais rebeldes, e andam espalhando calúnias; são bronze e ferro; todos eles andam corruptamente.    29Já o fole se queimou; o chumbo se consumiu com o fogo; debalde continuam a fundição, pois os maus não são arrancados.    30Prata rejeitada lhes chamam, porque o Senhor os rejeitou.   

Chapter 7

1A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, dizendo:    2Põe-te à porta da casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor.    3Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar.    4Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor são estes.    5Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras; se deveras executardes a justiça entre um homem e o seu proximo;    6se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal,    7então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais desde os tempos antigos e para sempre.    8Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas.    9Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes,    10e então vireis, e vos apresentareis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres para praticardes ainda todas essas abominações?    11Tornou-se, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o Senhor.    12Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Siló, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel.    13Agora, pois, porquanto fizestes todas estas obras, diz o Senhor, e quando eu vos falei insistentemente, vós não ouvistes, e quando vos chamei, não respondestes,    14farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Siló.    15E eu vos lançarei da minha presença, como lancei todos os vossos irmãos, toda a linhagem de Efraim.    16Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes; pois eu não te ouvirei.    17Não vês tu o que eles andam fazendo nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém?    18Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira.    19Acaso é a mim que eles provocam à ira? diz o Senhor; não se provocam a si mesmos, para a sua própria confusão?    20Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais, sobre as árvores do campo e sobre os frutos da terra; sim, acender-se-á, e não se apagará.    21Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei a carne.    22Pois não falei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios.    23Mas isto lhes ordenei: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem.    24Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; porém andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para diante.    25Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito, até hoje, tenho-vos enviado insistentemente todos os meus servos, os profetas, dia após dia;    26contudo não me deram ouvidos, nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a sua cerviz. Fizeram pior do que seus pais.    27Dir-lhes-ás pois todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão.    28E lhes dirás: Esta é a nação que não obedeceu a voz do Senhor seu Deus e não aceitou a correção; já pereceu a verdade, e está exterminada da sua boca.    29Corta os teus cabelos, Jerusalém, e lança-os fora, e levanta um pranto sobre os altos escalvados; porque o Senhor já rejeitou e desamparou esta geração, objeto do seu furor.    30Porque os filhos de Judá fizeram o que era mau aos meus olhos, diz o Senhor; puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a contaminarem.    31E edificaram os altos de Tofete, que está no Vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas, o que nunca ordenei, nem me veio à mente.    32Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que não se chamará mais Tofete, nem Vale do filho de Hinom, mas o Vale da Matança; pois enterrarão em Tofete, por não haver mais outro lugar.    33E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves do céu e aos animais da terra; e ninguém os enxotará.    34E farei cessar nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo e a voz de noiva; porque a terra se tornará em desolação.   

Chapter 8

1Naquele tempo, diz o Senhor, tirarão para fora das suas sepulturas os ossos dos reis de Judá, e os ossos dos seus príncipes, e os ossos dos sacerdotes, e os ossos dos profetas, e os ossos dos habitantes de Jerusalém;    2e serão expostos ao sol, e à lua, e a todo o exército do céu, a quem eles amaram, e a quem serviram , e após quem andaram, e a quem buscaram, e a quem adoraram; não serão recolhidos nem sepultados; serão como esterco sobre a face da terra.    3E será escolhida antes a morte do que a vida por todos os que restarem desta raça maligna, que ficarem em todos os lugares onde os lancei, diz o senhor dos exércitos.    4Dize-lhes mais: Assim diz o Senhor: porventura cairão os homens, e não se levantarão? desviar-se-ão, e não voltarão?    5Por que, pois, se desvia este povo de Jerusalém com uma apostasia contínua? ele retém o engano, recusa-se a voltar.    6Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto; ninguém há que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um se desvia na sua carreira, como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha.    7Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, a andorinha, e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece a ordenança do Senhor.    8Como pois dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Mas eis que a falsa pena dos escribas a converteu em mentira.    9Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?    10Portanto darei suas mulheres a outros, e os seus campos aos conquistadores; porque desde o menor até o maior, cada um deles se dá à avareza; desde o profeta até o sacerdote, cada qual usa de falsidade.    11E curam a ferida da filha de meu povo le23    12Porventura se envergonham de terem cometido abominação? Não; de maneira alguma se envergonham, nem sabem que coisa é envergonhar- se. Portanto cairão entre os que caem; e no tempo em que eu os visitar, serão derribados, diz o Senhor.    13Quando eu os colheria, diz o Senhor, já não há uvas na vide, nem figos na figueira; até a folha está caída; e aquilo mesmo que lhes dei se foi deles.    14Por que nos assentamos ainda? juntai-vos e entremos nas cidades fortes, e ali pereçamos; pois o Senhor nosso Deus nos destinou a perecer e nos deu a beber água de fel; porquanto pecamos contra o Senhor.    15Esperamos a paz, porém não chegou bem algum; e o tempo da cura, e eis o terror.    16Já desde Dã se ouve o resfolegar dos seus cavalos; a terra toda estremece à voz dos rinchos dos seus ginetes; porque vêm e devoram a terra e quanto nela há, a cidade e os que nela habitam.    17Pois eis que envio entre vós serpentes, basiliscos, contra os quais não há encantamento; e eles vos morderão, diz o Senhor.    18Oxalá que eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coração desfalece dentro de mim.    19Eis o clamor da filha do meu povo, de toda a extensão da terra; Não está o Senhor em Sião? Não está nela o seu rei? Por que me provocaram a ira com as suas imagens esculpidas, com vaidades estranhas?    20Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.    21Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; ando de luto; o espanto apoderou-se de mim.    22Porventura não há bálsamo em Gileade? ou não se acha lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?   

Chapter 9

1Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos numa fonte de lágrimas, para que eu chorasse de dia e de noite os mortos da filha do meu povo!    2Oxalá que eu tivesse no deserto uma estalagem de viandantes, para poder deixar o meu povo, e me apartar dele! porque todos eles são adúlteros, um bando de aleivosos.    3E encurvam a língua, como se fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade; porque avançam de malícia em malícia, e a mim me não conhecem, diz o Senhor.    4Guardai-vos cada um do seu próximo, e de irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão não faz mais do que enganar, e todo próximo anda caluniando.    5E engana cada um a seu próximo, e nunca fala a verdade; ensinaram a sua língua a falar a mentira; andam-se cansando em praticar a iniqüidade.    6A tua habitação está no meio do engano; pelo engano recusam-se a conhecer-me, diz o Senhor.    7Portanto assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu os fundirei e os provarei; pois, de que outra maneira poderia proceder com a filha do meu povo?    8uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo, mas no coração arma-lhe ciladas.    9Não hei de castigá-los por estas coisas? diz o Senhor; ou não me vingarei de uma nação tal como esta?    10Pelos montes levantai choro e pranto, e pelas pastagens do deserto lamentação; porque já estão queimadas, de modo que ninguém passa por elas; nem se ouve mugido de gado; desde as aves dos céus até os animais, fugiram e se foram.    11E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de chacais, e das cidades de Judá farei uma desolação, de sorte que fiquem sem habitantes.    12Quem é o homem sábio, que entenda isto? e a quem falou a boca do Senhor, para que o possa anunciar? Por que razão pereceu a terra, e se queimou como um deserto, de sorte que ninguém passa por ela?    13E diz o Senhor: porque deixaram a minha lei, que lhes pus diante, e não deram ouvidos à minha voz, nem andaram nela,    14antes andaram obstinadamente segundo o seu próprio coração, e após baalins, como lhes ensinaram os seus pais.    15Portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que darei de comer losna a este povo, e lhe darei a beber água de fel.    16Também os espalharei por entre nações que nem eles nem seus pais conheceram; e mandarei a espada após eles, até que venha a consumi-los.    17Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai, e chamai as carpideiras, para que venham; e mandai procurar mulheres hábeis, para que venham também;    18e se apressem, e levantem o seu lamento sobre nós, para que se desfaçam em lágrimas os nossos olhos, e as nossas pálpebras destilem águas.    19Porque uma voz de pranto se ouviu de Sião: Como estamos arruinados! Estamos mui envergonhados, por termos deixado a terra, e por terem eles transtornado as nossas moradas.    20Contudo ouvi, vós, mulheres, a palavra do Senhor, e recebam os vossos ouvidos a palavra da sua boca; e ensinai a vossas filhas o pranto, e cada uma à sua vizinha a lamentação.    21Pois a morte subiu pelas nossas janelas, e entrou em nossos palácios, para exterminar das ruas as crianças, e das praças os mancebos.    22Fala: Assim diz o Senhor: Até os cadáveres dos homens cairão como esterco sobre a face do campo, e como gavela atrás do segador, e não há quem a recolha.    23Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas;    24mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.    25Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo circuncidado pela sua incircuncisão:    26ao Egito, a Judá e a Edom, aos filhos de Amom e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos da sua cabeleira e habitam no deserto; pois todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.   

Chapter 10

1Ouvi a palavra que o Senhor vos fala a vós, ó casa de Israel.    2Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das nações, nem vos espanteis com os sinais do céu; porque deles se espantam as nações,    3pois os costumes dos povos são vaidade; corta-se do bosque um madeiro e se lavra com machado pelas mãos do artífice.    4Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova.    5São como o espantalho num pepinal, e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer o mal, nem tampouco têm poder de fazer o bem.    6Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; és grande, e grande é o teu nome em poder.    7Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? pois a ti se deve o temor; porquanto entre todos os sábios das nações, e em todos os seus reinos ninguém há semelhante a ti.    8Mas eles todos são embrutecidos e loucos; a instrução dos ídolos é como o madeiro.    9Trazem de Társis prata em chapas, e ouro de Ufaz, trabalho do artífice, e das mãos do fundidor; seus vestidos são de azul e púrpura; obra de peritos são todos eles.    10Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno, ao seu furor estremece a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação.    11Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a terra, esses perecerão da terra e de debaixo dos céus.    12Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus.    13Quando ele faz soar a sua voz, logo há tumulto de águas nos céus, e ele faz subir das extremidades da terra os vapores; faz os relâmpagos para a chuva, e dos seus tesouros faz sair o vento.    14Todo homem se embruteceu e não tem conhecimento; da sua imagem esculpida envergonha-se todo fundidor; pois as suas imagens fundidas são falsas, e nelas não há fôlego.    15Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação virão a perecer.    16Não é semelhante a estes aquele que é a porção de Jacó; porque ele é o que forma todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança. Senhor dos exércitos é o seu nome.    17Tira do chão a tua trouxa, ó tu que habitas em lugar sitiado.    18Pois assim diz o Senhor: Eis que desta vez arrojarei como se fora com uma funda os moradores da terra, e os angustiarei, para que venham a senti-lo.    19Ai de mim, por causa do meu quebrantamento! a minha chaga me causa grande dor; mas eu havia dito: Certamente isto é minha enfermidade, e eu devo suporta-la.    20A minha tenda está destruída, e todas as minhas cordas estão rompidas; os meus filhos foram-se de mim, e não existem; ninguém há mais que estire a minha tenda, e que levante as minhas cortinas.    21Pois os pastores se embruteceram, e não buscaram ao Senhor; por isso não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos.    22Eis que vem uma voz de rumor, um grande tumulto da terra do norte, para fazer das cidades de Judá uma assolação, uma morada de chacais.    23Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.    24Corrige-me, ó Senhor, mas com medida justa; não na tua ira, para que não me reduzas a nada.    25Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem, e sobre as famílias que não invocam o teu nome; porque devoraram a Jacó; sim, devoraram-no e consumiram-no, e assolaram a sua morada.   

Chapter 11

1A palavra que veio a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo:    2Ouvi as palavras deste pacto, e falai aos homens de Judá, e aos habitantes de Jerusalém.    3Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não ouvir as palavras deste pacto,    4que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando; assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus;    5para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como se vê neste dia. Então eu respondi, e disse: Amém, ó Senhor.    6Disse-me, pois, o Senhor: Proclama todas estas palavras nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, dizendo: Ouvi as palavras deste pacto, e cumpri-as.    7Porque com instância admoestei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, até o dia de hoje, protestando persistentemente e dizendo: Ouvi a minha voz.    8Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes andaram cada um na obstinação do seu coração malvado; pelo que eu trouxe sobre eles todas as palavras deste pacto, as quais lhes ordenei que cumprissem, mas não o fizeram.    9Disse-me mais o Senhor: Uma conspiração se achou entre os homens de Judá, e entre os habitantes de Jerusalém.    10Tornaram às iniqüidades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras; até se foram após outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu pacto, que fiz com seus pais.    11Portanto assim diz o Senhor: Eis que estou trazendo sobre eles uma calamidade de que não pederão escapar; clamarão a mim, mas eu não os ouvirei.    12Então irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém e clamarão aos deuses a que eles queimam incenso; estes, porém, de maneira alguma os livrarão no tempo da sua calamidade.    13Pois, segundo o número das tuas cidades, são os teus deuses, ó Judá; e, segundo o número das ruas de Jerusalém, tendes levantado altares à impudência, altares para queimardes incenso a Baal.    14Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim por causa da sua calamidade.    15Que direito tem a minha amada na minha casa, visto que com muitos tem cometido grande abominação, e as carnes santas se desviaram de ti? Quando tu fazes mal, então andas saltando de prazer.    16Denominou-te o Senhor oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos; mas agora, à voz dum grande tumulto, acendeu fogo nela, e se quebraram os seus ramos.    17Porque o Senhor dos exércitos, que te plantou, pronunciou contra ti uma calamidade, por causa do grande mal que a casa de Israel e a casa de Judá fizeram, pois me provocaram à ira, queimando icenso a Baal.    18E o Senhor mo fez saber, e eu o soube; então me fizeste ver as suas ações.    19Mas eu era como um manso cordeiro, que se leva à matança; não sabia que era contra mim que maquinavam, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, para que não haja mais memória do seu nome.    20Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz, que provas o coração e a mente, permite que eu veja a tua vingança sobre eles; pois a ti descobri a minha causa.    21Portanto assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida, dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos;    22por isso assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu os punirei; os mancebos morrerão à espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome.    23E não ficará deles um resto; pois farei vir sobre os homens de Anatote uma calamidade, sim, o ano da sua punição.   

Chapter 12

1Justo és, ó Senhor, ainda quando eu pleiteio contigo; contudo pleitearei a minha causa diante de ti. Por que prospera o caminho dos ímpios? Por que vivem em paz todos os que procedem aleivosamente?    2Plantaste-os, e eles se arraigaram; medram, dão também fruto; chegado estás à sua boca, porém longe do seu coração.    3Mas tu, ó Senhor, me conheces, tu me vês, e provas o meu coração para contigo; tira-os como a ovelhas para o matadouro, e separa-os para o dia da matança.    4Até quando lamentará a terra, e se secará a erva de todo o campo? Por causa da maldade dos que nela habitam, perecem os animais e as aves; porquanto disseram: Ele nào vera o nosso fim.    5Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, então como poderás competir com cavalos? Se foges numa terra de paz, como hás de fazer na soberba do Jordão?    6Pois até os teus irmãos, e a casa de teu pai, eles mesmos se houveram aleivosamente contigo; eles mesmos clamam após ti em altas vozes. Não te fies neles, ainda que te digam coisas boas.    7Desamparei a minha casa, abandonei a minha herança; entreguei a amada da minha alma na mão de seus inimigos.    8Tornou-se a minha herança para mim como leão numa floresta; levantou a sua voz contra mim, por isso eu a odeio.    9Acaso é para mim a minha herança como uma ave de rapina de varias cores? Andam as aves de rapina contra ela em redor? Ide, pois, ajuntai a todos os animais do campo, trazei-os para a devorarem.    10Muitos pastores destruíram a minha vinha, pisaram o meu quinhão; tornaram em desolado deserto o meu quinhão aprazível.    11Em assolação o tornaram; ele, desolado, clama a mim. Toda a terra está assolada, mas ninguém toma isso a peito.    12Sobre todos os altos escalvados do deserto vieram destruidores, porque a espada do Senhor devora desde uma até outra extremidade da terra; não há paz para nenhuma carne.    13Semearam trigo, mas segaram espinhos; cansaram-se, mas de nada se aproveitaram; haveis de ser envergonhados das vossas colheitas, por causa do ardor da ira do Senhor.    14Assim diz o Senhor acerca de todos os meus maus vizinhos, que tocam a minha herança que fiz herdar ao meu povo Israel: Eis que os arrancarei da sua terra, e a casa de Judá arrancarei do meio deles.    15E depois de os haver eu arrancado, tornarei, e me compadecerei deles, e os farei voltar cada um à sua herança, e cada um à sua terra.    16E será que, se diligentemente aprenderem os caminhos do meu povo, jurando pelo meu nome: Vive o Senhor; como ensinaram o meu povo a jurar por Baal; então edificar-se-ão no meio do meu povo.    17Mas, se não quiserem ouvir, totalmente arrancarei a tal nação, e a farei perecer, diz o Senhor.   

Chapter 13

1Assim me disse o Senhor: Vai, e compra-te um cinto de linho, e põe-no sobre os teus lombos, mas não o metas na água.    2E comprei o cinto, conforme a palavra do Senhor, e o pus sobre os meus lombos.    3Então me veio a palavra do Senhor pela segunda vez, dizendo:    4Toma o cinto que compraste e que trazes sobre os teus lombos, e levanta-te, vai ao Eufrates, e esconde-o ali na fenda duma rocha.    5Fui, pois, e escondi-o junto ao Eufrates, como o Senhor me havia ordenado.    6E passados muitos dias, me disse o Senhor: Levanta-te, vai ao Eufrates, e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses ali.    7Então fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar onde e havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido, e para nada prestava.    8Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    9Assim diz o Senhor: Do mesmo modo farei apodrecer a soberba de Judá, e a grande soberba de Jerusalém.    10Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a teimosia do seu coração, e que anda após deuses alheios, para os servir, e para os adorar, será tal como este cinto, que para nada presta.    11Pois, assim como se liga o cinto aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel, e toda a casa de Judá, diz o Senhor, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória; mas não quiseram ouvir:    12Pelo que lhes dirás esta palavra: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Todo o odre se encherá de vinho. E dir-te-ão: Acaso não sabemos nós muito bem que todo o odre se encherá de vinho?    13Então lhes dirás: Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, mesmo aos reis que se assentam sobre o trono de Davi, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém.    14E atirá-los-ei uns contra os outros, mesmo os pais juntamente com os filhos, diz o Senhor; não terei pena nem pouparei, nem terei deles compaixão para não os destruir.    15Escutai, e inclinai os ouvidos; não vos ensoberbeçais, porque o Senhor falou.    16Dai glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em densas trevas, e a reduza a profunda escuridão.    17Mas, se não ouvirdes, a minha alma chorará em oculto, por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão os meus olhos, e se desfarão em lágrimas, porque o rebanho do Senhor se vai levado cativo.    18Dize ao rei e à rainha-mãe: Humilhai-vos, sentai-vos no chão; porque de vossas cabeças já caiu a coroa de vossa glória.    19As cidades do Negebe estão fechadas, e não há quem as abra; todo o Judá é levado cativo, sim, inteiramente cativo.    20Levantai os vossos olhos, e vede os que vêm do norte; onde está o rebanho que se te deu, o teu lindo rebanho?    21Que dirás, quando ele puser sobre ti como cabeça os que ensinaste a serem teus amigos? Não te tomarão as dores, como as duma mulher que está de parto?    22Se disseres no teu coração: Por que me sobrevieram estas coisas? Pela multidão das tuas iniqüidades se descobriram as tuas fraldas, e os teus calcanhares sofrem violência.    23pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal.    24Pelo que os espalharei como o restolho que passa arrebatado pelo vento do deserto.    25Esta é a tua sorte, a porção que te é medida por mim, diz o Senhor; porque te esqueceste de mim, e confiaste em mentiras.    26Assim também eu levantarei as tuas fraldas sobre o teu rosto, e aparecerá a tua ignominia.    27Os teus adultérios, e os teus rinchos, e a enormidade da tua prostituição, essas abominações tuas, eu as tenho visto sobre os outeiros no campo. Ai de ti, Jerusalém! até quando não te purificarás?   

Chapter 14

1A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, a respeito da seca.    2Judá chora, e as suas portas estão enfraquecidas; eles se sentam de luto no chão; e o clamor de Jerusalém já vai subindo.    3E os seus nobres mandam os seus inferiores buscar água; estes vão às cisternas, e não acham água; voltam com os seus cântaros vazios; ficam envergonhados e confundidos, e cobrem as suas cabeças.    4Por causa do solo ressecado, pois que não havia chuva sobre a terra, os lavradores ficam envergonhados e cobrem as suas cabeças.    5Pois até a cerva no campo pare, e abandona sua cria, porquanto não há erva.    6E os asnos selvagens se põem nos altos escalvados e, ofegantes, sorvem o ar como os chacais; desfalecem os seus olhos, porquanto não ha erva.    7Posto que as nossas iniqüidades testifiquem contra nós, ó Senhor, opera tu por amor do teu nome; porque muitas são as nossas rebeldias; contra ti havemos pecado.    8ç esperança de Israel, e Redentor seu no tempo da angústia! por que serias como um estrangeiro na terra? e como o viandante que arma a sua tenda para passar a noite?    9Por que serias como homem surpreendido, como valoroso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares.    10Assim diz o Senhor acerca deste povo: Pois que tanto gostaram de andar errantes, e não detiveram os seus pés, por isso o Senhor não os aceita, mas agora se lembrará da iniqüidade deles, e visitará os seus pecados.    11Disse-me ainda o Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.    12Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor, e quando oferecerem holocaustos e oblações, não me agradarei deles; antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste.    13Então disse eu: Ah! Senhor Deus, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar.    14E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam mentiras em meu nome; não os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei. Visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam.    15Portanto assim diz o Senhor acerca dos profetas que profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado, e que dizem: Nem espada, nem fome haverá nesta terra: Â espada e à fome serão consumidos esses profetas.    16E o povo a quem eles profetizam será lançado nas ruas de Jerusalém, por causa da fome e da espada; e não haverá quem os sepulte a eles, a suas mulheres, a seus filhos e a suas filhas; porque derramarei sobre eles a sua maldade.    17Portanto lhes dirás esta palavra: Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia, e não cessem; porque a virgem filha do meu povo está gravemente ferida, de mui dolorosa chaga.    18Se eu saio ao campo, eis os mortos à espada, e, se entro na cidade, eis os debilitados pela fome; o profeta e o sacerdote percorrem a terra, e nada sabem.    19Porventura já de todo rejeitaste a Judá? Aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste, de modo que não há cura para nós? Aguardamos a paz, e não chegou bem algum; e o tempo da cura, e eis o pavor!    20Ah, Senhor! reconhecemos a nossa impiedade e a iniqüidade de nossos pais; pois contra ti havemos pecado.    21Não nos desprezes, por amor do teu nome; não tragas opróbrio sobre o trono da tua glória; lembra-te, e não anules o teu pacto conosco.    22Há, porventura, entre os deuses falsos das nações, algum que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas? Não és tu, ó Senhor, nosso Deus? Portanto em ti esperaremos; pois tu tens feito todas estas coisas.   

Chapter 15

1Disse-me, porém, o Senhor: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não poderia estar a minha alma com este povo. Lança-os de diante da minha face, e saiam eles.    2E quando te perguntarem: Para onde iremos? dir-lhes-ás: Assim diz o Senhor: Os que para a morte, para a morte; e os que para a espada, para a espada; e os que para a fome, para a fome; e os que para o cativeiro, para o cativeiro.    3Pois os visitarei com quatro gêneros de destruidores, diz o Senhor: com espada para matar, e com cães, para os dilacerarem, e com as aves do céu e os animais da terra, para os devorarem e destruírem.    4Entregá-los-ei para serem um espetáculo horrendo perante todos os reinos da terra, por causa de Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém.    5Pois quem se compadecerá de ti, ó Jerusalém? ou quem se entristecerá por ti? Quem se desviará para perguntar pela tua paz?    6Tu me rejeitaste, diz o Senhor, voltaste para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; estou cansado de me abrandar.    7E os padejei com a pá nas portas da terra; desfilhei, destruí o meu povo; não voltaram dos seus caminhos.    8As suas viúvas mais se me têm multiplicado do que a areia dos mares; trouxe ao meio-dia um destruidor sobre eles, até sobre a mãe de jovens; fiz que caísse de repente sobre ela angústia e terrores.    9A que dava à luz sete se enfraqueceu: expirou a sua alma; pôs-se-lhe o sol sendo ainda dia; ela se confundiu, e se envergonhou; e os que ficarem deles eu os entregarei à espada, diante dos seus inimigos, diz o Senhor.    10Ai de mim, minha mãe! porque me deste à luz, homem de rixas e homem de contendas para toda a terra. Nunca lhes emprestei com usura, nem eles me emprestaram a mim com usura, todavia cada um deles me amaldiçoa.    11Assim seja, ó Senhor, se jamais deixei de suplicar-te pelo bem deles, ou de rogar-te pelo inimigo no tempo da calamidade e no tempo da angústia.    12Pode alguém quebrar o ferro, o ferro do Norte, e o bronze?    13As tuas riquezas e os teus tesouros, eu os entregarei sem preço ao saque; e isso por todos os teus pecados, mesmo em todos os teus limites.    14E farei que sirvas os teus inimigos numa terra que não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira, e sobre vós arderá.    15Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua longanimidade. Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta.    16Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos.    17Não me assentei na roda dos que se alegram, nem me regozijei. Sentei-me a sós sob a tua mão, pois me encheste de indignação.    18Por que é perpétua a minha dor, e incurável a minha ferida, que se recusa a ser curada? Serás tu para mim como ribeiro ilusório e como águas inconstantes?    19Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te restaurarei, para estares diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles a ti, mas não voltes tu a eles.    20E eu te porei contra este povo como forte muro de bronze; eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo para te salvar, para te livrar, diz o Senhor.    21E arrebatar-te-ei da mão dos iníquos, e livrar-te-ei da mão dos cruéis.   

Chapter 16

1E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    2Não tomarás a ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar.    3Pois assim diz o Senhor acerca dos filhos e das filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães, que os tiverem, e de seus pais que os gerarem nesta terra:    4Morrerão de enfermidades dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados; serão como esterco sobre a face da terra; pela espada e pela fome serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de pasto para as aves do céu e para os animais da terra.    5Pois assim diz o Senhor: Não entres na casa que está de luto, nem vás a lamentá-los, nem te compadeças deles; porque deste povo, diz o Senhor, retirei a minha paz, benignidade e misericórdia.    6E morrerão nesta terra tanto grandes como pequenos; não serão sepultados, e não os prantearão, nem se farão por eles incisões, nem por eles se raparão os cabelos;    7nem pão se dará aos que estiverem de luto, para os consolar sobre os mortos; nem se lhes dará a beber o copo da consolação pelo pai ou pela mãe.    8Não entres na casa do banquete, para te assentares com eles a comer e a beber.    9Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que perante os vossos olhos, e em vossos dias, farei cessar deste lugar a voz de gozo e a voz de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva.    10E quando anunciares a este povo todas estas palavras, e eles te disserem: Por que pronuncia o Senhor sobre :nós todo este grande mal? Qual é a nossa iniqüidade? Qual é o pecado que cometemos contra o Senhor nosso Deus?    11Então lhes dirás: Porquanto vossos pais me deixaram, diz o Senhor, e se foram após outros deuses, e os serviram e adoraram, e a mim me deixaram, e não guardaram a minha lei;    12e vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que andais, cada um de vós, após o pensamento obstinado do seu mau coração, recusando ouvir-me a mim;    13portanto eu vos lançarei fora desta terra, para uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses estranhos de dia e de noite; pois não vos concederei favor algum.    14Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que não se dirá mais: Vive o Senhor: que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;    15mas sim: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, que dei a seus pais.    16Eis que mandarei vir muitos pescadores, diz o Senhor, os quais os pescarão; e depois mandarei vir muitos caçadores, os quais os caçarão de todo monte, e de todo outeiro, e até das fendas das rochas.    17Pois os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; não se acham eles escondidos da minha face, nem está a sua iniqüidade encoberta aos meus olhos.    18E eu retribuirei em dobro a sua iniqüidade e o seu pecado, porque contaminaram a minha terra com os vultos inertes dos seus ídolos detestáveis, e das suas abominações encheram a minha herança.    19ç Senhor, força minha e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia, a ti virão as nações desde as extremidades da terra, e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras, e vaidade, em que não havia proveito.    20Pode um homem fazer para si deuses? Esses tais não são deuses!    21Portanto, eis que lhes farei conhecer, sim desta vez lhes farei conhecer o meu poder e a minha força; e saberão que o meu nome é Jeová.   

Chapter 17

1O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro; com ponta de diamante está gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares;    2enquanto seus filhos se lembram dos seus altares, e dos seus aserins, junto às árvores frondosas, sobre os altos outeiros,    3nas montanhas no campo aberto, a tua riqueza e todos os teus tesouros dá-los-ei como despojo por causa do pecado, em todos os teus termos.    4Assim tu, por ti mesmo, te privarás da tua herança que te dei; e far-te-ei servir os teus inimigos, na terra que não conheces; porque acendeste um fogo na minha ira, o qual arderá para sempre.    5Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!    6Pois é como o junípero no deserto, e não verá vir bem algum; antes morará nos lugares secos do deserto, em terra salgada e inabitada.    7Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.    8Porque é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.    9Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?    10Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.    11Como a perdiz que ajunta pintainhos que não são do seu ninho, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim se mostrará insensato.    12Um trono glorioso, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário.    13ç Senhor, esperança de Israel, todos aqueles que te abandonarem serão envergonhados. Os que se apartam de ti serão escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas.    14Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; pois tu és o meu louvor.    15Eis que eles me dizem: Onde está a palavra do Senhor? venha agora.    16Quanto a mim, não instei contigo para enviares sobre eles o mal, nem tampouco desejei o dia calamitoso; tu o sabes; o que saiu dos meus lábios estava diante de tua face.    17Não me sejas por espanto; meu refúgio és tu no dia da calamidade.    18Envergonhem-se os que me perseguem, mas não me envergonhe eu; assombrem-se eles, mas não me assombre eu; traze sobre eles o dia da calamidade, e destrói-os com dobrada destruição.    19Assim me disse o Senhor: Vai, e põe-te na porta de Benjamim, pela qual entram os reis de Judá, e pela qual saem, como também em todas as portas de Jerusalém.    20E dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá e todo o Judá, e todos os moradores de Jerusalém, que entrais por estas portas;    21assim diz o Senhor: Guardai-vos a vós mesmos, e não tragais cargas no dia de sábado, nem as introduzais pelas portas de Jerusalém;    22nem tireis cargas de vossas casas no dia de sábado, nem façais trabalho algum; antes santificai o dia de sábado, como eu ordenei a vossos pais.    23Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, para não ouvirem, e para não receberem instrução.    24Mas se vós diligentemente me ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia de sábado, e santificardes o dia de sábado, não fazendo nele trabalho algum,    25então entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes, os homens de Judá, e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre habitada.    26E virão das cidades de Judá, e dos arredores de Jerusalém, e da terra de Benjamim, e da planície, e da região montanhosa, e do e sul, trazendo à casa do Senhor holocaustos, e sacrifícios, e ofertas de cereais, e incenso, trazendo também sacrifícios de ação de graças.    27Mas, se não me ouvirdes, para santificardes o dia de sábado, e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém, e não se apagará.   

Chapter 18

1A palavra que veio do Senhor a Jeremias, dizendo:    2Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.    3Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas.    4Como o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.    5Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    6Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.    7Se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar, para derribar e para destruir,    8e se aquela nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que intentava fazer-lhe.    9E se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação e acerca dum reino, para edificar e para plantar,    10se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que lhe intentava fazer.    11Ora pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o senhor: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e emendai os vossos caminhos e as vossas ações.    12Mas eles dizem: Não há esperança; porque após os nossos projetos andaremos, e cada um fará segundo o propósito obstinado do seu mau coraçao.    13Portanto assim diz o Senhor: Perguntai agora entre as nações quem ouviu tais coisas? coisa mui horrenda fez a virgem de Israel!    14Acaso desaparece a neve do Líbano dos penhascos do Siriom? Serão esgotadas as águas frias que vêm dos montes?    15Contudo o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso a deuses falsos; fizeram-se tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem por atalhos não aplainados;    16para fazerem da sua terra objeto de espanto e de perpétuos assobios; todo aquele que passa por ela se espanta, e meneia a cabeça.    17Com vento oriental os espalharei diante do inimigo; mostrar-lhes-ei as costas e não o rosto, no dia da sua calamidade.    18Então disseram: Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; pois não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta. Vinde, e firâmo-lo com a língua, e não atendamos a nenhuma das suas palavras.    19Atende-me, ó Senhor, e ouve a voz dos que contendem comigo.    20Porventura pagar-se-á mal por bem? Contudo cavaram uma cova para a minha vida. Lembra-te de que eu compareci na tua presença, para falar a favor deles, para desviar deles a tua indignação.    21Portanto entrega seus filhos à fome, e entrega-os ao poder da espada, e sejam suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; e sejam seus maridos feridos de morte, e os seus jovens mortos à espada na peleja.    22Seja ouvido o clamor que vem de suas casas, quando de repente trouxeres tropas sobre eles; porque cavaram uma cova para prender-me e armaram laços aos meus pés.    23Mas tu, ó Senhor, sabes todo o seu conselho contra mim para matar-me. Não perdoes a sua iniquidade, nem apagues o seu pecado de diante da tua face; mas sejam transtornados diante de ti; trata-os assim no tempo da tua ira.   

Chapter 19

1Assim disse o Senhor: Vai, e compra uma botija de oleiro, e leva contigo alguns anciãos do povo e alguns anciãos dos sacerdotes;    2e sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da Porta Harsite, e apregoa ali as palavras que eu te disser;    3e dirás: Ouvi a palavra do Senhor, ó reis de Judá, e moradores de Jerusalém. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre este lugar uma calamidade tal que fará retinir os ouvidos de quem quer que dela ouvir.    4Porquanto me deixaram, e profanaram este lugar, queimando nele incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles nem seus pais, nem os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes.    5E edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem entrou no meu pensamento.    6Por isso eis que dias vêm, diz o Senhor, em que este lugar não se chamara mais Tofete, nem o vale do filho de Hinom, mas o vale da matança.    7E tornarei vão o conselho de Judá e de Jerusalém neste lugar, e os farei cair à espada diante de seus inimigos e pela mão dos que procuram tirar-lhes a vida. Darei os seus cadaveres por pasto as aves do céu e aos animais da terra.    8E farei esta cidade objeto de espanto e de assobios; todo aquele que passar por ela se espantará, e assobiará, por causa de todas as suas pragas.    9E lhes farei comer a carne de seus filhos, e a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu próximo, no cerco e no aperto em que os apertarão os seus inimigos, e os que procuram tirar-lhes a vida.    10Então quebrarás a botija à vista dos homens que foram contigo,    11e lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Deste modo quebrarei eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, de sorte que não pode mais refazer-se; e os enterrarão em Tofete, porque não haverá outro lugar para os enterrar.    12Assim farei a este lugar e aos seus moradores, diz o Senhor; sim, porei esta cidade como Tofete.    13E as casas de Jerusalém, e as casas dos reis de Judá, serão imundas como o lugar de Tofete, como também todas as casas, sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus, e ofereceram libações a deuses estranhos.    14Então voltou Jeremias de Tofete, aonde o tinha enviado o Senhor a profetizar; e pôs-se em pé no átrio da casa do Senhor, e disse a todo o povo:    15Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas cercanias, todo o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras.   

Chapter 20

1Ora Pasur, filho de Imer, o sacerdote, que era superintendente da casa do Senhor, ouviu Jeremias profetizar estas coisas.    2Então feriu Pasur ao profeta Jeremias, e o meteu no cepo que está na porta superior de Benjamim, na casa do Senhor.    3No dia seguinte, quando Pasur o tirou do cepo Jeremias lhe disse: O Senhor não te chama Pasur, mas Magor-Missabibe.    4Porque assim diz o Senhor: Eis que farei de ti um terror para ti mesmo, e para todos os teus amigos. Eles cairão à espada de seus inimigos, e teus olhos o verão. Entregarei Judá todo na mão do rei de Babilônia; ele os levará cativos para Babilônia, e matá-los-á à espada.    5Também entregarei todas as riquezas desta cidade, todos os seus lucros, e todas as suas coisas preciosas, sim, todos os tesouros dos reis de Judá na mão de seus inimigos, que os saquearão e, tomando-os, os levarão a Babilônia.    6E tu, Pasur, e todos os moradores da tua casa ireis para o cativeiro; e virás para Babilônia, e ali morrerás, e ali serás sepultado, tu, e todos os teus amigos, aos quais profetizaste falsamente.    7Seduziste-me, ó Senhor, e deixei-me seduzir; mais forte foste do que eu, e prevaleceste; sirvo de escárnio o dia todo; cada um deles zomba de mim.    8Pois sempre que falo, grito, clamo: Violência e destruição; porque se tornou a palavra do Senhor um opróbrio para mim, e um ludíbrio o dia todo.    9Se eu disser: Não farei menção dele, e não falarei mais no seu nome, então há no meu coração um como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, e estou fatigado de contê-lo, e não posso mais.    10Pois ouço a difamação de muitos, terror por todos os lados! Denunciai-o! Denunciemo-lo! dizem todos os meus íntimos amigos, aguardando o meu manquejar; bem pode ser que se deixe enganar; então prevaleceremos contra ele e nos vingaremos dele.    11Mas o Senhor está comigo como um guerreiro valente; por isso tropeçarão os meus perseguidores, e não prevalecerão; ficarão muito confundidos, porque não alcançarão êxito, sim, terão uma confusão perpétua que nunca será esquecida.    12Tu pois, ó Senhor dos exércitos, que provas o justo, e vês os pensamentos e o coração, permite que eu veja a tua vingança sobre eles; porque te confiei a minha causa.    13Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores.    14Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz.    15Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu- te um filho, alegrando-o com isso grandemente.    16E seja esse homem como as cidades que o senhor destruiu sem piedade; e ouça ele um clamor pela manhã, e um alarido ao meio-dia.    17Por que não me matou na madre? assim minha mãe teria sido a minha sepultura, e teria ficado grávida perpetuamente!    18Por que saí da madre, para ver trabalho e tristeza, e para que se consumam na vergonha os meus dias?   

Chapter 21

1A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, quando o rei Zedequias lhe enviou Pasur, filho de Malquias, e Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, dizendo:    2Pergunta agora por nós ao Senhor, por que Nabucodonozor, rei de Babilônia, guerreia contra nós; porventura o Senhor nos tratará segundo todas as suas maravilhas, e fará que o rei se retire de nós.    3Então Jeremias lhes respondeu: Assim direis a Zedequias:    4Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Eis que virarei contra vos as armas de guerra, que estão nas vossas mãos, com que vós pelejais contra o rei de Babilônia e contra os caldeus, que vos estão sitiando ao redor dos muros, e ajuntá-los-ei no meio desta cidade.    5E eu mesmo pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e em ira, e em furor, e em grande indignação.    6E ferirei os habitantes desta cidade, tanto os homens como os animais; de grande peste morrerão.    7E depois disso, diz o Senhor, entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo, e os que desta cidade restarem da peste, e da espada, e da fome, sim entregá-los-ei na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram tirar-lhes a vida; e ele os passará ao fio da espada; não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericordia.    8E a este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.    9O que ficar nesta cidade há de morrer à espada, ou de fome, ou de peste; mas o que sair, e se render aos caldeus, que vos cercam, viverá, e terá a sua vida por despojo.    10Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz o Senhor; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo.    11E à casa do rei de Judá dirás: Ouvi a palavra do Senhor:    12O casa de Davi, assim diz o Senhor: Executai justiça pela manhã, e livrai o espoliado da mão do opressor, para que não saia o meu furor como fogo, e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de vossas ações.    13Eis que eu sou contra ti, ó moradora do vale, ó rocha da campina, diz o Senhor; contra vós que dizeis: Quem descerá contra nós? ou: Quem entrará nas nossas moradas?    14E eu vos castigarei segundo o fruto das vossas ações, diz o Senhor; e no seu bosque acenderei fogo que consumirá a tudo o que está em redor dela.   

Chapter 22

1Assim diz o Senhor: Desce à casa do rei de Judá, e anuncia ali esta palavra.    2E dize: Ouve a palavra do Senhor, ó rei de Judá, que te assentas no trono de Davi; ouvi, tu, e os teus servos, e o teu povo, que entrais por estas portas.    3Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor. Não façais nenhum mal ou violencia ao estrangeiro, nem ao orfão, nem a viúva; não derrameis sangue inocente neste lugar.    4Pois se deveras cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa reis que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles, e os seus servos, e o seu povo.    5Mas se não derdes ouvidos a estas palavras, por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em assolação.    6Pois assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade, e a cabeça do Líbano; todavia certamente farei de ti um deserto e cidades desabitadas.    7E prepararei contra ti destruidores, cada um com as suas armas; os quais cortarão os teus cedros escolhidos, e os lançarão no fogo.    8E muitas nações passarão por esta cidade, e dirá cada um ao seu companheiro: Por que procedeu o Senhor assim com esta grande cidade?    9Então responderão: Porque deixaram o pacto do Senhor seu Deus, e adoraram a outros deuses, e os serviram.    10Não choreis o morto, nem o lastimeis; mas chorai amargamente aquele que sai; porque não voltará mais, nem verá a terra onde nasceu.    11Pois assim diz o Senhor acerca de Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reinou em lugar de Josias seu pai, que saiu deste lugar: Nunca mais voltará para cá,    12mas no lugar para onde o levaram cativo morrerá, e nunca mais verá esta terra.    13Ai daquele que edifica a sua casa com iniqüidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário;    14que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de cedro, e pintando-a de vermelhão.    15Acaso reinarás tu, porque procuras exceder no uso de cedro? O teu pai não comeu e bebeu, e não exercitou o juízo e a justiça? Por isso lhe sucedeu bem.    16Julgou a causa do pobre e necessitado; então lhe sucedeu bem. Porventura não é isso conhecer-me? diz o Senhor.    17Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão e a violência.    18Portanto assim diz o Senhor acerca de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá: Não o lamentarão, dizendo: Ai, meu irmão! ou: Ai, minha irmã! nem o lamentarão, dizendo: Ai, Senhor! ou: Ai, sua majestade!    19Com a sepultura de jumento será sepultado, sendo arrastado e lançado fora das portas de Jerusalém.    20Sobe ao Líbano, e clama, e levanta a tua voz em Basã, e clama desde Abarim; porque são destruídos todos os teus namorados.    21Falei contigo no tempo da tua prosperidade; mas tu disseste: Não escutarei. Este tem sido o teu caminho, desde a tua mocidade, o não obedeceres à minha voz.    22O vento apascentará todos os teus pastores, e os teus namorados irão para o cativeiro; certamente então te confundirás,    23e tu, que habitas no Líbano, aninhada nos cedros, como hás de gemer, quando te vierem as dores, os ais como da que está de parto!    24Vivo eu, diz o Senhor, ainda que Conias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo da minha mão direita, contudo eu dali te arrancaria;    25e te entregaria na mão dos que procuram tirar-te a vida, e na mão daqueles diante dos quais tu temes, a saber, na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e na mão dos caldeus.    26A ti e a tua mãe, que te deu à luz, lançar-vos-ei para uma terra estranha, em que não nascestes, e ali morrereis.    27Mas à terra para a qual eles almejam voltar, para lá não voltarão.    28E este homem Conias algum vaso desprezado e quebrado, um vaso de que ninguém se agrada? Por que razão foram ele e a sua linhagem arremessados e arrojados para uma terra que não conhecem?    29ç terra, terra, terra; ouve a palavra do Senhor.    30Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem fica sem filhos, homem que não prosperará nos seus dias; pois nenhum da sua linhagem prosperará para assentar-se sobre o trono de Davi e reinar daqui em diante em Judá.   

Chapter 23

1Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.    2Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.    3E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.    4E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.    5Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra.    6Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.    7Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que tirou os filhos de Israel da terra do Egito;    8mas: Vive o Senhor, que tirou e que trouxe a linhagem da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e eles habitarão na sua terra.    9Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado, e como um homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e por causa das suas santas palavras.    10Pois a terra está cheia de adúlteros; por causa da maldição a terra chora, e os pastos do deserto se secam. A sua carreira é má, e a sua força não é reta.    11Porque tanto o profeta como o sacerdote são profanos; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor.    12Portanto o seu caminho lhes será como veredas escorregadias na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, o ano mesmo da sua punição, diz o Senhor.    13Nos profetas de Samária bem vi eu insensatez; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel.    14Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, de sorte que não se convertam da sua maldade; eles têm- se tornado para mim como Sodoma, e os moradores dela como Gomorra.    15Portanto assim diz o Senhor dos exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.    16Assim diz o Senhor dos exércitos: Não deis ouvidos as palavras dos profetas, que vos profetizam a vós, ensinando-vos vaidades; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor.    17Dizem continuamente aos que desprezam a palavra do Senhor: Paz tereis; e a todo o que anda na teimosia do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.    18Pois quem dentre eles esteve no concílio do Senhor, para que percebesse e ouvisse a sua palavra, ou quem esteve atento e escutou a sua palavra?    19Eis a tempestade do Senhor! A sua indignação, qual tempestade devastadora, já saiu; descarregar-se-á sobre a cabeça dos impios.    20Não retrocederá a ira do Senhor, até que ele tenha executado e cumprido os seus desígnios. Nos últimos dias entendereis isso claramente.    21Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei a eles, todavia eles profetizaram.    22Mas se tivessem assistido ao meu concílio, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam desviado do seu mau caminho, e da maldade das suas ações.    23Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe?    24Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu o céu e a terra? diz o Senhor.    25Tenho ouvido o que dizem esses profetas que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.    26Até quando se achará isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que profetizam do engano do seu próprio coração?    27Os quais cuidam fazer com que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu próximo, assim como seus pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal.    28O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.    29Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a pedra?    30Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo.    31Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse.    32Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com a sua vã jactância; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e eles não trazem proveito algum a este povo, diz o Senhor.    33Quando pois te perguntar este povo, ou um profeta, ou um sacerdote, dizendo: Qual é a profecia do Senhor? Então lhes dirás: Qual a profecia! que eu vos arrojarei, diz o Senhor.    34E, quanto ao profeta, e ao sacerdote, e ao povo, que disser: A profecia do Senhor; eu castigarei aquele homem e a sua casa.    35Assim direis, cada um ao seu próximo, e cada um ao seu irmão: Que respondeu o Senhor? e: Que falou o Senhor?    36Mas nunca mais fareis menção da profecia do Senhor, porque a cada um lhe servirá de profecia a sua própria palavra; pois torceis as palavras do Deus vivo, do Senhor dos exércitos, o nosso Deus.    37Assim dirás ao profeta: Que te respondeu o Senhor? e: Que falou o Senhor?    38Se, porém, disserdes: A profecia do Senhor; assim diz o Senhor: Porque dizeis esta palavra: A profecia do Senhor, quando eu mandei dizer-vos: Não direis: A profecia do Senhor;    39por isso, eis que certamente eu vos levantarei, e vos lançarei fora da minha presença, a vós e a cidade que vos dei a vós e a vossos pais;    40e porei sobre vós perpétuo opróbrio, e eterna vergonha, que não será esquecida.   

Chapter 24

1Fez-me o Senhor ver, e vi dois cestos de figos, postos diante do templo do Senhor. Sucedeu isso depois que Nabucodonozor, rei de Babilônia, levara em cativeiro a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, e os príncipes de Judá, e os carpinteiros, e os ferreiros de Jerusalém, e os trouxera a Babilonia.    2Um cesto tinha figos muito bons, como os figos temporãos; mas o outro cesto tinha figos muito ruins, que não se podiam comer, de ruins que eram.    3E perguntou-me o Senhor: Que vês tu, Jeremias? E eu respondi: Figos; os figos bons, muito bons, e os ruins, muito ruins, que não se podem comer, de ruins que são.    4Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    5Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim atentarei com favor para os exilados de Judá, os quais eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus.    6Porei os meus olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra. Edificá-los-ei, e não os demolirei; e plantá-los-ei, e não os arrancarei.    7E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; pois se voltarão para mim de todo o seu coração.    8E como os figos ruins, que não se podem comer, de ruins que são, certamente assim diz o Senhor: Do mesmo modo entregarei Zedequias, rei de Judá, e os seus príncipes, e o resto de Jerusalém, que ficou de resto nesta terra, e os que habitam na terra do Egito;    9eu farei que sejam espetáculo horrendo, uma ofensa para todos os reinos da terra, um opróbrio e provérbio, um escárnio, e uma maldição em todos os lugares para onde os arrojarei.    10E enviarei entre eles a espada, a fome e a peste, até que sejam consumidos de sobre a terra que lhes dei a eles e a seus pais.   

Chapter 25

1A palavra que veio a Jeremias acerca de todo o povo de Judá, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá (que era o primeiro ano de Nabucodonozor, rei de Babilônia,    2a qual anunciou o profeta Jeremias a todo o povo de Judá, e a todos os habitantes de Jerusalém, dizendo:    3Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, e vo-la tenho anunciado, falando-vos insistentemente; mas vós não tendes escutado.    4Também o Senhor vos tem enviado com insistência todos os seus servos, os profetas mas vós não escutastes, nem inclinastes os vossos ouvidos para ouvir,    5quando vos diziam: Convertei-vos agora cada um do seu mau caminho, e da maldade das suas ações, e habitai na terra que o Senhor vos deu e a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre;    6e não andeis após deuses alheios para os servirdes, e para os adorardes, nem me provoqueis à ira com a obra de vossas mãos; e não vos farei mal algum.    7Todavia não me escutastes, diz o Senhor, mas me provocastes à ira com a obra de vossas mãos, para vosso mal.    8Portanto assim diz o Senhor dos exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras    9eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do Norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonozor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor. e os destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de perpétuo opróbrio.    10E farei cessar dentre eles a voz de gozo e a voz de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva, o som das mós e a luz do candeeiro.    11E toda esta terra virá a ser uma desolação e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos.    12Acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniqüidade, e a terra dos caldeus; farei dela uma desolação perpetua.    13E trarei sobre aquela terra todas as minhas palavras, que tenho proferido contra ela, tudo quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremias contra todas as nações.    14Porque deles, sim, deles mesmos muitas nações e grandes reis farão escravos; assim lhes retribuirei segundo os seus feitos, e segundo as obras das suas mãos.    15Pois assim me disse o Senhor, o Deus de Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho de furor, e faze que dele bebam todas as nações, às quais eu te enviar.    16Beberão, e cambalearão, e enlouquecerão, por causa da espada, que eu enviarei entre eles.    17Então tomei o cálice da mão do Senhor, e fiz que bebessem todas as nações, às quais o Senhor me enviou:    18a Jerusalém, e às cidades de Judá, e aos seus reis, e aos seus principes, para fazer deles uma desolação, um espanto, um assobio e uma maldição, como hoje se ve;    19a Faraó, rei do Egito, e a seus servos, e a seus príncipes, e a todo o seu povo;    20e a todo o povo misto, e a todos os reis da terra de Uz, e a todos os reis da terra dos filisteus, a Asquelom, a Gaza, a Ecrom, e ao que resta de Asdode;    21e a Edom, a Moabe, e aos filhos de Amom;    22e a todos os reis de Tiro, e a todos os reis de Sidom, e aos reis das terras dalém do mar;    23a Dedã, a Tema, a Buz e a todos os que cortam os -cantos da cabeleira;    24a todos os reis da Arábia, e a todos os reis do povo misto que habita no deserto;    25a todos os reis de Zinri, a todos os reis de Elão, e a todos os reis da Média;    26a todos os reis do Norte, os de perto e os de longe, tanto um como o outro, e a todos os reinos da terra, que estão sobre a face da terra; e o rei de Sesaque beberá depois deles.    27Pois lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar, por causa da espada que eu vos enviarei.    28Se recusarem tomar o copo da tua mão para beber, então lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Certamente bebereis.    29Pois eis que sobre a cidade que se chama pelo meu nome, eu começo a trazer a calamidade; e haveis vós de ficar totalmente impunes? Não ficareis impunes; porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos exércitos.    30Tu pois lhes profetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor desde o alto bramirá, e fará ouvir a sua voz desde a sua santa morada; bramirá fortemente contra a sua habitação; dará brados, como os que pisam as uvas, contra todos os moradores da terra.    31Chegará o estrondo até a extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; quanto aos ímpios, ele os entregará a espada, diz o Senhor.    32Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tempestade se levantará dos confins da terra.    33E os mortos do Senhor naquele dia se encontrarão desde uma extremidade da terra até a outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como esterco sobre a superfície da terra.    34Uivai, pastores, e clamai; e revolvei-vos na cinza, vós que sois os principais do rebanho; pois já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e eu vos despedaçarei, e vós então caireis como carneiros escolhidos.    35E não haverá refúgio para os pastores, nem lugar para onde escaparem os principais do rebanho.    36Eis a voz de grito dos pastores, o uivo dos principais do rebanho; porque o Senhor está devastando o pasto deles.    37E as suas malhadas pacíficas são reduzidas a silêncio, por causa do furor da ira do Senhor.    38Deixou como leão o seu covil; porque a sua terra se tornou em desolação, por causa do furor do opressor, e por causa do furor da sua ira.   

Chapter 26

1No princípio do reino de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio da parte do Senhor esta palavra, dizendo:    2Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor e dize a todas as cidades de Judá que vêm adorar na casa do Senhor, todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra.    3Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho, para que eu desista do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações.    4Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, que pus diante de vós,    5e para ouvirdes as palavras dos meus servos, os profetas, que eu com insistência vos envio, mas não ouvistes;    6então farei que esta casa seja como Siló, e farei desta cidade uma maldição para todas as nações da terra.    7E ouviram os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, a Jeremias, anunciando estas palavras na casa do Senhor.    8Tendo Jeremias acabado de dizer tudo quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram nele os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, dizendo: Certamente morrerás.    9Por que profetizaste em nome do Senhor, dizendo: Será como Siló esta casa, e esta cidade ficará assolada e desabitada? E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na casa do Senhor.    10Quando os príncipes de Judá ouviram estas coisas, subiram da casa do rei à casa do Senhor, e se assentaram à entrada da porta nova do Senhor.    11Então falaram os sacerdotes e os profetas aos príncipes e a todo povo, dizendo: Este homem é réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com os vossos proprios ouvidos.    12E falou Jeremias a todos os príncipes e a todo o povo, dizendo: O Senhor enviou-me a profetizar contra esta casa, e contra esta cidade, todas as palavras que ouvistes.    13Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus, e o Senhor desistirá do mal que falou contra vós.    14Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim conforme o que for bom e reto aos vossos olhos.    15Sabei, porém, com certeza que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, e sobre esta cidade, e sobre os seus habitantes; porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós, para dizer aos vossos ouvidos todas estas palavras.    16Então disseram os príncipes e todo o povo aos sacerdotes e aos profetas: Este homem não é réu de morte, porque em nome do Senhor, nosso Deus, nos falou.    17Também se levantaram alguns dos anciãos da terra, e falaram a toda a assembléia do povo, dizendo:    18Miquéias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, e falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte desta casa como os altos de um bosque.    19Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes não temeu este ao Senhor, e não implorou o favor do Senhor? e não se arrependeu o Senhor do mal que falara contra eles? Mas nós estamos fazendo um grande mal contra as nossas almas.    20Também houve outro homem que profetizava em nome do Senhor: Urias, filho de Semaías, de Quiriate-Jearim, o qual profetizou contra esta cidade, e contra esta terra, conforme todas as palavras de Jeremias;    21e quando o rei Jeoiaquim, e todos os seus valentes, e todos os príncipes, ouviram as palavras dele, procurou o rei matá-lo; mas quando Urias o ouviu, temeu, e fugiu, e foi para o Egito;    22mas o rei Jeoiaquim enviou ao Egito certos homens; Elnatã, filho de Acbor, e outros com ele,    23os quais tiraram a Urias do Egito, e o trouxeram ao rei Jeoiaquim, que o matou à espada, e lançou o seu cadáver nas sepulturas da plebe.    24Porém Aicão, filho de Safã, deu apoio a Jeremias, de sorte que não foi entregue na mão do povo, para ser morto.   

Chapter 27

1No princípio do reinado de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra a Jeremias da parte do Senhor, dizendo:    2Assim me disse o Senhor: Faze-te brochas e canzis e põe-nos ao teu pescoço.    3Depois envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pela mão dos mensageiros que são vindos a Jerusalém a ter com zedequias, rei de Judá;    4e lhes darás uma mensageem para seus senhores, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores:    5Sou eu que, com o meu grande poder e o meu braço estendido, fiz a terra com os homens e os animais que estão sobre a face da terra; e a dou a quem me apraz.    6E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam.    7Todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que venha o tempo da sua própria terra; e então muitas nações e grandes reis se servirão dele.    8A nação e o reino que não servirem a Nabucodonozor, rei de Babilônia, e que não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, punirei com a espada, com a fome, e com a peste a essa nação, diz o Senhor, até que eu os tenha consumido pela mão dele.    9Não deis ouvidos, pois, aos vossos profetas, e aos vossos adivinhadores, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos dizem: Não servireis o rei de Babilônia;    10porque vos profetizam a mentira, para serdes removidos para longe da vossa terra, e eu vos expulsarei dela, e vós perecereis.    11Mas a nação que meter o seu pescoço sob o jugo do rei de Babilônia, e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o Senhor; e lavrá-la-á e habitará nela.    12E falei com Zedequias, rei de Judá, conforme todas estas palavras: Metei os vossos pescoços no jugo do rei de Babilônia, e servi-o, a ele e ao seu povo, e vivei.    13Por que morrereis tu e o teu povo, à espada, de fome, e de peste, como o Senhor disse acerca da nação que não servir ao rei de Babilônia?    14Não deis ouvidos às palavras dos profetas que vos dizem: Não servireis ao rei de Babilônia; porque vos profetizam a mentira.    15Pois não os enviei, diz o Senhor, mas eles profetizam falsamente em meu nome; para que eu vos lance fora, e venhais a perecer, vós e os profetas que vos profetizam.    16Então falei aos sacerdotes, e a todo este povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Não deis ouvidos às palavras dos vossos profetas, que vos profetizam dizendo: Eis que os utensílios da casa do senhor cedo voltarão de Babilônia; pois eles vos profetizam a mentira.    17Não lhes deis ouvidos; servi ao rei de Babilônia, e vivei. Por que se tornaria esta cidade em assolação?    18Se, porém, são profetas, e se está com eles a palavra do Senhor, intercedam agora junto ao Senhor dos exércitos, para que os utensílios que ficaram na casa do Senhor, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém, não vão para Babilônia.    19Pois assim diz o Senhor dos exércitos acerca das colunas, e do mar, e das bases, e dos demais utensílios que ficaram na cidade,    20os quais Nabucodonozor, rei de Babilônia, não levou, quando transportou de Jerusalém para Babilônia a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, como também a todos os nobres de Judá e de Jerusalém;    21assim pois diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, acerca dos utensílios que ficaram na casa do Senhor, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém:    22Para Babilônia serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar, diz o Senhor; então os farei subir, e os restituirei a este lugar.   

Chapter 28

1E sucedeu no mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto, que Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão, me falou, na casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo dizendo:    2Assim fala o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrarei o jugo do rei de Babilônia.    3Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do Senhor, que deste lugar tomou Nabucodonozor, rei de Babilônia, levando-os para Babilônia.    4Também a Jeconias, filho de Jeoiaquim rei de Judá, e a todos os do cativeiro de, Judá, que entraram em Babilônia, eu os tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque hei de quebrar o jugo do rei de Babilônia.    5Então falou o profeta Jeremias ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes, e na presença de todo o povo que estava na casa do Senhor.    6Disse pois Jeremias, o profeta: Amém! assim faça o Senhor; cumpra o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro, de Babilônia para este lugar.    7Mas ouve agora esta palavra, que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo:    8Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antigüidade, profetizaram contra muitos países e contra grandes reinos, acerca de guerra, de fome e de peste.    9Quanto ao profeta que profetuar de paz, quando se cumprir a palavra desse profeta, então será conhecido que o Senhor na verdade enviou o profeta.    10Então o profeta Hananias tomou o canzil do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou.    11E falou Hananias na presença de todo o povo, dizendo: Isto diz o Senhor: Assim dentro de dois anos quebrarei o jugo de Nabucodonozor, rei de Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi seu caminho.    12Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, depois de ter o profeta Hananias quebrado o jugo de sobre o pescoço do profeta Jeremias, dizendo:    13Vai, e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste, mas em vez deles farei jugos de ferro    14Pois assim diz o Senhor dos exércitos o Deus de Israel Jugo de ferro pus sobre o, pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonozor, rei de Babilônia, e o servirão; e até os animais do campo lhe dei.    15Então disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: O Senhor não te enviou, mas tu fazes que este povo confie numa mentira.    16Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra. Este ano morrerás, porque pregaste rebelião contra o Senhor.    17Morreu, pois, Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.   

Chapter 29

1Ora, são estas as palavras da carta que Jeremias, o profeta, enviou de Jerusalém, aos que restavam dos anciãos do cativeiro, como também aos sacerdotes, e aos profetas, e a todo o povo, que Nabucodonozor levara cativos de Jerusalém para Babilônia,    2depois de terem saído de Jerusalém o rei Jeconias, e a rainha-mãe, e os eunucos, e os príncipes de Judá e Jerusalém e os artífices e os ferreiros.    3Veio por mão de Elasa, filho de Safã, e de Gemarias, filho de Hilquias, os quais Zedequias, rei de Judá, enviou a Babilônia, a Nabucodonozor, rei de Babilônia; eis as palavras da carta:    4Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia:    5Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto.    6Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais.    7E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz.    8Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhadores; nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que vós sonhais;    9porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o Senhor.    10Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.    11Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.    12Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.    13Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.    14E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregarvos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.    15Porque dizeis: O Senhor nos levantou profetas em Babilônia;    16portanto assim diz o Senhor a respeito do rei que se assenta no trono de Davi, e de todo o povo que habita nesta cidade, vossos irmãos, que não saíram convosco para o cativeiro;    17assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que enviarei entre eles a espada, a fome e a peste e fá-los-ei como a figos péssimos, que não se podem comer, de ruins que são.    18E persegui-los-ei com a espada, com a fome e com a peste; farei que sejam um espetáculo de terror para todos os reinos da terra, e para serem um motivo de execração, de espanto, de assobio, e de opróbrio entre todas as nações para onde os tiver lançado,    19porque não deram ouvidos às minhas palavras, diz o Senhor, as quais lhes enviei com insistência pelos meus servos, os profetas; mas vós não escutastes, diz o Senhor.    20Ouvi, pois, a palavra do Senhor, vós todos os do cativeiro que enviei de Jerusalém para Babilônia.    21Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, acerca de Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias, que vos profetizam falsamente em meu nome: Eis que os entregarei na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e ele os matará diante dos vossos olhos.    22E por causa deles será formulada uma maldição por todos os exilados de Judá que estão em Babilônia, dizendo: O Senhor te faça como a Zedequias, e como a Acabe, os quais o rei de Babilônia assou no fogo;    23porque fizeram insensatez em Israel, cometendo adultério com as mulheres de seus próximos, e anunciando falsamente em meu nome palavras que não lhes mandei. Eu o sei, e sou testemunha disso, diz o Senhor.    24E a Semaías, o neelamita, falarás, dizendo:    25Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Porquanto enviaste em teu próprio nome cartas a todo o povo que está em Jerusalém, como também a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, e a todos os sacerdotes, dizendo:    26O Senhor te pôs por sacerdote em lugar de Jeoiada, o sacerdote, para que fosses encarregado da casa do Senhor, sobre todo homem obsesso que profetiza, para o lançares na prisão e no tronco;    27agora, pois, por que não repreendeste a Jeremias, o anatotita, que vos profetiza?    28Pois que até nos mandou dizer em Babilônia: O cativeiro muito há de durar; edificai casas, e habitai-as; e plantai jardins, e comei do seu fruto.    29E lera Sofonias, o sacerdote, esta carta aos ouvidos de Jeremias, o profeta.    30Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:    31Manda a todos os do cativeiro, dizendo: Assim diz o Senhor acerca de Semaías, o neelamita: Porquanto Semaías vos profetizou, quando eu não o enviei, e vos fez confiar numa mentira,    32portanto assim diz o Senhor: Eis que castigarei a Semaías, o neelamita, e a sua descendência; ele não terá varão que habite entre este povo, nem verá ele o bem que hei de fazer ao meu povo, diz o Senhor, porque pregou rebelião contra o Senhor.   

Chapter 30

1A palavra que do Senhor veio a Jeremias, dizendo:    2Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que te falei;    3pois eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel e Judá, diz o Senhor; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão.    4E estas são as palavras que disse o Senhor, acerca de Israel e de Judá.    5Assim, pois, diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz.    6Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que está de parto? Por que empalideceram todos os rostos?    7Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; todavia, há de ser livre dela.    8E será naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, que eu quebrarei o jugo de sobre o seu pescoço, e romperei as suas brochas. Nunca mais se servirão dele os estrangeiros;    9mas ele servirá ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhe levantarei.    10Não temas pois tu, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei de terras longinquas, se à tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranqüilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.    11Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar; porquanto darei fim cabal a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida justa, e de maneira alguma te terei por inocente.    12Porque assim diz o Senhor: Incurável é a tua fratura, e gravíssima a tua ferida.    13Não há quem defenda a tua causa; para a tua ferida não há remédio nem cura.    14Todos os teus amantes se esqueceram de ti; não te procuram; pois te feri com ferida de inimigo, e com castigo de quem é cruel, porque é grande a tua culpa, e têm-se multiplicado os teus pecados.    15Por que gritas por causa da tua fratura? tua dor é incurável. Por ser grande a tua culpa, e por se terem multiplicado os teus pecados, é que te fiz estas coisas.    16Portanto todos os que te devoram serão devorados, e todos os teus adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão roubados, e a todos os que te saqueiam entregarei ao saque.    17Pois te restaurarei a saúde e te sararei as feridas, diz o Senhor; porque te chamaram a repudiada, dizendo: É Sião, à qual já ninguém procura.    18Assim diz o Senhor: Eis que acabarei o cativeiro das tendas de Jacó, e apiedarme-ei das suas moradas; e a cidade será reedificada sobre o seu montão, e o palácio permanecerá como habitualmente.    19E sairá deles ação de graças e a voz dos que se alegram; e multiplicá-los-ei, e não serão diminuídos; glorificá-los-ei, e não serão apoucados.    20E seus filhos serão como na antigüidade, e a sua congregação será estabelecida diante de mim, e castigarei todos os seus opressores.    21E o seu príncipe será deles, e o seu governador sairá do meio deles; e o farei aproximar, e ele se chegará a mim. Pois quem por si mesmo ousaria chegar-se a mim? diz o Senhor.    22E vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.    23Eis a tempestade do Senhor! A sua indignação já saiu, uma tempestade varredora; cairá cruelmente sobre a cabeça dos impios.    24Não retrocederá o furor da ira do Senhor, até que ele tenha executado, e até que tenha cumprido os desígnios do seu coração. Nos últimos dias entendereis isso.   

Chapter 31

1Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo.    2Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça no deserto. Eu irei e darei descanso a Israel.    3De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí.    4De novo te edificarei, e serás edificada ó virgem de Israel! ainda serás adornada com os teus adufes, e sairás nas danças dos que se alegram.    5Ainda plantarás vinhas nos montes de Samária; os plantadores plantarão e gozarão dos frutos.    6Pois haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, ao Senhor nosso Deus.    7Pois assim diz o Senhor: Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa da principal das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, Senhor, o teu povo, o resto de Israel.    8Eis que os trarei da terra do norte e os congregarei das extremidades da terra; e com eles os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande companhia voltarão para cá.    9Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito em que não tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito.    10Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas longinquas terras maritimas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho.    11Pois o Senhor resgatou a Jacó, e o livrou da mão do que era mais forte do que ele.    12E virão, e cantarão de júbilo nos altos de Sião, e ficarão radiantes pelos bens do Senhor, pelo trigo, o mosto, e o azeite, pelos cordeiros e os bezerros; e a sua vida será como um jardim regado, e nunca mais desfalecerão.    13Então a virgem se alegrará na dança, como também os mancebos e os velhos juntamente; porque tornarei o seu pranto em gozo, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar de tristeza.    14E saciarei de gordura a alma dos sacerdotes, e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor.    15Assim diz o Senhor: Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo. Raquel chora a seus filhos, e não se deixa consolar a respeito deles, porque já não existem.    16Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz do choro, e das lágrimas os teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, e eles voltarão da terra do imimigo.    17E há esperança para o teu futuro, diz o Senhor; pois teus filhos voltarão para os seus termos.    18Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Castigaste-me e fui castigado, como novilho ainda não domado; restaura-me, para que eu seja restaurado, pois tu és o Senhor meu Deus.    19Na verdade depois que me desviei, arrependi-me; e depois que fui instruído, bati na minha coxa; fiquei confundido e envergonhado, porque suportei o opróbrio da minha mocidade.    20Não é Efraim meu filho querido? filhinho em quem me deleito? Pois quantas vezes falo contra ele, tantas vezes me lembro dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei dele, diz o Senhor.    21Põe-te marcos, faze postes que te guiem; dirige a tua atenção à estrada, ao caminho pelo qual foste; regressa, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades.    22Até quando andarás errante, ó filha rebelde? pois o senhor criou uma coisa nova na terra: uma mulher protege a um varão.    23Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ainda dirão esta palavra na terra de Judá, e nas suas cidades, quando eu acabar o seu cativeiro: O Senhor te abençoe, ó morada de justiça, ó monte de santidade!    24E nela habitarão Judá, e todas as suas cidades juntamente; como também os lavradores e os que pastoreiam os rebanhos.    25Pois saciarei a alma cansada, e fartarei toda alma desfalecida.    26Nisto acordei, e olhei; e o meu sono foi doce para mim.    27Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que semearei de homens e de animais a casa de Israel e a casa de Judá.    28E será que, como vigiei sobre eles para arrancar e derribar, para transtornar, destruir, e afligir, assim vigiarei sobre eles para edificar e para plantar, diz o Senhor.    29Naqueles dias não dirão mais: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram.    30Pelo contrário, cada um morrerá pela sua própria iniqüidade; de todo homem que comer uvas verdes, é que os dentes se embotarão.    31Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá,    32não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.    33Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.    34E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.    35Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos é o seu nome:    36Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre.    37Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor.    38Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a torre de Hananel até a porta da esquina.    39E a linha de medir estender-se-á para diante, até o outeiro de Garebe, e dará volta até Goa.    40E o vale inteiro dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até o ribeiro de Cedrom, até a esquina da porta dos cavalos para o oriente, tudo será santo ao Senhor; nunca mais será arrancado nem derribado.   

Chapter 32

1A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, no ano décimo de Zedequias, rei de Judá, o qual foi o ano dezoito de Nabucodonozor.    2Ora, cercava então o exército do rei de Babilônia a Jerusalém; e Jeremias, o profeta, se achava encerrado no pátio da guarda que estava na casa do rei de Judá;    3pois Zedequias, rei de Judá, o havia encarcerado, dizendo: Por que profetizas , dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que entrego esta cidade na mão do rei de Babilônia, e ele a tomará;    4e Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas certamente será entregue na mão do rei de Babilônia, e com ele falará boca a boca, e os seus olhos verão os olhos dele;    5e ele levará para Babilônia a Zedequias, que ali estará até que eu o visite, diz o Senhor, e, ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?    6Disse pois Jeremias: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:    7Eis que Hanamel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo que está em Anatote, pois tens o direito de resgate; a ti compete comprá-lo.    8Veio, pois, a mim Hanamel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pátio da guarda, e me disse: Compra o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim; porque teu é o direito de herança e teu é o de resgate; compra-o para ti. Então entendi que isto era a palavra do Senhor.    9Comprei, pois, de Hanamel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos de prata.    10Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas, e pesei-lhe o dinheiro numa balança.    11E tomei a escritura da compra, que continha os termos e as condições, tanto a que estava selada, como a cópia que estava aberta,    12e as dei a Baruque, filho de Nerias, filho de Maséias, na presença de Hanamel, filho de meu tio, e na presença das testemunhas que subscreveram a escritura da compra, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda.    13E dei ordem a Banique, na presença deles, dizendo:    14Assim diz o Senbor dos exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras de compra, tanto a selada, como a aberta, e mete-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias;    15pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra.    16E depois que dei a escritura da compra a Banique, filho de Nerias, orei ao Senhor, dizendo:    17Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!    18Usas de benignidade para com milhares e tornas a iniqüidade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos exércitos.    19Grande em conselho, e poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dares a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras;    20puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em Israel, como entre os outros homens; e te fizeste um nome, qual tu tens neste dia.    21E tiraste o teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e com grande terror;    22e lhes deste esta terra, que juraste a seus pais que lhes havias de dar, terra que mana leite e mel.    23E entraram nela, e a possuíram; mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua lei; de tudo o que lhes mandaste fazer, eles não fizeram nada; pelo que ordenaste lhes sucedesse todo este mal.    24Eis aqui os valados! já vieram contra a cidade para tomá-la e a cidade está entregue na mão dos caldeus que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela peste. O que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.    25Contudo tu me disseste, ó Senhor Deus: Compra-te o campo por dinheiro, e chama testemunhas, embora a cidade já esteja dada na mão dos caldeus:    26Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:    27Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso há alguma coisa demasiado difícil para mim?    28Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e ele a tomará.    29E os caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.    30Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.    31Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de mim,    32por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.    33E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.    34Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.    35Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.    36E por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de Babilônia, pela espada, e pela fome, e pela peste:    37Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.    38E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.    39E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;    40e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.    41E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma.    42Pois assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim eu trarei sobre eles todo o bem que lhes tenho prometido.    43E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens nem animais; está entregue na mão dos caldeus.    44Comprarão campos por dinheiro, assinarão escrituras e as selarão, e chamarão testemunhas, na terra de Benjamim, e nos lugares ao redor de Jerusalém, e nas cidades de Judá e nas cidades da região montanhosa, e nas cidades das planícies e nas cidades do Sul porque os farei voltar do cativeiro, diz o Senhor.   

Chapter 33

1E veio a palavra do Senhor a Jeremias, segunda vez, estando ele ainda encarcerado no pátio da guarda, dizendo:    2Assim diz o Senhor que faz isto, o Senhor que forma isto, para o estabelecer; o Senhor é o seu nome.    3Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.    4Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das casas desta cidade, e acerca das casas dos reis de Judá, que foram demolidas para fazer delas uma defesa contra os valados e contra a espada;    5entrementes os caldeus estão entrando a pelejar para os encher de cadáveres de homens que ferirei na minha ira e no meu furor; porquanto escondi o meu rosto desta cidade, por causa de toda a sua maldade.    6Eis que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de segurança.    7E farei voltar do cativeiro os exilados de Judá e de Israel, e os edificarei como ao princípio.    8E os purificarei de toda a iniqüidade do seu pecado contra mim; e perdoarei todas as suas iniqüidades, com que pecaram e transgrediram contra mim.    9E esta cidade me servirá de nome de gozo, de louvor e de glória, diante de todas as nações da terra que ouvirem de todo o bem que eu lhe faço; e espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem, e por causa de toda a paz que eu lhe dou.    10Assim diz o Senhor: Neste lugar do qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens nem animais, sim, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, que estão assoladas, sem homens, sem moradores e sem animais, ainda se ouvira    11a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo e a voz de noiva, e a voz dos que dizem: Dai graças ao Senhor dos exércitos, porque bom é o Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre; também se ouvirá a voz dos que trazem à casa do Senhor sacrifícios de ação de graças. Pois farei voltar a esta terra os seus exilados como no princípio, diz o Senhor.    12Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda neste lugar, que está deserto, sem homens, e sem animais, e em todas as suas cidades, haverá uma morada de pastores que façam repousar aos seus rebanhos.